• Nenhum resultado encontrado

UM DIAGNÓSTICO DOS CUSTOS COM SAÚDE PÚBLICA EM MUNICÍPIOS DE SANTA CATARINA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "UM DIAGNÓSTICO DOS CUSTOS COM SAÚDE PÚBLICA EM MUNICÍPIOS DE SANTA CATARINA"

Copied!
37
0
0

Texto

(1)

CENTRO SÓCIO-ECONÔMICO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ISADORA CARVALHO VIEIRA

UM DIAGNÓSTICO DOS CUSTOS COM SAÚDE PÚBLICA EM MUNICÍPIOS DE SANTA CATARINA

Florianópolis 2018

(2)

ISADORA CARVALHO VIEIRA

UM DIAGNÓSTICO DOS CUSTOS COM SAÚDE PÚBLICA EM MUNICÍPIOS DE SANTA CATARINA

Monografia submetida ao Departamento de Ciências Contábeis, do Centro Sócio-Econômico, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientador: Prof. Dr. Altair Borgert Coorientadora: Valkyrie Vieira Fabre

Florianópolis 2018

(3)

UM DIAGNÓSTICO DOS CUSTOS COM SAÚDE PÚBLICA EM MUNICÍPIOS DE SANTA CATARINA

Esta monografia foi apresentada como trabalho de conclusão de curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, obtendo nota média de ______, atribuída pela banca constituída pelos professores abaixo mencionados.

________________________ Prof. Fernando Richartz, Dr. Coordenador do Monografia do CCN Banca Examinadora:

________________________ Prof.Altair Borgert, Dr.

Presidente (Orientador)

________________________ Valkyrie Vieira Fabre, Ma.

Membro (Coorientadora)

________________________ Prof. Fernando Richartz, Dr.

(4)

RESUMO

Esta pesquisa tem por objetivo diagnosticar os custos da saúde pública municipal. Para tal, foi realizada uma pesquisa quantitativa nos maiores municípios de Santa Catarina. O levantamento foi com base nos dados contábeis publicados nos balanços oficiais dos últimos seis anos. A composição funcional da saúde, sua participação no total de gastos do município, o custo por habitante e a relação entre as variáveis, revelam que os custos com saúde foram em média de 24,96% do total dos custos municipais, enquanto que o percentual individual dos custos por município foi entre 18,61% e 34,73%. Os municípios com maiores custos em saúde per capita, foram Itajaí e Chapecó. Já, os com menores custos per capita foram São José e Palhoça. Em relação ao custo total com saúde pública, Joinville e Florianópolis foram os que mais gastaram. A análise estatística demonstrou existir forte correlação entre o valor do custo Total com Saúde e as subfunções de Assistência Hospitalar e Ambulatorial (0,84), Suporte Profilático e Terapêutico (0,73) e Demais Subfunções (0,75). A contribuição da contabilidade para o melhor gerenciamento das contas públicas tem sido tema de várias pesquisas recentes. Contudo, o campo é vasto e ainda precisa ser desbravado em muitos aspectos.

(5)

Quadro 1 – Municípios catarinenses pesquisados...15 Quadro 2 - Classificação funcional dos gastos públicos com saúde...16

(6)

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Histórico sintético da saúde pública em relação ao custo total do município de

2011 a

2016...19 Gráfico 2 – Custo municipal da saúde per capita...20 Gráfico 3 - Histórico do custo da saúde pública municipal por subfunção...23

(7)
(8)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...9

2 REFERENCIAL TEÓRICO...11

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...15

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS...17

5 CONCLUSÕES...27

(9)

1 INTRODUÇÃO

Estudos comprovam que a aplicação de recursos públicos em saúde melhora a qualidade da saúde coletiva e contribuem para o crescimento e desenvolvimento econômico (HALICI-TÜLÜCE et al., 2016; LIU, MILLS, 2016; MLADENOVI et al., 2016; BIEN et al., 2017). A busca pelo bem-estar social tem elevado os custos com saúde e gerado preocupação de gestores e cidadãos, que agora buscam reduzi-los (KUMALA et al., 2006). A literatura tem se preocupado em mensurar a eficiência e a eficácia dos custos no setor público, mas tem encontrado limitações contábeis de ordem técnica. Para Santos et al. (2017), a contabilidade pode contribuir para o entendimento dos custos, que ainda permanece obscuro à literatura. Nesse sentido, é necessário primeiro entender os custos, para depois traçar estratégias para reduzi-los.

Holmes e Sunstein (2000), ao considerarem o custo total com saúde pública afirmam que a área tem gasto cada vez mais recursos, para financiar os serviços e proteger os cidadãos. Para Shankar et al. (2015), os cuidados com a saúde dos doentes, podem aumentar a renda pessoal e por consequente a renda nacional, promovendo o bem-estar e o aumento na expectativa de vida da população. Nesse sentido, os valores mínimos a serem aplicados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios brasileiros, são estabelecidos pela Lei Complementar n° 141, de 13 de janeiro de 2012, que estabelece ainda, os critérios de rateio das transferências e as normas de fiscalização, avaliação e controle de custos entre as esferas governamentais (BRASIL, 2012). Porém cidadãos e gestores, não sabem ao certo onde e como esses recursos são aplicados.

Vários países divulgam os custos totais com saúde. Grande parte deles adota a classificação contábil da Organization for the Cooperation and Economical Development (OCDE), que é a mais utilizada na contabilidade pública mundial e que agrupa os gastos com saúde em única conta contábil (MORAIS et al., 2014). A dificuldade em coletar informações financeiras mais detalhadas tem limitado as pesquisas sobre eficiência e eficácia dos custos públicos (WORRALL et al., 2004; LIU; MILLS, 2012). No Brasil, os estudos sobre custo na saúde pública representam um campo recente de pesquisa, que surgiu com publicações a partir do ano de 2006, com predominância de estudos na Região Sudeste, em detrimento das demais regiões do Brasil (MORAZ et al., 2015). Nesse sentido, o Brasil é uma fonte de pesquisa ainda pouco explorada, visto que a normatização contábil exige a divulgação detalhada em todas as esferas de governo.

(10)

10

Arredondo (2014), afirma que conhecer os custos é fundamental para tomada de decisões que promovam a estabilidade financeira do sistema de saúde. Os aspectos técnicos da administração pública, para Santos et al. (2017), são tratados de maneira superficial pelos pesquisadores da economia e da administração, entre eles a questão da flutuação dos custos, que carece de conhecimentos contábeis específicos para entender sua composição.

A saúde é uma área, que carecem de conhecimentos multidisciplinares. Moraz et al. (2015) afirmam que os estudos têm se concentrado nas doenças, sua prevenção, diagnósticos e tratamentos. Para os autores, o cenário das publicações sobre gastos em saúde no Brasil tende a não se debruçar em conhecer o tripé investimento-custo-efetividade na saúde pública, o que pode levar a problemas futuros, já que carece de conhecimentos técnicos específicos.

A contabilidade gerencial tem um potencial a ser explorado nas pesquisas do setor público (LAPSLEY e WRIGHT, 2004). Mas a nomenclatura utilizada pode causar divergências de entendimento até na própria ciência contábil. Em pesquisas internacionais sobre o setor público, o termo “cost” ou “custo” já está consolidado, como sinônimo dos gastos em geral. Porém, alguns autores no Brasil, principalmente em pesquisas da área privada, utilizam o termo gastos, como sendo a soma dos custos, despesas e investimentos. No setor público brasileiro segundo Fabre et al. (2017), por força normativa os gastos são denominados de despesa orçamentária e equivalem ao conceito de gasto público. Assim, nesta pesquisa, foi utilizado o termo custo, que é o padrão internacional da literatura científica, como sinônimo de gastos.

