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Empreendedorismo: uma análise da possibilidade de inserção da disciplina nos cursos de nível superior de CAJAZEIRAS/PB.

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CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO

E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ISLANIA ANDRADE DE LIRA

EMPREENDEDORISMO: UMA ANÁLISE DA POSSIBILIDADE DE

INSERÇÃO DA DISCIPLINA NOS CURSOS DE NÍVEL SUPERIOR DE

CAJAZEIRAS/PB

SOUSA - PB

2006

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ISLANIA ANDRADE DE LIRA

EMPREENDEDORISMO: UMA ANÁLISE DA POSSIBILIDADE DE

INSERÇÃO DA DISCIPLINA NOS CURSOS DE NÍVEL SUPERIOR DE

CAJAZEIRAS/PB

Monografia apresentada ao Curso de

Especialização

em

Gestão

e

Administração Pública, do Centro de

Ciências Jurídicas e Sociais da

Universidade Federal de Campina

Grande, como requisito parcial para

obtenção do título de Especialista

em Gestão e Administração Pública.

Orientadora: Professora Ma. Maria dos Remédios Antunes Martins.

SOUSA - PB

2006

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E M P R E E N D E D O R I S M O : U m a analise da possibilidade de insercao da disciplina nos cursos de nivel superior de Cajazeiras/PB

BANCA E X A M I N A D O R A

Prof3 Ms Maria dos Remedios A n t u n e s Magalhaes

(Orientadora)

Prof3 Maria de Fatima Nobrega Barbosa

Prof3 Ms Victoria Puntriano Zuniga

S o u s a - PB J u n h o / 2 0 0 6

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Este trabalho e dedicado aqueles que e m p r e e n d e m na busca incessante de contribuir para o desenvolvimento da sociedade.

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Primeiramente a Deus e a minha familia. A Ricardo, pelo apoio e m todas as horas.

A professora Maria dos Remedios pela orientagao.

A o autor e professor de e m p r e e n d e d o n s m o Fernando Dolabela que c o m muita atengao, respondeu pessoalmente minhas correspondencias eletronicas e me deu algumas dicas quanto ao desenvolvimento do instrumento de pesquisa.

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Alguns homens veem as coisas como eias sao e dizem: "Por que?". Eu sonho com as coisas que nunca foram e digo: 'Por que n§o?".

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O f e n o m e n o do e m p r e e n d e d o n s m o e sua relacao c o m o ensino v e m crescendo rapidamente no Brasil. Descobriu-se que caractensticas como autoconfianga, determinagao, dinamismo, capacidade de assumir riscos calculados e paixao pelo que faz, sao algumas das competencias encontradas nas p e s s o a s de s u c e s s o , podendo ser ensinadas e desenvolvidas ao longo da vida por qualquer individuo, independente de vocacao, formagao, ou atuagao no mercado de trabalho. Este estudo teve como objetivo principal analisar a possibilidade de difundir a cultura empreendedora nas Instituigoes de Ensino Superior de Cajazeiras, atraves da introdugao da disciplina de empreendedonsmo nos s e u s cursos de graduagao. Para isso, foi realizado urn levantamento de dados sobre as mesmas e sobre o perfil dos dirigentes e seu posicionamento diante da proposta, utilizando-se o metodo exploratorio atraves de questionario. A partir dos resultados obtidos, observou-se que apesar de concordarem c o m os beneficios da difusao da cultura empreendedora para o crescimento pessoal dos alunos e sua relacao c o m a educagao e c o m o desenvolvimento economico da comunidade, os diretores q u e participaram da pesquisa mostraram-se contrarios a insergao da disciplina e m s e u s respectivos cursos de graduagao. Identifica-se entao a necessidade de promover u m a melhor apresentagao da proposta e das metodologias adotadas atualmente por varias Instituigoes de renome no pais, atraves da discussao do tema, envolvendo toda a comunidade academica, representada pelos docentes e discentes das l E S ' s locais, provocando por meio de seminarios e palestras de sensibilizagao, o despertar para a importancia do ensino de empreendedorismo.

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A B S T R A C T

The phenomenon of the employment a n d your relation with education c o m e growing quickly in Brazil. One uncovered that characteristic as self-trust, determination, dynamism, capacity to take calculated risks a n d passion for what it makes, they are s o m e of the abilities found in the people of s u c c e s s , being able to be taught and to be developed throughout the life for any individual, independent of vocation, formation, or performance in the work market. This study it had as objective main to analyze the possibility to spread out the enterprising culture in the Institutions of Superior Education ( l E S ' s ) of Cajazeiras/PB, through the introduction of disciplines of enterprising in its courses of graduation. For this, a data-collecting on s a m e and the profile of the controllers w a s carried through and it's positioning ahead of the proposal, using itself the exploration method through questionnaire. From the gotten results, it w a s observed that although to agree to the benefits of the diffusion of the enterprising culture for the personal growth of the pupils and its relation with the education and the economic development of the community, the directors w h o had participated of the research had revealed contrary to the insertion of it disciplines in its respective courses of graduation. T h e necessity w a s identified then to promote one better presentation of the proposal and the methodologies adopted currently for s o m e Institutions of reputation in the country, through the quarrel of the subject, involving all the academic community, represented for the professors and local learning of the l E S ' s , provoking by m e a n s of seminaries and lectures of sensitization, the wakening for the importance of the enterprising education.

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LISTA DE G R A F I C O S 10 I N T R O D U C A O 12 O B J E T I V O S 14 C A P I T U L O 1 E M P R E E N D E D O R I S M O 15 1.1 C o m o conceituar 16 C A P I T U L O 2 O P E R F I L E M P R E E N D E D O R 20 2.1 A s caractensticas empreendedoras 21 2.2 Empreendedor e gerente: qual a diferenca? 25

2.3 Formar empreendedores e nao empregados 26 C A P I T U L O 3 UMA R E V O L U C A O SILENCIOSA 28

3.1 Surgimento do empreendedorismo 30

3.2 Empreendedorismo Brasil 31 3.3 O potencial empreendedor brasileiro 33

3.4 Empreendedorismo c o m o fator de desenvolvimento social economico 34

C A P f T U L O 4 0 E N S I N O DE E M P R E E N D E D O R I S M O 36 C A P I T U L O 5 M E T O D O L O G I A 40 C A P I T U L O 6 A N A L I S E E I N T E R P R E T A C A O D O S D A D O S 42 C O N C L U S A O 52 S U G E S T O E S 54 R E F E R E N C E S 55 A P E N D I C E 57 A N E X O 62

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L I S T A D E G R A F I C O S

Grafico 1 - T e m p o d e s e m p e n h a n d o a funcao 44 Grafico 2 - Quanto tempo ficara no cargo 4 4

Grafico 3 - Idade 4 5 Grafico 4 - Nivel d e escolaridade 45

Grafico 5 - Empreendedorismo e uma expressao que surgiu do mundo dos

negocios, e m sua opiniao o termo tern a ver c o m educagao? 4 6 Grafico 6 - Empreendedorismo envolve a emocao, o sonho, o indefinido, o ego,

o incerto. E possivel trazer isto para a sala de aula? 46 Grafico 7 - Iniciativa, autonomia, criatividade, persistencia, comprometimento,

otimismo, lideranga e visao de f u t u r e Estas sao algumas das caractensticas encontradas na maioria das p e s s o a s empreendedoras. A c h a que estas

competencias sao importantes para qualquer profissional? 47 Grafico 8 - Os estudos sobre empreendedorismo no Brasil sao relativamente

recentes. Em sua opiniao o assunto pode ser considerado urn modismo

passageiro? 47 Grafico 9 - V o c e acha que a disciplina de empreendedorismo pode contribuir

para a f o r m a c a o do aluno de qualquer curso de graduagao? 4 8 Grafico 10 - V o c e concorda que o ensino do empreendedorismo pode

contribuir para uma revolugao na educagao? 48 Grafico 11 - A c h a que e possivel adotar e m sala d e aula circunstancias

favoraveis ao desenvolvimento das caractensticas empreendedoras? 49 Grafico 12 - E m sua opiniao, existe a possibilidade de trazer para a sala de

aula o conhecimento e as experiencias de quern ja atua no mercado de

trabalho? 49 Grafico 13 - A seu ver, existe relagao entre o empreendedorismo e o

desenvolvimento economico local? 50 Grafico 14 - Acredita que o ensino de empreendedorismo pode ajudar na

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riqueza para o pais? 50 Grafico 15 - Inserir a disciplina de empreendedorismo nos cursos de

graduagao. Na Instituigao que v o c e representa q u e p e s s o a ou orgao teria

autonomia para tomar tal decisao? 51 Grafico 16 - Em sua opiniao, e possivel inserir a Disciplina de

Empreendedorismo na grade curricular de todos os cursos de nivel superior

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1 INTRODUQAO

Empreender e fundamentalmente uma questao de atitude. Ninguem se transforma e m urn empreendedor atraves de urn curso e nao existe receita para forma-los. Hoje se constata que o estudo e a vivencia do tema, ajudam as p e s s o a s a desenvolverem certas atitudes, preparando-as para a vida, e nao somente para iniciar e gerir empreendimentos.

