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Análise de dados de radiação solar na região de Curitiba para aproveitamento energético

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DEPARTAMENTO ACAD ˆ

EMICO DE ELETROT ´

ECNICA

CURSO DE ENGENHARIA EL ´

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FRANCISCO FADEL PENICHE

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LUCAS BOZZA DE OLIVEIRA MELLO

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CURITIBA PARA APROVEITAMENTO ENERG ´

ETICO

Trabalho de Conclus˜ao de Curso apresentado ao Departamento Acadˆemico de Eletrot´ecnica da Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a como requisito parcial para obtenc¸˜ao do t´ıtulo de Engenheiro Eletricista.

Orientador: Prof. Me. Celso Fabr´ıcio de Melo J´unior

CURITIBA

(3)

Lucas Bozza de Oliveira Mello

AN ´

ALISE DE DADOS DE RADIAC

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AO SOLAR NA REGI ˜

AO DE

CURITIBA PARA APROVEITAMENTO ENERG ´

ETICO

Este Trabalho de Conclus˜ao de Curso de Graduac¸˜ao foi julgado e aprovado como requisito parcial para a obtenc¸˜ao do T´ıtulo de Engenheiro Eletricista, no curso de Engenharia El´etrica no Departamento Acadˆemico de Eletrot´ecnica (DAELT) da Universidade Tecnol´gica Federal do Paran´a (UTFPR).

Curitiba, 07 de dezembro de 2016.

Prof. Emerson Rigoni, Dr.

Coordenador de Curso Engenharia ´etrica

Profa. Annemarlen Gehrke Castagna, Me. Respons´avel pelo Trabalhos de Conclus˜ao de

Curso de Engenharia El´etrica do DAELT

ORIENTAC¸ ˜AO BANCA EXAMINADORA

Celso Fabr´ıcio de Melo J´unior, Me. Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a

Orientador

Carlos Henrique Karam Salata, Prof. Esp. Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a

Gerson M´aximo Tiepolo, Dr.

Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a

Vilmair Ermenio Wirmond, Me. Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a

(4)

n˜ao teria sido concretizado. Este trabalho tamb´em ´e uma conquista de vocˆes. Somos eternamente gratos. Obrigado.

(5)

Agradecemos primeiramente ao nosso Orientador, Professor Me. Celso Fabr´ıcio de Melo J´unior por nos auxiliar e guiar durante esta jornada, com palavras de incentivo, atenc¸˜ao e conselhos.

`

A equipa do Instituto de tecnologia do Paran´a (TECPAR), por acreditarem em nossa capacidade de realizar um bom estudo e terem fornecido todos os dados necess´arios para que esse trabalho fosse realizado.

`

A todos os professores da Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a por terem nos mostrado o caminho do conhecimento durante os anos de graduac¸˜ao, nos auxiliando para que nos tornemos bons profissionais.

`

A todos os amigos e familiares que nos incentivaram durante todos os longos anos de graduac¸˜ao.

E por fim um agradecimento especial as pessoas que formam nossa fonte de inspirac¸˜ao, nossos pais, que possibilitaram que este sonho se torna-se realidade.

(6)

PENICHE, Francisco F., TEM PASS, Gabriel, MELLO, Lucas B.. AN ´ALISE DE DADOS DE RADIAC¸ ˜AO SOLAR NA REGI ˜AO DE CURITIBA PARA APROVEITAMENTO ENERG ´ETICO. 90 f. Trabalho de Conclus˜ao de Curso – Curso de Engenharia El´etrica, Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a. Curitiba, 2016.

A energia el´etrica est´a presente na vida de todas as pessoas, tornando-a mais confort´avel, segura, pr´atica e sendo um sinˆonimo de desenvolvimento. Com o crescimento econˆomico de diversos pa´ıses, houve o aumento da demanda de energia e com isso, o aumento pela busca de alternativas sustent´aveis de gerac¸˜ao, entretanto, muitos pa´ıses n˜ao possuem dados ambientais precisos de seu territ´orio para poder realizar estudos confi´aveis de quais as melhores alternativas como solar, e´olica, maremotriz, entre outras. No Brasil, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), possui programas de coleta de dados ambientais afim de realizar o estudo da capacidade de gerac¸˜ao de energia sustent´avel. Um de seus programas ´e o Sistema Nacional de Organizac¸˜ao de Dados Ambientais (SONDA). Este projeto conta com estac¸˜oes solarim´etricas por todo territ´orio nacional e tem como objetivo levantar dados para realizac¸˜ao de estudos dos recursos de energia solar e e´olica no Brasil, e consequentemente realizar o planejamento de seu uso. Este trabalho visa realizar o tratamento e estudo dos dados coletados na base solarim´etrica conveniada ao projeto SONDA, localizada no Instituto de Tecnologia do Paran´a (TECPAR), o qual cedeu os dados de irradiac¸˜ao solar no per´ıodo de vinte meses na cidade de Curitiba. O estudo ´e importante para comparar esses dados com os obtidos atrav´es de m´etodos computacionais pelo INPE para a mesma regi˜ao. Ao final do trabalho ser´a avaliado se os dados do INPE s˜ao corroborados pelos reais do TECPAR. Al´em disso, ´e poss´ıvel mostrar o potencial de gerac¸˜ao de energia solar na regi˜ao da cidade de Curitiba, afim de tornar a cidade mais sustent´avel e menos dependente da energia gerada em locais distantes como ocorre hoje. ´E tamb´em mostrado um comparativo com outras cidades e pa´ıses nos quais a aplicac¸˜ao de gerac¸˜ao atrav´es de pain´eis fotovoltaicos j´a esteja mais disseminado.

Palavras-chave: Gerac¸˜ao de Energia, Energia Sustent´avel, Energia Solar, Projeto SONDA, Sistemas Fotovoltaicos.

(7)

PENICHE, Francisco F., TEM PASS, Gabriel, MELLO, Lucas B.. SOLAR IRRADIATION DATA ANALYSIS IN CURITIBA REGION FOR ENERGY USES. 90 f. Trabalho de Conclus˜ao de Curso – Curso de Engenharia El´etrica, Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a. Curitiba, 2016.

Electrical power is widely present in modern life, making it more confortable, secure, practical, being a marker of technological development. Together with the economic growth of many countries, energy demand rises constantly and, with said increase, the search for sustainable power generation alternatives follows. However, lots of nations don’t have accurate environmental data of its territories, prohibiting them from precise studies on their renewable power generation potential. In Brazil, the National Institute on Space Research (INPE), has environmental data collection programs with the goal of studying the country’s renewable energy capacity. One of the Institute’s programs is the recently created National System of Environmental Data Organization (SONDA). The project has solarimetric stations throghout the nation and has the objective of gathering data for solar and wind resource studies within Brazil. In doing so, the country’s engineers can plan on how to better use them. This thesis, as it’s objective, seeks to process and study data collected on project SONDA’s partner solarimetric base, located at the Technological Institute of Paran´a (TECPAR), which has delivered to the authors it’s data on Curitiba’s solar radiation in a timeframe of 20 months. The study of these ground based measurements is important, allowing comparisons with computer methods data from INPE for the same region. At the end, it is possible to check if INPE’s data can be backed by TECPAR’s. And besides that, with the data, the solar generation potential of Curitiba can be found, with the purpose of making the city more sustainable and less dependent on faraway generated power, as it happens today. Also a comparison between Curitiba and other cities and countries, where fotovoltaic generation is in widespread use, is presented.

Keywords: Energy Generation, Sustainable Energy, Solar Energy, SONDA’s Project, Photovoltaics Energy.

(8)

FIGURA 1 Atividade da radiac¸˜ao solar medida pelo TIM abordo da espac¸onave SORCE. . . 18 –

FIGURA 2 Fluxo de energia na Terra . . . 19 –

FIGURA 3 Medic¸˜oes do NREL para AM 0 e AM 1.5 em uma superf´ıcie inclinada e em uma paralela ao solo. . . 20 –

FIGURA 4 Componentes da radiac¸˜ao solar. . . 21 –

FIGURA 5 Orbita da Terra em torno do Sol, mostrando a diferenc¸a na inclinac¸˜ao de´ acordo com a data. . . 22 –

FIGURA 6 incidˆencia por ´area de acordo com a latitude . . . 22 –

FIGURA 7 Angulos entre o Sol e uma superf´ıcie.ˆ . . . 23 –

FIGURA 8 Comprimentos de onda no Espectro Eletromagn´etico . . . 25 –

FIGURA 9 Estrutura simplificada de uma c´elula fotovoltaica de sil´ıcio. . . 27 –

FIGURA 10 Painel de sil´ıcio Monocristalino instalado no TECPAR. . . 28 –

FIGURA 11 Painel de sil´ıcio Policristalino instalado no TECPAR. . . 29 –

FIGURA 12 Painel de sil´ıcio amorfo instalado no TECPAR. . . 30 –

FIGURA 13 Tipos de suportes para pain´eis fotovoltaicos. . . 31 –

FIGURA 14 Curva carater´ıstica I-V e curva de potˆencia P-V para um m´odulo com potˆencia nominal de 100Wp . . . 32 –

FIGURA 15 Variac¸˜ao da corrente na curva I-V de acordo com a irradiˆancia, para um m´odulo fotovoltaico de 36 c´elulas de sil´ıcio cristalino (c-Si) a 25oC 33 –

FIGURA 16 Efeito da variac¸˜ao de temperatura em uma curva I-V para um m´odulo fotovoltaico de 36 c´elulas de sil´ıcio cristalino (c-Si) sob irradiˆancia de 1000W /m2 . . . 34 –

FIGURA 17 Rastreador com esfera de sombreamento e piranˆometro difuso. . . 37 –

FIGURA 18 Anel de sombreamento e piranˆometro difuso. . . 38 –

FIGURA 19 Pireliˆometro instalado na estrutura de um rastreador solar no TECPAR. . . 39 –

FIGURA 20 Piranˆometro termoel´etrico difuso com a esfera de sombreamento e o global, instalados na base com ventilac¸˜ao forc¸ada do rastreador solar no TECPAR. . . 40 –

FIGURA 21 Localizac¸˜ao das estac¸˜oes do projeto SONDA . . . 44 –

FIGURA 22 Piranˆometro inclinado instalado em uma barra suspensa no TECPAR. . . 46 –

