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Por que Não é como Foi para Admá e Zeboim?

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Por que Não é como Foi para Admá e Zeboim?

Por Silvio Dutra

Out/2019

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A474

Alves, Silvio Dutra

Por que não é como foi para Admá e Zeboim?

Silvio Dutra Alves – Rio de Janeiro, 2019.

53p.; 14,8 x21cm

1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Fé 4. Graça.

I. Título.

CDD 252

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Se alguém deseja conhecer uma parte significativa do caráter de Deus, ouvindo o próprio Deus falando, basta recorrer ao 11º capítulo do livro do profeta Oseias, no qual Ele expressa Seus planos e sentimentos em relação a Israel.

Antes de tudo, devemos entender que as promessas de bênçãos da profecia se referem sobretudo à Igreja, que é o verdadeiro Israel de Deus, e que nos dias do Velho Testamento estava tipificada na aliança de graça que o Senhor havia feito com o Israel terreno, a saber, com os descendentes de Abraão, chamados em Jacó, seu neto.

Como sabemos que muitos em Israel não amavam o Senhor porque não o conheciam e o temiam, pois eram carnais, e não consideravam as Suas palavras para as colocarem em prática com espírito voluntário, então quando se fala em amor eterno, em atração com cordas de amor e laços humanos, e tratamento com brandura, é evidente que não é a estes que a profecia se destina, senão àqueles que eram humildes de espírito e buscavam andar nos caminhos de Deus, conforme podemos ver em muitas outras passagens das Escrituras, como por exemplo em:

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“Tenho visto os seus caminhos e o sararei;

também o guiarei e lhe tornarei a dar consolação, a saber, aos que dele choram.”

(Isaías 57.18)

“1 O Espírito do SENHOR Deus está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boas- novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados;

2 a apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os que choram

3 e a pôr sobre os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria, em vez de pranto, veste de louvor, em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo SENHOR para a sua glória.” (Isaías 61.1-3).

“3 Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.

4 Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.” (Mateus 5.3,4).

É por causa desses que são quebrantados de espírito que Deus tolera com grande

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longanimidade os réprobos e perversos que jamais o amarão, porque não destina o mesmo tratamento para ambos, pois aos primeiros somente repreende e corrige e não sujeita à condenação e destruição como os demais.

Deus pretendia demonstrar esta verdade com a eleição e formação da nação de Israel e pelo modo como se revelou no seu relacionamento com o Seu povo, para que fosse vista a distinção do Seu tratamento para com Israel e as demais nações.

Israel jamais seria destinado à destruição final em razão da aliança de graça que havia sido feita com Abraão, de que Israel permaneceria como nação para sempre, e desfrutando dos benefícios e privilégios da aliança firmada.

Esta aliança com Abraão para o Israel terreno, tipificava a aliança feita entre Deus Pai e Deus Filho para o Israel espiritual, formado por todos aqueles que são nascidos de novo do Espírito.

Todavia, uma questão importante se interpõe em face de ser o povo de Deus composto por pecadores, e como poderia o atributo da justiça divina ser conciliado com o da misericórdia?

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A Lei deve ser inflexível, segundo a justiça, e não pode fazer boas promessas a rebeldes transgressores dos seus mandamentos, como vemos por exemplo nas ameaças proferidas contra Israel no caso de transgressão da aliança:

“19 ninguém que, ouvindo as palavras desta maldição, se abençoe no seu íntimo, dizendo:

Terei paz, ainda que ande na perversidade do meu coração, para acrescentar à sede a bebedice.

20 O SENHOR não lhe quererá perdoar; antes, fumegará a ira do SENHOR e o seu zelo sobre tal homem, e toda maldição escrita neste livro jazerá sobre ele; e o SENHOR lhe apagará o nome de debaixo do céu.

21 O SENHOR o separará de todas as tribos de Israel para calamidade, segundo todas as maldições da aliança escrita neste Livro da Lei.

22 Então, dirá a geração vindoura, os vossos filhos, que se levantarem depois de vós, e o estrangeiro que virá de terras longínquas, vendo as pragas desta terra e as suas doenças, com que o SENHOR a terá afligido,

23 e toda a sua terra abrasada com enxofre e sal, de sorte que não será semeada, e nada

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produzirá, nem crescerá nela erva alguma, assim como foi a destruição de Sodoma e de Gomorra, de Admá e de Zeboim, que o SENHOR destruiu na sua ira e no seu furor,

24 isto é, todas as nações dirão: Por que fez o SENHOR assim com esta terra? Qual foi a causa do furor de tamanha ira?

25 Então, se dirá: Porque desprezaram a aliança que o SENHOR, Deus de seus pais, fez com eles, quando os tirou do Egito;

26 e se foram, e serviram a outros deuses, e os adoraram; deuses que não conheceram e que ele não lhes havia designado.

27 Pelo que a ira do SENHOR se acendeu contra esta terra, trazendo sobre ela toda a maldição que está escrita neste livro.

28 O SENHOR os arrancou, com ira, de sua terra, mas também com indignação e grande furor, e os lançou para outra terra, como hoje se vê.”

(Deuteronômio 29.19-28).

Observe que as cidades de Admá e Zeboim são citadas ao lado de Sodoma e Gomorra, porque sofreram a mesma destruição pelo fogo que tornou todo aquele território em enxofre e sal, de modo que não poderia sustentar qualquer

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lavoura. De campinas verdejantes que eram, elas se tornaram terra arrasada, para servirem de exemplo a todos aqueles que andam contrariamente ao Senhor.