Na saúde pública brasileira, principalmente nos municípios, o conhecimento dos custos com bens, ações e serviços, dos programas de saúde que advém das políticas públicas, bem como a manutenção dos estabelecimentos de saúde, dos recursos humanos e da logística, apresentam mais perguntas do que respostas sobre o conhecimento contábil nos processos (VIEIRA, 2017). Entre as questões ainda pouco exploradas na academia, está a que originou essa pesquisa: qual a composição dos custos municipais com saúde pública?

Enquanto os estudos internacionais que utilizam dados da OCDE se limitam ao custo total da saúde, no Brasil, o caráter normativo estabelece diversas classificações contábeis que possibilitam um maior detalhamento. Entre elas, a classificação funcional programática, que é estabelecida pela Portaria n° 42, de 14 de abril de 1999, e define Funções, Subfunções e Programas da despesa pública (BRASIL, 1999). Assim, a contabilidade voltada ao setor público pode contribuir com um tema que ainda permanece obscuro na literatura, a composição dos custos públicos com saúde.

(11)

De acordo com a classificação funcional programática, funções e subfunções tem classificação padronizada nas contas públicas brasileiras, enquanto que os programas são definidos de acordo com as políticas de governo em cada entidade pública. Nesse sentido, pesquisas que envolvam a classificação funcional (funções e subfunções) possibilitam replicação e generalização. De acordo com Fabre et al. (2017), a função reflete a competência institucional do órgão dentro de uma área de atuação, enquanto que a subfunção estabelece a finalidade específica da ação governamental vinculada àquela área. Vale destacar que, no presente estudo aborda-se a função Saúde e todas as subfunções a ela vinculadas.

O grande desafio da gestão pública brasileira, diante do cenário econômico e político conturbado vivido nos últimos anos, é o gerenciamento dos gastos, desde a captação dos recursos até a correta destinação e transparente prestação de contas (PRADE; FABRE, 2018). Porém, antes de implementar sistemas de custos, reestruturar as contas públicas e planejar políticas públicas de saúde, é necessário conhecer a composição dos custos. Para Bliesner (2008) o diagnóstico do custo da saúde pública pode oferecer alternativas de corte orçamentário e realocação de recursos, pois a escassez devido a demanda crescente, em números e em idade, tende a aumentar os gastos.

Nesse sentido, diante das várias esferas de governo e dos diversos aspectos do custo, esta pesquisa tem por objetivo diagnosticar os custos municipais com saúde pública, sob o aspecto da classificação funcional.

Essa sessão inicial apresentou de maneira breve a pesquisa. Na sequência apresenta-se o referencial teórico apresenta-seguido dos procedimentos metodológicos que envolveram a investigação. Os resultados constam da terceira sessão, com gráficos e tabelas que facilitam a compreensão do leitor. As conclusões são apresentadas ao final, seguidas da lista de todas as referências aqui utilizadas.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Os custos com saúde envolvem várias ações públicas. Nessa área, segundo Zhu e Wang (2011), cada país aplica os recursos de acordo com sua própria política de governo. No Brasil, a função pública da saúde envolve ações de atenção básica, assistência hospitalar e ambulatorial, suporte profilático e terapêutico, vigilância sanitária, vigilância epidemiológica, alimentação e nutrição (BRASIL, 1999; 2014). Mas a norma legal não limita as ações de saúde, assim, além das subfunções descritas, outras podem ser realizadas, em caráter de apoio à estrutura da saúde pública (administrativa ou operacional).

(12)

12

Em relação à aplicação de recursos em ações de saúde, Zhu e Wang (2011) afirmam que os EUA gastam 21%, a Austrália gasta 18,2%, a República Checa 14,5%, a Alemanha 13,6%, a Rússia 12,7%, a Suazilândia 11,4%, a Romênia 10,7%, a Polônia 10,3%, a Bolívia 9,6%, o Irã 6%, a Singapura 5,8%, e a China 4%, de seu recurso total disponível. No Brasil, de acordo com o último balanço consolidado, publicado pela (SICONFI, 2018), foram aplicados 8,6% em saúde, do total executado do orçamento.

As realidades são distintas e a aplicação de recursos não mantém um padrão global. Bonacim e Araújo (2010) afirmam que o ponto positivo comum para todos os países, é que um sistema de apuração de custos contribui para mensurar a eficiência, a eficácia, a efetividade e a avaliação dos resultados.

É preciso conhecer os custos para melhor gerir os resultados. Alonso (1999), afirma que o desconhecimento dos custos da saúde pública pelos gestores é o maior indicador de ineficiência e de desperdício no provimento das necessidades dos serviços públicos, resultam em suspensão de atendimentos, de prestação de serviços, insatisfação dos usuários, entre outros.

Em relação à gestão dos custos, Lang e Jones (2012) afirmam que os gestores, responsáveis pelo suporte gerencial, na maioria dos casos, são profissionais da área da saúde que geralmente não estão capacitados para realizar tomadas de decisão com bases nas técnicas de gestão. Para os autores, esses profissionais tomam decisões baseadas na “sensibilidade” relacionada a cada área especifica da saúde, muitas vezes comprometendo a eficiência do sistema, por negligenciarem informações gerência disponíveis.

Na busca pela eficiência dos recursos públicos, alguns países têm promovido reformas políticas no serviço de saúde pública, sem conhecer a real estrutura de custos da saúde. A China, segundo Liu e Mills (2012) realizou uma reforma caracterizada pela redução dos custos públicos e introdução de cobranças pela prestação dos serviços. Os autores concluíram que os serviços preventivos foram drasticamente reduzidos pela cobrança de tarifas o que gerou um aumento considerável em doenças.

Em pesquisa nos Estados Unidos Koller e Khullar (2017), verificaram que o país investe em saúde pública, entretanto, o Fundo da Commonwealth advertiu quanto ao subinvestimento, como uma das principais causas do país ser o último colocado, entre os países ricos, na atenção primária à população. Para os autores, o investimento em saúde se consolida no atendimento aos pacientes, reflete as prioridades selecionadas pelos gestores e possibilita quantificar o desempenho do sistema de saúde de um país.

(13)

Alguns países vem se disseminando a política do desinvestimento. Haines et al. (2014), afirmam que a alegação é de que isso proporciona sustentabilidade ao sistema de saúde a longo prazo. Para os autores, as principais barreiras ao desinvestimento são a heterogeneidade entre pesquisas e contextos clínicos, ausência de evidência de eficácia de algumas tecnologias de saúde e exposição de pacientes e organizações, aos riscos e resultados ruins.

Alguns países desenvolvidos realizam estudos de variação geográfica e utilização dos níveis de serviços de saúde. No Canadá Rascka et al.(2013) analisam dados de um programa de prevenção e controle de infecções, por um período de quatro anos, buscando indentificar custo-benefício. Identificaram que no período ocorreu uma redução de 4.739 casos de infecção urinária, com redução de gastos em torno de US$ 9,1 milhões. Concluíram que as políticas de saúde, procedimentos de prevenção e iniciativas padronizadas, levam à redução de custos.

Para Bousmaha et al. (2016) a diminuição de custos com saúde só tem resultados efetivos em estruturas públicas mais organizadas e cuja gestão tenha alta qualidade. Os achados foram com base em 18 países da região do Oriente Médio e Norte da África, no período de 1995-2012. Os autores alegam que o aumento dos custos é uma condição necessária, mas não suficiente, para a melhoria dos resultados de saúde.

A importância do custo na saúde pública é fundamental para determinar o uso dos recursos financeiros, para evitar o círculo vicioso da austeridade – corte de gastos – redução de crescimento – corte de gastos (ROSSI e DWECK, 2016). Alguns estudos sobre gestão dos recursos públicos de saúde já foram realizados no Brasil, mas o país tem dimensões continentais e realidades distintas em cada região pesquisada.

