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Literatura infantojuvenil e a formação docente para a educação das relações étnico-raciais

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Academic year: 2021

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PRODUTO EDUCATIVO

Nos caminhos da

Lei 10.639/2003 e da literatura

infantojuvenil afro-brasileira

Giovanna Paula Guimarães

Aldieris Braz Amorim Caprini

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GIOVANNA PAULA GUIMARÃES

ALDIERIS BRAZ AMORIM CAPRINI

NOS CAMINHOS DA LEI 10.639/2003 E DA LITERATURA

INFANTOJUVENIL AFRO-BRASILEIRA

1ª edição

VITÓRIA

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ESPÍRITO SANTO

2020

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Copyright @ 2019 by Instituto Federal do Espírito Santo

Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto nº. 1.825 de

20 de dezembro de 1907.

O conteúdo dos textos é de inteira responsabilidade dos respectivos autores.

Material didático público para livre reprodução.

Material bibliográfico eletrônico e impresso

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Biblioteca Nilo Peçanha do Instituto Federal do Espírito Santo)

G963n Guimarães, Giovanna de Paula.

Nos caminhos da lei 10.639/2003 e da literatura infantojuvenil afro-brasileira [recurso eletrônico] / Giovanna de Paula Guimarães, Aldieris Braz Amorim Caprini. – 1. ed. - Vitória : Instituto Federal do Espírito Santo, 2020.

27 p. : il. ; 22 cm.

ISBN: 978-65-86361-41-4 (E-book)

1. Literatura infantojuvenil – Estudo e ensino. 2. Professores – Formação. 3. Leitura – Estudo e ensino. 4. Relações raciais. 5. Racismo na literatura. 6. Humanidades. I. Caprini, Aldieris Braz Amorim. II. Instituto Federal do Espírito Santo. III. Título.

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Edifes

Centro de Referência em Formação e Educação a Distância

Instituto Federal do Espírito Santo

Rua Barão de Mauá, 30, Bairro Jucutuquara Vitória, Espírito Santo.

CEP: 29040-860 Tel. +55(27) 3198-0934

E-mail: editora@ifes.edu.br

Comissão Científica

Kalline Pereira Aroeira

Mariluza Sartori Deorce

Projeto Gráfico, Diagramação e Revisão

José Almeida

Programa de Pós-Graduação em Ensino de Humanidades

Av. Vitória, 1729, Prédio Administrativo - 3º andar

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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

Jadir Pella

Reitor

Adriana Pionttkovsky Barcellos

Pró-Reitor de Ensino

André Romero da Silva

Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação

Renato Tannure Rotta de Almeida

Pró-reitor de Extensão e Produção

Luciano Toledo

Pró-Reitor de Desenvolvimento Institucional

Ifes – Campus Vitória

Hudson Cogo

Diretor Geral do Campus Vitória – Ifes

Marcio Almeida Có

Diretor de Ensino

Márcia Regina Pereira Lima

Diretora de Pesquisa e Pós-graduação

Christian Mariani dos Santos

Diretor de Extensão

Roseni da Costa Silva Pratti

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Caros colegas educadores(as)

Novos tempos têm nos apontado para a necessidade de uma educa-ção multicultural, na qual a identidade étnica seja respeitada. É preci-so romper com propostas que massificam as identidades para que consigamos trabalhar no meio escolar favorecendo a multiculturalida-de, a partir da diversidade.

Por isso, precisamos romper com práticas escolares tradicionais que tematizam a história do negro focalizando apenas a escravidão no tempo do Brasil Colônia, enfoque que traz consigo as relações raciais de dominação e discriminação.

É necessário repensar a forma de trabalhar a multiculturalidade na escola, buscando valorizar a história e a cultura afro-brasileira, para não corrermos o risco de, ao discutirmos as relações étnico-raciais, ficarmos apenas repetindo o que se sabe, falando sobre a herança africana dos negros brasileiros.

É preciso utilizarmos de todas as fichas na batalha contra o precon-ceito e a literatura infantil afro-brasileira é uma das estratégias que podemos utilizar para essa finalidade.

Para tanto, contaremos com as histórias As Tranças de Bintou,

Menina Bonita do Laço de Fita e o Cabelo de Lelê. Traremos também

algumas orientações sobre educação para as relações étnico-raciais, destacando a literatura como direito. Produziremos, também, bone-cas pretas de papel. Venha se divertir.

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Sumário

1 Releituras...07

1.1 Menina Bonita do Laço de fita...07

1.2 As Tranças de Bintou...10

1.3 O Cabelo de Lelê...12

2 Orientações e ações para a educação das relações étnico-raciais...14

3 A literatura como direito...19

4 Oficinas...23

4.1 Oficina de boneca preta de papel...23

4.2 Oficina de Abayomi...23

5 Dicas...25

5.1 Sugestões de livros de literatura infanto-juvenil...25

5.2 Dicas de leituras para educador...25

5.3 Vídeos documentários...26

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Releituras

1.1 Menina Bonita do Laço de Fita

Ruth Rocha

Em uma bela casa morava uma linda menina de pele bem negra e que estava sempre com os cabelos penteados com um lindo laço de fita. Ao lado de sua casa, morava um coelho branco, branquinho como a neve e dono de um nariz vermelho e tremelicado, que adorava a cor negra da menina e queria ser que nem ela.

