Quat´ ernions e Rota¸ c˜ oes
Uma Jornada pela ´Algebra, Geometria e Topologia
Claudio Gorodski
Disciplina Panorama da Matem´atica IME-USP
18 e 23 de novembro de 2020
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Somas de quadrados
Consideremos o corpoCdos complexos:
Dadosz1=a1+ib1, z2=a2+ib2∈C, temos|z1z2|2=|z1|2|z2|2. Usando
z1z2=a1a2−b1b2+i(a1b2+a2b1), obtemos:
(a21+b21)(a22+b22) = (a1a2−b1b2)2+ (a1b2+a2b1)2. No caso deinteiros, obtemos:
(soma de dois quadrados)×(soma de dois quadrados)
= (soma de dois quadrados) (Diofanto, s´ec. III) Notemos que n˜ao vale para soma de trˆes quadrados:
(12+ 12+ 12)(02+ 12+ 22) = 3×5 = 156= soma de trˆes quadrados.
Somas de quadrados
Consideremos o corpoCdos complexos: Dadosz1=a1+ib1, z2=a2+ib2∈C, temos|z1z2|2=|z1|2|z2|2.
Usando z1z2=a1a2−b1b2+i(a1b2+a2b1), obtemos:
(a21+b21)(a22+b22) = (a1a2−b1b2)2+ (a1b2+a2b1)2. No caso deinteiros, obtemos:
(soma de dois quadrados)×(soma de dois quadrados)
= (soma de dois quadrados) (Diofanto, s´ec. III) Notemos que n˜ao vale para soma de trˆes quadrados:
(12+ 12+ 12)(02+ 12+ 22) = 3×5 = 156= soma de trˆes quadrados.
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Somas de quadrados
Consideremos o corpoCdos complexos: Dadosz1=a1+ib1, z2=a2+ib2∈C, temos|z1z2|2=|z1|2|z2|2. Usando
z1z2=a1a2−b1b2+i(a1b2+a2b1), obtemos:
(a21+b21)(a22+b22) = (a1a2−b1b2)2+ (a1b2+a2b1)2. No caso deinteiros, obtemos:
(soma de dois quadrados)×(soma de dois quadrados)
= (soma de dois quadrados) (Diofanto, s´ec. III) Notemos que n˜ao vale para soma de trˆes quadrados:
(12+ 12+ 12)(02+ 12+ 22) = 3×5 = 156= soma de trˆes quadrados.
Somas de quadrados
Consideremos o corpoCdos complexos: Dadosz1=a1+ib1, z2=a2+ib2∈C, temos|z1z2|2=|z1|2|z2|2. Usando
z1z2=a1a2−b1b2+i(a1b2+a2b1), obtemos:
(a21+b12)(a22+b22) = (a1a2−b1b2)2+ (a1b2+a2b1)2.
No caso deinteiros, obtemos:
(soma de dois quadrados)×(soma de dois quadrados)
= (soma de dois quadrados) (Diofanto, s´ec. III) Notemos que n˜ao vale para soma de trˆes quadrados:
(12+ 12+ 12)(02+ 12+ 22) = 3×5 = 156= soma de trˆes quadrados.
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Somas de quadrados
Consideremos o corpoCdos complexos: Dadosz1=a1+ib1, z2=a2+ib2∈C, temos|z1z2|2=|z1|2|z2|2. Usando
z1z2=a1a2−b1b2+i(a1b2+a2b1), obtemos:
(a21+b12)(a22+b22) = (a1a2−b1b2)2+ (a1b2+a2b1)2. No caso deinteiros, obtemos:
(soma de dois quadrados)×(soma de dois quadrados)
= (soma de dois quadrados) (Diofanto, s´ec. III)
Notemos que n˜ao vale para soma de trˆes quadrados:
(12+ 12+ 12)(02+ 12+ 22) = 3×5 = 156= soma de trˆes quadrados.
Somas de quadrados
Consideremos o corpoCdos complexos: Dadosz1=a1+ib1, z2=a2+ib2∈C, temos|z1z2|2=|z1|2|z2|2. Usando
z1z2=a1a2−b1b2+i(a1b2+a2b1), obtemos:
(a21+b12)(a22+b22) = (a1a2−b1b2)2+ (a1b2+a2b1)2. No caso deinteiros, obtemos:
(soma de dois quadrados)×(soma de dois quadrados)
= (soma de dois quadrados) (Diofanto, s´ec. III) Notemos que n˜ao vale para soma de trˆes quadrados:
(12+ 12+ 12)(02+ 12+ 22) = 3×5 = 156= soma de trˆes quadrados.
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N´ umeros tri-dimensionais?
Existem “n´umeros tri-dimensionais?”
Em outras palavras, existe uma multiplica¸c˜ao emR3?
William Rowan Hamilton (1805-1865).
Durante treze anos, Hamiltontentou definir uma tal multiplica¸c˜ao.
At´e que, em 1843, caminhando com a esposa ao longo do canal em Dublin para um encontro da Academia Real, teve uma epifania e visualizou as equa¸c˜oes:
i2=j2=k2=ijk=−1. (Num famoso ato de vandalismo, gravou-as numa pedra da ponte de Brougham)
N´ umeros tri-dimensionais?
Existem “n´umeros tri-dimensionais?” Em outras palavras, existe uma multiplica¸c˜ao emR3?
William Rowan Hamilton (1805-1865).
Durante treze anos, Hamiltontentou definir uma tal multiplica¸c˜ao.
At´e que, em 1843, caminhando com a esposa ao longo do canal em Dublin para um encontro da Academia Real, teve uma epifania e visualizou as equa¸c˜oes:
i2=j2=k2=ijk=−1. (Num famoso ato de vandalismo, gravou-as numa pedra da ponte de Brougham)
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N´ umeros tri-dimensionais?
Existem “n´umeros tri-dimensionais?” Em outras palavras, existe uma multiplica¸c˜ao emR3?
William Rowan Hamilton (1805-1865).
Durante treze anos, Hamiltontentou definir uma tal multiplica¸c˜ao.
At´e que, em 1843, caminhando com a esposa ao longo do canal em Dublin para um encontro da Academia Real, teve uma epifania e visualizou as equa¸c˜oes:
i2=j2=k2=ijk=−1. (Num famoso ato de vandalismo, gravou-as numa pedra da ponte de Brougham)
N´ umeros tri-dimensionais?
Existem “n´umeros tri-dimensionais?” Em outras palavras, existe uma multiplica¸c˜ao emR3?
William Rowan Hamilton (1805-1865).
Durante treze anos, Hamiltontentou definir uma tal multiplica¸c˜ao.
At´e que, em 1843, caminhando com a esposa ao longo do canal em Dublin para um encontro da Academia Real, teve uma epifania e visualizou as equa¸c˜oes:
i2=j2=k2=ijk=−1. (Num famoso ato de vandalismo, gravou-as numa pedra da ponte de Brougham)
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N´ umeros tri-dimensionais?
Existem “n´umeros tri-dimensionais?” Em outras palavras, existe uma multiplica¸c˜ao emR3?
