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Despertar: a descoberta da beleza através da mediação

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Academic year: 2021

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DESPERTAR: A DESCOBERTA DA BELEZA ATRAVÉS DA MEDIAÇÃO

Janaina Wuaden

RESUMO

O que é beleza para você? Hoje nossos conceitos de beleza são baseados nos estereótipos da “ditadura da magreza”, atual conceito vendido pela mídia. O fato é que, assim como a moda, esse conceito muda de tempos em tempos. Os meios de comunicação de massa não levam em consideração as características étnicas, sociais, culturais, psicológicas e principalmente biológicas de estrutura corporal de cada uma de nós, mulheres. Como conseqüência muitas mulheres sofrem com a sua condição corporal e iniciam um estado depressivo, isolam-se do mundo. A partir dos conhecimentos de Maria Aparecida Baccega, será possível compreender que é preciso haver a aceitação do seu corpo e assim descobrir que as fotografias apresentadas nas revistas, bem como as imagens criadas para televisão são mito e que qualquer mulher, com o mínimo de tratamento da imagem, pode ser uma supermodelo.

Palavras-Chave:Plus Size, Fotografia, Mediação, Mulheres e Novos Padrões de Beleza.

INTRODUÇÃO

Há cerca de dois anos, após uma pesquisa sobre moda plus size1 seguida de análise de anúncios de lingerie de uma mesma empresa, comparando anúncios plus size com anúncios comuns percebeu-se que havia, por parte daquela empresa, um grande descuido com as fotografias das modelos plus size. Não havia um tratamento adequado daquelas imagens e a empresa tentava passar a ideia da “gordinha feliz” ou da “gordinha engraçada” que são grandes estereótipos. Somando-se a isso, as lingeries não tinham um molde e materiais adequados para mulheres acima do peso.

Ao se fazer uma retrospectiva histórica do corpo ideal, podemos perceber, a exemplo das Madonas de Rubens, segundo Marchi (2009, p.28), mulheres com formas fartas como sinônimo de beleza. Vivemos um momento em que a mídia dita padrões de beleza e comportamento. O que ontem era o belo, hoje é grotesco, o que ontem era sinônimo de saúde, hoje é sinônimo de desleixo e ser magro é a nossa única escolha. Porém, é necessário encontrar a aceitação porque nem todas as mulheres possuem o mesmo padrão genético de

1 O termo plus size surge para definir os tamanhos dos manequins acima de 44 (em inglês, mais tamanho). Hoje também define o público que consome este tipo de moda (LÍBINI, 2012, disponível em

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peso. Este artigo, parte do Projeto Experimental para conclusão do Bacharelado em Publicidade e Propaganda, visa proporcionar às mulheres acima do peso uma bela imagem de si mesmas e quiçá abrir espaço para a aceitação do seu corpo.

Paolo Sorcinelli, em “Estudar a Moda: Corpos, Vestuários, Estratégias”, sugere que podemos hipoteticamente dizer que, quando olhamos para um corpo, procuramos características que nos agradam (SORCINELLI, 2008, p. 37). Que dependendo de como um corpo se apresenta, pode despertar2 desejo sexual no observador. Mas, o que mais o corpo pode despertar em nós através da visão?

Serão fotografadas mulheres de 20 a 35 anos que estejam acima do peso considerado ideal, no noroeste do estado do Rio Grande do Sul, mais especificamente na cidade de Ijuí e arredores. Estas imagens serão manipuladas com Photoshop para igualá-las às fotografias midiáticas e será realizada uma exposição fotográfica em ambiente acadêmico com o objetivo de demonstrar que toda mulher, mesmo fora dos atuais padrões de beleza, mais especificamente com relação ao seu peso, pode ser bela e sentir-se bela. Serão confeccionados e distribuídos materiais de divulgação do evento.

Os resultados desta experiência serão aqui debatidos em sequência, com um olhar para a mediação de conteúdos midiáticos.

A COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL DOS CORPOS

O corpo, segundo Castilho (2004, p. 46), é uma das nossas possibilidades de comunicação com o mundo. Nosso corpo é dotado de signos que comunicam de maneira inata e não verbal, além de nos permitir a comunicação através da interação com o outro. Assim sendo, nosso corpo é o que “nos torna presentes no mundo”.

