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Formação em tecnologias e sistemas de informação em Portugal

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Academic year: 2020

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Universidade do Minho

Departamento de Sistemas de Informação

Rui Cândido Azevedo Ribeiro

Formação em Tecnologias e Sistemas de

Informação em Portugal

Dissertação de Mestrado

Mestrado Integrado em Engenharia e Gestão de Sistemas de Informação

Trabalho efetuado sob a orientação do

Prof. Doutor Luís Alfredo Martins do Amaral e

Prof. Doutor João Eduardo Quintela Alves de Sousa Varajão

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DECLARAÇÃO

Nome: Rui Cândido Azevedo Ribeiro

Endereço eletrónico: a66164@alunos.uminho.pt Telefone: 912760509 Cartão do Cidadão: 1019917

Título da dissertação: Formação em Tecnologias e Sistemas de Informação em Portugal

Orientadores:

Professor Doutor Luís Alfredo Martins do Amaral

Professor Doutor João Eduardo Quintela Alves de Sousa Varajão

Ano de conclusão: 2017

Mestrado Integrado em Engenharia e Gestão de Sistemas de Informação

É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO INTEGRAL DESTA DISSERTAÇÃO APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE.

Universidade do Minho, _____/_____/_________

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AGRADECIMENTOS

A presente dissertação de mestrado não poderia ser concluída sem a ajuda valiosa de várias pessoas.

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer aos meus orientadores, o Professor Doutor Luís Alfredo Martins do Amaral e o Professor Doutor João Eduardo Quintela Alves de Sousa Varajão, por toda a paciência, disponibilidade e profissionalismo com que me orientaram ao longo deste trabalho. Muito Obrigado.

À Inês, pelo incentivo, compreensão e encorajamento, sem ela nada disto seria possível. À minha família, em particular, aos meus pais pelo apoio constante.

Aos meus amigos, em especial ao Ailton Moreira, Brian Carneiro, André Costa, Luís Soares Luís Viera, pelo seu apoio e pela boa disposição.

Aos meus colegas de mestrado, pelos momentos de entusiasmo partilhados em conjunto. A todos os docentes da Universidade do Minho que me ajudaram neste percurso académico e aos diretores de curso das Universidades para as quais enviei inquéritos e que gentilmente me responderam.

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RESUMO

Atualmente as tecnologias e sistemas de informação são virtualmente indispensáveis para qualquer organização, seja qual for o seu ramo de atividade ou a sua dimensão, sendo necessário formar profissionais com as competências necessárias para satisfazer as suas necessidades.

Tal como a área de intervenção de um engenheiro em Tecnologias de Sistemas de Informação é abrangente, a oferta formativa também o é. O continente Europeu contém atualmente 55% da oferta formativa de Tecnologias e Sistemas de Informação existente no mundo, sendo que Portugal apresenta uma densidade de nível médio de cursos na área, sendo interessante analisar como se encontra essa oferta formativa.

A oferta formativa em tecnologias e sistemas de informação em Portugal é neste momento muito diversificada, mas não existindo informação agregada, estruturada e detalhada sobre a mesma.

Esta dissertação tem como finalidade apresentar uma caracterização da oferta formativa em Tecnologias de Sistemas de Informação em Portugal, seguindo as orientações do referencial da Association for Computing Machinery e Association for Information Systems denominado de MSIS 2016.

Para o desenvolvimento do trabalho foi usado o método survey, baseado em questionário, elaborado seguindo as orientações do referencial MSIS 2016, e direcionado a diretores de cursos na área das tecnologias de sistemas de informação em instituições de ensino superior público localizadas em Portugal.

Foram analisados treze cursos, verificando-se que todos cobrem pelo menos duas das competências representadas no MSIS 2016 e que 47% dos cursos cobrem todas as competências na sua estrutura curricular. Apenas dois cursos apresentam unidades curriculares com o nível mais alto de competências.

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ABSTRACT

Currently information technologies (IT) and information systems (IS) are virtually indispensable for any organization, regardless of their industry or size, and it is necessary to train professionals with the necessary skills to meet their needs.

As the area of intervention of an engineer in Information Systems Technologies is comprehensive, also is the training offer. The European continent currently contains 55% of the existing educational offer in Information Technology and Systems in the world. Portugal has a medium level density of courses in the area and it is interesting to analyze this training offer.

The educational offer in IT/IS in Portugal is currently very diversified, but there is no aggregated, structured and detailed information about it.