FIGURA 23 M´edia da irradiˆancia global no plano horizontal em 2015. . . 49 –

FIGURA 24 M´edia da irradiˆancia global no plano horizontal em 2016. . . 50 –

FIGURA 25 M´edia da irradiˆancia global no plano horizontal no ver˜ao de 2015. 50 –

FIGURA 26 M´edia da irradiˆancia global no plano horizontal no ver˜ao de 2016. 50 –

FIGURA 27 M´edia da irradiˆancia global no plano horizontal no outono de 2015. . . 51 –

FIGURA 28 M´edia da irradiˆancia global no plano horizontal no outono de 2016. . . 51 –

(9)

2016. . . 52 –

FIGURA 31 M´edia da irradiˆancia global no plano horizontal na primavera de 2015. . . 52 –

FIGURA 32 M´edia da irradiˆancia global no plano horizontal na primavera de 2016. . . 52 –

FIGURA 33 M´edia da irradiˆancia global no plano inclinado em 2015. . . 53 –

FIGURA 34 M´edia da irradiˆancia global no plano inclinado em 2016. . . 53 –

FIGURA 35 M´edia da irradiˆancia global no plano inclinado no ver˜ao de 2015. 53 –

FIGURA 36 M´edia da irradiˆancia global no plano inclinado no ver˜ao de 2016. 54 –

FIGURA 37 M´edia da irradiˆancia global no plano inclinado no outono de 2015. 54 –

FIGURA 38 M´edia da irradiˆancia global no plano inclinado no outono de 2016. 54 –

FIGURA 39 M´edia da irradiˆancia global no plano inclinado no inverno de 2015. . . 55 –

FIGURA 40 M´edia da irradiˆancia global no plano inclinado no inverno de 2016. . . 55 –

FIGURA 41 M´edia da irradiˆancia global no plano inclinadol na primavera de 2015. . . 55 –

FIGURA 42 M´edia da irradiˆancia global no plano inclinado na primavera de 2016. . . 56 –

FIGURA 43 Irradiac¸˜ao global anual no plano horizontal no estado do Paran´a. 64 –

FIGURA 44 Irradiac¸˜ao Total Anual no plano inclinado no estado do Paran´a. . 64 –

FIGURA 45 Mapa solar da Alemanha, m´edia de irradiac¸˜ao anual no plano inclinado. . . 67 –

FIGURA 46 Mapa solar do Reino Unido, m´edia de irradiac¸˜ao anual no plano inclinado. . . 68 –

FIGURA 47 Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em janeiro de 2016. . . 74 –

FIGURA 48 Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em fevereiro de 2015. . . 74 –

FIGURA 49 Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em fevereiro de 2016. . . 75 –

FIGURA 50 Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em marc¸o de 2015. . . 75 –

FIGURA 51 Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em marc¸o de 2016. . . 75 –

FIGURA 52 Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em abril de 2015. . . 76 –

FIGURA 53 Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em abril de 2016. . . 76 –

FIGURA 54 Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em maio de 2015. . . 76 –

FIGURA 55 Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em maio de 2016. . . 77 –

FIGURA 56 Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em junho de 2015. . . 77 –

FIGURA 57 Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em junho de 2016. . . 77 –

FIGURA 58 Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em julho de 2015. . . 78 –

FIGURA 59 Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em julho de 2016. . . 78 –

FIGURA 60 Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em agosto de 2015. . . 78 –

FIGURA 61 Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em agosto de 2016. . . 79 –

FIGURA 62 Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em setembro de 2015. . . 79 –

FIGURA 63 Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em setembro de 2016. . . 79 –

FIGURA 64 Irradiˆancia m´edia global em outubro de 2015. . . 80 –

FIGURA 65 Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em outubro de 2016. . . 80 –

FIGURA 66 Irradiˆancia m´edia no plano horizontal em novembro de 2015. . . . 80 –

(10)

FIGURA 70 Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em fevereiro de 2016. . . 83 –

FIGURA 71 Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em marc¸o de 2015. . . 83 –

FIGURA 72 Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em marc¸o de 2016. . . 83 –

FIGURA 73 Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em abril de 2015. . . 84 –

FIGURA 74 Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em abril de 2016. . . 84 –

FIGURA 75 Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em maio de 2015. . . 84 –

FIGURA 76 Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em maio de 2016. . . 85 –

FIGURA 77 Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em junho de 2015. . . 85 –

FIGURA 78 Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em junho de 2016. . . 85 –

FIGURA 79 Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em julho de 2015. . . 86 –

FIGURA 80 Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em julho de 2016. . . 86 –

FIGURA 81 Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em agosto de 2015. . . 86 –

FIGURA 82 Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em agosto de 2016. . . 87 –

FIGURA 83 Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em setembro de 2015. . . 87 –

FIGURA 84 Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em setembro de 2016. . . 87 –

FIGURA 85 Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em outubro de 2015. . . 88 –

FIGURA 86 Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em outubro de 2016. . . 88 –

FIGURA 87 Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em novembro de 2015. . . 88 –

FIGURA 88 Irradiˆancia m´edia no plano inclinado em dezembro de 2015. . . 89 –

(11)

TABELA 1 Descontinuidades observadas na medic¸˜ao . . . 48 –

TABELA 2 Dados plano horizontal (2015) . . . 57 –

TABELA 3 Dados plano horizontal (2016) . . . 57 –

TABELA 4 Dados plano inclinado (2015) . . . 58 –

TABELA 5 Dados plano inclinado (2016) . . . 58 –

TABELA 6 Comparac¸˜oes de medic¸˜ao no plano horizontal. . . 61 –

TABELA 7 Comparac¸˜oes de medic¸˜ao no plano inclinado. . . 61 –

TABELA 8 Comparac¸˜ao do Atlas Solar com a simulac¸˜ao da m´edia anual de 2015 e 2016 completos para o plano horizontal e inclinado. . . 62 –

TABELA 9 Comparac¸˜ao dos dados de Tiepolo com o total anual de 2015 e 2016 completos para os planos horizontal e inclinado. . . 65 –

TABELA 10 Comparac¸˜ao dos dados de Tiepolo com a simulac¸˜ao do total anual de 2015 e 2016 completos para os planos horizontal e inclinado. . . 65

(12)

AM Air Mass

AR Antirreflexo

AU Unidade Astronˆomica

BSRN Baseline Surface Radioation Network CdTe Telureto de C´admio

CH4 Metano

c-Si Sil´ıcio cristalino

GPS Global Positioning System

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais Isc Tens˜ao de curto circuito

ISO International Organization for Standardization NASA National Aeronautics and Space Administration NOCT Nominal Operating Cell Temperature

NREL National Renewable Energy Laboratory PNE Plano Nacional de Educac¸˜ao

SONDA Sistema de Organizac¸˜ao Nacional Dados Ambientais SORCE Solar Radiation and Climate Experiment

STC Standard Test Conditions

TECPAR Instituto de Tecnologia do Paran´a TIM Total Irradiance Monitor

UN United Nations

WMO World Metereological Organization WRR World Radiometric Reference

(13)

1 INTRODUC¸ ˜AO . . . 12 1.1 TEMA . . . 13 1.1.1 Delimitac¸˜ao do Tema . . . 13 1.2 PROBLEMAS E PREMISSAS . . . 13 1.3 OBJETIVOS . . . 14 1.3.1 Objetivo Geral . . . 14 1.3.2 Objetivos Espec´ıficos . . . 14 1.4 JUSTIFICATIVA . . . 14

1.5 PROCEDIMENTOS METODOL ´OGICOS . . . 15

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO . . . 15

2 FUNDAMENTOS E REVIS ˜AO BIBLIOGR ´AFICA . . . 17

2.1 RADIAC¸ ˜AO SOLAR . . . 17

2.1.1 O Sol . . . 17

2.1.2 Radiac¸˜ao Solar na Terra . . . 17

2.1.3 ˆAngulos de Incidˆencia Solar . . . 21

2.1.4 Formas de Medic¸˜ao da Radiac¸˜ao Solar . . . 24

2.2 PAIN ´EIS FOTOVOLTAICOS . . . 25

2.2.1 Hist´oria das C´elulas Fotovoltaicas . . . 25

2.2.2 Efeito Fotovoltaico . . . 26

2.2.3 Tipos de M´odulos Fotovoltaicos . . . 27

2.2.4 Tipos de Suporte . . . 30

2.2.5 Fatores Ambientais e Caracter´ısticas El´etricas de M´odulos Fotovoltaicos . . . 31

2.3 INSTRUMENTOS DE MEDIC¸ ˜AO . . . 36

2.3.1 Piranˆometro . . . 36

2.3.2 Pireliˆometro . . . 38

2.3.3 Rastreador Solar . . . 39

2.3.4 Exatid˜ao dos Instrumentos . . . 40

2.4 TRATAMENTO DE DADOS . . . 41

3 ESTAC¸ ˜AO DE COLETA E TRATAMENTO DOS DADOS . . . 43

3.1 CARACTERIZAC¸ ˜AO DA ESTAC¸ ˜AO SOLARIM ´ETRICA . . . 43

3.1.1 Projeto SONDA . . . 43

3.1.2 Instrumentos da Estac¸˜ao . . . 45

3.2 DADOS E SEU TRATAMENTO . . . 46

3.2.1 Descontinuidades . . . 47

3.2.2 Dados de Irradiˆancia . . . 48

3.2.3 Dados de Irradiac¸˜ao . . . 56

4 AN ´ALISE DOS RESULTADOS . . . 60

4.1 COMPARAC¸ ˜AO COM ATLAS BRASILEIRO DE ENERGIA SOLAR . . . 60

4.2 COMPARAC¸ ˜AO COM OUTRO ESTUDO QUE ENVOLVE A REGI ˜AO DE CURITIBA . . . 63

(14)

Apˆendice A -- GR ´AFICOS IRRADI ˆANCIA M ´EDIA GLOBAL POR M ˆES EM 2015 E 2016 . . . 74 Apˆendice B -- GR ´AFICOS IRRADI ˆANCIA M ´EDIA INCLINADA POR M ˆES EM

2015 E 2016 . . . 82 Apˆendice C -- ARQUIVO RECEBIDO COM OS DADOS BRUTOS PARA AN ´ALISE 90

(15)

1 INTRODUC¸ ˜AO

A energia ´e essencial para o desenvolvimento da vida em nosso planeta. Dela somos dependentes para alimentac¸˜ao, lazer, produc¸˜ao, aquecimento, iluminac¸˜ao, etc. Sendo assim, ela ´e essencial para o desenvolvimento. Com o crescimento econˆomico em diversos pa´ıses, a demanda por energia cresce em conjunto, sendo necess´ario falar sobre formas de aumentar o acesso e gerac¸˜ao desse recurso (BORGES, 2007).

