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Academic year: 2021

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Lazer Para Pessoas Com Deficiência Mental : Estudo De Caso Da

Organização Não-Governamental “Nossa Turma”

Leisure For People With Mental Retardation : Case Study of the Not-Governmental Organization “Nossa Turma”

Bruna Vanessa Santos Silva*

RESUMO:

Segundo os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as pessoas com deficiência mental representam 8,3% dos 169.799.170 brasileiros. A partir desta constatação, o presente trabalho levantou as opções de lazer para pessoas com deficiência mental em São Paulo, através do estudo de caso da organização não-governamental “Nossa Turma”. Buscou-se ainda destacar os benefícios do lazer para este público sob a ótica dos profissionais que atuam com essas pessoas e por meio de observações in loco de atividades de lazer promovidas pelo “Nossa Turma”. Assim, verificamos que as pessoas com deficiência mental representam um público que participa e se beneficia das atividades de lazer, embora ainda se trate de uma demanda não absorvida pelo mercado do lazer dada a escassez de oferta.

Palavras-chave: deficiência mental, deficiência intelectual, lazer adaptado, acessibilidade, turismo.

ABSTRACT:

According to the IBGE‟s data (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), people with mental retardation represent 8,3% of the 169,799,170 of Brazilians. Based on this annotation, the present study appraised the options of leisure to people with mental retardation in São Paulo, through the case study of the Not-governmental Organization "Nossa Turma". It was also observed the benefits of the leisure to this public through the look of the professionals that work with this people promoted by "Nossa Turma". This way, it was verified that the people that participate and have benefits of the activities for leisure, however it refers to a demand still not accepted for the leisure market, for a lack of offer.

Keywords: mental retardation, intellectual desability, adapted leisure, accessibility, tourism.

*

Graduada no curso de Gestão em Turismo pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo– IFSP. Email: brunassilvas@bol.com.br

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Introdução

A partir das últimas décadas do século XX, discussões sobre inclusão e igualdade social têm cada vez mais feito parte de debates cotidianos para a superação de discriminação entre grupos sociais. A razão dessa postura, aponta Costa (2005), é que a sociedade moderna sedimentou a idéia de que fazemos parte de uma totalidade, de uma só humanidade.

Essa nova postura já se mostra evidente em nossa Constituição (1988), a exemplo do artigo 6°, que coloca como direito de todos os cidadãos a “[...] educação, saúde, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência social [...]”.

No entanto, mesmo diante da promoção deste direito por parte da constituição, o lazer para o grupo social dos portadores de necessidades especiais muitas vezes ainda é visto de forma superficial, pois outras necessidades são apontadas como preponderantes, como a saúde e a educação, e qualquer atividade ligada ao lazer é entendida como secundária na vida de um deficiente (BLASCOVI-ASSIS, 1997).

A partir destas constatações, e tendo em vista que o subgrupo das pessoas com deficiência mental representa cerca de 8,3% dos 169.799.170 brasileiros†, segundo o Censo de 2000 (IBGE*), o presente trabalho tem como proposta levantar as opções de lazer para este segmento de demanda através do estudo de caso da organização não-governamental “Nossa Turma”. Buscamos identificar a oferta, analisar os benefícios da atividade para as pessoas com deficiência mental e destacar o interesse do lazer no incremento de projetos e iniciativas desta natureza tanto para o turismo quanto para este público específico.

Para alcançar nossos objetivos, lançamos mão de uma metodologia que inclui pesquisa bibliográfica, pesquisa qualitativa com profissionais que atuam com pessoas com deficiência mental, e acompanhamento de pessoas com essa deficiência nas atividades de lazer desenvolvidas com essas pessoas junto à Organização Não-Governamental “Nossa Turma”. Após a organização dos dados obtidos, encaminhamos nossas considerações.

Para a pesquisa bibliográfica, selecionamos publicações (teses, livros, notícias em jornais e informações na internet) que tratam sobre deficiência mental e o lazer. Levantamos a oferta de atrativos e equipamentos que atendessem as necessidades de lazer da pessoa com deficiência mental no estado de São Paulo. Em seguida, selecionamos as ofertas que se adequavam aos objetivos deste trabalho.

Disponível em http://www.mj.gov.br/corde/censo2000.asp

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A segunda etapa deste trabalho baseou-se numa pesquisa qualitativa que se centrou em profissionais que atuam com pessoas com deficiência mental em instituições de ensino e reabilitação, na cidade de São Paulo. Acreditamos que, nesse ambiente o lazer para pessoas com deficiência mental é desenvolvido sob uma ótica profissional. De fato, em nossa sociedade, pessoas com deficiências em geral, e, em particular, com deficiência mental não têm ainda lugar significativo no mundo do trabalho, a despeito da existência de leis que busquem sua inclusão no mercado profissional.