Sabendo que as Instituigoes de Ensino Superior d e s e m p e n h a m papel preponderante na formagao e disseminagao de conhecimento para os individuos, percebe-se que elas estao a o s p o u c o s despertando para o fato de que d e v e m formar empreendedores e nao empregados. Entretanto, apesar dos novos padroes das relagoes de trabalho impostos por uma sociedade capitalista e cada vez mais globalizada, muitas delas ainda preparam os j o v e n s para o emprego, uma realidade que, nao somente nos grandes centros, m a s t a m b e m nas pequenas e medias cidades, nao existe mais.

O sonho dos jovens de conclufrem seus cursos superiores e trabalhar na sua area, e m uma empresa que Ihe pague urn salario justo, Ihe oferega oportunidades de promogao, aumento e crescimento na carreira, alem de tranquilidade e seguranga, nao existe mais. Ele teve que dar lugar a uma realidade e m que as incertezas do mercado, e consequentemente da economia, deixam as grandes empresas vulneraveis.

A importancia do estudo sobre o tema se d e v e ao fato de que o mercado hoje requer profissionais detentores de algumas caracteristicas especificas como: iniciativa, criatividade, autoconfianga, disposigao para assumir riscos calculados, s e n s o de oportunidade, visao de futuro, e capacidade de inovar e se adaptar as mudangas. Independente da area de formagao ou atuagao, e s s a s caracteristicas sao imprescindiveis para os profissionais c o m a qualificagao exigida pelo mercado. O ensino de empreendedorismo se propoe a auxiliar o individuo no desenvolvimento de tais caracteristicas.

0 grande desafio dos estudiosos no assunto e promover a difusao d a cultura empreendedora, fazendo c o m que a disciplina de empreendedorismo se t o m e parte de

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todos os cursos de graduagao oferecidos, baseada e m uma proposta de ensino pro-ativo, onde as respostas prontas dao lugar aos questionamentos.

A nova proposta que emerge diante das necessidades sociais, e ser empreendedor. Independente de idade, cor, raga, sexo, origem, grau de escolaridade, profissao ou interesses. A saida e ser capaz de produzir mudangas e m si m e s m o e na sociedade, buscando meios de atingir a auto-realizagao. Sendo a atividade empreendedora assim considerada, esta analise pode resultar e m uma reorientagao do ensino superior local c o m o opgao para o c o m b a t e ao desemprego, preparando os individuos para antecipar-se as mudangas de modo que eles proprios serao os agentes da inovagao.

Diante do exposto, e possivel inserir o ensino de empreendedorismo nos cursos de graduagao das Instituigoes de Ensino Superior de Cajazeiras/PB?

Esta problematica deu origem a pesquisa que visa analisar a possibilidade de promover a difusao da cultura empreendedora atraves da insergao da disciplina de empreendedorismo e m todos os cursos de graduagao de Cajazeiras. C o m e s s e objetivo, realizou-se urn levantamento de dados sobre as l E S ' s e m funcionamento na cidade, bem como sobre o posicionamento das atuais dirigentes das m e s m a s quanto a proposta.

O presente trabalho esta organizado e m quatro capftulos: o primeiro capitulo destaca a principio os fundamentos do tema empreendedorismo e sua conceituagao, seguida do perfil d o s empreendedores abordando as caracteristicas predominantes nos empreendedores de s u c e s s o sob a otica de diferentes autores. Posteriormente resgata-se o surgimento do tema no Brasil e no mundo. O levantamento dos dados teoricos encerra-se destacando a importancia da difusao d e s s e s principios atraves do ensino de empreendedorismo.

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1.1 O B J E T I V O S

1.1.1 Objetivo Geral

s Analisar a possibilidade de difusao da cultura empreendedora atraves da insercao da disciplina d e empreendedorismo na grade curricular dos cursos de graduagao oferecidos pelas Instituigoes de Ensino Superior de Cajazeiras/PB;

1.1.2 Objetivos Especificos

V Realizar levantamento sobre o numero de Instituigoes, cursos existentes e pleiteados, professores e alunos de ensino superior existentes e m Cajazeiras;

s Identificar o perfil d o s dirigentes das l E S ' s de Cajazeiras;

V Levantar infonmagoes sobre o sistema de tomadas de decisao nas Instituigoes pesquisadas no que diz respeito as modificagoes na grade curricular dos cursos;

S Conhecer o grau de aceitagao dos gestores das l E S ' s quanto a existencia da relagao entre educagao, empreendedorismo e desenvolvimento local;

s Verificar o posicionamento dos gestores de cada Instituigao pesquisada diante da proposta do ensino do empreendedorismo.

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0 despertar da cultura empreendedora v e m nos ultimos anos g a n h a n d o destaque no Brasil e no mundo. Orgaos e Instituigoes de todos os setores sociais votam-se ao debate sobre o tema, que finalmente v e m recebendo a devida importancia. 0 cidadao e m si comega a atentar para e s s a realidade. Empreendedores ou candidatos a vaga, professores, pesquisadores e estudantes aos poucos estao se engajando na luta pela difusao dos preceitos que norteiam o estudo do empreendedorismo.

Gradativamente, c o m o desenvolvimento de programas e projetos especificos na area, fundamentados pela produgao academica, os seminarios e outras atividades voltadas para a difusao do tema, o empreendedorismo tornou-se objeto de interesse publico e social.

Se analisarmos a realidade economica e social brasileira na atualidade, ser dotado de certos talentos ou desenvolver certas caracteristicas c o m o responsabilidade, iniciativa, persistencia, autoconfianga, ansia por novos conhecimentos e entusiasmo, passa a ser o diferencial das pessoas diante de urn mercado de trabalho competitive e exigente, onde o s postos de trabalho estao e s c a s s o s . 0 desenvolvimento e a profissionalizagao dos p e q u e n o s negocios constituem a alternativa mais viavel para o crescimento economico do pais, por que cria postos de trabalho que v e m diminuindo nas grandes empresas como consequencia da evolugao tecnologica que substitui o h o m e m pela maquina.

Diante de tais consideragoes, achou-se por bem propor uma subdivisao do ato de empreender sob tres aspectos: ser empreendedor para a vida, independente do trabalho realizado e da area de atuagao; ser empreendedor nos negocios, como fator de s u c e s s o na gestao de empresas; e ser empreendedor c o m o fonte propulsora do desenvolvimento da sociedade.

0 s e n s o c o m u m ainda enxerga o ato de empreender c o m o urn d o m . No entanto, as maiores autoridades no estudo do tema detectaram que a evolugao do processo empreendedor varia, entre varios outros aspectos, de acordo c o m a cultura de determinada comunidade, por isso o fato de existirem diferengas entre o potencial e o nivel d e estagio empreendedor em cada pais.

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A s s i m , alguns consideram o empreendorismo um modismo, outros uma revolugao. Outros o c o n c e b e m c o m o a esperanca para o desenvolvimento social e economico de longo prazo para um pais. Diante das diferentes c o n c e p c o e s e da amplitude de conceitos que se encontrou a respeito do tema, antes de iniciar outras consideracoes dispostas na revisao bibliografica deste estudo, buscou-se e m fontes relacionadas ao assunto, algumas definigoes para o termo, proposto por autores que p o s s u e m relevantes pesquisas na area.

1.1 C o m o C o n c e i t u a r E m p r e e n d e d o r i s m o

A pesquisa cientffica na area de empreendedorismo e relativamente recente. O numero de publicagoes existentes hoje que tratam do assunto e consideravel, mas o caminho q u e se tern a percorrer no que diz respeito a estudos e pesquisas ainda e extenso. U m c o n s e n s o a respeito do tema ainda nao foi alcangado, visto que a maioria de suas tentativas de conceituagao nao e unanime ou exata. E nem poderia ser, por se tratar de u m f e n o m e n o social.

A s principals referencias que se tern sobre empreendedorismo resultam dos estudos de pesquisadores, orgaos e instituigoes que b u s c a m altemativas viaveis para o apoio aos p e q u e n o s negocios e ao desenvolvimento local sustentavel.

0 conceito de empreendedor nao se limita a definir aquelas p e s s o a s que sao proprietarias de u m negocio ou que estao iniciando um. 0 empreendedor pode estar presente e m grandes corporagoes, e m cooperativas, e m O N G ' s , e m Instituigoes de Ensino Superior, e m pequenas empresas, negocios autonomos ou familiares, e m escolas publicas o u privadas, enfim, nao existe uma limitagao ou classificagao restritiva.

Chowghury (2005, p. 42), economista considerado uma das maiores autoridades mundiais e m empreendedorismo, e que tern c o m o principal missao disseminar seu conceito, destaca que: "Empreender e fundamentalmente uma questao de atitude. E a mentalidade do 'eu posso lazef. Envolve disposigao para correr riscos e entender que os desafios existem para ser enfrentados, e nao evitados". Seria entao, s e g u n d o ele //* f'f , uma motivagao ou pre-disposigao para realizar algo, uma atitude pessoal.

