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TÍTULO: ESTUDO DO ÂNGULO PARA ATINGIR O VENTRE MUSCULAR NA REGIÃO VENTROGLÚTEA COM A UTILIZAÇÃO DE AGULHA COM 30 MM DE COMPRIMENTO
TÍTULO:
CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:
ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:
SUBÁREA: ENFERMAGEM SUBÁREA:
INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO INSTITUIÇÃO:
AUTOR(ES): ANDRÉIA APARECIDA DOS REIS CARVALHO AUTOR(ES):
ORIENTADOR(ES): WANA YEDA PARANHOS ORIENTADOR(ES):
PRÓ-REITORIA ADJUNTA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
PIBIC 2015/2016
FORMULÁRIO PARA RELATÓRIO FINAL
ORIENTADOR: Wana Yeda Paranhos
COORIENTADOR: Prof. Esp. Valclei A. Gandolpho Pereira Curso: Enfermagem E-mail: wana.paranhos@unicid.edu.br
Título do Projeto: Estudo do ângulo para atingir o ventre muscular na região
ventroglútea com a utilização de agulha com 30 mm de comprimento
Palavras-chave: 1. ventroglútea 2.intramuscular 3. Bolsista:
Voluntários: Andréia Aparecida Dos Reis Carvalho
1. Resumo
Introdução: A segurança do paciente é foco de atenção constante da
equipe de enfermagem e particularmente do enfermeiro. A busca por segurança no atendimento ao paciente, família e comunidade são contínuas com o objetivo de reduzir o risco de dano relacionado ao cuidado da saúde. Sob a ótica da segurança e com a cautela necessária à administração de medicamentos a revisão da técnica de administração de medicamentos por via intramuscular
ventroglútea tem mostrado a validade e a segurança que oferece na injeção de medicamentos na região muscular. A VG deveria ser a primeira escolha para o procedimento IM, porém os profissionais de Enfermagem relatam dificuldade na localização exata do sítio de punção por déficit no conhecimento do método para delimitá-lo, o que leva a insegurança na adoção da técnica, portanto na sua utilização. Objetivo: Nesta pesquisa em particular cujo título “estudo do ângulo e profundidade atingida pela agulha na região ventroglútea” foi determinar a angulação necessária para atingir o ventre muscular, proporcionadas pela utilização da agulha 0.8mm x 30mm. Justificativa: Incentivar a escolha da angulação que oferece maior garantia de atingir a região VG para administração de medicamentos por via intramuscular. Metodologia: O estudo é do tipo pesquisa exploratória realizada no laboratório de Anatomia da Universidade Cidade de São Paulo, a partir de uma análise exploratória de 12 peças anatômicas humanas compostas por quadril e coxa, puncionadas com agulha de tamanho 30 mm em angulação de 45° e 90°, segundo a técnica de demarcação de área proposta por Hochstetter (1954) e 90° para Meneses, Marques (2007). Os dados foram registrados em tabela e analisados estatisticamente. Resultado: Identificado variabilidade quanto ao local de depósito da medicação dependendo da técnica de demarcação adotada. A técnica de demarcação de área proposta por Meneses, Marques, permite o depósito da medicação na região ventroglútea com maior acurácia do que a técnica proposta por Hochstetter quanto utilizada à agulha 0.8mm x 30 mm. Conclusão: A demonstração dos dados e a constatação da diferença do alcance da agulha entre as técnicas reafirmaram o estudo realizado por (Meneses e Marques, 2007), que aponta esta demarcação do sitio de punção é uma alternativa segura para a administração de medicamentos por via intramuscular ventroglútea quando se utiliza a agulha 30 mm.
2. Introdução
A reavaliação de técnicas utilizadas nos procedimentos de e enfermagem tem acrescentado informações que oferecem vantagens, tanto para o profissional
quanto para o paciente. Uma das reavaliações trata da administração de medicamentos por via intramuscular em região ventroglútea (VG) e tem mostrado a segurança que se pode obter com seu uso.
