• Nenhum resultado encontrado

TURMA INTENSIVA DE EXERCÍCIOS BANCA DE DIR. PENAL PROF. TADEU VALVERDE 15/12/ ECA INFRACIONAL

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "TURMA INTENSIVA DE EXERCÍCIOS BANCA DE DIR. PENAL PROF. TADEU VALVERDE 15/12/ ECA INFRACIONAL"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

1 TURMA INTENSIVA DE EXERCÍCIOS – BANCA DE DIR. PENAL

PROF. TADEU VALVERDE – 15/12/2018 - ECA INFRACIONAL

# Adolescente pode sofrer imputação de ato infracional análogo ao crime de associação criminosa?

Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.

Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente.

# Em operação policial foram apreendidos dois adultos e um adolescente, supostamente integrantes um grupo especializado em furtar automóveis em determinados bairros da cidade do Rio de Janeiro. Os adultos foram denunciados pelos crimes de furto qualificado (artigo 155, §4º, IV, CP), associação criminosa (artigo 288 na forma do parágrafo único do CP) e corrupção de menores (artigo 244-B da Lei 8069/90). O adolescente foi representado pelos atos infracionais análogos aos crimes previstos nos artigo 155, §4º, IV e 288, ambos do CP. Foi verificado que os adultos eram primários, sem antecedentes e o adolescente ostentava quatro antecedentes em sua FAI. Comente as imputações.

Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

§ 1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet.

§ 2o As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a infração cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990.

# Um adulto, uma criança e um adolescente foram apreendidos por estarem utilizando rádio transmissor em localidade dominada por traficantes. O rádio se encontrava com o adulto, mas os policiais alegaram que todos os três estariam em colusão. Ao adulto foi imputado o crime do artigo 35, com a causa de aumento do artigo 40, VI, ambos da Lei 11.343/06, e o crime do artigo 244-B da Lei 8069/90, duas vezes, NF do artigo 69 CP.

Ao adolescente foi imputado ato infracional análogo ao crime do artigo 35, com a causa de aumento do artigo 40, VI, ambos da Lei 11.343/06, e ato infracional análogo ao crime do artigo 244-B da Lei 8069/90, pela corrupção da criança. A criança foi

(2)

2 encaminhada ao Conselho Tutelar, sem sofrer qualquer imputação. Comente a referida situação.

# Dois adultos e dois adolescentes que cumpriam MSE de internação foram encaminhados à delegacia pela suposta prática de crime e ato infracional análogo ao crime de motim de presos (artigo 354 CP) e aos adultos também foi imputado o crime de corrupção de menores (244-B ECA). Por tal motivo os adultos foram encaminhados à unidade do sistema prisional e os adolescentes retornaram para a unidade de internação. O MP denunciou os adultos e representou contra os adolescentes, existindo provas da perturbação da ordem e disciplina da unidade de internação. O Defensor foi procurado por familiares, questionando o que poderia ser alegado em defesa dos mesmos.

Motim de presos

Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da prisão:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.

# Adulto que estava preso em flagrante por crime de roubo, tem a liberdade concedida em audiência de custódia. Antes da liberação, foram verificados os antecedentes e constava um mandado de busca e apreensão expedido pela Vara de Infância e Juventude. Em razão do MBA, o alvará de soltura foi considerado prejudicado e os autos foram encaminhados à Defensoria Pública Criminal para ciência. Qual deve ser a atuação do Defensor Público?

# Magistrado mantém MSE aduzindo que o ato praticado foi um latrocínio, sendo o adolescente reincidente e submetido à medida de internação apenas há 6 meses, além da sentença prever que a internação terá a duração mínima de 2 anos. Tal argumentação possui embasamento legal?

# Execução de MSE de internação é suspensa em razão do adolescente, com 12 anos, ter manifestado em seu cumprimento doença mental severa, na forma do artigo 64, §4º, da Lei 12.594/12. Após 4 anos de tratamento psiquiátrico em regime de internação o jovem recebe alta. O mesmo retornará ao cumprimento da MSE de internação?