Para Lara e Mendes (2015), que analisaram a saúde na região metropolitana da Baixada Santista, a descentralização da saúde no Estado de São Paulo não trouxe coesão entre gastos com ações e serviços de saúde. Os autores identificaram que a maior necessidade de recursos é para média e alta complexidade hospitalar e ambulatorial, no entanto, a União havia encaminhado os recursos à atenção básica.

No Estado de Pernambuco, Santos et al. (2015a) ao analisarem a tomada de decisão dos gestores, sobre as prioridades de investimento na área da saúde, de 2007 a 2013, apontaram um aumento de investimentos. Foram privilegiados os gastos em média e alta complexidade hospitalar e ambulatorial, em detrimento da atenção básica.

Na cidade de Porto Alegre, o estudo feito por Costa et al. (2016) investigou as internações hospitalares denominadas Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP) no

(14)

14

período entre 1998 a 2012, sem levar em conta a cidade de procedência da clientela atendida. A ICSAP são internações decorrentes de doenças que podem ser tratadas na atenção primária (tuberculose, hipertensão, diabetes entre outras). Os autores constatam que apesar de investimentos na atenção básica, a cidade de Porto Alegre tem apenas um percentual de 31,5% da sua população atendida na atenção primária. Apesar da redução da ICSAP no período do estudo, os resultados não trazem impacto na diminuição dos custos da média e alta complexidade hospitalar.

Santos et al. (2015) analisam a estimativa de custos do Programa Municipal de Controle da Dengue, em Goiânia, capital do Estado de Goiás, entre 2009 e 2010. Concluíram que o valor de R$ 2.622.620 (US$ 1,574,768) no período de atividade da doença na cidade, foram suficientes para a prevenção e controle da doença pela vigilância em saúde, por aproximadamente mais 3 meses, decorrendo que na fase ativa da doença há sobrecarga de atendimento e aumento de custos na área hospitalar.

No estudo de Teles et al. (2017), o gasto público federal com o Serviço de Atendimento Móvel de Emergência (SAMU), comparando municípios, regiões e macrorregiões de saúde no Estado da Bahia, no período de 2009 a 2012, ocorreu de forma crescente. Os autores alertam que o fato da legitimidade do serviço, sem a contrapartida de investimentos da rede de atendimento, pode causar o estrangulamento do atendimento e a ausência de integralidade da saúde pública.

Os problemas relacionados ao desequilíbrio financeiro de maneira geral evidenciam a necessidade de que se compreenda e gerencie os custos. Costa et al. (2016), afirma que é preciso tratar a informação e utilizá-la de forma a reduzir gastos, com o objetivo de equilibrar receitas e despesa, organizar seus investimentos, minimizar ou eliminar custos e desenvolver projetos autossustentáveis.

No Brasil existe um programa federal de apoio ao fornecimento gratuito de medicamento farmacêuticos, chamado de Farmácia Popular (com distribuição de medicamentos mediante receita médica, em farmácias públicas e privadas). Garcia et al. (2017) avaliam dados sobre os programas Farmácia Popular no Estado de Minas Gerais, para identificar qual o mais eficiente do ponto de vista do financiador público, em termos econômicos. Os resultados revelam predomínio do modelo de terceirização, para assistência farmacêutica privada. Esta constatação se deve na dificuldade do setor público em manter o abastecimento dos medicamentos e a organização das farmácias públicas. A avaliação econômica demonstra a baixa produtividade do serviço público, o que afeta diretamente o custo médio da assistência farmacêutica integral e universal de qualidade à população.

(15)

Concluem que é preciso conhecer os custos, para obter maior eficiência de aplicação dos recursos financeiros na saúde pública.

Percebe-se que na literatura alguns aspectos sobre o comportamento dos custos no setor público ainda não estão claros. Apesar dos tratamentos e procedimentos de saúde ser similares entre os países, à política de gestão dos recursos é distinta. No Brasil, que mantém uma estrutura contábil detalhada das contas públicas de saúde, compreender o aspecto histórico dos custos é o primeiro passo para ampliar o conhecimento na área.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Diagnosticar como estão sendo aplicados os recursos públicos municipais com saúde é algo necessário e, ainda, obscuro na literatura (BLIESNER, 2008; ARREDONDO, 2014). Nesse sentido, o problema de pesquisa é abordado de maneira quantitativa, com objetivos atendidos por meio da estatística descritiva, cuja a principal fonte de dados foi documental.

Para Bousmaha et al. (2016), em relação a saúde, instituições com maior e melhor estrutura conseguem diminuir os gastos. O Brasil é composto por 26 Estados Federados, entre eles, na área da saúde, o estado de Santa Catarina apresenta o menor índice de mortalidade infantil e maior índice de longevidade do Brasil (RIPSA, 2008, p. 81). Além disso, Santa Catarina ocupa a segunda melhor posição (77,2 pontos) no Ranking de Competitividade dos Estados (RCE), enquanto a média nacional é de 47,9 O ranking calculado com base desempenho dos estados sob dez pilares (potencial de mercado, infraestrutura, capital humano, educação, sustentabilidade social, segurança pública, solidez fiscal, eficiência da máquina pública, inovação e sustentabilidade ambiental), no sentido de identificar as melhores condições para fazer negócio e a qualidade de vida da população. Assim, optou-se por observar os dados dos municípios de Santa Catarina.

Como amostra foram selecionados todos os municípios catarinenses com mais de 100.000 habitantes, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Todos os dados foram disponibilizados pelos municípios pesquisados, o que proporcionou 100% de acessibilidade. O Quadro 1 apresenta os municípios pesquisados.

Quadro 1 – Municípios catarinenses pesquisados

Municípios Habitantes Municípios Habitantes

Joinville 515.288 Itajaí 183.373

Florianópolis 421.240 Lages 156.727

Blumenau 309.011 Jaraguá do Sul 143.123

(16)

16

Criciúma 192.308 Balneário Camboriú 108.089

Chapecó 183.530 Brusque 105.503

Fonte: IBGE, 2018

Devido ao caráter técnico das informações, a contabilidade tem um importante papel no auxílio ao entendimento dos custos públicos (SANTOS et al. 2017; MORAZ et al. 2015). Para tal, foram utilizados os dados publicados nos balanços oficiais disponíveis no SICONFI (2018), que são utilizados para efeitos de consolidação nacional. Destes demonstrativos contábeis, foi utilizado o Anexo I – Execução da Despesa por Função, parte integrante do Balanço Anual, homologado.

Para efeitos da coleta de dados, foram considerados como custos os valores da execução orçamentária da despesa (empenhos liquidados) do período. Dentro da classificação funcional estabelecida pela Portaria n° 42/99, foi utilizada a função Saúde e todas as subfunções a ela vinculadas (Quadro 2).

Quadro 2 - Classificação funcional dos gastos públicos com saúde

Função Subfunção

10 – Saúde 301 – Atenção Básica

302 – Assistência Hospitalar e Ambulatorial 303 – Suporte Profilático e Terapêutico 304 – Vigilância Sanitária

305 – Vigilância Epidemiológica 306 – Alimentação e Nutrição Fonte: Adaptado da Portaria n° 42/99.

Ao completar a coleta de dados foi verificado que outras subfunções estavam vinculadas à Saúde, principalmente a subfunção Administração Geral (122) e a Previdência Regime Estatutário (272), as quais, para efeitos desta pesquisa foram agrupadas e chamadas de Demais Subfunções. Isso ocorre devido à norma jurídica não limitar os gastos com saúde às suas respectivas subfunções. No caso de custos administrativos (subfunção 122), acontece que muitos municípios têm estruturas administrativas separadas para a saúde, gerando gastos administrativos próprios para esta função. No caso da previdência (subfunção 272) ocorre que antes do município migrar para o regime próprio de previdência, conforme autorizado na Lei 9717/98 já existiam funcionários aposentados ou pensionistas vinculados à saúde municipal, os quais permanecem nessas contas até que seja extinto o direito (pelo óbito do beneficiário) (BRASIL, 1998).