Por isso todas as vezes que o coelho branco via a menina pretinha dizia: menina bonita do laço de fita, qual o teu segredo pra ser tão pretinha? E a menina sempre lhe arruma-va desculpas para justificar sua cor, coisas como: tomar banho na lata de tinta preta, comer muita jabuticaba pretinha e tomar muito café.

O coelho fazia tudo o que ela sugeria, mas nunca ficava preto, até que um dia ele já ia perguntando de novo, quando a mãe da menina, uma linda mulata, respondeu que foram artes de uma vó preta que ela tinha. E o coelho muito esperto foi logo observando as fotos de seus antepassados e viu que todos tinham traços parecidos, ele então concluiu que a gente se parece mesmo é com os nossos familiares.

Então ele decidiu procurar uma coelha pretinha pra casar. E não é que ele encontrou logo ali, uma coelha pretinha que se apaixonou pelo coelho branquinho, os dois se casaram e tiveram muitos filhotes. Havia filhote de toda cor e tinha também uma coelha pretinha que, é claro, seria afilhada da tal menina bonita do laço de fita.

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Essa pequena releitura de um conto nos oferece passagens que podem ser analisadas

com um olhar étnico-racial:

A menina era apenas chamada de menina bonita do laço de fita. Ela não tinha um nome que a identificasse e sabemos que nosso nome tem sentido profundo, sendo o que nos identifica para o mundo, para os outros. Houve um momento na história da escravidão que os negros que chegavam aqui, para serem escravizados recebiam nomes católicos e sobrenomes de seus lugares de origem como Cabinda, Costa do Marfim e outros. Ou seja, perdiam seus nomes de batismo, dado por pais e mães geralmente em um ritual. O nome é muito importante para nós!

Quando a mãe da menina é identificada com o termo mulata, rapidamente nos remete a um animal, a mula, híbrida de jumento com égua, ou mestiço, filho da relação sexual de um branco com uma negra ou de uma mulher branca com um negro.

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A menina oferece várias alternativas para o coelho branco ficar preto como ela, vejamos: tomar banho na lata de tinta preta, comer muita jabuticaba e beber muito café. Ao lermos para nossas crianças pretas essas alternativas, elas podem acreditar que o contrário também poderia dar certo, como tomar banho ou ingerir tinta branca para ficar branca, não beber café, somente leite e até fazerem a opção por alvejantes e outros produtos que prometem clarear.

Mais uma vez o coelho tenta perguntar à menina bonita do laço de fita o que ela faz para

ser tão pretinha, quando sua mãe, uma bela mulata, a interrompe e diz: artes de uma avó preta que ela tinha. O termo artes da avó preta leva a criança a vários entendimen-tos, mas nós sabemos o que significa estas artes, significa que ela pode ter sido violen-tada sexualmente, explorada, pelo senhor de engenho, por seus filhos e até mesmo seus capatazes. Essas eram as artes que as mulheres negras escravizadas sofriam pelo senhor de engenho.

O coelho, muito esperto, observou as fotos de seus antepassados e viu que somos parecidos com nossos familiares e foi logo encontrar uma coelha preta para casar. O que significa a frase “não demorou muito e logo achou uma coelha preta”? Será que as mulheres pretas são tão fáceis de ser encontradas e enamoradas? As mulheres pretas estão sempre à disposição esperando alguma oportunidade?

Os coelhos se casaram e danaram a ter coelho de todas as cores. Estamos diante do mito da democracia racial, onde todas as etnias brasileiras convivem na mais pura harmonia, e nós sabemos que, em se tratando de direitos e oportunidades, as coisas não funcionam assim.

O que podemos observar e valorizar nesta história?

O desenho que caracteriza a menina é lindo, os traços físicos são bem torneados desde a face até o corpo.

Os cabelos estão sempre penteados explorando vários modelos de penteado afro. A menina está sempre alegre, bem vestida e limpa.

A menina gosta de ler, de pintar e desenhar. É uma menina negra que faz balé.

A mãe é bonita e bem vestida. Sua casa é bonita e bem arrumada.

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Algumas opiniões :

Quais valores podemos trabalhar com esse livro em sala de aula?

“Podemos trabalhar a valorização da cor preta, a diversidade, cuidado, afeto e amor na relação familiar, gosto pela leitura, o brincar, que é retratado no livro e que a criança pode almejar ser o que quiser”.

Profª Dora

Dê uma sugestão de como posso trabalhar esse livro:

“Pode ser trabalhado de forma reflexiva e dialogada. Ler o livro, fazer uma leitura com-partilhada contando com a participação de todos, fazendo também uma releitura com desenhos e expor para toda a escola”.