A partir do momento em que tomamos consciência do nosso corpo sentimos a necessidade de retocá-lo, e Castilho (2004, p. 47) aponta que as transformações ocorrem porque o indivíduo quer ou acha necessário e que elas têm o poder de dar nova imagem e novo significado ao nosso corpo. Dessa forma, de acordo com as alterações que o indivíduo fizer no seu organismo estará se mostrando inserido em alguns grupos e excluído de outros, devido ao fato de expressar, além de tudo, o seu estado de espírito, suas crenças e valores.

2 O nome “Despertar” para este Projeto Experimental foi construído a partir das ideias de Sorcinelli (2008, p.37). Assim, serão explorados os conceitos de despertar para uma nova visão, despertar para novas ideias e buscar demonstrar isso através das modelos, fazendo uma relação entre o despertar para um “novo” padrão de beleza e o despertar para um novo dia.

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Castilho (2004, p. 56), fala sobre os significados do olhar e sobre a necessidade que temos de atrair os olhares como forma de nos apresentar e representar nosso papel em um grupo social, o que explica a busca pela individualização através de intervenções corporais.

A autora mostra o corpo como um discurso, que fica aberto às impressões provocadas no outro e pelo outro:

A constatação da presença do “outro” faz com que o corpo se reconstrua, revestindo-se de características culturais e adquirindo, portanto, uma noção de identidade de sujeito no discurso. Assim, na sua máxima individualidade, o corpo reflete a identidade que viu nascer das entrelinhas do discurso do semelhante, na apreensão de valores e significados pertinentes a seu grupo e que se organizam em seu ser, seu fazer e na sua estrutura, concepção e construção corpórea (CASTILHO, 2004, p. 58).

Assim, nossa aparência é um misto dos nossos anseios de representação do nosso ser, mesclado com a forma como somos percebidos, o que representa a nossa identidade.

Para tornar nossa comunicação verbal mais completa, a gesticulação e articulação do nosso corpo entra em funcionamento, relacionando diretamente a comunicação não verbal do nosso corpo com a comunicação verbal. Assim também Castilho (2004, p. 73-74), destaca que a comunicação gestual está carregada de significados culturais. Para ela, os comportamentos corporais e gestuais determinam a posição hierárquica do ser humano em sociedade.

O CORPO E A MÍDIA

Os autores Matos, Zoboli e Mezzaroba em “O corpo Obeso: Um Corpo Deficiente? Considerações a partir da Mídia” trazem questões sobre o momento em que a obesidade passou a ser sinônimo de algo negativo para a sociedade.Segundo eles, durante muito tempo a gordura corporal era sinônimo de riqueza, abundância e beleza e os padrões estéticos são ditados pelos valores culturais de cada época.

Além disso, o gordo transmite a imagem de amabilidade, carinho, fácil comunicação, imagem exatamente contrária ao que as pessoas magras transmitem, segundo Fishler apud Matos et al. (2012, p 02). Por outro lado, a gordura também foi classificada, nos estudos de Fishler, como sinônimo de trapaça, preguiça, sujeira, maldade, feiúra e bestialidade.

Stenzel apud Matos et al. (2012, p. 02) cita que houve uma evolução dos conceitos de comportamento, saúde e religião: as regras de etiqueta trouxeram novos valores como controle e restrição, a saúde evoluiu e descobriu-se que a gordura pode prejudicar nosso

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organismo e a religião pregava o jejum e a abstinência como virtudes. Esses podem ter sido fatores decisivos para as mudanças em relação à nossa imagem corporal.

Além disso, a mídia passou a divulgar os produtos diet e light como aliados ao emagrecimento e o corpo magro passou a ser sinônimo de beleza para as mulheres, assim como o corpo malhado foi para os homens. Dessa forma o corpo passou a ser tratado como uma mercadoria, da qual se deve obter lucro.

A partir desse momento, se a magreza passa a ser o “belo”, todo aquele que não se enquadrar nesse padrão será considerado feio. Dessa forma, a obesidade é considerada descontrole e desleixo com a saúde e, num mundo cheio de opções e produtos para emagrecer, ser gordo significa ser responsabilizado e culpado pela própria gordura.

Matos et al. (2012, p. 04) citam a lipofobia, que é a aversão a produtos gordurosos e ao próprio obeso, estimulada pela mídia, já que o gordo é visto como um transgressor das regras de alimentação e saúde e passa a ser excluído e alvo de piadas.

Hoje, segundo Matos et al. (2012, p. 04-05), as pessoas acima do peso sentem dificuldade nos relacionamentos e citam exemplos do campo emocional, familiar e profissional e, segundo eles, as exigências para manter um corpo feminino magro servem para desviar a atenção da mulher do campo profissional e deixar que o homem continue sendo soberano.

