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A tessitura da professora católica em Campos/RJ

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A TESSITURA DA PROFESSORA CATÓLICA EM CAMPOS/RJ IVONE GOULART LOPES

Doutoranda em Educação, FE/PUC – Rio. E-mail – ivone.goulart@hotmail.com

Introdução

Compreender e explicar a existência histórica de uma ins-tituição educativa é, sem deixar de integrá-la na realidade mais ampla que é o sistema educativo, contextualizá-la, implicando-a no quadro de evolução de uma comunidade e de uma região, é por fim sistematizar e (re) escrever-lhe o itinerário de vida na sua multidimensional idade, conferin-do o senticonferin-do histórico (MAGALHÃES, 1996, p. 2).

Esta pesquisa dedica-se ao projeto educativo das Salesia-nas na escola normal em Campos, primeira escola normal das Fi-lhas de Maria Auxiliadora no Estado do Rio de Janeiro, nos anos 1937-1961, procura preservar do esquecimento pessoas e even-tos que construíram uma história educativa no interior fluminen-se. Busca entender a construção da identidade institucional, o seu programa institucional, (seu projeto educativo), “o trabalho reali-zado no/sobre o outro”, entendido dentro de uma transmissão de hábitos, costumes, valores e formas de ação e disposições adqui-ridas pelo processo de socialização no dizer de Dubet (2002) e de Dubar (1997).

Os caminhos trilhados por esta pesquisa buscam contribuir para a História e Historiografia da Educação Brasileira, par meio de uma abordagem sócio histórica, trazendo à luz, ao mesmo tempo, a singularidade e a totalidade, o micro e o macro; o individual e o co-letivo; os gestos, as expressões, a rede de relações desenvolvidas na Escola Normal do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, de Campos.

Ao balizar esta pesquisa busco situar a ação educativa da Igreja Católica no contexto de Campos/ RJ, Brasil, como também

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o Instituto das FMA, desde a fundação, vinda para o Brasil, para a cidade de Campos, para assim poder entender os passos que foram sendo dados nessa fase em relação à educação e à criação desta es-cola, e principalmente a criação do curso normal quando já havia outra escola normal pública na cidade e a lei não autorizava esta criação; aborda-se ainda a teoria do projeto educativo salesiano, os princípios, valores e crenças.

Procuro relacionar a atuação das religiosas na educação jun-to à juventude feminina, – mediante suas práticas, seus méjun-todos de ensino, seus saberes, ambiência, no âmbito do movimento católico e do processo de profissionalização docente na sociedade brasilei-ra, que ocorre sob o impacto do ideário da Escola Nova e impulsio-na um projeto de cientificização do campo da educação.

Gênese e Desenvolvimento do Colégio

O Colégio Nossa Senhora Auxiliadora de Campos é uma insti-tuição confessional, integrante do Instituto das Filhas de Maria Au-xiliadora [FMA], criado em 1872 em Mornese, Itália, e hoje sediado em Roma. Constitui, nele e com ele, uma “rede mundial de educação e solidariedade” inserida em múltiplos contextos culturais espalha-dos em 93 países espalha-dos cinco continentes, em 1.443 casas, num total de 13.877 religiosas e noviças (Elenco, v. 2, 2011). No Brasil estão presentes em 19 estados, com 949 religiosas e noviças trabalhando em 128 casas. Na Inspetoria Nossa Senhora da Penha, que abrange os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, estão em 11 presen-ças educativas, com um total de 62 religiosas.

Em 1940, quando a escola normal é equiparada ao Instituto de Educação, o número de Filhas de Maria Auxiliadora no Brasil era 522 e destes 325 da Inspetoria de São Paulo, que abrangia também as casas do Rio de Janeiro. No final desta pesquisa, 1961, as salesia-nas no Brasil já somam 1.315 e na Inspetoria Madre Mazzarello/BH são 292, destas 24 moram em Campos.

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A fundação do Colégio aconteceu em 18 de fevereiro de 1925, diante do anseio da sociedade local e atendendo ao pedido de Mon-senhor Henrique Cesar Fernandes Mourão/SDB, com o objetivo de fundar um colégio para meninas e moças. Para tal, foi adquirido um palacete e chácara de 24.000m2, no centro da cidade.

