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Academic year: 2021

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TÍTULO: A SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO NA DANÇA DE SALÃO

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO

CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

ÁREA:

SUBÁREA: EDUCAÇÃO FÍSICA

SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO ÍTALO-BRASILEIRO

INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): DANIELA CARMO RODRIGUES NOGUEIRA, LUCAS PEREIRA DE SOUZA

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): CLAUDIA STEFANINI

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1 RESUMO

O estudo tem por objetivo verificar a importância das modalidades sensoriais na dança de salão. Para a prática da dança de salão, o casal deve se entreolhar, e evitar olhar para seus pés, o que faz com que se confie principalmente no sentido proprioceptivo. A sensação e percepção são mecanismos importantes para o processamento de informações, para a elaboração de respostas motoras. A sensação é entendida como sendo a recepção da informação advinda dos órgãos sensórias e sua aferência ao sistema nervoso central. Mas, para que possa ser processada, é necessário que haja o processo da percepção, que é a decodificação da informação sensorial. A recepção da informação deve ser da melhor forma possível, uma vez que todo o processo vai depender da captação da informação. Os sentidos disponíveis no processamento das habilidades motoras são a visão, o tato. A audição e a propriocepção. Para avaliar o desenvolvimento do sentido proprioceptivo em dançarinos e iniciantes, foi realizada uma pesquisa de campo com estudantes universitários já praticantes de dança de salão e com iniciantes na modalidade. O teste envolveu a dança do Zouk com a realização de um passo com os olhos vendados comparados à execução da habilidade com a visão, em uma Instituição de Ensino Superior particular de São Paulo. Os resultados apontam para o grupo de dançarinos utilizarem mais o sentido proprioceptivo do que o grupo dos iniciantes, devido à melhor consciência corporal na dança.

2 INTRODUÇÃO

O tema abordado no estudo pontua os sentidos que influenciam na execução dos movimentos da dança. O primeiro contato do corpo com mundo externo se dá pelos órgãos sensoriais. São quatro órgãos sensoriais que recebem os estímulos externos e, através da percepção, permitem responder ao estímulo de forma motora, mental ou emocional, que são: visão, audição, tato e propriocepção.

Sensação é a atividade neural disparada por um estímulo que ativa um receptor sensorial que promove impulsos nervosos sensoriais que chegam ao cérebro através de caminhos nervosos sensoriais (HAYWOOD; GETCHELL, 2004).

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Percepção é um processo que ocorre no cérebro e possui muitos estágios, envolvendo seleção, processamento, organização e integração das informações recebidas pelos sentidos (HAYWOOD; GETCHELL, 2004).

A interação entre sensação e percepção proporcionam ao dançarino cada vez mais habilidades complexas e movimentos eficazes.

Para Fonseca et al (2012), a dança de salão é uma forma de expressão dos sentimentos através dos movimentos. Os casais devem perceber as suas possibilidades motoras dentro do espaço disponível para interagir com os outros, e assim, podendo obter uma possibilidade de padrão espacial. A música, aliada aos fatores emocionais despertados pela dança, pode potencializar alterações positivas na relação corpo-mente, que pode, ainda, modificar a percepção corporal, tanto no seu aspecto proprioceptivo (esquema corporal), como emocional (imagem corporal).

Os dançarinos devem perceber o espaço disponível, os planos do movimento e interagir adequadamente com os casais que se deslocam no salão (BROWN et al, 2006 apud FONSECA et al, 2012).

Dançar é organizar os movimentos do corpo em um padrão espacial e isso se relaciona com a noção de espaço externo, cinestesia e campo visual. Para dançar é necessário ter postura adequada nas posições estáticas e dinâmicas típicas de cada ritmo, estar no ritmo da música, interagir adequadamente com os próprios movimentos de tronco, membros superiores e inferiores, com os do parceiro e com as pessoas à sua volta (RIED, 2004).