Essa pesquisa foi realizada com base no período de 2011 a 2016. Cabe destacar que os Entes públicos, tem prazo até o dia 30 de junho do ano seguinte, para terem seus demonstrativos anuais publicados e homologados pelo governo federal. Assim, no momento

(17)

da coleta dos dados (fevereiro a abril de 2018), os dados de 2017 ainda não estavam homologados, portando, foram descartados, pois podem sofrer alterações. Outrossim, optou-se por não atualizar a inflação incidente sobre os valores de custos dos anos anteriores, visto que a mesma não foi muito representativa no período e que a tabela do Sistema Único de Saúde (SUS), que é utilizada para pagamento de profissionais e procedimentos de saúde (valor repassado pelo governo federal para este fim), também não teve atualização no período pesquisado.

Como limitações desta pesquisa cabem destacar três pontos: a) foi utilizado o padrão internacional de nomenclatura, no qual se utiliza o termo “custo” para definir todos os gastos realizados, assim, o custo do serviço público municipal de saúde aqui abordado, representa todos os gastos executados e registrados na função orçamentária no período; b) os dados levantados na pesquisa correspondem aos custos municipais (aqueles que independente da fonte, passaram pelas contas públicas do município), não envolvendo recursos aplicados diretamente pelo Estado, União ou iniciativa privada, os quais, muitas vezes contribuem juntos para um mesmo fim; c) como no Brasil a política geral de saúde atende a quem dela necessitar, independente da origem territorial do paciente, alguns municípios podem ter seus custos sobrecarregados por manterem melhores estruturas ou por serem considerados polos regionais, o que leva muitos pacientes a se deslocarem de seus municípios de origem para serem atendidos em outros.

Os procedimentos para análise dos resultados foram principalmente por meio da análise descritiva e correlação. Iniciou-se com o histórico sintético de custos da saúde pública, em relação ao total de custos dos municípios. Calculou-se o custo da saúde pública municipal por habitante, o qual também foi apresentado em forma de gráfico temporal. O histórico analítico por subfunção e município, foi apresentado na sequência. A correlação entre as variáveis fecha o capítulo das análises. Em cada item analisado são trazidas pesquisas anteriores para comparar e discutir os resultados.

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Quanto maior a aplicação de recursos em saúde, maior o bem-estar da população e, consequentemente, maior o crescimento e desenvolvimento das regiões abrangidas (MLADENOVI et al., 2016; HALICI-TÜLÜCE et al., 2016; LIU, MILLS, 2012; BIEN et al., 2017). Nesse sentido, uma parte do orçamento público é destinada à saúde.

(18)

18

Na maioria dos países desenvolvidos, segundo Zhu, Wang (2011), o gasto é maior que 10% do orçamento governamental em cuidados com saúde; já em países em desenvolvimento, gira em torno de 6,0%. Esse percentual é calculado com base nos dados contábeis federais. Países como o Japão e os localizados na zona do euro contam com maior número de idosos e investem menos em saúde, se comparados como setor público dos Estados Unidos, que possui menor número de idosos e piores índices de saúde (JADISON et al., 2015).

No Brasil, governos locais (municípios), governos regionais (estados) e governo federal (união), contribuem juntos para a saúde pública. O Gráfico 1 apresenta o histórico (2011 a 2016) dos custos totais dos municípios e dos custos com saúde pública municipal.

Ao analisar os dados levantados, verificou-se que os custos com saúde, nos municípios maiores de 100.000 habitantes, de Santa Catarina, são em média de 24,96% do total dos custos municipais. A média individual, de todos os anos, para cada município ficou entre 18,61% (São José) e 34,73% (Criciúma), muito além do percentual médio de países em desenvolvimento, que segundo Zhu e Wang (2011) é de 10% do total do total de custos do governo. Cabe destacar que a norma legal brasileira determina a aplicação mínima de 15% dos impostos municipais em ações de saúde.

Os municípios de Chapecó, Criciúma e Joinville, se destacaram por manter mais de 30% do total de recursos, aplicado em saúde, durante todo o período analisado. Esses municípios são grandes polos regionais de saúde em Santa Catarina, com grandes hospitais e com uma rede de atendimentos que beneficia cidadãos de vários municípios vizinhos. Outros municípios pesquisados também têm esse perfil, como Lages (24,36%), Itajaí (22,16%) e São José (18,61%), porém, nesses locais o percentual de recursos aplicados foi menor. Não foi realizada pesquisa específica para descobrir a causa, mas pode ter relação com o aporte de recursos de outras esferas de governo (estadual e federal), que, no Brasil, contribuem juntas para as ações de saúde.

Maior aplicação de recursos em saúde não significa melhor uso do dinheiro público. Para Haines et al. (2014), o desinvestimento em saúde é garantia de sustentabilidade para os atendimentos dos serviços em saúde a longo prazo. Nesse estudo, os melhores percentuais monetários aplicados pelos municípios em saúde, alertam para a necessidade de uma pesquisa que avalie o investimento em saúde, eficácia ou custo-efetividade das ações desenvolvidas na saúde pública, já que o planejamento e avaliação são necessários para garantir ações em saúde em longo prazo.

(19)

Gráfico 1 - Histórico sintético da saúde pública em relação ao custo total do município de 2011 a 2016

Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Os percentuais, também, podem ter relação com o número de habitantes do município, mesmo que os atendimentos muitas vezes tenham abrangência regional. O Gráfico 2 apresenta o custo municipal per capita.

(20)

20

Gráfico 2 – Custo municipal da saúde per capita

2011 2012 2013 2014 2015 2016 - 150.00 300.00 450.00 600.00 750.00 900.00 1,050.00 1,200.00 1,350.00 1,500.00

Brusque Balneário Camboriu Palhoça Jaraguá do Sul Lages Itajaí Chapecó Criciúma São José Blumenau Florianópolis Joinville

(21)

Os resultados encontrados no período entre 2011 a 2016 sinalizam que os dois municípios que tiveram os maiores custos em saúde per capita, foram: Itajaí e Chapecó. Em contrapartida, os dois municípios com menores custos em saúde per capita foram: São José e Palhoça.

A média geral de gasto per capita, entre o período de 2011 a 2016, foi de R$ 748,67. Em 2011 a média ficou em R$ 519,08, e em 2016 ficou em R$ 970,31. Entre os municípios pesquisados, os que mantiveram os mais elevados custos com saúde por habitante foram Itajaí (média geral de R$ 1.069,12), seguido de Chapecó (média de R$ 936,64). Já os que mantiveram os mais baixos custos foram São José (média de R$ 369,38) e Palhoça (média de R$ 397,62).

As cidades de Itajaí, Chapecó e Joinville são grandes centros urbanos, adensamentos povoados e localizados em diferentes regiões de Santa Catarina. Soares et al. (2016) colocam que estas características contribuem para uma oferta de bens e serviços em saúde pública, que atraem os moradores de municípios menores e com menor variedade de serviços, ou até a inexistência deles em seus locais de origem.

O custo per capita aqui apurado considerou o total de serviços na saúde. Alguns estudos anteriores (BLIESNER, 2008; ALVES, COSTA, 2013; SANTOS et al., 2015b; BUENO, 2016) também utilizaram o custo per capita em suas análises, porém, pesquisaram um procedimento ou um setor específico, pertencente ao total da saúde.