# Adolescente praticou ao longo do ano de 2017 seis atos infracionais análogos à conduta prevista no artigo 157 do CP, dois atos infracionais análogos a conduta prevista no artigo 159, §1º, CP e um ato infracional análogo a conduta prevista no artigo 121,

§2º, III, CP. Apreendido no final de 2017 o jovem foi julgado apenas pelo ato infracional análogo a um dos roubos praticados, sendo aplicada a MSE de internação em 10/01/2018. Pergunta-se:

1) Considerando que existem diversas ações socioeducativas em curso, o adolescente poderá sofrer nova medida de internação?

(3)

3 2) Em caso positivo, o prazo máximo de internação incidiria globalmente ou por

ato infracional praticado?

3) Se no momento em que o adolescente for julgado pelos outros atos infracionais já estiver em cumprimento de semiliberdade, é possível o retorno do jovem ao cumprimento de internação?

4) Até que momento o jovem poderá ser responsabilizado pelos atos praticados quando adolescente?

5) Caso o adolescente tenha a sua medida de internação progredida para liberdade assistida, será possível a aplicação da semiliberdade por fatos anteriormente praticados?

6) Na hipótese do jovem com 18 anos praticar crime durante o cumprimento da medida socioeducativa de internação, qual é a consequência da condenação criminal em relação à execução da MSE?

# Jovem, após permanecer 2 anos e 6 meses internado, com 18 anos, pratica crime no interior da unidade onde cumpria a MSE, sendo preso cautelarmente por 6 meses, e ao final da ação penal, foi condenado a pena privativa de liberdade em regime aberto, de 3 anos e 8 meses, substituída por duas penas restritivas de direitos (44,§2º, CP). O que ocorrerá com a MSE?

# Há ilegalidade na expedição de mandado de busca e apreensão sem o termo final de vigência?

# “Fininho”, adolescente com 17 anos de idade, jardineiro de determinada residência, com passagens pelo Juízo da Infância e Adolescência por reiteradas práticas de infrações graves, sabedor de que seu patrão iria com a esposa para casa de parentes e só voltaria no dia seguinte, procurou o amigo alcunhado de “gordinho”, com 18 anos de idade, e tramou com ele a subtração de bens da residência do patrão, ficando estabelecido que a porta de entrada da casa deveria ser arrombada por “gordinho”, enquanto ele “Fininho” ficaria na casa vizinha cortando a grama do quintal para não levantar suspeita de seu envolvimento. “Gordinho” então foi à residência, arrombou a porta e passou a levar alguns objetos para o carro, estacionado na rua, mas quando saía do quarto do casal com o aparelho de TV deparou-se com o morador da residência, em quem desferiu violento golpe na cabeça, causando-lhe a morte, fugindo, em seguida, levando os bens subtraídos para partilhar com o comparsa “Fininho”.

Pergunta-se:

I - O ato infracional praticado por “Fininho” equipara-se a qual crime?

II - Qual é a medida socioeducativa mais severaaplicável e o prazo de sua reavaliação?

III - Dê a classificação jurídica do fato criminoso praticado pelo imputável. Justifique.

(4)

4

# Ao adolescente Felipe foi concedida a remissão, aplicando-se cumulativamente a medida socioeducativa de liberdade assistida. Após um ano de infrutíferas tentativas de impor ao adolescente o cumprimento da liberdade assistida, o juiz da Vara da Infância e Juventude profere decisão regredindo a medida para a de internação. Na sentença em que foi decretada a regressão da MSE, o magistrado fundou-se no fato de que o ato infracional originário era análogo ao crime de roubo, por isso ensejador da medida extrema, com base no artigo 122, I, da Lei 8069/90 e que estaria demonstrado o descumprimento reiterado e injustificado, eis que por mais de cinco vezes o adolescente recusou-se a cumprir a medida sem qualquer justificativa. Analise as questões jurídicas pertinentes ao caso, indicando, se cabível, eventual recurso visando a defesa dos interesses de Felipe.