No entanto, as pessoas com deficiência mental também participam da esfera do lazer, ainda que seja de senso comum, mas não estrito, que em nossa sociedade, para a existência do lazer é necessário o cessar de obrigações condicionadas ao trabalho (Marcellino, 1983).

Esta etapa contou com a colaboração dos profissionais que atuam com pessoas com esta deficiência, de quatro instituições paulistanas que, por uma questão ética não terão seus nomes expostos neste trabalho.

O acompanhamento das atividades de lazer foi realizado junto à ONG “Nossa Turma”, por ser uma das mais antigas associações de promoção de lazer para pessoas com deficiência, apresentar um calendário freqüente de atividades para esse segmento de demanda específico de nosso estudo, e por nos permitir uma maior acessibilidade às informações. A realização dessa etapa utilizou-se de observação in loco e, o que permitiu a constituição de relatórios de visitação cujos elementos de análise foram padronizados.

Tal procedimento é fundamentado por Malhotra (2005, p. 149), por ser o mais adequado quando se trata de fenômenos que "ocorram freqüentemente ou que apresentem curta duração", principal característica das atividades de turismo e lazer. Tendo em vista o perfil do público-alvo das atividades observadas, a observação in loco proporciona amplitude na avaliação.

Nas buscas por informações sobre atividades de turismo e lazer para este público, constatamos que esta preocupação já começou a tomar forma há algum tempo.

Em 2005, a Secretaria de Turismo de Piracicaba (SETUR), São Paulo, lançou o projeto “Turismo Acessível”, que objetiva a quebra de barreiras arquitetônicas e naturais, a capacitação de recursos humanos, a elaboração e a divulgação de roteiros de turismo que promovam a inclusão das pessoas com deficiência em geral. Os roteiros acontecem de acordo com o calendário do SETUR, e já atenderam pessoas com deficiência física, visual, auditiva e mental (MARCONI, 2005).

Já o projeto da cidade de Socorro, interior de São Paulo, “Socorro Acessível”, é fruto da união da organização não-governamental Aventura Especial e da Associação para a Valorização e

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Promoção de Especiais (AVAPE), e atualmente encontra-se em fase de conclusão de adaptações. Com subsídios do Ministério do Turismo desde fevereiro de 2008, prepara-se para se tornar o primeiro destino adaptado para pessoas com deficiência em geral no Brasil (SOCORROTUR, 2008).

Além destes subsídios, os bancos Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil abriram linhas de crédito para ajudar os empresários da região a adaptarem seus empreendimentos (SOCORROTUR, 2008).

Em nível estadual, temos o exemplo do Museu do Ipiranga, em São Paulo, que, com base em pesquisas realizadas com o público, constatou a ausência de uma segmentação adequada para abranger uma demanda diferenciada de visitantes. A partir disto, a instituição buscou alternativas para que todos pudessem ter acesso ao seu acervo, criando, em 2001, o Serviço de Atividades Educativas, com um dos projetos voltados para a inclusão de pessoas com deficiências físicas, mentais, visuais, auditivas ou múltiplas, transtornos comportamentais, dependentes químicos e idosos com dificuldades físicas (CÂNDIDO, 2007).

Considerando esse tipo de iniciativa, dentre os países que desenvolvem atividades de turismo e lazer para pessoas com deficiência, destaca-se a França, que, através de uma parceria público-privada do Ministério do Turismo francês com a organização não-governamental

“Tourisme et Handicap”, iniciou em 2001 o programa de mesmo nome. O programa tem

como principal objetivo certificar os equipamentos turísticos com selos informativos de acordo com sua adaptação conforme a deficiência: mental, visual, auditiva ou física. Os certificados têm prazo de validade e servem como garantia ao turista com deficiência que ele terá o atendimento adequado. Além disso, é realizado um trabalho de conscientização e capacitação para receber o turista especial (MASSON, 2005).

A estrutura receptiva de turismo para pessoas com deficiência apresentada pela França é um modelo que pode servir como base para o desenvolvimento de projetos com os mesmos objetivos no Brasil e para o amadurecimento de políticas voltadas a este público.

Cabe salientar, entretanto que temas que envolvam a acessibilidade, principalmente no que diz respeito a atividades como o turismo e lazer, ainda carecem de estudos que abranjam o entendimento das deficiências de forma mais ampla.

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A Deficiência Mental

Ribas (1986) afirma que, para a sociedade, os que “fogem do „padrão‟ de certa forma agridem a „normalidade‟”. Essa visão social se mostra na definição do dicionário Aurélio (2006), que coloca deficiência como “falha, imperfeição”.

Contudo, ao pensar que os cidadãos deveriam ser iguais, escondemos uma realidade diversa e deixamos de ver que a deficiência é tão somente uma limitação, que pode ser trabalhada (RIBAS, 1986).

