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Sociolinguística e o ensino de língua portuguesa: uma abordagem pedagógica para sala de aula

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Ellem Kyara Pessoa dos Santos

Universidade Federal da Paraíba ellem_kyara@hotmail.com

Maria do Socorro Silva de

Aragão

Universidade Federal da Paraíba Universidade Federal do Ceará

socorro.aragao@terra.com.br

Sociolinguística e o ensino de língua

portuguesa: uma abordagem pedagógica

para sala de aula

RESUMO: O presente artigo tem por objetivo discutir o uso das variedades

linguísticas em sala de aula. Nessa direção, o intento é promover uma

reflexão crítica acerca da Sociolinguística aplicada ao ensino, ou seja, a

Sociolinguística Educacional. Uma vez que, a Sociolinguística investiga o

fenômeno da diversidade linguística, a qual se realiza em quatros níveis,

que serão abordados nesse estudo. A proposta, portanto, é compreender

como os professores de Língua Portuguesa da Educação Básica utilizam a

Sociolinguística em sala de aula e de que forma eles promovem essa

discussão, se está sendo produtiva ou não. E, como nós, pesquisadores,

podemos favorecer subsídios para melhorar tais aulas. Esta pesquisa está

ancorada em alguns referenciais teóricos, como Rodolfo Ilari (2001),

Marcos Bagno (2004, 2008), Maria Cecília Mollica (2004), entre outros.

Além, também, de alguns documentos educacionais como os PCNs (1997).

Para apresentar a relevância da Sociolinguística em sala de aula

buscar-se-á aplicar as teorias, que fundamentarão este trabalho, à heterogeneidade

linguística, a qual ocorre em virtude da língua ser viva, dinâmica e estar em

constante evolução. Nesse viés, explora-se, ainda, questões como o

preconceito linguístico. Salientando, inclusive, a importância do trabalho do

docente frente a essa problemática. Busca-se, portanto, propiciar uma

reflexão crítica acerca da diversidade linguística e sua concreta aplicação

na prática de sala de aula. Destarte, almeja-se contribuir positivamente

para o ensino de língua portuguesa.

Palavras-chave: Sociolinguística; Ensino; Variedade linguística; Língua

portuguesa.

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SOCIOLINGUÍSTICA E O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA... Afluente, UFMA/CCEL, v.5, n.15, p. 307-323, jan./jun. 2020 ISSN 2525-3441

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INTRODUÇÃO

Nesta pesquisa buscamos refletir acerca do ensino das variações linguísticas em sala de aula, para tanto, faremos algumas explanações sobre concepções que estão em torno da Sociolinguística, tais como o seu tratamento e ensino em

sala de aula e a questão do preconceito linguístico. Para tanto, nosso objetivo com este estudo é de apresentar uma proposta de abordagem do uso dessa ciência aplicada ao ensino de Língua Portuguesa, para isso, exibimos estratégias didáticas que proporcionam o ensino de conteúdos gramaticais sem que estes se destaquem como o principal objetivo do ensino do Português.

Levaremos em conta, neste estudo, o fato de que as aulas de gramática ocupam a maior parte do tempo da disciplina de língua portuguesa, deixando muitas vezes em segundo plano as aulas de literatura e de produção textual, tendo em vista que esses três segmentos são constituintes de um todo, e, dessa forma, não devem ser trabalhados de forma desarticulada. Isso ocorre, na maioria das vezes, por uma concepção formada nas escolas e até mesmo por alguns professores, os quais enxergam a gramática como de mais relevância no ensino de língua portuguesa, talvez porque considerem alguns aspectos gramaticais relacionados à comunicação como importantes. Tal metodologia dirige-se, assim, a dar ênfase ao ensino da norma padrão, e, desenvolver no alunado uma linguagem estigmatizada como falar de prestígio, esquecendo-se, consequentemente, de desenvolver habilidades de leitura e escrita.

Desse modo, objetivamos expor por meio da relação entre a Sociolinguística e o ensino, maneiras de trabalhar a língua portuguesa através das variações linguísticas, sem deixar de abordar a literatura, o ensino da gramática e o da produção textual. Para tal, ancoramos este estudo em alguns referenciais teóricos, como Rodolfo Ilari (2001), Marcos Bagno (2004, 2008), Maria Cecília Mollica (2004), entre outros. Além, também, de alguns documentos educacionais como os PCNs (1997). Para tanto, realizou-se uma pesquisa qualitativa, do tipo descritiva, quanto a coleta de dados, esta se deu por meio de levantamento bibliográfico.