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Para A u g u s t o d e Franco ( 2 0 0 1 , p. 58), Coordenador Geral da A g e n d a de Educagao para o Desenvolvimento (AED), a capacidade que cada individuo possui de fazer coisas novas, exercitar sua criatividade, s e u s desejos, sonhos, visoes e sua motivagao para adquirir os conhecimentos necessarios a "materializagao do desejo, a realizagao do sonho e a viabilizagao da visao", e o que se pode c h a m a r de empreendedorismo. Afirmando ainda que o termo esta sempre ligado a inovagao e depende da liberdade das pessoas para criar e sua ousadia para inventar. Pode-se observar q u e este conceito busca uma definigao para o tema voltado para a identificagao e estimulo d o s sonhos e valores individuals. Desta forma, o processo empreendedor seria a s o m a da capacidade de idealizar, aliada a disposigao para reaiizar.

Dolabela, autor de varios livros sobre o assunto, e que apresenta o empreendedorismo como "uma forma de ser", vai mais f u n d o e m sua concepgao sobre o termo. defendendo a abrangencia de uma cultura empreendedora, ou seja, a insergao e aplicagao dos seus f u n d a m e n t o s e metodologias para toda e qualquer atividade, sendo ela lucrativa ou nao:

Empreender e um processo essencialmente humano, com toda a carga que isso representa: agoes dominadas por emogao, desejos, sonhos valores; ousadia de enfrentar as incertezas e de construir a partir da ambiguidade e no indefinido; consciencia da inevitabilidade do erro em caminhos nao-percorridos; rebeldia e inconformismo; crenga na capacidade de mudar o mundo; indignagao diante de iniquidades sociais. Empreender e, principalmente, um processo de construgao do futuro. (2003, p. 29-30)

Neste sentido, Dolabela (1999, p. 28) faz ainda r e f e r e n d a a uma colocagao simples e ao m e s m o temo profunda do c a n a d e n s e Louis J a c q u e s Filion, autor da teoria visionaria sobre empreendedorismo, quando este considera que: "Um empreendedor e uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visoes".

0 S E B R A E P A R A I B A , tendo c o m o objetivo o apoio ao desenvolvimento da micro e pequena empresa no Estado, elaborou o Guia do Empreendedor, um manual que contem orientagoes e dicas para ajudar os iniciantes na hora de abrir seu negocio. 0

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referido documento traz uma definigao simples e clara sobre o termo empreendedor:"... e a pessoa que gosta de fazer coisas e tern o conhecimento e a determinagao necessaria para faze-las". (2005, p. 7)

De acordo c o m este conceito, pode-se identificar aspectos-chave para o desenrolar da atividade empreendedora que seriam: o querer, que representaria a vontade e a motivagao para realizar algo; o saber, que estaria relacionado a s informagoes que se tern ou se adquire a respeito; e o agir para a concretizagao de tudo, que pode ser classificado c o m o o diferencial das p e s s o a s empreendedoras.

O conceito de empreendedorismo adotado pelos organizadores do projeto G E M -Global Entrepreneurship Monitor que faz uma analise do empreendedorismo e m diversos paises, relacionando o s resultados ao crescimento economico de c a d a u m e o seguinte:

Empreendedorismo e: Qualquer tentativa de criagao de um novo negocio ou novo empreendimento, como por exemplo uma atividade autbnoma, uma nova empresa, ou a expansao de um empreendimento existente, por um individuo, grupos de individuos ou por empresas ja estabelecidas. (GEM, 2003, p. 5)

Essa definigao aborda c o m clareza o fato de que, apesar de ter s u a s origens no meio empresarial, outros tipos de empreendedorismo estao s e n d o tratados e utilizados na atualidade, c o m o empreendedorismo comunitario, coletivo, social, politico, intra-empreendedorismo (empregados empreendedores) e outros, que se inserem nas mais diversas atividades humanas.

A melhor definigao de empreendedorismo considerada por Dornelas (2005, p. 39) e a seguinte: "Empreendedorismo e o envolvimento de p e s s o a s e processos que, e m conjunto, levam a transformagao de ideias e m oportunidades". E reforga o conceito afirmando que:

Em qualquer definigao de empreendedorismo encontram-se, pelo men os, os seguintes aspectos referentes ao empreendedor

1. Iniciativa para criar um novo negocio e paixao pelo que faz.

2. Utiliza os recursos disponiveis de forma criativa transformando o ambiente social e economico onde vive.

3. Aceita assumir os riscos calculados e a possibilidade de fracassar. (p. 39)

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Diante dos conceitos apresentados pelos principals pesquisadores, orgaos e instituigoes no assunto pode-se considerar que empreendedorismo esta relacionado a u m conjunto de valores, atitudes, comportamentos e percepgoes de cada individuo e sua capacidade de produzir riquezas e modificar sua propria realidade. A geragao d e s s a s riquezas, nao se limita ao aspecto material, mas engloba o desenvolvimento de valores economicos, culturais e educacionais para a sociedade, e a produgao e transformagao do conhecimento individual.

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CAPITULO 2 O PERFIL EMPREENDEDOR

A p e s a r de todos os estudos desenvolvidos ate agora, nao ha uma unanimidade entre os autores no que diz respeito ao delineamento do perfil ideal d o empreendedor. C o n v e m ressaltar que a ideia defendida inicialmente por alguns estudiosos, de que as caracteristicas empreendedoras seriam geneticas, tornou-se atualmente irrelevante nos meios cientificos, devido a percepgao de que a questao principal e saber se ha possibilidade de aprender a ser empreendedor.

Dolabela (2003, p. 58) assim pensando, diz que tais comportamentos sao inerentes ao ser humano e se nao estao visiveis e m algumas pessoas, d e v e m estar suprimidos pelas convicgoes sociais do ambiente, mas n e m por isso deixam de existir. De acordo c o m s u a s pesquisas, estas caracteristicas por si so nao f a z e m efeito isoladamente e sofrem influencia de variaveis como: o tempo em que atua no mercado, as experiencias de trabalho, o nivel de escolaridade, a regiao em q u e vive e a cultura predominante nesta regiao. Estes s a o alguns dos inumeros a s p e c t o s que concorrem para a formagao do perfil psicologico de u m empreendedor.

Dornelas acredita que a afirmagao de que algumas p e s s o a s ja n a s c e m empreendedoras, c o m caracteristicas natas e s e u futuro e consequentemente o sucesso, nao passa de um grande mito. Eles p o d e m sim nascer c o m certos dons, mas e o aprimoramento destes, atraves das experiencias vividas que resulta no diferencial das p e s s o a s de destaque. A verdadeira realidade segundo ele e que:

• Enquanto a maioria dos empreendedores nasce com um certo nivel de inteligencia, empreendedores de sucesso acumulam habilidades relevantes, experiencias e contatos com o passar dos anos.

• A capacidade de ter visao e perseguir oportunidades aprimora-se com o tempo. (2005, p. 35)

Diante d e s s a s consideragoes, evidenciaremos mais adiante alguns dos autores e instituigoes que desenvolveram pesquisas no intuito de identificar as caracteristicas empreendedoras e desenvolver meios para evidencia-las e m uns e aprimora-las e m outros.

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2.1 A s C a r a c t e r i s t i c a s E m p r e e n d e d o r a s

Quais caracteristicas determinam u m empreendedor de s u c e s s o ? Elas sao inatas ou adquiridas? Estas sao algumas das principals questoes para se desenvoiver o conhecimento na area, mas os estudiosos sobre empreendedorismo ainda nao c o n s e g u e m responde-las c o m exatidao.

A p e s a r das inumeras publicagoes academicas e pesquisas na area, e do relativo c o n s e n s o sobre a afirmativa de que as p e s s o a s de sucesso p o s s u e m alguns tragos de personalidade que os ajudam a ter destaque dentre os demais, ainda nao se chegou a u m denominador c o m u m a respeito de quais sao exatamente estas caracteristicas. Estas e outras questoes ainda nao p o s s u e m uma resposta c o m p r o v a d a m e n t e cientifica. 0 que se aceita hoje pela maioria dos autores e que qualquer individuo pode desenvoiver tais competencias.

Dolabela reforga esta afirmagao quando enfatiza que a pesquisa academica sobre empreendedorismo encontra-se ainda e m estagio pre-paradigmatico, pois ainda nao ainda nao existem "padroes definitivos, principios gerais o u f u n d a m e n t o s que p o s s a m assegurar de maneira cabal o conhecimento na area" (1999 b, p. 37). A p e s a r disso, e consideravel o numero de publicagoes existentes. Desta forma, cada autor enumera as caracteristicas que, s e g u n d o seus estudos e pesquisas, considera mais relevante. 0 que se enfatiza por todos eles e o fato de que e s s a s competencias sao necessarias a todos os individuos, independente da idade, cor, sexo, raga profissao ou area de atuagao.