No estudo de Bliesner (2008), realizado nos seis primeiros meses de 2008 no município de Balneário Camboriú, identifica-se o custo unitário do atendimento em fisioterapia. O pesquisador levantou que a depreciação com materiais, custo da mão de obra, materiais de consumo e consumo de equipamentos foram os responsáveis pelos custos. Foram realizados 6.045 atendimentos, com custo de cada consulta com fisioterapeuta de R$ 40,93, sendo o tratamento de lesão de coluna t-1-s com imobilização R$ 201,68 o mais caro. No total o gasto com atendimento em fisioterapia chega a R$ 170.572,87. Em outubro de 2008, identificou-se 366 pacientes aguardando fisioterapia no município. Segundo o autor, a alternativa para atender a demanda reprimida e reduzir gastos é verificar a possiblidade de terceirizar o atendimento em fisioterapia no munícipio.

Alves e Costa (2013) identificaram fatores de impacto de eficiência na Atenção Básica em Saúde (ABS) entre 2007 a 2009, em que nove municípios com mais de 100.000 habitantes foram eficientes e com menores custos per capita provavelmente por contarem com infraestrutura necessária e boa aplicação dos recursos físico-financeiros. Os gastos per

(22)

22

capita variaram em 2007 entre R$ 79,01 e R$ 154,95, enquanto que em 2008 ficaram entre R$ 103,27 e R$ 174,11, e em 2009 permaneceram entre R$ 104,50 e R$ 158,97.

O custo per capita no Programa de Controle da Dengue, em Goiânia, entre os meses de outubro de 2009 a setembro de 2010, foi de R$ 11,05 ou US$6.63 na época (SANTOS et

al., 2015b). Do total financeiro gasto pelo programa, 82% foram custos com recursos

humanos, 7% transporte e 5% com inseticida. Os autores destacam que não basta saber o custo per capita, é preciso saber no que foi investido o recurso.

Em pesquisa realizada em países da América Latina, coordenada pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), onde os dados do Brasil foram coletados de idosos moradores da área urbana na cidade de São Paulo, Bueno (2016) apura que o custo total anual com medicamentos para idosos diabéticos foi R$ 728,71, para os idosos hipertensos R$ 505,19 e os idosos com diabetes + hipertensos R$ 1.172,94. Os idosos com diabetes mais velhos custam mais dos que os idosos mais velhos hipertensos. Os idosos, sobrepeso e hipertensos custam R$ 636,87 com medicamentos, os idosos com sobrepeso e diabéticos custam R$ 857,83 com medicamentos. Foi uma análise que contribuiu para o entendimento dos custos com saúde pública, direcionados aos idosos.

Cada município elege suas prioridades e nesse sentido os custos com saúde também são distribuídos de maneira diferente, de acordo com cada realidade local. O Gráfico 3, apresenta o histórico dos custos da saúde pública por subfunção.

Nesse estudo, os municípios que tiveram maior gasto total com saúde pública foram Joinville e Florianópolis. Considerando-se que alguns dos repasses estaduais e federais se dão em função do número de habitantes, justifica-se a posição de Joinville, que é o município com maior população e maior arrecadação do estado de Santa Catarina, mas não se justifica a posição de Palhoça, que apesar de ser um dos polos de saúde do Estado, não possui as mesmas características.

Segundo Santos et al. (2015b) em sua pesquisa realizada no estado de Pernambuco, os investimentos em saúde têm aumentado significativamente com repasses do Estado e da União para os Municípios, mas são principalmente voltados às ações de média e alta complexidade, fazendo com que os municípios desembolsem seus próprios recursos, principalmente para manter ações menos complexas.

(23)

Gráfico 3 - Histórico do custo da saúde pública municipal por subfunção 2011 2012 2013 2014 2015 2016 - 50,000,000.00 100,000,000.00 150,000,000.00 200,000,000.00 250,000,000.00 300,000,000.00 350,000,000.00 400,000,000.00 450,000,000.00

Joinville

2011 2012 2013 2014 2015 2016 - 20,000,000.00 40,000,000.00 60,000,000.00 80,000,000.00 100,000,000.00 120,000,000.00 140,000,000.00 160,000,000.00 180,000,000.00

Florianópolis

2011 2012 2013 2014 2015 2016 - 20,000,000.00 40,000,000.00 60,000,000.00 80,000,000.00 100,000,000.00 120,000,000.00 140,000,000.00 160,000,000.00 180,000,000.00 200,000,000.00

Blumenau

2011 2012 2013 2014 2015 2016 - 20,000,000.00 40,000,000.00 60,000,000.00 80,000,000.00 100,000,000.00 120,000,000.00

São José

2011 2012 2013 2014 2015 2016 - 50,000,000.00 100,000,000.00 150,000,000.00 200,000,000.00 250,000,000.00

Criciúma

2011 2012 2013 2014 2015 2016 - 20,000,000.00 40,000,000.00 60,000,000.00 80,000,000.00 100,000,000.00 120,000,000.00 140,000,000.00

Chapecó

Continua.

(24)

24 Continuação do Gráfico 3. 2011 2012 2013 2014 2015 2016 - 20,000,000.00 40,000,000.00 60,000,000.00 80,000,000.00 100,000,000.00 120,000,000.00 140,000,000.00 160,000,000.00

Itajaí

2011 2012 2013 2014 2015 2016 - 10,000,000.00 20,000,000.00 30,000,000.00 40,000,000.00 50,000,000.00 60,000,000.00 70,000,000.00

Lages

2011 2012 2013 2014 2015 2016 - 10,000,000.00 20,000,000.00 30,000,000.00 40,000,000.00 50,000,000.00 60,000,000.00 70,000,000.00 80,000,000.00 90,000,000.00 100,000,000.00

Jaraguá do Sul

2011 2012 2013 2014 2015 2016 - 10,000,000.00 20,000,000.00 30,000,000.00 40,000,000.00 50,000,000.00 60,000,000.00 70,000,000.00 80,000,000.00

Palhoça

2011 2012 2013 2014 2015 2016 - 10,000,000.00 20,000,000.00 30,000,000.00 40,000,000.00 50,000,000.00 60,000,000.00 70,000,000.00

Balneário Camboriú

2011 2012 2013 2014 2015 2016 - 5,000,000.00 10,000,000.00 15,000,000.00 20,000,000.00 25,000,000.00 30,000,000.00 35,000,000.00 40,000,000.00 45,000,000.00

Brusque

Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

Ao analisar os custos históricos com saúde pública municipal, percebe-se que os maiores gastos são com Atenção Básica e com Assistência Hospitalar e Ambulatorial. Soares

et al. (2016) afirmam que na subfunção de Atenção Básica são direcionados recursos para

menores especificidades, ao passo que na subfunção de Assistência Hospitalar e Ambulatorial são direcionamento recursos para atividades com maior complexidade.

(25)

Os resultados aqui encontrados divergem dos apontados por Lara e Mendes (2015), que analisaram os custos com saúde no estado de São Paulo. Naquela pesquisa a Assistência Hospitalar e Ambulatorial representou 79,57% dos custos com saúde, seguida de ações voltadas ao Suporte Profilático e Terapêutico (medicamentos), com 11,09%. No entanto, corroboram com Toleto (2017), que pesquisou 5.570 municípios brasileiros, e afirma que a Atenção Básica e a Assistência Hospitalar e Ambulatorial, são as subfunções que agregam maior esforço público na área da saúde, quer seja financeiro ou operacional.

As denominadas Demais Subfunções, que agrupam principalmente recursos destinados à gestão administrativa e a previdência de funcionários estatutários, também tiveram destaque nos municípios de Joinville e Jaraguá do Sul. Diferente da pesquisa de Lara e Mendes (2015), onde não foram significativas.

Observando os resultados do Gráfico 3, é possível perceber que o aumento dos custos em determinadas subfunções parece reduzir os custos em outras. Na literatura consultada para esta pesquisa, não foi encontrado relato explicito de que isso ocorre em outras amostras, mas alguns estudos (AYIEKO et al., 2013; BUENO, 2016; SOARES et al., 2016), relevam indícios deste mesmo fato.

