UMA AVALIAÇÃO MULTIGRITERIAL DO SISTEMA DE
TRANSPORTES DE CARGAS DO BRASIL
p o r
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
CURSO DE MESTRADO EM ENGENHARIA C I V I L
UMA AVALIAÇÃO M U L T I C R I T E R I A L DO SISTEMA DE
TRANSPORTES DE CARGAS DO B R A S I L
SEBASTIÃO INÁCIO FERNANDES
CAMPINA GRANDE - PB A B R I L DE 1996
SEBASTIÃO INÁCIO FERNANDES
UMA AVALIAÇÃO MULTI CRI TERI AL DO SISTEMA DE
TRANSPORTES DE CARGAS DO BRASIL
Dissertação a p r e s e n t a d a ao Curso- de
M e s t r a d o em E n g e n h a r i a C i v i l da
U n i v e r s i d a d e F e d e r a l da Paraíba,
rem
Cumprimento às exigências p a r a
obtenção do Grau de M e s t r e em
Ciências (M.SC.)
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: TRANSPORTES
SIMIN JALALI RAHNEMAY RABBANI
O r i e n t a d o r a
CAMPINA GRANDE - PB
ABRIL DE 1996
i i i
UMA A V A L I A Ç Ã O M U L T I C R I T E R I A L DO S I S T E M A D E TRANSPORTES D E CARGAS DO B R A S I L
SEBASTIÃO INÁCIO FERNANDES
Aprovada em 08 / a b r i l / 1996
SIMIN JALATlr RAHNEMAY RABBAMI, D o u t o r (a)
O r i e n t a d o r a
CÔAS-SOHEIL RAHNEMft!£3lft8SANI, D o u t o r
Examinador I n t e r n o
UAREZ/FERNANDES DE OLIVEIRA, M.Sc
Examinador E x t e r n o
VALERIA DE CASTRO CaST/f BARROS, M.Sc.
Examinador E x t e r n o
CAMPINA GRANDE - PB
ABRIL DE 1996
i v
DEDICATÓRIA
A meus p a i s e irmãos p e l o a p o i o e
i n c e n t i v o que me deram d u r a n t e a
execução d e s t e t r a b a l h o .
V
AGRADECIMENTOS
A minha o r i e n t a d o r a , a P r o f e s s o r a D r a . S i m i n J a l a l i
Rahnemay Rabbani p e l o i n c e n t i v o e dedicação p r e s t a d o s
d u r a n t e a execução d e s t e t r a b a l h o .
Ao P r o f e s s o r Dr. S o h e i l Rahnemay Rabbani p e l o a p o i o
o f e r e c i d o .
Aos c o l e g a s que me i n c e n t i v a r a m e a t o d o s que
contribuíram p a r a a execução d e s t e t r a b a l h o .
Aos funcionários do I n s t i t u t o B r a s i l e i r o de G e o g r a f i a
e Estatística - IBGE de Campina Grande, p e l a a j u d a que me
deram d u r a n t e a c o l e t a de dados p a r a e s t e t r a b a l h o .
Aos funcionários do Núcleo de Processamento de dados
da UFPB, Campus I I . p e l a a j u d a o f e r e c i d a d u r a n t e a execução
do programa c o m p u t a c i o n a l .
E a t o d o s que d i r e t a ou i n d i r e t a m e n t e c o l a b o r a r a m p a r a
a conclusão d e s t e t r a b a l h o .
v i
R E S U M O
E s t e t r a b a l h o propõe uma m e t o d o l o g i a p a r a a avaliação
do s i s t e m a de t r a n s p o r t e i n t e r - r e g i o n a l de c a r g a com a
aplicação do método de tomada de decisão i n t e r a t i v a
m u l t i c r i t e r i o - TODIM e t e o r i a de g r a f o s .
Os métodos m u l t i c r i t e r i a i s p e r m i t e m l e v a r em
consideração os i n t e r e s s e s de vários grupos e n v o l v i d o s ou
a f e t a d o s p e l o s i s t e m a , bem como os critérios r e l e v a n t e s
p a r a e s t e s g r u p o s ; quer sejam e s t e s quantificáveis ou de
difícil quantificação. A t e o r i a de g r a f o s s e r v e 'para
a v a l i a r s i s t e m a s de g r a n d e p o r t e , como o caso em questão.
A m e t o d o l o g i a p r o p o s t a f o i a p l i c a d a ao s i s t e m a de
t r a n s p o r t e de c a r g a i n t e r - r e g i o n a l do B r a s i l . Os r e s u l t a d o s
d e s t a aplicação i n d i c a m as m o d a l i d a d e s f e r r o v i a e h i d r o v i a
como as que provocam menor índice de d e s u t i l i d a d e s ao
s i s t e m a , consumindo menos combustíveis fósseis e
consequentemente e m i t i n d o menor nível de poluição
a m b i e n t a l . 0 t r a b a l h o , de a c o r d o com os r e s u l t a d o s o b t i d o s ,
s u g e r e uma p r i o r i d a d e de 36,4% dos i n v e s t i m e n t o s
g o v e r n a m e n t a i s d e s t i n a d o s aos t r a n s p o r t e s na m o d a l i d a d e
ferroviária e 45,6% no modal hidroviário, a f i m de g a r a n t i r
a alocação mais e f i c i e n t e dos r e c u r s o s cada vez mais
escassos.
v i i
A B S T R A C T
T h i s work p r o p o s e s a m e t h o d o l o g y f o r t h e e v a l u a t i o n o f
t h e i n t e r - r e g i o n a l f r e i g h t , t r a n s p o r t system o f B r a z i l w i t h
the. a p l i c a t i o n o f t h e M u l t i c r i t e r i a I n t e r a c t i v e D e c i s i o n
Making Method and Graph T e o r y .
The m u l t i c r i t e r i a methods' p e r m i t s t o t a k e i n t o
c o n s i d e r a t i o n t h e i n t e r e s t s o f s e v e r a l g r o u p s i n v o l v e d , o r
a f f e c t e d by • t h e system. As w e l l as t h e r e l e v a n t c r i t e r i a ,
q u a n t i t a t i v e l y d e t e r m i n a b l e o r n o t f o r t h e s e g r o u p s . The
g r a p h t h e o r y s e r v e s t o e v a l u a t e l a r g e s i z e d systems as i n
t h e case o f s t u d y .
The methodology- was a p p l i e d t o t h e i n t e r - r e g i o n a l
t r a n s p o r t s system o f B r a z i l . The r e s u l t s o f t h i s
a p p l i c a t i o n i n d i c a t e t h a t t h e r a i l w a y and w a t e r w a y .modes
m i n i m i z e t r a n s p o r t a t i o n d i s u t i l i t y i n d e x t o t h e system,
p r o v i d i n g l e s s p o l l u t i o n l e v e l and c o n s e q u e n t y l e s s
e n v i r o n m e n t a l i m p a c t o f c o m b u s t i o n . The r e s u l t s o f t h i s
s t u d y i n d i c a t e that, up t o 36,4% .of g o v e r n a m e n t a l r e s o u r c e s
s h o u l d be a l o c a t e d t o r a i l w a y s and 4 5,6% t o w a t e r w a y s , i n
o r d e r t o o b t a i n t h e most e f f i c i e n t . manner f o r t h e
a l l o c a t i o n o f l i m i t e d r e s o u r c e s .
v i i i
Í N D I C E
Pág.
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO 1
1 . 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS 1
1.2 - OBJETIVO 3
CAPÍTULO I I - IMPACTOS AMBIENTAIS DEVIDO AO SISTEMA
DE TRANSPORTES 5
2.1 - INTRODUÇÃO . 5
2.2 - IMPACTOS NEGATIVOS DO SISTEMA DE TRANSPORTE 6
2.2.1 - Poluição Atmosférica 6
2.2.2 - Poluição Sonora 22
2.2.3 - Poluição V i s u a l . 28
2.2.4 - Vibração 2 9
2.2.5 - A c i d e n t e s no T r a n s p o r t e de Cargas e P r o d u t o s
P e r i g o s o s . 30
CAPÍTULO I I I - METODOLOGIA PROPOSTA
3 . 1 - INTRODUÇÃO
3 . 2 - 0 MÉTODO TODIM
3.3 - TEORIA DOS GRAFOS
3.3.1 - C o n c e i t o Básico da T e o r i a de G r a f o s e Redes de
T r a n s p o r t e s
3.3.2 - A l g o r i t m o de F u l k e r s o n ou ( O u t - o f - K i l t e r )
CAPÍTULO I V - APLICAÇÃO DA METODOLOGIA
4.1 - INTRODUÇÃO
4.2 - APLICAÇÃO DO MÉTODO TODIM
35
35
37
41
46
48
53
53
55
i x
Pág.