Nesta pesquisa em particular se pretende demonstrar que a angulação pode interferir com o depósito da medicação no ventre muscular.
Amplamente utilizada na prática de assistência à saúde, a terapia medicamentosa IM envolve conhecimentos como anatomia, fisiologia, farmacologia, bioquímica e, apesar de aparentemente tratar-se de procedimento simples, está técnica pode acarretar complicações tais como lesões de necrose tecidual, contraturas musculares, fibroses e até perda de movimentos. Na atualidade, a região escolhida para a injeção de medicamentos IM é a dorso glúteo (DG), porém é uma região altamente vascularizada e inervada, o que aumenta consideravelmente a probabilidade de risco ao paciente.
A fim de buscar alternativas que possam minimizar as complicações relacionadas ao uso do músculo glúteo máximo, na aplicação IM, Von Hochstetter (HOCHSTETTER, 1954), identificou a região VG, um local constituído pelo músculo glúteo médio e glúteo mínimo, cobertos pelo glúteo máximo, que possui feixes musculares com direções que previnem o deslizamento do fármaco administrado em direção ao nervo isquiático, menor concentração de microrganismos patogênicos se comparada à região DG, o que a torna menos passível de contaminação com fezes e urina, principalmente em relação aos pacientes acamados.
A região VG não é a primeira escolha do profissional de enfermagem que administrará medicamentos porque existe resistência destes profissionais por falta de informações ou até mesmo pelo apego à técnica mais tradicional DG.
Este estudo está integrado a um projeto guarda – chuva sob o qual terá cinco frentes de pesquisa, intitulado Estudo da região ventroglútea, cujo qual tem por objetivo, proporcionar-lhes uma visão mais clara e assertiva acerca da técnica de administração de injeções intramusculares (IM) na região VG e assegurar a eficácia e eficiência no uso desta região como principal local de terapia medicamentosa IM.
3. Objetivos
Determinar o ângulo e a profundidade de alcance da agulha de 30 mm para atingir o músculo na região ventroglútea com a utilização da demarcação do ponto de punção segundo a técnica de Hochstetter (1954) e Meneses, Marques (2007).
4. Métodos
O estudo é do tipo pesquisa exploratória realizada no laboratório de Anatomia da Universidade Cidade de São Paulo, a partir de uma amostra de conveniência de 12 peças anatômicas humanas compostas por quadril e coxa.
Foi realizada a punção das peças anatômicas com a agulha de 30 mm em angulação de 45° e 90° para a técnica de punção VG proposta por Hochstetter (1954) e 90º para a técnica proposta por Meneses e Marques (2007). Os dados foram registrados em tabela e enviados para realização de análise estatística. Utilizado o método de análise estatística – teste Univariada (ANOVA) e a pós análise de Duncan no programa estatístico SPSS.
5. Resultados
Os dados coletados foram organizados em tabela e demonstrados por colunas da seguinte forma: duas colunas para coleta de dados com uso da técnica de Hochstetter (1954) em angulação de 45° e 90°; um a coluna para coleta de dados com uso da técnica de Meneses e Marques (2007) em angulação de 90°.
A escolha de duas mensurações para a técnica de Hochstetter (1954) 45° e 90° e uma para Meneses e Marques (2007) 90°, foi ba seado nas angulações definidas pelos autores como corretas para cada modelo, tanto o tradicional de Hochstetter (1954) como o geométrico de Meneses e Marques (2007).
Tabela 1: Mensuração em centímetros do total de introdução da haste da agulha em relação à angulação da punção até o ponto de depósito da medicação no sitio (VG) ventrogluteo.