Profª Alice

Como esse livro pode impactar a vida do aluno?

“Depende de como eu apresento. Posso reforçar o racismo, assim como posso valorizar a cultura, a beleza, a família e o cuidado”.

Profª Nanda

Na sua opinião esse livro apresenta uma prática pedagógica antirracista? Justifique:

“Há alguns equívocos, mas o educador pode ressignificar junto com as crianças e produ-zir um novo olhar através de algumas reflexões”.

Profª Milena

“Sim, pois a criança retratada no livro é uma criança bem cuidada e feliz, que ama o seu cabelo, que ama ser quem ela é e ela é muito admirada por sua cor.”

Profª Dalva

Direito da Criança

A criança deverá ser protegida contra qualquer tipo de preconceito. Toda criança

deverá crescer em um ambiente de compreensão, tolerância, amizade, paz e de fraternidade universal.

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1.2 As Tranças de Bintou

Sylviane A. Diouf

Bintou é uma menina africana e seu sonho é ter tranças no cabelo. Ela acha seu cabelo sem graça, ele é curto, crespo e a única coisa que pode fazer são birotes. Na verdade ela

tem quatro birotes na cabeça.

Bintou tem uma irmã mais velha, chamada Fatou. Ela é muito bonita e tem tranças com miçangas no cabelo. A menina sempre pergunta porque ela não pode usar

tranças. E sua irmã sempre responde que meninas não usam tranças. Bintou não entendia este motivo.

Até que um dia Bintou resolve fazer está pergunta para a sua avó, Soukeye. Sua avó sabe tudo. Sua mãe sempre diz que os mais velhos sabem mais porque já viveram mais. E a resposta da avó é surpreendente, ela acaba narrando uma história da tradição local. Que havia na aldeia uma menina bonita com os cabelos trançados. A avó conta que a menina não ligava pra nada, não brincava, não tinha amigos só ficava admirando suas tranças dia após dia. A menina ficou tão vaidosa com suas tranças que esqueceu o principal, ser criança. Daí por diante, nenhuma crian-ça pode mais usar trancrian-ça. Bintou ficou triste pois tudo o que ela gostaria era ter trancrian-ças, ela admirava as moças e mulheres da aldeia com sua belas tranças.

Triste com sua sorte, Bintou foi passear na praia, o que sempre fazia quando estava triste, quando ouviu uns gritos vindos da água, e qual não foi sua surpresa quando percebeu que alguns meninos estavam se afogando. Ela decidiu ir correndo até a aldeia pedir ajuda, chegando lá, disse a todos o que estava acontecendo e os homens logo correram para a praia e salvaram os meninos. Daí em diante, a festa foi toda dedicada à coragem de Bintou e sua mãe, muito contente com sua bravura, a perguntou o que ela mais queria. Sua irmã, Fatou, logo adiantou, ela sonha em ter tranças e a mãe lhe disse que esperasse a surpresa.

No dia seguinte bem cedinho a vovó Soukeye a acordou e a sentou entre suas pernas e começou a passar a mão em seus cabelos, pelos movimentos que ela fazia Bintou já sabia que eram birotes e já ia ficando triste quando a vovó lhe deu o espelho nas mãos e o que ela viu a deixou encantada...

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A história de Bintou nos traz alguns pontos a serem observados:

Durante a narrativa, o leitor percebe traços culturais inseridos na aldeia de Bintou. Algumas atitudes da tradição africana aparecem, quando da escolha do nome do irmão de Bintou.

O irmão de Bintou tem a cabeça raspada para ser apresentado a aldeia (está é uma prática ritual de uma das religiões de matriz africana, o Candomblé).

Existe a valorização da ancestralidade, quando Bintou acredita que os mais velhos sabem mais, porque viveram mais.

A gastronomia típica, o vestuário e os penteados africanos aparecem em destaque no texto. Bintou é uma criança curiosa e observadora, assim como a maioria de nossas crianças. Seu olhar transmite seu deslumbramento, ao observar as mulheres com tranças de vários modelos, cores e cortes que ela não consegue escolher qual seria mais bonito. O texto valoriza a estética e o cabelo afro.

A menina compreende o porquê do uso dos birotes e percebe a beleza da infância e dos cabelos.

Há o respeito à oralidade e a tradição.

Os adultos são atenciosos com a criança e seu dilema.

Oficina 1

Construindo uma história em quadrinhos.

Como fazer:

Separe os alunos em duplas ou em trios, eles devem construir uma história em quadrinhos. Todas as histórias da turma podem compor uma história em quadrinhos

Para escrever as histórias, siga os seguintes passos:

1 - Peça aos alunos que desenhem as personagens de acordo com as características esco-lhidas.

2 - Criem coletivamente um cenário, ou seja, o local onde a história vai acontecer. Pode ser no campo, na cidade, na floresta, na casa, na rua, no quintal, na escola etc

3 - Em duplas ou trios, imaginem a história e escrevam-na no caderno.