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É importante destacar, ainda, que intentamos em não omitir a linguagem do aluno, mas, por outro lado, buscar destacá-la e usá-la como artefato nas estratégias que visam propiciar que o hábito da leitura, da elaboração textual e do aprendizado de conteúdos gramaticais sejam desmistificados dos pré-conceitos e preconceito que os alunos aprenderam, no discorrer de sua escolarização, em torno de como falar o português, do que é considerado “certo” e “errado” na língua.

Neste sentido, elaboramos uma pesquisa visando promover uma consciência social diante do ensino da Língua Portuguesa, evidenciando o contexto social e cultural dos alunos, permitindo, assim, que por intermédio das variações linguísticas a competência discursiva e a consciência linguística do aluno sejam desenvolvidas, uma vez que vivemos em um meio social que apresenta marcas da diversidade linguística.

SOCIOLINGUÍSTICA E ENSINO: O TRATAMENTO DA HETEROGENEIDADE DA LÍNGUA

A Sociolinguística é uma área de estudo que busca investigar a língua em uso nos contextos social e cultural. Desse modo, pode-se afirmar que a Sociolinguística observa e examina a relação entre língua e sociedade, investigando, por efeito, o uso da linguagem na sociedade, em especial, suas marcas de natureza heterogênea, visto que a diversidade é inerente à linguagem humana, como bem explana Mollica (2004):

Todas as línguas apresentam um dinamismo inerente, o que significa dizer que elas são heterogêneas. Encontram-se assim formas distintas que, em princípio, se equivalem semanticamente no nível de vocabulário, da sintaxe e morfossintaxe, do subsistema fonético-fonológico e no domínio pragmático-discursivo. O português falado no Brasil está repleto de exemplos (MOLLICA, 2004, p. 9).

Tendo em vista a diversidade linguística encontrada no português brasileiro é que afirmamos que o ensino da língua materna no Brasil não só deve, como pode atender às diferenças culturais, sociais e linguísticas do alunado, uma vez que o objetivo da escola dever ser o de “facilitar a incorporação ao repertório linguístico dos alunos de

recursos comunicativos que lhes permitam empregar com segurança os estilos monitorados da língua, que exigem

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mais atenção e maior grau de planejamento” (Bortini-Ricardo, 2005, p. 131). Dessa forma, é imprescindível que os professores de Língua Portuguesa busquem conhecer o

repertório linguístico (repleto de marcas

culturais/regionais/sociais) de seus educandos, deixando, consequentemente, de lado o preconceito.

Nesse prisma, acreditamos, que, faz-se necessário que a escola reconheça as variadas características utilizadas pelos seus alunos no uso da língua. E, além disso, busque habilitá-los na ampliação de seus repertórios linguísticos. Pois, se assim o fizer, os alunos farão uso da linguagem de forma consciente, ou seja, adequando-a aos diversos contextos e situações nos quais estiverem inseridos. É, ainda, pertinente que esse uso esteja livre do conceito estigmatizado, dos gramáticos conservadores, de “certo” e “errado”, mas que esteja, por outro lado, vinculado à perspectiva sociolinguística de “adequado” e “inadequado”. Como bem nos evidencia os PCNs (1997):

A questão não é falar certo ou errado, mas saber qual forma de fala utilizar, considerando as características do contexto de comunicação, ou seja, saber adequar o registro às diferentes situações comunicativas. É saber coordenar satisfatoriamente o que falar e como fazê-lo, considerando a quem e por que se diz determinada coisa. É saber, portanto, quais variedades e registros da língua oral são pertinentes em função da intenção comunicativa, do contexto e dos interlocutores a quem o texto se dirige (BRASIL, 1997, p. 26).

Por conseguinte, os Parâmetros Curriculares Nacionais (doravante PCNs) asseveram que a escolarização não só deve capacitar os educandos para o mercado de trabalho, mas, além disso, deve instrumentá-los nas habilidades comunicativas, críticas, reflexivas e interacionais. Tendo em vista que:

Dessa forma, consciente e responsável, o aluno poderá fazer previsões e escolhas adequadas na fala/escrita, bem como olhar para o texto de forma crítica, ampliando os significados para além da palavra escrita. Poderá ver-se no texto e ver o texto como objeto, dialogar com o “outro” que o produziu, criar seu próprio texto (BRASIL, 1997, p. 22).