Peça Agulha Hochstetter
45° Hochstetter 90° Meneses e Marques 90° 1 0.8mmX30mm 1.7 1.0 1.0 2 0.8mmX30mm 2.5 2.5 2.0 3 0.8mmX30mm 1.6 2.3 1.5 4 0.8mmX30mm 1.9 2.5 1.4 5 0.8mmX30mm 2.1 2.5 1.8 6 0.8mmX30mm 2.4 2.4 1.7 7 0.8mmX30mm 1.7 2.5 1.6 8 0.8mmX30mm 2.5 2.5 2.5 9 0.8mmX30mm 2.5 2.5 2.1 10 0.8mmX30mm 2.3 2.4 2.5 11 0.8mmX30mm 2.5 2.5 2.5 12 0.8mmX30mm 2.5 2.5 2.5 Média - 2,2 2,3 1,9 Desvio Padrão - 0,4 0,4 0,5
LEGENDA: Média: Valor que aponta onde mais se concentram os dados de uma distribuição. Desvio Padrão: Avalia qual o grau de representação da média. Valor de P: Probabilidade de
efeito ou diferença observada
A utilização de Hoschstetter (1954) 45° e 90° foi i gual a 0,334809831 cujo significado mostra que não houve diferença significativa com valor de p>0,05.
A utilização de Hochstetter (1954) 45° e Meneses e Marques (2007) 90° mostrou-se igual a 0,166355905 porque o valor de p>0,05 o que indica que não houve diferença significativa.
No entanto a comparação entre Hochstetter (1954) 90° e Meneses e Marques (2007) 90° o resultado de 0,039931076 que m ostra que houve uma diferença significativa com valor de p<0,05. Desta forma considerou-se que a análise aponta uma diferença significativa na introdução da agulha entre a técnica de Hochstetter (1954) 90° e Meneses e Marques (2007 ) 90°.
6. Discussão
O resultado mostra que ao introduzir a agulha de 30 mm em um ângulo de 45° e 90° utilizando-se de um ponto de pu nção segundo a técnica
tradicional de Hochstetter (1954) e a técnica proposta por Meneses e Marques (2007) 90°a agulha atingirá o ventre muscular, poré m o fazem em profundidades diferentes.
Para atingir o ventre muscular com uso de agulha 30 mm foi necessária a introdução de 1,9 cm da agulha em ângulo de 90 graus na técnica de Meneses e Marques (2007) enquanto que na técnica proposta por Hochstetter (1954) o ventre muscular foi alcançado com a introdução em média entre 2,2 cm e 2,3 cm da agulha.
7. Conclusão
A demonstração dos dados e a constatação da diferença do alcance da agulha entre as técnicas reafirmaram o estudo realizado por (Meneses e Marques, 2007), que aponta esta demarcação do sitio de punção, uma alternativa segura para a administração de medicamentos por via intramuscular ventroglútea quando se utiliza a agulha 30 mm.
REFERÊNCIAS
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para aplicação da vacina dupla uso adulto. Rev Bras Enferm 1994; 47(3): 314-24.
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intramuscular. Rev Esc Enferm USP 1977; 11(3): 261-324.
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JUNQUEIRA, ALN. Anatomia Palpatória, Pelve e Membros Inferiores. Guanabara
Koogan. Mainardes KJ. Administração de medicamentos por via intramuscular - revisando uma prática farmacêutica (monografia). Maringá (PR): Centro de Ensino Superior de Maringá; 2004.
MENESES, Abel Silva de; MARQUES, Isaac Rosa.Injeção ventro-glútea, uma
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MENESES, Abel Silva de; MARQUES, Isaac Rosa. Proposta de um modelo de delimitação geométrica para a injeção ventro-glútea. Rev. bras. enferm., Brasília , v. 60, n. 5, p. 552-558, Oct. 2007.
MOORE KL, DALLEY AF. Anatomia orientada para a clínica. 4ª ed. Rio de
Janeiro (RJ): Guanabara koogan; 2001.
8 . Alterações realizadas em relação ao projeto original
Não se aplica.
9. Atividades Acadêmicas
XI Encontro de Iniciação Científica e II Encontro de Iniciação à Docência.
O aluno cumpriu todas as tarefas de acordo com o planejamento, tendo realizado o trabalho com dedicação e empenho.
São Paulo, de de 2016.
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