This dissertation aims to present a characterization of the training offer in Information Systems Technologies in Portugal, following the guidelines of the framework from Association for Computing Machinery and Association for Information Systems entitled of MSIS 2016.

For the development of the work the survey method was used, based on a questionnaire, elaborated following the guidelines of the MSIS 2016 framework, and directed to directors of courses in the field of IT/IS in public higher education institutions located in Portugal.

Thirteen courses were analysed, all of them covering at least two of the competencies represented in MSIS 2016, and 47% of the courses covering all competencies in their curriculum structure. Only two courses present curricular units with the highest level of competencies.

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ÍNDICE

Agradecimentos ... iii

Resumo... v

Abstract... vii

Lista de Figuras ... xi

Lista de Tabelas ... xiii

Lista de Abreviaturas, Siglas e Acrónimos ... xv

1. Introdução ... 17

1.1 Enquadramento ... 17

1.2 Finalidade e Objetivos da Dissertação ... 18

1.3 Estrutura do Documento... 18

2. Metodologia ... 19

2.1 Abordagem Metodológica ... 19

2.2 Processo de Investigação (Survey) ... 20

2.3 Estratégia de Pesquisa ... 22

3. Revisão de Literatura ... 25

3.1 Sistemas de Informação ... 25

3.2 Tecnologias da Informação ... 26

3.3 IS 2010 ... 27

3.3.1 Princípios e motivações para a elaboração do IS 2010 ... 29

3.3.2 Orientações sobre a profissão de Sistemas de Informação... 30

3.3.3 Sistemas de Informação como campo de estudo académico ... 33

3.3.4 Arquitetura do currículo de Sistemas de Informação ... 38

3.3.5 Especificações do IS 2010 para um curso ... 43

3.3.6 Conclusões da análise do IS 2010 ... 46

3.4 MSIS 2016 ... 47

3.5 Estudo “The Implementation of the AIS/ACM IS 2010 Curriculum by Top US Universities”. 50 3.6 Estudo “IS curriculum career tracks: a UK study” ... 52

3.7 Importância de um Currículo ... 55

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5. Conclusão ... 69

Referências ... 71

Apêndice I – Lista de Cursos ... 75

Apêndice II – Lista de Cursos da Área de SI ... 81

Apêndice III – Lista Final de Cursos da Área de SI ... 83

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Processo de Investigação ... 19

Figura 2 - Estrutura Geral dos Conceitos Básicos ... 37

Figura 3 - Proposta de uma Arquitetura para um Currículo de SI ... 39

Figura 4 - Modelo Reduzido de uma Arquitetura para Implementar um Currículo de SI ... 40

Figura 5 - Temáticas Obrigatórias do IS 2010... 42

Figura 6 - Estrutura das Competências do MSIS 2016 ... 48

Figura 7 - Cobertura do N.º de Competências por Curso ... 61

Figura 8 - Cobertura de Competências por Nível em cada Curso ... 62

Figura 9 - Cobertura de Competências ... 63

Figura 10 - Índice de Cobertura dos Cursos ... 64

Figura 11 - Percentagem de Cobertura de Competências em todos os Cursos ... 65

Figura 12 - N.º de Unidades Curriculares distribuídas por nível em cada Competência ... 66

Figura 13 - N.º de vezes que uma Cobertura é considerada por Curso ... 67

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Nomes de “Majors“relacionados com Computadores Reconhecidos pela AACSB 2007 ... 34

Tabela 2 - Representação do Projeto Curricular para os Estudantes de SI ... 36

Tabela 3 - Estrutura do Currículo Modelo ... 41

Tabela 4 - Exemplo da Estrutura de um Curso de SI numa Universidade Europeia. ... 43

Tabela 5 - Proposta duma Arquitetura dos Módulos em um Ambiente de Bolonha ... 49

Tabela 6 - Codificação dos Cursos ... 60

Tabela 7 - N.º de unidades curriculares de cada curso que cobrem as competências ... 61

Tabela 8 - Média de Competências por Curso ... 68

Tabela 9 - Lista de Curso Selecionados ... 75

Tabela 10 - Lista de Cursos da Área de SI ... 81

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÓNIMOS

Neste documento são utilizadas as abreviaturas, siglas e acrónimos listadas de seguida.