4 - Escolham as partes do texto que vão estar representadas nos quadrinhos. A partir daí eles estarão prontos para desenhar cada quadrinho. Quando a história estiver pronta, peça-lhes que lhe deem um título. Confeccione a capa junto com a turma e colo-que nela o nome de todas as histórias.

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1.3 O Cabelo de Lelê

Valéria Belém

Lelê é uma criança com longos cabelos encaracolados, o cabelo chega a ser maior que ela. Lelê não gosta do seu cabelo de cachinhos, joga de um lado, coloca de outro, mas não tem jeito, Lelê não gosta do que vê.

Curiosa, ela procura por todo lado uma explicação pra tantos cachos, até que encontra um sábio livro que conta a história de países africanos.

E não é que nesse livro ela vê a imagem de vários penteados africanos e fica encantada. A partir daí, ela passa a gostar dos cabelos e entende que ele é a herança de seus ancestrais e agora ela sabe que em cada cachinho existe um pedaço de sua história. Agora Lelê dança ao vento, pedala e encontra seus colegas ao som de seus lindos cabelos cacheados.

O que podemos observar nessa história:

A criança/personagem deixa bem claro desde o início que não gosta de seu cabelo. A imagem da personagem é caricaturada, olhos grandes e esbugalhados, boca de traço, cabelo maior que a criança, armado e cheio.

Ela é uma criança curiosa, porém desprovida de conhecimentos acerca de sua ances-tralidade africana.

O texto apresenta um livro que trata de países africanos, mas não fala de qual desses países descende Lelê.

Apesar de trazer várias formas de se usar o cabelo crespo cacheado, a menina continua com traços caricaturados.

O livro menciona uma África de guerras e medos, não se refere a sua riqueza cultural e diversidade.

O livro todo se apresenta sem paisagem, não tem como saber onde está Lelê, pode ser que esteja sonhando, já que o fundo é sempre branco.

Mesmo que eles conheçam as origens não é tão simples aceitá-las, visto que o padrão de beleza imposto em nosso país ainda é o europeu.

Lelê procura nos livros as respostas que buscava, mexe, remexe até encontrá-las. A variedade de penteados africanos que aparece no livro valoriza a cultura africana. Lelê identifica-se com os penteados afros.

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Orientações e ações para a educação

das relações étnico-raciais

“As feridas da discriminação racial se exibem ao mais superficial olhar sobre a realidade do país”.

Abdias do Nascimento

Algumas resoluções voltadas para a educação retiradas da lll Conferência Mundial contra o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e as formas correlatas de intolerân-cia de Durban, África do Sul, em 2001:

Resoluções voltadas para a educação:

Igual acesso à educação para todos e todas na lei e na prática.

Adoção e implementação de leis que proíbam a discriminação baseada em raça, cor, descendência, origem nacional ou étnica em todos os níveis da educação, tanto formal quanto informal.

Medidas necessárias para eliminar os obstáculos que limitam o acesso de crianças à educação.

Recursos para eliminar, onde existam, desigualdades nos rendimentos educacionais para jovens e crianças.

Apoio aos esforços que assegurem um ambiente escolar seguro, livre de violência e de assédio motivados por racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata. Criação de programas de assistência financeira desenhados para capacitar todos os estudantes, independentemente de raça, cor, descendência, origem étnica ou nacional a frequentarem instituições educacionais de ensino superior.

Resultados das resoluções:

A Lei 9.394/1996 foi alterada por meio da inserção dos artigos 26-A e 79-B, referidos na Lei nº 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileiras e Africanas no currículo oficial da Educação Básica e inclui no calendário escolar o dia 20 de novembro como “Dia Nacional da Consciência Negra”.

A Lei 11.645/2008 altera a Lei 9.394/1996, modificada pela Lei 10.639/2003, a qual esta-belece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir, no currículo oficial da rede de ensino, a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-brasileira e Indí-gena”. Isso implica a necessidade de abordar a temática no ensino de todas as discipli-nas do currículo da Educação Básica, que inclui o Ensino Fundamental e Médio.

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Plano de ação:

Ensino de História e Cultura Africana e Afro-brasileira na Educação Infantil

Cada fase da vida possui suas especificidades, exigindo de quem lida com o ser humano uma atenção especial às necessidades que caracterizam cada momento. Na Educação Infantil, é fundamental ficar atento ao afeto que a criança recebe e aos modos como ela significa as relações estabelecidas com e por ela. As condições materiais e afetivas de cuidados são marcantes para o desenvolvimento saudável da criança. É com o outro, pelos gestos, pelas palavras, pelos toques e olhares, que a criança cons-truirá sua identidade e será capaz de reapresentar o mundo atribuindo significados a tudo que a cerca. Seus conceitos e valores sobre a vida, o belo, o bom, o mal, o feio, entre outras coisas, começam a se constituir na infância.