Se o Israel terreno e carnal seguisse nos mesmos passos daquelas cidades, ele também seria sujeito ao mesmo juízo, ainda que não vindo fogo do céu sobre eles para uma destruição total, uma vez que a promessa da aliança é a de que seriam preservados, mas não seriam poupados do castigo que mereciam.

O juízo implacável da Lei, segundo a justiça divina, seria vencido pela misericórdia, sem que a justiça fosse desonrada. Um sacrifício eterno seria oferecido por Cristo, e a misericórdia poderia triunfar em juízo, de modo que ainda que Israel merecesse a mesma desolação final que foi dada às cidades de Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim, a maldição da Lei não seria cumprida sobre eles na forma rigorosa em que fora declarada.

Deus requer dos crentes que eles tenham a mesma misericórdia que Ele. Isto deve ser aprendido e exercitado de modo prático.

Veja o que Wilhelmus à Brakel disse a respeito da causa da destruição de Sodoma e Gomorra, e

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das demais cidades da campina, entre as quais se incluam Admá e Zeboim:

“Você sabe que Sodoma e todos os seus habitantes - pais e filhos - foram consumidos por Deus com fogo que caiu do céu e que Deus tornou essas cidades um exemplo para aqueles que vivem vidas ímpias (2 Pedro 2: 6). Em que consistia sua impiedade, contudo? Foi falta de compaixão pelos pobres - o pecado em que você está vivendo. “Eis que esta foi a iniquidade de Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão e próspera tranquilidade teve ela e suas filhas;

mas nunca amparou o pobre e o necessitado.”

(Ezequiel 16:49).

O pecado de Israel se assemelhava também ao das cidades destruídas pelo fogo, porque não tinham compaixão e amor pelo próximo, por seus próprios irmãos israelitas, e assim, estavam provocando a ira do Senhor.

Deve ser lembrado sempre que em Seus juízos Deus sabe como livrar o piedoso enquanto sujeita o ímpio ao castigo, conforme foi visto no caso de Ló, sobrinho de Abraão.

Onde o Espírito Santo está, aí há liberdade de todo juízo, e vida eterna é gerada, mas onde Ele não passa, porque os corações são como

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terrenos pantanosos que não servem para a lavoura de Deus, em vez de vida, serão aterrados com sal para nunca mais poderem vir a ser utilizados, conforme se vê na profecia de Ezequiel:

“1 Depois disto, o homem me fez voltar à entrada do templo, e eis que saíam águas de debaixo do limiar do templo, para o oriente; porque a face da casa dava para o oriente, e as águas vinham de baixo, do lado direito da casa, do lado sul do altar.

2 Ele me levou pela porta do norte e me fez dar uma volta por fora, até à porta exterior, que olha para o oriente; e eis que corriam as águas ao lado direito.

3 Saiu aquele homem para o oriente, tendo na mão um cordel de medir; mediu mil côvados e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos tornozelos.

4 Mediu mais mil e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos joelhos; mediu mais mil e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos lombos.

5 Mediu ainda outros mil, e era já um rio que eu não podia atravessar, porque as águas tinham

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crescido, águas que se deviam passar a nado, rio pelo qual não se podia passar.

6 E me disse: Viste isto, filho do homem? Então, me levou e me tornou a trazer à margem do rio.

7 Tendo eu voltado, eis que à margem do rio havia grande abundância de árvores, de um e de outro lado.

8 Então, me disse: Estas águas saem para a região oriental, e descem à campina, e entram no mar Morto, cujas águas ficarão saudáveis.

9 Toda criatura vivente que vive em enxames viverá por onde quer que passe este rio, e haverá muitíssimo peixe, e, aonde chegarem estas águas, tornarão saudáveis as do mar, e tudo viverá por onde quer que passe este rio.

10 Junto a ele se acharão pescadores; desde En- Gedi até En-Eglaim haverá lugar para se estenderem redes; o seu peixe, segundo as suas espécies, será como o peixe do mar Grande, em multidão excessiva.

11 Mas os seus charcos e os seus pântanos não serão feitos saudáveis; serão deixados para o sal.” (Ezequiel 47.1-11).

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Quando se pensa em nação ou povo de Deus, não se deve pensar em termos de nações terrenas, mas de pessoas salvas, nascidas de novo, e santificadas pelo Espírito. Deus as vê desde antes da fundação do mundo, e as traz à existência nas épocas e locais determinados pela Sua exclusiva soberania. Estes não estão destinados para o enxofre e o sal, mas para terem vida, e vida em abundância em Jesus Cristo.

Deus os amou com amor eterno, e os atrai para Si, e não pode fazer deles o que fez a Zeboim e a Admá, pois é movido em direção a eles com amor, bondade e misericórdia. Ele os elegeu em Seu coração para serem filhos amados, e isto, para sempre, e então jamais os deixará ou abandonará ainda que tenha que corrigi-los.

Muitos daqueles israelitas que foram espalhados por todas as nações da Terra, mesmo os do Reino do Norte, viriam a ter descendentes em todas as gerações que seriam alcançados pela promessa de Deus de lhes fazer bem para sempre.

Há ímpios que se perdem eternamente, mas geram filhos neste mundo que virão a ser salvos, e esta é também uma razão dentre muitas

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porque Deus os tolera com grande longanimidade por muito tempo.

É o próprio Deus que se refere a toda esta verdade relativa ao Seu caráter, conforme podemos ver no 11º capítulo de Oséias:

“1 Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei o meu filho.