A deficiência pode ser congênita ou adquirida. No caso da deficiência mental, ela caracteriza-se por caracteriza-ser congênita, manifestando-caracteriza-se “durante o período de decaracteriza-senvolvimento, das faculdades que determinam o nível das funções cognitivas, de linguagem, da motricidade e do comportamento social” (CID-10*

– OMS).

Segundo os critérios de avaliação internacional, a Deficiência Mental se manifesta até os 18 anos, quando o indivíduo ainda está em fase de desenvolvimento. Passado este período, o indivíduo apresentaria uma alteração cognitiva generalizada como Demência (BALLONE, 2003).

Ribas (1986) chama atenção para o fato de que a noção e a definição de deficiência implicam na imagem que fazemos das pessoas, através de nossa própria concepção. Seguindo a mesma linha de raciocínio, o psiquiatra e professor Geraldo Ballone (2003), afirma que “a deficiência é relativa se compararmos os indivíduos de uma mesma cultura, pois a existência de alguma limitação funcional é caracterizada por meio de um mecanismo social, que atribui valores sempre de grau comparativo”.

Na tentativa de estabelecer um padrão de avaliação, a Organização Mundial da Saúde, através da CID-10, divide as pessoas com deficiência mental em quatro categorias: leve, moderada, severa (grave) e profunda.

Segundo essa classificação, a categoria leve corresponde a pessoa com deficiência “educável”. Esta pessoa geralmente apresenta algumas dificuldades no aprendizado escolar, mas é capaz de trabalhar e manter um relacionamento social satisfatório. Para a categoria moderada, a pessoa com deficiência mental apresenta, no geral, atrasos acentuados na infância, mas a maioria aprende a desempenhar algum grau de independência quanto aos cuidados pessoais e pode adquirir “habilidades adequadas de comunicação e acadêmicas”. Nos casos em que a pessoa com deficiência mental é classificada como severa, é necessário

* CID-10: Classificação de Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde; OMS:

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que se trabalhem alguns hábitos. No entanto, é necessária a assistência contínua (CID10 – OMS).

As pessoas com deficiência mental profunda apresentam incapacidade total de autonomia, chegando diversas vezes a viver num nível vegetativo. Na maioria dos casos, essa pessoa é institucionalizada para que tenha o tratamento adequado com especialistas (BALLONE, 2003). Esta última categoria não fez parte do objeto deste estudo.

A associação da deficiência mental com outros distúrbios interfere na classificação e na nomenclatura, implicando em uma série de divergências no meio acadêmico quanto à semântica correta, haja vista a classificação da OMS, e esse não é um problema recente. No decorrer dos anos, os termos empregados para definir uma pessoa com deficiência mental já foram os mais variados: anormal, idiota, excepcional, retardado, débil, especial, deficiente intelectual (SASSAKI, 2005). Mas a evidente conotação negativa levou várias correntes acadêmicas a buscarem adjetivos não discriminatórios para pessoas com estas características. Porém, é interessante ressaltar que

o importante não é tanto a palavra, é a maneira de dizer. A discriminação e a rejeição, como no caso de qualquer outra deficiência, se encontram mais na entonação da voz, na maneira de olhar [...] Uma frase pode magoar, mas é também uma simples explicação, conforme o jeito e a intenção de quem fala (MAYRINK, 1986, p.39).

Neste trabalho será mantida a nomenclatura “deficiência mental”, expressão consagrada pelo senso comum.

Da Exclusão à Inclusão

Até o final da Idade Média, nos séculos XVII e XVIII, criminosos, pobres, prostitutas, preguiçosos, idiotas, imbecis, loucos e incapazes – sendo esses quatro últimos termos empregados, à época, para caracterizar pessoas com deficiência – eram considerados párias, rejeitados por uma sociedade que acreditava que mereciam ser reprovados por serem “imorais”. O tratamento dispensado a esses indivíduos era justificado até mesmo por crenças religiosas em função do desvio de comportamento que eles apresentavam com relação aos outros indivíduos comuns (PESSOTI, 1984 apud MENDES, 1995).

De fato, a idiotia, como era conhecida a deficiência neste período, era encarada como um desvio social e, com a industrialização e urbanização, passa a ser tratada como divergente e

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rotulada como anti-social, representando uma ameaça à ordem, pois o ócio era considerado crime. O homem havia nascido para o trabalho e a deficiência selava seu destino de incapaz. Tais pontos de vista levaram muitos membros da sociedade industrial européia a propor práticas públicas, como banir em asilos especiais aqueles que não se adaptavam, numa tentativa de conter os prejuízos que os “incapacitados” e suas proles poderiam causar com sua conduta, como proteção do suposto perigo (MENDES, 1995).