Reconhecer as diferenças é um passo fundamental para a promoção da igualdade, sem o quê a diferença poderá vir a se transformar em desigualdade. A tarefa do educador é a de manifestar-se contra as formas de discriminação, não devendo se omitir diante das violações dos direitos das crianças.

Essas atitudes são essenciais aos educadores que buscam realizar a tarefa de ensinar com responsabilidade e compromisso com as crianças.

As especificidades da Educação Infantil que devem ser consideradas

são:

afetivas, emocionais, sociais e cognitivas

Cuidar e educar: o acolhimento da criança implica o respeito à sua cultura, corporeida-de, estética e presença no mundo, porém, em algumas situações as crianças negras não recebem os mesmos cuidados e atenção dispensados às crianças brancas (CA-VALLEIRO, 2001).

Nesse sentido, a observação atenciosa de suas próprias práticas e atitudes permite ao educador rever suas posturas e readequá-las em dimensões não racistas.

As dimensões do cuidar e do educar nos permitem compreender a importância das interações positivas entre educadores e crianças.

Relações pautadas em tratamentos desiguais podem gerar irreparáveis danos à constituição da identidade das crianças, bem como comprometer sua trajetória educacional.

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O afeto faz-se necessário, razão pela qual suas demonstrações devem ser manifesta-das para as crianças indistintamente. Colocar no colo, afagar o rosto, os cabelos, aten-der ao choro, consolar nos momentos de angústia e medo fazem parte dos cuidados a serem dispensados a todas as crianças.

A educadora é a mediadora entre a criança e o mundo.

Cuidar e educar na cultura africana: na cultura africana, o processo de aprendizagem se dá por toda a vida, sendo importante considerar a valorização da pessoa desde o seu nascimento até sua velhice.

A ancestralidade é um princípio que norteia a visão de mundo das populações africanas e afro-brasileiras.

De acordo com Gonçalves e Silva (2003), “para aprender é necessário que alguém mais experiente, em geral mais velho, se disponha a demonstrar, a acompanhar a realização de tarefas...”

Para Romão (2001), ao olhar para os alunos descendentes de africanos, o professor comprometido com o combate ao racismo deverá buscar conhecimentos sobre a histó-ria e cultura deste aluno e de seus antepassados. E ao fazê-lo, compreender os precon-ceitos embutidos, em sua postura, linguagem e prática escolar e reestruturar seu envol-vimento e se comprometer com a perspectiva multicultural da educação.

A relação com as famílias

É preciso que as relações das instituições da Educação Infantil com as famílias sejam pautadas na compreensão da diversidade de organização das famílias brasileiras. Tais organizações, em sua maioria, nas populações pobres e negras, são dirigidas por mulheres, mulheres fortes e ao mesmo tempo fragilizadas por relações que as situam em lugar de inferioridade.

“Euá é aquela que se tornou fonte de água para saciar a sede de seus filhos. Euá é uma mãe provedora, protetora, que tem os filhos em sua companhia. Mãe que faz e promete comida gostosa aos filhos, mãe que trabalha e mantém a guarda de suas crianças, que reza para que seus filhos sejam protegidos e salvos. Mãe que se transforma em fonte de vida e salva os filhos da morte. A família de Euá é uma família alegre, feliz, mãe e filhos brincam e sonham. Sofrem juntos e buscam/esperam por soluções”.

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Alguns equívocos precisam ser superados: a ideia de que as famílias pobres e negras

não têm conhecimento, que não sabem ensinar seus filhos, que não se preocupam com sua educação, que não têm noções de higiene, que não sabem como alimentá-los, que são preguiçosos, supersticiosos e que precisam de alguém de fora da família que os ensine a educar seus filhos.

Foi e é na família, constituída por laços de identidade, que a população negra viveu, e resistiu, à escravidão, ao racismo, à exploração, à perseguição.

A socialização da criança na Educação Infantil

Falar em autoestima das crianças significa compreender a singularidade de cada uma em seus aspectos corporais, culturais, étnico-raciais. As crianças, por sua natureza, são seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio. Dependendo da forma como é entendida e tratada a diversidade etnicorracial, as instituições podem auxiliar as crianças a valorizar sua cultura, seu corpo, seu jeito de ser ou, pelo contrário, favorecer a discriminação.

Silenciar-se diante da diversidade e da necessidade de realizar abordagens de forma positiva, ou, silenciar-se diante da realidade social que desvaloriza as características físicas das crianças negras é reforçar o racismo.

Para as meninas, por exemplo, os cabelos lisos são positivamente referenciados nos padrões europeus e muitas famílias negras, influenciadas por esse padrão, expõem suas crianças pequenas às mais variadas formas de alisamento de seus cabelos com o uso de produtos químicos que podem, inclusive, prejudicar a saúde e sua autoimagem, e ainda danificar seus cabelos.