Eles refletem sobre o “gordo bom” e o “gordo mau”. O primeiro é aquele que aceita de bom grado o papel que a sociedade lhe impõe e tenta se redimir, caso contrário vira o “gordo mau”, usurpador do lugar do magro.

Matos et al. (2012, p. 9)passam então a fazer uma reflexão sobre o corpo, dotado de signos, que é a nossa forma de nos comunicar e estar no mundo. Eles também falam das nossas características culturais e citam que a identidade e a diferença são dois conceitos que andam juntos, criando os signos que nos caracterizam. Estes signos são por eles tratados como estigmas que são fatores negativos e de exclusão do indivíduo frente à sociedade.

“Quanto mais o outro é diferente, mais ele é reduzido à sua condição corporal” (MATOS et al. 2012, p. 10). Fazendo referência a esta citação, os autores pretendem exemplificar situações em que o indivíduo sofre com sua aparência e é avaliado sem piedade pelos olhos alheios, imaginando o porquê desta situação e visando a que isso nunca lhe aconteça. O corpo também pode ser considerado imagem de poder, na medida em que se classificam características corporais, de higiene, dentre outras, como inferiores e superiores.

Seguindo, Matos et al. (2012, p. 12) consideram que a mídia tem papel fundamental na inclusão e/ou exclusão. As revistas passaram a trazer informações de saúde, traduzindo a

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obesidade como um mal e dando dicas de como emagrecer. Também citam que a televisão tem um importante papel na medida em que padroniza os conceitos para difundi-los para o maior número de pessoas possível.

Em meio a tudo isso o gordo passa a se sentir persona non grata no mundo dos magros. Além da preocupação com a saúde do corpo precisa ainda se preocupar com a discriminação que certamente sofrerá e os autores citam “a vergonha, a culpa e o isolamento” (MATOS et al., 2012, p. 12) como fatores que destroem a sua auto-estima.

Interessante destacar que os autores apontam as regras do mercado com seus padrões visuais e estéticos pré-estabelecidos como preceitos que a mídia nos instiga a seguir para sermos considerados bonitos. Citam o exemplo de que é sempre o ator magro que ganha a posição de símbolo sexual, mas que já existem algumas inserções do gordo como atores e atrizes de destaque, cantores e até mesmo a moda plus size começa a ganhar destaque com alguns estilistas famosos desenhando roupas para pessoas “com formas mais arredondadas”, mas sempre visando ao consumo (Matos et al., 2012, p. 12-14).

Por fim, Matos et al. (2012, p.15) dizem que é preciso mudar essa situação freando a discriminação do diferente a partir de um estudo e maior conhecimento da Indústria Cultural, compreender como se formam os padrões de beleza, re-significar o corpo para que deixe de ser considerado objeto e pautar o cuidado do corpo muito mais centrado nas condições humanas do que nos padrões de consumo.

Podemos perceber que através deste estudo os autores trazem aqui algumas questões em relação à imagem que o corpo magro emite e a imagem emitida pelo corpo gordo. Também fazem a relação disso com a mídia e apresentam não o momento histórico, mas o momento cultural em que o corpo magro passou a ser sinônimo de beleza.

A INDÚSTRIA CULTURAL E O CONSUMO DE MODA

Para compreendermos de que maneira a mídia afeta nossos conceitos de beleza, é relevante compreendermos um pouco sobre o consumo de moda, que está diretamente ligado à nossa imagem corporal.

Com base nas ideias de Eloá Muniz, podemos atualmente classificar o consumo de moda como um “consumo de signos” na medida em que passamos a adquirir um estilo de vida, e não mais um produto e suas utilidades. O próprio produto, de acordo com Baudrillard

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apud Muniz, (2005, p. 43) é considerado um objeto-signo e representará o “tipo de pessoa” que você é ao adquiri-lo.

Os avanços da comunicação trouxeram inúmeras transformações, principalmente na economia que, globalizada, “cria uma ilusão de integração e homogeneização em outros âmbitos” (MUNIZ, 2005, p. 21). Isso acaba fazendo com que os consumidores, por trás de suas diferenças culturais, religiosas, políticas, dentre outras, apresentem padrões de consumo parecidos. A linguagem mercadológica é uma linguagem universal que ajuda a integrar o mercado global.

Nem sempre um produto massificado atende o mercado global, pois há muitas influências como a religião, poder aquisitivo, hábitos alimentares, dentre outras que acabam por desviar da compra. Assim sendo as indústrias tendem a adaptar o seu produto, de modo que alcancem um modelo glocal3.