Considerando o estudo do ser h u m a n o e dos comportamentos que podem conduzir ao sucesso, T i m m o n s e Hornaday citados por Dolabela (1999 a, p. 71), consideram que algumas caracteristicas estao presentes nos empreendedores. De forma resumida elas encontram-se relacionadas abaixo:

• Tern uma pessoa como referencial.

• Possui iniciativa, autonomia, autoconfianga, otimismo necessidade de realizagao. • Trabalha sozinho, pois o processo visionario funciona individualmente.

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22

• Aceita o fracasso e aprende c o m os proprios erros.

• E dedicado ao trabalho e seus esforgos sao voltados para resultados. • Fixa metas e alcanca, faz a diferenga e nao aceita padroes impostos. • Consegue descobrir nichos.

• Possui uma intuigao apurada.

• E altamente comprometido e acredita no q u e faz.

• Busca sempre obter f e e d b a c k e busca se aprimorar a partir de tais informagoes. • Busca utilizar e controlar recursos.

• E sonhador e racional ao m e s m o tempo.

• Possui um sistema proprio d e lideranga criando c o m os funcionarios u m sistema harmonico, visando a l c a n g a r u m determinado objetivo.

• Orienta-se para os resultados, o futuro e o longo prazo. • Ve o dinheiro c o m o consequencia do trabalho.

• Forma, valoriza e s a b e aproveitar sua rede de relagoes internas e externas. • Conhece sua area de atuagao.

• Imagina, e visionario e age.

No entanto, cabe aqui um esclarecimento: n e n h u m dos autores pesquisados afirma que o conjunto de tais caracteristicas e fator exclusivo de garantia do sucesso ou fracasso de alguem. A o contrario, pessoas c o m tais competencias so serao diferentes dos demais pelo fato de que nao desistem facil dos s e u s objetivos, e s a b e m identificar e aproveitar melhor as oportunidades que Ihe s a o oferecidas pelo proprio ambiente e m que estao inseridos. E m sua obra Oficina do Empreendedor, Fernando Dolabela e bem claro ao afirmar que:

Algumas caracteristicas do empreendedor de sucesso aparecem na maior parte das pesquisas. Mas o estagio de conhecimento em que estamos nesta area nao nos permite estabelecer relacoes de causa e efeito, ou seja, determinar com certeza se uma pessoa vai ou nao ser bem sucedida como empreendedora, mesmo que tenha caracteristicas encontradas nos empreendedores de sucesso. Por outro lado, sem tais caracteristicas, sabe-se que a pessoa dificilmente podera alcancarexito. (1999 a, p. 68)

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De acordo c o m o m e s m o autor (1999 b, p. 11), o senso c o m u m percebe as caracteristicas empreendedoras como sendo inatas, de modo que as pessoas que nao nasceram c o m tais habilidades estariam f a d a d a s ao fracasso ou a s u b m i s s a o a empregos em q u e somente teriam que executar as decisoes advindas dos niveis hierarquicos superiores. Para esclarecer melhor, baseou-se e m pesquisas e e n u m e r o u os comportamentos e competencias que ele m e s m o considera mais frequentes nos empreendedores de s u c e s s o .

As mais frequentes e consagradas sao: perseveranca, iniciativa, criatividade, protagonismo, energia, re be Id ia a padroes impostos, capacidade de diferenciar-se, comprometimento, capacidade incomum de trabalho, lideranca, orientacao para o futuro, imaginacao, proatividade: define o que deve aprender a partir do que deseja fazer, tolerancia a riscos moderados, alta tolerancia a ambiguidades e incertezas. (DOLABELA 2003, p. 58)

Filion ( 2 0 0 1 , p. 39) defende que a melhor forma de prever o s u c e s s o de um empreendimento e identificar o nivel de conhecimento da pessoa no setor escolhido, e acrescenta que a possibilidade de alguem obter s u c e s s o e m u m c a m p o que nao conhece e menor, pois e a "combinacao d e know-how, conhecimento proprio e visao do futuro" que constituem o s u c e s s o empreendedor e m qualquer carreira.

Nas capacitacoes reaiizadas pelo Sebrae que sao voltadas para o desenvolvimento e aperfeicoamento das competencias empreendedoras, eles se utilizam de um modelo que define as caracteristicas como sendo as que predominam nos empreendedores de sucesso. No site oficial do orgao, encontramos o perfil delineado por eles, adaptamos e apresentamos a seguir de uma forma resumida:

1. Busca de oportunidades e iniciativa - se antecipa a ordens ou circunstancias e nao deixa as coisas para depois, estando sempre atento as transformacoes, identificando as oportunidades e adaptando-se ao que for necessario.

2. Persistencia - age diante das dificuldades e insiste e m buscar novas estrategias para enfrentar os obstaculos, assumindo sua responsabilidade para o alcance das metas e objetivos estabelecidos.

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3. Comprometimento - e capaz de fazer sacrrficios individuals ou grandes esforcos para realizar determinada tarefa ou trabalho, colaborando c o m s e u s pares ou assumindo s e u s lugares, sacrificando-se a curto prazo para conseguir o resultado posterior.

4. Exigencia de qualidade e eficiencia - busca constantemente superar as expectativas, encontrando meios de fazer as coisas melhor, mais rapido ou a um custo menor, destacando-se entre os demais e primando por padroes de excelencia e qualidade.

5. Disposicao para correr riscos calculados - analisa cuidadosamente s u a s alternativas e calcula o s riscos no intuito de minimiza-los ou controlar s e u s resultados, considerando a s possibilidades de erro e levantando alternativas para evitar imprevistos.

6. Estabelecimento de metas - define metas e objetivos estimulantes e c o m significado pessoal, cuidando para que sejam claras, especificas, mensuraveis e realizaveis a curto, medio ou longo prazo de acordo c o m a necessidade.

7. Busca de informagoes - e curioso, esta sempre procurando alguma nova infomnagao junto ao mercado e insiste e m conhecer tudo e m que esta envolvido, sempre se atualizando atraves de palestras, cursos e pesquisas sobre a s s u n t o s ligados a sua area de atividade.

8. Planejamento e monitoramento sistematico - planeja cada etapa de um projeto dividindo tarefas de grande porte e m subtarefas mais simples, determinando os prazos para o s e u cumprimento, monitorando os resultados e fazendo corregoes sempre que julgar necessario.

9. Persuasao e rede de contatos - e capaz de c o n v e n c e r ou influenciar os outros sempre atraindo pessoas-chave que p o s s a m ser uteis, por isso mantem contatos antigos e busca desenvoiver novos.

10. Independencia e autoconfianga - e auto-determinado, nao desanima diante de resultados inicialmente desfavoraveis, busca autonomia, acredita e m si e confia na sua propria capacidade de realizagao.

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2.2 E m p r e e n d e d o r e G e r e n t e : qual a d i f e r e n c a ?

Muitas teorias sobre o processo administrative ganharam enfase no seculo passado e m consequencia de diversos fatores tais c o m o o desenvolvimento tecnologico, o contexto politico e social e o surgimento do modelo economico capitalista. Esse contexto consolidou-se e m razao de pessoas que o u s a r a m inovar, arriscar, revolucionar. E ai que se identifica a figura dos empreendedores, c o m a presenca das caracteristicas ja mencionadas neste capitulo.

No inicio dos estudos sobre empreendedorismo, muitas p e s s o a s relacionavam o termo a area de gestao ou administragao. Talvez isso tenha acontecido e ainda aconteca ate os dias de hoje, pelo fato de que o empreendedorismo surgiu c o m o u m termo ligado a criacao e gestao de negocios e foi difundido inicialmente e m cursos de administragao. Por este motivo, faz-se necessario o seguinte esclarecimento: gerente e diferente de empreendedor, pois este ultimo nao se restringe s o m e n t e a area dos negocios, podendo atuar e m qualquer contexto organizational.

Uma observagao feita por D o m e l a s (2005, p.35) diz respeito a o fato de q u e o gerente e normalmente responsavel por uma parte ou area da empresa, principalmente q u a n d o trabalham e m grandes corporagoes e estao restritos a cargos ou fungoes e m que c o n h e c e m ou lidam c o m partes especificas, s e m ter conhecimento do todo. O empreendedor de sucesso c o n h e c e a fundo o negocio e m que atua ou todas as etapas de determinado processo. 0 que requer tempo e experiencia, mas e m c o m p e n s a g a o , garante mais seguranga nas t o m a d a s de decisao.

O autor ao comparar as caracteristicas do administrador e do empreendedor e baseando-se nas varias abordagens teoricas da administragao conclui que o empreendedor seria u m "administrador completo" que incorpora os a s p e c t o s das varias abordagens ao inves de deter-se e m alguma delas. Ele relaciona alguns aspectos relevantes que d e v e m ser considerados quanto as diferengas entre os gerentes tradicionais e os empreendedores.