No Quênia, após diagnosticarem o custo com saúde, verificou-se que alguns procedimentos têm interferência em outros, como o caso das vacinas preventivas, que segundo Ayieko et al. (2013) são efetivas, pois além de baratas, previnem doenças e reduzem os custos com tratamentos hospitalares.

A política de prevenção pode reduzir custos hospitalares com doentes. Bueno (2016) que pesquisou a hipertensão e diabetes na população idosa atendida na Atenção Básica no Brasil, alerta que o custo para controlar a doença é mais barato que o custo do atendimento hospitalar e ambulatorial de pacientes sem acompanhamento, que sobrecarregam o atendimento Hospitalar e Ambulatorial, em períodos de crise de saúde.

Soares et al. (2016) afirmam que a decisão do gestor deve ser pautada ao público atendido. Para o autor, o deslocamento dos pacientes dos municípios menores para centros de atendimentos de média e alta complexidade, eleva os custos nessas subfunções de saúde, enquanto que ocorre o inverso nos municípios menores, que precisam dedicar mais recursos à Atenção Básica.

Apesar dessas possíveis justificativas, a relação entre esses fenômenos precisa ser mais aprofundada. A Tabela 1 demonstra a correlação entre as variáveis pesquisadas.

(26)

26

Tabela 1 – Correlação dos custos

SAÚDE TOTAL Atenção Básica Assistência Hospitalar e Ambulatorial Suporte Profilático e Terapêutico Vigilância Sanitária Vigilância Epidemioló gica Demais Subfunções Custo por habitante SAÚDE TOTAL 1 Atenção Básica 0,19 1 Assistência Hospitalar e Ambulatorial 0,84 -0,07 1 Suporte Profilático e Terapêutico 0,73 -0,03 0,58 1 Vigilância Sanitária 0,26 0,26 0,23 0,50 1 Vigilância Epidemiológica -0,06 0,33 -0,26 -0,11 -0,25 1 Demais Subfunções 0,75 -0,37 0,56 0,65 -0,05 -0,12 1

Custo por habitante 0,53 0,29 0,53 0,08 0,10 -0,04 0,22 1

Fonte: Dados da pesquisa, 2018.

Ao analisar a correlação entre custos com saúde pública dos municípios pesquisados, observa-se que existe forte correlação entre o valor do custo total com Saúde e as subfunções de Assistência Hospitalar e Ambulatorial (0,84), Suporte Profilático e Terapêutico (0,73) e Demais Subfunções (0,75), indicando que quanto mais recursos são aplicados em saúde, maiores os custos registrados nessas subfunções.

O custo por habitante foi maior quando o custo total com saúde também aumentou. De acordo com Vieira (2017) isso era esperado, já que o custo aumenta em proporção ao número de atendimento, principalmente nos hospitais. Na Tabela 2, isso pode ser confirmado, já que o custo por habitante também teve relação forte com o volume de recursos aplicados em Assistência Hospitalar e Ambulatorial.

Os resultados demonstram que existe forte correlação entre os custos do Suporte Profilático e Terapêutico e da Assistência Hospitalar e Ambulatorial (0,58), assim como, entre aquele e a Vigilância Sanitária (0,50), sugerindo que o aumento na prestação de serviços hospitalares e de Vigilância Sanitária eleva os custos com consumo de medicamentos na rede pública.

As Demais Subfunções, aqui caracterizadas principalmente por custos administrativos e previdenciários (aposentadorias de funcionários e pensões), revelam relação positiva mais evidente com a Assistência Hospitalar e Ambulatorial (0,56) e o Suporte Profilático e Terapêutico (0,65). Talvez por ter sido realizada a pesquisa em municípios maiores de 100.000 habitantes, onde existe uma estrutura administrativa descentralizada para a saúde.

A relação inversa entre Assistência Hospitalar e Ambulatorial e a Atenção Básica, aparente em alguns municípios no Gráfico 3, não se confirmou na Tabela 2. Esse resultado pode não ter sido evidenciado porque os dados de correlação dos municípios foram gerados

(27)

em conjunto. Segundo Tonetto (2017) essas duas subfunções são as mais importantes em relação ao custo da saúde. Contudo, para aprofundar a análise são necessários outros testes estatísticos, não contemplados no presente estudo.

5 CONCLUSÕES

O objetivo desta pesquisa foi diagnosticar os custos municipais com saúde pública, sob o aspecto da classificação funcional. Os resultados contribuíram para o avanço no entendimento dos custos do setor público, em especial da saúde pública nos municípios do estado de Santa Catarina, com população maior que 100.000 habitantes.

Os custos com saúde nos municípios alcançam, em média, 24,96% do total dos custos municipais, enquanto que o percentual individual dos custos fica entre 18,61% e 34,73%. Os municípios que tiveram os maiores custos em saúde per capita, foram: Itajaí e Chapecó. Em contrapartida, os municípios com menores custos em saúde per capita foram: São José e Palhoça. O maior gasto total com saúde pública foram Joinville e Florianópolis. Quanto à correlação entre custos com saúde pública, observa-se que existe forte correlação entre o valor do custo Total com Saúde e as subfunções de Assistência Hospitalar e Ambulatorial (0,84), Suporte Profilático e Terapêutico (0,73) e Demais Subfunções (0,75), indicando que quanto mais recursos são aplicados em saúde, maiores os custos registrados nessas subfunções.

Nos gráficos apresentados nesta pesquisa foi observado que em um mesmo município, ocorreram oscilações inversamente proporcionais entre Atenção Básica e Assistência Hospitalar e Ambulatorial, que levam ao pressuposto de que quanto maior a aplicação de recursos em uma dessas subfunções, menor será a necessidade de aplicação de recursos na outra. Como o objeto de estudo eram os custos na saúde pública e não necessariamente a relação entre eles, os resultados aqui apresentados podem abrir discussões mais profundas e com maior robustez estatística, para identificar não só a relação entre as subfunções da saúde, mas os motivos que levam a essas relações e as escolhas quanto à aplicação dos recursos.

Durante o levantamento bibliográfico realizado, observou-se uma deficiência teórica e prática em relação aos sistemas, métodos e análise de informações de custos públicos. Questões já resolvidas na área privada parecem estar ainda em fase incipiente no setor público.

(28)

28

Os serviços públicos com procedimentos bem definidos, como são alguns dos realizados em hospitais, carecem de uma estrutura de custo mais bem definida e que gere informações mais pontuais à tomada de decisão. Vieira (2017) destaca que em países desenvolvidos na Europa, o reembolso dos hospitais, cobrem os serviços de internação, atendimento ambulatorial e atenção em hospital dia através dos Grupos de Diagnóstico Relacionados (DGR). Esse método de apuração de custos pode ser utilizado na rede pública para levantar os custos dos atendimentos, sendo necessárias mais pesquisas nessa temática.

Aos municípios, cabe o atendimento clínico, compra e fornecimento de medicamentos para controle das doenças (BUENO, 2016). Esses medicamentos normalmente são registrados nos custos hospitalares, atenção básica e controle profilático e terapêutico. Quando existe controle de estoque central de medicamentos, que abastece toda a saúde do município, normalmente as compras são feitas em grandes volumes, via licitação, e os custos são agrupados na subfunção Controle Profilático e Terapêutico.

Há uma confusão teórica com o termo Atenção Básica, no que diz respeito a judicialização de medicamentos, onde o termo é utilizado para se referir a um princípio básico da Constituição Brasileira. Oliveira (2016), afirma que cabe aos municípios, na atenção básica, atender as liminares judiciais, onde o habitante requer judicialmente que o munícipio pague medicamentos e insumos para tratamento de doença e cuidados em saúde. O que ocorre é que em algumas pesquisas, os custos registrados na subfunção de Atenção Básica, estão sendo associados à elevada judicialização de medicamentos, o que pode não ter relação.