2 Quanto mais eu os chamava, tanto mais se iam da minha presença; sacrificavam a baalins e queimavam incenso às imagens de escultura.

3 Todavia, eu ensinei a andar a Efraim; tomei-os nos meus braços, mas não atinaram que eu os curava.

4 Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor; fui para eles como quem alivia o jugo de sobre as suas queixadas e me inclinei para dar- lhes de comer.

5 Não voltarão para a terra do Egito, mas o assírio será seu rei, porque recusam converter-se.

6 A espada cairá sobre as suas cidades, e consumirá os seus ferrolhos, e as devorará, por causa dos seus caprichos.

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7 Porque o meu povo é inclinado a desviar-se de mim; se é concitado a dirigir-se acima, ninguém o faz.

8 Como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel? Como te faria como a Admá? Como fazer-te um Zeboim? Meu coração está comovido dentro de mim, as minhas compaixões, à uma, se acendem.

9 Não executarei o furor da minha ira; não tornarei para destruir a Efraim, porque eu sou Deus e não homem, o Santo no meio de ti; não voltarei em ira.

10 Andarão após o SENHOR; este bramará como leão, e, bramando, os filhos, tremendo, virão do Ocidente;

11 tremendo, virão, como passarinhos, os do Egito, e, como pombas, os da terra da Assíria, e os farei habitar em suas próprias casas, diz o SENHOR.

12 Efraim me cercou por meio de mentiras, e a casa de Israel, com engano; mas Judá ainda domina com Deus e é fiel com o Santo.”

Deus não pode inocentar o culpado, conforme exigido pelo atributo da justiça, mas pode perdoá-lo caso se arrependa e se converta a Ele.

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O apóstolo Paulo compara o Israel terreno com o espiritual em Gálatas 4, e explica em Romanos 9 como se aplicam aos eleitos as palavras que lemos em Oseias 11, quanto ao amor eletivo de Deus a eles, que são poupados por Sua misericórdia, e quanto à destinação para a condenação eterna, daqueles que são os objetos da Sua ira.

“1 Digo a verdade em Cristo, não minto, testemunhando comigo, no Espírito Santo, a minha própria consciência:

2 tenho grande tristeza e incessante dor no coração;

3 porque eu mesmo desejaria ser anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos, meus compatriotas, segundo a carne.

4 São israelitas. Pertence-lhes a adoção e também a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas;

5 deles são os patriarcas, e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre.

Amém!

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6 E não pensemos que a palavra de Deus haja falhado, porque nem todos os de Israel são, de fato, israelitas;

7 nem por serem descendentes de Abraão são todos seus filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência.

8 Isto é, estes filhos de Deus não são propriamente os da carne, mas devem ser considerados como descendência os filhos da promessa.

9 Porque a palavra da promessa é esta: Por esse tempo, virei, e Sara terá um filho.

10 E não ela somente, mas também Rebeca, ao conceber de um só, Isaque, nosso pai.

11 E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama),

12 já fora dito a ela: O mais velho será servo do mais moço.

13 Como está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú.

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14 Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum!

15 Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão.

16 Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia.

17 Porque a Escritura diz a Faraó: Para isto mesmo te levantei, para mostrar em ti o meu poder e para que o meu nome seja anunciado por toda a terra.

18 Logo, tem ele misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz.

19 Tu, porém, me dirás: De que se queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade?

20 Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim?

21 Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra?

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22 Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição,

23 a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão,

24 os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?

25 Assim como também diz em Oseias:

Chamarei povo meu ao que não era meu povo; e amada, à que não era amada;

26 e no lugar em que se lhes disse: Vós não sois meu povo, ali mesmo serão chamados filhos do Deus vivo.

27 Mas, relativamente a Israel, dele clama Isaías:

Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo.

28 Porque o Senhor cumprirá a sua palavra sobre a terra, cabalmente e em breve;

29 como Isaías já disse: Se o Senhor dos Exércitos não nos tivesse deixado descendência,

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ter-nos-íamos tornado como Sodoma e semelhantes a Gomorra.

30 Que diremos, pois? Que os gentios, que não buscavam a justificação, vieram a alcançá-la, todavia, a que decorre da fé;

31 e Israel, que buscava a lei de justiça, não chegou a atingir essa lei.

32 Por quê? Porque não decorreu da fé, e sim como que das obras. Tropeçaram na pedra de tropeço,

33 como está escrito: Eis que ponho em Sião uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, e aquele que nela crê não será confundido.” (Romanos 9.1-33).

Israel sempre foi surdo e desobedientes à voz de Deus. Ele falou com eles por seus mensageiros, Moisés e seus outros profetas, os chamaram de seus pecados, os chamaram a si mesmos, a seu trabalho e dever; mas quando eles os chamaram, eles foram embora; eles se rebelaram nos casos particulares em que foram advertidos; quanto mais prementes e importunos os profetas eram com eles, para persuadi-los àquilo que era bom, mais

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refratários eles eram e mais resolutos em seus maus caminhos, desobedecendo a Deus.

Eles gostavam de ídolos e os adoravam.

Eles sacrificaram a Baalins, primeiro um Baal e depois outro, e queimaram incenso a imagens de escultura, apesar de terem sido chamados pelos profetas do Senhor repetidamente para não fazerem tal coisa abominável que ele odiava. A idolatria era o pecado que, desde o início, e o tempo todo, mais facilmente os assolara.