ACM Association for Computing Machinery AIS Association for Information Systems

AITP Association of Information Techonology Professionals ERP Enterprise Resource Planning

IS Information Systems

PLO Prescribed Learning Outcome TI Tecnologias da Informação

TSI Tecnologias e Sistemas de Informação UC Unidade Curricular

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1. I

NTRODUÇÃO

Neste capítulo, após o enquadramento do trabalho, são apresentados os objetivos da dissertação e a organização do documento.

1.1 Enquadramento

As áreas no campo da computação continuam a enfrentar mudanças rápidas e frequentes e, como resultado, os programas a nível superior na área das tecnologias e sistemas de informação (TSI) precisam de ser atualizados periodicamente de modo a se manterem adequados (Topi et al., 2010). As instituições de ensino superior têm normalmente um responsável por cada curso e um conjunto de pessoas que são responsáveis pela sua estrutura e atualização. De modo a apoiar os envolvidos na área de TSI (tanto educadores, como educandos e profissionais), a Association for Information Systems (AIS) juntamente com a Association for Computing Machinery (ACM), propuseram uma série de currículos-modelo de Sistemas de Informação (SI), que foram concebidos para abordar as tendências da indústria e definir um grau de padronização para todas as disciplinas de TSI (Topi et al., 2010). Estes modelos sofreram várias modificações desde que foram concebidos originalmente até hoje, sendo as últimas versões (no momento de elaboração desta dissertação) o IS 2010 Curriculum Guidelines for Undergraduate Degree Programs in Information Systems e o MSIS 2016 Global Competency Model for Graduate Degree Programs in Information Systems. Ambos os modelos contêm recomendações para manter e implementar um programa curricular na área de SI, com o âmbito e flexibilidade necessários para satisfazer as variadas exigências dos empregadores e da comunidade.

De acordo com o AIS Global Education Report de 2016, Portugal é um dos países da Europa com média densidade de programas na área de SI (Tan, Topi, & Weinmann, 2016, p. 47), pertencendo ao continente que contém a maior parte dos cursos na área (55%) (Tan et al., 2016, p. 1).

Mas, atualmente, a formação superior em TSI em Portugal apresenta-se muito diversificada e não existe informação agregada, estruturada e detalhada sobre ela. Isto representa um obstáculo a todos os interessados que pretendam obter informação sobre o assunto. A exceção é o trabalho experimental que se encontra em http://ftsi.sciencesphere.org/ e está na origem desta dissertação. A grande motivação deste trabalho passa, numa primeira fase, pela identificação, recolha e compilação da informação relevante dos cursos da área de TSI em Portugal (à luz do referencial da AIS/ACM) e,

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posteriormente, pela apresentação dessa informação de modo a ultrapassar o obstáculo referido anteriormente.

1.2 Finalidade e Objetivos da Dissertação

A finalidade da presente dissertação é apresentar uma caracterização rigorosa da oferta formativa superior em Tecnologias de Sistemas de Informação em Portugal, seguindo as orientações dos referenciais AIS/ACM.

Os objetivos propostos são os seguintes:

• Descrever as características do referencial AIS/ACM através de uma revisão de literatura; • Identificar a oferta formativa em Portugal na área das Tecnologias e Sistemas de

Informação;

• Caracterizar a oferta formativa em Portugal na área das Tecnologias e Sistemas de Informação, à luz do referencial AIS/ACM.

1.3 Estrutura do Documento

Nesta secção é apresentada uma descrição dos capítulos que compõe o presente documento. No primeiro capítulo, Introdução, é apresentado o enquadramento do trabalho, a sua finalidade e os objetivos propostos. É também apresentada a estrutura do documento.

No segundo capítulo, Metodologia, é apresentada a abordagem metodológica utilizada, o processo de investigação e o instrumento de investigação utilizado. É apresentada também a estratégia de pesquisa.

No terceiro capítulo, Revisão de literatura, é apresentado o estado da arte que fundamenta a dissertação.

No quarto capítulo, Análise de resultados, é apresentada uma análise dos dados recolhidos. No quinto capítulo, Conclusão, é apresentado um resumo do trabalho feito até ao momento, bem como o trabalho futuro.

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2. M

ETODOLOGIA

Nesta secção é apresentada a abordagem metodológica adotada neste trabalho, o processo de investigação seguido, assim como a estratégia de pesquisa de literatura.

2.1 Abordagem Metodológica

Para a elaboração do trabalho foi seguido o método survey, com a recolha de dados a ser efetuada através da realização de um questionário. Na figura 4 é apresentado o processo de investigação definido.