William Rowan Hamilton (1805-1865).
Durante treze anos, Hamiltontentou definir uma tal multiplica¸c˜ao.
At´e que, em 1843, caminhando com a esposa ao longo do canal em Dublin para um encontro da Academia Real, teve uma epifania e visualizou as equa¸c˜oes:
i2=j2=k2=ijk=−1.
(Num famoso ato de vandalismo, gravou-as numa pedra da ponte de Brougham)
N´ umeros tri-dimensionais?
Existem “n´umeros tri-dimensionais?” Em outras palavras, existe uma multiplica¸c˜ao emR3?
William Rowan Hamilton (1805-1865).
Durante treze anos, Hamiltontentou definir uma tal multiplica¸c˜ao.
At´e que, em 1843, caminhando com a esposa ao longo do canal em Dublin para um encontro da Academia Real, teve uma epifania e visualizou as equa¸c˜oes:
i2=j2=k2=ijk=−1.
(Num famoso ato de vandalismo, gravou-as numa pedra da ponte de Brougham)
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Brougham Bridge em Dublin
Quat´ ernions
Hamilton passou a 4 dimens˜oes e sacrificou a comutatividade:
H={q=a+bi+cj+dk|a, b, c, d∈R} com uma multiplica¸c˜ao satisfazendo
i2=j2=k2=−1, ij=−ji=k, jk =−kj =i, ki=−ik=j H´e uma ´algebra (sobreR, de dimens˜ao 4),associativa,normadaecom divis˜ao.
Conjugado : ¯q=a−bi−cj−ck Parte real : <q=a
Parte imagin´aria : =q=bi+cj+dk Agora a norma Euclideana emR4fica:
|q|2=a2+b2+c2+d2=qq¯
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Quat´ ernions
Hamilton passou a 4 dimens˜oes e sacrificou a comutatividade:
H={q=a+bi+cj+dk|a, b, c, d ∈R} com uma multiplica¸c˜ao satisfazendo
i2=j2=k2=−1, ij=−ji=k, jk =−kj =i, ki=−ik=j
H´e uma ´algebra (sobreR, de dimens˜ao 4),associativa,normadaecom divis˜ao.
Conjugado : ¯q=a−bi−cj−ck Parte real : <q=a
Parte imagin´aria : =q=bi+cj+dk Agora a norma Euclideana emR4fica:
|q|2=a2+b2+c2+d2=qq¯
Quat´ ernions
Hamilton passou a 4 dimens˜oes e sacrificou a comutatividade:
H={q=a+bi+cj+dk|a, b, c, d ∈R} com uma multiplica¸c˜ao satisfazendo
i2=j2=k2=−1, ij=−ji=k, jk =−kj =i, ki=−ik=j H´e uma ´algebra (sobreR, de dimens˜ao 4),associativa,normadaecom divis˜ao.
Conjugado : ¯q=a−bi−cj−ck Parte real : <q=a
Parte imagin´aria : =q=bi+cj+dk Agora a norma Euclideana emR4fica:
|q|2=a2+b2+c2+d2=qq¯
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Quat´ ernions
Hamilton passou a 4 dimens˜oes e sacrificou a comutatividade:
H={q=a+bi+cj+dk|a, b, c, d ∈R} com uma multiplica¸c˜ao satisfazendo
i2=j2=k2=−1, ij=−ji=k, jk =−kj =i, ki=−ik=j H´e uma ´algebra (sobreR, de dimens˜ao 4),associativa,normadaecom divis˜ao.
Conjugado : ¯q=a−bi−cj−ck Parte real : <q=a
Parte imagin´aria : =q=bi+cj+dk
Agora a norma Euclideana emR4fica:
|q|2=a2+b2+c2+d2=qq¯
Quat´ ernions
Hamilton passou a 4 dimens˜oes e sacrificou a comutatividade:
H={q=a+bi+cj+dk|a, b, c, d ∈R} com uma multiplica¸c˜ao satisfazendo
i2=j2=k2=−1, ij=−ji=k, jk =−kj =i, ki=−ik=j H´e uma ´algebra (sobreR, de dimens˜ao 4),associativa,normadaecom divis˜ao.
Conjugado : ¯q=a−bi−cj−ck Parte real : <q=a
Parte imagin´aria : =q=bi+cj+dk
Agora a norma Euclideana emR4fica:
|q|2=a2+b2+c2+d2=qq¯
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Quat´ ernions
Hamilton passou a 4 dimens˜oes e sacrificou a comutatividade:
H={q=a+bi+cj+dk|a, b, c, d ∈R} com uma multiplica¸c˜ao satisfazendo
i2=j2=k2=−1, ij=−ji=k, jk =−kj =i, ki=−ik=j H´e uma ´algebra (sobreR, de dimens˜ao 4),associativa,normadaecom divis˜ao.
Conjugado : ¯q=a−bi−cj−ck Parte real : <q=a
Parte imagin´aria : =q=bi+cj+dk Agora a norma Euclideana emR4fica:
|q|2=a2+b2+c2+d2=qq¯
H ´ e uma ´ algebra normada
Notemos inicialmente a identidade
qq0= ¯q0q,¯ de f´acil verifica¸c˜ao.
Agora, calculemos:
|qq0|2=qq0qq0
=qq0q¯0q¯
=q|q0|2q¯
=qq|q¯ 0|2
=|q|2|q0|2, e a norma ´emultiplicativa.
Em particular,
(soma de quatro quadrados)×(soma de quatro quadrados)
= (soma de quatro quadrados)
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H ´ e uma ´ algebra normada
Notemos inicialmente a identidade
qq0= ¯q0q,¯ de f´acil verifica¸c˜ao. Agora, calculemos:
|qq0|2=qq0qq0
=qq0q¯0q¯
=q|q0|2q¯
=qq|q¯ 0|2
=|q|2|q0|2, e a norma ´emultiplicativa.
Em particular,
(soma de quatro quadrados)×(soma de quatro quadrados)
= (soma de quatro quadrados)
H ´ e uma ´ algebra normada
Notemos inicialmente a identidade
qq0= ¯q0q,¯ de f´acil verifica¸c˜ao. Agora, calculemos:
|qq0|2=qq0qq0
=qq0q¯0q¯
=q|q0|2q¯
=qq|q¯ 0|2
=|q|2|q0|2, e a norma ´emultiplicativa.
Em particular,
(soma de quatro quadrados)×(soma de quatro quadrados)
= (soma de quatro quadrados)
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H ´ e uma ´ algebra normada
Notemos inicialmente a identidade
qq0= ¯q0q,¯ de f´acil verifica¸c˜ao. Agora, calculemos:
|qq0|2=qq0qq0
=qq0q¯0q¯
=q|q0|2q¯
=qq|q¯ 0|2
=|q|2|q0|2, e a norma ´emultiplicativa.