Eles eram independentes de Deus e de seus favores para eles: “não sabiam que eu os curava”. Eles olhavam apenas para Moisés e Arão, os instrumentos de seu alívio, e, quando algo estava errado, brigavam com eles, mas não olhavam através deles para Deus que os empregava. Ou, quando Deus os corrigiu e os manteve sob uma disciplina severa, eles não entenderam que era para o bem deles, e que Deus os curava, e que era necessário para o aperfeiçoamento de sua cura, caso contrário, eles teriam uma melhor reconciliação aos métodos que Deus adotou.

Eles estavam fortemente inclinados à apostasia. Este é o artigo mais obscuro da acusação em Oseias 11.7: “Meu povo está

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inclinado a se afastar de mim”. Cada palavra aqui é agravante.

(1) Eles recuam. Não há domínio neles, nem firmeza; eles parecem avançar em direção a Deus, mas rapidamente recuam de novo e são como um arco enganoso.

(2.) Eles se afastam de mim, de Deus, o principal bem, a fonte da vida e das águas vivas, do seu Deus que nunca se afastou deles.

(3.) Eles são dados a retroceder; eles estão prontos para pecar; existe em sua natureza uma propensão ao que é mau; na melhor das hipóteses, ficam em suspense entre Deus e o mundo, de modo que uma pequena coisa serve para atraí-los para o caminho errado; eles estão ansiosos para fechar com toda tentação. Também sugere que eles são resolutos no pecado; seus corações estão totalmente dispostos neles para fazer o mal; e eles persistem em seus desvios, seja o que for dito ou feito para detê-los; e, ainda assim, (4.) "Eles são, na profissão, “meu povo”. Eles são “chamados pelo meu nome” e professam relação comigo; são meus, pelos quais tenho feito muito e espero muito, a quem nutri e criei,

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como filhos, e ainda assim eles se afastam de mim. "

Em nosso arrependimento não devemos lamentar apenas nossas desvantagens, mas também nossas inclinações para nos desviarmos, não apenas nossas transgressões reais, mas nossa corrupção original, o pecado que habita em nós, a nossa mente carnal.

Eles eram estranhamente avessos ao arrependimento e à reforma. Aqui estão duas expressões de sua obstinação:

(1.) Eles se recusaram a retornar. Tanto eles se inclinaram a retroceder que, embora não pudessem deixar de experimentar, na provação, a loucura de seus desvios, e que, quando abandonaram a Deus, mudaram para pior, mas continuaram em seu mau caminho.

(2.) Os profetas e ministros de Deus os chamaram para retornar ao Deus contra quem haviam se revoltado, ao Deus Altíssimo, de quem haviam mergulhado nessa degenerescência miserável; eles os chamavam da adoração dos ídolos, que estavam muito abaixo deles, e cuja adoração era, portanto, sua depreciação, ao Deus verdadeiro, que estava muito acima deles, e cuja adoração era,

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portanto, a sua preferência; eles os chamaram desta terra para coisas altas e celestiais; mas eles

chamaram em vão. Ninguém o

exaltaria. Embora ele seja o Deus Altíssimo, eles não o reconheceriam, não fariam nada para honrá-lo nem lhe dariam a glória devida ao seu nome. Ou, eles não o exaltariam, não se levantariam daquele estado de apostasia e miséria em que se precipitaram; mas ali, eles permaneceriam contentes, não levantando a cabeça nem erguendo a alma. Note que os fiéis ministros de Deus fizeram um grande esforço, sem propósito, com os filhos desviados, os chamaram ao Altíssimo; mas ninguém se mexia, nem o exaltava.

Aqui está Deus muito irado, e com justiça, com Israel; veja quais são os sinais do descontentamento de Deus com os quais eles são aqui ameaçados.

1. Deus, que os tirou do Egito, para torná-los um povo para Si, e uma vez que não seriam fiéis a ele, os colocaria em uma condição pior do que a princípio os encontrou: "Ele não voltará para a terra do Egito” (Oseias 11.5), apesar de já ter sido uma casa de servidão grave o suficiente; mas ele deve prestar um serviço mais difícil, pois o assírio será seu rei, que o usará pior do que o faraó. Não voltarão ao Egito, que fica próximo,

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onde podem ouvir com frequência de seu próprio país e de onde esperam voltar em breve a ele; mas serão levados para a Assíria, que fica muito mais longe, e onde serão afastados de toda correspondência com sua própria terra e de todas as esperanças de retornar a ela, e com justiça, porque se recusaram a voltar. Note que aqueles que não retornam aos deveres que deixaram não podem esperar retornar aos confortos que perderam.

2. Deus, que lhes deu Canaã, aquela boa terra, e um assentamento muito seguro e confortável nela, trará seus julgamentos sobre eles lá, o que tornará sua habitação insegura e desconfortável (Oseias 11.6): A espada virá sobre eles, a espada da guerra, a espada de um inimigo estrangeiro, prevalecendo contra eles e triunfando sobre eles.

(1) Este julgamento deve se espalhar para longe. A espada se apegará às suas cidades, àqueles ninhos de pessoas e armazéns de riqueza; da mesma forma, alcançará seus ramos, as aldeias do país (alguns), os próprios cidadãos (outros) ou os bares (de acordo com a palavra) e os portões de sua cidade, ou todos os ramos de sua receita e riqueza, ou seus filhos, os ramos de suas famílias.

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(2.) Durará muito: permanecerá em suas cidades. Davi pensou que três meses antes de seus inimigos serem o único julgamento dos três que deveriam ser excluídos; mas esta espada permanecerá por mais de três meses nas cidades de Israel. Eles continuaram suas rebeliões contra Deus e, portanto, Deus continuaria seus julgamentos sobre eles.

