Tipos de cabos para sistemas de distribuição
• Pelo material componente – CA: Cabo de alumínio
– CAA: Cabo de alumínio com alma de aço • Pelo revestimento
– Nu
– Protegido – Isolado
Número de fios do cabo
• O cabo é um encordoado concêntrico de condutores composto de uma ou mais camadas helicoidais. O número de fios que compõe o cabo segue a regra:
- +1
Cabo CA Cabo CAA
Seções da série milimétrica
• As normas brasileiras identificam os condutores em
função da seção transversal em mm2.
• Na AWG (American Wire Gauge), o diámetro do condutor é identificado por meio de um código 1 a 36. Existem ainda os códigos adicionais 1/0, 2/0, 3/0 e 4/0. Para cabos maiores do que 4/0 substitui-se a série AWG pela série MCM.
Seções nominais normalizadas em mm2
0,5 0,75 1 1,5 2,5 4 6 10 16
25 35 50 70 95 120 150 185 240
Serie MCM
• A série MCM faz referencia à área da seção do condutor. 1 CM representa a área de um condutor circular cujo diâmetro é um milésimo de polegada.
ou
Exercício
• Determinar:
– A área em MCM, de um cabo 4/0 AWG, cuja seção transversal é 107,22 mm2
– A área, em mm2, e o diâmetro, em mm, de um
Cabos isolados
• Composição básica:
– Condutor metálico – Isolação
– Proteção externa
• Quanto à isolação são classificados em:
– Cabos isolados com papel impregnado – Cabos isolados com dielétricos sintéticos
• Termoplásticos: Apresentam menor resistência mecânica com o aumento de temperatura. Ex: Cloreto de polivinila - PVC, Polietileno – PE.
• Termofixos: Apresentam melhor desempenho com o aumento da temperatura. Ex: Polietileno reticulado – XLPE, borracha etileno propileno – EPR, policloropropeno, neoprene.
Temperaturas de operação para dielétricos
Dielétrico Temperatura admitida (oC)
Operação continua Operação de curto-circuito
Papel impregnado 65-80 160-250 PVC 70 150-160 PE baixa densidade 70 120 PE alta densidade 80 160 XLPE 90 250 EPR 90 250
Exemplo de componentes de cabo
isolado
• Condutor com isolamento XLPE, armadura
com fio de alumínio e cobertura de PVC. Tensão de isolamento 0,6 -1 kV
Corrente admissível em cabos
• A corrente admissível em cabos está ligada ao valor da temperatura que ele atingirá devido ao calor produzido pela circulação de corrente, efeito joule. Define-se
– corrente admissível em regime permanente;
– corrente admissível para regime de curta duração. • A corrente admissível é definida em função do
Equacionamento térmico
• A equação que rege o balanço térmico é:
Calor produzido por efeito joule = Calor transferido ao ambiente + Calor acumulado no cabo
Onde:
W=RI2: Quantidade de calor produzida por efeito Joule (W)
Q=cp: capacidade térmica do condutor (Joule/oC)
c=calor específico do condutor (Joule/oC.kg)
p: peso do condutor (kg)
:variação de temperatura do condutor (oC) durante o intervalo de tempo dt;
A: Área da superfície emissora de calor (m2)
K: coeficiente de dispersão de calor (W/ oC. m2) que engloba irradiação e convecção
: Diferença de temperatura entre o condutor e o ambiente
Corrente em regime – Cabos nus
Corrente admisível em Amperes
Resistencia ohmica do condutor na temperatura de regime em ohms/km Calor dissipado por conveccao, irradiacao ou calor recebido do sol em W/km
A dispersão de calor por convecção depende do número de Reynolds - sendo • <0,1 ao nível do mar:
• <0,1 a grandes altitudes (h>1000m): • 0,1<<1000:
• 1000<<18000:
Sendo : condutividade térmica do ar em W
: Elevação de temperatura do condutor sobre o ambiente em
Corrente em regime – Cabos nus
A dispersão de calor por irradiação tem-se pela equação de Stefan - Boltzmann:,
– : emissividade da superfície do condutor (0,23 e 0,9 para condutores novos e enegrecidos respectivamente). Nesta equação a temperatura é em K
– : Temperatura do condutor em K – : Temperatura ambiente em K
A equação completa para o calor absorvido do sol é:
: Azimute do sol em graus; : Azimute da linha em graus
No Brasil:
Corrente de regime – cabos protegidos
• Quando em um meio existe um gradiente de temperatura, a transferência de calor por unidade de área é expressa por:
K: Condutividade térmica,
: Resistividade térmica [moC/W}
• Em um condutor cilíndrico com diâmetro dc envolvido por capa protetora de
material isolante com diâmetro disol, a variação de temperatura por unidade de
calor absorvida (resistência térmica) em um elemento de espessura com 0,5 dc
<<0,5 disol é:
• Para um cabo protegido imerso no ar, tem-se
Exemplo
• Um cabo protegido imerso no ar, está operando com temperatura de 90 oC, a temperatura externa da capa
de proteção é 71,4 oC e a temperatura ambiente é 30 oC. Os diâmetros externos do condutor e da capa de
proteção valem, respectivamente, 12,4 mm e 22,0 mm. A resistência ôhmica do condutor, medida em corrente alternada, na temperatura de operação, é 0,1589 ohms/km e a resistividade térmica da capa é de 3,5 m.oC/W. Pede-se a corrente que está fluindo
Corrente em regime – Cabos protegidos
• Na prática a temperatura da capa de proteção é desconhecida, resultando na necessidade de um processo iterativo:
– Passo 1: Inicialize a temperatura da capa no valor de temperatura do condutor.