A inclusão do débil mental passou a representar também um temor para sociedade, pois estudos realizados na época apontavam para interpretações equivocadas, em que a deficiência era encarada como uma doença genética, e que a população de pessoas com deficiência aumentaria gradativamente, e isso marcou o início do século XX com uma visão ainda mais alarmista e negativa (MENDES, op.cit.).

As mudanças na concepção da sociedade em relação à pessoa com deficiência começam a aparecer após a Segunda Guerra Mundial. Isto porque, durante as guerras, os governos precisam de todas as fontes possíveis de recursos humanos, e não hesitam em enviar pessoas com deficiência para combates e produção de armamentos, pois muitas pessoas ditas “normais” se tornam incapacitadas em decorrência dos ferimentos de guerra, e as lacunas deixadas pelos mortos precisam ser preenchidas.

Como os combatentes da Segunda Guerra foram tidos como heróis da nação, a sociedade pós-guerra foi obrigada a revisar a imagem pública que se tinha da deficiência (MENDES, op.cit.).

A partir de então, a sociedade pós-guerra passou a desenvolver programas que visavam reintegrar os indivíduos na sociedade e preencher as lacunas de força trabalho (CORRER, 2003 apud SANTOS, 1995).

Com a inclusão da pessoa com deficiência mental no mundo do trabalho, começa-se a reflexão sobre sua inclusão em outras esferas, o que leva a sociedade a discutir a ampliação dos seus direitos sob uma nova ótica.

Inclusão no Lazer

Na década de 50 e 60, alguns hospitais e centros de reabilitação física começaram a oferecer programas de lazer e recreação a seus pacientes (SASSAKI, 1999). É o início do desenvolvimento de atividades dessa natureza com pessoas com deficiência, embora ainda restrita a pessoas com deficiência física.

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Esses programas de lazer e recreação eram desenvolvidos por voluntários em conjunto com profissionais (enfermeiros, terapeutas ocupacionais, entre outros), e eram realizados somente em ambiente interno (SASSAKI, 1999).

Em seus estudos, Emes & Ferris (1986, apud SASSAKI, 1999, p.95) chegaram à conclusão que “a prática do lazer de vários tipos pode melhorar o desempenho de um indivíduo numa gama de áreas, tais como a saúde, a resistência física, a motivação e a auto-imagem”.

Hoje, atividades ligadas a lazer e turismo são apontadas como fatores que estão associados à qualidade de vida.

Tomemos como base a definição de Dumazedier (1973), que diz que o lazer é o

conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou ainda para desenvolver sua formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora, após livrar-se ou delivrar-sembaraçar-livrar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais. (p. 34)

Para o turismo, adotaremos o conceito de Boia (2000, p.4) que coloca que o turismo é “uma forma de lazer que desempenha funções essenciais na vida das pessoas”. Essas funções essenciais são explicadas por Beni (2003, p.18), ao afirmar que o turismo é o “resultado do somatório de recursos naturais do meio ambiente, culturais, sociais e econômicos”.

As definições propostas por Dumazedier (1973), Boia (2000) e Beni (2003) sugerem o comum acordo de que o turismo e o lazer são atividades que promovem o desenvolvimento de uma pessoa sob diversas esferas, mas não mencionam restrições para quaisquer subgrupos. Isso autoriza o entendimento de que tais atividades podem e devem ser aplicadas e aperfeiçoadas também para o desenvolvimento de pessoas com deficiência mental.

Krippendorf (2000) já previa em seus estudos a importância de se desenvolver um turismo adaptado, não centrado apenas em políticas econômicas e técnicas, mas respeitando a necessidade de todas as pessoas envolvidas.

É com este enfoque que Boia (2000) propõe que o turismo saia do eixo econômico e se redimensione, assumindo um papel específico de reorientação dos espaços e atitudes.

Porém, devemos levar em consideração que as discussões de inclusão social são recentes, portanto, ainda existem inúmeras dificuldades na inserção da pessoa com deficiência nas atividades de lazer e turismo.

Correr (2003) realizou uma pesquisa nas principais revistas especializadas em deficiência e constatou que, do período de 1992 a 1997, dos 1.497 artigos publicados, apenas 2 artigos

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abordavam a questão do lazer, enquanto temáticas como trabalho e família apresentavam o maior número de abordagens.

Diante dos resultados, Correr (2003, p.44) sugere que “os processos de integração comunitária e de melhoria de qualidade de vida poderiam se dar de maneira mais efetiva se a dimensão do lazer fosse explorada com mais seriedade e com mais intensidade”.