4.3 - A P L I C A Ç Ã O DA T E O R I A DOS GRAFOS 6 3 4.4 - ESTUDO DE CASO: S I S T E M A DE TRANSPORTE DE CARGA
I N T E R R E G I O N A L DO B R A S I L 6 5 4 . 5 - D E F I N I Ç Ã O DA Á R E A DE ESTUDO 6 7 4 . 6 - M O D A L I D A D E S U T I L I Z A D A S 6 8 C A P Í T U L O V.- A N Á L I S E DOS RESULTADOS 7 5 5 . 1 - I N T R O D U Ç Ã O . . . 7 5 5.2 - A P R E S E N T A Ç Ã O DOS RESULTADOS 7 7 C A P Í T U L O V I - CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES F I N A I S 8 7 B I B L I O G R A F I A 9 1 A N E X O S 9 4
X
G L O S S Á R I O
RFFSA - Rede Ferroviária F e d e r a l Sociedade Anônima.
FEEMA - Fundação E s p e c i a l de Estudos do Meio A m b i e n t e .
FEPASA - F e r r o v i a s P a u l i s t a s Sociedade Anônima.
SNBT - S i s t e m a N a c i o n a l Básico de T r a n s p o r t e s .
CETESB - Companhis E s t a d u a l de T e c n o l o g i a de Saneamento
Básico e de Defesa do Meio A m b i e n t e .
DENATRAN - Departamento N a c i o n a l de Trânsito
SEMA - S e c r e t a r i a E s p e c i a l do Meio A m b i e n t e .
DNER - Departamento N a c i o n a l de E s t r a d a s e Rodagens.
COPPE - Coordenação de Programas de Pós-Graduação em
E n g e n h a r i a da U n i v e r s i d a d e F e d e r a l do R i o de
J a n e i r o .
x i
LISTA DE TABELAS E FIGURAS
TABELA Pág.
I I . 1 - P o l u e n t e s Lançados na A t m o s f e r a , 1 0
6t o n 8
I I . 2 - Q u a n t i d a d e Estimada de P o l u e n t e s Lançados no a r 8
I I . 3 Gases de Exaustão - Composição em ppm 9
11.4 - Padrões Primários de Q u a l i d a d e do A r A m b i e n t e . . 10
11.5 - Teor de chumbo na g a s o l i n a em a l g u n s p a i s e s do
mundo 12
T I . 6 - Níveis Típicos de Ruído 24
11.7 - Resumo do Diagnóstico s o b r e ruído urbano na
c i d a d e de São Paulo 26
11.8 - Uma Classificação das Características dos
.Produtos P e r i g o s o s 31
I I I . 1 - E s c a l a p a r a as m a t r i z e s 39
I V . 1 - M a t r i z de U t i l i d a d e s P a r c i a i s 59
IV.2 - M a t r i z de U t i l i d a d e P a r c i a i s N o r m a l i z a d a 60
IV.3 - M a t r i z de Comparação p o r p a r e s dos critérios... 60
IV.4 - M a t r i z de Comparação p o r p a r e s dos critérios
n o r m a l i z a d a 61
I V . 5 - M a t r i z de Dominância 62
I V . 6 - Ordenação das A l t e r n a t i v a s 62
IV.7 - Petróleo b r u t o e líquido de gás n a t u r a l
x i i
TABELA Pág.
I V . 8 - Composição p e r c e n t u a l das m o d a l i d a d e s de
t r a n s p o r t e 73
V. 1 - R e s u l t a d o s o b t i d o s da avaliação do s i s t e m a de
t r a n s p o r t e de c a r g a no B r a s i l 78
V.2 - R e s u l t a d o s o b t i d o s dá avaliação do s i s t e m a de
t r a n s p o r t e de c a r g a no B r a s i l 80
V.3 - R e s u l t a d o s o b t i d o s da avaliação do s i s t e m a de
t r a n s p o r t e de c a r g a no B r a s i l 83
FIGURA Pág.
I I I . 1 - S i s t e m a de t r a n s p o r t e e s c o l h i d o p a r a avaliação 44
QUADRO Pág.
I I I . 1 - E s c a l a p a r a as m a t r i z e s 39
GRÁFICO Pág.
I V . 1 - Consumo Energético nos T r a n s p o r t e s 70
CAPÍTULO I
I N T R O D U Ç Ã O
1.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS
Os meios de t r a n s p o r t e são de v i t a l importância p a r a o
d e s e n v o l v i m e n t o econômico e s o c i a l de uma nação,
e s p e c i f i c a m e n t e o s i s t e m a de t r a n s p o r t e de c a r g a que é
responsável p e l a movimentação da produção do país. No B r a s i l
e s t e t r a n s p o r t e f o i i n i c i a d o p e l o s b a n d e i r a n t e s quando
p e n e t r a r a m p e l o i n t e r i o r do país, sendo as c a r g a s
t r a n s p o r t a d a s através de tração a n i m a l . No l i t o r a l e s t e
t r a n s p o r t e e r a f e i t o em n a v i o s , sendo mais t a r d e i n t r o d u z i d o
o t r a n s p o r t e ferroviário e p o s t e r i o r m e n t e o rodoviário e o
aéreo. N e s t e e s t u d o se f a z uma análise do s i s t e m a de
t r a n s p o r t e i n t e r - r e g i o n a l de c a r g a no B r a s i l r e s s a l t a n d o os
a s p e c t o s mais r e l e v a n t e s como: c u s t o de t r a n s p o r t e , consumo
energético e poluição a m b i e n t a l . 0 s i s t e m a de t r a n s p o r t e de
c a r g a rio B r a s i l c o n s i s t e de uma e x t e n s a malha viária de
r o d o v i a s , f e r r o v i a s , h i d r o v i a s , d u t o v i a s e a e r o v i a s . Algumas
distorções e x i s t e n t e s no s i s t e m a , bem como as m e l h o r i a s
g e r a i s serão apontadas, p a r a que e s t e t o r n e - s e mais
e f i c i e n t e .
A m e t o d o l o g i a p r o p o s t a n e s t e t r a b a l h o emprega um
dos métodos multicritérial de auxílio à tomada de decisão e a
t e o r i a de g r a f o s . Os métodos m u l t i c r i t e r i a i s de auxílio a
tomada de decisão p e r m i t e m l e v a r em consideração f a t o r e s
r e l e v a n t e s do s i s t e m a , p a r a d i v e r s o s g r u p o s e n v o l v i d o s na
tomada de decisão ou a f e t a d o s p o r e s t e s i s t e m a .
Emprega-se o Método de Tomada de Decisão I n t e r a t i v a
Multicritério - TODIM que f o i d e s e n v o l v i d o p e l o p r o f e s s o r
Gomes ( 1 9 7 6 ) , sendo uma versão do Método de Análise
Hierárquica - AHP. O método TODIM f o i a d o t a d o p o r s e r de
fácil a p l i c a b i l i d a d e e p o r t e r . s i d o e f i c i e n t e em o u t r a s
aplicações.
A t e o r i a de g r a f o s , p o r o u t r o l a d o , p e r m i t e a v a l i a r
s i s t e m a s de g r a n d e p o r t e , p r o p o n d o meios p a r a i d e n t i f i c a r as
m e l h o r e s a l t e r n a t i v a s p a r a o t r a n s p o r t e de c a r g a no B r a s i l ,
a q u e l a s que sejam mais econômicas, confiáveis e causarem
menor nível de poluição a m b i e n t a l .