Em particular,
(soma de quatro quadrados)×(soma de quatro quadrados)
= (soma de quatro quadrados)
H ´ e uma ´ algebra normada
Notemos inicialmente a identidade
qq0= ¯q0q,¯ de f´acil verifica¸c˜ao. Agora, calculemos:
|qq0|2=qq0qq0
=qq0q¯0q¯
=q|q0|2q¯
=qq|q¯ 0|2
=|q|2|q0|2, e a norma ´emultiplicativa.
Em particular,
(soma de quatro quadrados)×(soma de quatro quadrados)
= (soma de quatro quadrados)
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H ´ e uma ´ algebra normada
Notemos inicialmente a identidade
qq0= ¯q0q,¯ de f´acil verifica¸c˜ao. Agora, calculemos:
|qq0|2=qq0qq0
=qq0q¯0q¯
=q|q0|2q¯
=qq|q¯ 0|2
=|q|2|q0|2, e a norma ´emultiplicativa.
Em particular,
(soma de quatro quadrados)×(soma de quatro quadrados)
= (soma de quatro quadrados)
H ´ e uma ´ algebra normada
Notemos inicialmente a identidade
qq0= ¯q0q,¯ de f´acil verifica¸c˜ao. Agora, calculemos:
|qq0|2=qq0qq0
=qq0q¯0q¯
=q|q0|2q¯
=qq|q¯ 0|2
=|q|2|q0|2, e a norma ´emultiplicativa.
Em particular,
(soma de quatro quadrados)×(soma de quatro quadrados)
= (soma de quatro quadrados)
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H ´ e uma ´ algebra normada
Notemos inicialmente a identidade
qq0= ¯q0q,¯ de f´acil verifica¸c˜ao. Agora, calculemos:
|qq0|2=qq0qq0
=qq0q¯0q¯
=q|q0|2q¯
=qq|q¯ 0|2
=|q|2|q0|2, e a norma ´emultiplicativa.
Em particular,
(soma de quatro quadrados)×(soma de quatro quadrados)
= (soma de quatro quadrados)
H ´ e uma ´ algebra com divis˜ ao
Temos:
q6= 0 se e somente se |q| 6= 0. Ent˜ao, dadoq6= 0, temos
q q¯
|q|2 = 1, isto ´e,
q−1= q¯
|q|2.
Ferdinand G. Frobenius (1849-1917).
Teorema (Frobenius1878) As ´algebras associativas com divis˜ao sobreRs˜ao: R,C,H(resp. de dimens˜ao1,2,4).
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H ´ e uma ´ algebra com divis˜ ao
Temos:
q6= 0 se e somente se |q| 6= 0.
Ent˜ao, dadoq6= 0, temos
q q¯
|q|2 = 1, isto ´e,
q−1= q¯
|q|2.
Ferdinand G. Frobenius (1849-1917).
Teorema (Frobenius1878) As ´algebras associativas com divis˜ao sobreRs˜ao: R,C,H(resp. de dimens˜ao1,2,4).
H ´ e uma ´ algebra com divis˜ ao
Temos:
q6= 0 se e somente se |q| 6= 0.
Ent˜ao, dadoq6= 0, temos
q q¯
|q|2 = 1,
isto ´e,
q−1= q¯
|q|2.
Ferdinand G. Frobenius (1849-1917).
Teorema (Frobenius1878) As ´algebras associativas com divis˜ao sobreRs˜ao: R,C,H(resp. de dimens˜ao1,2,4).
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H ´ e uma ´ algebra com divis˜ ao
Temos:
q6= 0 se e somente se |q| 6= 0.
Ent˜ao, dadoq6= 0, temos
q q¯
|q|2 = 1, isto ´e,
q−1= q¯
|q|2.
Ferdinand G. Frobenius (1849-1917).
Teorema (Frobenius1878) As ´algebras associativas com divis˜ao sobreRs˜ao: R,C,H(resp. de dimens˜ao1,2,4).
H ´ e uma ´ algebra com divis˜ ao
Temos:
q6= 0 se e somente se |q| 6= 0.
Ent˜ao, dadoq6= 0, temos
q q¯
|q|2 = 1, isto ´e,
q−1= q¯
|q|2.
Ferdinand G. Frobenius (1849-1917).
Teorema (Frobenius1878) As ´algebras associativas com divis˜ao sobreRs˜ao: R,C,H(resp. de dimens˜ao1,2,4).
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H ´ e uma ´ algebra com divis˜ ao
Temos:
q6= 0 se e somente se |q| 6= 0.
Ent˜ao, dadoq6= 0, temos
q q¯
|q|2 = 1, isto ´e,
q−1= q¯
|q|2.
Teorema (Frobenius1878) As ´algebras associativas com divis˜ao sobreRs˜ao: R,C,H(resp. de dimens˜ao1,2,4).
Os octˆ onions e o Teorema de Hurwitz
Os octˆonions formam uma ´algebra real normada com divis˜ao de dimens˜ao 8 que n˜ao ´e comutativa nem associativa.
John T.Graves(colega de Hamilton do tempo de estudante) os descobriu em 1843, mas o primeiro a publicar sobre sua existˆencia foi ArthurCayley, em 1845. O correspondente “teorema dos oito quadrados” j´a fora descoberto por C. F.Degenem 1818.
Adolf Hurwitz (1859-1919).
Teorema (Hurwitz1898) As ´algebras normadas com divis˜ao sobreRs˜ao: R,C,H,O(resp. de dimens˜ao1,2,4,8).
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Os octˆ onions e o Teorema de Hurwitz
Os octˆonions formam uma ´algebra real normada com divis˜ao de dimens˜ao 8 que n˜ao ´e comutativa nem associativa. John T.Graves(colega de Hamilton do tempo de estudante) os descobriu em 1843, mas o primeiro a publicar sobre sua existˆencia foi ArthurCayley, em 1845.
O correspondente “teorema dos oito quadrados” j´a fora descoberto por C. F.Degenem 1818.
Adolf Hurwitz (1859-1919).
Teorema (Hurwitz1898) As ´algebras normadas com divis˜ao sobreRs˜ao: R,C,H,O(resp. de dimens˜ao1,2,4,8).
Os octˆ onions e o Teorema de Hurwitz
Os octˆonions formam uma ´algebra real normada com divis˜ao de dimens˜ao 8 que n˜ao ´e comutativa nem associativa. John T.Graves(colega de Hamilton do tempo de estudante) os descobriu em 1843, mas o primeiro a publicar sobre sua existˆencia foi ArthurCayley, em 1845. O correspondente “teorema dos oito quadrados” j´a fora descoberto por C. F.Degenem 1818.
Adolf Hurwitz (1859-1919).
Teorema (Hurwitz1898) As ´algebras normadas com divis˜ao sobreRs˜ao: R,C,H,O(resp. de dimens˜ao1,2,4,8).
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Os octˆ onions e o Teorema de Hurwitz
Os octˆonions formam uma ´algebra real normada com divis˜ao de dimens˜ao 8 que n˜ao ´e comutativa nem associativa. John T.Graves(colega de Hamilton do tempo de estudante) os descobriu em 1843, mas o primeiro a publicar sobre sua existˆencia foi ArthurCayley, em 1845. O correspondente “teorema dos oito quadrados” j´a fora descoberto por C. F.Degenem 1818.