Nesse viés, percebemos que ensinar a Língua Portuguesa por meio de uma direção exclusiva, pautada na gramática normativa, estar-se-á favorecendo, apenas, um panorama: o da norma culta ou norma de prestígio. Logo, as inúmeras possibilidades de enxergar e entender a língua ficam, por sua vez, limitadas. Posto que, “uma receita de

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bolo não é um bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um mapa-múndi não é o mundo... Também a gramática não é a língua.” (BAGNO, 2004, p. 9)

Portanto, para que o aluno apreenda e reflita acerca da heterogeneidade da língua e de seu uso nas diversas situações comunicativas, é preciso que a escola desempenhe com objetividade o ensino da variação linguística em sala de aula, buscando, dessa maneira, efetuar de forma satisfatória e produtiva o estudo acerca da diversidade linguística do nosso país. Nessa perspectiva, Bagno (2008) reitera:

A variação linguística tem que ser objeto e objetivo do ensino de língua: uma educação voltada para a construção da cidadania numa sociedade verdadeiramente democrática não pode desconsiderar que os modos de falar dos diferentes grupos sociais constituem elementos fundamentais da identidade cultural da comunidade e dos indivíduos particulares (BAGNO, 2008, p.16).

Realizada essa rápida exposição acerca da Sociolinguística e o ensino das variações linguísticas em sala de aula, explanaremos na próxima seção algumas reflexões sobre o preconceito linguístico no espaço escolar e fora dele.

O PRECONCEITO LINGUÍSTICO: UMA QUESTÃO SOCIAL E LINGUÍSTICA Considerando o fato de a língua ser um traço cultural entre àqueles que dela fazem uso, é que reconhecemo-la como patrimônio cultural de um povo. As marcas culturais, por exemplo, são facilmente notadas na linguagem empregada pelos falantes, seja pela sua classe social, idade, sexo, região onde vive e/ou nível de escolaridade. Tais especificidades manifestadas na fala dos sujeitos resultam naquilo que conhecemos como diversidade linguística.

De acordo com Antunes (2009):

[...] nossa língua nos deixa ver de onde somos. De certa forma, ela nos apresenta aos outros. Mostra a que grupo pertencemos. É uma espécie de atestado de nossas identidades. Revelamo-nos pela fala. Começamos a dizer-nos por ela. Simplesmente pela forma, pelos sons, pela entonação, pelo jeito com que falamos. Antes mesmo que nos revelemos pelas coisas que dizemos. As ideias, se dizem de nós, só vem depois do que disseram nosso sotaque, nossas

escolhas lexicais e opções sintáticas (ANTUNES, 2009, p.96).

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Entendemos, nessa direção, que diversidade linguística é o fenômeno de heterogeneidade que ocorre nas línguas vivas, por estas serem dinâmicas, estarem constantemente em transformação, ampliação, conforme a evolução da sociedade.

Desse modo, entender a língua na sua estreita relação com a cultura e a sociedade é de fundamental importância para que se possa compreender que essa diversidade é inerente à própria língua, apesar de seus falantes, na maioria das vezes, não repararem nas mudanças que ocorrem no decorrer do tempo (variação diacrônica), no espaço (variação diatópica), nas diversas situações comunicativas (variação diafásica) e nos diferentes extratos sociais (variação diastrática).

Adjacente às variações linguísticas encontra-se o preconceito linguístico, que é baseado em uma discriminação causada pela intolerância àqueles que utilizam variações linguísticas, gírias, regionalismos e outras múltiplas possibilidades que ocorrem na fala. Faz-se necessário ressaltar, ainda, que essa problemática não é de hoje, vem sendo perdurada há muitos anos tanto no seio das comunidades linguísticas, quanto nas instituições de ensino, nesta última o maior disseminador do preconceito é o professor de Língua Portuguesa. Todavia, sabemos que essa postura docente só contribui para a que o preconceito linguístico seja consolidado. Por outro lado, urge que a escola dilua esse tipo de concepção equivocada acerca da língua. E, em contrapartida, busque conscientizar os alunos da utopia da homogeneidade linguística, até por que se uma língua é viva, logo, pressupõe que está em constante transformação, sendo, portanto, heterogênea.