A quest˜ao energ´etica tornou-se estrat´egica em um mundo onde para a gerac¸˜ao de energia s˜ao usados em sua maioria combust´ıveis f´osseis, e tais compostos n˜ao s˜ao inesgot´aveis e sua queima causa impactos ambientais.

A reflex˜ao sobre a energia e seus aspectos tem se tornado um tema transversal, multidisciplinar, envolvendo pol´ıticos, t´ecnicos, soci´ologos, ambientalistas, advogados e administradores, pois a energia tem influˆencia particular sobre a evoluc¸˜ao e desenvolvimento social (BORGES, 2007).

Atualmente, a energia hidr´aulica ´e a principal fonte de energia para gerac¸˜ao de eletricidade no Brasil. Apesar de ser considerada uma fonte renov´avel e limpa, as usinas hidroel´etricas produzem um impacto ambiental ainda n˜ao adequadamente avaliado, devido ao alagamento de grandes ´areas cultiv´aveis. Estudos mostram que gases do efeito estufa, principalmente o metano (CH4), s˜ao emitidos para atmosfera em consequˆencia de processos

de degradac¸˜ao anaer´obica da mat´eria orgˆanica que ocorrem em ´areas alagadas. Al´em disso, as principais bacias hidrogr´aficas brasileiras com capacidade de gerac¸˜ao hidroel´etrica de alta densidade energ´etica j´a est˜ao praticamente esgotadas (PEREIRA et al., 2006).

Visando descongestionar os sistemas de gerac¸˜ao, transmiss˜ao e distribuic¸˜ao de energia el´etrica, alguns pa´ıses da Europa, como a Alemanha, tˆem incentivado a chamada gerac¸˜ao distribu´ıda, onde o pr´oprio consumidor gera toda ou parte da energia que ele mesmo consome. Isto est´a sendo conseguido tamb´em atrav´es do uso de m´odulos fotovoltaicos, que convertem a energia do sol diretamente em energia el´etrica. Desta forma, aumenta-se a disponibilidade de energia para o consumidor, sem a necessidade de que esta seja gerada a muitos quilˆometros de

(16)

onde ser´a consumida, como ocorre normalmente (URBANETZ JR., 2010).

O Brasil, por ser um pa´ıs localizado na sua maior parte na regi˜ao inter-tropical, possui grande potencial para aproveitamento de energia solar durante todo ano (PEREIRA et al., 2006).

Assim, um levantamento de dados para fins de aproveitamento dessa energia solar, de forma local, ´e crucial para o entendimento das capacidades de aproveitamento energ´etico de uma regi˜ao.

O TECPAR, no final de 2014, instalou em seu s´ıtio na cidade industrial de Curitiba uma estac¸˜ao solarim´etrica. Esse trabalho tem como objetivo tratar e apresentar os dados de radiac¸˜ao solar coletados pela estac¸˜ao.

1.1 TEMA

Tratamento de dados de radiac¸˜ao solar na regi˜ao de Curitiba para fins de aproveitamento energ´etico na forma de gerac¸˜ao de energia fotovoltaica.

1.1.1 Delimitac¸˜ao do Tema

O trabalho tem como foco o tratamento de informac¸˜oes dispon´ıveis em bancos de dados gerados na estac¸˜ao solarim´etrica instalada na sede do TECPAR, sobre radiac¸˜ao solar na cidade de Curitiba. E, com base nesses, a viabilidade de sistema de gerac¸˜ao atrav´es de pain´eis fotovoltaicos em Curitiba, comparando com outras regi˜oes onde tal m´etodo de gerac¸˜ao ´e adotado com sucesso.

1.2 PROBLEMAS E PREMISSAS

´

E uma tendˆencia mundial o aumento da participac¸˜ao das fontes renov´aveis como elemento prim´ario na gerac¸˜ao de energia el´etrica. Contudo, o custo elevado da implantac¸˜ao de sistemas baseados em fontes renov´aveis em comparac¸˜ao aos sistemas tradicionais ainda ´e um fator que dificulta a participac¸˜ao efetiva dessas fontes na matriz energ´etica (SUZUKI; REZENDE, 2013).

Sendo assim, informac¸˜oes precisas sobre quantificac¸˜ao e capacidade de gerac¸˜ao dessas fontes s˜ao muito importantes para an´alises de viabilidade.

Os dados utilizados atualmente para regi˜ao de Curitiba, dispon´ıveis no Atlas Solar Brasileiro, s˜ao obtidos atrav´es de um m´etodo de soluc¸˜ao da equac¸˜ao radiativa. Por´em, quanto

(17)

maior o n´umero de estac¸˜oes de coleta espalhados numa ´area, maior a confianc¸a dos dados para comparac¸˜ao (TIEPOLO, 2015).

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Analisar dados coletados de radiac¸˜ao solar pela estac¸˜ao solarim´etrica instalada nas dependˆencias do TECPAR e, baseado nesses fazer um estudo do potencial energ´etico solar em Curitiba.

1.3.2 Objetivos Espec´ıficos

a) Fazer um estudo sobre radiac¸˜ao solar, bem como a instrumentac¸˜ao utilizada para medic¸˜ao, m´etodos de aquisic¸˜ao de dados e t´ecnicas de tratamentos desses dados.

b) Fazer um estudo elementar sobre gerac¸˜ao fotovoltaica, funcionamento b´asico de m´odulos e pain´eis solares e sua eficiˆencia.

c) Por meio do tratamento dos dados fornecidos pelo TECPAR, fazer um estudo do potencial energ´etico solar em Curitiba.

1.4 JUSTIFICATIVA

No mundo atual, de acordo Borges (2007), alcanc¸amos um grau de avanc¸o tecnol´ogico onde dependemos cada vez mais de energia.

Por´em, grande parte das matrizes energ´eticas causam enorme impacto ambiental nos ecossistemas, segundo Pereira et al. (2006). Como por exemplo as hidroel´etricas que inundam grandes territ´orios com fauna e flora e as termoel´etricas `a carv˜ao que jogam grandes quantidades de poluentes na atmosfera, colaborando para o agravamento do efeito estufa.

Por conta de problemas como estes e com uma demanda energ´etica crescente, o mundo procura cada vez mais fontes alternativas de gerac¸˜ao de energia.

Este estudo, visa o tratamento de dados coletados de radiac¸˜ao para efeito de aproveitamento energ´etico fotovoltaico.

Com essas informac¸˜oes, engenheiros podem planejar instalac¸˜oes com o objetivo de gerar energia el´etrica atrav´es de radiac¸˜ao solar com um maior n´ıvel de certeza quanto ao

(18)

potencial de gerac¸˜ao das instalac¸˜oes.

Com este estudo, ´e poss´ıvel ter melhores informac¸˜oes para tomada de decis˜oes que possam tornar Curitiba uma capital mais sustent´avel e um pouco menos dependente do uso de usinas geradoras localizadas a longa distˆancia.

1.5 PROCEDIMENTOS METODOL ´OGICOS

Para a realizac¸˜ao deste projeto, a primeira etapa foi a elaborac¸˜ao de base bibliogr´afica, que foi utilizada para o aprofundamento do assunto te´orico no assunto abordado.

Em seguida foi realizada a an´alise dos dados fornecidos pelo TECPAR, para compreender os dados medidos e assim tomar a decis˜ao de quais informac¸˜oes podem deles extra´ıdas. Estes dados foram gerados pela estac¸˜ao solarim´etrica integrada ao projeto SONDA. Nesta etapa ainda, foi montado o estudo dos equipamentos utilizados na estac¸˜ao solarim´etrica para a realizac¸˜ao das medic¸˜oes.

Com essas informac¸˜oes reunidas, foi executada a tabulac¸˜ao e an´alise da radiac¸˜ao solar na regi˜ao de Curitiba, assim ´e poss´ıvel aplicar os conhecimentos adquiridos sobre radiac¸˜ao para utilizac¸˜ao de pain´eis solares na gerac¸˜ao de energia.

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

A forma padr˜ao para o desenvolvimento do trabalho de conclus˜ao de curso (TCC), ´e a divis˜ao em algumas partes sendo:

Cap´ıtulo 1: Introduc¸˜ao. A apresentac¸˜ao da proposta de trabalho, contendo uma breve introduc¸˜ao sobre o tema, bem como os objetivos gerais e espec´ıficos do trabalho.

Cap´ıtulo 2: Fundamentos e Revis˜ao Bibliogr´afica. Este ´e uma revis˜ao bibliogr´afica, contendo os conceitos te´oricos sobre radiac¸˜ao solar, instrumentac¸˜ao de medic¸˜ao, pain´eis solares, m´etodo de an´alise de dados.

Cap´ıtulo 3: Estac¸˜ao de Coleta e Tratamento dos Dados. Este contempla os resultados obtidos no tratamento dos dados. Por meio desses dados, ´e feito o estudo do potencial energ´etico solar em Curitiba, bem como uma comparac¸˜ao dessa com outras regi˜oes, tais como Alemanha, Reino Unido e Espanha, que tem tal m´etodo de gerac¸˜ao mais disseminada, e outros estudos, como o Atlas solarim´etrico (PEREIRA et al., 2006) e os dados do estado do Paran´a tratados por Tiepolo (2015).

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Cap´ıtulo 4: An´alises e Comparac¸˜oes. Este cont´em comparac¸˜oes dos dados obtidos com outros trabalhos e da regi˜ao de Curitiba em relac¸˜ao a outras regi˜oes.

Cap´ıtulo 5: Conclus˜ao. Cont´em a conclus˜ao obtida por meio dos estudos realizados e o resultado obtido.