Numa tentativa de propiciar um ambiente inclusivo, a organização não-governalmental francesa “Tourisme et Handicap” elaborou um manual com sugestões para atender pessoas com deficiência mental. Nesse manual, a ONG enfatiza a importância da sinalização dos equipamentos e serviços através de pictogramas simples e de fácil compreensão.

Dentre as sugestões propostas pela ONG, os restaurantes devem possuir um cardápio com fotos dos pratos e os espaços culturais devem apresentar uma linguagem simplificada para facilitar a compreensão da pessoa com deficiência mental (COMITÉ RÉGIONAL DU TOURISME PARIS ILE DE FRANCE, 2006).

Blascovi-Assis (1997), ao realizar diversas atividades de lazer com crianças com Síndrome de Down em Campinas, São Paulo, percebeu que cada uma das atividades propiciava desenvolvimento social, educativo, físico e psicológico. Em seu trabalho, foram realizados passeios em lanchonetes, teatros, cinemas, praças, piqueniques, idas ao clube, floricultura, quadras, casas de colegas, acampamento e caminhadas.

No final de seu estudo, Blascovi-Assis (op.cit.) observou consideráveis melhoras destas crianças no que diz respeito ao desenvolvimento psicomotor, coordenação visiomotora, regras de convívio social, absorção prática de conteúdos educacionais e, principalmente, uma melhora significativa na sua integração social, o que resultou num acréscimo de auto-estima para elas.

Assim, ao estudar as promoções de atividades de lazer e turismo para pessoas com deficiência mental e sua importância nos dias atuais, constatamos a necessidade de averiguar se, de fato, o lazer para essas pessoas já é um fato reconhecido pelos profissionais que atuam com elas.

Os benefícios das atividades de lazer para pessoas com deficiência mental

Em nosso estudo, para entendermos os benefícios proporcionados pelo lazer com pessoas com deficiência mental, elaboramos uma pesquisa qualitativa composta por cinco perguntas abertas. As três primeiras perguntas tiveram como objetivo a caracterização do profissional cujo dia-a-dia é com a pessoa com deficiência mental (terapeuta, fisioterapeuta, professor, entre outros) e de seu papel junto a estas pessoas. Também nos interessou verificar há quanto

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tempo esses profissionais atuam com pessoas com deficiência mental e o seu preparo para desempenhar suas funções.

As outras questões foram relacionadas ao lazer: conceituação de lazer na visão dos sujeitos desta pesquisa, participação em atividades de lazer junto a pessoas com deficiência mental e sua visão quanto aos benefícios dessas atividades para esse público.

Os questionários foram entregues em instituições de ensino e reabilitação nos meses de agosto e setembro de 2008 e devolvidos em até 15 dias da data da entrega. A escolha por instituições de ensino e reabilitação fundamentou-se na concentração de profissionais que atuam com pessoas com deficiência mental.

Buscamos instituições localizadas em São Paulo seguindo como critério de seleção as que apresentassem distribuições regionais distintas umas das outras. Obtivemos a colaboração de cinco instituições paulistanas que atendem pessoas com deficiência mental: as instituições* “A” e “B”, localizadas na zona leste, “C”, localizada na zona norte e “D”, localizada na zona oeste.

Os questionários devolvidos somaram um total de vinte oito, sendo que sete deles foram respondidos pela instituição “A”, seis pela instituição “B”, um pela instituição “C” (respondido pela Coordenadora Pedagógica) e quatorze pela instituição “D”.

Verificou-se inicialmente as funções de cada sujeito dentro da instituição. Uma parcela expressiva, 25%, eram auxiliares ou monitores. O restante eram professoras (18%), coordenadoras (14%), fisioterapeutas, musicoterapeutas e terapeutas ocupacionais (14%), psicólogas (2%), fonoaudiólogas (2%), outras funções (14%).

Quando questionada a formação que cada um teve para atuar com pessoas com deficiência mental, 25% assumiram não ter tido qualquer formação específica. Essa parcela coincide com a quantidade de profissionais que desempenham função de auxiliares e monitores, de acordo com os questionários respondidos pelas instituições “A”, “B” e “D”.

Dos demais sujeitos, 11% têm graduação em pedagogia, 11% em fisioterapia, musicoterapia ou terapia ocupacional, 7% em fonoaudiologia, 4% em psicologia. 7% fizeram magistério e 7% fizeram pós-graduação relacionada à educação especial. Oito dos sujeitos entrevistados não especificaram sua formação. Do total, 18% assumiram também realizar cursos e participar de palestras que abordem a temática “deficiência” como forma de aprendizado e atualização.

Buscamos também identificar o tempo de atuação com pessoas com deficiência mental e verificamos que 25% dos entrevistados têm até 2 anos de atuação, 32% atuam de 3 a 5 anos,

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14% de 6 a 10 anos, 21% entre 11 e 20 anos. Apenas um sujeito atua há mais de 21 anos junto a pessoas com deficiência mental.