Sobre isto, Dias (1996) assevera:

[...] a escola ainda opta somente pela veiculação da língua cultivada pela tradição gramatical, cristalizando a variedade padrão como única correta e excluindo as demais como “formas incorretas”, “erros”, “desvios”. Em outras palavras, a escola considera a norma padrão-culta linguisticamente superior a todas as outras variedades (DIAS, 1996, p.19).

Face ao exposto, consideramos que as contribuições da Sociolinguística Educacional são de extrema relevância para o tratamento das variações linguísticas em sala de aula. Visto que promoverá, qualitativamente, uma melhor compreensão no que diz

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respeito à diversidade linguística. Fazendo com que educador e educando passem a enxergar a língua como viva, heterogênea e permeada de variações.

Nesse viés, os PCNs (1997) destacam que:

[...] o estudo da variação cumpre papel fundamental na formação da consciência linguística e no desenvolvimento da competência discursiva do aluno, devendo estar sistematicamente presente nas atividades de Língua Portuguesa (BRASIL, 1997, p. 981-82).

Posto isto, fica evidente o dever da escola em reconhecer, ensinar e esclarecer os alunos acerca do Português não-padrão paralelamente ao ensino da norma padrão-culta, isto é, o trabalho com as variações linguísticas em sala de aula não devem provocar nenhum tipo de distanciamento linguístico, até porque a língua que se estará ensinando é a mesma. Assim sendo, as aulas de Língua Portuguesa devem promover uma prática reflexiva, indo além de uma mera apreensão de regras gramaticais.

Sobre isto, Santana e Neves (2015) asseveram:

O que se espera da escola e dos docentes é uma mudança nesta concepção do que é ensinar uma língua para o próprio falante do idioma. Que deixe de olhar para a gramática como se fosse um livro sagrado e olhe mais para os estudantes de língua Portuguesa, não como assassinos da língua, mas sim continuadores. A falta de conhecimento dos docentes e das escolas de ciências como a Linguística e a Sociolinguística deixa o ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa intolerante (SANTANA E NEVES, 2015, p.87).

Diante de tais discussões, pensar no preconceito linguístico nos faz refletir sobre a seguinte questão: será que tal preconceito é uma problemática de cunho apenas linguístico ou também social? Ao refletirmos sobre esta indagação, sumariamente, conseguimos reconhecer que o preconceito linguístico vem, a cada dia, sendo reforçado em diversos contextos, sejam eles sociais e/ou midiáticos. Logo, parece-nos que não se trata de uma aversão apenas linguística, mas social e ideológica. Sobre isto, Bagno (2004, p.43) assevera: “o problema não está naquilo que se fala, mas em quem fala o quê. Neste caso, o preconceito linguístico é decorrência de um preconceito social”.

Desse modo, faz-se necessário o combate ao preconceito linguístico, uma vez que ele existe, é disseminado através de novelas, propagandas, e até mesmo pelo livro didático. Mas para isso, é pertinente

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(re)pensar sua prática pedagógica e levar autenticidade para as aulas de Língua Portuguesa. A descentralização do livro didático, o qual é concebido, por muitos docentes, como recurso didático exclusivo, seria um bom começo.

Nessa perspectiva, o ensino de língua materna será mais

promissor, pois estará ancorado naquilo que o aluno (re)conhece, isto é, seu repertório, seu conhecimento prévio. E, isso torna o ensino mais significativo e envolvente. Pois, como bem defende Ilari (2001, p.11) “uma das características que empobrecem o ensino médio da língua materna é a pouca atenção reservada ao estudo da significação”.

Diante do exposto, fica nítida a importância da conscientização do corpo docente no que diz respeito ao desejo de mudança para, assim, buscar levar métodos mais atraentes, de modo que os alunos possam participar abertamente, tornando-os bons usuários da língua, fazendo com que eles compreendam a língua não mais como sistema fechado, mas como aberto, passível a modificações e atualizações a todo o momento. Além disso, tal iniciativa irá torná-los críticos o suficiente para combater o preconceito linguístico, a fim de minimizar este mal. Como pressupõe os PCNs da Língua Portuguesa:

[...] conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais (BRASIL, 1997, p. 15).