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2 FUNDAMENTOS E REVIS ˜AO BIBLIOGR ´AFICA

2.1 RADIAC¸ ˜AO SOLAR

2.1.1 O Sol

A radiac¸˜ao que recebemos na Terra provem do Sol, a estrela central do nosso sistema solar. A energia gerada pelo Sol ´e irradiada para o universo na forma de radiac¸˜oes eletromagn´eticas (RIFKIN, 2003).

O Sol ´e a estrela mais pr´oxima da Terra, a uma distˆancia m´edia de 149,6 milh˜oes de quilˆometros, distˆancia denominada unidade astronˆomica (AU) (PINHO; GALDINO, 2014).

O Sol possui uma massa de 1, 989x1030 kg, aproximadamente 333.000 vezes maior que a do nosso planeta. Atrav´es de processos de fus˜ao de hidrogˆenio no n´ucleo, material que comp˜oe 92,1% da estrela, a temperatura de sua superf´ıcie atinge aproximadamente 5.500◦C.

´

E estimado que nosso Sol possua 4,6 bilh˜oes de anos, tendo combust´ıvel suficiente para pelo menos mais 10 bilh˜oes de anos de fus˜ao (NASA, 2016b).

Desde a pr´e hist´oria, a humanidade vem percebendo o incr´ıvel poder do sol, sendo interpretado como divindade e fonte de adorac¸˜ao em diversas culturas.

2.1.2 Radiac¸˜ao Solar na Terra

Radiac¸˜ao solar ´e um termo gen´erico, que pode ser definido mais a fundo com duas outras denominac¸˜oes, irradiˆancia solar e irradiac¸˜ao solar.

Irradiac¸˜ao solar ´e definida por meio de quantidade de energia em um periodo e ´e dada em W h/m2. J´a irradiˆancia solar ´e definida por meio de um fluxo de potˆencia dada em W /m2.

A Terra n˜ao possui uma ´orbita circular em torno do Sol, mas sim uma ´orbita el´ıptica, com uma excentricidade atual aproximada de 0,0167. Por a Terra se encontrar a uma certa distˆancia do sol, a potˆencia incidente sobre o planeta ´e apenas uma pequena parcela da emitida pela superf´ıcie solar (PINHO; GALDINO, 2014).

(21)

Essa potˆencia incidente que chega no topo da nossa atmosfera ´e dado o nome ”constante solar”, com um valor m´edio hist´orico de aproximadamente 1,36 kW /m2 (KOPP; LEAN, 2011). Esta incidˆencia varia de acordo com diversos fatores, como manchas solares e outros fenˆomenos, como pode ser visto na Figura 1, do Laborat´orio de F´ısica Atmosf´erica e Espacial da Universidade de Colorado Boulder.

Figura 1: Atividade da radiac¸˜ao solar medida pelo TIM abordo da espac¸onave SORCE. Fonte: Adaptado de University of Colorado Boulder (2016).

De acordo com Pinho e Galdino (2014), a constante solar efetiva ou seja, irradiˆancia que chega ao topo da atmosfera terrestre, pode ser aproximada atrav´es da equac¸˜ao 1, onde n ´e o dia Juliano e I0 ´e o valor m´edio hist´orico da constante solar, 1,36 kW /m2:

I0e f = I0(1 + 0, 33 × cos[(

360

365 × 25) × n]) (1)

Por´em, devido as propriedades f´ısicas da luz e da nossa atmosfera, apenas parte desse fluxo atinge o solo efetivamente. A Figura 2 representa o fluxo de energia t´ermica na atmosfera terrestre. Ela tem o intuito de demonstrar a absorc¸˜ao de energia atrav´es dos gases atmosf´ericos. Da energia incidente sobre a camada gasosa do planeta, 23% ´e absorvida pela mesma. Da radiac¸˜ao t´ermica que sai da superf´ıcie, parte ´e reabsorvida tamb´em pela atmosfera, o que pode ser visualizado na Figura 2 (NASA, 2016a).

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Figura 2: Fluxo de energia na Terra

Fonte: Dispon´ıvel em: ¡http://earthobservatory.nasa.gov/Features/EnergyBalance/page6.php¿. Acesso em: abr 2016.

Segundo Pinho e Galdino (2014), a luz ´e afetada ao atravessar a atmosfera, devido as propriedades f´ısicas, como espalhamento, reflex˜ao e absorc¸˜ao. A intensidade na qual a luz ´e afetada depende da espessura de atmosfera pela qual ela percorre. Esse parˆametro pode ser identificado por um coeficiente Massa de Ar, ou AM (do ingles Air Mass). No n´ıvel do mar, esse coeficiente depende do ˆangulo entre o zˆenite, ou a normal da superf´ıcie, e o sol. No n´ıvel do mar ´e dado pela equac¸˜ao 2, onde θz ´e o ˆangulo entre a normal da superf´ıcie e o sol.

AM= 1

cos(θz)

(2)

Existem n´ıveis de referˆencia dentro do coeficiente:

• AM0 ´e usado para indicar quando a massa atmosf´erica ´e inexistente;

• AM1refere-se ao n´ıvel do mar quando o sol se encontra no zˆenite;

• AM2 ´e empregado ao n´ıvel do mar quando o sol se encontra a 60 graus do zenite(PINHO; GALDINO, 2014)(NREL, 2016);

A Figura 3 mostra medic¸˜oes do NREL (do ingles National Renewable Energy Laboratory) para AM0 e para AM1.5 em uma superf´ıcie inclinada e em uma paralela ao solo,

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onde foi considerado a m´edia da latitude dos Estados Unidos.

Figura 3: Medic¸˜oes do NREL para AM 0 e AM 1.5 em uma superf´ıcie inclinada e em uma paralela ao solo.

Fonte: Traduzido de NREL (2016).

A radiac¸˜ao solar que chega `a superf´ıcie terrestre pode ser dividida em duas componentes: radiac¸˜ao solar direta e radiac¸˜ao solar difusa. A radiac¸˜ao solar direta ´e aquela que vem diretamente da direc¸˜ao na qual o Sol se encontra e a radiac¸˜ao difusa ´e aquela que vem de todas as direc¸˜oes, causadas pelo espalhamento ocorrido na atmosfera terrestre. O espalhamento da luz causado por mol´eculas dos gases que comp˜oem a atmosfera ´e chamado de espalhamento de Rayleigh que ocorre em maior parte na regi˜ao azul/violeta do espectro vis´ıvel, sendo a causa principal da cor azul do c´eu (PINHO; GALDINO, 2014).

Outra componente da radiac¸˜ao difusa, ´e causada pela reflex˜ao da luz por uma superf´ıcie qualquer. Ao ´ındice de reflex˜ao ´e dado o nome de Albedo. A Figura 4 mostra todas as componentes incidentes em uma superf´ıcie inclinada. A soma das componentes em um plano inclinado ´e chamada de radiac¸˜ao total, no plano horizontal ´e nomeada radiac¸˜ao global.

(24)

Figura 4: Componentes da radiac¸˜ao solar. Fonte: Adaptado de Pinho e Galdino (2014).

2.1.3 Angulos de Incidˆencia Solarˆ

O nosso planeta possui um deslocamento axial, isto ´e, existe uma diferenc¸a entre o eixo de rotac¸˜ao de aproximadamente 23,4 graus em relac¸˜ao ao plano da ´orbita. Esse deslocamento ´e a causa das estac¸˜oes do ano. Devido a essa inclinac¸˜ao, durante diferentes per´ıodos do ano, a incidˆencia direta solar em um determinado ponto vir´a de ˆangulos diferentes. Por exemplo na linha do Equador, durante os equin´ocios quando o sol se encontra no pico, o ˆangulo ser´a de 0 graus, tomando como referˆencia o zˆenite, j´a nos solst´ıcios esse ˆangulo ser´a de ± 23,45 graus (PINHO; GALDINO, 2014).

Na Figura 5, ´e poss´ıvel observar a variac¸˜ao da inclinac¸˜ao do eixo da Terra em diferentes ´epocas do ano. A Figura 6 mostra como uma mesma quantidade de energia que incide por uma ´area maior na superf´ıcie do planeta devido ao ˆangulo entre a normal dessa e o sol.

Considerando-se as convenc¸˜oes para a declinac¸˜ao solar e a latitude, positivas ao norte e negativas ao sul do Equador, a diferenc¸a entre a declinac¸˜ao e a latitude determina a trajet´oria do movimento aparente do Sol para um determinado dia em uma dada localidade na Terra(PINHO; GALDINO, 2014).

(25)

Figura 5: ´Orbita da Terra em torno do Sol, mostrando a diferenc¸a na inclinac¸˜ao de acordo com a data.

Fonte: Adaptado de (PINHO; GALDINO, 2014).

Figura 6: incidˆencia por ´area de acordo com a latitude Fonte: Adaptado de (PINHO; GALDINO, 2014).

Ainda de acordo com Pinho e Galdino (2014), tal declinac¸˜ao ´e dada atrav´es da equac¸˜ao 3, onde n ´e o dia de acordo com o calend´ario Juliano (de 1 a 365).

sin(δ ) = − sin(23, 45) cos[( 360

365, 25)(n + 10)] (3)

Ao levar-se em considerac¸˜ao tamb´em o movimento aparente do Sol em relac¸˜ao `a superf´ıcie terrestre por conta da rotac¸˜ao do planeta, existem outras relac¸˜oes de ˆangulo entre

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o Sol e uma superf´ıcie, tais ˆangulos, mostrados na Figura 7 e descritos por Pinho e Galdino (2014), s˜ao:

Figura 7: ˆAngulos entre o Sol e uma superf´ıcie. Fonte: (LISBOA, 2010)

.