A segunda etapa da pesquisa tratou da questão do lazer. Assim, as respostas desta etapa foram analisadas a partir de palavras-chave categorizadas conforme o número de citações pelos sujeitos.

Questionamos, primeiramente, sobre o que é o lazer em sua concepção, para compreender sua participação no lazer de pessoas com deficiência mental e sua visão quanto a possíveis benefícios. Para dar prosseguimento a esta análise, faremos alguns esclarecimentos.

Para efeito desta pesquisa, entendemos como “diversão” as atividades de entretenimento e passatempo, passível de associação com aprendizado. Entendemos também como “campo” as atividades ligadas ao meio ambiente, tais como zoológicos, sítios, day camping’s e parques. A concepção de lazer dos sujeitos contou com 44 citações. Dessas, 27% definiram o lazer como diversão, brincadeiras e músicas, 18% associaram o lazer como um momento para o desenvolvimento do ser humano, 9% definiram o lazer como contato com o campo, 9% acreditam que o lazer está vinculado ao descanso e 7% apontam atividades culturais como lazer.

Qualidade de vida, prazer e festas representaram, respectivamente, 5% das citações. Espaço de entretenimento e viagens representaram 2% das citações cada um. 7% dos entrevistados não souberam responder a questão.

Questionado o entendimento de quais atividades os sujeitos desta pesquisa citam como lazer para pessoas com deficiência mental, contabilizamos 61 citações, sendo 26% delas apontando idas ao campo, 23% colocaram brincadeiras desenvolvidas na instituição como atividades de lazer, 18% dos entrevistados apontam a participação em passeios como shoppings e cinemas, 13% disseram ter participado de viagens, 10% participaram de atividades culturais e 10% participaram de festas e aniversários.

Nota-se, a partir disto, que 26% das citações dos profissionais apontam o lazer como diversão pela sua compreensão da atividade enquanto fator do desenvolvimento cognitivo.

Por fim, perguntamos para esses profissionais qual era sua visão de benefício da atividade para a pessoa com deficiência mental. Optamos por excluir desta contagem as citações “alegria” e “felicidade” para centrarmos nossa análise nos aspectos empíricos relatados. Obtivemos um total de 53 citações. Dessas, 28% apontam que as atividades de lazer produzem melhores resultados do que as atividades desenvolvidas na instituição. O desenvolvimento da pessoa com deficiência foi citado em 13% das respostas. Sete citações complementam que o lazer proporciona o aprendizado prático, enquanto 11% vêem os

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mesmos benefícios que enxergam em pessoas “comuns”. 11% dizem que durante as atividades, as pessoas com deficiência mental ficam muito ansiosas. Já 8% citaram o comportamento delas como bom. Em 6% das citações, os sujeitos disseram que as pessoas com deficiência mental comentam as atividades realizadas durante os dias subseqüentes às atividades. Dois entrevistados não souberam responder a pergunta.

Obtidos esses dados junto a instituições de ensino e reabilitação, buscamos focar em um estudo de caso em que a organização priorizasse o lazer para a pessoa com deficiência mental.

Deficiência Mental e Atividades de Lazer: O Estudo de Caso do “Nossa Turma”

Fundada em abril de 1998, a organização não-governamental “Nossa Turma” surgiu com o objetivo principal de “oferecer uma combinação de lazer, cultura e entretenimento a pessoas portadoras de necessidades especiais, com o foco voltado para pessoas com distúrbios no processo de desenvolvimento mental.” (NOSSA TURMA, site: Nossa Turma)

O “Nossa Turma” oferece cursos regulares de cinema, culinária e hidroginástica. Nessas atividades, a pessoa com deficiência mental tem a possibilidade de criar e participar de filmes, aprender a fazer compras em supermercado, preparar receitas, além de cuidar da saúde física através das aulas hidroginástica em conjunto com a Academia Aspen Sports.

A ONG ainda promove viagens em época de férias escolares (janeiro e julho), além das atividades de lazer realizadas semanalmente (geralmente aos sábados). O grupo já participou de aniversários, exposições culturais, espetáculos, shows, passeios em parques, partidas de boliche e já viajou para o Parque Beto Carrero World, Cananéia, Socorro, entre outros destinos e atrativos turísticos. As atividades realizadas acontecem de acordo com o interesse e a sugestão dos próprios participantes e os preços são acessíveis, considerando o custo-benefício.

Em todas as atividades realizadas pelo “Nossa Turma”, os profissionais vão buscar a pessoa com deficiência mental em casa e levam de volta no término da atividade. Mas, para que a pessoa com deficiência mental participe das atividades, faz-se necessária a confirmação devido ao número reduzido de vagas.