Na contabilidade o medicamento deve ser registrado na subfunção que melhor represente o seu uso. Assim, se for utilizado para uma intervenção cirúrgica pode ser registrado na subfunção Assistência Hospitalar e Ambulatorial, se for considerado um medicamento preventivo ou de tratamento pode ser registrado na subfunção Controle Profilático e Terapêutico, e nada impede de ser registrado em outras subfunções da saúde que melhor representem o objetivo do pedido judicial.

A contribuição da contabilidade para o melhor gerenciamento das contas públicas tem sido tema de várias pesquisas recentes. O campo é vasto e ainda precisa ser desbravado em muitos aspectos. Apenas transpor técnicas privadas para o setor público não atende a expectativa dos gestores. São setores diferentes que precisam de tratamentos diferentes, para que de fato se possa evoluir na gestão de custos públicos.

(29)

REFERÊNCIAS

AYEKO, P.; GRIFFITHS, U. K.; NDIRITU, M.; MOISI, J.; MUGOYA, I. K.; KAMAU, T.; INGLÊS, M.; ANTHONY, J.;SCOTT, G. Assessment of Health Benefits and

Cost-Effectiveness of 10-Valent and 13-Valent Pneumococcal Conjugate Vaccination in Kenyan Children. PLoSOne, v. 8, n. 6, p. e677324, 2013.

ALONSO, M. Custos no serviço público. Revista do Serviço Público, v. 50, n.1, p. 37-54, jan./mar. 1999.

ALVES, L. A. A.; COSTA, L. A. Avaliação da eficiência na atenção básica á saúde nos municípios do estado do Espírito Santo. In: XXXVII ENCONTRO DA ANPAD, 7 a 11 de setembro de 2013, Rio de janeiro/RJ. 1 – 16 p. Disponível em:

<http://www.fucape.br/_public/producao_cientifica/2/APB565-%20Luiz%20Antonio %20Alves.pdf> Acesso em 12 de abril de 2018.

ARREDONDO, R. Why revisit your cost-accounting strategy. Healthcare Financial Management, v. 68, n. 7, pg. 68-73, Jul. 2014.

BIEN, D. R.; DANNER, M.; VENNEDEY, V.; CIVELLO, D.; EVERS, S. M.;

HILIGSMANN, M. Patients Preferences for Outcome, Process and Cost Attributes in Cancer Treatment: A Systematic Review of Discrete Choice Experiments. Springer Link, v. 10, n. 5, p. 553-565, mar. 2017. DOI: 10.10007/s40271-017-0235-y

BLIESNER, M. Gestão de custos na saúde pública: análise dos custos dos serviços de

fisioterapia prestados pelo CEFIR do município de Balneário Camboriú – SC. 2008. 75

p. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Administração, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2008. Disponível em:

<http://siaibib01.univali.br/pdf/magnus%20bliesner.pdf> Acesso em: 20 de março de 2018. BONACIM, C. A. G.; ARAUJO, A. M. P. Gestão de custos aplicada a hospitais universitários públicos: a experiência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP. Revista de AdministraçãoPública, v. 44, n. 4, p. 903-931, jul./ago. 2010.

(30)

30

BOUSMAHA, M. Q.; VENTELOU, B.; ABU-ZAINEH, M. Medicine and democracy: The importance of institutional quality in the relationship between health expenditure and health outcomes in the MENA region. Health Policy,v. 120, n. 8, p. 928-935, 2016. DOI:

10.1016/j.healthpol.2016.06.005.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Secretaria de Atenção à Saúde. Cartilha indicadores SIOPS. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 60 p. Disponível em:

<http://www.tesouronacional.com.br/documents/10180/445678/CPU_M

%C3%B3dulo+14_CARTILHA-INDICADORES-SIOPS-atual.pdf/84326dcc-5343-4537-a05b-35de691a4f5a> Acesso em: 20 de março de 2018.

BRASIL. Lei Complementar n° 141, de 13 de janeiro de 2012. Lex: Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp141.htm> Acesso em: 20 de março de 2018. BRASIL. Portaria n° 42 de 14 de abril de 1999. Atualizada em 23 de julho de 2012.

Lex:<http://www.planejamento.gov.br/assuntos/orcamento-1/legislacao/legislacao/portaria-mog-42_1999_atualizada_23jul2012-1.doc/view>Acesso em: 20 de março de 2018.

BUENO, D. R. Custos de procedimentos de saúde e associação com nível de atividade física e estado nutricional de idosos hipertensos e diabéticos: análise do estudo SABE – saúde, bem-estar e envelhecimento. 2010. 121 p. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação Nutrição em Saúde Pública, Faculdade Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-15032016-143749/pt-br.php> Acesso e: 12 de abril em 2018.

COSTA, J. S. D.; PATTUSSI, M. P.; MORIMOTO, T.; ARRUDA, J. S.; BRATKOWSKI, G. R.; SOPELSA, M.; FRITZEN, J. S.; CANTO, V. A. F.; MARQUES, M. C. Tendência das internações por condição sensível à atenção primária e fatores associados em Porto Alegre, RS, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 21, n. 4, p. 1289-1296, 2016.

FABRE, V.; SCHLUP, D.; PANDINI, J. Aplicação de recursos públicos no ensino

fundamental: será que o gasto interfere no desempenho? Revista Catarinense da Ciência Contábil, v. 16, n. 47, p. 42-50, 2017. DOI: 10.16930/2237-7662/rccc.v16n47p42-50

(31)

HAINES, T. ; O'BRIEN, L.; MCDERMOTT, F. ; MARKHAM, D.; WATTERSON, D.; SKINNER, E. A novel research design can aid disinvestment from existing health technologies with uncertain effectiveness, cost-effectiveness, and/or safety. Journal of Clinical Epidemiology, v. 67, n. 2, p. 144-148, Feb. 2014.

HALICI-TÜLÜCE, N. S.; DOGAN, I.; DUMRUL, C.Is income relevant for health

expenditure and economic growth nexus?Int J Health Econ Manag, v. 16, n. 1, p. 23-49, Nov. 2016. DOI: 10.1007/s10754-015-9179-8

HOLMES, S.; SUNSTEIN, C. R.The cost of rights. Why liberty depends on taxes. New York: W. W. Norton &Company, 1999.

GARCIA, M. M.; GUERRA JÚNIOR, A. A.; ACÚRCIO, F. A. Avaliação econômica dos Programas Rede Farmácia de Minas do SUS versus Farmácia Popular do Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 22, n. 1, p. 221-233, 2017. DOI: 10.1590/1413-81232017221.15912015 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Brasil. Santa Catarina. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sc/panorama> Acesso em:20 de março de 2018.

JAMISON, D. T.; SUMMERS, L. H.; ALLEYNE, G.; ARROW, K. J.; BERKLEY, S.; BINAGWAHO, A.; BUSTREO, F.; EVANS, D.; FEACHEM, R. G. A.; FRENK, J.; GHOSH, G.; GOLDIE, S. J.; GUO, Y.; GUPTA, S.; HORTON, R.; KRUK, M. E.;

MAHMOUD, A.; MOHOHLO, L. K.; NCUBE, M.; PABLOS-MENDEZ, A.; REDDY, K. S.; SAXENIAN, H.; SOUCAT, A.; ULLTVEIT-MOE, K.; YAMEY, G. Salud global 2035: un mundo convergiendoenel lapso de una generación. salud pública de méxico, v. 57, n. 5, p. 444-467, Sep./Oct. 2015.