Para analisar e implementar a pesquisa de campo, realizou-se um estudo da participação sensorial em dois movimentos em dois estilos diferentes da dança. São eles: Zouk, com o passo Cambré e a Salsa, com o passo Básico.

No Zouk, o passo escolhido foi o Cambré. O Cambré consiste no cavalheiro de frente para a dama, com os joelhos semiflexionados, segurando com sua mão direita na escápula esquerda da dama, e com sua mão esquerda segurando na escápula direita dela, inclinando seu corpo um pouco para frente e para baixo em direção à dama. Dama de lado para o cavalheiro, com a perna direita de apoio atrás e a perna esquerda à frente tocando o solo com a meia

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ponta, faz uma hiperextensão de tronco, levando a cabeça para trás para acompanhar a curva do tronco. Cavalheiro segura a dama nessa posição.

Ao se analisar a participação sensorial, pode-se verificar que o tato, na ação do cavalheiro, é importante para a condução do movimento de hiperextensão que a dama fará e a mão que está nas costas dela dá ao cavalheiro a noção de força para segurá-la e ele poderá saber até onde pode permitir que ela se curve. Para a dama o tato é importante para que ela saiba que aquele momento é o de fazer o cambré. Saberá pelo toque do cavalheiro o quanto terá que se curvar e o momento de voltar à posição inicial do movimento. Ambos terão o contato com o solo, fazendo o apoio e transferência de peso no momento certo.

A visão é importante para o cavalheiro ver a posição da dama e manter os dois em equilíbrio na posição de cambré. Para a dama esse sentido não é utilizado na realização do movimento.

A audição para os dois é importante para saber o ritmo da música e realizar o movimento correto.

A propriocepção para o cavalheiro é importante para ter noção de espaço entre ele e a dama, pois ele a conduzirá na curvatura do corpo, o quanto será essa inclinação e por quanto tempo permanecerão nesta posição.

Para a Salsa o passo escolhido foi o básico, que consiste em ambos os parceiros estarem um de frente para o outro. Cavalheiro segurando com a mão esquerda na mão direita da dama, e a mão direita segurando escápula esquerda dela. Inicia o movimento das pernas com o cavalheiro dando um passo à frente com a perna esquerda e a dama acompanha dando um passo para trás com a perna direita e voltando à posição inicial. Repete o movimento, com a outra perna, cavalheiro dá um passo para trás com a perna direita e a dama dá um passo para frente com a esquerda e assim sucessivamente.

Na análise sensorial, o tato é importante para os dois terem a noção de espaço e para realizar o movimento em sincronia, para trás e para frente. Também utilizam no contato com o solo, para a marcação correta da pisada.

A visão auxilia os dois, para ter a noção espacial de um em relação ao outro.

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realizar de forma correta o movimento.

A propriocepção para o cavalheiro é importante dar a direção do movimento (para frente e para trás). E para a dama é importante para ela perceber com qual perna irá realizar o movimento, seguindo a condução do cavalheiro. Ambos utilizam o contato com o solo para realizar a marcação dos pés no movimento.

3 OBJETIVOS

O objetivo da pesquisa é analisar a importância dos órgãos sensoriais na dança de salão.

O objetivo secundário é verificar a relação da propriocepção com a prática da dança entre praticantes e iniciantes.

4 METODOLOGIA

O estudo tem uma abordagem qualitativa, na medida que procura identificar a importância de um fenômeno sobre outro. Apesar de expressar em valores.

O objetivo da presente pesquisa é explicativa, que é a pesquisa que visa identificar os fatores que contribuem para que os fenômenos ocorram. O tipo de pesquisa é a experimental, que é utilizada quando se determina um objeto de estudo, selecionam-se as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo definem-se as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto (GIL, 2008)

Para Fonseca (2002), os efeitos observados são relacionados com as variações nos estímulos, pois o propósito da pesquisa experimental é apreender as relações de causa e efeito ao eliminar explicações conflitantes das descobertas realizadas.