• ˆangulo Zenital (θz): ˆangulo entre a normal da superf´ıcie e o vetor de incidˆencia solar;

• altura Solar (α): Complemento do ˆangulo Zenital, relac¸˜ao entre o plano da superf´ıcie e a incidˆencia;

• ˆangulo Azimutal do Sol (γs): Conhecido como azimute solar, ´e o ˆangulo entre a projec¸˜ao

dos raios solares no plano horizontal em relac¸˜ao a direc¸˜ao norte-sul da superf´ıcie. O deslocamento angular ´e tomado a partir do norte geogr´afico, sendo, por convenc¸˜ao, positivo quando a projec¸˜ao se encontrar `a direita do sul (leste) e negativo quando se encontrar `a esquerda (oeste). Tais valores v˜ao de -180 a 180 graus;

• ˆangulo Azimutal da Superf´ıcie (γ): ˆangulo entre a projec¸˜ao da normal `a superf´ıcie no plano horizontal e a direc¸˜ao norte-sul;

• inclinac¸˜ao da superf´ıcie de captac¸˜ao (β ): ˆangulo entre o plano da superf´ıcie em quest˜ao e o plano horizontal. Valores entre 0 e 90 graus;

• ˆangulo de incidˆencia (θ ): ˆangulo formado entre os raios do Sol e a normal `a superf´ıcie de captac¸˜ao;

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• ˆangulo Hor´ario do Sol ou Hora Angular (ω): deslocamento angular leste-oeste do meridiano do Sol, a partir do meridiano local, e devido ao movimento de rotac¸˜ao da Terra.

2.1.4 Formas de Medic¸˜ao da Radiac¸˜ao Solar

At´e meados do s´eculo XVII, acreditava-se que a luz se propagava pela emiss˜ao de corp´usculos das fontes luminosas. Em 1679, Huygens demonstrou que as leis da reflex˜ao seriam facilmente explicadas se fosse admitida a propagac¸˜ao da luz atrav´es de ondas de qualquer natureza. Por´em foi apenas em 1888 que Hertz, com um circuito oscilante, conseguiu produzir ondas eletromagn´eticas extremamente curtas que continha as mesmas propriedades das ondas luminosas, atribuindo `a luz as caracter´ısticas de onda eletromagn´eticas (OMETTO, 1968).

Para avaliar o poder energ´etico da radiac¸˜ao solar, surgiram os radiˆometros. Na d´ecada de 60 os radiˆometros mais utilizados eram respectivamente o heli´ografo de Campbell-Stokes, o actin´ografo de Robitch e o pireliˆometro de Eppley, este ´ultimo foi considerado o padr˜ao secund´ario de medida da intensidade da radiac¸˜ao solar (OMETTO, 1968).

Com a ajuda desses equipamentos, a energia solar comec¸ou a ser estudada para entender as relac¸˜oes entre a radiac¸˜ao solar (energia) e a insolac¸˜ao (brilho solar). Todas as relac¸˜oes encontradas tiveram um objetivo comum de determinar coeficientes da radiac¸˜ao solar na ausˆencia da atmosfera, na superf´ıcie do solo e a insolac¸˜ao para um determinado local (KREITH, 1977).

Os estudos sobre a energia solar foram, posteriormente, orientados no sentido de determinar a energia l´ıquida, dispon´ıvel na superf´ıcie da Terra para os processos de evapotranspirac¸˜ao, aquecimento do ar, solo e/ou ´agua, ou seja, frac¸˜ao de energia radiante incidente que ´e estimada para uma superf´ıcie exposta.

Os instrumentos dispon´ıveis para medir a energia l´ıquida s˜ao: o piranˆometro, destinado a medir a radiac¸˜ao global, o pireliˆometro, respons´avel pela medic¸˜ao da radiac¸˜ao direta normal e o heli´ografo, destinado a medir o n´umero de horas de insolac¸˜ao mas por possuir uma precis˜ao mais baixa entrou em desuso (LUNDE, 1980).

A radiac¸˜ao solar ´e considerada uma radiac¸˜ao eletromagn´etica que se propaga a uma velocidade de 300.000 km/s. Em termos de comprimento de onda, a radiac¸˜ao solar ocupa a faixa espectral de 0,1 µm a 5 µm, ao ponto que 99% da energia radiante estar compreendida entre 0,28 µm a 4,96 µm, portanto a maior parte da energia radiante est´a compreendida entre a radiac¸˜ao ultravioleta e o infravermelho.

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Existem processos de convers˜ao direta da radiac¸˜ao solar que se fundamentam na absorc¸˜ao da energia radiante. A convers˜ao pelo processo de fotoconvers˜ao resulta na gerac¸˜ao de eletricidade, combust´ıveis e substˆancias qu´ımicas. H´a tamb´em o processo de termoconvers˜ao utilizado para aquecimento de ´agua, ambientes e secagens (nEDA, 2011).

Uma representac¸˜ao do espectro eletromagn´etico pode ser observada atrav´es da Figura 8.

Figura 8: Comprimentos de onda no Espectro Eletromagn´etico Fonte: Dispon´ıvel em:

http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2007/12/espectro-visivel-da-luz.jpg. Acesso em: nov 2016.

2.2 PAIN ´EIS FOTOVOLTAICOS

2.2.1 Hist´oria das C´elulas Fotovoltaicas

A convers˜ao da energia solar em energia el´etrica ´e realizada atrav´es do efeito fotovoltaico observado por Edmond Bequerel em 1839. Foi observada uma diferenc¸a de potencial nas extremidades de uma estrutura semicondutora, quando incidia uma luz sobre ela (NASCIMENTO, 2004).

De acordo com Vallˆera e Brito (2006),em marc¸o de 1953, Calvin Fuller, qu´ımico no Bell Laboratories, desenvolveu um processo de difus˜ao, chamado de dopagem, para introduzir impurezas em cristais de sil´ıcio. Fuller produziu uma barra de sil´ıcio dopado com g´alio, que o torna assim um material condutor, sendo as cargas m´oveis positivas.

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Seguindo as instruc¸˜oes de Fuller, seu colega o f´ısico Gerald Person, mergulhou uma barra de sil´ıcio dopada em um banho quente de l´ıtio, criando assim na superf´ıcie da barra uma zona com excesso de el´etrons livres. Person percebeu que ao expor o material `a luz solar, produzia uma corrente el´etrica, caracterizando assim a primeira c´elula fotovoltaica de sil´ıcio. Essa novidade foi apresentada na National Academy of Sciences, em Washington, e anunciada numa conferˆencia de imprensa no dia 25 de Abril de 1954.

A primeira aplicac¸˜ao dessa c´elula fotovoltaica foi utilizada para alimentar uma rede de telefonia local no estado da Georgia nos Estados Unidos da Am´erica durante o per´ıodo de um ano. No final do per´ıodo de teste, a c´elula foi removida com resultados muito promissores, por´em o alto custo de produc¸˜ao das c´elulas, restringiam seu uso para aplicac¸˜oes muito especiais, como por exemplo, gerac¸˜ao de energia no espac¸o (VALLˆeRA; BRITO, 2006).

No comec¸o, os sat´elites usavam pilhas como fonte de energia. As c´elulas fotovoltaicas eram consideradas uma curiosidade e, por isso, a NASA teve grande relutˆancia ao aceitar incorpor´a-las a seus projetos. O Vanguard I, lanc¸ado em marc¸o de 1958, foi o primeiro sat´elite a us´a-las. O painel fotovoltaico do Vanguard I tinha como func¸˜ao servir de reserva para caso a pilha qu´ımica falhasse, e a pilha qu´ımica acabou falhando. Com a falha da pilha, o painel entrou em funcionamento e operou por 8 anos, surpreendendo a todos. Depois desta experiˆencia satisfat´oria com o Vanguard I, a NASA adotou as c´elulas fotovoltaicas como fonte de energia de seus sat´elites, fazendo com que a pesquisa cient´ıfica, sobre esse tipo de energia, fosse ampliada (PERLIN, 2004).

O custo das c´elulas fotovoltaicas ´e, ainda hoje, um grande desafio para a ind´ustria e o principal empecilho para a difus˜ao dos sistemas fotovoltaicos em larga escala. A tecnologia fotovoltaica est´a se tornando mais competitiva devido seu custo decrescente, quanto os custos crescentes das demais formas de gerac¸˜ao de energia, al´em do aumento da fiscalizac¸˜ao quanto aos danos ambientais que antes eram ignorados (PINHO; GALDINO, 2014).

2.2.2 Efeito Fotovoltaico

O efeito fotovoltaico diz respeito `a convers˜ao da energia luminosa em energia el´etrica. Tal efeito, trazido a tona pelo terceiro trabalho revolucion´ario de Albert Einstein, passou a ser mais difundido depois da introduc¸˜ao do primeiro semicondutor de sil´ıcio, que se deu na d´ecada de 50 pelo qu´ımico Calvin Fuller (CAVALCANTE et al., 2002)

O efeito fotovoltaico ´e observado quando, a radiac¸˜ao ao atingir um ´atomo do semicondutor que forma o campo el´etrico interno das c´elulas fotovoltaicas (junc¸˜ao pn). No

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momento em que o material semicondutor ´e atingido pela radiac¸˜ao proveniente dos raios solares, este liberta um el´etron que passa a ser conduzido do campo el´etrico gerado no material para os contatos, contribuindo assim para a corrente produzida pela c´elula fotovoltaica (BRITO; SILVA, 2006), como ´e visto na Figura 9.

Figura 9: Estrutura simplificada de uma c´elula fotovoltaica de sil´ıcio. Fonte: Adaptado de (PINHO; GALDINO, 2014).

As c´elulas fotovoltaicas podem ser dispostas de diversas formas, sendo a mais utilizada a montagem de pain´eis ou m´odulos solares. Al´em dos pain´eis fotovoltaicos, tamb´em se utilizam filmes flex´ıveis, com as mesmas caracter´ısticas, ou at´e mesmo a incorporac¸˜ao das c´elulas em outros materiais, como o vidro. As diferentes formas com que s˜ao montadas as c´elulas se prestam `a adequac¸˜ao do uso, por um lado maximizando a eficiˆencia e por outro se adequando `as possibilidades ou necessidades arquitetˆonicas

2.2.3 Tipos de M´odulos Fotovoltaicos

Sil´ıcio Monocristalino:

O sil´ıcio monocristalino ´e o mesmo material utilizado para a fabricac¸˜ao de circuitos empregados em microeletrˆonica. Historicamente, as c´elulas utilizadas com este material s˜ao utilizadas e comercializadas como conversor direto de energia solar em eletricidade (FADIGAS, 2000), um exemplo de painel ´e visto na Figura 10.