Das crônicas do Colégio que consultamos, transcrevemos al-gumas informações que nos fazem voltar aos dias distantes de 1925 em que as primeiras sete Irmãs destinadas a essa casa, iniciavam no devotamento de suas vidas e no “cuidado sobre os outros” (Dubet, 2002) a obra que hoje floresce. Em 1933 é criada a Associação das Ex-alunas. Em 13 de maio de 1934, foi concedida autorização para funcionamento do curso ginasial e, consequentemente, o de inspe-ção permanente em 1938 (reconhecimento) do Colégio, que passou a se chamar Ginásio Nossa Senhora Auxiliadora.

Foi um dos primeiros colégios do Brasil a instaurar o curso noturno primário gratuito (1937), iniciando o ano com 132 alunas e francos elogios de Lourenço Filho, então Diretor Geral do Deptº Nacional de Educação (Ofício/AGENNSAC).

As religiosas empenhadas na direção e administração de co-légios, hospitais e ‘obras de caridade’, acabam por criar uma área de certa autonomia e de exercício de alguma forma de poder. Dessas iniciativas, a mais carregada de efeitos para as mulheres foi a cria-ção de uma rede de escolas católicas, sob a direcria-ção e administracria-ção de religiosas. A criação de instituições de assistência aos doentes, às crianças, aos velhos constituiu a ocasião para muitas mulheres alargarem seu campo de atividade.

Vendo o exemplo das religiosas no magistério e ou em obras promocionais e o auxilio que elas deram para a elevação do nível cultural nas mulheres contribuiu para abrir as normalistas, uma perspectiva maior do mundo e rompendo progressivamente o enclausuramento feminino típico da sociedade rural tradicional. Consciente ou inconscientemente, as religiosas prepararam outras mulheres para contestarem o lugar que lhes era tradicionalmente

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atribuído na sociedade, ainda que continuasse a veicular em seu discurso religioso uma visão tradicional do papel social feminino.

A possibilidade de acederem às instâncias formais de educa-ção, sobretudo para as mulheres do interior, das fazendas, deveu-se em grande parte às escolas católicas e seus internatos, como vere-mos no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, pois não havia escolas normais nos lugarejos ou com facilidade de acesso, era necessário enviá-las a Campos, Niterói ou Rio de Janeiro e os pais não deixavam suas filhas em qualquer espaço, às vezes nem em casa de parentes.

A situação da mulher na sociedade influiu na marginalização da mulher na Igreja e na Vida Religiosa Consagrada. Mas “com o fôlego das profundezas, as mulheres irão buscar na pregação reli-giosa que aparentemente as vitima e cerceia, os mecanismos de re-sistência à exploração e ao sofrimento” (DEL PRIORE, 1988, p. 20). Desde o projeto de fundação há a intenção de formar professo-ras, no inicio oferecendo o pensionato, “destinado às alunas que, sen-do internas sen-do estabelecimento, queira, frequentar as aulas da Escola Normal, Lyceu de Humanidades” (O ESTADO, 06/01/1925) e assim que a escola se firmou, preferiram abrir o próprio curso normal. As Salesianas e o Curso Normal na Comunidade Campista

As irmãs salesianas ao requererem a instalação e funcio-namento de uma Escola Normal, buscavam manter de modo sa-tisfatório o seu integral funcionamento mediante três aspectos: a expansão/o fortalecimento do trabalho educacional das irmãs sale-sianas em Campos; o oferecimento de mais uma modalidade escolar, – o curso normal confessional – Campos já possuía a Escola Normal pública, que funcionava anexa ao Liceu de Humanidades; e a exigên-cia da legislação para o funcionamento de escolas particulares.

O Colégio Nossa Senhora Auxiliadora tem o reconhecimento da comunidade por sua tradição de educação religiosa e integral, privilegiando a dimensão humana e não só cognitiva.

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QUADRO – Fases/Periodização da Escola de Professoras anexa ao Gi-násio Nossa Senhora Auxiliadora

Fases/Período Anos Acontecimentos

1ª 1937 – 1940 Luta para a criação do Curso Normal.

2ª 1940 – 1944 Equiparação, início do curso para as alunas internas.

3ª 1945-1961

Entrada das alunas externas, pro-mulgação do Decreto-Lei 8.530 de 2 de janeiro de 1946 (Lei Orgânica do Ensino Normal) e da promulgação da LDB nº 4024 de 1961.

Fonte: Organizado por LOPES, 2012.