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A literatura como direito

No Brasil, quando falamos em incentivo à leitura, esbarramos na falta de valorização do profissional bibliotecário. A ausência de bibliotecários nas bibliotecas das escolas públi-cas pode gerar um ambiente insalubre, havendo carência até mesmo de auxiliares de bibliotecas.

Às vezes encontramos muitas bibliotecas fechadas, sobretudo para os alunos do noturno. No ano passado, chegando a uma escola noturna, encontrei uma biblioteca bem arruma-da, porém fechada. Aí eu tive que renovar os meus catálogos de livros. Eu bato na porta para abrir a biblioteca, mas como ela não abre, eu vou lá, escolho alguns livros e catalo-go, coloco em uma caixa e levo para a sala de aula, assim, alguns alunos pegam emprés-timo comigo mesma.

Eu faço isso, arriscando a minha pele junto ao diretor da escola, pois não gosta que faça-mos isso, preferem deixar guardados, acumulando poeira, a sumir da biblioteca. Mas o negócio é fazer circular.

Quando não é isso, eu levo o meu próprio acervo dentro de uma caixa, que vai diminuin-do aos poucos, mas não tem problema, livro tem que circular. Os alunos têm que ver que você está fazendo seu esforço, dando exemplo também. Nós temos que, por toda vida, espelhar isso para eles.

Numa caixa, carregamos jornais e revistas para trabalhar diversos gêneros textuais. Hoje, nós temos que proporcionar a leitura e fazê-los entender a que gênero textual pertence. Muitas vezes, formamos grupos para trabalhar os diversos gêneros como charge, quadrinhos, ciências, propagandas e outros.

Ao proporcionar-lhes leituras na sala de aula, principalmente nas séries iniciais, trabalha-mos muito com o livro didático, onde tem muito material, texto bom de se trabalhar, mas, por exemplo, se temos no material deles um poema de Pedro Bandeira, um poema de Manoel de Barros, então eu tenho que apresentar o Manoel de Barros para eles. Então, hoje, nós vamos estudar Manoel de Barros, aí distribuímos vários poemas do Manoel de Barros para eles. Com isso causamos mais impacto no aluno, porque fixa mais, pois trabalhamos a marca e o estilo do autor. E aí, trabalhando esta questão de estilo, ele vai ter sempre a sua escrita, o que vai ficar tão marcado para o aluno que quando ele ouvir um poema do Manoel de Barros, poderá reconhecê-lo.

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Poema:

O menino que carregava água na peneira...

Tenho um livro sobre águas e meninos.

Gostei mais de um menino que carregava água na peneira.

A mãe disse que carregar água na peneira era o mesmo que roubar um vento e sair correndo com ele para mostrar aos irmãos. A mãe disse que era o mesmo que

catar espinhos na água

O mesmo que criar peixes no bolso. O menino era ligado em despropósitos. Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.

A mãe reparou que o menino gostava mais do vazio do que do cheio.

Falava que os vazios são maiores e até infinitos.

Com o tempo aquele menino que era cismado e esquisito

porque gostava de carregar água na peneira com o tempo descobriu que escrever seria o mesmo que carregar água na peneira. No escrever o menino viu

que era capaz de ser noviça, monge ou mendigo ao mesmo tempo.

O menino aprendeu a usar as palavras. Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.

E começou a fazer peraltagens.

Foi capaz de interromper o vôo de um pássaro botando ponto final na frase.

Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.

O menino fazia prodígios. Até fez uma pedra dar flor!

A mãe reparava o menino com ternura. A mãe falou:

Meu filho você vai ser poeta.

Você vai carregar água na peneira a vida toda. Você vai encher os

vazios com as suas peraltagens

e algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos.

Manoel de Barros

Leitura compartilhada das estrofes:

Como poderíamos entender o que é carregar água na peneira? O que seria carregar água na peneira? Será que a gente carrega água na peneira?

- Dar aula é carregar água na peneira, às vezes, não é gente?

A mãe diz, menino, você vai ser poeta, você vive carregando água na peneira...

O interessante é quando a água cai da peneira. A água desce, parece até umas

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Eu, lendo esse poema, percebo que esse menino ia ao contrário do normal, do comum,

ele se aventurava, quando a mãe diz que carregar água na peneira, era o mesmo que roubar o vento e sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.

O menino gostava do vazio, por isso ele gostava da peneira pois estava sempre em

busca de mais. Nós precisamos disso, apesar da minha experiência de 25 anos de sala de aula, eu ainda sinto um vazio, é como se eu estivesse com a minha peneira vazia. E quem somos nós, para querermos abarcar tudo, saber tudo, conhecer tudo. Então esse menino, só sendo um poeta, só exercendo essa arte, fazendo peraltices, peraltagens para eu me sentir um pouco e ir preenchendo essas lacunas.