Segundo Muniz (2005, p. 33-34) é função do marketing global criar constantes necessidades de consumo de bens populares, chamada estandardização, que pretende influenciar hábitos, crenças e o comportamento popular. Dessa forma, a publicidade influencia o desejo e encontra desculpas para o consumo de moda, em constante renovação, fazendo com que o consumidor compre peças novas, independentemente do estado de conservação das roupas do ano anterior (MUNIZ, 2005 p. 45). Aliada a isso temos também a possibilidade de mudança, variedade de cortes e diversificação proporcionada pela indústria.

Um importante ponto a destacar é a estratégia de vendas da alta-costura, que utilizava modelos de beleza que a autora classificou como irreal para vender seus produtos (MUNIZ 2005, p. 47). Desde tempos remotos a beleza já tinha a relevância que tem hoje e a autora exemplifica, através de imagens de anúncios de moda veiculados em revistas, o modo como o padrão estético é introduzido e difundido na moda como tendência mundial.

Muniz (2005, p. 48) indica que enquanto o prêt-à-porter pretende atender a sociedade massificada, fascinada pelo novo e o consumo, a alta-costura segue ditando mudanças constantes e individualismo.

Pode-se compreender então que foi criado um padrão corporal que facilitasse a venda de produtos de moda, mas que não leva em conta as individualidades genéticas de cada povo. A mídia, por sua vez, viu neste padrão um produto lucrativo e encarregou-se de difundi-lo.

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A MEDIAÇÃO NA FORMAÇÃO DO CIDADÃO CRÍTICO

Como dito anteriormente, baseamos nossa realidade nos conceitos e padrões difundidos pela mídia. Esses padrões são voláteis, mudam conforme sua possibilidade de lucratividade, não são humanos e sim capitalistas.

Desde 1950, data da chegada da televisão no Brasil, este meio de comunicação vem se infiltrando com êxito na cultura do país. Passou a ser visto como um objeto de culto à verdade dentro dos lares brasileiros e também em estabelecimentos comerciais. Para entender como funciona a sistemática deste meio de comunicação, a autora Maria Aparecida Baccega (2003, p. 11), no livro “Televisão e Escola, uma mediação possível?”, conta que primeiro é preciso desmistificá-lo e fazer as pessoas compreenderem que ele deve ser usado a favor da sociedade. É preciso ver que o seu conteúdo não é algo pronto, mas sim, algo que necessariamente deve ser pensado e discutido antes de ser aceito como verídico.

Assim como o ponto de vista das filmagens altera o modo como interpretamos as mensagens televisivas, também fatores como idade, sexo e o contexto no qual vivemos, dentre muitos outros aspectos, definirão a maneira como decodificaremos a mensagem passada neste meio. É preciso que nos posicionemos acima de todos estes aspectos, como que buscando uma visão panorâmica para poder completar as várias versões isoladas que cada expectador terá sobre o tema, com vistas à mediação.

Para que possamos resgatar vários conhecimentos parciais presentes em nosso cotidiano e mobilizá-los rumo à formação do cidadão – objetivo inscrito em patamar superior, no campo comunicação/educação, e que se desdobra em ações continuadas no nosso dia-a-dia dentro ou fora da escola -, faz-se necessário considerar as mediações que o gênero, a etnia, a faixa-etária, a religião, entre outros, e, sobretudo a classe social, inscrevem nessas possibilidades de conhecimento com as quais devemos nos inter-relacionar. Como suporte para a aproximação a essa totalidade, é fundamental um conjunto de conhecimentos científicos organicamente articulados, que nos permitam não só o conhecimento do indivíduo/sujeito, como também das possibilidades de direções que aquela sociedade, naquele determinado momento histórico, tem em construção e que estão virtualmente contidos nas possibilidades já desenhadas no horizonte (BACCEGA, 2003, p 15).

Ou seja, a autora quer nos dizer que cada ser humano produz, de acordo com a sua realidade, uma série de informações. Para que possamos transformar essas informações em conhecimento coletivo é preciso um olhar crítico embasado em conhecimentos científicos. Só assim poderemos então compreender a realidade como um todo e conquistar o poder de modificá-la.