Esta escola formou, durante o período em estudo, 16 tur-mas, um total de 393 normalistas, conforme o Livro de matriculas, o Livro de Registro de Diplomas e as listas de concluintes confec-cionadas pelas secretárias da escola na época. Esta escola foi fre-quentada por moças de Campos, Macaé, São Fidelis, Cambuci, Nova Iguaçu, São João da Barra, Rio de Janeiro, Cantagalo, Niterói, Santo Antonio de Pádua, Bom Jesus de Itabapoana, Miracema, Quissaman, Natividade, Conceição de Macabú, Dores de Macabú, Santa Bárbara, Itaperuna, Bom Jardim, Casemiro de Abreu, Miracema, São Gonçalo, Silva Jardim, Cardoso Moreira, Lajes do Muriaé, Santa Maria Mada-lena, Alegre/ES, Muqui/ES, Mimoso do Sul/ES, São Pedro do Cal-çado/ES, João Pessoa/ES, Vitória/ES, Juiz de Fora/MG, Manhuaçu/ MG, Leopoldina/MG, Bom Sucesso/MG.

As quatro primeiras turmas foram formadas pelo Decre-to n. 714 de 10/3/1939 e as outras turmas sob o DecreDecre-to-Lei nº 8.530/46. Quanto ao percurso das professoras pode-se verificar que a maioria das egressas do Auxiliadora, 80,92 % seguiu a docên-cia no magistério primário, várias em universidades, daí se conclui que muitas realizaram outras estudos depois do curso normal.

A Irmã Maria José Pinheiro diretora do curso normal fez um relatório (PINHEIRO, 1947) à sua substituta contando todo trâmite

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para a instalação da escola, e por este relatório foi fácil levantar os documentos produzidos e encaminhados aos órgãos competentes e os que a escola recebeu de retorno a estes pedidos. Esse relatório trata com minúcias os aspectos para a autorização e instalação da Escola Normal. Outro documento é um memorial redigido em 24 de novembro de 1968 por Irmã Clara Moreira.

Pinheiro comenta no Relatório de 1947 que a maior difi-culdade inicial para a instalação do curso normal foi o Capítulo V, Art. 63 do Regulamento “Das Escolas Equiparadas”, o Governo poderá equiparar à Escola de professores dos Institutos de Edu-cação o estabelecimento de ensino secundário que, funcionando regularmente durante cinco anos, onde não exista estabelecimen-to daquela natureza, pública ou particular, se proponha adotar no seu plano de estudos, curso destinado à preparação técnica de pro-fessores primários. Na cidade de Campos já havia a Escola Normal oficial.

Logo após a Inspeção preliminar de 15 de março de 1934 e o inicio do Ginásio, a direção e irmãs do Colégio começaram a tra-mitação para conseguir a inspeção permanente e a implantação da Escola Normal. A Inspeção Permanente, Criação e Reconhecimento do Ginásio Nossa Senhora Auxiliadora sai publicada no Diário Ofi-cial de 18/10/1938, Decreto PresidenOfi-cial nº 3.184/38.

A escola iniciou uma “estratégia, uma tática” perante os ór-gãos públicos para conseguir implantar o curso normal. A direto-ra, Irmã Verônica Farronato envia ofício ao Interventor Federal do Estado do Rio de Janeiro, Dr. Ernani do Amaral Peixoto, em 12 de novembro de 1937. Envia os abaixo-assinados de pais e responsá-veis de alunas do “Colégio Nossa Senhora Auxiliadora” em 12 de novembro de 1937 com 101 assinaturas. No dia 20 de fevereiro de 1938, a diretora escreveu ao Secretário do Interior e em 12 de abril de 1939 foi realizada a vistoria e feito o relatório informativo da Inspetoria Regional. Alzira Colares Quitete dá parecer favorável ao Colégio: “Faz-se mister em Campos a existência de um

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Estabeleci-mento Normal com internato, onde se possam matricular as candi-datas residentes nas cidades que lhe ficam próximas”.

Em 22 de julho de 1940 o bispo de Campos, Dom Octaviano Pereira de Albuquerque escreveu ao Interventor do Estado do Rio, Comandante Ernani do Amaral Peixoto.

Após estas pressões, em 1940, o Colégio tem seu Curso Nor-mal equiparado à Escola de Professores do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, mas somente para alunas internas conforme o Decreto Lei nº 145/40 da Secretaria de Educação e Saúde, publica-do no Diário Oficial de 13/09/1940.

Assim que o Curso Normal foi equiparado, só para alunas internas, logo em seguida reinicia a luta para mudar este Art. 2 do Decreto-Lei nº 145, de 12 de Setembro de 1940. Enviam ao inter-ventor Ernani do Amaral Peixoto um “Memorial” que é escrito por Esmeraldo Delorme Baptista em 21 de Novembro de 1940, e as-sinado pelas autoridades da cidade: Arcebispo, Prefeito, Delegado regional, Juiz de Direito, Juiz Criminal, Escola de Direito, Sindicato Agrícola, Sindicato de açúcar e álcool, procurador geral e promotor de justiça.