0 gerente tradicional e motivado por recompensas c o m o promogao, status e poder, pois se preocupa c o m a visao que os outros tern dele na empresa e se detem aos planejamentos e agoes de curto prazo. Delega e supervisiona as atividades dos

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subordinados e nao questiona s e u s superiores, pois serve a eles e v e na hierarquia a base para o relacionamento na empresa. Diante do risco, age c o m cautela para evitar erros e surpresas, e normaimente tern e m seu historico familiar, membros que trabalham e m grandes empresas.

0 empreendedor por sua vez, e motivado pela independencia e pela possibilidade de criar algo novo e ganhar dinheiro. Para isso, segue s e u s s o n h o s e toma decisoes baseando-se neles, envolvendo-se diretamente c o m as atividades. Planeja e age c o m o pensamento voltado t a m b e m para o longo prazo, assumindo riscos calculados e aprendendo c o m s e u s erros e falhas. Nao se preocupa c o m status, serve a si proprio e a seus clientes e cultiva relacionamentos p e n s a n d o e m transagoes e acordos futuros. Possui membros na familia que sao ou ja foram proprietaries de p e q u e n a s empresas.

2.3 F o r m a r E m p r e e n d e d o r e s e nao E m p r e g a d o s

A p e s a r de todas as modificacoes que hoje se verificam no mercado de trabalho, a sociedade e o sistema educacional ainda insistem e m formar seus jovens para o emprego. Nos dias de hoje, este emprego, nos moldes q u e a sociedade deseja, nao passa de ilusao. Praticamente deixam de existir os empregos de carreira e m grandes organizacoes, pois estas reduzem s e u s quadras devido ao avanco d a tecnologia que ja dizimou e continua excluindo profissoes. O servigo publico reduz s e u s quadros pela impossibilidade d e manter altas folhas de pagamento e sustentar o sistema previdenciario, pois precisa cumprir a lei de responsabilidade fiscal.

Diante d e s s e quadra, formar j o v e n s para o emprego e contribuir para o aumento dos indices de desemprego no Brasil. No entanto, Dolabela (1999, p 58) acredita que esta realidade esta mudando aos poucos, pois os j o v e n s j a perceberam que nao querem ou nao d e v e m mais querer o emprego nos moldes atuais, c o m s e u s baixos salarios e instabilidade, que nao satisfazem os requisitos de um projeto de vida. Segundo o autor, grande parte do mercado de trabalho esta contaminada por p e s s o a s portadoras da "sindrome do empregado", que nao desenvolve autonomia e autoconfianga e m si mesmo e nas suas qualidades, e aos poucos se torna u m

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expectador do s e u proprio trabalho, pois espera que outras p e s s o a s identifiquem as necessidades, as oportunidades, os problemas e s u a s possiveis solucoes, Na verdade ele so reage depois que outros agirem,

A l g u m a s das caracteristicas que de acordo c o m ele, estao presentes no portador da "sindrome do emprego" sao: dependencia de outros para trabalhar; descuido quanto a outros conhecimentos fora da sua area de especialidade, c o n h e c e n d o e dominando somente parte do processo; nao busca desenvoiver novos metodos mais eficazes de realizacao de tarefas e de atendimento as necessidades dos clientes, pois nao e criativo nem busca mudangas no ambiente ou e m si m e s m o ; aprende m e n o s e faz mais; nao se preocupa c o m o ambiente externo e n e m e pro-ativo; teme o erro, pois o identifica como fator de punigao e nao como fonte de aprendizagem; e nao v e a necessidade de formar e manter uma rede de relagoes.

C o m estas colocagoes nao se pretende desconsiderar a importancia dos profissionais autonomos, dos atuais funcionarios e gerentes de pequenas, medias e grandes empresas publicas ou privadas, ou d e qualquer que seja a profissao. E m sintese, o que se quer mostrar e a importancia de desenvoiver certas caracteristicas e atitudes necessarias para qualquer pessoa, independente da profissao ou posigao no mercado de trabalho.

Percebendo esta realidade e preocupados c o m o estagio atual e futuro da sociedade, muitos orgaos, entidades e instituigoes ligados a educagao, as micro e pequenas empresas, e ao desenvolvimento economico e social sustentavel no Brasil, estao voltando-se para a necessidade de formar empreendedores e mudar os e m p r e g a d o s atuais, oferecendo-lhes alternativas de ensino como meios para o desenvolvimento pessoal e profissional atraves da difusao da cultura empreendedora.

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CAPITULO 3 EMPREENDEDORISMO: UMA REVOLUQAO SILENCIOSA

A o s poucos o tema empreendedorismo vai ganhando cada vez mais e s p a c o nas diversas formas sociais de organizagao, seja na grande ou pequena empresa, nas universidades, nas escolas de ensino infantil, medio e profissionalizante, na politica, na comunidade, enfim, nas mais diversas areas. Seus estudos, s u a s teorias v a o aos poucos sendo validadas atraves da pratica. Os grandes "gurus" do assunto afirmam que estamos entrando na era do empreendedorismo.

" 0 empreendedorismo esta atravessando crescimento inesperado e m todas as suas dimensoes. Timmons fa la e m revolugao silenciosa, que 'sera para o seculo 21 mais d o que a revolugao industrial foi para o seculo 20". ( D O L A B E L A , 1999 a, p. 53). Essa revolugao nao surgiu por acaso. Mudangas nas estruturas organizacionais das grandes empresas, no setor publico e na vida das p e s s o a s e m geral, devido entre outros fatores ao avango tecnologico, as exigencias do mercado e a mudanga de certos valores sociais, contribuiram e ainda contribuem para essa evolugao.

Filion ( 2 0 0 1 , p. 35) afirma que "nos proximos anos a compreensao do termo carreira ira mudar radicalmente e o conceito de empreendedorismo estara embutido e m todo curriculo escolar". Isto devido as constantes modificag5es nos ambientes empresariais e nas relagoes de trabalho. 0 que se pode observar e que o numero de empresas cresce, m a s seu t a m a n h o diminui, constituindo-se u m exemplo de grandezas inversamente proporcionais.

Ha cinco anos atras, o m e s m o autor previu que no a n o de 2020, o termo tera uma conotagao diferente e que um e m c a d a dois trabalhadores assumira u m papel empreendedor nas organizagoes sociais. A p e s a r dos pressupostos do autor terem como base a realidade americana, os dados encontrados na pesquisa G E M para o Brasil mostram que nossa realidade nao e diferente, pois o pais o c u p a atualmente a setima colocagao no panorama mundial no que diz respeito ao numero de empreendedores iniciais, e a quinta quanto ao numero de empreendedores estabelecidos.

Neste sentido, Dolabela (op cii, p. 29 a 41) relaciona algumas razoes para que a cultura empreendedora seja estimulada. S a o elas:

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> Auto-realizagao - Dolabela afirma q u e a atividade empreendedora proporciona graus elevados de satisfagao pessoal, unindo trabalho e prazer;

> Estimulo ao desenvolvimento - o autor acredita que o desenvolvimento de uma comunidade provavelmente esta relacionado ao s e u grau de empreendedorismo, pois o empreendedor cria valor para a sociedade, influenciando continuamente o crescimento da m e s m a atraves de suas competencias, o que v e m sendo estudado t a m b e m pela pesquisa G E M ;

> Apoio a pequena empresa - o autor refere-se ao fato de que as P M E locais tornaram-se, apos a m o d e m i z a c a o das grandes empresas, as principals fontes de geragao de emprego e m suas comunidades, m a s o desenvolvimento das m e s m a s so acontece atraves da sensibilizagao, mobilizagao e participagao dos atores locais de forma sinergica. Desta forma, o nivel de desenvolvimento economico local e consequencia da criatividade, das iniciativas e do dinamismo da comunidade;

> Ampliagao da base tecnologica - aproveitamento do grande potencial apresentado por estudantes, professores e pesquisadores para a criagao de empreendimentos de base tecnologica;

> Resposta ao desemprego - emerge a necessidade de formar empregadores c o m uma nova visao d e mundo e do trabalho. O emprego e m grandes corporagoes praticamente deixa de existir;

> Identificagao de armadilhas a senam evitadas - o desenvolvimento das caracteristicas empreendedoras fara consequentemente c o m que o empreendedor busque conhecer melhor o negocio, o mercado e a si mesmo, buscando mais informagoes sobre o negocio que pretende iniciar, s a b e n d o diferenciar uma ideia de uma oportunidade e evitando a concepgao falha de que toda ideia inovadora e uma certeza do sucesso;

> Reorientagao do ensino brasileiro - aproximar-se mais da realidade da pequena empresa e dos sistemas de suporte (empresas, orgaos g o v e m a m e n t a i s e financiadores, entidades de classe d o s p e q u e n o s empreendimentos, etc), afastando-se d a cultura da grande empresa que nao condiz c o m a realidade do pais.