(3) Deve haver um fim cabal: Deve consumir os seus ramos, e devorá-los, e colocar todos os resíduos, e isto por causa dos seus próprios conselhos, isto é, porque eles têm seus próprios projetos, que Deus, portanto, em um caminho de julgamento justo, os entregou. Note que a confusão dos pecadores é devida à sua invenção. Os conselhos de Deus os teriam salvado, mas seus próprios conselhos os arruinaram.

Este é o quadro dos juízos ameaçados pela boca do próprio Deus através do profeta Oseias, contra os pecados grosseiros de idolatria do Reino do Norte, que seriam cumpridos não muito tempo depois de tê-los proferido.

Mas, o duro castigo não significa que Israel seria abandonado para sempre, pois havia uma aliança de misericórdia que havia sido feita com Abraão, mesmo para a sua descendência

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terrena, não espiritual, não convertida, pois o caráter da aliança feita foi dito perpétuo pelo próprio Senhor.

Vemos então, na continuidade da profecia de Oseias 11 (versos 8 a 12), palavras de esperança prometidas por Deus em relação a Israel, para serem cumpridas em todas as gerações, e particularmente, a partir de Jesus Cristo.

Vemos o gracioso debate de Deus dentro de Si sobre o caso de Israel, um debate entre justiça e misericórdia, no qual a vitória claramente se inclina para o lado da misericórdia.

Surpreenda-se, ó céus nisso! E maravilhe-se, ó terra, na glória da bondade de Deus! Não que haja em Deus tantas lutas quanto em nós, ou que ele esteja sempre flutuando ou não resolvido; não, ele está em uma mente firme e sabe disso; mas são expressões à maneira dos homens, destinadas a mostrar que gravidade o pecado de Israel merecia e, no entanto, como a graça divina seria glorificada ao poupá-los, não obstante.

A conexão disso com o que se passa antes é muito surpreendente; foi dito de Israel no verso 7 que eles estavam inclinados a se desviar de Deus, que , embora fossem chamados a ele, não

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o exaltariam, sobre o qual, alguém pensaria, deveria ter se seguido: "Agora estou determinado a destruí-los e nunca mais lhes mostrar misericórdia." Não, tal é a soberania da misericórdia, tal a liberdade, a plenitude, a

graça divina, que se segue

imediatamente: “Como devo desistir de ti?” Veja aqui:

(1.) As propostas que a justiça faz a respeito de Israel, cuja sugestão está aqui implícita. Efraim seja abandonado, como um filho incorrigível é abandonado para ser deserdado, como um paciente incurável é entregue por seu médico. Que ele seja entregue à ruína. Seja Israel entregue na mão do inimigo, como um cordeiro ao leão, para ser despedaçado; sejam feitos como Admá e Zeboim, as duas cidades que com Sodoma e Gomorra foram destruídas pelo fogo e enxofre que choveu do céu sobre eles; sejam eles total e irreparavelmente arruinados, e sejam feitos como essas cidades em desolação, como se estivessem em pecado. Que a maldição que está escrita na lei seja executada sobre eles, para que toda a terra seja enxofre e sal. Efraim e Israel merecem ser assim abandonados, e Deus não lhes fará mal se ele assim lidar com eles.

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(2.) A oposição que a misericórdia faz a essas propostas: “como devo fazê-lo?” Como o terno pai argumenta consigo mesmo: "Como posso rejeitar meu filho desagradável? Pois ele é meu filho, embora seja desagradável; como posso encontrar em meu coração para fazê-lo?" Assim,

"Efraim tem sido um filho querido, um filho agradável: como posso fazer isso? Ele está pronto para a ruína; os juízos estão prontos para prendê-lo; não há nada além de desistir dele, mas eu não posso fazê-lo a um povo próximo a mim; ainda há algo de bom entre eles;

são os filhos da aliança; se forem arruinados, o inimigo triunfará; pode ser que ainda se arrependam e se reformem; e, portanto, como posso fazer isso?" Note que o Deus do céu é lento para se irar, e é especialmente capaz de abandonar um povo para proferir ruínas, que tiveram uma relação especial com ele. Veja como a misericórdia opera com a menção desses procedimentos severos: Meu coração se volta para dentro de mim, como dizemos: Nosso coração nos falha quando chegamos a fazer algo que está contra nós. Deus fala como se estivesse consciente de um estranho esforço de afeição em compaixão a Israel: como em Jeremias 31.20:

“Não é Efraim meu precioso filho, filho das minhas delícias? Pois tantas vezes quantas falo contra ele, tantas vezes ternamente me lembro

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dele; comove-se por ele o meu coração, deveras me compadecerei dele, diz o SENHOR.”

Suas entranhas ansiavam por eles, e sua alma estava entristecida por seus pecados e miséria, (Juízes 10.16).

Quando Deus entregou seu Filho para ser um sacrifício pelo pecado, e um Salvador para os pecadores, ele não disse: Como devo abandoná- lo? Não, ele não poupou seu próprio filho; ao Senhor agradou moê-lo; e, portanto, Deus não o poupou, para que ele pudesse nos poupar. Mas esta é apenas a linguagem do dia de sua paciência; quando os homens pecaram, e chegou o grande dia de sua ira, então nenhuma dificuldade é feita; não, eu vou rir da sua calamidade.