Temos a questão valorativa que se dá ao livro. Temos que ler determinados livros como

Machado de Assis em vez de ler um afro-brasileiro ou um africano. Devemos ler vários tipos de livro, não hierarquizando, como livros só de ilustrações por exemplo. Pois cada um verá a imagem que desejar. E depois da leitura da imagem vamos montar a histori-nha. Ler é condição de sobrevivência. Se eu tenho como missão fazer com que esse menino sobreviva, eu tenho que apresentar a leitura pra ele.

Tenho um professor na escola em que sou pedagoga que trabalha Literatura Mundial,

Literatura Nacional e Literatura Capixaba, nas várias turmas. Na Literatura capixaba, teve uma aluna que levou o Teodorico Boamorte e suas poesias. Foi um trabalho muito bonito para os alunos.

Falando um pouco sobre Chimamanda Adichie no livro “O perigo de uma história

única”, ela fala que é perigoso você, por exemplo, quando fala da história de Romeu e Julieta e não mostra outras histórias de amor faz parecer que é a única história de amor, em detrimento das outras, incorrendo no risco de criar uma história única.

Nós ensinamos a ler como nós, vamos ensinar também a escrever. Assim como

damos o exemplo como leitores, devemos também ser exemplo como escritores. Eu vou escrever porque se eu sou capaz de escrever, o meu aluno também é capaz, eu me coloco no mesmo patamar que ele. Se eu vou passar um trabalho de escrita para o meu aluno, eu também escrevo, eu faço o trabalho junto com eles, para que eu possa com-preender que eu sou o espelho de meu aluno. Eu admiro muito quem trabalha nas

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Oficinas

4.1 Oficina de boneca preta de papel de revista

Material:

1 folha de Papel Panamá / Tecidos diversos / Tesoura / Pistola de cola quente / Cola quente ou cola / Fita crepe / Pérolas pequenas / Folha de revista preta.

Passo a passo

corte a folha de papel panamá em retângulo.

forme um cone e cole com fita crepe ou cola quente.

faça uma bola pequena com a folha de revista e fixe do lado mais fino do cone. cole todo o cone.

com o tecido decore o cone como se fosse um vestido, saia, blusa. marque a cintura com um laço.

faça os bracinhos pra cima, pra baixo ou na cintura. por final cole os brincos nas orelhas.

desenhe olhos, nariz e boca na carinha da boneca e ela estará pronta.

4.2 Oficina de Abayomi

Material:

Tecido de malha preto / Malhas diversas / Tesoura / Miçangas. Passo a passo:

recorte um tecido preto com 15 cm e outro com 18 cm. amarre ao meio.

faça nós nas pontas.

enfeite a boneca com os vários tecidos. faça amarrações diversas.

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Dicas

5.1 Sugestões de livros de literatura infanto-juvenil

ALENCAR, Chico. Trapezunga e Ferreirão: uma fábula da abolição. São Paulo: Moderna,1987. AIBÊ, Bernardo. A ovelha negra. São Paulo: Mercúrio Jovem, 2002.

BARBOSA, Rogério. Histórias africanas para contar e recontar. São Paulo: Editora do Brasil, 2001.

COOKE, Trist. Tanto Tanto. São Paulo: Ática, 1994.

LIMA, Heloisa Pires. Histórias da Preta. São Paulo: Compainha das Letrinhas, 1998. LUSTOSA, Isabel. A história dos escravos. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1998. MACEDO, Aroldo. Luana, a menina que viu o Brasil neném. São Paulo: FTD, 1999. MARTINS, Georgina da Costa. Fica comigo. São Paulo: DCL, 2001.

MEIRELLES, Gilda. Biografia do negro. Juiz de Fora: Franco Editora, v.1, 2002. CASTLE, Caroline. Para toda criança. São Paulo: Ática, 2001.

PATERNO, Semiramis. A cor da vida. Belo Horizonte: Lê, 1997.

PRANDI, Reginaldo. Xangô, o trovão. São Paulo: Conpanhia das letras, 2003. ROCHA, Ruth. Amigo do rei. São Paulo: Ática, 2000.

ROSA, Sônia. Menino Nito: então, homem chora ou não. Rio de Janeiro: Pallas, 2002. RUFINO, Joel. Gosto de África: histórias de lá e de cá. Editora Onda Livre, 1999.

5.2 Dicas de leitura para o educador

AZEVEDO, Eliane. Raça. São Paulo: Ática, Série Princípios, 1987.

CASHMORE, Ellis. Dicionário de relações étnicas e raciais. São Paulo: Summus, 2000. CASTANHA, Marilda. Agbalá, um lugar no continente. Belo Horizonte: Formato, 2001. CAVALLEIRO, Eliane (Org.). Racismo e anti-racismo na educação: repensando nossa escola. São Paulo: Summus, 2001.

CUTI, Maria das Dores Fernandes (Org.). Consciência negra no Brasil: os principais livros. Belo Horizonte: Mazza, 2002.

FORD, Clyde W. Herói com rosto africano: mitos da Àfrica. São Paulo: Summus, Série Selo Negro, 1999.