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3.1 0 S u r g i m e n t o do E m p r e e n d e d o r i s m o

A ideia do empreendedorismo nasceu no ambito empresarial. 0 industrial e economista trances Jean Baptiste Say (1767-1832) e considerado pelos estudiosos no assunto, o precursor do empreendedorismo ao elaborar sua teoria sobre as fungdes do empresario, criando o termo entrepreneurship (que e m portugues define-se como empreendedor), atribuindo a este um papel de especial importancia na dinamica de crescimento da economia.

Ja no seculo passado, precisamente na decada de 30, o economista austriaco J o s e p h Alois Schumpeter (1883-1950), que foi ministro das financas do s e u pais e posteriormente radicou-se nos Estados Unidos, onde lecionou na Universidade de Harvard a mais conceituada mundialmente quanto as pesquisas na area de gestao -retoma o pensamento de Say. Sua contribuicao teorica constitui-se conteudo de s u m a importancia para os autores que f a z e m parte da corrente de p e n s a m e n t o do empreendedorismo. Dolabela (2003, p. 35) ao fazer r e f e r e n d a ao autor, ressalta que o m e s m o direcionou sua teoria para o "tripe empreendedor, inovagao e crescimento economico", defendendo a ideia de q u e o empreendedor e um agente de mudangas que desafia o status quo reinante no mercado, possibilitando a quebra de alguns paradigmas predominantes ate entao.

Outra importante contribuigao para a teoria empreendedora foi dada por David McClelland, psicologo da Universidade d e Harvard que b u s c o u delinear u m perfil do comportamento empreendedor. Este modelo desenvolvido pelo autor, constitui-se hoje a base teorica da metodologia de um programa de treinamento para empreendedores, ja aplicado e m cerca de 40 paises (no Brasil, a sua versao e o Programa Empretec do

S E B R A E ) .

A p e s a r do fato de que o estudo do empreendedorismo surgiu praticamente ha dois seculos, estudos mais aprofundados e a consequente produgao cientifica sobre seus fundamentos e metodologia, ganhou enfase somente a partir da s e g u n d a metade da decada de 80.

Q u a n d o da observagao d o s principios e do comportamento empreendedor, pode-se considerar que a atividade empreendedora surge praticamente c o m o surgimento da

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humanidade, pois o espirito criativo do h o m e m sempre existiu. Porem como objeto de estudo, sua analise e recente.

3.2 E m p r e e n d e d o r i s m o n o B r a s i l

No Brasil, algumas instituigoes de ensino Superior comegaram a inserir e m s e u s cursos, disciplinas voltadas a orientagao para a criagao de novos negocios. Entretanto, somente a partir da decada de 90 o conceito de empreendedorismo foi sendo propagado para todo o territorio nacional e passou a ser desenvolvido e estimulado nao somente para Faculdades ou cursos da area de gestao, m a s para as mais diversas areas do ensino superior, tecnico e profissionalizante.

Em meados da decada de 80, alguns Centros de Ensino de r e f e r e n d a nacional c o m o a Fundagao Getulio Vargas - FGV. a Faculdade de Economia e Administragao da Universidade de Sao Paulo F E A / U S P , as Universidades Federals de Santa Catarina -UFSC e de Minas Gerais - U F M G , alem d e Centros Federals de Tecnologia - C E F E T s , comegaram a criar disciplinas c o m temas voltados a criagao de novas empresas, que foram inseridos e m alguns de seus cursos de graduagao, especializagao e ate mestrado, doutorado e MBA.

O site da Unipan traz u m historico resumido a respeito do surgimento do empreendedorismo nas universidades brasileiras. Eis alguns dos dados encontrados no site que se considerou mais importantes:

• Em 1981 - a Escola de Administragao da F G V insere no curso de Especializagao e m Administragao para graduados a disciplina Novos Negocios, estendendo depois para a graduagao.

• Em 1984 - a F E A / U S P oferece a disciplina criagao de Empresas para a graduagao e m Administragao e no ano seguinte, a disciplina Criagao de Empreendimentos de Base Tecnologica para a p o s - g r a d u a g a o e m Administragao. Ainda e m 1984 a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) atraves do Departamento de Ciencia da Computagao cria a disciplina de Ensino de Criagao de Empresas.

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32

• E m 1992 - a F E A / U S P oferece a profissionais da comunidade que tern interesse e m iniciar um negocio o programa de Formagao de Empreendedores, s e n d o apoiado pelo Sebrae. T a m b e m nesse ano, a UFSC cria a Escola de Novos Empreendedores (ENE) e o Departamento de Informatica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) cria o C E S A R - Centra de Estudos e Sistemas A v a n g a d o s do Recife.

• E m 1993 - e desenvolvida uma metodologia de ensino para o curso de graduagao e m ciencias da computagao da Universidade Federal de Brasilia pelo Programa Softex do C N P q .

• Em 1995 - e criado o CEFEI - Centra Empresarial de Formagao Empreendedora c o m a finalidade de desenvoiver e m todos os alunos d a Escola Federal de Engenharia de Itajuba, Minas Gerais, o espirito empreendedor.

• E m 1996 - surgimento do Instituto Genesis para a Inovagao e A g a o Empreendedora da Pontificia Universidade Catolica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e outros projetos de empreendedorismo universitarios.

• Em 1997 - criagao do Programa Reune - Rede de Ensino Universitario de Empreendedorismo e m Minas Gerais apoiado pelo Sebrae - M G , Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Fumsoft, Secretaria d e Ciencia e Tecnologia do Estado e Fundagao Joao Pinheiro.

• Em 1998 - langamento do Programa R e u n e - B r a s i l e m nivel nacional pelo IEL e Sebrae Nacional.

• Em 1999 - e criado pelo IEL o Premio IEL de Interagao Universidade-lndustria para o incentivo ao Empreendedorismo nas Instituigoes de Ensino Superior.

T a m b e m e m 1997 foi criado o projeto G E M (Global Entrepreneurship Monitor) atraves de uma iniciativa entre o B a b s o n College, o mais importante centra d e ensino e pesquisa sobre empreendedorismo nos Estados Unidos e a London Business School, da Inglaterra. No Brasil, a Pesquisa G E M e realizada pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Parana - I B Q P - P R , e patrocinada pelo Servigo Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas - S E B R A E e Instituto Euvaldo Lodi - IEL. Trata-se de um relatorio q u e busca atraves de pesquisas anuais sobre atividade

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empreendedora no mundo, identificar os fatores que influenciam o nfvel de empreendedorismo e m u m pais e sua relacao c o m o desenvolvimento economico e social da populacao.

3.3 O Potenciai E m p r e e n d e d o r Brasileiro

De acordo c o m a ultima pesquisa G E M publicada referente ao ano de 2005, o Brasil ocupa hoje a setima colocagao entre os pafses participantes da pesquisa, no que diz respeito ao numero de empreendedores que iniciam u m negocio e a quinta colocagao quanta aos empreendedores estabilizados. 0 relatorio anual delineia as taxas de empreendedorismo, os motives para empreender e as caracteristicas dos empreendedores existentes e seus negocios e m cada pais pesquisado. Apresenta t a m b e m as fontes onde os empreendedores b u s c a m suas informac5es, os aspectos demograficos, economicos e sociais do empreendedor, os fatores que influenciam e as dificuldades para empreender no Brasil e ainda a apresentacao de propostas sugeridas para o fortalecimento do empreendedorismo.

Alguns fatores sao elencados pelo Relatorio G E M (2003, p. 6-8) c o m o condicionantes nacionais para o favorecimento ou a restricao da atividade empreendedora: o apoio financeiro, as politicas e os programas govemamentais, a educagao e o treinamento, as politicas de transferencia de tecnologia, atraves das agoes de pesquisa e desenvolvimento, a infra-estrutura comercial e profissional, a abertura ou as barreiras de mercado, o acesso a infra-estrutura fisica, as normas culturais e sociais, a capacidade empreendedora, o clima economico, as caracteristicas da forga de trabalho, a composigao da populagao determinada pela sua diversidade, e o contexto politico, institucional e social.

Os resultados mais recentes da Pesquisa G E M atestam que a mentalidade empreendedora, o otimismo, a autoconfianga e a ousadia dos brasileiros sao aspectos que f a v o r e c e m o crescimento do empreendedorismo no Brasil. "Direta ou indiretamente, a atividade empreendedora faz parte do dia-a-dia dos brasileiros". (2005, p. 24)

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0 Brasil ocupa assim uma posicao privilegiada c o m relagao ao nivel de atividade empreendedora. Infelizmente, grande parte da sociedade, nao despertou para e s s e fato. E o c a s o da maioria das Instituigoes de Ensino nacionais, que adotam o modelo de educagao tradicional onde o aluno nao e estimulado a pensar, pois esta adaptado a receber respostas prontas.

O potencial empreendedor brasileiro e consideravel, porem aproveitado de maneira inadequada. A p e s a r da importancia evidenciada por varias pesquisas na area, o tema merece ainda maior destaque no cenario nacional.