Nessa conjuntura, é imprescindível que docentes e discentes compreendam e reconheçam a riqueza e o dinamismo da língua, buscando entendê-la em seus diversos funcionamentos e usos. E, perceber, ainda, que a língua não se restringe apenas a noções e regras postas pela gramática. Assim sendo, corroboramos com Bagno (2008), quando este defende:

Seria mais justo e democrático explicar ao aluno que ele pode dizer “bulacha” ou “bolacha”, mas que só pode escrever bolacha, porque é necessária uma ortografia única para toda a língua, para que todos possam ler e compreender o que está escrito (Bagno, 2008, p. 69).

Exposto isso, na próxima seção tencionaremos nossa discussão em apresentar sugestões didáticas com o intuito de oportunizar e agregar o trabalho com as variações linguísticas em sala de aula.

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O TRATAMENTO DAS VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS EM SALA DE AULA: PROPOSTAS DIDÁTICAS A SEREM (RE)PENSADAS

É sabido que trabalhar a diferença em sala de aula é algo desafiador para o professor de Língua Portuguesa, uma vez que fazer uso de uma prática pedagógica centrada em uma educação de língua tradicional, isto é, dirigida pela gramática e norma-padrão é muito mais cômodo para o docente. Porém, compreendemos, ainda, que a Língua Portuguesa não é uniforme, aliás, é muito longe disso, pois é composta de muitas variedades, as quais representam a identidade linguística, cultural e social de um povo.

Desse modo, seria interessante uma modificação, em prol de uma evolução, nas aulas de língua materna, visto que estas devem oportunizar os alunos a possibilidade de entender as diferentes situações de uso da língua, fenômeno que decorre da heterogeneidade da língua chamado de variação linguística. Nessa direção, os PCNs mostram a importância do trabalho com as variações linguísticas para que os alunos enquanto falantes do português compreendam sua língua:

No ensino-aprendizagem de diferentes padrões de fala e escrita, o que se almeja não é levar os alunos a falarem certo, mas permitir-lhes a escolha da forma de fala a utilizar, considerando as características e condições do contexto de produção, ou seja, é saber adequar os recursos expressivos, a variedade de língua e o estilo às diferentes situações comunicativas: saber coordenar satisfatoriamente o que fala ou escreve e como fazê-lo saber que modo de expressão é pertinente em função de sua intenção enunciativa... a questão não é de erro, mas de adequação às circunstâncias de uso, de utilização adequada da linguagem (BRASIL, 1997, p.31).

Nessa perspectiva, dedicamos nossa discussão em apresentar algumas propostas para o tratamento das variações linguísticas em sala de aula a partir de textos literários. Atentamos para o fato de as variantes poderem ser encontradas não somente em obras literárias, mas em músicas, memes, propagandas, enfim, estão em todo lugar, a todo o momento, nos mais diferentes gêneros textuais. Encontramo-las na rua, no mercado, nas nossas casas, na própria comunidade escolar. Compreendemos, assim, que ao levar esse tipo de discussão para sala de aula o professor trabalhará, sobretudo, com algo que é familiar a todos os alunos, uma

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vez que faz parte do repertório linguístico, social e cultural deles.

Desse modo, entendemos o quão importante é orientar os discentes para que estes percebam o movimento que ocorre na língua. E, portanto, conduzi-los à reflexão das diferenças

linguísticas, fazendo-os enxergá-las não mais como erro, mas como produto do organismo vivo que é a língua. É, pois, nessa ótica, que concordamos com as Orientações Curriculares do Ensino Médio, quando estas afirmam que: “se as línguas variam no espaço e mudam ao longo do tempo, então o processo de ensino e de aprendizagem de uma língua – nos diferentes estágios da escolarização – não pode furtar-se a considerar tal fenômeno” (BRASIL, 2008, p.20).

A seguir, apresentamos algumas sugestões de textos literários que podem ser inseridos na aula de Língua Portuguesa de maneira que promova o ensino da diversidade linguística. Nosso objetivo é tornar o ensino de língua mais dinâmico e aprazível, fazendo com que os docentes (re)pensem suas estratégias didáticas a fim de otimizá-las e adequá-las às necessidades do alunado sempre que for preciso. Pois, como Bortini-Ricardo (2005, p.15) defende: “a escola não pode ignorar as diferenças linguísticas. Os professores e por meio deles, os alunos têm que estar bem conscientes de que existem duas ou mais maneiras de dizer a mesma coisa”.