Adolf Hurwitz (1859-1919).
Teorema (Hurwitz1898) As ´algebras normadas com divis˜ao sobreRs˜ao: R,C,H,O(resp. de dimens˜ao1,2,4,8).
A representa¸ c˜ ao complexa bi-dimensional dos quat´ ernions
Escrevamos
q=a+bi+cj+dk
=a+bi+j(c−di)
=α+jβ onde
α=a+bi, β=c−di ∈C. Ent˜ao
q1q2= (α1+jβ1)(α2+jβ2)
=α1α2+jβ1jβ2+jβ1α2+α1jβ2
= (α1α2−β¯1β2) +j(β1α2+ ¯α1β2)
Aqui usamos queβj=jβ, etc. Estamos portanto considerando¯ Hcomo espa¸co vetorial`a direitasobreC. Neste sentido, a multiplica¸c˜ao `a esquerda de H=C2por um quat´ernion torna-seC-linear:
H→End(C2), q7→Lq. De fato,
Lq(xi) =q(xi) = (qx)i=Lq(x)i ondeq,x∈H.
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A representa¸ c˜ ao complexa bi-dimensional dos quat´ ernions
Escrevamos
q=a+bi+cj+dk
=a+bi+j(c−di)
=α+jβ onde
α=a+bi, β=c−di ∈C. Ent˜ao
q1q2= (α1+jβ1)(α2+jβ2)
=α1α2+jβ1jβ2+jβ1α2+α1jβ2
= (α1α2−β¯1β2) +j(β1α2+ ¯α1β2)
Aqui usamos queβj=jβ, etc. Estamos portanto considerando¯ Hcomo espa¸co vetorial`a direitasobreC. Neste sentido, a multiplica¸c˜ao `a esquerda de H=C2por um quat´ernion torna-seC-linear:
H→End(C2), q7→Lq. De fato,
Lq(xi) =q(xi) = (qx)i=Lq(x)i ondeq,x∈H.
A representa¸ c˜ ao complexa bi-dimensional dos quat´ ernions
Escrevamos
q=a+bi+cj+dk
=a+bi+j(c−di)
=α+jβ onde
α=a+bi, β=c−di ∈C. Ent˜ao
q1q2= (α1+jβ1)(α2+jβ2)
=α1α2+jβ1jβ2+jβ1α2+α1jβ2
= (α1α2−β¯1β2) +j(β1α2+ ¯α1β2)
Aqui usamos queβj=jβ, etc. Estamos portanto considerando¯ Hcomo espa¸co vetorial`a direitasobreC. Neste sentido, a multiplica¸c˜ao `a esquerda de H=C2por um quat´ernion torna-seC-linear:
H→End(C2), q7→Lq. De fato,
Lq(xi) =q(xi) = (qx)i=Lq(x)i ondeq,x∈H.
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A representa¸ c˜ ao complexa bi-dimensional dos quat´ ernions
Escrevamos
q=a+bi+cj+dk
=a+bi+j(c−di)
=α+jβ
onde
α=a+bi, β=c−di ∈C. Ent˜ao
q1q2= (α1+jβ1)(α2+jβ2)
=α1α2+jβ1jβ2+jβ1α2+α1jβ2
= (α1α2−β¯1β2) +j(β1α2+ ¯α1β2)
Aqui usamos queβj=jβ, etc. Estamos portanto considerando¯ Hcomo espa¸co vetorial`a direitasobreC. Neste sentido, a multiplica¸c˜ao `a esquerda de H=C2por um quat´ernion torna-seC-linear:
H→End(C2), q7→Lq. De fato,
Lq(xi) =q(xi) = (qx)i=Lq(x)i ondeq,x∈H.
A representa¸ c˜ ao complexa bi-dimensional dos quat´ ernions
Escrevamos
q=a+bi+cj+dk
=a+bi+j(c−di)
=α+jβ onde
α=a+bi, β=c−di ∈C.
Ent˜ao
q1q2= (α1+jβ1)(α2+jβ2)
=α1α2+jβ1jβ2+jβ1α2+α1jβ2
= (α1α2−β¯1β2) +j(β1α2+ ¯α1β2)
Aqui usamos queβj=jβ, etc. Estamos portanto considerando¯ Hcomo espa¸co vetorial`a direitasobreC. Neste sentido, a multiplica¸c˜ao `a esquerda de H=C2por um quat´ernion torna-seC-linear:
H→End(C2), q7→Lq. De fato,
Lq(xi) =q(xi) = (qx)i=Lq(x)i ondeq,x∈H.
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A representa¸ c˜ ao complexa bi-dimensional dos quat´ ernions
Escrevamos
q=a+bi+cj+dk
=a+bi+j(c−di)
=α+jβ onde
α=a+bi, β=c−di ∈C. Ent˜ao
q1q2= (α1+jβ1)(α2+jβ2)
=α1α2+jβ1jβ2+jβ1α2+α1jβ2
= (α1α2−β¯1β2) +j(β1α2+ ¯α1β2)
Aqui usamos queβj=jβ, etc. Estamos portanto considerando¯ Hcomo espa¸co vetorial`a direitasobreC. Neste sentido, a multiplica¸c˜ao `a esquerda de H=C2por um quat´ernion torna-seC-linear:
H→End(C2), q7→Lq. De fato,
Lq(xi) =q(xi) = (qx)i=Lq(x)i ondeq,x∈H.
A representa¸ c˜ ao complexa bi-dimensional dos quat´ ernions
Escrevamos
q=a+bi+cj+dk
=a+bi+j(c−di)
=α+jβ onde
α=a+bi, β=c−di ∈C. Ent˜ao
q1q2= (α1+jβ1)(α2+jβ2)
=α1α2+jβ1jβ2+jβ1α2+α1jβ2
= (α1α2−β¯1β2) +j(β1α2+ ¯α1β2)
Aqui usamos queβj=jβ, etc. Estamos portanto considerando¯ Hcomo espa¸co vetorial`a direitasobreC. Neste sentido, a multiplica¸c˜ao `a esquerda de H=C2por um quat´ernion torna-seC-linear:
H→End(C2), q7→Lq. De fato,
Lq(xi) =q(xi) = (qx)i=Lq(x)i ondeq,x∈H.
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A representa¸ c˜ ao complexa bi-dimensional dos quat´ ernions
Escrevamos
q=a+bi+cj+dk
=a+bi+j(c−di)
=α+jβ onde
α=a+bi, β=c−di ∈C. Ent˜ao
q1q2= (α1+jβ1)(α2+jβ2)
=α1α2+jβ1jβ2+jβ1α2+α1jβ2
= (α1α2−β¯1β2) +j(β1α2+ ¯α1β2) Aqui usamos queβj=jβ, etc.¯
Estamos portanto considerandoHcomo espa¸co vetorial`a direitasobreC. Neste sentido, a multiplica¸c˜ao `a esquerda de H=C2por um quat´ernion torna-seC-linear:
H→End(C2), q7→Lq. De fato,
Lq(xi) =q(xi) = (qx)i=Lq(x)i ondeq,x∈H.