# Michelle é apreendida em razão da suposta prática de ato infracional análogo ao crime de homicídio culposo. No curso da ação socioeducativa o juiz da infância constata que o homicídio atribuído à adolescente foi doloso, e por isso declina a competência para o Tribunal do Júri. Encaminhados os autos à Defensoria Pública para ciência, pergunta-se:

A decisão foi acertada? É cabível alguma medida judicial em favor de Michelle?

# Adolescente com doze anos de idade recebe a medida socioeducativa de internação pela prática de ato infracional análogo ao crime previsto no artigo 157, §3º, parte final, do CP. Após três anos de cumprimento, a aludida medida é progredida para a de semiliberdade onde o adolescente cumpre mais três anos, quando é encaminhado para a liberdade assistida. Em razão do comprovado descumprimento reiterado e injustificado desta medida o magistrado substitui a medida de liberdade assistida pela internação, na forma dos artigos 113 c/c 99 da Lei 8069/90. Após três meses de cumprimento o Defensor Público faz requerimento pugnando pelo retorno à medida de liberdade assistida, em razão do decurso do prazo máximo da internação pela regressão de medida anteriormente imposta, alternativamente, também alega que o adolescente já permaneceu internado por três anos, por isso a manutenção desta medida importaria em violação ao artigo 121, §3º, da Lei 8069/90. O magistrado não acolhe o pleito da defesa sob o fundamento de que não se trata de regressão, mas sim de substituição de medida, que não se sujeitaria ao prazo de três meses. Ao tomar ciência de tal decisão indique a medida cabível para a defesa dos interesses do adolescente. Analise as demais controvérsias jurídicas envolvendo a questão.

# Valério respondeu a ação socioeducativa pela suposta prática de ato infracional análogo ao crime de injúria (140, caput, CP), sendo aplicada na sentença a medida de liberdade assistida. Após 2 anos de inúmeras e infrutíferas tentativas de executar a

(5)

5 medida, o juiz da Vara da Infância e Juventude regride a liberdade assistida para semiliberdade, devidamente embasado no descumprimento reiterado e injustificado de medida anteriormente imposta (122, III, da Lei 8069/90). Expedido mandado de busca e apreensão o adolescente é encaminhado para o cumprimento da semiliberdade. Durante a permanência na unidade, Valério se recusa a cumprir horários e demais normas impostas pela direção. Comunicado o fato ao juízo da Infância e Juventude, o juiz suspende as saídas nos finais de semana em que Valério permanecia com a sua família.

A família do jovem procura a Defensoria Pública, que apenas neste momento toma ciência da decisão de regressão da medida e demais incidentes. Seria cabível a utilização de alguma medida visando a defesa dos interesses de Valério? Comente todas as controvérsias jurídicas que envolvem o caso narrado.

# Foi aplicada a medida de internação pela prática de ato infracional análogo ao crime previsto no artigo 121, §2º, IV, parte final, do Código Penal (homicídio qualificado pela impossibilidade de defesa da vítima). Na sentença o magistrado fundou-se na gravidade da conduta do adolescente, fixando o prazo de internação em oito meses. A defesa apela e impetra habeas corpus. A apelação baseou-se na desnecessidade de aplicação da medida extrema. O habeas corpus foi embasado na deficiência da fundamentação, eis que a sentença,supostamente, inobservou o princípio da excepcionalidade. O Tribunal de Justiça não conhece o remédio constitucional, com espeque na existência de recurso próprio já impugnando a decisão, fato que importa em afrontaao princípio da unirrecorribilidade. A apelação também não foi conhecida, tendo o relator afirmado que o recurso é manifestamente inadmissível,por não existir, in casu, interesse recursal, pois a decisão nãoseria prejudicial ao adolescente e sim benéfica, pois pela gravidade do ato praticado, o juízo a quo deveria ter fixado prazo superior de internação.Ainda menciona que o interesse em recorrer seria do Ministério Público. Findo os oito meses de internação, o relatório da unidade indica a necessidade de continuidade da medida. O magistrado mantém a internação e fundamenta a sua decisão na indeterminação do prazo de cumprimento da medida, que pode perdurar até três anos. Você ao ser intimado da decisão de manutenção da medida, que providência tomaria? Comente também as decisões proferidas pelo TJ ao julgar a apelação e o habeas corpus, indicando inclusive se é possível impugná-las.