2.2 - OBJETIVO
E s t e t r a b a l h o tem p o r o b j e t i v o p r o p o r uma m e t o d o l o g i a
p a r a avaliação do s i s t e m a de t r a n s p o r t e i n t e r - r e g i o n a l de
c a r g a do B r a s i l com a utilização de um método m u l t i c r i t e r i a l
de auxílio a tomada de decisão. Os métodos m u l t i c r i t e r i a i s
são capazes de l e v a r em consideração os f a t o r e s econômico,
s o c i a l e a m b i e n t a l , bem como os i n t e r e s s e s de t o d o s os g r u p o s
e n v o l v i d o s ou a f e t a d o s p e l o s i s t e m a , sejam e l e s , o g o v e r n o a
comunidade, o p e r a d o r e s e usuários.
Com a utilização d e s t a m e t o d o l o g i a é possível p r o p o r
m e l h o r i a s no s i s t e m a como um t o d o , s u g e r i n d o a q u e l a s
a l t e r n a t i v a s p a r a o t r a n s p o r t e de c a r g a s no B r a s i l que sejam
m a i s e f i c i e n t e s em termos de consumo energético, c u s t o de
t r a n s p o r t e , c o n f i a b i l i d a d e , f l e x i b i l i d a d e e nível de poluição
a m b i e n t a l .
0 t r a b a l h o f o i d i v i d i d o em s e i s capítulos, no p r i m e i r o
capítulo a p r e s e n t a - s e a introdução e seus o b j e t i v o s .
No segundo capítulo, se f a z uma abordagem dos p r i n c i p a i s
i m p a c t o s n e g a t i v o s causados ao meio a m b i e n t e e as comunidades
p e l o s i s t e m a de t r a n s p o r t e s .
No t e r c e i r o capítulo, a p r e s e n t a - s e a m e t o d o l o g i a
d e s e n v o l v i d a n e s t e t r a b a l h o , empregando um dos métodos
m u l t i c r i t e r i a i s de a u x i l i o à tomada de decisão e a t e o r i a de
gráfos•
No q u a r t o c a p i t u l o a p r e s e n t a - s e a aplicação da
m e t o d o l o g i a ao s i s t e m a i n t e r - r e g i o n a l de t r a n s p o r t e de c a r g a
do B r a s i l , onde f o r a m c o n s i d e r a d a s as d e s u t i l i d a d e s r e l a t i v a s
às m o d a l i d a d e s rodoviária, ferroviária e hidroviária p a r a os
d i v e r s o s g r u p o s de i n t e r e s s e .
No q u i n t o capítulo, vem a análise dos r e s u l t a d o s a
p a r t i r da aplicação da m e t o d o l o g i a .
0 s e x t o capítulo, é d e s t i n a d o a conclusão e
recomendações f i n a i s .
CAPÍTULO I I
IMPACTOS AMBIENTAIS DOS SISTEMAS DE TRANSPORTES
2.1 - INTRODUÇÃO
N e s t e c a p i t u l o , a p r e s e n t a - s e uma análise dos p r i n c i p a i s
i m p a c t o s n e g a t i v o s causados ao meio a m b i e n t e e às populações
p r i n c i p a l m e n t e das grandes c i d a d e s , p e l o s i s t e m a de
t r a n s p o r t e s t a i s como: a poluição a m b i e n t a l , s o n o r a , v i s u a l e
vibração, a p r e s e n t a n d o - s e a i n d a , os r e s u l t a d o s de p e s q u i s a s
r e a l i z a d a s no B r a s i l p a r a v e r i f i c a r a v i a b i l i d a d e de f o n t e s
energéticas a l t e r n a t i v a s como: álcool, gás n a t u r a l ,
hidrogênio e m e t a n o l s u g e r i n d o - s e m o d a l i d a d e s de t r a n s p o r t e
que p e r m i t e m r e d u z i r os i m p a c t o s n e g a t i v o s causados p e l o
s i s t e m a de t r a n s p o r t e de c a r g a no B r a s i l .
Apresentar-se-á a i n d a , uma definição dos c o n c e i t o s
l i g a d o s a poluição atmosférica, s o n o r a , v i s u a l e vibração.
F i n a l m e n t e d e s t a c a n d o as p r i n c i p a i s medidas que devem s e r
tomadas no t r a n s p o r t e de c a r g a s p e r i g o s a s .
2.2 - IMPACTOS NEGATIVOS DO SISTEMA DE TRANSPORTE
A p r e s e n t a - s e , a s e g u i r os p r i n c i p a i s i m p a c t o s n e g a t i v o s
causados ao meio a m b i e n t e p e l o s i s t e m a de t r a n s p o r t e .
2.2.1 - Poluição Atmosférica
Os i m p a c t o s mais sérios s o b r e o meio a m b i e n t e , a p a r t i r
da geração energética em grande q u a n t i d a d e , r e s i d e m nas
modificações do c l i m a do mundo. É c e r t o porém que t a n t o o
combustível fóssil como a e n e r g i a n u c l e a r aquecem d i r e t a m e n t e
a a t m o s f e r a ao p r o d u z i r e m e l e t r i c i d a d e . E uma das
consequências mais sérias d e s t e aquecimento, é r e s u l t a n t e do
dióxido de c a r b o n o (CO2) p r o d u z i d o na queima do combustível
fóssil, que pode a l t e r a r b a s t a n t e as p r o p r i e d a d e s
atmosféricas, p e r t u b a n d o o equilíbrio e x i s t e n t e e n t r e a
incidência de radiação s o l a r s o b r e a superfície da t e r r a e o
f l u x o de radiação térmica que d e l a se despreende (MELLO,
1 9 8 9 ) .
A p a r t i r da década de 80, os g o v e r n a n t e s no mundo
i n t e i r o v i e r a m p r e o c u p a r - s e com os e f e i t o s n e g a t i v o s do
consumo energético em grande e s c a l a . D e n t r e e s t e s , pode-se
d e s t a c a r : as chuvas ácidas, a destruição da camada de ozônio
e o e f e i t o e s t u f a .
- P r i n c i p a i s E m i s s o r e s de Gases
Na década de 60, o " U n i t e d S t a t e s H e a l t h S e r v i c e " f e z um
l e v a n t a m e n t o da q u a n t i d a d e dos p r i n c i p a i s p o l u e n t e s lançados
na a t m o s f e r a p e l o s automóveis e indústrias. Segundo o e s t u d o
r e a l i z a d o era 1979, p e l o órgão responsável p e l a saúde pública
nos E s t a d o s Unidos " P u b l i c H e a l t h S e r v i c e " , as mais
i m p o r t a n t e s f o n t e s de poluição i n d u s t r i a l eram: as fábricas
de p a p e l , as siderúrgicas, as r e f i n a r i a s de petróleo,
fundições e as indústrias químicas que no c o n j u n t o , lançavam
a n u a l m e n t e no a r milhões de t o n e l a d a s de p o l u e n t e s , e n q u a n t o
90 milhões de automóveis lançavam as s e g u i n t e s q u a n t i d a d e s .
Ver Tabela I I . l .
V a l e m e n c i o n a r , que a emissão dos p o l u e n t e s das f o n t e s
n a t u r a i s como: os vulcões e incêndios em f l o r e s t a s , quando
comparadas com a q u e l e s e m i t i d o s p e l a s a t i v i d a d e s humanas,
r e p r e s e n t a m apenas um p e r c e n t u a l r e l a t i v a m e n t e pequeno. (Ver
T a b e l a I I . 2 ) . 0 g r a n d e p r o b l e m a da poluição còm o r i g e m nas
a t i v i d a d e s humanas não é apenas a q u a n t i d a d e , e s i m a
concentração d e s t e s p o l u e n t e s nos g r a n d e s c e n t r o s i n d u s t r i a i s
onde v i v e a m a i o r p a r t e da população.