3.4 E m p r e e n d e d o r i s m o c o m o Fator de D e s e n v o l v i m e n t o S o c i a l e E c o n o m i c o

Em sociedades onde o estudo de empreendedorismo teve seu inicio ha mais tempo, a atividade empreendedora e tida c o m o u m a forga social impulsionadora da economia, na medida e m que contribui para a geragao da riqueza nacional.

Seja atraves do ensino, de politicas de governo ou de programas desenvolvidos por orgaos ou entidades, o q u e se concebe e a necessidade d e levar para todas as esferas sociais o s preceitos da cultura empreendedora.

No Brasil, esta concepgao esta aos poucos se espalhando e se consolidando. A iniciativa que partiu de grandes centros d e ensino, serve de base para a continuidade das pesquisas e agoes voltadas a difusao do tema.

Quando se fala e m desenvolvimento da sociedade, se supoe uma evolugao na mentalidade dos individuos que a c o m p o e m , ou seja, a mudanga de comportamento deve acontecer de dentro para fora. A s Instituigoes de Ensino Superior no Brasil sao consideradas c o m o organismos formadores de opiniao, e d e v e ser finalidade de todas, fomentar o desenvolvimento integrado da triade: ensino, pesquisa e extensao. Esta ultima refere-se ao envolvimento da comunidade academica c o m a comunidade local, atraves d e projetos e pesquisas que v e n h a m a colaborar para o bem estar da sociedade. E justamente nesse ponto que o ensino do empreendedorismo pode contribuir para a sociedade.

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Dolabela ressalta a importancia de difundir a cultura empreendedora a comunidade para que ela m e s m a c o m e c e a gerar s e u desenvolvimento sustentavel, e confirma isso q u a n d o diz que:

O desenvolvimento economico local e endogeno, ou seja, emerge das iniciativas e do dinamismo da comunidade. Valoriza os recursos financeiros e material's locais. Mas, principalmente, apoiar-se-a no empreendedorismo, disseminado fortemente entre os principals atores e nas PME locais, como fontes de geracao de emprego. (1999 a, p. 31)

A atividade empreendedora pode entao ser considerada c o m o uma forca propulsora do desenvolvimento economico, da criagao de novos empregos e postos de trabalho e do crescimento da riqueza nacional e m todos os seus aspectos.

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CAPITULO 4 O ENSINO DE EMPREENDEDORISMO

Um sonho cultivado pelos precursores da teoria sobre empreendedorismo era a difusao dos s e u s conceitos, metodos e fundamentos, para que os individuos, de posse d e s s e s conhecimentos, f o s s e m capazes de mudar a realidade. E o que se costuma chamar entre os meios academicos, de difusao da cultura empreendedora.

Diante de tal necessidade, o ensino do tema foi introduzido no Brasil. Primeiramente nas Instituigoes de Ensino Superior, especificamente nos cursos de p o s -graduagao, se estendendo posteriormente para a -graduagao, sendo adotado depois pelas escolas de ensino tecnico profissionalizante, ensino medio e ate ensino fundamental.

Muitas das habilidades que os estudantes desenvolvem ao longo da escolaridade sao exigidas de um empreendedor ou de um profissional competente. Elas precisam saber superar obstaculos, ter iniciativa, assumir desafios, exigir qualidade, planejar e estabelecer metas. (GUIMARAES, 2005, p. 59).

A ordem na verdade deveria ser inversa. S e g u n d o Dolabela (2000, p. 62), a tarefa de inserir o ensino de empreendedorismo no nivel universitario e m todo o Brasil e gigantesca, mas e somente "um passo no caminho da criagao de uma cultura empreendedora que dara suporte ao processo de desenvolvimento economico". Nestes termos, o autor acredita que o ensino de empreendedorismo deve iniciar no nivel fundamental e ser propagado para todos os niveis educacionais, s e n d o esta, a solugao para o tao esperado desenvolvimento sustentavel da sociedade.

A caracteristica revolucionaria do ensino do empreendedorismo se d e v e ao fato dele ser pro-ativo, onde o professor deixa ser visto como fonte de todos os conhecimentos de determinada area, e nao possui respostas prontas para todas as perguntas, mas sim, procura fazer as perguntas certas e passa a ser o responsavel pelo despertar dos alunos para o auto-aprendizado.

Dolabela desenvolveu algumas metodologias para a formagao de empreendedores, nao para funcionar como receitas prontas, m a s para auxiliar os

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educadores que estejam dispostos a disseminar essa cultura. Ele explica e m sua obra Oficina do Empreendedor, que o professor somente deve atender a dois pre-requisitos:

O primeiro e estar disposto a enfrentar o desafio de introduzir novo conteudo e novos processos didaticos e a superar os obstaculos que inevitavelmente se apresentam a quern quer inovar. O segundo e ter a disponibilidade e a vontade de estabelecer vinculos com o mercado, com empresas e empreendedores, com o ambiente onde os conhecimentos que domina sao transformados em riqueza. (1999 a, p. 22)

Portanto, o q u e se propoe de acordo c o m a metodologia e desenvoiver nos alunos habilidades necessarias ao desenvolvimento individual de cada um, para que assim eles p o s s a m influir consideravelmente no ambiente e m que atuam, modificando-o. A ideia e envolver todos os professores, despertando-os para a importancia da aquisicao de uma consciencia e competencia docente sobre o tema.

A necessidade desse metodo de ensino emerge diante de u m mercado de trabalho altamente competitivo e m que nao se concebe mais o ensino c o m o mero transmissor de informagoes e conhecimentos. E m uma sociedade onde o emprego c o m carteira assinada passou a ser minoria, e a urgencia e preparar as p e s s o a s para o auto-emprego. Vieira diz que uma nova realidade esta surgindo.

[...] uma nova geracao de jovens talentos que ve com desconfianca aquilo que seus pais e avos consideram o caminho do sucesso: a carreira nas grandes empresas [...]. O emprego numa grande empresa, que era considerado uma conquista para a vida inteira, tomou-se instavel. E garotos de classe media passaram a presenciar um drama familiar ate entao rarissimo: pais demitidos. (2006, p.44-45)

Formar bons profissionais e m qualquer area, alem de lideres empresariais ou comunitarios, e questao de sobrevivencia para a sociedade atual. Isto so se tornara possivel atraves do engajamento de varios setores sociais por meio de s u a s entidades, lideradas pelas Instituigoes educacionais, que representam um papel preponderante no processo de formagao dos individuos. A proposta da educagao empreendedora e exatamente formar, nao somente para o emprego, m a s para a vida.

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Essa afirmacao pode ser fundamentada atraves de uma colocagao de Dorneias (2005, p. 40) q u a n d o ele diz que "o processo empreendedor pode ser ensinado e entendido por qualquer pessoa", m a s o s u c e s s o nao depende s o m e n t e deste fator, e sim de elementos externos e atitudes pessoais. Ele acrescenta ainda q u e aquelas pessoas q u e ja n a s c e m c o m o dom empreendedor continuam existindo, mas ha muitos outros que p o d e m aprimorar suas habilidades atraves do ensino.

Vimos que a necessidade e levar os preceitos empreendedores para todos os setores da sociedade como forma de desenvolve-la, nao se limitando a adotar como caminho para isso somente a universidade. A proposta e que se c o m e c e por ela, m a s nao se restrinja, pois emerge a possibilidade de transmitir esses preceitos a todo o sistema educacional, desde os primeiros niveis e que se estenda a comunidade.

No que diz respeito a participagao do Governo, entidades de apoio empresarial e outras instituigoes no fomento a difusao da cultura empreendedora no Brasil, p o d e m o s destacar ainda outras iniciativas como: o programa Brasil Empreendedor do Governo Federal c o m o intuito de oferecer orientagao e credito; as agoes do Sebrae atraves de programas especificos voltados a capacitagao empreendedora como o seminario E M P R E T E C e o programa J o v e m Empreendedor, alem de diversos cursos como A p r e n d e r a Empreender, Saber Empreender, Iniciando um Pequeno Grande Negocio,

Liderar e muitos outros; a criagao de u m grande numero de Incubadoras de Empresas apoiadas pela A N P R O T E C (Associagao Nacional d e Entidades Promotoras de Empreendedorismo de Tecnologia Avangados); diversos cursos e programas criados por orgaos c o m o a Confederagao Nacional das Industrias (CNI) e IEL e por varias Universidades brasileiras para formar e capacitar empreendedores e m cursos de graduagao, pos-graduagao, mestrado e doutorado.