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Ainda segundo Baccega, cada época que a humanidade vivenciou teve características diferenciadas e cada uma teve pontos positivos e negativos. A autora fala principalmente sobre a evolução da economia:

No capitalismo de mercado, primeiro momento, tivemos o incremento do capital industrial, principalmente em mercados nacionais (período entre 1700 e 1850); no segundo momento, o estágio do monopólio ou imperialismo, a abertura de mercados mundiais, organizados em torno de Estados-nação, com exploração das nações colonizadoras sobre as colonizadas, as quais forneciam matérias-primas e mão-de-obra barata; e, atualmente, na fase pós-industrial do capital multinacional, o terceiro momento, temos o crescimento de corporações internacionais e a consequente superação das tradicionais fronteiras nacionais (BACCEGA, 2003, p. 30).

Isso reforça as idéias de Eloá Muniz (2005, p. 28) sobre a vivência de uma cultura glocal, ou seja, o mercado depende dessa relação para continuar sua expansão. Bauman explica que além das transformações do mercado, outras transformações acabaram influenciando a cultura. Ele aponta mudanças na sociabilidade humana, como o sujeito de direitos, que deixa de ser apenas um cidadão e passa a ser um indivíduo que busca firmar seu espaço na sociedade. As organizações perdem a sua atmosfera de solidariedade coletiva e adotam um sistema de competitividade e disputa, o capitalismo. O Estado perde o caráter de proteção dos interesses do cidadão, gerando um ambiente de dúvidas e incertezas. Os fracassos passam a ser considerados de responsabilidade individual, não existe mais planejamento a longo prazo e ocorre a dissolução da aliança entre poder e política.

Segundo Bauman, vivemos “momentos líquidos”, nada é feito para durar e tudo muda muito rapidamente. Disso resultam muitas incertezas quanto ao nosso futuro, o culto às celebridades e o endividamento geral.

Baccega (2003, p. 31) diz que o avanço das tecnologias é o que influencia a rapidez das transformações sociais e de mercado e cabe aos meios de comunicação fazer essa ligação entre diferentes realidades. Essa ligação, porém, é precária visto que, os meios de comunicação apenas divulgam uma série de informações. Para que essas informações cheguem a se tornar conhecimento é preciso mediá-las.

A televisão é o meio de comunicação com maior alcance de público na atualidade e o conquista com muita facilidade, visto que utiliza som, imagens e estratégias como emoções e humor. Sempre que um conteúdo é exibido, outros tantos deixaram de ganhar visibilidade, ou seja, foi escolhido um determinado ponto de vista para que o expectador veja o mundo de uma determinada forma e não de outra. Isso significa que, de alguma forma, este conteúdo já foi mediado favorecendo o mercado, a política e a própria audiência televisiva.

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Quando começamos a falar, segundo Baccega (2003, p. 50-51), e entramos em contato com as palavras, que são a nossa forma de interação com o mundo, entramos também em contato com os estereótipos e conceitos que cada uma delas carrega. Estes estereótipos e conceitos nada mais são que os padrões aceitos pela sociedade. Assim, o estereótipo e o conceito são uma espécie de memória cultural e produzem uma “economia de energia”, à medida em que poupam a percepção. Porém, é preciso garantir que as pessoas não caiam no conformismo de pensar que a realidade é tal como se apresenta e tenham a possibilidade de perceber que é possível trabalhar essa realidade reduzida e ser voz ativa nesse processo.

O processo de criação do cidadão crítico é resultado de uma educação crítica, investigativa e mediadora, formadora de cidadãos capazes de perceber este processo de significação e ressignificação de conteúdos. Como comunicadores temos papel fundamental na abertura de espaços de mediação de conteúdo, que foi o caso da Exposição Fotográfica Despertar. Ela é o primeiro passo. Porém, para que complete o seu objetivo, é necessário se fazer uma avaliação sobre o conteúdo apresentado. Assim sendo, a conclusão deste projeto se encarregará deste fechamento.

FOTOGRAFIA PLUS SIZE: EXPERIÊNCIA PRÁTICA

Ainda refletindo sobre as ideias de Eloá Muniz, percebemos que autora apresenta a Fotografia Publicitária como um “texto fotográfico” (MUNIZ, 2005, p. 75). Ela descreve a fotografia como representação perfeita do “real”, característica essa aceita pela sociedade. Outra característica da fotografia é que requer uma interpretação, chamando o consumidor inconscientemente a interagir com a fotografia de um anúncio e assim criar valores e sentimentos em relação ao produto. O significado que o espectador formará sobre o anúncio depende de alguns conceitos de composição gráfica e envolve também os seus próprios conhecimentos e pontos de vista.