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A sua produc¸˜ao ´e feita atrav´es do processo de Czochralski, que consiste em fundir o sil´ıcio `a uma temperatura de 1420◦C. Com o material em seu estado l´ıquido, ´e ent˜ao inserido um pedac¸o s´olido do mesmo material, denominado de semente, preso na ponta de uma haste condutora, onde ´e aplicado uma rotac¸˜ao constante. O material fundido agrupa-se juntamente com a semente, solidificando-se e formando assim um cilindro de sil´ıcio monocristalino puro, o qual ´e cortado em lˆaminas de 0,3 mm e utilizado para formac¸˜ao de pain´eis fotovoltaicos (GREENPRO, 2004).

Este material produzido pelo m´etodo de Czochralski possui uma eficiˆencia entre 15% e 18% (CORREIA, 2015).

Figura 10: Painel de sil´ıcio Monocristalino instalado no TECPAR. Fonte: Os Autores.

Sil´ıcio Policristalino:

A obtenc¸˜ao do sil´ıcio policristalino consistem em aquecer o sil´ıcio em seu estado bruto at´e uma temperatura de 1500◦C. Ap´os o material se encontrar totalmente em seu estado l´ıquido, ´e ent˜ao resfriado at´e a temperatura de 800 ◦C, onde ent˜ao ´e armazenado em um recipiente especial para ent˜ao ser formado blocos de sil´ıcio de 40 x 40 cm2. Estes blocos s˜ao cortados em barras e posteriormente cortados em pastilhas de 0,3 mm, onde ent˜ao s˜ao introduzidos impurezas de outros metais com o f´osforo (GREENPRO, 2004). Sua aparˆencia ´e como na Figura 11.

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Os pain´eis equipados com sil´ıcio policristalino s˜ao mais baratos que os monocristalino e tamb´em possuem uma vida ´util de mais de 30 anos (TU-BERLIN, 2016).

Este material possui uma eficiˆencia entre 13% e 15% (CORREIA, 2015).

Figura 11: Painel de sil´ıcio Policristalino instalado no TECPAR. Fonte: Os Autores.

Sil´ıcio Amorfo:

Desde a d´ecada de 90, o desenvolvimento dos processos de pel´ıcula fina para fabricar c´elulas solares, tornaram-se cada vez mais importantes. Neste caso, os semi-condutores fotoativos s˜ao aplicados em finas camadas num substrato (na maioria dos casos vidro). Os m´etodos utilizados incluem disposic¸˜ao por vaporizac¸˜ao, processos de disposic¸˜ao cat´odica e banhos eletrol´ıticos. O Sil´ıcio amorfo, o diselenieto de cobre e ´ındio (CIS), e o telureto de c´admio (CdTe), s˜ao utilizados como materiais semicondutores. Devido `a elevada absorc¸˜ao luminosa destes materiais, uma camada com uma espessura menor que 1 µm ´e, teoricamente, suficiente para converter a luz solar. Estes materiais s˜ao mais tolerantes `a contaminac¸˜ao de ´atomos estranhos (GREENPRO, 2004).

O sil´ıcio amorfo absorve a radiac¸˜ao solar de uma maneira muito mais eficiente do que o sil´ıcio cristalino, pelo que ´e poss´ıvel depositar uma fina pel´ıcula de sil´ıcio amorfo sobre um substrato (metal, vidro, pl´astico). Este processo de fabricac¸˜ao ´e ainda mais barato do que o do sil´ıcio policristalino (TU-BERLIN, 2016).

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A maior desvantagem deste tipo de painel, ´e que sua degradac¸˜ao ´e muito r´apida se comparada com os modelos monocristalinos e policristalinos, por isso possuem uma garantia de vida ´util menor (SHELL SOLAR, 2016).

Em condic¸˜oes est´aveis, a eficiˆencia do sil´ıcio amorfo fica em torno de 5% a 8% (CORREIA, 2015). Tais pain´eis s˜ao representados atrav´es da Figura 12

Figura 12: Painel de sil´ıcio amorfo instalado no TECPAR. Fonte: Os Autores.

2.2.4 Tipos de Suporte

Existem 3 tipos de suportes para os pain´eis fotovoltaicos, como ´e apresentado na Figura 13. O primeiro e mais simples ´e o fixo, que como o pr´oprio nome sugere, s˜ao sistemas onde o eixo encontra-se im´ovel. Este tipo de sistema ´e utilizado em maior escala por ser mais simples e barato, entretanto o rendimento ser´a menor, visto que os pain´eis n˜ao acompanham os movimentos solares.

O segundo tipo ´e o suporte com eixo ´unico, que rastreia o sol e em seguida ajusta o posicionamento dos pain´eis somente em um eixo com o aux´ılio de um motor el´etrico. Normalmente ´e feito o movimento no sentido Leste-Oeste, em raz˜ao de haver maior variac¸˜ao de movimento do sol. No entanto, em locais mais pr´oximos dos p´olos pode ser necess´ario utilizar o sistema de rastreamento nos eixos Norte-Sul, por conta da pouca variac¸˜ao dos movimentos

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do astro de Leste para Oeste.

O terceiro tipo ´e o suporte com eixo duplo. O qual ´e movido por motores el´etricos do mesmo modo que o sistema de eixo ´unico, contudo segue o sol tanto nos sentidos Leste-Oeste, como Norte-Sul. Consegue assim se adaptar para um posicionamento perpendicular cont´ınuo `a radiac¸˜ao direta que chega no pain´el e, deste modo, o sistema recebe durante todo o dia os m´aximos n´ıveis poss´ıveis de radiac¸˜ao. Em contrapartida, possui uma maior complexidade de construc¸˜ao, manutenc¸˜ao e consequentemente maior custo. ´E utilizado mais em pesquisas, em virtude do seu valor alto.

Figura 13: Tipos de suportes para pain´eis fotovoltaicos. Fonte: Os Autores.

Com os diferentes tipos de suporte, a eficiˆencia da gerac¸˜ao pode ser consideravelmente melhorada. Um artigo publicado pela Renewable Energy World (2009) afirma que, em relac¸˜ao aos pain´eis fixos no ˆangulo ´otimo, os sistemas de eixo ´unico s˜ao capazes de produzir 27-32% mais energia, enquanto que os de eixo duplo 35-40% mais. ´E importante ressaltar que esses n´umeros s˜ao m´edias aproximadas, visto que variac¸˜oes na latitude causam diferenc¸as nos percentuais de eficiˆencia.

2.2.5 Fatores Ambientais e Caracter´ısticas El´etricas de M´odulos Fotovoltaicos

Al´em dos fatores de eficiˆencia em cada tipo de m´odulo fotovoltaico, ´e importante ter uma ideia geral de como vari´aveis ambientais ou locais influenciam no funcionamento dos mesmos.

Segundo Pinho e Galdino (2014), ”As principais c´elulas fotovoltaicas conhecidas possuem, individualmente, uma tens˜ao muito baixa, da ordem de 0,5V a 0,8V para as c´elulas de sil´ıcio. Assim, para obter valores de tens˜ao mais elevados, as c´elulas s˜ao associadas em s´erie.”

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Um m´odulo ´e geralmente identificado pela sua potˆencia el´etrica de pico (Wp). A definic¸˜ao da potˆencia de pico de um m´odulo fotovoltaico ´e feita nas condic¸˜oes padr˜ao de ensaio, ou STC (do inglˆes Standard Test Conditions), considerando irradiˆancia solar de 1.000 W /m2 sob uma distribuic¸˜ao espectral padr˜ao para AM1,5 e temperatura de c´elula de 25 oC (PINHO;

GALDINO, 2014).

Quando um m´odulo est´a posicionado na direc¸˜ao do Sol, uma tens˜ao pode ser medida entre seus terminais. A tens˜ao observada em um m´odulo desconectado ´e a tens˜ao de circuito aberto (Voc). Por outro lado, ao conectar os terminais desse m´odulo a um amper´ımetro mede-se sua corrente de curto-circuito (Isc). Por´em, tais dados isolados n˜ao s˜ao informativos da capacidade de potˆencia do dispositivo.

Para encontrar as caracter´ısticas de potˆencia de um m´odulo fotovoltaico, ´e feito o ensaio da curva caracter´ıstica I-V. Para executar o ensaio, o dispositivo ´e submetido a uma varredura de tens˜ao, indo de pequenos valores negativos at´e ultrapassar a tens˜ao de circuito aberto do mesmo, nas condic¸˜oes padr˜oes de teste. Durante esta varredura s˜ao registrados pares de dados de tens˜ao e corrente, permitindo o trac¸ado de uma curva caracter´ıstica (figura 14).

Figura 14: Curva carater´ıstica I-V e curva de potˆencia P-V para um m´odulo com potˆencia nominal de 100Wp

(36)

Ainda segundo Pinho e Galdino (2014), os principais fatores ambientais que influenciam essa curva s˜ao a intensidade da irradiˆancia incidente e a temperatura do m´odulo.

A intensidade de irradiˆancia solar afeta diretamente e linearmente a corrente el´etrica gerada pelo m´odulo, como o exemplo da figura 15.

Figura 15: Variac¸˜ao da corrente na curva I-V de acordo com a irradiˆancia, para um m´odulo fotovoltaico de 36 c´elulas de sil´ıcio cristalino (c-Si) a 25oC

Fonte: (PINHO; GALDINO, 2014).

A incidˆencia solar, em conjunto com a temperatura ambiente, afeta a temperatura do m´odulo. Um aumento da temperatura faz com que a tens˜ao do m´odulo seja menor e a corrente seja mais elevada. Por´em, o aumento de corrente n˜ao compensa a queda de tens˜ao gerada, fazendo que a capacidade de potˆencia diminua. Tal comportamento pode ser observado atrav´es da figura 16.

De acordo com Pinho e Galdino (2014), as variac¸˜oes dos parˆametros el´etricos devido a temperatura s˜ao dados atrav´es de 3 coeficientes: β , α e γ. O coeficiente β ´e a variac¸˜ao da tens˜ao de circuito aberto (VOC) de acordo com a temperatura, mostrado pela equac¸˜ao 4, onde

∆VOC ´e a variac¸˜ao da tens˜ao de circuito aberto e ∆T a variac¸˜ao de temperatura.