A representa¸ c˜ ao complexa bi-dimensional dos quat´ ernions
Escrevamos
q=a+bi+cj+dk
=a+bi+j(c−di)
=α+jβ onde
α=a+bi, β=c−di ∈C. Ent˜ao
q1q2= (α1+jβ1)(α2+jβ2)
=α1α2+jβ1jβ2+jβ1α2+α1jβ2
= (α1α2−β¯1β2) +j(β1α2+ ¯α1β2)
Aqui usamos queβj=jβ, etc. Estamos portanto considerando¯ Hcomo espa¸co vetorial`a direitasobreC.
Neste sentido, a multiplica¸c˜ao `a esquerda de H=C2por um quat´ernion torna-seC-linear:
H→End(C2), q7→Lq. De fato,
Lq(xi) =q(xi) = (qx)i=Lq(x)i ondeq,x∈H.
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A representa¸ c˜ ao complexa bi-dimensional dos quat´ ernions
Escrevamos
q=a+bi+cj+dk
=a+bi+j(c−di)
=α+jβ onde
α=a+bi, β=c−di ∈C. Ent˜ao
q1q2= (α1+jβ1)(α2+jβ2)
=α1α2+jβ1jβ2+jβ1α2+α1jβ2
= (α1α2−β¯1β2) +j(β1α2+ ¯α1β2)
Aqui usamos queβj=jβ, etc. Estamos portanto considerando¯ Hcomo espa¸co vetorial`a direitasobreC. Neste sentido, a multiplica¸c˜ao `a esquerda de H=C2por um quat´ernion torna-seC-linear:
H→End(C2), q7→Lq.
De fato,
Lq(xi) =q(xi) = (qx)i=Lq(x)i ondeq,x∈H.
A representa¸ c˜ ao complexa bi-dimensional dos quat´ ernions
Escrevamos
q=a+bi+cj+dk
=a+bi+j(c−di)
=α+jβ onde
α=a+bi, β=c−di ∈C. Ent˜ao
q1q2= (α1+jβ1)(α2+jβ2)
=α1α2+jβ1jβ2+jβ1α2+α1jβ2
= (α1α2−β¯1β2) +j(β1α2+ ¯α1β2)
Aqui usamos queβj=jβ, etc. Estamos portanto considerando¯ Hcomo espa¸co vetorial`a direitasobreC. Neste sentido, a multiplica¸c˜ao `a esquerda de H=C2por um quat´ernion torna-seC-linear:
H→End(C2), q7→Lq. De fato,
Lq(xi) =q(xi) = (qx)i=Lq(x)i ondeq,x∈H.
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A representa¸ c˜ ao bi-dimensional complexa dos quat´ ernions, II
Tomemos a base{1,j}deHsobreC,q=α+jβ, e calculemos: (α+jβ)·1 =α+jβ
(α+jβ)·j=−β¯+jα¯ Assim obtemos a representa¸c ao matricial
Lq=
α −β¯ β α¯
.
AquiL1=I e a associatividade deHd´a Lq1q2 =Lq1Lq2
Logo temos um homomorfismo de grupos
q7→Lq, H×→GL(2,C),
ondeH×denote o grupo multiplicativo dos quat´ernions n˜ao-nulos.
A representa¸ c˜ ao bi-dimensional complexa dos quat´ ernions, II
Tomemos a base{1,j}deHsobreC,q=α+jβ, e calculemos:
(α+jβ)·1 =α+jβ (α+jβ)·j=−β¯+jα¯ Assim obtemos a representa¸c ao matricial
Lq=
α −β¯ β α¯
.
AquiL1=I e a associatividade deHd´a Lq1q2 =Lq1Lq2
Logo temos um homomorfismo de grupos
q7→Lq, H×→GL(2,C),
ondeH×denote o grupo multiplicativo dos quat´ernions n˜ao-nulos.
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A representa¸ c˜ ao bi-dimensional complexa dos quat´ ernions, II
Tomemos a base{1,j}deHsobreC,q=α+jβ, e calculemos:
(α+jβ)·1 =α+jβ (α+jβ)·j=−β¯+jα¯ Assim obtemos a representa¸c ao matricial
Lq=
α −β¯ β α¯
.
AquiL1=I e a associatividade deHd´a Lq1q2 =Lq1Lq2
Logo temos um homomorfismo de grupos
q7→Lq, H×→GL(2,C),
ondeH×denote o grupo multiplicativo dos quat´ernions n˜ao-nulos.
A representa¸ c˜ ao bi-dimensional complexa dos quat´ ernions, II
Tomemos a base{1,j}deHsobreC,q=α+jβ, e calculemos:
(α+jβ)·1 =α+jβ (α+jβ)·j=−β¯+jα¯ Assim obtemos a representa¸c ao matricial
Lq=
α −β¯ β α¯
.
AquiL1=I e a associatividade deHd´a Lq1q2 =Lq1Lq2
Logo temos um homomorfismo de grupos
q7→Lq, H×→GL(2,C),
ondeH×denote o grupo multiplicativo dos quat´ernions n˜ao-nulos.
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Os quat´ ernions unit´ arios
Os quat´ernions de norma 1 formam um conjunto difeomorfo `a esferaS3:
S3={(a,b,c,d)∈R4 : a2+b2+c2+d2= 1}
={q∈H : |q|= 1}
={(α, β)∈C2 : |α|2+|β|2= 1}.
Como a norma ´e multiplicativa,S3forma um subgrupo deH×
.
Temos ϕ:S3→SU(2), ϕ(q) =Lq,
pois
ϕ(q)ϕ(q)∗=
α −β¯ β α¯
¯ α β¯
−β α
= 1 0
0 1
e
detϕ(q) = det
α −β¯ β α¯
=|α|2+|β|2= 1.
E f´´ acil ver queϕ´e bijetora e cont´ınua, portanto, um homeomorfismo (j´a que S3´e compacto) e um isomorfismo de grupos.
Os quat´ ernions unit´ arios
Os quat´ernions de norma 1 formam um conjunto difeomorfo `a esferaS3:
S3={(a,b,c,d)∈R4 : a2+b2+c2+d2= 1}
={q∈H : |q|= 1}
={(α, β)∈C2 : |α|2+|β|2= 1}.
Como a norma ´e multiplicativa,S3forma um subgrupo deH×
.
Temos ϕ:S3→SU(2), ϕ(q) =Lq,
pois
ϕ(q)ϕ(q)∗=
α −β¯ β α¯
¯ α β¯
−β α
= 1 0
0 1
e
detϕ(q) = det
α −β¯ β α¯
=|α|2+|β|2= 1.
E f´´ acil ver queϕ´e bijetora e cont´ınua, portanto, um homeomorfismo (j´a que S3´e compacto) e um isomorfismo de grupos.