# Após o encerramento da instrução processual na ação socioeducativa, resta plenamente demonstrado que o adolescente praticou ato infracional análogo ao crime de latrocínio, por ele mesmo confessado. Também se constata que o adolescente em liberdade corre fundado risco de vida. Por isso o Ministério Público e o Defensor Público, em alegações finais aduzem que em cotejo com o direito de liberdade, deve prevalecer o direito à vida, por isso, em respeito ao interesse superior do adolescente, pugnam pela aplicação da medida socioeducativa de internação. O magistrado aplica a medida de internação, sendo o MP e a defesa intimados da sentença em audiência. Você

(6)

6 é designado no mês seguinte para este órgão de atuação, e em visita a unidade de internação entrevista o adolescente que manifesta interesse em recorrer.

Pergunta-se:

1) É possível a interposição de recurso ou outra medida em defesa do adolescente?

2) O Defensor Público pode utilizar medida processual conflitante com o posicionamento do Defensor que estava em exercício anteriormente?

3) Caso o adolescente queira permanecer internado o Defensor poderá pleitear medida com finalidade diversa da vontade manifestada pelo jovem?

Súmula 705 STF: A renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do defensor, não impede o conhecimento da apelação por este interposta.

# A prova colhida nos autos da ação socioeducativa mediante interceptação telefônica é lícita?

# O representado pode ser ouvido por sistema de videoconferência nos autos da ação socioeducativa?

# O princípio da identidade física do juiz aplica-se a Lei 8069/90?

# É admissível assistente da acusação na ação socioeducativa?

# O adolescente Jefferson incorreu na prática de ato infracional análogo a crime de homicídio no dia 12.10.2017, tendo-lhe sido aplicada, após o devido processo legal, a medida socioeducativa de internação. Após um ano de cumprimento da referida medida privativa de liberdade, esta é progredida para a medida socioeducativa de liberdade assistida. Contudo, logo após tal decisão de reavaliação, a Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude recebe auto de investigação referente a ato infracional análogo a crime de roubo com emprego de arma de fogo, também perpetrado por Jefferson, porém no dia 05.09.2017. Oferecida representação pelo Ministério Público, a mesma é recebida.

a) Agiu corretamente o Juízo?

b) Recebida a representação socioeducativa relativa ao ato infracional análogo ao crime de roubo, esta é esta posteriormente julgada procedente, com a imposição a Jefferson de nova medida socioeducativa em sentença já transitada em julgado.

Como a nova medida seria executada caso o adolescente ainda se encontre em cumprimento da medida socioeducativa de liberdade assistida aplicada em decorrência do ato infracional análogo ao crime de homicídio? Analisar as hipóteses de eventual aplicação de cada uma das seguintes medidas socioeducativas:

internação, semiliberdade, liberdade assistida e prestação de serviços à comunidade.

(7)

7

ENTENDIMENTOS DO STJ FAVORÁVEIS À DEFESA:

Amplo cabimento do habeas corpus

HC 9619 - O habeas corpus, para ser concedido, não depende da fase do processo ou da irrecorribilidade de sentença condenatória, quando o fundamento do pedido é a ameaça de sofrer ou o sofrimento de violência ou coação ilegal na liberdade de locomoção do paciente, em face de processo manifestamente nulo (...). Segundo Seabra Fagundes, evocado por Guilherme Estelita em Mandado de Segurança contra ato jurisdicional, cabe o habeas corpus “contra as coerções emanadas de autoridade judiciária, a despeito da existência das vias de recursos e até mesmo quando já utilizadas estas”.

Caráter excepcional da medida de internação

HC - 11276 – A diretriz determinada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente é no sentido de que a internação seja exceção, aplicando-se a esta medida socioeducativa os princípios da brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. Só é recomendável em casos de comprovada necessidade e quando desaconselhada medidas menos gravosas”IDEM - HC - 10679

HC - 10570 – Em observância aos objetivos do sistema, a internação só é recomendada quando não pode ser aplicada nenhuma das outras medidas socioeducativas nos termos previstos pelo parágrafo 2º do art. 122 do ECA: em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida adequada – sendo certo que não há tal conclusão no acórdão impugnado.