Os textos os quais selecionamos são: “Vício na Fala” e “Pronominais” de Oswald de Andrade, “Antigamente” de Carlos Drummond de Andrade, “Aos Poetas Clássicos” de Patativa do Assaré. A nosso ver, seria pertinente, ainda, acrescentar uma música como, por exemplo, “Qui nem Jiló” de Luiz Gonzaga. Feita a seleção dos textos, valer salientar que logicamente o docente não iria apresentar tais textos de forma solta ou aleatória. Como sabemos toda e qualquer aula requer planejamento. Tendo isto como pressuposto, acreditamos que para promover um ensino significativo através de tais textos literários, seria interessante organizá-los em momentos ou etapas. Desse modo, acreditamos que a sequência didática seria, aqui, de grande valia. Uma vez que, as sequências didáticas são estratégias excelentes de articular e desenvolver

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diferentes atividades para aplicar/explicar um conteúdo. Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004, p.17) apontam que a sequência “é um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou escrito”.

Vale ressaltar que, como nosso propósito é discutir e explicitar possíveis propostas de ensino com as variações linguísticas, logo, não iremos apegar-se ao “como fazer uma sequência didática” (até por que não é nosso objetivo nesta pesquisa). Por outro lado, dedicamo-nos em ilustrar possíveis maneiras de introduzir e conduzir os textos supracitados nas aulas de Língua Portuguesa. Elencamos as propostas em etapas/momentos, da seguinte forma:

1º MOMENTO

• Conversa informal sobre o assunto, variações linguísticas, a fim de identificar o conhecimento prévio dos alunos. Nesse momento é importante que o professor leve para a sala de aula textos curtos extraídos do cotidiano dos alunos, das redes sociais, por exemplo. E a partir da familiaridade dos alunos com o texto, o docente inicie uma instigação, explorando imagens, a linguagem utilizada, as relações semânticas presentes nos textos, etc.;

• Introdução do tema - refletir sobre a língua e suas variações (diacrônica, diatópica, diastrática e diafásica). Tornar, aqui, compreensível o fato de a língua ser um conjunto aberto, flexível, múltiplo e, portanto, inesgotável. Aqui, através de uma aula expositiva e explicativa, o docente discutiria a heterogeneidade da língua, os diversos falares existentes em nosso país, em nossa comunidade linguística. Ajudando, portanto, o aluno a compreender que a língua de um povo não é um mero código, é, sobretudo, sua identidade, por isso é múltipla e ampla, sendo, portanto, inesgotável.

• Realizar leitura em voz alta dos textos “Vício na Fala” de Oswald de Andrade, “Antigamente” de Carlos Drummond de Andrade e da música “Qui nem Jiló” de Luiz Gonzaga. A partir

da leitura dos textos, estabelecer retomadas entre a linguagem empregada nos textos e a

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discussão realizada anteriormente. É pertinente, ainda, que o docente levante algumas questões a fim de instigar os alunos, dando-lhes voz para participar ativamente do processo de ensino-aprendizagem.

2º MOMENTO

• Discussão sobre o preconceito linguístico – para ilustrar, pode-se levar, por exemplo, alguns recortes de cenas de novelas;

• Reflexão acerca da noção de erro versus as construções possíveis da língua. A partir das cenas exibidas, o professor poderia fazer à turma algumas questões: a fala dos personagens é errada? Os nordestinos falam desse modo? Se é errada ou certa, por quê? A maneira como os atores encenam é risível? A partir desses e outros questionamentos, o docente levaria seus alunos a compreender que não existe erro, mas sim adequação, isto é, dependendo do contexto em que estivermos inseridos devemos adequar o nosso modo de falar para que haja comunicação. O professor deve enfatizar, ainda, que as telenovelas contribuem expressivamente com o preconceito linguístico oriundo do preconceito social (como já discutido outrora).