Depois de uma longa disputa, a misericórdia na questão se alegra com o julgamento, tem a última palavra e ganha o dia, (Oseias 11.9). É decretado que o julgamento será adiado ainda mais, e agora não executarei o furor da minha ira, embora eu esteja com raiva; embora não fiquem completamente impunes, ele mitigará a sentença e diminuirá o rigor dela. Ele se mostrará justamente zangado, mas não implacavelmente; eles devem ser corrigidos, mas não consumidos. Não voltarei para destruir

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Efraim; os julgamentos infligidos não serão repetidos, não serão tão profundos quanto mereciam.

É destacado no verso 8: "Como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel? Como te faria como a Admá? Como fazer-te um Zeboim?

Meu coração está comovido dentro de mim, as minhas compaixões, à uma, se acendem."

O fundamento e a razão desta determinação: Porque eu sou Deus e não homem, o Santo de Israel. Para encorajá-los, a esperar que encontrem misericórdia, considere:

(1) O que ele é em si mesmo: Ele é Deus, e não homem, como em outras coisas, assim como perdoando pecados e poupando pecadores. Se eles tivessem ofendido um homem como eles, ele não o faria, ele não o suportaria; sua paixão teria dominado sua compaixão e ele teria executado a ferocidade de sua raiva; mas eu sou Deus, e não homem. Ele é o Senhor da sua ira, enquanto a raiva dos homens geralmente os domina. Se um príncipe terreno estivesse em um impasse entre justiça e misericórdia, estaria perdido como comprometer o assunto entre eles; mas quem é Deus, e não o homem, sabe como encontrar um expediente para garantir a

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honra de sua justiça e, ainda assim, promover a honra de sua misericórdia. A compaixão do homem não é nada em comparação com as ternas misericórdias de nosso Deus, cujos pensamentos e maneiras, ao receber pecadores que retornam, estão tão acima dos nossos quanto o céu está acima da terra, (Isaías 55.9). Note, é um grande incentivo para a nossa esperança nas misericórdias de Deus lembrar que ele é Deus, e não homem. Ele é o Santo. Alguém poderia pensar que essa era uma razão pela qual ele deveria rejeitar um povo tão provocador. Não; Deus sabe como poupar e perdoar os pecadores pobres, não apenas sem censura à sua santidade, mas muito à honra dela, pois ele é fiel e apenas nos perdoa os pecados, e nisso declara a sua justiça, agora Cristo comprou o perdão e ele prometeu dá-lo.

(2) O que ele é para eles; ele é o Santo no meio de ti; sua santidade está comprometida para o bem de sua igreja, e mesmo nesta terra e idade corruptos e degenerados, houve quem agradecesse na lembrança de sua santidade, e ele exigiu que todos fossem santos como ele é, (Levítico 19.2). Enquanto tivermos o Santo no meio de nós, estamos seguros e bem; mas ai de nós quando ele nos deixar! Note que aqueles que se submetem à Sua influência podem ter o conforto da santidade de Deus.

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Eles voltarão e buscarão o Senhor seu Deus; é falado das dez tribos e teve sua realização, em parte, no retorno de algumas delas com as das duas tribos no tempo de Esdras; mas teve sua realização mais completa no Israel espiritual de Deus, a igreja do evangelho, reunida e incorporada pelo evangelho de Cristo.

E então observe:

1. Como eles deveriam ser chamados e reunidos: O Senhor rugirá como um leão. A palavra do Senhor será como um leão que ruge. Cristo é chamado o leão da tribo de Judá, e seu evangelho, no princípio, era a voz de quem clama no deserto. Quando Cristo clamou em alta voz, foi como quando um leão rugiu, Apocalipse 10.3. A voz do evangelho foi ouvida ao longe, como o rugido de um leão, e era uma voz poderosa. Veja Joel 3.16.

2. Que impressão esse chamado deve causar sobre eles, como o rugido de um leão causa sobre todos os animais da floresta: quando ele rugir, as crianças tremerão. Veja Amós 3.8, o leão rugiu; o Senhor Deus falou; e então quem não temerá? Quando aqueles cujos corações o evangelho alcançou tremeram, e ficaram surpresos, e clamaram: O que devemos fazer? Quando eles foram postos em prática da

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salvação e adoraram a Deus com medo e tremor, então essa promessa foi cumprida.

Onde quer que estejam aqueles que pertencem à eleição da graça - leste, oeste, norte ou sul - eles ouvirão o som alegre e serão despertados por ele; os do Egito e da Assíria se reunirão; aqueles que estão mais afastados um do outro se encontrarão em Cristo e serão incorporados na igreja.

3. Que efeito essas impressões devem ter sobre eles. Movidos de temor, eles fugirão para a arca: Andarão segundo o Senhor, após o serviço do Senhor; eles tomarão o Senhor Jesus Cristo como seu líder e comandante; eles se alistarão sob ele como capitão de sua salvação e se entregarão à direção do Espírito como guia da palavra; devem deixar tudo para seguir a Cristo, quando se tornam discípulos. Note que nosso santo tremor diante da palavra de Cristo nos atrairá para ele, não nos afastará dele. Quando ele ruge como um leão, os escravos tremem e fogem dele, os filhos tremem e fogem para ele.

4. Com que alegria eles se encontrarão em seu retorno (verso 11): Eu os colocarei em suas casas (todos os que vierem ao chamado do evangelho terão um lugar e um nome na igreja

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do evangelho, em particular igrejas que são suas casas, às quais pertencem; habitarão em Deus e ficarão em casa nele, seguros, como um homem em sua própria casa; terão mansões, pois há muitas na casa de nosso Pai, em seu tabernáculo na terra e em seu templo no céu, em habitações eternas, que podem ser chamadas de casas, pois são a habitação em que permanecerão no fim dos dias.