Necessidade de fundamentação

HC 8325 – Todas as decisões do Poder Judiciário devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. É o que determina a própria Constituição Federal, em seu art. 93, IX. Em especial quando ameaçada a liberdade de adolescente, tendo em vista a natureza socioeducativa da legislação pertinente.

HC 7940 – Deficientemente fundamentada a decisão do Desembargador do Tribunal “a quo” que concedeu efeito suspensivo a agravo de instrumento ministerial, para impedir progressão de medida socioeducativa deferida pelo Julgador de 1º grau de maneira fundamentada e com base em laudos técnicos, concede-se ordem para permitir a progressão da medida de internação do menor para liberdade assistida, como originalmente determinado.

(8)

8 Taxatividade do rol do artigo 122 da Lei 8069/90

RHC -7259 – As medidas socioeducativas são enumeradas conforme o critério numerusclausus.(..) O ato infracional é pressuposto da sanção (consequência lógica).

Daí ao art. 122 relacionar os casos de medida de internação, depender, como antecedente, dos casos enumerados nos respectivos incisos. A norma indicada é categórica (...) Mirando o princípio da legalidade em toda sua abrangência, não se pode admitir a aplicação da medida socioeducativa fora das balizas enumeradas pelo já referido artigo. Ter-se-ia inovação na fixação de pena sine lege. (....) A taxatividade dos incisos do art. 122 do ECA se alia, à precisão, com o caráter de excepcionalidade de internação, posto que a própria natureza grave ou gravíssima das infrações (diga-se, dotadas de excepcionalidade) é que autorizam medida extrema – internação.

HC -11.302 – A medida extrema de internação só está autorizada nas hipóteses previstas taxativamente nos incisos do art. 122 do ECA, eis que a segregação de menor é, efetivamente, medida de exceção, devendo ser aplicada ou mantida somente quando evidenciada sua necessidade – em observância ao próprio espírito do Estatuto da Criança e do Adolescente, que visa à reintegração do menor à sociedade-

HC -10776– Esta turma tem entendido que a medida extrema de internação só está autorizada nas hipóteses previstas taxativamente nos incisos do art. 122 do ECA, eis que a segregação de menor é, efetivamente, medida de exceção, devendo ser aplicada ou mantida somente quando evidenciada sua necessidade – em observância ao próprio espírito do Estatuto da Criança e do Adolescente, que visa à reintegração do menor à sociedade. IDEMHC10216

HC -10938 – Se a paciente não se amolda, com perfeição, aos requisitos do art. 122, a ela não se pode aplicar a medida de internação. Ademais, como ressalta a representante da Subprocuradoria Geral da República, a internação constituiu medida de exceção, devendo ser adotada somente nos restritos casos legais.

HC 13.084(decisão concessiva de liminar) Em se tratando de crime de tráfico de entorpecentes, ainda que considerado hediondo, e porte de arma, é inaplicável a medida socioeducativa de internação, à ausência de previsão legal. Relevantes os fundamentos do pedido e conveniente a concessão da medida liminar, defiro-a, para determinar a aplicação provisória de medida socioeducativa diversa da internação.

IDEM HCs 13.192, 12344 e12523 (decisões monocráticas concessivas de liminar) RHC 9688-O art. 122 do ECA enumera de forma taxativa os casos em que se aplica a internação. Apesar do delito ser equiparado ao crime hediondo, é vedada a interpretação prejudicial ao menor. Precedentes.

HC 10294/SP – Ato infracional. Adolescente primário. Tráfico de entorpecentes.

Internação. Ilegalidade. Lei nº 8.069/90.

(9)

9 Se o direito é outorgado ao adulto, deve ser outorgado ao adolescente

HC -7445 –O iuslibertatis dos adultos, acusados de graves crimes, só pode ser afetado provisoriamente mediante decisum concretamente fundamentado. Por maior razão, tal deve ser observado para com crianças e adolescentes

RHC - 9287 – A tutela do menor infrator merece maiores cuidados que aquela deferida ao maior delinquente. Assim, a ampla defesa deve ser observada ainda com rigor quando se tratar de processos disciplinados pelo ECA.