Figura 1 - Processo de Investigação

A primeira etapa do processo de investigação consistiu na definição do tema de trabalho. Este tema foi selecionado devido à necessidade de se caracterizar a oferta formativa em Tecnologias e Sistemas de Informação em Portugal, seguindo as orientações do referencial AIS/ACM.

A segunda etapa consistiu na identificação de objetivos e resultados esperados, bem como na definição do tipo de abordagem metodológica a seguir. Neste caso especifico optou-se por um survey baseado em questionário.

Na terceira etapa foi efetuada uma revisão de literatura sobre o tema, incindindo particularmente sobre o referencial a ser utilizado no estudo.

Apresentação de resultados Discussão de resultados Análise de dados Recolha de dados Elaboração do questionário Revisão de literatura

Identificação de objetivos e resultados esperados Definição do tema de trabalho

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A quarta etapa consistiu na elaboração de um questionário, na recolha de informação sobre os cursos e o envio dos questionários a um conjunto de diretores de cursos da área de Tecnologias e Sistemas de Informação.

Nas seguintes etapas procedeu-se à recolha e análise dos dados, de modo a interpretar e discutir os resultados obtidos.

Finalmente foram apresentadas as conclusões.

2.2 Processo de Investigação (

Survey

)

Um survey é um método de pesquisa quantitativa que pode ser descrito como a obtenção de dados ou informações sobre características, ações ou opiniões de um determinado grupo de pessoas, a partir de uma amostra de uma população-alvo, por meio de instrumento de pesquisa, normalmente um questionário (Hox, 2008,p.2). Este questionário pode ser operacionalizado de várias maneiras, tais como por telefone, entrevista presencial ou online. Os resultados obtidos devem de ser apresentados de forma anónima de modo a haver confidencialidade dos dados.

No âmbito do presente trabalho, o questionário serviu para caracterizar a oferta formativa em Tecnologias e Sistemas de Informação em Portugal, de acordo com o referencial AIS/ACM.

Optou-se pela realização de um estudo cross-sectional, isto é, a recolha dos dados ocorreu num só momento.

A população-alvo definida para este questionário foram os diretores de curso da área de TSI em Portugal e o tamanho dessa população é de treze diretores de curso. A definição da população em estudo foi efetuada da seguinte forma. Primeiro, foi obtido o documento “Acesso Superior ’16 – Tudo sobre a Candidatura ao Ensino Superior Público” (Direção-Geral do Ensino Superior, 2016) o qual contém uma lista da oferta formativa do ensino superior em Portugal relativo ao ano letivo 2016/2017. De salientar que esta lista apenas contém os cursos que fixaram vagas para o concurso de acesso ao ensino superior para o ano referido. Da lista, foi analisado o índice de cursos que continha o nome de cada curso e a instituição (ou instituições, dependendo do curso) que lecionava o curso. De seguida, foram selecionados os cursos que contivessem as seguintes palavras-chave: “computadores”, “informação”, “informática”, “tecnologia”, “computação”, “sistema”. A utilização de palavras-chave foi necessária devido aos diferentes nomes que um curso na área de sistemas de informação pode ter. Esta dificuldade foi sentida por outro autor dum estudo semelhante (ver Stefanidis, Fitzgerald, & Counsell, 2013). Estas palavras foram usadas individualmente ou combinadas resultando na lista

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inicial que pode ser consultada no apêndice I. De seguida, deu-se início à segunda fase em que, utilizando a lista inicial e selecionando o par curso/instituição de ensino, foi feita uma pesquisa na internet, procurando a página institucional de cada curso de modo a se verificar se o plano curricular abordava os critérios definidos no referencial “IS 2010.1 Fundamentos de Sistemas de Informação”, que deve ser lecionada a todos os alunos de Licenciaturas e Mestrados Integrados na área de SI. Este foi o filtro de eliminação de cursos fora da área SI, pois como o referencial recomenda o “IS 2010.1” deve ser lecionado a todos os alunos de cursos da área (como se pode verificar na tabela 2, capítulo 3.3.4). Para os Mestrados o processo de eliminação foi semelhante, aplicando o requisito de que “os Mestrados não podem ser especializados”, pois de acordo com o MSIS 2016:” Se a especialidade dominar o grau de forma tão significativa que as principais categorias de competência especificadas (...) não são todas cobertas no nível mínimo exigido, o grau não cabe sob o guarda-chuva do MSIS” (Topi et al., 2016) (pág. 4).