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Os quat´ ernions unit´ arios
Os quat´ernions de norma 1 formam um conjunto difeomorfo `a esferaS3: S3={(a,b,c,d)∈R4 : a2+b2+c2+d2= 1}
={q∈H : |q|= 1}
={(α, β)∈C2 : |α|2+|β|2= 1}.
Como a norma ´e multiplicativa,S3forma um subgrupo deH×
.
Temos ϕ:S3→SU(2), ϕ(q) =Lq,
pois
ϕ(q)ϕ(q)∗=
α −β¯ β α¯
¯ α β¯
−β α
= 1 0
0 1
e
detϕ(q) = det
α −β¯ β α¯
=|α|2+|β|2= 1.
E f´´ acil ver queϕ´e bijetora e cont´ınua, portanto, um homeomorfismo (j´a que S3´e compacto) e um isomorfismo de grupos.
Os quat´ ernions unit´ arios
Os quat´ernions de norma 1 formam um conjunto difeomorfo `a esferaS3: S3={(a,b,c,d)∈R4 : a2+b2+c2+d2= 1}
={q∈H : |q|= 1}
={(α, β)∈C2 : |α|2+|β|2= 1}.
Como a norma ´e multiplicativa,S3forma um subgrupo deH×
.
Temos ϕ:S3→SU(2), ϕ(q) =Lq,
pois
ϕ(q)ϕ(q)∗=
α −β¯ β α¯
¯ α β¯
−β α
= 1 0
0 1
e
detϕ(q) = det
α −β¯ β α¯
=|α|2+|β|2= 1.
E f´´ acil ver queϕ´e bijetora e cont´ınua, portanto, um homeomorfismo (j´a que S3´e compacto) e um isomorfismo de grupos.
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Os quat´ ernions unit´ arios
Os quat´ernions de norma 1 formam um conjunto difeomorfo `a esferaS3: S3={(a,b,c,d)∈R4 : a2+b2+c2+d2= 1}
={q∈H : |q|= 1}
={(α, β)∈C2 : |α|2+|β|2= 1}.
Como a norma ´e multiplicativa,S3forma um subgrupo deH×.
Temos ϕ:S3→SU(2), ϕ(q) =Lq,
pois
ϕ(q)ϕ(q)∗=
α −β¯ β α¯
¯ α β¯
−β α
= 1 0
0 1
e
detϕ(q) = det
α −β¯ β α¯
=|α|2+|β|2= 1.
E f´´ acil ver queϕ´e bijetora e cont´ınua, portanto, um homeomorfismo (j´a que S3´e compacto) e um isomorfismo de grupos.
Os quat´ ernions unit´ arios
Os quat´ernions de norma 1 formam um conjunto difeomorfo `a esferaS3: S3={(a,b,c,d)∈R4 : a2+b2+c2+d2= 1}
={q∈H : |q|= 1}
={(α, β)∈C2 : |α|2+|β|2= 1}.
Como a norma ´e multiplicativa,S3forma um subgrupo deH×. Temos ϕ:S3→SU(2), ϕ(q) =Lq,
pois
ϕ(q)ϕ(q)∗=
α −β¯ β α¯
¯ α β¯
−β α
= 1 0
0 1
e
detϕ(q) = det
α −β¯ β α¯
=|α|2+|β|2= 1.
E f´´ acil ver queϕ´e bijetora e cont´ınua, portanto, um homeomorfismo (j´a que S3´e compacto) e um isomorfismo de grupos.
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Os quat´ ernions unit´ arios
Os quat´ernions de norma 1 formam um conjunto difeomorfo `a esferaS3: S3={(a,b,c,d)∈R4 : a2+b2+c2+d2= 1}
={q∈H : |q|= 1}
={(α, β)∈C2 : |α|2+|β|2= 1}.
Como a norma ´e multiplicativa,S3forma um subgrupo deH×. Temos ϕ:S3→SU(2), ϕ(q) =Lq,
pois
ϕ(q)ϕ(q)∗=
α −β¯ β α¯
¯ α β¯
−β α
= 1 0
0 1
e
detϕ(q) = det
α −β¯ β α¯
=|α|2+|β|2= 1.
E f´´ acil ver queϕ´e bijetora e cont´ınua, portanto, um homeomorfismo (j´a que S3´e compacto) e um isomorfismo de grupos.
Os quat´ ernions unit´ arios
Os quat´ernions de norma 1 formam um conjunto difeomorfo `a esferaS3: S3={(a,b,c,d)∈R4 : a2+b2+c2+d2= 1}
={q∈H : |q|= 1}
={(α, β)∈C2 : |α|2+|β|2= 1}.
Como a norma ´e multiplicativa,S3forma um subgrupo deH×. Temos ϕ:S3→SU(2), ϕ(q) =Lq,
pois
ϕ(q)ϕ(q)∗=
α −β¯ β α¯
¯ α β¯
−β α
= 1 0
0 1
e
detϕ(q) = det
α −β¯ β α¯
=|α|2+|β|2= 1.
E f´´ acil ver queϕ´e bijetora e cont´ınua, portanto, um homeomorfismo (j´a que S3´e compacto) e um isomorfismo de grupos.
11 / 29
Os quat´ ernions unit´ arios
Os quat´ernions de norma 1 formam um conjunto difeomorfo `a esferaS3: S3={(a,b,c,d)∈R4 : a2+b2+c2+d2= 1}
={q∈H : |q|= 1}
={(α, β)∈C2 : |α|2+|β|2= 1}.
Como a norma ´e multiplicativa,S3forma um subgrupo deH×. Temos ϕ:S3→SU(2), ϕ(q) =Lq,
pois
ϕ(q)ϕ(q)∗=
α −β¯ β α¯
¯ α β¯
−β α
= 1 0
0 1
e
detϕ(q) = det
α −β¯ β α¯
=|α|2+|β|2= 1.
E f´´ acil ver queϕ´e bijetora e cont´ınua, portanto, um homeomorfismo (j´a que S3´e compacto) e um isomorfismo de grupos.
Rota¸c˜ oes de R
3(Cayley 1845)
Consideremos os quat´ernions puramente imagin´arios:
=H={q∈H| <q= 0} ∼=R3.
Sejamu=u1i+u2j+u3k,v =v1i+v2j+v3k∈ =H. Ent˜ao
uv=−(u1v1+u2v2+u3v3) + (u2v3−u3v2)i+ (u3v1−u1v3)j+ (u1v2−u2v1)k
=−u·v+u×v Em particular,
u2=−|u|2=−1 parau∈ =H∩S3=S2.
12 / 29
Rota¸c˜ oes de R
3(Cayley 1845)
Consideremos os quat´ernions puramente imagin´arios:
=H={q∈H| <q= 0} ∼=R3. Sejamu=u1i+u2j+u3k,v =v1i+v2j+v3k∈ =H.
Ent˜ao
uv=−(u1v1+u2v2+u3v3) + (u2v3−u3v2)i+ (u3v1−u1v3)j+ (u1v2−u2v1)k
=−u·v+u×v Em particular,
u2=−|u|2=−1 parau∈ =H∩S3=S2.