O que se quer com a composição de um anúncio que faz uso de fotografia é criar uma atmosfera que diga que o espectador poderá atender a todos os seus desejos com o produto em questão, refletindo o “real imaginário” (MUNIZ, 2005, p. 81). Portanto, a fotografia é utilizada como estratégia de convencimento do consumidor de que este “real imaginário” de fato existe.

A partir dos conhecimentos sobre a criação de estereótipos na nossa cultura, sociedade e mídia e sabendo da relação entre fotografia e realidade foi criada a estratégia da Exposição

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Fotográfica Despertar. Com o objetivo de quebrar paradigmas e estereótipos, esta exposição buscou apresentar mulheres fora dos padrões corporais aceitos pela sociedade para promover o estranhamento, a admiração e a reflexão individual das pessoas que por ali passassem.

Primeiramente foi construída uma carta de patrocínio que contava um pouco sobre a ideia do projeto, assinada pela aluna e pela professora orientadora. Em posse da carta ocorreu a busca de patrocínio. Foi conseguido patrocínio para fotografar gratuitamente no Centro de Eventos Vale Verde; para fazer cabelo e maquiagem das quatro modelos no Salão Nelson’s Cabeleireiros; para imprimir as 20 fotografias 20x30 gratuitamente no Estúdio Mauro Spinato Fotografias; empréstimo de roupas (lingeries, camisolas, chambres e caftas) nas lojas Kika Moda Íntima e na Loja Gamboa de roupas plus size (blusas, saias, camisas, vestidos, blazers e assessórios); também foi conseguido abatimento de 50% do valor do material de divulgação da exposição com a empresa Net Copy (convites, cartazes e banner).

Foram convidadas quatro mulheres com faixas etárias entre 20 e 35 anos de cidades de Ijuí e região e que tivessem relação com a aluna (autora): Fernanda Wuaden, irmã, residente em Cerro Largo – RS, Fabiana Fogliatto, parente, residente em Ijuí – RS, Carine Rasia, amiga, residente em Santa Rosa - RS e Ana Letícia Wildner, amiga, residente em Ijuí - RS. Foram providenciados documentos de autorização de uso da imagem, que foram assinados pelas modelos.

As fotografias foram planejadas em dois dias distintos, manhã e tarde, cada dia com duas modelos. No dia 2 de maio foram fotografadas Fabiana e Ana Letícia e no dia 5 de maio foram fotografadas Fernanda e Carine. Os preparativos para as fotografias envolveram a marcação de cabelo e maquiagem com bastante antecedência no salão, bem como o agendamento das fotografias no Vale Verde. No dia anterior a cada sessão foram escolhidas as camisolas e chambres na Kika Moda Íntima. As roupas da Loja Gamboa somente foram retiradas no dia de cada sessão, no intervalo entre o ensaio da manhã e da tarde, ou logo cedo pela manhã.

O planejamento das sessões fotográficas envolveu a escolha de um elemento marcante, que ficou definido como o batom vermelho, por representar a força e a beleza feminina, e com a definição do uso das camisolas para os ensaios fotográficos externos, representado o despertar para um novo dia e das demais roupas para os ensaios em estúdio, representando o despertar para a beleza plus size. Ainda para o processo de planejamento foi realizada a seleção de cerca de cem imagens com poses possíveis de serem utilizadas nas sessões. Depois dessa seleção de imagens foi feita uma triagem de dez imagens para cada modelo a ser fotografada, de acordo com a sua personalidade. Também foram adquiridos alguns tecidos a

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serem utilizados nas fotografias, e selecionadas algumas imagens de fotografias de mulheres com tecidos para ter uma ideia de como fotografar.

A câmera utilizada foi minha câmera pessoal, uma Nikon D3200, com lente 18 – 55mm. Os ensaios foram organizados para manhã no Vale Verde, as externas e à tarde no estúdio da Unijuí. Durante todo o planejamento dos ensaios fotográficos e da execução das fotografias tive o acompanhamento da minha professora orientadora, Sílvia Frantz que me auxiliou com a montagem da estratégia, com ajustes necessários na câmera, com a indicação de locações, com a relação com as modelos.

O pós-fotografia envolveu a edição das imagens em Photoshop. Fiz uma pré-edição de limpeza das fotografias, tirando as manchas do fundo fotográfico do estúdio e fazendo alguns ajustes nas fotografias externas como a retirada de elementos como cadeiras e mesas do quiosque ao fundo, fechando a copa das árvores para esconder os carros estacionados, tirando o tecido que foi colocado embaixo das modelos que deitaram no chão quando aparecia dos lados, dentre outros.