β = ∆VOC

∆T (4)

(37)

Figura 16: Efeito da variac¸˜ao de temperatura em uma curva I-V para um m´odulo fotovoltaico de 36 c´elulas de sil´ıcio cristalino (c-Si) sob irradiˆancia de 1000W /m2

Fonte: (PINHO; GALDINO, 2014).

de -0,37%/oC em m´odulos de sil´ıcio cristalino e de -2,8 mV/(c´elula.oC), uma mudanc¸a de -0,32%/oC em m´odulos de sil´ıcio amorfo. Alguns fabricantes informam βV MP, que seria a

variac¸˜ao da tens˜ao no ponto de m´axima potˆencia, tendo esse, normalmente, valores maiores que β .

O coeficiente α demonstra a variac¸˜ao da corrente de curto circuito (ISC) de acordo com a temperatura, tal qual a equac¸˜ao 5, onde ∆ISC ´e a variac¸˜ao da corrente de curto circuito e ∆T a

variac¸˜ao de temperatura.

α = ∆ISC

∆T (5)

O coeficiente α ´e positivo e tem valores t´ıpicos de 0,004 mA/(cm2.oC) (uma mudanc¸a de 0,01%/oC) em m´odulos de sil´ıcio cristalino e de 0,013 mA/(cm2.oC) (uma mudanc¸a de 0,1%/oC) em m´odulos de sil´ıcio amorfo.

J´a o coeficiente γ ´e a variac¸˜ao da potˆencia m´axima de acordo com a temperatura (equac¸˜ao 6), sendo ∆PMPa variac¸˜ao da potˆencia m´axima e ∆T a variac¸˜ao de temperatura.

(38)

γ = ∆PMP

∆T (6)

O coeficiente γ ´e negativo e tem valores t´ıpicos de -0,5%/oC para m´odulos de sil´ıcio cristalino e -0,3%/oC para m´odulos de sil´ıcio amorfo.

Assim, ´e poss´ıvel encontrar a potˆencia m´axima para determinada temperatura, tendo os valores de tens˜ao e corrente no ponto de m´axima potˆencia em condic¸˜oes padr˜ao e os coeficientes j´a discutidos. Para tal, se considera o coeficiente α para a corrente de curto circuito e para o ponto de m´axima potˆencia como coincidentes. O valor de potˆencia m´axima ´e encontrado atrav´es da express˜ao dada pela equac¸˜ao 7.

P(T ) = VMP× IMP= VMPSTC(1 + βVMP× ∆T ) × IMPSTC(1 + α × ∆T ) (7)

Ap´os desenvolver a express˜ao da equac¸˜ao 7, desprezando o termo de segunda ordem, ´e obtida a equac¸˜ao 8, que pode ser escrita como a equac¸˜ao 9.

P(T ) = VMP× IMP= VMPSTC× IMPSTC(1 + (α + βVMP) × ∆T ) (8)

γ = α + βVMP (9)

Para um c´alculo simplificado da temperatura de operac¸˜ao de um m´odulo fotovoltaico, podemos utilizar a equac¸˜ao 10, onde TMOD ´e a temperatura do m´odulo (oC), TAMBa temperatura

ambiente (oC), G a irradiˆancia incidente sobre o m´odulo (W /m2), Kto coeficiente t´ermico para o

m´odulo (dado emoC. m2/W ) podendo, caso este seja desconhecido, ser adotado o valor padr˜ao de 0,03.

TMOD= TAMB+ Kt× G (10)

O parˆametro identificado como NOCT (do inglˆes, Nominal Operating Cell Temperature) depende das propriedades f´ısicas e construtivas dos materiais componentes do m´odulo. Atrav´es da NOCT ´e poss´ıvel encontrar o coeficiente t´ermico do m´odulo pela equac¸˜ao 11.

(39)

´e exposto em circuito aberto a uma irradiˆancia de 800 W /m2em um ambiente com temperatura do ar a 20oC e sofrendo ac¸˜ao de vento incidindo com velocidade de 1 m/s (PINHO; GALDINO, 2014)”.

Kt=

NOCT− 20

800 (11)

2.3 INSTRUMENTOS DE MEDIC¸ ˜AO

A World Metereological Organization (WMO) ´e uma agencia da United Nations (UN), que possui dentro de suas atribuic¸˜oes o estabelecimento de redes de cooperac¸˜ao para troca de dados da ´area de estudo clim´atico. Para tal, a agˆencia padroniza os instrumentos conforme: nomenclatura, func¸˜ao e precis˜ao (WMO, 2008).

Os trˆes principais tipos de instrumentos de medic¸˜ao de radiac¸˜ao que a WMO cita s˜ao encontrados na estac¸˜ao solarim´etrica do TECPAR, a qual este trabalho faz uso dos dados. A seguir ser˜ao apresentados estes instrumentos, assim como suas caracter´ısticas.

2.3.1 Piranˆometro

Existem dois tipos principais de piranˆometros: o fotovoltaico e o termoel´etrico. Ambos servem para medir a radiac¸˜ao solar global sobre o plano horizontal e, em alguns casos, a difusa.

O piranˆometro fotovoltaico possui uma constituic¸˜ao e funcionamento razoavelmente simples. O instrumento ´e capaz de fornecer dados experimentais importantes de irradiˆancia e irradiac¸˜ao, atrav´es de um sensor fotovoltaico, normalmente de sil´ıcio monocristalino, que converte a radiac¸˜ao solar captada em uma corrente el´etrica proporcional. Sua sensibilidade espectral, a qual est´a limitada a perceber os comprimentos de onda entre 400 e 700 nm, enquanto que o espectro completo de radiac¸˜ao que chega da atmosfera estende-se de 270 `a 4000 nm, lhe confere vantagens e desavantagens em relac¸˜ao ao piranˆometro termoel´etrico (KIPP & ZONEN, 2016c).

Alguns pontos positivos s˜ao um pequeno custo de aquisic¸˜ao, um desempenho constante e praticamente independente da variac¸˜ao de temperatura, uma resposta quase imediata e linear nas leituras de irradiˆancia, al´em de ser muito utilizado em estudos de plantac¸˜oes, devido a sua resposta espectral ser muito similar a utilizada pelas plantas para a fotoss´ıntese. O principal ponto negativo ´e associado `a sensibilidade espectral do fotovoltaico, que ´e muito baixa

(40)

comparado ao termoel´etrico, isso gera uma precis˜ao menor.

Tal qual Pinho e Galdino (2014) citam, o piranˆometro termoel´etrico apresenta uma composic¸˜ao distinta, seu sensor de radiac¸˜ao ´e uma termopilha inserida no interior de duas esferas de vidro concˆentricas, que s˜ao basicamente diversos termopares em s´erie, com a junc¸˜ao negra apontada para cima, na direc¸˜ao do sol, e a junc¸˜ao fria para baixo. Assim, com a incidˆencia de radiac¸˜ao, a diferenc¸a de temperatura criada dentro do sensor relaciona-se linearmente com a diferenc¸a de potencial, que por sua vez ´e transformada em W /m2a fim de colher empiricamente a potˆencia instantˆanea recebida no local. Suas medic¸˜oes s˜ao mais precisas que o piranˆometro fotovoltaico por responder `a radiac¸˜ao que vai de 285 at´e 2.800 nm e portanto ´e o instrumento mais recomendado para este estudo (KIPP & ZONEN, 2016b).

Em suas formas originais, os dois instrumentos fornecem leituras de radiac¸˜ao solar global, entretanto, com a instalac¸˜ao de uma esfera ou anel de sombreamento, ´e poss´ıvel medir a radiac¸˜ao difusa tamb´em. A esfera de sombreamento ´e um anteparo de metal que ´e posicionado exatamente entre o sol e o sensor do piranˆometro com a finalidade de bloquear somente a radiac¸˜ao solar direta, observado na Figura 17. Sua orientac¸˜ao ´e feita atrav´es de um rastreador solar para que o sistema seja capaz de acompanhar o sol nas mudanc¸as de posic¸˜ao di´arias e sazonais automaticamente.

Figura 17: Rastreador com esfera de sombreamento e piranˆometro difuso. Fonte: Adaptado de Kipp & Zonen (2016b).

(41)

O anel de sombreamento, visto na Figura 18, por outro lado, geralmente n˜ao ´e usado com um rastreador solar. Isso implica em acompanhar somente as mudanc¸as de posic¸˜ao di´arias do sol, com a necessidade de ajustes manuais conforme o astro mudar de posic¸˜ao no decorrer do ano. Os dois acess´orios exigem correc¸˜oes das medic¸˜oes, que envolvem a compensac¸˜ao do sombreamento do c´eu causado pela esfera ou anel, bem como da anisotropia do c´eu. Por fim, a obtenc¸˜ao dos dados de radiac¸˜ao solar global (direta mais difusa) e sua componente difusa separadamente, permite conseguir a parcela direta ao se efetuar uma simples subtrac¸˜ao da global menos a difusa.

Figura 18: Anel de sombreamento e piranˆometro difuso. Fonte: Adaptado de Kipp & Zonen (2016b).

2.3.2 Pireliˆometro

O pireliˆometro ´e um instrumento empregado para medir a irradiˆancia direta com incidˆencia normal `a superf´ıcie do mesmo. Pinho e Galdino (2014) tamb´em fornecem uma exposic¸˜ao das caracter´ısticas construtivas do pireliˆometro e citam que o sensor termoel´etrico, semelhante ao do piranˆometro, ´e posicionado no interior de um tubo de colimac¸˜ao com paredes enegrecidas para se bloquear a irradiˆancia difusa. O tubo ´e ent˜ao apontado diretamente para o sol com aux´ılio de um dispositivo de rastreamento solar, que seguir´a seu movimento. O instrumento apresenta uma pequena abertura de forma a permitir apenas a radiac¸˜ao do disco solar e a regi˜ao vizinha denominada circunsolar atingir o sensor no final do tubo. A percepc¸˜ao espectral costuma ser melhor que a do piranˆometro termoel´etrico e apresentar janela entre 200 e 4000 nm (KIPP & ZONEN, 2016a). Isso se deve ao pireliˆometro sempre precisar estar

(42)

acompanhado de um rastreador solar, o que torna o sistema mais caro e o custo da adic¸˜ao de um sensor termoel´etrico de melhor qualidade torna-se praticamente irrelevante. Um exemplo de pireliˆometro est´a representado na figura 19.

Figura 19: Pireliˆometro instalado na estrutura de um rastreador solar no TECPAR. Fonte: Os Autores.