Rota¸c˜ oes de R
3(Cayley 1845)
Consideremos os quat´ernions puramente imagin´arios:
=H={q∈H| <q= 0} ∼=R3. Sejamu=u1i+u2j+u3k,v =v1i+v2j+v3k∈ =H. Ent˜ao
uv=−(u1v1+u2v2+u3v3) + (u2v3−u3v2)i+ (u3v1−u1v3)j+ (u1v2−u2v1)k
=−u·v+u×v Em particular,
u2=−|u|2=−1 parau∈ =H∩S3=S2.
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Rota¸c˜ oes de R
3(Cayley 1845)
Consideremos os quat´ernions puramente imagin´arios:
=H={q∈H| <q= 0} ∼=R3. Sejamu=u1i+u2j+u3k,v =v1i+v2j+v3k∈ =H. Ent˜ao
uv=−(u1v1+u2v2+u3v3) + (u2v3−u3v2)i+ (u3v1−u1v3)j+ (u1v2−u2v1)k
=−u·v+u×v
Em particular,
u2=−|u|2=−1 parau∈ =H∩S3=S2.
Rota¸c˜ oes de R
3(Cayley 1845)
Consideremos os quat´ernions puramente imagin´arios:
=H={q∈H| <q= 0} ∼=R3. Sejamu=u1i+u2j+u3k,v =v1i+v2j+v3k∈ =H. Ent˜ao
uv=−(u1v1+u2v2+u3v3) + (u2v3−u3v2)i+ (u3v1−u1v3)j+ (u1v2−u2v1)k
=−u·v+u×v Em particular,
u2=−|u|2=−1 parau∈ =H∩S3=S2.
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Rota¸c˜ oes de R
3, II
Para cadaq∈S3ex∈H∼=R4, definamos ψ(q)x˜ =qxq−1.
Ent˜ao ˜ψ(q) ´e uma isometria deR4:
|ψ(q)x˜ |=|q||x||q|−1=|x|. ψ(q) fixa os pontos do subespa¸˜ coR·1⊂H:
ψ(q)a˜ =qaq−1=aqq−1=a paraa∈R.
ComoH=R·1⊕ =H=R⊕R3´e uma decomposi¸c˜ao ortogonal, agora ˜ψ(q) define uma isometriaψ(q) deR3:
ψ:S3→SO(3).
Rota¸c˜ oes de R
3, II
Para cadaq∈S3ex∈H∼=R4, definamos ψ(q)x˜ =qxq−1. Ent˜ao ˜ψ(q) ´e uma isometria deR4:
|ψ(q)x˜ |=|q||x||q|−1=|x|.
ψ(q) fixa os pontos do subespa¸˜ coR·1⊂H:
ψ(q)a˜ =qaq−1=aqq−1=a paraa∈R.
ComoH=R·1⊕ =H=R⊕R3´e uma decomposi¸c˜ao ortogonal, agora ˜ψ(q) define uma isometriaψ(q) deR3:
ψ:S3→SO(3).
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Rota¸c˜ oes de R
3, II
Para cadaq∈S3ex∈H∼=R4, definamos ψ(q)x˜ =qxq−1. Ent˜ao ˜ψ(q) ´e uma isometria deR4:
|ψ(q)x˜ |=|q||x||q|−1=|x|.
ψ(q) fixa os pontos do subespa¸˜ coR·1⊂H:
ψ(q)a˜ =qaq−1=aqq−1=a paraa∈R.
ComoH=R·1⊕ =H=R⊕R3´e uma decomposi¸c˜ao ortogonal, agora ˜ψ(q) define uma isometriaψ(q) deR3:
ψ:S3→SO(3).
Rota¸c˜ oes de R
3, II
Para cadaq∈S3ex∈H∼=R4, definamos ψ(q)x˜ =qxq−1. Ent˜ao ˜ψ(q) ´e uma isometria deR4:
|ψ(q)x˜ |=|q||x||q|−1=|x|.
ψ(q) fixa os pontos do subespa¸˜ coR·1⊂H:
ψ(q)a˜ =qaq−1=aqq−1=a paraa∈R.
ComoH=R·1⊕ =H=R⊕R3´e uma decomposi¸c˜ao ortogonal, agora ˜ψ(q) define uma isometriaψ(q) deR3:
ψ:S3→SO(3).
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Rota¸c˜ oes de R
3, III
Tomemos um quat´ernion da formaq= cosθ+usinθ, ondeu∈ =H∩S3.
Proposi¸c˜ao
ψ(q)´e uma rota¸c˜ao de ˆangulo2θ e eixo u.
Demonstra¸c˜ao. qcomuta comu, ent˜aoψ(q)u=u. Tomev⊥u, e ponha w=u×v. Ent˜ao, usando
uv=u×v =w =−vu e
uvu=u(vu) =u(−uv) =−u2v=v, n´os obtemos
ψ(q)v= (cosθ+usinθ)v(cosθ−usinθ)
=vcos2θ+uvsinθcosθ−uvusin2θ−vucosθsinθ
=vcos 2θ+wsin 2θ, como desejado.
Rota¸c˜ oes de R
3, III
Tomemos um quat´ernion da formaq= cosθ+usinθ, ondeu∈ =H∩S3. Proposi¸c˜ao
ψ(q)´e uma rota¸c˜ao de ˆangulo2θ e eixo u.
Demonstra¸c˜ao. qcomuta comu, ent˜aoψ(q)u=u. Tomev⊥u, e ponha w=u×v. Ent˜ao, usando
uv=u×v =w =−vu e
uvu=u(vu) =u(−uv) =−u2v=v, n´os obtemos
ψ(q)v= (cosθ+usinθ)v(cosθ−usinθ)
=vcos2θ+uvsinθcosθ−uvusin2θ−vucosθsinθ
=vcos 2θ+wsin 2θ, como desejado.
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Rota¸c˜ oes de R
3, III
Tomemos um quat´ernion da formaq= cosθ+usinθ, ondeu∈ =H∩S3. Proposi¸c˜ao
ψ(q)´e uma rota¸c˜ao de ˆangulo2θ e eixo u.
Demonstra¸c˜ao. qcomuta comu, ent˜aoψ(q)u=u.
Tomev⊥u, e ponha w=u×v. Ent˜ao, usando
uv=u×v =w =−vu e
uvu=u(vu) =u(−uv) =−u2v=v, n´os obtemos
ψ(q)v= (cosθ+usinθ)v(cosθ−usinθ)
=vcos2θ+uvsinθcosθ−uvusin2θ−vucosθsinθ
=vcos 2θ+wsin 2θ, como desejado.
Rota¸c˜ oes de R
3, III
Tomemos um quat´ernion da formaq= cosθ+usinθ, ondeu∈ =H∩S3. Proposi¸c˜ao
ψ(q)´e uma rota¸c˜ao de ˆangulo2θ e eixo u.
Demonstra¸c˜ao. qcomuta comu, ent˜aoψ(q)u=u. Tomev⊥u, e ponha w=u×v.