Dolabela reconhece que apesar do ensino de empreendedorismo no Brasil ter crescido muito c o m o apoio de orgaos nacionais e regionais, ele representa somente u m dos passos necessarios a criagao de uma cultura empreendedora. O m e s m o apresenta resumidamente algumas sugestoes para que os conceitos e preceitos empreendedores conquistem o lugar que merecem na sociedade e que o tema empreendedorismo seja popularizado. Sao eles:

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Propagar o ensino de empreendedorismo para todos os niveis educacionais; estimular a pesquisa na area de empreendedorismo; sensibilizar os sistemas de suporte e as forcas sociais, politicas e econdmicas para a necessidade de apoio as empresas emergentes; implantar politicas publicas e legislacao de apoio; estimular o empreendedorismo cientifico; estimular a criagao de incubadoras e parques tecnologicos e cientificos; preparar as empresas existentes para a formulacao estruturada de suas demandas aos centros de alta tecnologia; preparar a insercao da pequena empresa no mercado m u n d i a l - a pequena empresa 'classe mondial'; formacao de um sistema brasileiro de capital de risco. (1999 a, p.62-65)

Visando u m apoio mais eficaz a esses preceitos, o m e s m o autor desenvolveu algumas metodologias voltadas a disseminacao do ensino na area. Dentre elas, p o d e m o s destacar o Seminario Oficina do Empreendedor, que visa capacitar professores de t o d a s as areas do ensino para a implementacao da educagao empreendedora e m s e u s respectivos cursos de graduagao. Mais informagoes sobre e s s e metodo encontra-se e m anexo. Criou t a m b e m o Centra Starta, para o desenvolvimento de programas de fomento a atividade empreendedora.

A l g u m a s d e s s a s agoes sao d e responsabilidade especifica do governo e estao relacionadas a politicas e programas governamentais, outras d e p e n d e m do sistema de ensino e m todos os niveis, e outras, do envolvimento de varios setores sociais. O que se percebe e q u e a necessidade de mudanga estrutural e mental e urgente, pois d e v e a c o m p a n h a r a evolugao da humanidade.

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CAPITULO 5 METODOLOGIA

Os dados analisados nesta pesquisa foram obtidos atraves d o metodo exploratorio, por meio da aplicagao de questionarios aplicados c o m os gestores das Instituigoes de Ensino Superior (lES's) d e Cajazeiras/PB, c o m o objetivo principal de conhecer seu posicionamento e m relagao ao ensino da disciplina empreendedorismo nessas Instituigoes.

Para u m melhor delineamento dos dados, o questionario foi dividido e m duas partes. Na primeira parte buscou-se realizar u m breve levantamento da cultura educacional das Instituigoes e do perfil de cada gestor. A segunda parte apresenta 12 questoes objetivas, sendo solicitado que o respondente justifique a opgao escolhida. Estas por sua vez, foram elaboradas c o m a finalidade de identificar o sistema de tomada de decisoes no que diz respeito a s modificagoes na grade curricular dos cursos e o posicionamento dos atuais diretores quanto a inclusao da disciplina de empreendedorismo nos cursos de graduagao. 0 modelo do questionario encontra-se disposto c o m o apendice no final deste estudo.

A pesquisa foi realizada tomando-se c o m o universo do objetivo de estudo, os diretores das quatro Instituigoes de Ensino Superior que se encontram e m funcionamento atualmente na cidade de Cajazeiras/PB. C o m o intuito de assegurar a representatividade do estudo e poder inferir o mais legitimamente possivel a respeito dos resultados, buscou-se tomar c o m o amostra a totalidade do universo da pesquisa. Entretanto, nao foi possivel a aplicagao do questionario c o m um dos diretores, por sua indisponibilidade no periodo, sendo portanto o resultado da analise baseada nas respostas de tres dos quatros gestores.

Esta e outras limitagoes permearam o trabalho por tratar-se de analise quantitativa onde poderao ocorrer distorgoes na interpretagao das informagoes coletadas, principalmente pelo fato de que somente u m d o s respondentes justificou suas respostas, a p e s a r desta solicitagao preceder as questoes da s e g u n d a parte do questionario. Limitando-se ainda por voltar seu foco somente para os gestores das lES's estudadas, visto q u e os coordenadores de graduagao de cada Instituigao, b e m

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como os proprios professores poderiam enriquecer a pesquisa c o m s u a s contribuigoes. No entanto, sendo de interesse da pesquisadora retomar o estudo Ihe dando continuidade, e s s a s limitacoes serao sanadas.

Para o tratamento dos d a d o s obtidos na pesquisa, utilizou-se a analise quantitativa atraves das medidas percentuais e frequencia. A apresentacao dos dados se dara atraves da formagao de graficos, c o m a finalidade de facilitar a c o m p r e e n s a o da analise conclusiva e das possiveis sugestoes e recomendagoes.

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CAPITULO 6 ANALISE E INTERPRETAQAO DOS DADOS

Este topico destina-se a apresentar a analise e interpretacao dos dados coletados atraves do instrumento de pesquisa, c o m o intuito de determinar a relacao entre os aspectos teoricos e a realidade empirica observada, podendo assim, melhor inferir a respeito da aceitacao dos gestores das l E S ' s de Cajazeiras quanto a possibilidade de inserir a disciplina de empreendedorismo na grade curricular dos s e u s cursos de graduagao.

Os dados aqui expostos foram colhidos atraves da aplicagao de questionarios no universo de quatro diretores, o que equivale ao numero total de Instituig5es de Ensino Superior q u e atualmente funcionam e m Cajazeiras, s e n d o que destes, somente tres responderam as questoes, o que corresponde a uma amostra de 7 5 % do universo de pesquisa. Os resultados foram apresentados atraves de tabelas e graficos demonstrativos, proporcionando uma melhor visualizagao e interpretagao dos resultados.

Os questionarios foram aplicados na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG - C a m p u s V ) , Faculdade Sao Francisco (FSF) e Faculdade Santa Maria (FSM). A Faculdade de Filosofia, Ciencias e Letras de Cajazeiras (FAFIC) nao participou da pesquisa, pois s e u diretor nao respondeu a questionario.

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A Tabela 1 apresenta cada instituigao pesquisada, classificando-as quanto a propriedade, os cursos de graduagao que estao em funcionamento e os que estao sendo pleiteados para o ano seguinte, a quantidade de alunos e de professores e m cada uma delas, alem da identificagao do gestor e sua respectiva titulagao. Isto nos permite visualizar os principals dados das tres Instituigoes pesquisadas.

Tabela 1 - Dados Gerais das Instituigoes de Ensino pesquisadas

Instituigao U F C G F S F F S M

Quanto a propriedade

Publica Privada Privada

C u r s o s em f u n c i o n a m e n t o Historia, Geografta, Pedagogia, Letras, Ciencias e Enfermagem (graduagao). Normal Superior e Administragao. Fisioterapia Enfermagem C u r s o s pleiteados para 2006

Nenhum Direito, Farmacia e Nutrigao. Medicina, Farmacia e Biomedicina. Quantidade de a l u n o s 1862 6 6 0 810 Quantidade de p r o f e s s o r e s 126 16 39

Nome do g e s t o r Fabio de Freitas Pereira

V e r a Lucia Soares de Oliveira Claudino

Sheylla N. B. Lacerda

C a r g o Diretor Diretora I Diretora i

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44

Grafico 1 - Tempo desempenhando a fungao

100%

H 0 a 2 anos ffl 2 a 4 anos • Mais de 4 anos

0 grafico 1 diz respeito ao tempo em que os gestores que participaram da pesquisa desempenham a fungao de diregao. De acordo com os dados coletados, pode-se visualizar que todos eles afirmaram que o tempo referente ao periodo em que desempenham o cargo e de 2 a 4 anos, correspondendo a afirmativa a 100% das respostas obtidas.

Grafico 2 - Quanto tempo ficara no cargo

o%

E3 Sou proprietario (a) 1 ano

• 2 anos 4 anos

n Indeterminado Outro

Com relagao ao tempo em que os gestores pesquisados continuarao no cargo, o grafico 2 demonstra que dois deles sao proprietaries da Instituigao de Ensino Superior pesquisada, e urn afirmou que ficara no cargo por quatro anos, o que corresponde respectivamente em percentual a 67% e 33%. Isso demonstra que dois deles possuem uma autonomia relativamente maior para as tomadas de decisao.

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Grafico 3 - Idade o% 6 7 % ^ 3 3 % n Ate 30 anos • 30 a 40 anos • 40 a 50 anos • Acima de 50 anos

0 grafico 3 caracteriza os pesquisados por idade, quando se constatou que 67% dos entrevistados estao na faixa etaria entre 40 e 50 anos, seguido por 33% que corresponde ao percentual dos gestores que afirmou ter entre 30 e 40 anos de idade. Nenhum dentre os entrevistados na pesquisa afirmara ter ate 30 anos ou estar acima dos 50 anos.

Grafico 4 - Nivel de escolaridade

H Graduacao • Especializacao • Mestrado • Doutorado

H Pos Doutorado

O grafico 4 apresenta a distribuicao dos entrevistados por nivel de escolaridade. Observa-se que predominantemente os gestores das lES's de Cajazeiras possuem mestrado, o que constitui urn percentual de 67%. Observou-se que 33% dos respondentes, possui titulo de especialista. Nao se constatou dentre os entrevistados, pessoas que tenham cursado somente a graduagao, nem que tenham titulo de doutor.

o%

Referências

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