As indústrias são responsáveis p e l a m a i o r p a r t e dos
óxidos de e n x o f r e (So
x) e m a t e r i a l p a r t i c u l a d o (MP) lançados
na a t m o s f e r a , e n q u a n t o que os automóveis são responsáveis
A q u a n t i d a d e de monóxido de c a r b o n o (CO) lançada na
a t m o s f e r a é p r o v e n i e n t e dos automóveis, p r i n c i p a l m e n t e
a q u e l e s que u t i l i z a m m o t o r e s de c i c l o o t t o , d e v i d o ao modo de
operação d e s t e s que t r a b a l h a m com a l t a s v e l o c i d a d e s
r e s u l t a n d o na combustão i n c o m p l e t a da g a s o l i n a e e x p e l i n d o um
a l t o p e r c e n t u a l de monóxido de c a r b o n o (CO) e h i d r o c a r b o n e t o s
não queimados. Os m o t o r e s de c i c l o d i e s e l tem um nível de
emissão de monóxido de c a r b o n o (CO) e h i d r o c a r b o n e t o s bem
menor que os de c i c l o o t t o . V e r Tabela I I . 3 .
TABELA I I . 3 - Gases de Exaustão - Composição em ppm.
T i p o de
P o l u e n t e
CONDIÇÕES DE OPERAÇÃO
M o t o r
Ponto M o r t o Aceleração V. C o n s t a n t e Desaceleração
CO
69.000
29.000
27.000
39.000
G a s o l i n a
HC
5.300
1.600
1.000
10.000
N0
X30
1.020
650
30
CO
-
1.000
-
-D i e s e l
HC
400
200
100
300
N0
X60
350
240
30
FONTE: BRAGA e t a l ( 1 9 8 0 ) , R o d o v i a s , Recursos N a t u r a i s e Meio A m b i e n t e . E d u f f - E d i t o r a Universitária, U n i v e r s i d a d e F e d e r a l F l u m i n e n s e . D e p a r t a m e n t o N a c i o n a l de E s t r a d a s de Rodagem - DNER.
A Tabela I I . 4 a p r e s e n t a os padrões de q u a l i d a d e do a r
a d o t a d o s no B r a s i l que tem seus v a l o r e s l i m i t e d e t e r m i n a d o s
p e l a resolução CONAMA n
203/90 de 28 de j u n h o de 1990.
TABELA I I . 4 - Padrões Primários de Q u a l i d a d e do A r A m b i e n t e
Dióxido de
e n x o f r e SO
280 ug/m
3- média aritmética a n u a l
365.ug/m
3- concentração máxima diária que não
deve s e r e x c e d i d a mais do que uma
vez p o r ano
Partículas
t o t a i s em
suspensão
80 ug/m
3- média geométrica a n u a l
240 ug/m
3- concentração máxima diária que não
deve s e r e x c e d i d a mais do que uma
vez p o r ano
Fumaça
60 ug/m
J- média geométrica a n u a l
150 ug/m
3- concentração máxima diária que não
deve s e r e x c e d i d a mais do que uma
vez p o r ano
Monóxido de
Carbono
10 ug/m
3- concentração máxima em a m o s t r a s de
(ou 9 p.p.m.) 8 h o r a s , que não deve s e r e x c e d i d a
mais do que uma ve p o r ano.
40 ug/m
3- concentração máxima em amostras de
1 h o r a , que não deve s e r e x c e d i d a
mais do que uma vez p o r ano.
(Ug) - r e p r e s e n t a u n i d a d e grama
FONTE: BRAGA ( 1 9 8 0 ) , BELLIA, V i c t o r - BIDONE, E d i s o n D. Rodovias Recursos N a t u r a i s e Meio Ambiente. E d u f f - E d i t o r a Universitária, U n i v e r s i d a d e F e d e r a l F l u m i n e n s e . Departamento N a c i o n a l de E s t r a d a s de Rodagem - DNER.
As grandes áreas m e t r o p o l i t a n a s do B r a s i l apresentam um
e l e v a d o índice de poluição, e n t r e t a n t o , dispõe-se apenas de
dados sistemáticos s o b r e os p r i n c i p a i s p o l u e n t e s no R i o de
J a n e i r o e São P a u l o .
Em m i l n o v e c e n t o s e s e t e n t a e c i n c o , segundo a CETESB,
os automóveis são responsáveis p o r 40% dos p o l u e n t e s lançados
no a r em São Paulo, f i c a n d o a indústria com 60%. Em 1983 a
FEEMA, i n d i c a que os veículos são responsáveis p o r 70% da
poluição do a r no R i o de J a n e i r o , sendo responsável p e l a
emissão, de 37% do m a t e r i a l p a r t i c u l a d o (MP), 90% do dióxido
de e n x o f r e ( N o
x) , 97% do monóxido de c a r b o n o (CO), 68% dos
h i d r o c a r b o n e t o s (HC) e 72% dos óxidos de nitrogênio (No
x) que
poluem a c i d a d e . O u t r o s p o l u e n t e s extremamente p e r i g o s o s tem
sua o r i g e m nos automóveis. 0 p r i n c i p a l d e n t r e e l e s é o
chumbo que é a d i c i o n a d o a g a s o l i n a na f o r m a de composto: o
chumbo t e t r a e t i l a , e s t e composto desempenha duas funções: o
aumento da actanagem das g a s o l i n a s e a lubrificação das
válvulas de escapamento dos m o t o r e s . Com a substituição em
l a r g a e s c a l a dos automóveis a g a s o l i n a p e l o s automóveis a
álcool no B r a s i l , a ameaça r e p r e s e n t a d a p e l a poluição p o r
chumbo p a r e c e e s t a r c o n t r o l a d a . Mas i n e x p l i c a v e l m e n t e , o
B r a s i l é o país que p e r m i t e o m a i o r p e r c e n t u a l em peso de
chumbo t e t r a e t i l a na g a s o l i n a como m o s t r a a T a b e l a I I . 5 .
Pode-se v e r que a contribuição dos t r a n s p o r t e s é
f u n d a m e n t a l p a r a a m e l h o r i a da q u a l i d a d e de v i d a ,
p r i n c i p a l m e n t e nos grandes c e n t r o s u r b a n o s . A f i n a l , o s e t o r
de t r a n s p o r t e é responsável p o r 22,25% de t o d a a e n e r g i a
consumida no país e p e l o consumo de 74% do óleo d i e s e l , 100%
da g a s o l i n a , 8 1 % da querosene e de 93% do álcool etílico.
P o r t a n t o , o s i s t e m a de t r a n s p o r t e s é responsável p e l a queima
da m a i o r p a r t e dos combustíveis p r o d u t o r e s de gases tóxicos.
TABELA I I . 5 - Comparação do Teor de Chumbo na g a s o l i n a em
a l g u n s países do mundo
PAIS
TEOR DE CHUMBO ( g r / l )
B r a s i l
0,845
Grécia
0, 840
Canadá
0,549
Suiça
0,540
França
0, 450
I n g l a t e r r a
0, 450
I s r a e l
0,420
Austrália
0,400
E s t a d o s Unidos
0,340
Japão
0,260
Alemanha
0,150
Suécia
0,150
FONTE: FEEMA (Fundação E s p e c i a l de E s t u d o s do Meio Ambiente)
Ao l o n g o dos anos não h a v i a p l a n e j a m e n t o dos meios de
t r a n s p o r t e s v o l t a d a p a r a o meio a m b i e n t e e os programas que
visavam a redução do consumo de combustíveis d e r i v a d o s de
petróleo t i v e r a m o u t r o s o b j e t i v o s , sem l e v a r em consideração
a redução da poluição a m b i e n t a l . Os melhoramentos n e s t e
campo eram o f e r e c i d o s à população do mesmo modo que bens de
consumo. V i a d u t o s , e s t r a d a s e t e r m i n a i s eram construídos sem
que os demais s u b s i s t e m a s com os q u a i s e l e s i r i a m se i n t e r
-r e l a c i o n a -r fossem e s t u d a d o s , p -r o v o c a n d o influências n e g a t i v a s
p r i n c i p a l m e n t e no r e l a c i o n a m e n t o com o meio a m b i e n t e . Como
a f i r m a Dantas na tradução da o b r a " E n e r g i a N u c l e a r Problemas
e Opções", p u b l i c a d o p e l a e d i t o r a E u t r i x em 1979, os países
i n d u s t r i a l i z a d o s são responsáveis p o r 85% da produção m u n d i a l
de dióxido de c a r b o n o ( C 0
2) , d e v i d o a queima de combustíveis
fósseis, sendo que os E s t a d o s Unidos (E.U.A) são responsáveis
p o r 25% d e s t a emissão.