Pedidos de ampliação do Decreto continuaram sendo trami-tados entre a escola e o interventor: Oficio da Ir. Ondina de Souza Santos dia11/02/1942 e de Ir. Benedita Braga em 26 de Outubro de 1943.

A 24 de outubro de 1944 a Escola recebeu a visita do Dr. Aldo Muyllaert, era ex-aluno do Instituto de Educação de Campos, mostrou que não aprovava o funcionamento da escola, disse que Campos não comportava duas Escolas de Professores, tanto que no Instituto a matrícula ainda não estava completa (MUYLLAERT, A. Livro de Termo de Visitas, 24/10/1944).

A escola vai à luta, envia telegrama seguido de 41 assinatu-ras das alunas em oito de dezembro de 1944. O Telegrama foi acom-panhado de um pedido político do Sr. Romualdo Monteiro de Bar-ros, pai de uma das alunas que desejava fazer o curso normal, como

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realmente fez (concluiu em 1946). Aí sai o despacho do interventor no DIÁRIO OFICIAL RJ, de 12 de janeiro de 1945.

A ex-professora Garça ao ser interrogada sobre o programa de ensino da escola normal do Auxiliadora, disse: “O programa de ensino era próprio da época, com uma forte influência da “Escola Nova”. “Canário” acrescenta que “O método usado era o indutivo, eu explicava, mas eu procurava saber das alunas o que elas tinham noção daquilo que eu ia falar”. Geralmente eu solicitava que elas fossem à biblioteca para fazer uma pesquisa antes.” A Gérbera co-mentou: “O programa de ensino, no meu entender, era estandardi-zado. Era o mesmo de todas as escolas”.

O Trabalho sobre o Outro: Programa Institucional em Dubet e Projeto Educativo Salesiano

Dubet em seu livro, El declive de la institución (2002), traz como tema central o trabalho realizado no/sobre o outro, enten-dido dentro de uma transmissão de hábitos, costumes, valores e formas de ação e disposições adquiridas pelo processo de socia-lização. Para ele, o programa institucional da modernidade seria a tentativa de combinar socialização dos indivíduos e formação de um sujeito em torno de valores universais, para articular a sua inte-gração social e sistêmica na sociedade.

A categoria de trabalho sobre o outro não só nos parece explicativa de certas especificidades da profissão docente, como é sugestiva a diferenciação que Dubet estabelece entre os professo-res primários (instituteurs) e os professoprofesso-res secundários (profes-seurs). Sob o influxo do ideário da Escola Nova, que trouxe a criança para o centro da escola primária, os professores desse nível passa-ram a se constituir em especialistas da infância, da psicologia e da didática e o que identifica esse professor é o cuidado com a criança (idem, p. 94 apud MENDONÇA, 2012, p. 14). As professoras da esco-la normal do Auxiliadora priorizavam esta formação, pois também

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eram formadas e agiam nessa direção devido a sua consagração, profissão religiosa sua vocação de entrega, de doação, oblatividade. Processo de Profissionalização: Socialização em Dubar e na Pedagogia Salesiana

Jean Claude Dubar no capítulo introdutório do livro A Socia-lização – Construção das Identidades Sociais e Profissionais, (1997) distingue conceitos tais como a arte, o oficio e a profissão. Para ele o termo profissão se aplica às artes liberais e o termo ofício, aos ar-tesãos. Assim, estabelece uma análise das atividades profissionais e de sua institucionalização, o que permite a aquisição de uma cul-tura profissional.

A teoria sociológica da identidade trabalhada por Dubar destaca alguns tópicos de análises relevantes para esta pesquisa. O primeiro é que a identidade nunca é dada, ela é sempre construída e reconstruída ao longo do tempo. O segundo é que a identidade social se constrói numa articulação entre duas dimensões interna e externa ao individuo e em relação com as instituições com as quais interage. O terceiro é que a identidade social é igualmente atribuída e incorporada. E o quarto é que a atribuição da identidade pelas instituições e pelos agentes se constrói/constitui diretamente em interação com o indivíduo, por meio de um sistema de ação, e de acordo com as trajetórias sociais e profissionais desses agentes.