Segundo Teixeira (2001) na pesquisa experimental o pesquisador intervém de maneira ativa para obter os dados, ou seja, um fenômeno da realidade é produzido de forma controlada, com o objetivo de descobrir os fatores que o produzem ou que por ele são produzidos.

Participaram da pesquisa 10 casais, sendo 5 praticantes de dança de salão e 5 não praticantes, selecionados aleatoriamente, entre alunos do curso

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de graduação em Educação Física, de uma Instituição de Ensino Superior particular na zona sul da cidade de São Paulo.

O teste realizado foi a realização de um passo de de dança de salão, de uma dança selecionada. Primeiramente, com os olhos vendados e em seguida sem a venda.

Foram apresentados, em função da necessidade ética e sigilosa, o Termo Livre e Esclarecido e as normas e procedimentos para o andamento da pesquisa.

5 DESENVOLVIMENTO

A habilidade motora escolhida para a aplicação do teste na Dança de Salão foi o Cambré, da Dança Zouk.

O local selecionado foi específico para dança, onde entrou um casal por vez. Os demais permaneceram afastados para que não vissem e nem ouvissem o que estava acontecendo e não se influenciarem antecipadamente.

Os pesquisadores estavam munidos de duas filmadoras, para captar ângulos diferentes e material para anotações.

Inicialmente, o casal permanecia de olhos vendados e realizava o movimento enquanto o movimento era descrito verbalmente pelo pesquisador. Posteriormente, se repetia o processo, só que sem a venda nos olhos do casal. Primeiramente apresentaram-se os casais praticantes e depois os casais iniciantes.

O intuito do teste é verificar a consciência corporal dos participantes pelo sentido proprioceptivo e comparar os resultados entre praticantes e iniciantes, bem como comparar os resultados com e sem a visão.

Foram realizadas filmagens dos participantes para análise posterior pelos pesquisadores.

Para que a categorização fosse metódica, atribuiu-se notas de 0 a 5 em cada passo apresentado. Sendo assim, cada casal poderia obter o máximo de 5 pontos com a visão e 5 pontos sem a visão. Elaborou-se uma tabela e cada erro encontrado na execução foi tirado 0,25 pontos do casal.

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A partir dos testes realizados, pode-se obter os seguintes resultados abaixo.

Ao se observar os gráficos 1 e 2, pode-se concluir que os praticantes foram melhores que os iniciantes, o que era de se esperar, pois os praticantes já possuem familiaridade com a dança.

!

Gráfico 1 – Análise de propriocepção de casais dançarinos sem o uso da visão

!

Gráfico 2 – Análise de propriocepção de casais iniciantes sem o uso da visão

Essa diferença está expressa no gráfico 3, com a comparação entre praticantes, dançarinos e os iniciantes.

!

Praticantes - sem a visão

0 1 3 4 5

Dançarinos 1 Dançarinos 2 Dançarinos 3 Dançarinos 4 Dançarinos 5

2 4

4 5

5

Iniciantes - sem a visão

0 1 2 2 3

Iniciantes 1 Iniciantes 2 Iniciantes 3 Iniciantes 4 Iniciantes 5

1 3

2 3

3

Comparação: Praticantes X Iniciantes - sem a

visão

0 1 2 3 4 Dançarinos Iniciantes 2,2 3,9

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Gráfico 3 – Análise comparativa da propriocepção entre casais dançarinos e casais iniciantes sem o uso da visão.

Quando a instrução se deu com o uso da visão, pode-se observar no gráfico 4 que os praticantes, ou seja, os dançarinos, obtiveram um excelente resultado.

!