Inicialmente, o trabalho desenvolvido pela ONG foi divulgado junto a instituições de ensino especial e reabilitação. Não obtendo o sucesso esperado, o coordenador do projeto - Carlos Eduardo Hernandez, conhecido por “Cal” – obteve, através do marketing “boca-a-boca” um maior número de participantes que ainda hoje frequentam as atividades propostas.

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Para conhecer o trabalho desenvolvido pela ONG no segmento de demanda das pessoas com deficiência mental e verificar os benefícios da atividade, acompanhamos, no período de julho a outubro de 2008, algumas atividades realizadas pelo grupo. Selecionamos para este estudo quatro atividades, descritas pela ordem de acontecimento.

A primeira atividade acompanhada aconteceu na sede da “Nossa Turma”. A programação do dia consistia na exibição dos filmes “As Crônicas de Nárnia” e outro encenado algumas semanas antes por participantes da ONG. Para o desenvolvimento desta atividade, ficou pré-estabelecido que os garotos trariam um prato de salgado e as garotas um prato de doce. No final do primeiro filme, todos se juntariam para comer o que cada um levou para depois assistir o filme produzido pelo grupo. Participaram desta atividade aproximadamente quinze pessoas com deficiência mental e três monitores.

No início do filme, todos se sentaram em almofadas dispostas no chão, próximos uns dos outros. Havia dois potes de pipoca “passeando” entre os participantes.

Nos momentos mais emocionantes do filme, alguns, apreensivos, comentavam “eu sei que tudo irá terminar bem”. Essa atitude de compartilhar suas emoções e sua preocupação com a emoção alheia demonstra uma empatia com as pessoas a sua volta.

No final do filme, todos se juntaram e foram comer o que cada um tinha trazido. Foi um momento de grande socialização, quando todos conversavam e interagiam entre si. Sem se intimidar com a presença da pesquisadora deste trabalho, até então desconhecida, vários se aproximaram para conversar e conhecer a nova pessoa que estava no “Nossa Turma”.

Ao final do lanche, todos se reuniram novamente para assistir o filme encenado por seus colegas. Tratava-se de pequenas histórias em que todos participavam. Havia muita expectativa e eles se mostravam animados em ver os outros e se ver. No final do último filme, o grupo se despediu e cada um foi levado pelo respectivo monitor para sua casa.

A segunda atividade que acompanhamos foi a “Primavera Especial”, um evento realizado pela Associação de Amigos dos Excepcionais do Brooklin. Esta atividade constituiu-se inicialmente de um almoço italiano e a apresentação do grupo da instituição que promovia o evento. Participaram dessa atividade dez pessoas com deficiência mental e dois monitores. Todos sentaram juntos, e observamos que alguns rostos eram conhecidos do evento anterior. Os novos participantes dessa semana apresentaram-se para a pesquisadora deste trabalho. Almoçaram todos na mesma mesa enquanto um grupo italiano cantava. As músicas começaram a ficar animadas e o grupo de cantores começou a cantar a música tradicional

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participantes do “Nossa Turma” foram animados a cantar a música. Quando terminaram, todos cumprimentaram os dois participantes, que retornaram à mesa orgulhosos.

Logo após o grupo italiano, começou a apresentação do grupo da instituição. O grupo era composto por pessoas com deficiência mental e dois professores auxiliares, que se apresentaram dançando frevo e jogando capoeira. Uma atividade que propunha um estímulo para os que se apresentam e para as outras pessoas que assistiram.

Ao final das atividades, todos se despediram e foram embora para suas respectivas residências.

A terceira atividade de que participamos foi a Festa das Crianças. A atividade ocorreu na sede da ONG. A proposta da festa era todos irem fantasiados de criança. Ficou pré-estabelecido que os garotos trariam um prato de salgado e as garotas um prato de doce. Participaram dessa atividade aproximadamente vinte e cinco pessoas com deficiência mental e quatro monitores. Alguns exibiam felizes suas fantasias. “Você gostou da minha fantasia? Eu fui escolher hoje junto com minha mãe”, comentou um deles.

Assim como nos eventos anteriores, os novos participantes apresentaram-se à pesquisadora deste trabalho. Ao som de músicas infantis dos anos 80, pudemos observar grupos conversando e dançando durante a festa, iniciando um momento de interação e sociabilização entre os participantes que permaneceu até o final do evento.

A quarta atividade desenvolvida foi a visita ao Circo Zanni. Participaram aproximadamente vinte pessoas com deficiência mental e três monitores.

Todos estavam visivelmente muito empolgados com o circo. “Faz muito tempo que não vou ao circo”, comentou um deles com autora desta pesquisa. O grupo conseguiu sentar-se logo nas primeiras fileiras, o que aumentou a euforia.