0 s e t o r de t r a n s p o r t e r e p r e s e n t a 23% do consumo de
e n e r g i a nos E.U.A, com o automóvel consumindo 52% d e s t e
volume, 32% em v i a g e n s urbanas e 20% em v i a g e n s i n t e r u r b a n a s .
As l i n h a s aéreas concorrem com 9% e os caminhões de f r e t e com
22% do consumo energético em t r a n s p o r t e s .
Um e s t u d o r e a l i z a d o p e l a Comissão N a c i o n a l de E n e r g i a e
que no Ministério dos T r a n s p o r t e s (PRODEL), m o s t r o u que o
s e t o r de t r a n s p o r t e s é responsável p o r 19% do consumo de
e n e r g i a do p a i s ; 0 s e t o r i n d u s t r i a l consome 36%, f i c a n d o o
s e t o r r e s i d e n c i a l com 19%.
Segundo N o v a i s , Análise do S e t o r de T r a n s p o r t e de Carga,
setembro 1984, no s e t o r de t r a n s p o r t e s o g r o s s o do consumo
r e c a i s o b r e o t r a n s p o r t e rodoviário, responsável p o r 82% do
consumo t o t a l .
Quanto ao t i p o de combustível, 5 1 % do t o t a l consumido é
c o n s t i t u i d o p e l o óleo d i e s e l , a g a s o l i n a c o r r e s p o n d e a 32% e
o álcool com os 17% r e s t a n t e s .
O consumo do óleo d i e s e l , que a f e t a s o b r e m a n e i r a nossa
balança de pagamentos, está a s s i m distribuído:
0 t r a n s p o r t e de c a r g a g a s t a c e r c a de 50%; o t r a n s p o r t e
urbano de p a s s a g e i r o s 10%; o t r a n s p o r t e de p a s s a g e i r o i n t e r
-m u n i c i p a l 7% e o u t r o s 33%.
- E f e i t o s da Poluição Atmosférica
A poluição atmosférica causa enormes danos ao meio
a m b i e n t e e à saúde das pessoas como m o s t r a - s e a s e g u i r :
- As chuvas ácidas são p r o v o c a d a s p o r gases tóxicos,
e m i t i d o s p o r p r o c e s s o s i n d u s t r i a i s e m o t o r e s a combustão.
Levados p e l o s v e n t o s , e s t e s poderão s e r p r o d u z i d o s em uma
região, p r o v o c a n d o danos à n a t u r e z a e destruição de
f l o r e s t a s .
E s t e é um fenômeno l o c a l i z a d o e pode s e r m i n i m i z a d o
através da redução da poluição i n d u s t r i a l .
- A destruição da camada de ozônio é p r o v o c a d a p e l o CFC
( c l o r o f l u o r c a r b o n o ) , e x i s t e n t e nos aerosóis e nos
equipamentos de refrigeração. Cada partícula de ozônio, a b r e
um v e r d a d e i r o b u r a c o n e s t a camada estratosférica que f i l t r a
os r a i o s u l t r a v i o l e t a s do s o l .
A destruição d e s t a camada p r o v o c a o aumento do câncer na
p e l e , as infecções o c u l a r e s e a destruição de inúmeras
espécies biológicas.
Segundo M e l l o , no a r t i g o p u b l i c a d o p e l a R e v i s t a dos
T r a n s p o r t e s Públicos - ANTP, edição setembro de 1989, várias
reuniões tem s i d o r e a l i z a d a s e n t r e os países
i n d u s t r i a l i z a d o s , p r i n c i p a i s c o n s u m i d o r e s da CFC, de m a n e i r a
a b u s c a r a l t e r a r p r o c e s s o s tecnológicos que p e r m i t a m o uso de
s u b s t i t u t o s d a q u e l e insumo não danoso ao meio a m b i e n t e . E s t e
é um fenômeno que deverá s e r r e s o l v i d o quase que
e x c l u s i v a m e n t e p e l o s países r i c o s através da redução de seu
uso, ou p e l a busca dos s u b s t i t u t o s não p r e j u d i c i a i s à
n a t u r e z a através da p e s q u i s a científica. Os países em
d e s e n v o l v i m e n t o são responsáveis, p o r apenas 16% do uso do
CFC.
0 e f e i t o e s t u f a é d e v i d o ao p r o g r e s s i v o a q u e c i m e n t o do
p l a n e t a , p r o v o c a d o p e l a queima dos combustíveis fósseis. 0
e l e m e n t o p r i n c i p a l d e s t e e f e i t o é o aumento do dióxido de
c a r b o n o na a t m o s f e r a . Observou-se ao l o n g o dos cem anos uma
elevação da t e m p e r a t u r a média do g l o b o t e r r e s t r e de 0,7°C.
A c o n t i n u a r o a t u a l r i t m o de produção de c a l o r na t e r r a
poderá haver uma elevação da t e m p e r a t u r a g l o b a l e n t r e 1,5°C e
4,5°C até a metade do próximo século, e que p r o v o c a r i a
d e g e l o s e a elevação do nível dos oceanos, e uma série de
danos causados p o r e s t e desequilíbrio climático. E s t a
elevação de t e m p e r a t u r a poderá o c a s i o n a r um aumento do nível
dos oceanos de 30 cm a 1,5 m.
Os m o t o r e s de combustão i n t e r n a emitem também p o l u e n t e s
como h i d r o c a r b o n e t o s (HC), óxidos de nitrogênio (No
x) e
monóxido de c a r b o n o (CO) que causam i m p a c t o s a d v e r s o s s o b r e a
a t m o s f e r a r e g i o n a l e s o b r e a saúde i n d i v i d u a l dos s e r e s
humanos.
A inalação d e s t e s p o l u e n t e s causa sérios danos à saúde
como p r o b l e m a s respiratórios e c a r d i o v a s c u l a r e s .
- Medidas de Prevenção dos E f e i t o s N e g a t i v o s
Podemos v e r que p e l o menos d o i s fenômenos a d v e r s o s a
n a t u r e z a , capazes de a l t e r a r o c l i m a e mesmo a v i d a da
humanidade, estão l i g a d o s aos t r a n s p o r t e s g r a n d e s p r o d u t o r e s
de dióxido de c a r b o n o , as chuvas ácidas, e o e f e i t o e s t u f a .
Então deve-se p e r g u n t a r q u a l a p a r c e l a de c u l p a dos
veículos automotores,- movidos a d e r i v a d o s de petróleo, nessa
desorganização climática, o que f a z e r p a r a que e l e s possam
d a r a sua contribuição, de modo a m i n i m i z a r os e f e i t o s
n e g a t i v o s dos gases p r o d u z i d o s em seu f u n c i o n a m e n t o , t a n t o
p a r a as mudanças climáticas como p a r a a saúde da população,
p r i n c i p a l m e n t e nas grandes c i d a d e s .
O t r a n s p o r t e é c o n s i d e r a d o como a t i v i d a d e - m e i o d e n t r o de
uma economia. Porém, e s s e n c i a l ao f u n c i o n a m e n t o de q u a l q u e r
empreendimento humano. Apenas as economias p r i m i t i v a s podem
p r e s c i n d i r dos t r a n s p o r t e s , p o i s estão l i g a d o s às t r o c a s , aos
intercâmbios, à própria n e c e s s i d a d e c o t i d i a n a dos i n d i v i d u o s .
Logo, se não podemos e l i m i n a r e s t a n e c e s s i d a d e , e m u i t o p e l o
contrário, é de se e s p e r a r que a demanda p o r meios de
t r a n s p o r t e s venha a c r e s c e r ; deve-se ao menos p r o c u r a r uma
m a n e i r a mais r a c i o n a l de f u n c i o n a m e n t o de seus m o t o r e s e de
seu tráfego, p a r a r e d u z i r a emissão dos gases que causam o
e f e i t o e s t u f a , as chuvas ácidas ou s i m p l e s m e n t e d i f i c u l t a m a
v i d a humana (MELLO, 1 9 8 9 ) .