• O docente pode, ainda, sugerir para os alunos registrarem, na lousa ou no caderno, aquilo que eles consideram erro na Língua Portuguesa. Após o registro, o professor pode perguntar aos alunos o que os levaram a considerar tais anotações como erro. • Em seguida, realizar leitura em voz alta do poema “Pronominais”

de Oswald de Andrade. E do Cordel “Aos Poetas Clássicos” de Patativa do Assaré. Neste momento, é interessante que o professor oportunize os alunos a discutirem sobre o que os textos trataram, o que eles entenderam dos textos. Logo após, o docente desmistificaria a noção de “erro” tão solidificada pela sociedade e materializada pela escola.

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• Apresentação do gênero entrevista – constituição e funcionamento;

• O professor pode exibir variados exemplos de entrevistas (entrevistas realizadas com estudantes, com pessoas que moram na região sul e norte do país, escritores, políticos, agricultores, etc.). O objetivo, aqui, é que o aluno reconheça o gênero entrevista através dos vários suportes textuais, identifique as modalidades da linguagem oral e escrita no gênero, bem como saber apontar os diferentes tipos de variações linguísticas encontradas nos textos apresentados.

• Em seguida, os alunos, juntamente com o professor, irão construir roteiros de entrevistas para que em outro momento (extraescolar) possam entrevistar seus avôs, vizinhos, professores ou outros profissionais do bairro em que moram. Enfatizar que os perfis dos entrevistados devem ser o mais diversificado possível. O intuito desta atividade é fazer com que os discentes reconheçam que as variações estão em todo lugar, e isso ocorre porque a língua é viva. Desse modo, irão potencializar, ainda mais, o pensamento crítico acerca da diversidade linguística existente em seu país.

• Em outro momento, o professor pode socializar as entrevistas realizadas, promovendo um debate, dando aos alunos a oportunidade de relatarem a experiência que tiveram ao fazer a entrevista. Além do mais, esse é um momento muito importante acerca do trabalho desenvolvido, pois é o momento do feedback, ou seja, aqui o professor terá como detectar se os objetivos elencados para tal proposta foram alcançados ou não.

Como já dito anteriormente, nossa intenção não é a de trazer um planejamento didático pronto e acabado, como uma receita a ser rigorosamente seguida. Longe disso, nosso objetivo é o de ilustrar, aos docentes, através de propostas, possibilidades de fomentar uma discussão produtiva e significativa nas aulas de Língua Portuguesa por meio do diálogo entre língua, literatura e produção textual. Desse modo, o professor deve procurar compreender a importância da incorporação de

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conteúdos linguísticos por meio de obras literárias, sem necessariamente desassociá-los.

Ainda nessa direção, constata-se o quão notória é a dificuldade que os alunos têm de compreender sua língua, e, isso se dá pelo fato das aulas serem repetitivas, monótonas e

sempre guiadas pelo tripé escola-gramática-dicionário, triângulo este que contribui consideravelmente para a existência do preconceito linguístico, como bem explicita Marcos Bagno (2004, p.40) em sua obra Preconceito Linguístico.

Sobre isto, Santana e Neves (2015) evidenciam:

As aulas de Língua Portuguesa costumam centrar-se no ensino da gramática, ensinando centenas de regras, que muitas vezes se distanciam da realidade dos falantes brasileiros. Com isso, causam certa antipatia por parte dos estudantes, pois eles se sentem como aprendizes de um idioma estrangeiro que, por mais que se esforcem, dificilmente chegarão à fluência (SANTANA E NEVES, 2015, p.83).

Nesse viés, pode-se afirmar que, as propostas didáticas, que nesse estudo foram discutidas, visam diluir o cenário destacado pelas autoras supramencionadas. Vale enfatizar, ainda, que muitos outros textos literários e/ou metodologias poderiam/podem ser explanados como possíveis sugestões para o tratamento da variação linguística em sala de aula. Porém, nosso foco não é apontar um padrão de ensino. Mas, de conduzir o docente a (re)pensar sobre suas práticas, seus métodos e estratégias. Se o que ele está trabalhando em sala de aula está sendo instigante, produtivo, inovador, ou, se está sendo mais um a reproduzir o que tantos já fazem, e o que tantos outros admoestam.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Sociolinguística, estabelecida pela heterogeneidade da língua, mostra-se, atualmente, como uma das áreas da Linguística mais fértil. É possível notar, ainda, sua importância aplicada ao ensino, enquanto Sociolinguística Educacional, uma vez que fornece subsídios aos docentes em torno dos estudos da língua, levando-os a contribuir expressivamente nas aulas de

Português.