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Eu, lendo esse poema, percebo que esse menino ia ao contrário do normal, do comum,

ele se aventurava, quando a mãe diz que carregar água na peneira, era o mesmo que roubar o vento e sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.

O menino gostava do vazio, por isso ele gostava da peneira pois estava sempre em

busca de mais. Nós precisamos disso, apesar da minha experiência de 25 anos de sala de aula, eu ainda sinto um vazio, é como se eu estivesse com a minha peneira vazia. E quem somos nós, para querermos abarcar tudo, saber tudo, conhecer tudo. Então esse menino, só sendo um poeta, só exercendo essa arte, fazendo peraltices, peraltagens para eu me sentir um pouco e ir preenchendo essas lacunas.

Temos a questão valorativa que se dá ao livro. Temos que ler determinados livros como

Machado de Assis em vez de ler um afro-brasileiro ou um africano. Devemos ler vários tipos de livro, não hierarquizando, como livros só de ilustrações por exemplo. Pois cada um verá a imagem que desejar. E depois da leitura da imagem vamos montar a histori-nha. Ler é condição de sobrevivência. Se eu tenho como missão fazer com que esse menino sobreviva, eu tenho que apresentar a leitura pra ele.

Tenho um professor na escola em que sou pedagoga que trabalha Literatura Mundial,

Literatura Nacional e Literatura Capixaba, nas várias turmas. Na Literatura capixaba, teve uma aluna que levou o Teodorico Boamorte e suas poesias. Foi um trabalho muito bonito para os alunos.

Falando um pouco sobre Chimamanda Adichie no livro “O perigo de uma história

única”, ela fala que é perigoso você, por exemplo, quando fala da história de Romeu e Julieta e não mostra outras histórias de amor faz parecer que é a única história de amor, em detrimento das outras, incorrendo no risco de criar uma história única.

Nós ensinamos a ler como nós, vamos ensinar também a escrever. Assim como

damos o exemplo como leitores, devemos também ser exemplo como escritores. Eu vou escrever porque se eu sou capaz de escrever, o meu aluno também é capaz, eu me coloco no mesmo patamar que ele. Se eu vou passar um trabalho de escrita para o meu aluno, eu também escrevo, eu faço o trabalho junto com eles, para que eu possa com-preender que eu sou o espelho de meu aluno. Eu admiro muito quem trabalha nas

séries iniciais por fazerem o trabalho junto com os alunos.

5.3 Videodocumentários

Brasilianas 17 - Heitor dos Prazeres, 1965. Direção: Antônio Carlos Fontoura

Sinopse: vida e obra do pintor e sambista popular. Tema: artes plásticas: música popular braslileira.

O Rap do Pequeno Príncipe contra as almas sebosas, 2000. Direção: Paulo Caldas

e Marcelo Luna

Sinopse: história de dois jovens da periferia do Recife- um músico e um matador- cujas vidas se entrelaçam, mas que optaram por armas diferentes.

Temas: cultura popular e hip hop.

O fio da memória, 1991. Direção: Eduardo Coutinho

Sinopse: o filme condensa, em personagens e situações do presente, a história dos negros no Brasil. Temas: discriminação racial, religião e história.

Feiticeiros da Palavra, 2001. Direção: Rubens Xavier

Sinopse: um percurso histórico do jongo, forma de expressão poética,musical e coreo-gráfica dos afro-descendentes do Vale do Paraíba(SP), a partir da memória dos mais velhos. Temas: cultura popular, história, música popular brasileira, dança.

Retratos do Vale, 2002. Direção: Luís Bargmam

Sinopse: duas senhoras, uma negra, a outra branca, falam de suas vidas. Suas memó-rias remontam ao passado colonial do Brasil e se misturam á história da região em que nasceram, o Vale do Paraíba (SP).

Temas: cultura brasileira, história, memória.

Atlântico Negro - Na rota dos Orixás, 1998. Direção: Renato Barbieri

Sinopse: viagem no espaço e no tempo em busca das origens africanas da cultura brasileira. Terra de origem dosOrixás e Voduns: o Benin (África), onde estão as raízes da cultura Jeje-Nagô.

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Referências

BARROS, M. Poesia Completa. São Paulo: Leya, 2011.

BRASIL. Ministério da Educação. Orientações e Ações para Educação das

Relações Étnico-Raciais. Brasília: SECAD, 2006.

CAVALLEIRO, Eliane (Org.). Racismo e anti-racismo na educação: repensando nossa escola. São Paulo: Summus/Selo Negro, 2001.

ESPÍ, Pilar. Vivendo a diversidade: cultura afro-brasileira. Belo Horizonte: Fapi,

2007.

GONÇALVES E SILVA, Petronilha; SILVÉRIO, Valter Roberto (Orgs.). Educação

e ações afirmativas: entre a injustiça simbólica e a injustiça econômica. Brasília,

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.

ROMÃO, Jeruse. Por uma educação que promova a autoestima da criança

negra. Brasília, Ministério da Justiça, CEAP, 2001.

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Referências

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