0 p r i m e i r o i t e m a s e r abordado é o r e n d i m e n t o dos
m o t o r e s de combustão i n t e r n a . Em g e r a l os m o t o r e s d i e s e l , dos
ônibus e caminhões, apresentam um r e n d i m e n t o de 34 a 40% e os
de c i c l o o t t o , dos automóveis e veículos l e v e s , têm níveis de
r e n d i m e n t o a i n d a mais b a i x o s , de 20 a 30%, ou s e j a , é b a i x o o
p e r c e n t u a l de e n e r g i a que e f e t i v a m e n t e é a p r o v e i t a d o .
Um passo a d a r s e r i a a intensificação de p e s q u i s a
tecnológica no s e n t i d o de aumentar o r e n d i m e n t o desses
m o t o r e s . Com i s s o o b t e r - s e - i a uma redução do consumo de
combustíveis, p r o v o c a n d o a economia de petróleo e diminuição
da emissão de dióxido de c a r b o n o (C0
2) .
Segundo DANTAS, na tradução E n e r g i a N u c l e a r : Problemas e
Aplicações, 197 9, l e i s em v i g o r nos E s t a d o s U n i d o s o b r i g a m
que os automóveis reduzam p e l a metada o consumo de g a s o l i n a .
E s t a exigência será possível d e v i d o aos aperfeiçoamentos que
c o n t r i b u e m com e s t e o b j e t i v o . A redução no peso dos
veículos, graças a novos p r o j e t o s e m a t e r i a i s mais l e v e s ,
pode e c o n o m i z a r de 20 a 30% de combustível, pneus r a d i a i s 5
a 10%, menor a r r a s t o de a r 5%, m e l h o r conjugação
transmissão-m o t o r 10 a 20% e a utilização de transmissão-m o t o r e s a d i e s e l tatransmissão-mbétransmissão-m
d i m i n u e m u i t o o consumo de combustível dos veículos u r b a n o s e
de t r a n s p o r t e de c a r g a .
O u t r a opção s e r i a u t i l i z a r meios de t r a n s p o r t e menos
p o l u e n t e s ou u t i l i z a r de modo mais r a c i o n a l os meios de
t r a n s p o r t e s disponíveis ou i n t e n s i f i c a r a substituição da
g a s o l i n a ou d i e s e l , p o r combustíveis menos p o l u e n t e s , como o
álcool ou gás n a t u r a l . O uso em veículos a u t o m o t o r e s de gás
n a t u r a l , no q u a l predomina o m e t a n o l , pode r e d u z i r em 98% a
produção de monóxido de c a r b o n o e e l i m i n a r o e n x o f r e que é
p r o d u z i d o na combustão de óleo d i e s e l . No B r a s i l , o uso de
gás n a t u r a l no t r a n s p o r t e c o l e t i v o f o i a u t o r i z a d o
r e c e n t e m e n t e p e l o Ministério das Minas e E n e r g i a . Na c i d a d e
de São Paulo p o r exemplo, o emprego do gás em indústrias e
nos 10.000 ônibus que c i r c u l a m na c i d a d e poderá r e d u z i r em
até 40% a poluição do a r . Hoje são d e s p e j a d o s no a r
p a u l i s t a n o 470 t o n e l a d a s diárias de monóxido de c a r b o n o .
Com a utilização do álcool combustível, e t a n o l ou
m e t a n o l , e l e p r o d u z menos monóxido e dióxido de c a r b o n o que
os d e r i v a d o s de petróleo. A e n e r g i a da biomassa é menos
p o l u i d o r a . Porém, a t u a l m e n t e é mais c a r a que a d e r i v a d a de
petróleo, relação que brevemente poderá se a l t e r a r p o i s o
preço do petróleo começa a s u b i r no mercado i n t e r n a c i o n a l .
Caso e l e a t i n j a patamares e l e v a d o s , poderá h a v e r um estímulo
ao uso do álcool em o u t r o s países além do B r a s i l .
A t u a l m e n t e , 20% dos automóveis p r o d u z i d o s no B r a s i l
u t i l i z a m m o t o r e s a álcool, t e n d o a t i n g i d o 95% em j a n e i r o de
1988. Com r e n d i m e n t o i n f e r i o r ao dos m o t o r e s a g a s o l i n a , o
consumo do m o t o r a álcool é da ordem de 20% m a i o r que o de
m o t o r a g a s o l i n a , havendo, p o r t a n t o , n e c e s s i d a d e de s u b s i d i a r
o seu preço p a r a g a r a n t i r o consumo. Os seus benefícios, no
e n t a n t o , ao meio a m b i e n t e são inegáveis. B a s t a d i z e r que a
r e c e n t e redução do p e r c e n t u a l de álcool na g a s o l i n a de 22%
p a r a 18%, r e p r e s e n t o u um aumento de 8,5% de monóxido de
c a r b o n o no a r de São P a u l o .
Os veículos movidos e x c l u s i v a m e n t e a álcool apresentam
uma redução de 66% de monóxido de c a r b o n o , 28% de
h i d r o c a r b o n e t o s e 11 de óxido de nitrogênio, em comparação
a q u e l e s movidos a g a s o l i n a .
A t u a l m e n t e , a cana e seus d e r i v a d o s r e p r e s e n t a m c e r c a de
14% da produção t o t a l de e n e r g i a primária no B r a s i l , sendo
20% a q u e l a p r o v e n i e n t e do petróleo. Em 1987 f o r a m p r o d u z i d o s
12.556.420 m
3de álcois (SOPRAL, 1 9 8 6 ) . O emprego c r e s c e n t e
de veículos a álcool poderá, sem dúvida, c o n t r i b u i r p a r a a
redução da poluição do a r nos aglomerados u r b a n o s . 0 impasse
no seu emprego r e s i d e nas v a n t a g e n s econômicas o f e r e c i d a s
a i n d a p e l o s d e r i v a d o s de petróleo.
O u t r a a l t e r n a t i v a s e r i a a eletrificação do t r a n s p o r t e
ferroviário, q u e r p a r a c a r g a s a l o n g a s e médias distâncias,
q u e r p a r a p a s s a g e i r o s d e n t r o das c i d a d e s . No caso do
t r a n s p o r t e de c a r g a s , p a r a cada t r e c h o no q u a l se p r e t e n d a
s u b s t i t u i r o t r a n s p o r t e rodoviário p e l o ferroviário deverá
h a v e r um e s t u d o de v i a b i l i d a d e técnico-econômica, d e v i d o aos
e l e v a d o s c u s t o s de implantação de um s i s t e m a de t r a n s p o r t e s
p o r t r i l h o s . Apenas em poucas situações, com e l e v a d a
d e n s i d a d e de tráfego, justificarão e s t e s i n v e s t i m e n t o s desde
que a e n e r g i a gerada s e j a de o r i g e m hidrelétrica. No B r a s i l
d e v i d o ao grande p o t e n c i a l hidrelétrico do nosso país s e r i a
uma boa medida já que grande p a r t e do petróleo a q u i consumido
é i m p o r t a d o t o r n a n d o o país a l t a m e n t e dependente em t e r m o s de
consumo energético. Mas e s t a política não está sendo s e g u i d a
p e l o s g o v e r n a n t e s p o r q u e enquanto o consumo de e n e r g i a
elétrica aumenta em relação ao consumo, nos t r a n s p o r t e s e s t e
p e r c e n t u a l está d i m i n u i n d o .
No caso do t r a n s p o r t e u r b a n o de p a s s a g e i r o s , p a r a os
c o r r e d o r e s de tráfego com m a i s de 20.000 p a s s a g e i r o s / h o r a no
horário de p i c o , já merecem uma análise v i s a n d o a
substituição do t r a n s p o r t e rodoviário p e l o ferroviário.