Depois desse processo ocorreu orientação inicial da professora Sílvia Frantz, que mostrou quais as ferramentas que poderiam ser empregadas para finalização da edição em Photoshop. Dentre elas foi utilizado o corte das imagens no tamanho a ser impresso; o ajuste dos níveis de luminosidade; o carimbo para extrair imperfeições e suavizar as feições das modelos; filtros como o extrair para a foto utilizada no material de divulgação; o filtro dissolver que promove o ajuste do corpo (auxiliando a diminuir a dimensão de algumas áreas, sempre de maneira sutil); para o tratamento da pele foram utilizadas as ferramentas superexposição e subexposição, que fizeram um ajuste de luminosidade; e para acabamento final foram realizados ajustes na cor seletiva e utilizado brilho e contraste. Podemos observar as melhorias nestes exemplos de antes e depois:

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Comparando as fotografias 1 e 2 podemos identificar a modificação na iluminação geral da fotografia, a limpeza do fundo fotográfico, a diminuição da cintura da modelo, a iluminação da pele e a vivificação das cores, em especial o amarelo.

Fotografia 3: Antes da edição

Fotografia 1: Antes da edição Fotografia 2: Pós edição

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Podemos observar que a fotografia 4 recebeu uma suavização do olhar, visto que a modelo estava de frente para o sol; o seu sorriso criou sombras na área das bochechas que foram suavizadas. Os cabelos que voavam desordenadamente foram excluídos da imagem, a maquiagem reforçada, a medalhinha foi subtraída, a barriga diminuída. A imagem teve um realce da cor e a pele da modelo foi iluminada.

Comparando a fotografia 5 com a fotografia 6 podemos verificar a melhoria da iluminação, o uso do filtro dissolver para diminuição do braço da modelo, o uso do carimbo para melhoria da região do pescoço e cabelos e a criação de sombra no lado esquerdo do rosto e pescoço, causando através de sombras a ilusão da diminuição das dimensões, dentre outras melhorias da imagem.

Fotografia 5: Antes da edição. Fotografia 6: Pós edição.

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Fotografia 8: Pós edição.

Na fotografia 8, a suavização do queixo e a retirada da “papada” foram imprescindíveis para dar à ela a característica de fotografia de revista. A pele também foi visivelmente iluminada com as ferramentas superexposição e subexposição.

Todas as alterações realizadas através da edição tiveram como único objetivo realçar a beleza das modelos. Em nenhum momento ocorreu a busca por torná-las magras, mas sim, por encontrar a simetria e valorização de suas características através de retoques que são comumente utilizados em revistas e fotografias de moda.

Depois da edição das fotografias foi iniciada a confecção dos materiais de divulgação. Para tanto, juntamente com a professora orientadora foi escolhida uma imagem, que foi tratada e utilizada nos convites e cartazes. Também foi feito um banner com a logomarca dos patrocinadores e do Projeto Experimental Despertar que ficou ao lado da exposição. Como materiais complementares foram feitos capa do livro de visitas da exposição, capas para os cd’s que foram entregues para as modelos com as suas fotografias, um cartaz com a explicação das idéias principais do projeto e o nome do projeto, que ficou exposto acima das fotografias.

Como forma de ampliar o alcance desta ação foi criado o blog do Projeto Despertar (http://projetodespertarrs.wix.com/ijui) e a página do Facebook (https://www.facebook.com/projetodespertarrs). Durante o período que antecedeu a exposição foram sendo postados materiais explicativos do projeto, como forma de preparar o público para o que iria visualizar, o convite da exposição e fotografias teaser. A ideia para o blog é seguir postando matérias e dicas para a valorização da mulher plus size. Já a página do Facebook continua com novas curtidas a cada semana, (atualmente, mais de 250) e está fazendo a exposição virtual das fotografias autorizadas pelas modelos.

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A abertura da exposição ocorreu no dia 9 de junho, às 19h30min e contou com cerca de 30 pessoas. Como forma de introduzir o tema foi feita uma fala sobre o projeto, explicando como surgiu a ideia, quais os objetivos desta proposta e inserida a discussão sobre preconceito e mediação. Da mesma forma foi falado sobre quem foram as modelos e os patrocinadores e feito um agradecimento, também mencionando a professora orientadora, Sílvia Frantz, o professor banca, André Gagliardi e o professor Márcio Granez, coordenador do curso e professor orientador do pré-projeto deste projeto experimental.