– Passo 2: Calcula-se para a temperatura da capa externa, o calor transferido ao meio externo.
– Passo 3: Calcula-se a temperatura do condutor
– Passo 4: Caso não tenha sido alcançada a convergência, corrige-se a temperatura da capa usando um fator de aceleração e volta-se ao passo 1.
Exemplo
• Para um condutor protegido são dados:– Diâmetro do condutor: 12,4 mm;
– Temperatura de regime permanente: 90 oC;
– Resistencia do condutor em corrente alternada na temperatura de operação: 0,1589 ohms/km;
– Material de proteção EP, com resistividade térmica 3,5 m.oC/W;
– Diâmetro externo da capa de proteção: 22 mm;
– Instalação ao nível do mar, velocidade do vento de 2 km/h e temperatura ambiente de 30 oC;
– Emissividade da superfície do condutor 0,5.
Determine a corrente de regime permanente, de modo que o condutor opere com sua temperatura estabelecida.
Equacionamento térmico – grandes variações
de corrente
Considera-se:
• Resistividade ôhmica do condutor variável:
– :resistividade do material condutor nas temperaturas 0 e oC.
– : coeficiente de variação da resistividade com a temperatura.
• Todo o calor produzido por efeito Joule é armazenado no condutor :
Equacionamento térmico – grandes variações
de corrente
• Após integração:
– : peso especifico do material
• Para aplicações de curto circuito e considerando condutores de cobre e alumínio:
I: intensidade da corrente em kA;
S: área da seção transversal do condutor em mm2
Tcc e Treg: Temperatura do condutor em curto circuito e em regime em oC. t: tempo durante o qual houve circulação de corrente de curto circuito em s.
exemplo
• Para condutores com seção nominal de 120,
240, 300 e 400 mm2, de uma família de
condutores de alumínio, isolados com PVC, termoplástico, com temperaturas admissíveis em regime permanente e em curto circuito de 90 oC e 160 oC respectivamente, pede-se as
curvas do tempo de suportabilidade da corrente de curto circuito.
Curvas tempo-corrente do exemplo anterior
101 102 10-3 10-2 10-1 100 101 Corrente (kA) T em po ( s) 120 mm2 240 mm2 300 mm2 400 mm2Corrente em regime – Cabos isolados
• Cabos isolados podem ser:
– Unipolares – Bipolares – Tripolares – Pré-reunidos
• Quanto a instalação podem ser
– Ao ar com ou sem exposição à radiação solar
– Ao ar em eletroductos com ou sem exposição ao sol – Diretamente enterrados
– Enterrados em eletroductos – Em canaletas enterradas – Em bancos de ductos
Correção por efeito pelicular e de
proximidade
• Efeito pelicular onde • Efeito de proximidade com: média geométrica da distancia entre os eixos dos cabos em mm.
: diâmetro do condutor em mm.
Valores experimentais de K
se K
ppara
condutores de cobre
Tipo de condutor
Construção
Não impregnada impregnada
Ks Kp Ks Kp
Redondo encordoado normal 1 1 1 0,8
Redondo compactado 1 1 1 0,8
Redondo segmentado --- --- 0,435 0,37
Anular --- --- --- 0,6
Corrente em regime – Cabos isolados
• Além das perdas no condutor, os cabos isolados apresentam:
– Perdas na blindagem e na armação: as perdas na blindagem e na armação são devidas à presença de correntes circulantes e correntes parasitas.
Cálculo de mutuas térmicas (método das
imagens)
• : Elevação de temperatura de um condutor do grupo i em graus K.
• : Calor dissipado nos condutores do grupo k em W/km; • : resistividade térmica do meio em km.K/W
• : Distancia entre o eixo central do grupo i e o eixo central da imagem em relação à terra, do grupo k em mm;
• : Distancia entre os eixos dos grupo i e k em mm.
Grupos de condutores
G1 G2 G-n G-i G-k G-j ���′ ��� ′ ��� SoloExemplo
• No interior de uma fábrica deseja-se instalar
cabos unipolares sobre bandeja para
transmitir 1500 A a 15 kV em um sistema trifásico. A temperatura ambiente máxima é 30oC e existe circulação livre de ar.
Exemplo
• Para alimentar uma fábrica com uma carga de 5 MVA precisa-se instalar um cabo desde o limite da propriedade até a subestação. A tensão de operação é de 23 kV e a
temperatura do terreno é de 20 oC. A
resistividade térmica do terreno é de 120 o
C-cm/W e se tem um fator de carga de 75%. • Especifique o condutor a utilizar.