Segundo, BARAT, em seu l i v r o A Evolução dos T r a n s p o r t e s
no B r a s i l , p u b l i c a d o em 1978, a m o d a l i d a d e rodoviária é
a p o n t a d a como a que consome mais d e r i v a d o s de petróleo no
B r a s i l , t a i s como: g a s o l i n a e o óleo d i e s e l .
Uma das m a n e i r a s que se t e n t a r e d u z i r o consumo de
combustíveis fósseis é e l e t r i f i c a r os t r a n s p o r t e s usando
b a t e r i a s , mas n e s t e caso e s b a r r a - s e no e l e v a d o peso, na
r e d u z i d a v i d a útil e desempenho modesto dos veículos. Porque
o automóvel t e v e uma a u t o n o m i a de 80 a 100 quilômetros,
rodando a uma v e l o c i d a d e média de 25 Km/h, um micro-ônibus,
p a r a 15 p a s s a g e i r o s , e x i g e d o i s c o n j u n t o s de 15 b a t e r i a s de 6
v o l t s cada, que devem s e r r e c a r r a g a d a s a cada 5 ou 6 h o r a s .
As medidas a serem a d o t a d a s nas áreas u r b a n a s com a
f i n a l i d a d e de r e d u z i r os i m p a c t o s a m b i e n t a i s n e g a t i v o s , são
de n a t u r e z a c o m p l e t a r como restrição ao uso de automóveis
i n d i v i d u a i s , remanejamento do tráfego e m e l h o r i a do
t r a n s p o r t e c o l e t i v o . Onde bem a p l i c a d o s e s t a s medidas deram
bos r e s u l t a d o s , r e d u z i n d o o número de automóveis em
circulação dando mais f l u i d e z à circulação e
consequentemente, causando uma redução do consumo energético
e da poluição a m b i e n t a l .
2.2.2 - Poluição Sonora
O c o n c e i t o de poluição s o n o r a é e n t e n d i d o como sendo
ruído, b a r u l h o ou som indesejável. Nas g r a n d e s metrópoles
estão c o n c e n t r a d o s os m a i o r e s f o c o s de poluição s o n o r a e seus
h a b i t a n t e s f i c a m e x p o s t o s a níveis de ruído e l e v a d o s . As
f o n t e s de ruído são m u i t o v a r i a d a s e nem mesmo no período
n o t u r n o , onde se p r e c i s a de m a i s silêncio, se consegue
l i m i t a r o nível de ruído aos padrões i d e a i s . M u i t a s vezes os
h a b i t a n t e s não tem condições de s a i r d e s t a s áreas à p r o c u r a
de silêncio, i n d o morar em b a i r r o s d i s t a n t e s e calmos.
Para d e s c r e v e r o som, u t i l i z a - s e de duas característica;
a a l t u r a e a i n t e n s i d a d e . A i n t e n s i d a d e é o r i g i n a d a p e l a
pressão c o n t r a o o u v i d o ou o u t r o i n s t r u m e n t o de medição,
q u a n t o m a i o r a pressão, mais i n t e n s o é o som. A a l t u r a é
d e t e r m i n a d a p e l a frequência das vibrações, ou s e j a p e l o
número de vezes que o o b j e t o v i b r a n t e dá i m p u l s o s ao a r na
direção do r e c e p t o r , d u r a n t e um d e t e r m i n a d o período de tempo.
De a c o r d o com um e s t u d o r e a l i z a d o p e l a Coordenação de
Programas de Pós-Graduação em E n g e n h a r i a da U n i v e r s i d a d e
F e d e r a l do R i o de J a n e i r o (COPPE) e Departamento N a c i o n a l de
Trânsito (DENATRAN) a u n i d a d e padrão p a r a se m e d i r sons é
d e c i b e l ( d B ) . É p r a t i c a m e n t e impossível se o b t e r níveis de
som i n f e r i o r e s a 25 dB, no meio urbano os sons g e r a l m e n t e
v a r i a m e n t r e 30 e 100 dB. Os ruídos p e r c e b i d o s são
o r i g i n a d o s p o r sons de d i f e r e n t e s frequências e a a l t u r a do
som é d e t e r m i n a d a também p o r suas características de
frequência. Como as a l t a s frequências são mais incomodas ao
o u v i d o humano, se comparado com as f a i x a s , s u r g i u a
n e c e s s i d a d e de a j u s t a r o d e c i b e l a e s t a s e n s i b i l i d a d e do
o u v i d o . Então f o i d e f i n i d a a ponderação A do d e c i b e l , que
a j u s t a a variação do nível de pressão do som de a c o r d o com a
frequência. Surge então, a u n i d a d e c o n h e c i d a como dBA que
a t r i b u i i n t e n s i d a d e a p a r e n t e m a i o r aos sons agudos ( a l t a
frequência) do que aos sons g r a v e s ( b a i x a frequência).
São a p r e s e n t a d o s a s e g u i r , na T a b e l a I I . 6 , os níveis de
ocorrência de ruído p a r a algumas a t i v i d a d e s e a sensação
c o r r e s p o n d e n t e p r o v o c a d a .
TABELA I I . 6 - N i v e i s Típicos de Ruído
TIPO DE SOM
ALTURA
SENSAÇÃO
Relógio em funcionamento/Roçar de
f o l h a s / S u s s u r r o s / C h u v i s c o 30 dBA M u i t o b a i x o R u i d o do t r a b a l h o doméstico/Rua
r e s i d e n c i a l calma 4 0 dBA r a z o a v e l m e n t e b a i x o Conversa 50 dBA n o r m a l
Ruido de escritório 60 dBA n o r m a l Conversa r u i d o s a , g r i t o s , veículos
c i r c u l a n d o a lOm 70 dBA a l t o R u i d o de tráfego pesado 80 dBA a l t o
Fábrica b a r u l h e n t a 90 dBA m u i t o a l t o a insuportável B u z i n a de v e i c u l o a 7 m 100 dBA m u i t o a l t o a insuportável C a l d e r a r i a 110 dBA m u i t o a l t o a insuportável Avião 120 dBA m u i t o a l t o a insuportável
130 dBA l i m i t e da d o r
FONTE: COPPE/UFRJ, DENATRAN/MJ, Tráfego e M e i o A m b i e n t e , 1980.
- P r i n c i p a i s E m i s s o r e s de Ruido
A t u a l m e n t e , os níveis de ruído nas c i d a d e s são m u i t o
a l t o s p r o v e n i e n t e dos automóveis, aviões, construção c i v i l e
o u t r o s .
Neste t r a b a l h o , a n a l i s a m o s apenas o ruído causado p e l o
tráfego, que causa m u i t o s t r a n s t o r n o s p r i n c i p a l m e n t e nas
g r a n d e s metrópoles onde v i v e a m a i o r i a da população. O n i v e l
de ruído p r o d u z i d o p o r um veículo vem p r i n c i p a l m e n t e do
f u n c i o n a m e n t o do m o t o r , do s i s t e m a de transmissão; do c o n t a t o
dos pneus com a pavimentação; do f r e i o e das b u z i n a s . 0
ruído do tráfego, depende do f l u x o de veículos, da g e o m e t r i a
e m a t e r i a i s p r e s e n t e s .
E x i s t e m vários métodos p a r a se m e d i r o nível de ruído,
mas p r o c u r a - s e chegar a um único índice, h o j e é m u i t o
u t i l i z a d o o Nível e q u i v a l e n t e de e n e r g i a ( L e q ) , que é
d e f i n i d o p e l a expressão
Leq = L5 0 + - — —
onde: Lio e L
9 0são os níveis e x c e d i d o s em 10% e 90% do tempo
r e s p e c t i v a m e n t e , numa p e s q u i s a de 24 h o r a s .
Nas grandes metrópolis b r a s i l e i r a s já e x i s t e uma
preocupação com o e l e v a d o índice de poluição s o n o r a , um
e s t u d o r e a l i z a d o em São Paulo a p r e s e n t a índices b a s t a n t e
a l t o s como pode-se v e r na T a b e l a I I . 7 . O Conselho N a c i o n a l de
Trânsito - CONTRAN através da Resolução n° 448/71, d e t e r m i n o u
os níveis máximos permissíveis de sons e ruídos p r o d u z i d o s
p o r veículos em t o d o território n a c i o n a l .