Deste modo, foi obtida uma lista mais reduzida que cumpre os requisitos dos referencias AIS/ACM. A versão dessa lista pode ser consultada no apêndice II. Para a elaboração dos questionários e posterior preenchimento foi necessário consultar a página institucional de cada curso de modo a obter informação sobre as unidades curriculares que compõem os cursos. Foi detetada a existência de alguns cursos que não continham informação sobre o conteúdo das unidades curriculares ou que poucas unidades curriculares tinham o conteúdo descrito. Como essa informação era necessária para a caracterização dos cursos, todos cursos que se encontravam nessa situação foram eliminados, obtendo-se assim uma lista final de treze cursos para os quais foi enviado um questionário. A lista final pode ser consultada no apêndice III.

Como se pretende estudar a totalidade dos cursos da lista final, não foi definida uma amostra da população, mas sim considerada a população na totalidade.

Foi enviado um questionário ao diretor de curso do Mestrado em Sistemas de Informação na Universidade do Minho, com o propósito de testar o questionário e verificar potenciais melhorias a efetuar. Este curso foi selecionado devido à proximidade e facilidade de contacto.

A recolha foi feita através do envio de um email com um documento Excel pré-preenchido (questionário) anexado, e no qual se perguntou ao diretor de curso se concordava com a caracterização que foi atribuída a cada disciplina e, caso contrário, se não concordasse, foi pedido para fazer as alterações necessárias. Foi enviado também um documento Word que continha a informação acerca de cada UC do curso. Esta informação foi obtida na página institucional de cada curso com o propósito de analisar as competências que um aluno adquire no final de cada UC e relacioná-las com as

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competências do MSIS 2016 (e assim identificar o nível corretamente). Os níveis foram identificados da seguinte forma. Como o referencial do MSIS 2016 identifica três níveis (Noção, Principiante e Suporte), primeiro definiu-se uma regra para a classificação de cada nível da seguinte forma: cada competência contém um número de subcategorias que representam os resultados de aprendizagem; esse número foi divido por três, de modo a poder atribuir uma percentagem igual de subcategorias a cada nível. Por exemplo a competência “Gestão de Dados, Informação e Conteúdo” contém quinze subcategorias. No caso de uma UC que abordasse seis das quinze competências, ser-lhe-ia atribuído o nível de “Principiante” na competência de “Gestão de Dados, Informação e Conteúdo” (6/15=2º Nível).

O questionário consiste num documento Excel com duas folhas. A primeira folha, denominada de “Apresentação”, apresenta o enquadramento do trabalho de investigação, seguido de uma descrição do questionário com as instruções de preenchimento do mesmo. A segunda folha, denominada de “Questionário – Informações do Curso”, contém na primeira coluna o tipo da unidade curricular (que pode ser obrigatória ou opcional), na segunda coluna contém o nome da UC, nas nove colunas que se seguem encontram-se os nomes das competências (como, por exemplo, “Infraestruturas de TI") retiradas da área das Competências de Sistemas de Informação do MSIS 2016 (como se pode verificar no capítulo 3.4). No cruzamento entre UC e Competência, encontra-se uma célula que pode apresentar-se vazia ou referir um dos três níveis que permitem classificar a competência. Os três níveis são “Noção”, “Principiante” e “Suporte”. Estes níveis correspondem aos conhecimentos adquiridos por um estudante após a conclusão das unidades curriculares do curso, sendo que “Noção” (até 33,2%) é o nível mais baixo, “Principiante” (de 33,3% a 66,5%) o nível intermédio e “Suporte” (de 66,6% a 100%) o nível mais elevado. Para um melhor entendimento de cada nível, existe uma legenda no questionário com a descrição de cada um dos níveis.

Após a recolha dos dados, estes foram analisados estatisticamente. Um exemplo do questionário elaborado para o Mestrado em Gestão de Informação - Gestão de Conhecimento e Business Intelligence da NOVA – IMS pode ser consultado no Apêndice IV: Questionário.

2.3 Estratégia de Pesquisa

Foram efetuadas pesquisas em diferentes bases de dados de artigos científicos. As bases de dados selecionadas foram: Google Scholar, Scopus, Web of Science, ACM Digital Library e RepositoriUM.