A construção das identidades para Dubar se faz, portanto, na articulação entre os sistemas de ação que propõem identidades virtuais e as trajetórias vividas pelos sujeitos, por meio e no seio das quais se formam as identidades reais, em um processo constan-te de negociação, que se realiza dentro de um deconstan-terminado campo de possibilidades. Para esse autor, tanto as esferas do trabalho e do emprego, quanto à da formação constituem domínios pertinentes das identificações sociais dos indivíduos, sempre pensadas como configurações relativamente estáveis, mas igualmente evolutivas.

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O recurso à crônica permitiu-nos pinçar alguns fatos signifi-cativos, que nos mostram a unidade de uma história viva: o “Auxi-liadora”, que se apresenta sempre novo, respondendo aos desafios presentes, antevendo os passos do futuro e se mantendo sempre fiel a seus princípios fundantes de tradição e excelência em educa-ção; perpetuando o sistema educativo de Dom Bosco, enriquecido com o estilo feminino de Maria Mazzarello, a co-fundadora das Ir-mãs Salesianas.

Considerações Finais

Embora mantendo um discurso conservador, ao atuar na esfera educacional a instituição católica tornou-se uma instituição modernizadora, facilitando a inserção da juventude na sociedade urbana e na cultura científica. Em termos de comportamento, po-rém, as salesianas procuravam conservar quanto possível os valo-res tradicionais. E para isso procuraram marcar fronteiras, criar seu próprio curso normal e numa tessitura salesiana, formar a pro-fessora com um ethos cristão.

A memória de uma instituição é o lastro que confere con-tornos, estabilidade e sentido à sua identidade. Os depoimentos produzidos por ex-professoras e ex-alunas revelaram aspectos im-portantes da trajetória desta escola de professoras, ou inquietaram pelos silêncios e lacunas.

Referências Bibliográficas

CRÔNICA do Colégio N. S. Auxiliadora, 14/11/1949; /10/1954; 24/09/1955.

BRASIL. Decreto Presidencial nº 3184. Diário Oficial de 18/10/1938. BRASIL. Decreto nº 714 de 10/03/1939 Art. 64 e alíneas.

BRASIL. Decreto Lei nº 145/40 da Secretaria de Educação e Saúde. Diário Oficial de 13/09/1940.

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BRASIL. Decreto nº 8.530 de 02/01/1946.

DEL PRIORE, Mary. A mulher na história do Brasil. Coleção Repen-sando a História. São Paulo: Contexto, 1988. 64 p.

DUBAR, Claude. A socialização. Construção das identidades sociais e profissionais. Porto: Porto Editora, 1997. 240 p. (Colecção Ciências da Educação, v. 24).

DUBET, François. Le Declin de l’Institution. Paris: Éditions du Seuil, 2002. ELENCO GENERALE, Roma: Instituto Figlie di Maria Ausiliatrice, v.2, 2011.

MAGALHÃES, Justino. Contributo para a História das Instituições Educativas – Entre a Memória e o Arquivo. (Mimeografado) 1996. MENDONÇA. Ana Waleska Pollo Campos (coord.) A construção da identidade do professor do ensino secundário, normal e profissio-nal: uma abordagem comparativa. Projeto FAPERJ, 2012-2013, 20p. MUYLLAERT, Aldo. Chefe de Divisão de Ensino Industrial, Secun-dário e Normal, Livro de Termo de Visitas, 24 de Outubro de 1944. OFICIO de 23/07/1937 de Lourenço Filho, Diretor da Divisão de Ensino Secundário sobre a criação do curso noturno, gratuito, para adolescentes e adultos.

OFICIO de 12/11/1937 da diretora, Irmã Verônica Farronato ao In-terventor Federal do Estado do Rio de Janeiro, Dr. Ernani do Amaral Peixoto.

OFÍCIO de 11/02/1942 de Ir. Ondina de Souza Santos, diretora téc-nica, ao Secretário de Educação solicitando o início do curso nor-mal em 1942, também para alunas externas.

OFÍCIO de 26/10/1943 da Diretora Ir. Benedita Braga ao Interventor, solicitando o funcionamento do curso normal para alunas externas. PINHEIRO. Relatório da Diretora do Colégio N.S. Auxiliadora, 1947. TELEGRAMA ao Interventor Federal, em 08/12/1944, com 41 as-sinaturas das alunas que queriam estudar o Curso Normal no Au-xiliadora.

VISTORIA e RELATÓRIO da Inspetoria Regional, QUITETE, A. Colla-res, 12/04/1939.

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