Para veículos de p a s s a g e i r o s e de uso m i s t o ( e x c e t o
ônibus), m o t o n e t a s , m o t o c i c l e t a s e b i c i c l e t a s com m o t o r
a u x i l i a r é de 48 dBA.
T A B E L A H.7 - Resumo do Diagnóstico Sobre Ruído Urbano na Cidade de São Paulo. Tipo da Via índices - - ^ ^ ^ Vias de Uso Local Vias de Uso Local (próximas ao aeroporto) Vias Coletoras Vias Arteriais Vias Expressas
Média nas Horas de Pico
Lio
(dBA) 63 69 77 81 81
Média nas Horas de Pico
L90
(dBA) 52 52 62 70 73
Média nas Horas
de Pico u ,
(dBA) 62 70 73 78 79
Média nas Horas de Pico
TNI 68 91 90 80 75
Média Fora das Horas de Pico
Lio
(dBA) 66 72 76 81 81
Média Fora das Horas de Pico
L90
(dBA) 52 53 62 69 73
Média Fora das Horas de Pico
(dBA) 64 70 73 78 79
Média Fora das Horas de Pico
TNI 78 94 90 87 75
o u t r o s . Então as medidas tomadas devem s e r na p r o c u r a de
soluções que venham m e l h o r a r a q u a l i d a d e de v i d a dos
h a b i t a n t e s das g r a n d e s c i d a d e s , m e l h o r a n d o os veículos p a r a
que emitam menor nível de ruído, d e s v i a n d o o tráfego ou dando
mais f l u i d e z a e s t e p a r a que não cause d e s c o n f o r t o e
irritação aos p a s s a g e i r o s e h a b i t a n t e s dos g r a n d e s c e n t r o s .
2.2.3 - Poluição V i s u a l
A poluição v i s u a l não causa g r a n d e s danos ao meio
a m b i e n t e e às pessoas, se comparada com as o u t r a s f o r m a s de
poluição,mas causa g r a n d e s t r a n s t o r n o s aos h a b i t a n t e s das
áreas m e t r o p o l i t a n a s , t a i s como: d e s c o n f o r t o e irritação p a r a
quem c o n v i v e com e l a d i a r i a m e n t e .
- Origem da Poluição V i s u a l
Nas g r a n d e s metrópolis há n e c e s s i d a d e de se c o n s t r u i r
m u i t a s o b r a s de e n g e n h a r i a p a r a d a r passagem ao f l u x o de
tráfego. Logo e s t a s g r a n d e s construções como p o n t e s ,
v i a d u t o s , p a s s a r e l a s , f e r r o v i a s . Acabam c r i a n d o um c l i m a de
d e s c o n f o r t o às comunidades urbanas e as pessoas que t r a f e g a m
n e s t e s l o c a i s .
Segundo H u t c h i n s o n , 1979 o e n g a r r a f a m e n t o de trânsito, a
enorme q u a n t i d a d e de veículos, a fumaça que s a i do escape dos
automóveis também acabam c r i a n d o uma irritação nas pessoas,
hipertensão e o u t r o s males o r i u n d o s do d e s e n v o l v i m e n t o
tecnológico.
2.2.4 - Vibração
De um modo g e r a l , os p r o b l e m a s de vibração não assumem
grande importância, p r i n c i p a l m e n t e se comparados com o u t r o s
distúrbios causado p e l o tráfego ao meio a m b i e n t e e às
populações u r b a n a s . Há vários t i p o s de vibração com m u i t a s
o r i g e n s como colocação de e s t a c a s , compressores de a r ,
m o t o r e s de fábricas e o u t r o s . . A q u i estudaremos apenas a
vibração d e v i d o ao tráfego {COPPE/DENATRAN, 1 9 8 0 ) .
- E f e i t o s da Vibração
Os e f e i t o s da vibração são s e n t i d o mais na f o r m a de
f a d i g a ou d e s c o n f o r t o , p o r q u e quando da passagem de um
veículo g e r a vibração no s o l o e nas edificações v i z i n h a s ,
causando a movimentação dos componentes mais flexíveis de uma
edificação como p o r t a s e j a n e l a s , podendo o c a s i o n a r danos,
como pequenas r a c h a d u r a s nos m a t e r i a i s mais frágeis em
construções, p r i n c i p a l m e n t e em edificações a n t i g a s .
- Recomendações e Medidas de C o n t r o l e
As medidas recomendadas p a r a e l i m i n a r os p r o b l e m a s de
vibração são: p r o i b i r a passagem de veículos pesados nas v i a s
onde se p r e t e n d e r e d u z i r os e f e i t o s da vibração, d e s v i a n d o o
tráfego p a r a o u t r a s v i a s , redução de v e l o c i d a d e nas v i a s , ou
quando possível a f a s t a r as construções.
2.2.5 - ACIDENTES NO TRANSPORTE DE CARGAS E PRODUTOS
PERIGOSOS
0 t r a n s p o r t e de p r o d u t o s p e r i g o s o s é r e a l i z a d o através
de t o d a s as m o d a l i d a d e s de t r a n s p o r t e , sendo que, a m a i o r i a
dos c o n d u t o r e s e a m a i o r i a da população não tem c o n h e c i m e n t o
dos r i s c o s a que está e x p o s t a . Para que se faça o t r a n s p o r t e
de p r o d u t o s p e r i g o s o s , devem s e r tomadas sérias medidas de
c o n t r o l e , p a r a e v i t a r que, em caso de a c i d e n t e , venha c a u s a r
m a i o r e s danos às populações, como a p e r d a de v i d a s humanas, a
contaminação do s o l o , dos r e c u r s o s hídricos, biológicos e do
meio a m b i e n t e .
Cabe as a u t o r i d a d e s d e t e r m i n a r normas e f a z e r a
fiscalização em r o d o v i a s , p o r t o s , f e r r o v i a s , a e r o p o r t o s e
d u t o v i a s p a r a que não aconteçam a c i d e n t e s e f a z e r o
t r e i n a m e n t o do p e s s o a l que l i d a com t a i s p r o d u t o s p a r a que em
caso de a c i d e n t e saibam tomar as d e v i d a s prevenções.
Para m e l h o r c o n h e c i m e n t o d e s t e s p r o d u t o s , e s t e s f o r a m
d i v i d i d o s em 9 c l a s s e s de a c o r d o com o t i p o de p r o d u t o e
r i s c o a que estão s u j e i t o s . A s e g u i r vem a T a b e l a I I . 8 com
cada c l a s s e , característica e exemplo.
Tabela I I . 8 - Uma Classificação das Características dos
P r o d u t o s P e r i g o s o s
CLASSE
CARACTERÍSTICA
EXEMPLO
1
e x p l o s i v o s - d i n a m i n t e2
g a s e s - o x i g ê n i o3
l í q u i d o s i n f l a m á v e i s - q u e r o s e n e4
s ó l i d o s o u s u b s t â n c i a s - e n x o f r e i n f l a m á v e i s5
s u b s t â n c i a s o x i d a n t e s e - n i t r a t o d e a m ó n i a p e r ó x i d o s o r g â n i c o s - á g u a o x i g e n a d a6
s u b s t â n c i a s t ó x i c a s . e - ó x i d o d e m e r c ú r i o i n f e c t a n t e s - a c e t o n a c i a n í d r i c a7
s u b s t â n c i a s r a d i o a t i v a s - u r â n i o - c é s i o8
s u b s t â n c i a s c o r r o s i v a - s o d a c á u s t i c a - á c i d o s u l f ú r i c o9
s u b s t â n c i a s d i v e r s a s - p r o d u t o s ( m i s t u r a s , n ã o e n q u a d r a d a s em o u t r a s c l a s s e s ) .FONTE: SENAI-RGS, Serviço N a c i o n a l de Aprendizagem I n d u s t r i a l , D e p a r t a m e n t o R e g i o n a l do R i o Grande do S u l . T r a n s p o r t e Rodoviário de Cargas e p r o d u t o s p e r i g o s o s , 1992.