Nessa direção, desenvolvemos, nesta pesquisa, uma reflexão em torno do trabalho com as variações linguísticas

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em sala de aula por meio da inserção de obras literárias. Nossa pretensão é promover uma reflexão ao atual ensino de língua materna, bem como sugerir propostas didáticas com o intuito de incrementar qualitativamente o trabalho do professor de Língua Portuguesa.

O estudo realizado contribui, portanto, para a valorização da diversidade linguística existente no nosso país, e, sobretudo, para a minimização do preconceito linguístico. Pois, como discutido ao longo deste trabalho, o preconceito existe e precisamos combatê-lo. Mas, para isto, é importante que professores e alunos se conscientizem acerca da pluralidade da língua, desconstruindo, de uma vez por toda, a noção de homogeneidade linguística.

Portanto, compete ao corpo docente romper com o mito disseminado pela mídia, pela sociedade e, às vezes, pela própria escola de que existe uma forma “certa” e “errada” de falar. A conduta mais acertada é a de oportunizar os discentes o (re)conhecimento da língua enquanto patrimônio cultural, que sofre variabilidade conforme o tempo, espaço, contexto ou estrutura social. Fazendo-os, assim, refletir acerca do funcionamento da língua em seus diversos usos.

REFERÊNCIAS

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BAGNO, M. A língua de Eulália: novela sociolinguística. São Paulo: Contexto, 2004.

BAGNO, M. Preconceito Linguístico: o que é, como se faz? São Paulo: Loyola, 2008.

BORTONI-RICARDO, S. M. Nós cheguemu na escola, e agora?: sociolinguística e educação. São Paulo: Parábola Editorial, 2005.

BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Orientações Curriculares para o Ensino Médio: linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: SEB/MEC, 2008.

BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto; Secretaria de Educação do Ensino Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa, vol. 2. Brasília, 1997.

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DIAS, J. F. V. A concordância de Número nos Predicativos e nos Particípios Passivos na fala da região Sul: um estudo variacionista. Florianópolis. Dissertação de Mestrado, 1996. DOLZ, J., NOVERRAZ, N. e SCHNEUWLY, B. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: DOLZ, J. e SCHNEUWLY, B. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004.

ILARI, R. Introdução à Semântica. Brincando com a Gramática. São Paulo: Contexto, 2001.

MOLLICA, C. BRAGA, M. L. Fundamentação teórica: conceituação e delimitação. In: Introdução à Sociolingüística: o tratamento da variação. São Paulo: Contexto, 2004

SANTANA, J. O. NEVES, M.D. P. F. As variações linguísticas e suas implicações na prática docente. Revista Millenium, n.º 48, Viseu, 2015.

Recebido em 15 de abril de 2020. Aprovado em 18 de maio de 2020.

SOCIOLINGUISTICS AND PORTUGUESE LANGUAGE TEACHING: A PEDAGOGICAL APPROACH TO THE CLASSROOM

Abstract: This article aims to discuss the use of linguistic varieties in the classroom. In this direction, the intention is to promote a critical reflection on sociolinguistics applied to teaching, that is, Educational sociolinguistics. Since, Sociolinguistics investigates the phenomenon of linguistic diversity, which takes place in four levels, which will be addressed in this study. The proposal, therefore, is to understand how the Portuguese Language teachers of Basic Education use Sociolinguistics in the classroom and how they promote this discussion, whether it is productive or not. And, like us researchers, we can favor subsidies to improve such classes. This research is anchored in some theoretical references, such as Rodolfo Ilari (2001), Marcos Bagno (2004, 2008), Maria Cecília Mollica (2004), among others. In addition, also, some educational documents such as the Pcns (1997). In order to present the relevance of Sociolinguistics in the classroom, it will be sought to apply the theories that will support this work to the linguistic heterogeneity, which occurs

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because the language is alive, dynamic and constantly evolving. This bias also explores issues such as linguistic prejudice. Stressing, also, the importance of the work of teachers facing this problem. The aim is therefore to provide a critical reflection on linguistic diversity and its concrete application in classroom practice. Thus, the aim is to contribute positively to the teaching of the Portuguese language.

Keywords: Sociolinguistics; Teaching; Variety linguistics; Portuguese language.

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