APÊNDICE:

O Evangelho que nos Leva a Obter a Salvação Estamos inserindo esta nota em forma de apêndice em nossas últimas publicações, uma vez que temos sido impelidos a explicar em termos simples e diretos o que seja de fato o evangelho, na forma em que nos é apresentado nas Escrituras, já que há muita pregação e ensino de caráter legalista que não é de modo algum o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

Há também uma grande ignorância relativa ao que seja a aliança da graça por meio da qual somos salvos, e que consiste no coração do evangelho, e então a descrevemos em termos bem simples, de forma que possa ser adequadamente entendida.

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Há somente um evangelho pelo qual podemos ser verdadeiramente salvos. Ele se encontra revelado na Bíblia, e especialmente nas páginas do Novo Testamento. Mas, por interpretações incorretas é possível até mesmo transformá-lo em um meio de perdição e não de salvação, conforme tem ocorrido especialmente em nossos dias, em que as verdades fundamentais do evangelho de Jesus Cristo têm sido adulteradas ou omitidas.

Tudo isto nos levou a tomar a iniciativa de apresentar a seguir, de forma resumida, em que consiste de fato o evangelho da nossa salvação.

Em primeiro lugar, antes de tudo, é preciso entender que somos salvos exclusivamente com base na aliança de graça que foi feita entre Deus Pai e Deus Filho, antes mesmo da criação do mundo, para que nas diversas gerações de pessoas que seriam trazidas por eles à existência sobre a Terra, houvesse um chamado invisível, sobrenatural, espiritual, para serem perdoadas de seus pecados, justificadas, regeneradas (novo nascimento espiritual), santificadas e glorificadas. E o autor destas operações transformadoras seria o Espírito Santo, a terceira pessoa da trindade divina.

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Estes que seriam chamados à conversão, o seriam pelo meio de atração que seria feita por Deus Pai, trazendo-os a Deus Filho, de modo que pela simples fé em Jesus Cristo, pudessem receber a graça necessária que os redimiria e os transportaria das trevas para a luz, do poder de Satanás para o de Deus, e que lhes transformaria em filhos amados e aceitos por Deus.

Como estes que foram redimidos se encontravam debaixo de uma sentença de maldição e condenação eternas, em razão de terem transgredido a lei de Deus, com os seus pecados, para que fossem redimidos seria necessário que houvesse uma quitação da dívida deles para com a justiça divina, cuja sentença sobre eles era a de morte física e espiritual eternas.

Havia a necessidade de um sacrifício, de alguém idôneo que pudesse se colocar no lugar do homem, trazendo sobre si os seus pecados e culpa, e morrendo com o derramamento do Seu sangue, porque a lei determina que não pode haver expiação sem que haja um sacrifício sangrento substitutivo.

Importava também que este Substituto de pecadores, assumisse a responsabilidade de cobrir tudo o que fosse necessário em relação à

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dívida de pecados deles, não apenas a anterior à sua conversão, como a que seria contraída também no presente e no futuro, durante a sua jornada terrena.

Este Substituto deveria ser perfeito, sem pecado, eterno, infinito, porque a ofensa do pecador é eterna e infinita. Então deveria ser alguém divino para realizar tal obra.

Jesus, sendo Deus, se apresentou na aliança da graça feita com o Pai, para ser este Salvador, Fiador, Garantia, Sacrifício, Sacerdote, para realizar a obra de redenção.

O homem é fraco, dado a se desviar, mas a sua chamada é para uma santificação e perfeição eternas. Como poderia responder por si mesmo para garantir a eternidade da segurança da salvação?

Havia necessidade que Jesus assumisse ao lado da natureza divina que sempre possuiu, a natureza humana, e para tanto ele foi gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria.

Ele deveria ter um corpo para ser oferecido em sacrifício. O sangue da nossa redenção deveria ser o de alguém que fosse humano, mas também divino, de modo que se pode até

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mesmo dizer que fomos redimidos pelo sangue do próprio Deus.

Este é o fundamento da nossa salvação. A morte de Jesus em nosso lugar, de modo a nos abrir o caminho para a vida eterna e o céu.

Para que nunca nos esquecêssemos desta grande e importante verdade do evangelho de que Jesus se tornou da parte de Deus para nós, o nosso tudo, e que sem Ele nada somos ou podemos fazer para agradar a Deus, Jesus fixou a Ceia que deve ser regularmente observada pelos crentes, para que se lembrem de que o Seu corpo foi rasgado, assim como o pão que partimos na Ceia, e o Seu sangue foi derramado em profusão, conforme representado pelo vinho, para que tenhamos vida eterna por meio de nos alimentarmos dEle. Por isso somos ordenados a comer o pão, que representa o corpo de Jesus, que é verdadeiro alimento para o nosso espírito, e a beber o sangue de Jesus, que é verdadeira bebida para nos refrigerar e manter a Sua vida em nós.

Quando Ele disse que é o caminho e a verdade e a vida. Que a porta que conduz à vida eterna é estreita, e que o caminho é apertado. Tudo isto se aplica ao fato de que não há outra verdade, outro caminho, outra vida, senão a que existe

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somente por meio da fé nEle. A porta é estreita porque não admite uma entrada para vários caminhos e atalhos, que sendo diferentes dEle, conduzem à perdição. É estreito e apertado para que nunca nos desviemos dEle, o autor e consumador da nossa salvação.