HC - 7664 – Se para os adultos a segregação cautelar é excepcional e nunca deve ser duradoura – o que configura excesso de prazo – por maior razão isto se aplica aos menores.

A fixação do tempo de duração da MSE, apesar de ilegal, deve ser respeitado no interesse do adolescente

HC - 11.377 – O alegado constrangimento advém do fato de ter sido denegada medida liminar no mandamus impetrado perante o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, visando à imediata soltura da paciente, porque já cumprida a medida internativa, pelo prazo de seis meses, que lhe fora imposta pelo Juiz da Infância e Juventude, mediante sentença transitada em julgado. Evidente o periculum in mora e o fumus boni iuris, visto que a segregação da menor, por tempo superior ao previsto na sentença, representa irreparável dano ao seu direito de locomoção e de convívio normal com seus familiares, não havendo, por outro lado, com ser denegada a ordem, ao final, visto não poder o Tribunal de Justiça afastar o império da coisa julgada, ainda que a internação, no caso sob exame, devesse ser por tempo indeterminado, desde que não superior a três anos, e apenas as avaliações serem semestrais. Fixado, contudo, na sentença transitada em julgado que a internação se daria por seis meses – tempo determinado, portanto, sem recurso do Ministério Público, não há como exigir que se prive a paciente de sua liberdade após o decurso de tal tempo.

Súmulas pertinentes:

Súmula 108 do STJ: “A aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela prática de ato infracional, é de competência exclusiva do juiz.”

Súmula 265 do STJ: “É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a regressão da medida socioeducativa.”

(10)

10 Súmula 338 STJ: “A prescrição penal é aplicável nas medidas socioeducativas.”

Súmula 342 STJ: “No procedimento para aplicação de medida socioeducativa, é nula a desistência de outras provas em face da confissão do adolescente.”

# A súmula 491 do STJ, que dispõe: “É inadmissível a chamada progressão per saltum de regime prisional.” Aplica-se ao adolescente em cumprimento de MSE?

Súmula 492 do STJ:“O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente.”

# A Súmula 593 do STJ, que dispõe:“O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da vítima para a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente.” Aplica-se ao adolescente autor de ato infracional?

Súmula 605 do STJ:

“A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos.”

# Adolescente pratica homicídio aos 17 anos, e desaparece. Sendo encontrado aos 21 anos, qual medida pode ser aplicada ao mesmo?

Súmula 705 STF: A renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do defensor, não impede o conhecimento da apelação por este interposta.

Referências

Documentos relacionados

No presente estudo, pretendeu-se manter a estrutura fatorial inicial proposta pelos autores (De Vet et al., 2014; De Vet et al., 2013; Stok et al., 2013): 3 dimensões com 2 tipos

La idea me lleva a recordar que “el percepto es el paisaje de antes del hombre o en la ausencia del hombre” (DELEUZE; GUATTARI, 1993, p. Y lo que queda allí, en ese paisaje, no es

DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA PORTARIA OU RESOLUÇÃO O INSTITUTO DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE ALAGOAS e a AGÊNCIA DE MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO DE PROCESSOS - AMGESP no

V - divulgar, por qualquer meio de publicidade, assuntos que envolvam direta ou veladamente o nome do Colégio, de professores ou funcionários, sem a autorização do Diretor Geral. VI

Neste sentido, analisamos, seguidamente, um manual escolar de língua portuguesa – Pirilampo 2 -, à luz das diretrizes indicadas pelo PPEB (REIS et al, 2009) no que refere

Os tempos de incubação ideais do cocktail de anticorpos primários, do EnVision™ DuoFLEX/HRP e EnVision™ DuoFLEX /AP dependem do cocktail de anticorpos primários

The use of the non-laser light source in a simple experiment with Harderian gland of Wistar rats, which results achieved with HeNe light is previously know, was fundamental to

Pretende-se com o presente trabalho rever o percurso histórico de constituição do sistema de regulação do campo organizacional das águas brasileiras, especificamente, no