Gráfico 4 – Análise de propriocepção de casais dançarinos com o uso da visão

Mas, se compararmos o gráfico 1 com o gráfico 4, no gráfico 5 poderemos dizer que apenas o casal 5 obteve uma melhora muito significativa com o uso da visão em relação aos demais casais. Isso significa que os praticantes confiam em seu sentido proprioceptivo, que indica o posicionamento do corpo em movimento e o lugar onde está.

!

Gráfico 5 – Resultado geral dos praticantes dançarinos sem e com a visão

Ao se observar o gráfico 6, percebe-se que os iniciantes obtiveram uma significativa melhora na execução do movimento com a utilização da visão.

Praticantes - com a visão

0 1 2 3 4 5 6

Dançarinos 1 Dançarinos 2 Dançarinos 3 Dançarinos 4 Dançarinos 5

4,5 5 4,8 5 5

Praticantes - Geral

0 1,3 2,5 3,8 5

Dançarino 1 Dançarino 2 Dançarino 3 Dançarino 4 Dançarino 5

4,5 5 4,8 5 5 2 4 4 5 5 Sem visão Com visão

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!

Gráfico 6 – Análise de propriocepção de casais iniciantes com o uso da visão

Comparando-se os praticantes com os iniciantes utilizando a visão, observa-se que ambos os grupos estão praticamente com o mesmo resultado de execução.

!

Gráfico 7 – Análise comparativa da propriocepção entre casais dançarinos e casais iniciantes com o uso da visão.

E, por fim, ao se comparar o progresso do iniciante sem a visão e depois com a visão percebe-se que houve uma grande melhora, conforme demonstra o gráfico 8.

Iniciantes - com a visão

0 1,3 2,5 3,8 5

Iniciantes 1 Iniciantes 2 Iniciantes 3 Iniciantes 4 Iniciantes 5

4 4,8

4,3 5

4,5

Comparação: Praticantes X Iniciantes - com a visão

1 1,98 2,95 3,93 4,9 Dançarinos Iniciantes 4,5 4,85

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!

Gráfico 8 – Resultado geral dos iniciantes dançarinos sem e com a visão

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se apresentar a conclusão de que a visão tem significativa importância para ambos os grupos, praticantes e não praticantes de dança. Com a supressão da visão, mesmo os dançarinos que já tinham a vivência da dança e conheciam o movimento do passo “Cambré”, tiveram alguma dificuldade em executar o movimento sem o uso da visão, apenas com a propriocepção.

Segundo Magill (2000), a visão é considerada a fonte primária de informação, isto é, o indivíduo confiará primeiro na visão, diante de uma gama de informações sensoriais disponíveis. Por serem iniciantes, o sentido proprioceptivo ainda não está desenvolvido na dança. Portanto, os iniciantes dependem principalmente da visão para elaborarem suas respostas motoras.

Pode-se considerar, ainda, que a visão é determinante para a execução da habilidade motora ser bem-sucedida, uma vez que a propriocepção depende da prática na modalidade. A prática possibilita a aquisição da consciência corporal o que é significativo para o desenvolvimento do sentido proprioceptivo.

8 FONTES CONSULTADAS

FONSECA, C. C.; VECCHI, R. L.; GAMA; E. F. A influência da dança de salão na percepção corporal. Motriz, Rio Claro, v.18 n.1, p.200-207, jan./mar. 2012.

Iniciantes - geral

0 1,3 2,5 3,8 5

Iniciantes 1 Iniciantes 2 Iniciantes 3 Iniciantes 4 Iniciantes 5

4 4,8 4,3 5 4,5 1 3 2 3 3

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FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002.

GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

HAYWOOD, K. M., GETCHELL, N. Desenvolvimento motor ao longo da

vida. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.

MAGILL, R. A. Aprendizagem Motora: conceitos e aplicações. 5ª ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2000.

RIED, B. Fundamentos da Dança de Salão. Londrina: Midiograf, 2004.

TEIXEIRA, E. As Três Metodologias: acadêmica, da ciência e da pesquisa. Belém: UNAMA, 2001.

Referências

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