Então o plano de salvação, na aliança de graça que foi feita, nada exige do homem, além da fé, pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser transformado e firmado na graça, será realizado pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.

Tanto é assim, que para que tenhamos a plena convicção desta verdade, mesmo depois de sermos justificados, regenerados e santificados, percebemos, enquanto neste mundo, que há em nós resquícios do pecado, que são o resultado do que se chama de pecado residente, que ainda subsiste no velho homem, que apesar de ter sido crucificado juntamente com Cristo, ainda permanece em condições de operar em nós, ao lado da nova natureza espiritual e santa que recebemos na conversão.

Qual é a razão disso, senão a de que o Senhor pretende nos ensinar a enxergar que a nossa salvação é inteiramente por graça e mediante a fé? Que é Ele somente que nos garante a vida eterna e o céu. Se não fosse assim, não

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poderíamos ser salvos e recebidos por Deus porque sabemos que ainda que salvos, o pecado ainda opera em nossas vidas de diversas formas.

Isto pode ser visto claramente em várias passagens bíblicas e especialmente no texto de Romanos 7.

À luz desta verdade, percebemos que mesmo as enfermidades que atuam em nossos corpos físicos, e outras em nossa alma, são o resultado da imperfeição em que ainda nos encontramos aqui embaixo, pois Deus poderia dar saúde perfeita a todos os crentes, sem qualquer doença, até o dia da morte deles, mas Ele não o faz para que aprendamos que a nossa salvação está inteiramente colocada sobre a responsabilidade de Jesus, que é aquele que responde por nós perante Ele, para nos manter seguros na plena garantia da salvação que obtivemos mediante a fé, conforme o próprio Deus havia determinado justificar-nos somente por fé, do mesmo modo como fizera com Abraão e com muitos outros mesmo nos dias do Velho Testamento.

Nenhum crente deve portanto julgar-se sem fé porque não consegue vencer determinadas fraquezas ou pecados, porque enquanto se esforça para ser curado deles, e ainda que não o

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consiga neste mundo, não perderá a sua condição de filho amado de Deus, que pode usar tudo isto em forma de repreensão e disciplina, mas que jamais deixará ou abandonará a qualquer que tenha recebido por filho, por causa da aliança que fez com Jesus e na qual se interpôs com um juramento que jamais a anularia por causa de nossas imperfeições e transgressões.

Um crente verdadeiro odeia o pecado e ama a Jesus, mas sempre lamentará que não o ame tanto quanto deveria, e por não ter o mesmo caráter e virtudes que há em Cristo. Mas de uma coisa ele pode ter certeza: não foi por mérito, virtude ou boas obras que lhes foram exigidos a apresentar a Deus que ele foi salvo, mas simplesmente por meio do arrependimento e da fé nAquele que tudo fez e tem feito que é necessário para a segurança eterna da sua salvação.

É possível que alguém leia tudo o que foi dito nestes sete últimos parágrafos e não tenha percebido a grande verdade central relativa ao evangelho, que está sendo comentada neles, e que foi citada de forma resumida no primeiro deles, a saber:

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“Então o plano de salvação, na aliança de graça que foi feita, nada exige do homem, além da fé, pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser transformado e firmado na graça, será realizado pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.”

Nós temos na Palavra de Deus a confirmação desta verdade, que tudo é de fato devido à graça de Jesus, na nossa salvação, e que esta graça é suficiente para nos garantir uma salvação eterna, em razão do pacto feito entre Deus Pai e Deus Filho, que nos escolheram para esta salvação segura e eterna, antes mesmo da fundação do mundo, no qual Jesus e Sua obra são a causa dessa segurança eterna, pois é nEle que somos aceitos por Deus, nos termos da aliança firmada, em que o Pai e o Filho são os agentes da aliança, e os crentes apenas os beneficiários.

O pacto foi feito unilateralmente pelo Pai e o Filho, sem a consulta da vontade dos beneficiários, uma vez que eles nem sequer ainda existiam, e quando aderem agora pela fé aos termos da aliança, eles são convocados a fazê-lo voluntariamente e para o principal propósito de serem salvos para serem santificados e glorificados, sendo instruídos pelo evangelho que tudo o que era necessário para a sua salvação foi perfeitamente

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consumado pelo Fiador deles, nosso Senhor Jesus Cristo.

Então, preste atenção neste ponto muito importante, de que tanto é assim, que não é pelo fato de os crentes continuarem sujeitos ao pecado, mesmo depois de convertidos, que eles correm o risco de perderem a salvação deles, uma vez que a aliança não foi feita diretamente com eles, e consistindo na obediência perfeita deles a toda a vontade de Deus, mas foi feita com Jesus Cristo, para não somente expiar a culpa deles, como para garantir o aperfeiçoamento deles na santidade e na justiça, ainda que isto venha a ser somente completado integralmente no por vir, quando adentrarem a glória celestial.

A salvação é por graça porque alguém pagou inteiramente o preço devido para que fôssemos salvos – nosso Senhor Jesus Cristo.

E para que soubéssemos disso, Jesus não nos foi dado somente como Sacrifício e Sacerdote, mas também como Profeta e Rei.

Ele não somente é quem nos anuncia o evangelho pelo poder do Espírito Santo, e quem tudo revelou acerca dele nas páginas da Bíblia, para que não errássemos o alvo por causa da incredulidade, que sendo o oposto da fé, é a

Referências

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