Ent˜ao, usando
uv=u×v =w =−vu e
uvu=u(vu) =u(−uv) =−u2v=v, n´os obtemos
ψ(q)v= (cosθ+usinθ)v(cosθ−usinθ)
=vcos2θ+uvsinθcosθ−uvusin2θ−vucosθsinθ
=vcos 2θ+wsin 2θ, como desejado.
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Rota¸c˜ oes de R
3, III
Tomemos um quat´ernion da formaq= cosθ+usinθ, ondeu∈ =H∩S3. Proposi¸c˜ao
ψ(q)´e uma rota¸c˜ao de ˆangulo2θ e eixo u.
Demonstra¸c˜ao. qcomuta comu, ent˜aoψ(q)u=u. Tomev⊥u, e ponha w=u×v. Ent˜ao, usando
uv=u×v =w =−vu
e
uvu=u(vu) =u(−uv) =−u2v=v, n´os obtemos
ψ(q)v= (cosθ+usinθ)v(cosθ−usinθ)
=vcos2θ+uvsinθcosθ−uvusin2θ−vucosθsinθ
=vcos 2θ+wsin 2θ, como desejado.
Rota¸c˜ oes de R
3, III
Tomemos um quat´ernion da formaq= cosθ+usinθ, ondeu∈ =H∩S3. Proposi¸c˜ao
ψ(q)´e uma rota¸c˜ao de ˆangulo2θ e eixo u.
Demonstra¸c˜ao. qcomuta comu, ent˜aoψ(q)u=u. Tomev⊥u, e ponha w=u×v. Ent˜ao, usando
uv=u×v =w =−vu e
uvu=u(vu) =u(−uv) =−u2v=v,
n´os obtemos
ψ(q)v= (cosθ+usinθ)v(cosθ−usinθ)
=vcos2θ+uvsinθcosθ−uvusin2θ−vucosθsinθ
=vcos 2θ+wsin 2θ, como desejado.
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Rota¸c˜ oes de R
3, III
Tomemos um quat´ernion da formaq= cosθ+usinθ, ondeu∈ =H∩S3. Proposi¸c˜ao
ψ(q)´e uma rota¸c˜ao de ˆangulo2θ e eixo u.
Demonstra¸c˜ao. qcomuta comu, ent˜aoψ(q)u=u. Tomev⊥u, e ponha w=u×v. Ent˜ao, usando
uv=u×v =w =−vu e
uvu=u(vu) =u(−uv) =−u2v=v, n´os obtemos
ψ(q)v= (cosθ+usinθ)v(cosθ−usinθ)
=vcos2θ+uvsinθcosθ−uvusin2θ−vucosθsinθ
=vcos 2θ+wsin 2θ, como desejado.
Rota¸c˜ oes de R
3, IV
Deduzimos que
ψ:S3→SO(3)
´e um homomorfismo cont´ınuo sobrejetor (pois toda rota¸c˜ao deR3tem um eixo).
Al´em disso, kerψ={±1}. Finalmente obtemos um isomorfismo de grupos e um homeomorfismo
SO(3)∼=S3/{±1}
(∼=RP3, ondeRP3´e o espa¸co de retas pela origem emR3; note que toda tal reta encontraS3em dois pontos, que s˜ao ant´ıpodas.)
“Uma rota¸c˜ao deR3´e uma quat´ernion unit´ario, a menos de multiplica¸c˜ao por
−1.”
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Rota¸c˜ oes de R
3, IV
Deduzimos que
ψ:S3→SO(3)
´e um homomorfismo cont´ınuo sobrejetor (pois toda rota¸c˜ao deR3tem um eixo). Al´em disso, kerψ={±1}.
Finalmente obtemos um isomorfismo de grupos e um homeomorfismo
SO(3)∼=S3/{±1}
(∼=RP3, ondeRP3´e o espa¸co de retas pela origem emR3; note que toda tal reta encontraS3em dois pontos, que s˜ao ant´ıpodas.)
“Uma rota¸c˜ao deR3´e uma quat´ernion unit´ario, a menos de multiplica¸c˜ao por
−1.”
Rota¸c˜ oes de R
3, IV
Deduzimos que
ψ:S3→SO(3)
´e um homomorfismo cont´ınuo sobrejetor (pois toda rota¸c˜ao deR3tem um eixo). Al´em disso, kerψ={±1}. Finalmente obtemos um isomorfismo de grupos e um homeomorfismo
SO(3)∼=S3/{±1}
(∼=RP3, ondeRP3´e o espa¸co de retas pela origem emR3; note que toda tal reta encontraS3em dois pontos, que s˜ao ant´ıpodas.)
“Uma rota¸c˜ao deR3´e uma quat´ernion unit´ario, a menos de multiplica¸c˜ao por
−1.”
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Deduzimos que
ψ:S3→SO(3)
´e um homomorfismo cont´ınuo sobrejetor (pois toda rota¸c˜ao deR3tem um eixo). Al´em disso, kerψ={±1}. Finalmente obtemos um isomorfismo de grupos e um homeomorfismo
SO(3)∼=S3/{±1}
(∼=RP3, ondeRP3´e o espa¸co de retas pela origem emR3; note que toda tal reta encontraS3em dois pontos, que s˜ao ant´ıpodas.)
“Uma rota¸c˜ao deR3´e uma quat´ernion unit´ario, a menos de multiplica¸c˜ao por
−1.”
Rota¸c˜ oes de R
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Deduzimos que
ψ:S3→SO(3)
´e um homomorfismo cont´ınuo sobrejetor (pois toda rota¸c˜ao deR3tem um eixo). Al´em disso, kerψ={±1}. Finalmente obtemos um isomorfismo de grupos e um homeomorfismo
SO(3)∼=S3/{±1}
(∼=RP3, ondeRP3´e o espa¸co de retas pela origem emR3; note que toda tal reta encontraS3em dois pontos, que s˜ao ant´ıpodas.)
“Uma rota¸c˜ao deR3´e uma quat´ernion unit´ario, a menos de multiplica¸c˜ao por
−1.”
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Teorema de Cartan-Dieudonn´ e
Teorema
Toda isometria deRnque fixa a origem ´e o produto de no m´aximo n reflex˜oes em hiperplanos pela origem.
Demonstra¸c˜ao. Por indu¸c˜ao sobren. O caso inicialn= 1 ´e f´acil, pois a ´unica isometria n˜ao-trivial deRque fixa a origem ´e uma reflex˜ao: x 7→ −x. Assumamos o resultado verdadeiro paran−1 e sejaT 6=I uma isometria de Rn comT(0) = 0.Tomemosv∈RncomTv=w 6=v. SejaRa reflex˜ao no hiperplano ortogonal au:=v−w. Ent˜aoTu=−u eRT fixa os pontos da reta gerada poru. AgoraRT deixa o hiperplanou⊥∼=Rn−1invariante. Pela hip´otese de indu¸c˜ao,RT|u⊥ ´e o produto de no m´aximon−1 reflex˜oes. Logo, T ´e o produto de no m´aximonreflex˜oes.