2.3.3 Rastreador Solar

Como alguns instrumentos de medic¸˜ao necessitam de reposicionamento constante em relac¸˜ao ao sol (pireliˆometro e piranˆometro com anteparo), faz-se o uso de uma estrutura motorizada capaz de cumprir tal func¸˜ao, chamada rastreador solar.

O rastreador geralmente comporta v´arios instrumentos ao mesmo tempo, pois al´em de mover-se guiado pelas mudanc¸as de localizac¸˜ao do sol, ele provˆe uma base s´olida e est´avel que pode suportar as mais diversas condic¸˜oes clim´aticas, como pode ser visto na Figura 20.

(43)

Seu posicionamento ´e feito atrav´es do emprego de um sistema de GPS que se comunica automaticamente com sat´elites para saber a latitude e longitude em que se encontra, al´em de obter a hora exata. A partir dai, o motor ajusta a inclinac¸˜ao em relac¸˜ao ao solo e a orientac¸˜ao cardeal. Com o intuito de deixar o conjunto ainda mais preciso, existe a possibilidade de realizar o direcionamento para o sol com um sensor fotodiodo. Esse sensor fornece posicionamento ativo, por´em funciona apenas quando uma quantidade m´ınima de radiac¸˜ao for detectada (KIPP & ZONEN, 2016d). ´E importante citar tamb´em, que ap´os o sol se pˆor, o rastreador solar se posiciona novamente na direc¸˜ao correta para o nascer do dia seguinte.

Figura 20: Piranˆometro termoel´etrico difuso com a esfera de sombreamento e o global, instalados na base com ventilac¸˜ao forc¸ada do rastreador solar no TECPAR.

Fonte: Os Autores.

2.3.4 Exatid˜ao dos Instrumentos

A classificac¸˜ao de exatid˜ao dos aparelhos dada pela (WMO, 2008), se baseia na norma ISO 9060:1990 - Solar energy - Specification and classification of instruments for measuring hemispherical solar and direct solar radiation, que define uma s´erie de especificac¸˜oes e requisitos a serem cumpridos para os instrumentos de medic¸˜ao da radiac¸˜ao solar, como: tempo de resposta, resoluc¸˜ao, estabilidade, sensibilidade espectral, influˆencia da temperatura, incertezas e erros. Todos os itens mencionados contribuem para classificac¸˜ao, contudo, para fins de simplificac¸˜ao, podem-se destacar as exigˆencias de incertezas e erros.

(44)

Nesse sentido, as categorias dos piranˆometros em ordem do mais exato mais o menos exato, s˜ao respectivamente: alta qualidade (erro di´ario menor que 2%), boa qualidade (erro di´ario menor que 5%) e m´edia qualidade (erro di´ario menor que 10%). Ainda segundo a WMO, a classificac¸˜ao dos pireliˆometros ´e dividida apenas em alta qualidade (erro di´ario menor que 0,5%) e boa qualidade (erro di´ario menor que 1%). Para utilizar dados em estudos e pesquisas recomenda-se usar instrumentos de alta qualidade ou boa qualidade.

Outra responsabilidade da organizac¸˜ao mundial ´e estabelecer uma referˆencia para a calibrac¸˜ao de instrumentos. Isto ´e feito atrav´es de um grupo de pelo menos quatro pireliˆometros de modelos diferentes, por´em, que atendam a uma s´erie de mesmas exigˆencias. Uma vez por ano, em Davos na Su´ıc¸a, s˜ao realizadas comparac¸˜oes entre os instrumentos e se determina a World Radiometric Reference(WRR), que ´e a referˆencia para calibrac¸˜ao `a ser seguida por todos os outros instrumentos de pesquisa no mundo. ´E recomend´avel que se repasse essa referˆencia, atrav´es de conferˆencias, para os demais instrumentos a cada cinco anos.

2.4 TRATAMENTO DE DADOS

Os dados adquiridos atrav´es da instrumentac¸˜ao ´e a irradiˆancia em W /m2, coletada em intervalos de tempo em segundos.

De acordo com Tiepolo (2015), as informac¸˜oes s˜ao publicadas nas formas de m´edia di´aria (mensal e sazonal) de irradiac¸˜ao em kW h/m2 (ou kW h/(m2.dia)). Os valores tamb´em s˜ao apresentados como irradiac¸˜ao total anual em kW h/(m2.ano).

Ent˜ao de forma a se enquadrar nesse padr˜ao, ´e feita uma integrac¸˜ao para transformar o dado de irradiˆancia (potˆencia por ´area, W /m2) em irradiac¸˜ao (energia por ´area, kW h/m2).

O primeiro passo ´e integrar os valores de irradiˆancia nos intervalos de tempo em que ocorrem as medic¸˜oes. Como o intervalo ´e fixo, segundo Guidorizzi (2001), pode-se multiplicar a somat´oria das leituras pelo intervalo de leitura, como pode ser visto pela equac¸˜ao 12.

Irradiacao(W s/m2) = Z t1 0 irradiancia1(W /m2) ∗ dt + Z t2 t1 irradiancia2(W /m2) ∗ dt + ... (12)

(45)

t1 − 0 = t2 − t1 = t3 − t2 = ... = ∆t

n

0

irradiancia(W /m2) ∗ ∆t = Irradiacao(W s/m2) (13)

Ap´os a transformac¸˜ao, ´e poss´ıvel transformar o valor em W s/m2para kW h/m2atrav´es de uma an´alise dimensional. Sendo que 1h = 3600s e 1kW = 1000W, atrav´es de uma regra de trˆes temos a relac¸˜ao mostrada na equac¸˜ao 14.

W s m2 ∗ 1 3600 ∗ 1000= kW h m2 (14)

A partir desse valor de irradiac¸˜ao, podemos obter os valores di´arios e a partir desses as m´edias mensais, sazonais e anuais.

(46)

3 ESTAC¸ ˜AO DE COLETA E TRATAMENTO DOS DADOS

3.1 CARACTERIZAC¸ ˜AO DA ESTAC¸ ˜AO SOLARIM ´ETRICA

3.1.1 Projeto SONDA

A estac¸˜ao solarim´etrica utilizada neste trabalho est´a localizada na cidade de Curitiba na latitude 25o29’43,6”S e longitude 49o19’52,35”O na altitude de 891 metros em relac¸˜ao ao n´ıvel do mar (INPE, 2016). Esta estac¸˜ao ´e a primeira do tipo implementada no estado do Paran´a.

Esta estac¸˜ao ´e parceira integrada ao sistema de Organizac¸˜ao Nacional de Dados Ambientais (SONDA) e ´e composta pelos seguintes instrumentos de medic¸˜ao:

• piranˆometros termoel´etricos para irradiˆancia global e difusa;

• pireliˆometro para irradiˆancia direta;

• piranˆometro termoel´etrico inclinado.

O projeto SONDA conta com estac¸˜oes de medic¸˜ao distribu´ıdas em todo o territ´orio nacional conforme mostrado na Figura 21. Estas estac¸˜oes podem ser solarim´etricas (ou radiom´etricas), anemom´etricas ou ambas.

(47)

Figura 21: Localizac¸˜ao das estac¸˜oes do projeto SONDA Fonte: (INPE, 2016).

O objetivo do projeto SONDA ´e implementar uma infraestrutura f´ısica e de recursos humanos destinada a montagem e melhoramento da base de dados de superf´ıcie necess´aria ao levantamento dos recursos de energia solar e e´olica no Brasil e consequente planejamento de seu uso (INPE, 2016).

Devido ao fato que o investimento em larga escala nas energias e´olica e solar no pa´ıs serem inibidos pela falta de informac¸˜oes confi´aveis e inadequadas quanto a disponibilidade desses recursos, e tamb´em por muitas das pesquisas realizadas n˜ao serem destinadas `a gerac¸˜ao de energia, mas sim para outros fins, o projeto SONDA foi criado para quebrar esta barreira, gerando assim um cruzamento de informac¸˜oes clim´aticas adequadas com outras informac¸˜oes, como a distribuic¸˜ao da rede el´etrica, topografia, custo e disponibilidade de outras formas de energia(INPE, 2016).

O projeto SONDA realiza um processo de validac¸˜ao dos dados medidos para que as informac¸˜oes tenham mais confiabilidade poss´ıvel. Este processo de validac¸˜ao ´e baseado na estrat´egia de controle de qualidade de dados adotada pela BSRN (do inglˆes,Baseline Surface

(48)

Radioation Network) (INPE, 2016).

A BSRN tem como objetivo fornecer informac¸˜oes da melhor qualidade poss´ıvel, baseado em uma alta taxa de amostragens (BSRN, 2016).

3.1.2 Instrumentos da Estac¸˜ao

Todos os instrumentos localizados na estac¸˜ao solarim´etrica do TECPAR, que este estudo far´a uso, s˜ao da marca holandesa Kipp & Zonen, reconhecida no ramo pelo elevado padr˜ao de fiabilidade e exatid˜ao.

Os instrumentos consistem em:

• um rastreador solar SOLYS 2, com rastreamento passivo por GPS e ativo por sensor fotodiodo;

– um piranˆometro termoel´etrico CMP11 normal `a superf´ıcie com ventilac¸˜ao forc¸ada para medir a radiac¸˜ao global;

– um piranˆometro termoel´etrico CMP11 normal `a superf´ıcie com ventilac¸˜ao forc¸ada com anteparo para medir radiac¸˜ao difusa;

– um pireliˆometro CHP1 montado na estrutura do rastreador;

• barra;

– um piranˆometro termoel´etrico CPM11 posicionado `a inclinac¸˜ao da latitude (25,5◦).

A Figura 19, Figura 20 e Figura 22 ilustram os respectivos dispositivos instalados no TECPAR.

De acordo com os manuais t´ecnicos dos equipamentos da Kipp & Zonen, os piranˆometros CMP11 se encaixam na classificac¸˜ao da WMO em alta qualidade, enquanto o pireliˆometro CHP1 alcanc¸a a boa qualidade. Ambos atingem, portanto, as expectativas para aparelhos de coleta de dados direcionados ao uso em estudos acadˆemicos.

A empresa holandesa tamb´em ajusta seus produtos conforme a WRR regularmente uma vez a cada dois anos, o que garante que todos os instrumentos est˜ao calibrados adequadamente.

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