LANG, T; JONES, R. Cost behavior as a significant fator in predicting the quality and success of hospitals: a literature review. Academyof Health Care Management Journal, v. 8, n. 1, p. 3-8, 2012. Disponível em:

<https://search.proquest.com/openview/327663e6f1fd240eed57d20f853382e0/1?pq-origsite=gscholar&cbl=38742> Acesso em: 08 de abril de 2018.

(32)

32

LAPSLEY, I.; WRIGHT, E. The diffusion of management accounting innovations in the public sector: a research agenda. Management AccountigResearch, v. 15, n. 3, p. 355-374, 2004. DOI: 10.1016

LARA, N. C.; MENDES, A. A regionalização e o financiamento do SUS na região

Metropolitana da baixada santista do estado de São Paulo. Rev. Fac. Ciênc. Méd.Sorocaba, v. 17, n. 1, p. 37-42, 2015.

LIU, X.; MILLS, A. Financing reforms of public health services in China: lessons for other nations. Social Science & Medicine, v. 54, n. 11, p. 1691-1698, Jun. 2012. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/S0277-9536(01)00337-9> Acesso em: 20 de março de 2018. KOLLER, C. F.; KHULLAR, D. Primary care spending rate - a lever for encouraging

investment in primary care. New England Journal of Medicine, v. 377, n. 18, p. 1709-1711, 2017.

KUMALA, H. I.; OJALA, M.; AHONIEMI, L.; UUSI-RAUVA E. Unit cost behaviour in public sector outsourcing. International Journal of Productin Economics, n. 79, p. 33-43, 2006.

MLADENOVIC, I.; MILOVANCEVIC, M.; MLADENOVIC, S. S.; MARJANOVIC V.; PETKOVIC B. Analyzing and management of healthcare expenditure and gross domestic product (GDP) growth rate by adaptive neuro-fuzzy technique. Computers in Human Behavior, v. 64, p. 524-530, Nov. 2016. DOI: 10.1016/j.chb.2016.07.052.

MORAIS, L. M.; VICENTE, E. F. R.; SOUZA, G. P. Efeitos da lei de responsabilidade fiscal sobre a tendência de despesas públicas do estado de Santa Catarina: evidências no período 1995-2010 segundo critérios da OCDE1. Rev. da CGU, v. 8, n. 12, p. 311-350, jan./jun. 2016.

MORAZ, G.; GARCEZ, A. S.; ASSIS, E. M.; SANTOS, J. P.; BARCELLOS, N. T.;

KROEFF, L. R. Cost-effectiveness in health in Brazil: a systematic review. Ciência & Saúde Coletiva, v. 20, n. 10, p. 3211-3229, 2015. DOI: 10.1590/1413-81230152010.00962015

(33)

OLIVEIRA, J. S. Judicialização do direito à saúde: o impacto orçamentário das ações judiciais sobre medicamentos no município de Vitória da Conquista – BA (2010-2014). 55 p. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública, Escola Nacional de saúde Pública Sérgio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Vitória da Conquista. Bahia, 2016. Disponível em: < http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-870387> Acesso em: 12 de abril de 2018.

RASCKA, S.; DEMPSTER, L.; BRYCE, E. Health economic evaluation of an infection

prevention and control program: Are quality and patient safety programs worth the investment? American JournalofInfectionControl, v. 41, n. 9, p. 773-777, Sep. 2013. ROSSI, P.; DWECK, E. Impactos do novo regime fiscal na saúde e educação.Cad. Saúde Pública, v.32, n. 12, p. 1-5, dez. 2016.

SANTOS, R. S.; RIBEIRO, E. M.; RIBEIRO, M. M.; PINTO, F. L. B. Administração política e políticas públicas: em busca de uma nova abordagem teórico-metodológica para a

(re)interpretação das relações sociais de produção, circulação e distribuição. Cad. EBAPE.BR, v. 15, n. 4, p. 939-959, 2017.

SANTOS, F. A. S.; GURGEL JÚNIOR, G. D.; PACHECO, H. F.; MARTELLI, P. J. L. A regionalização e financiamento da saúde: um estudo de caso. Cad. Saúde Colet., v. 23, n. 4, p. 402-408, 2015. DOI: 10.1590/1414-462X201500040126

SANTOS, S. M.; AMORIM, F.; FERREIRA, I. A.; COELHO, G. E.; ITRIA, A.; SIQUEIRA JUNIOR, J. B.; TOSCANO, C. M. Estimativa de custos diretos do programa municipal de controle da dengue de Goiânia-GO. Epidemiol. Serv. Saúde, v. 24, n. 4, p. 661-670, 2015. DOI: 105123/51679-49742015000400008

SICONFI, Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro.

Declarações, 2018. Disponível em: <https://siconfi.tesouro.gov.br/siconfi/index.jsf> Acesso em: 12 de abril de 2018.

(34)

34

SOARES, R. F.; CLEMENTE, A.; FREIRE, F. S.; SCARPIN, J. E. Centralidade municipal e interação estratégica na decisão de gastos públicos em saúde. Rev. Adm. Pública, v. 50, n. 4, p. 563-585, jul./ago. 2016. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7612145797

TELES, A. S.; COELHO, T. C. B.; FERREIRA, M. P. S.; SCATENA, J. H. G. Serviço de atendimento móvel de urgência (SAMU) do Estado da Bahia: subfinanciamento e

desigualdade regional. Cad. Saúde Colet., v. 25, n. 1, p. 51-57. DOI: 10.1590/1414-62X201700010188

TONETTO, J. L. Orçamentos municipais em saúde e desempenho dos indicadores de saúde - uma análise para a década 2005-2014. 77 p. Dissertação (Mestrado).

Pós-Graduação da Faculdade de Administração, Contabilidade e economia, Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 2017. Disponível em:

<http://repositorio.pucrs.br/dspace/bitstream/10923/11017/1/000487391-Texto%2bCompleto-0.pdf.> Acesso em: 12 de abril de 2018.

VIEIRA, Fabiola Sabino. Produção de informação de custos para a tomada de decisão no Sistema Único de Saúde: uma questão para a política pública. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 2017. Disponível em:

<http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/7972/1/td_2314.pdf> Acesso em: 24 de março de 2018.

WORALL, E.; RIETVEID, A.; DELACOLLETTE, C.The burden of malaria epidemics and cost-effectiveness of interventions in epidemic situations in Africa.Am J Trop Med Hyg, v. 71, n. 2 Suppl, p. 136-140, Agu. 2001.

Referências

Documentos relacionados

No entanto, para aperfeiçoar uma equipe de trabalho comprometida com a qualidade e produtividade é necessário motivação, e, satisfação, através de incentivos e política de

O valor da reputação dos pseudônimos é igual a 0,8 devido aos fal- sos positivos do mecanismo auxiliar, que acabam por fazer com que a reputação mesmo dos usuários que enviam

Nessa situação temos claramente a relação de tecnovívio apresentado por Dubatti (2012) operando, visto que nessa experiência ambos os atores tra- çam um diálogo que não se dá

De maneira sucinta, porém objetiva, este artigo, propôs dirimir possíveis controvérsias à visão do Tratado da Amizade, bem como explicitar relevantes avanços no

Este desafio nos exige uma nova postura frente às questões ambientais, significa tomar o meio ambiente como problema pedagógico, como práxis unificadora que favoreça

We approached this by (i) identifying gene expression profiles and enrichment terms, and by searching for transcription factors in the derived regulatory pathways; and (ii)

Corograpliiu, Col de Estados de Geografia Humana e Regional; Instituto de A lta C ultura; Centro da Estudos Geográficos da Faculdade de Letras de Lisboa.. RODRIGUES,

A Lista de Fauna Ameaçada de Extinção e os Entraves para a Inclusão de Espécies – o Exemplo dos Peixes Troglóbios Brasileiros.. The List of Endangered Fauna and Impediments