No final do espetáculo, todos foram comer esfihas no Habbis‟ e comentar sobre o circo. Dentre as apresentações mais citadas estavam as dos palhaços.

Ao logo dos eventos de que participamos, conseguimos traçar uma faixa etária dos participantes do “Nossa Turma” entre 25 a 40 anos, com desenvolvimento cognitivo em faixa inferior.

Observamos ainda nessas atividades que os mesmos jovens retornam para novas atividades e acabam por formar um grupo social.

Tudo indica que essas iniciativas são muito proveitosas, pois entende-se que essas atividades não se constituem como segregacionistas, já que correm em ambientes coletivos onde é possível um contato com pessoas “comuns”.

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Considerações Finais

Verificamos que as mudanças paradigmáticas ocorridas na sociedade nessas últimas décadas do século XX contribuíram para a transformação da imagem que se tinha da pessoa com deficiência até então. Contamos hoje com iniciativas de diversas esferas que trabalham na inclusão de pessoas com deficiência, seja física, visual, auditiva ou mental.

No desenvolvimento deste estudo, constatamos que o turismo e o lazer já integram parte dessas iniciativas, embora ainda recentes. Destaca-se o interesse de órgãos públicos, como vimos nos casos da Secretaria de Turismo de Piracicaba e do Museu do Ipiranga. Existe também a participação do setor privado em parceria com o setor público, ao estruturar e executar o projeto “Socorro Acessível” para tornar o destino de Socorro capaz de recepcionar toda e qualquer pessoa com deficiência.

Buscamos, em uma segunda etapa do trabalho, analisar os benefícios, bem como a importância das atividades de lazer e turismo na vida de uma pessoa com deficiência mental sob a ótica dos profissionais que trabalham com essas pessoas.

Curiosamente, os dados obtidos na entrevista com os profissionais apontaram, em 27% das citações, a concepção de lazer como diversão, brincadeiras e músicas, enquanto atividades relacionadas ao campo, atividades culturais, festas e viagens somaram 25%. A predominância da diversão, brincadeiras e músicas frente as demais citações nos leva a crer que, na visão do profissional, o lazer não está relacionado ao local onde a atividade é realizada, mas ao seu significado holístico.

Quando buscamos identificar e analisar os benefícios das atividades de lazer na visão do profissional, observamos que 28% das citações colocaram que estas atividades são responsáveis pela produção de melhores resultados do que as atividades desenvolvidas pela instituição no que concerne à socialização.

Totalizamos, ainda nessa mesma questão, que 71% das 53 citações indicam benefícios do lazer para a pessoa com deficiência mental. Considerando o universo dos sujeitos que participaram dessa pesquisa, verificamos que a maioria (86% dos entrevistados) reconhece os benefícios do lazer para este público específico.

Em nosso estudo de caso no “Nossa Turma”, observamos que as opções de lazer praticadas pelas pessoas com deficiência são bem variadas.

Como as atividades são desenvolvidas de acordo com o interesse e a sugestão dos próprios participantes, isso permite que eles tenham a iniciativa de buscar por ofertas de lazer no intuito de participar efetivamente na definição da programação.

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Quando ocorre essa participação na definição da programação, a pessoa com deficiência mental conquista um lugar nas decisões, o que pode lhe fornecer noções de seleção diante de atividades que reflitam seu gosto pessoal, descobrindo sua identidade. Além disso, as práticas das atividades de lazer promovem uma melhor inserção da pessoa com deficiência mental em grupos sociais.

Ao final dessa pesquisa, fica evidente a importância da oferta de atividades de lazer para pessoa com deficiência mental tendo em vistas os benefícios que podem proporcionar a este público específico.

Mas para tanto, é necessária a participação da sociedade na promoção da inclusão dessas pessoas. Essa promoção não se trata apenas da elaboração de leis que concedam direitos, mas sim do estímulo e de iniciativas para que pessoas com deficiência mental – e outras deficiências – participem do convívio social como qualquer pessoa “comum” atualmente o faz, nos campos de trabalho, político, esportivo, e nos de lazer e turismo.

A realização de atividades de lazer e turismo representa um grande desenvolvimento neste sentido, uma vez que nesse trabalho conseguimos constatar a existência dos benefícios para as pessoas com deficiência mental e sua conseqüência nas relações delas com a sociedade. Inserida num ambiente de social e com o desenvolvimento de políticas públicas que incentivem a ampliação de oferta turística e de lazer, esta demanda se beneficiará de uma estrutura de serviços diversificada e apta a atender suas necessidades.

Para otimização dos resultados, acreditamos que a criação de um departamento de acessibilidade nos órgãos públicos de turismo e lazer poderá auxiliar efetivamente no planejamento de locais e atividades que atendam as necessidades de uma pessoa com deficiência mental, além das outras deficiências.

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