Por fim foi entregue um mimo às modelos, um batom vermelho. A escolha deste item se deu por ter sido utilizado como símbolo da beleza e da força da mulher, presente em todas as fotografias do Projeto Despertar. Quando da realização dos ensaios fotográficos foi constatado que nenhuma das modelos tinha batom vermelho, portanto, foi uma forma de agradecimento e de lembrá-las dos momentos que viveram, dos resultados alcançados e principalmente, da sua beleza.

Durante essa experiência foram vivenciadas muitas coisas marcantes através das modelos. A descoberta de uma roupa que nunca se imaginou vestir, mas que lhe caiu muito bem e ficou maravilhosa; usar um salto alto depois de anos; a primeira vez usando cílios postiços; o desafio de uma modelo de usar uma lingerie ousada, e a recusa de outra. Descobrir a modelo que está dentro de si; a primeira vez fazendo uma sessão de fotos. Também superei os meus limites e me descobri fotógrafa e editora. Enfim, pude perceber, como mulher plus size que também sou, que tudo depende de como você se sente com relação ao seu corpo.

CONCLUSÃO

Perceber-ser no mundo através do corpo e da fala são as nossas primeiras conquistas como seres humanos. Desde então passamos a conhecer uma série de significados que orientarão a nossa existência e uma série de normas cujo objetivo é nos conduzir ao sucesso. Essa é a base dos estereótipos.

A mídia viu nos estereótipos uma forma de lucro fácil, já que, ao padronizar o corpo, que é objeto deste estudo, pode facilmente definir tamanhos de roupas que utilizem pouco tecido e fazer todas as mulheres desejarem um corpo pequeno, podem criar padrões estéticos almejados pelas mulheres que não tem contato com o glamour da telinha e das revistas, criando um “real imaginário” facilmente vendido, ao invés de simples peças de roupas. E, num mundo cada vez mais global, é possível criar uma única peça, como por exemplo, uma

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camiseta, apenas mudando a estampa e customizando-a de acordo com a cultura local ou homogeneizando-a.

Todas estas imagens são vendidas como realidade e passam a ser cultuadas pela sociedade como único padrão aceitável não só de corpo, mas de vida. Exercícios físicos e cuidado com a alimentação, tratamentos estéticos e estar em dia com a saúde são exigências muito lucrativas. Nem sempre um corpo obeso é sinônimo de problemas de saúde. Em algumas situações é apenas o reflexo de um tipo físico.

O surgimento dos tamanhos maiores, o plus size, vem proporcionando a quebra de paradigmas sociais e culturais com relação ao peso. Apesar de ainda estar em fase inicial no país, encontrado em poucas lojas do interior do Rio Grande do Sul e acredito que no interior do país todo, este padrão de vestuário vem ganhando força através da internet. O plus size traz roupas mais modernas e bonitas, adaptadas para a realidade da mulher obesa ou com sobrepeso. O que acontecia antes disso era que roupas modeladas em mulheres magras tinham o seu tamanho ampliado, não levando em consideração que ao engordar, as formas não só aumentam como também mudam.

O maior problema ocasionado pelos estereótipos corporais ainda é o preconceito sofrido principalmente pelas mulheres. Quando não há o conhecimento da ação da mídia, além da dificuldade em aceitar o próprio corpo, ouvem comentários maldosos, perdem oportunidades de emprego e sofrem para conquistar um relacionamento duradouro. Todas essas reações culminam num círculo vicioso onde o isolamento se torna único consolo e desencadeia, em muitos casos, quadros depressivos.

Infelizmente a mediação parece não ter sido aplicada com êxito nas escolas e hoje convivemos com cidadãos já formados com um olhar pobre para o novo e para o diferente. Mas, o que fazer então para amenizar o preconceito?

Somente quando as pessoas se derem conta de que o mundo da televisão, e no caso desta pesquisa, o mundo da moda e das revistas necessita de mediação é que formaremos cidadãos críticos e ativos. Aceitar a realidade sem questionar é o que as empresas, a mídia, e até mesmo a política e a sociedade desejam, porque afinal de contas, é mais cômodo e econômico.

Quando percebi que a publicidade pode ir além do trabalho capitalista, o meu despertar como comunicadora ocorreu. Por isso decidi mediar este assunto e abrir os olhos das mulheres para a sua beleza particular. Precisamos despertar.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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REFERÊNCIAS

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TANCREDI, Thamires. Auto Estima em Alta! Como as Plus Size desafiam os padrões e fazem a moda render-se à beleza em qualquer tamanho. Revista Donna, Porto Alegre, 16 mai. 2015. Disponível em: < http://revistadonna.clicrbs.com.br/moda/autoestima-em-alta-

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