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Para efetuar as pesquisas foram utilizadas as seguintes expressões:

• “Sistemas de Informação Currículo” e “Information Systems Curriculum”; • “AIS ACM Currículo” e “AIS ACM Curriculum”;

• “AIS ACM Currículo Implementação” e “AIS ACM Curriculum Implementation”; • “Sistemas de Informação Educação” e “Information Systems Education”.

Os resultados obtidos das pesquisas, realizadas entre outubro de 2016 e janeiro de 2017, foram os seguintes:

Web of Science

• Tópico:“Information Systems Curriculum”; Resultados obtidos: 69 documentos.

• Tópico: “AIS ACM Curriculum”, foi pesquisado como (AIS ACM) AND (Curriculum), visto não terem sido obtido resultados na primeira pesquisa; Resultados obtidos: 19 documentos. • Tópico: “AIS ACM Curriculum Implementation”, foi pesquisado como (AIS ACM) AND

(Curriculum) AND (Implementation), visto não terem sido obtido resultados na primeira pesquisa; Resultados obtidos: 2 documentos.

• Tópico: “Information Systems Education”; Resultados obtidos: 83 documentos. SCOPUS

• Tópico: “Information Systems Curriculum”; Resultados obtidos: 209 documentos.

• Tópico: “AIS ACM Curriculum”, foi pesquisado como (AIS ACM) AND (Curriculum), visto não terem sido obtido resultados na primeira pesquisa; Resultados obtidos: 6 documentos.

• Tópico: “AIS ACM Curriculum Implementation”, foi pesquisado como (AIS ACM) AND (Curriculum) AND (Implementation), visto não terem sido obtido resultados na primeira pesquisa; Resultados obtidos: 1 documento.

• Tópico: “Information Systems Education”; Resultados obtidos: 243 documentos. ACM Digital Library

• Tópico: “Information Systems Curriculum”; 43 documentos.

• Tópico: “AIS ACM Curriculum” foi feita uma pesquisa avançada para refinar os resultados visto ter obtido 411 068 resultados; A pesquisa for feita como any field matches all (AIS ACM Curriculum) e on or after 2010 (ano de publicação do referencial IS 2010); Resultados obtidos:8 documentos.

• Tópico: “AIS ACM Curriculum Implementation” foi feita uma pesquisa avançada para refinar os resultados visto terem sido obtidos 416 193 resultados; A pesquisa for feita como “any field matches all” (AIS ACM Curriculum) e “on or after” 2010 (ano de publicação do referencial IS 2010); Resultados obtidos: 174 712 documentos (os resultados foram então ordenados por relevância e de seguida por data de modo a poder verificar tanto artigos relevantes como artigos recentes).

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• Tópico: “Information Systems Education”, foi feita uma pesquisa avançada para refinar os resultados visto terem sido obtidos 1058 resultados; A pesquisa for feita como “any field matches all” (AIS ACM Curriculum) e “on or after” 2010 (ano de publicação do referencial IS 2010); Resultados obtidos: 308 documentos (os resultados foram então ordenados por relevância e de seguida por data de modo a poder verificar tanto artigos relevantes como artigos recentes).

Google Scholar

Nesta base de dados os resultados obtidos foram “incontáveis” para qualquer uma das expressões usadas (pelo menos mais de 30 páginas obtidas e cada página com 10 documentos listados) por isso foi efetuada uma filtragem na pesquisa retirando citações e patentes. De seguida, os resultados da pesquisa foram ordenados por relevância de modo a obter uma lista de artigos de maior importância. Após a seleção de artigos, fez-se uma reordenação por data para poder obter artigos mais recentes.

A seleção de artigos foi faseada. Na primeira fase foram escolhidos artigos apenas pelo título. Na segunda fase procedeu-se à leitura integral do resumo dos artigos selecionados e, deste modo, alguns artigos foram eliminados pois foi verificado que eram artigos que não respondiam às questões da pesquisa. Após estas duas fases obteve-se um conjunto mais reduzido de artigos e procedeu-se à leitura dos mesmos para continuar com a filtragem de artigos. Dois artigos encontrados foram preponderantes a para eliminação de mais artigos: “IS 2010 Curriculum Guidelines for Undergraduate Degree Programs in Information Systems” (Topi et al., 2010) e o “MSIS 2016 Global Competency Model for Graduate Degree Programs in Information Systems (Topi et al., 2016). Estes dois artigos, sendo os mais recentes, fizeram com que se eliminassem as suas versões mais antigas (tais como a versão do IS 1997 e a versão do MSIS 2006), visto ser mais enriquecedor analisar as versões atuais. Para esta revisão de literatura foram considerados artigos, livros e material de conferências entre outros, contendo:

• Estudos de currículos usando o referencial AIS/ACM; • Abordagens sobre os currículos de TSI;

• Conceção de currículos em TSI; • Definissem currículos em TSI;

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3. R

EVISÃO DE LITERATURA

De modo a se caraterizar a oferta formativa em TSI em Portugal utilizando o referencial AIS/ACM é imprescindível um conhecimento abrangente do mesmo e das várias formas que ele pode ser interpretado e implementado. É também útil identificar os trabalhos similares que foram já conduzidos. Neste capítulo é efetuado um enquadramento conceptual, descritos os referenciais utilizados, e apresentados dois estudos similares ao trabalho aqui realizado.

3.1 Sistemas de Informação

É importante esclarecer a definição de Sistemas de Informação (SI) de modo a se poder corretamente analisar os cursos na área de SI. Mas, segundo Carvalho (2000) “Não há acordo sobre o que são sistemas de informação!”. Esta falta de consenso existe pois o termo “sistemas de informação” é usado para nomear coisas diferentes (Carvalho, 2000). Opinião corroborada por Soares (2005) e (Varajão, 2003) quando afirmam que “o conceito de sistemas de informação também apresenta diversas possibilidades de definição”. Assim, é útil apresentar várias definições de “sistemas de informação”, conforme definido por alguns autores.

De acordo com Buckingham, Hirschheim, Land, & Tully (1986) um sistema de informação “é um sistema que reúne, guarda, processa e distribui informação relevante para uma organização (ou sociedade), de modo a que informação seja acessível e útil para aqueles que a desejam usar, incluindo gestores, funcionários clientes e população. Um sistema de informação é um sistema de atividade humana (social) que pode envolver ou não o uso de sistemas informáticos”.

Para McNurlin e Sprague Jr (1989) o SI, como qualquer outro sistema da organização, deve ser gerido de acordo com a satisfação da missão da organização e deve assumir como missão própria a melhoria do desempenho das pessoas nos processos da organização, pela utilização da informação e das TI (citado por Amaral, 1994).

De acordo com Carvalho (1996), “sistemas de informação“ é uma designação usada para referir o domínio científico que, em termos gerais, se debruça sobre o estudo e desenvolvimento da adoção e da utilização de aplicações de tecnologias da informação no suporte ao funcionamento de organizações.

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Uma outra definição é apresentada por Varajão e Amaral (Amaral, L., & Varajão, 2000) em que um sistema de informação é uma combinação de procedimentos, informação, pessoas e TI, organizadas para o alcance de objetivos de uma organização.

Já Soares (2005) refere que um sistema de informação é um sistema social que tem como finalidade apoiar a ação organizacional através da síntese organizada de informação.

Watson (2007) afirma que um sistema de informação é um conjunto integrado e cooperante de tecnologias da informação que apoiam diferentes tipos de objetivos, sendo este conjunto suportado por software.

Finalmente, de acordo com Topi et al. (2010) um sistema de informação é um sistema complexo que requere conhecimentos técnicos e organizacionais para conceção, desenvolvimento e gestão. Influenciam tanto as operações como a estratégia da organização.

3.2 Tecnologias da Informação

Há autores que afirmam que é necessário fazer uma distinção clara do que são sistemas de informação e tecnologias da informação, pois os termos são por vezes usados indistintamente (Watson, 2007). Para Watson (2007), as tecnologias de informação permitem transmitir, processar e guardar informação.

O termo pode ser definido como algo que envolve a informação que uma empresa cria e utiliza, bem como as tecnologias que a processam, sendo que estas tecnologias não são só computadores mas também equipamentos de reconhecimento de dados, tecnologias de comunicação e outros equipamentos e serviços envolvidos (Porter & Millar, 1985).

Bakopoulos (1985) apresenta o que considera uma definição mais tradicional de tecnologias da informação: “o conjunto de recursos não humanos dedicados ao armazenamento, ao processamento e à comunicação da informação e à forma como estes recursos são organizados num sistema capaz de executar um conjunto de tarefas”.

A definição de Chandler (citado por Shabanesfahani & Tabrizi, 2012) vai mais além, acrescentando que é um campo da engenharia que deriva da combinação de computadores com a ciência de telecomunicação, sendo usada em estabelecimentos com o intuito de recuperar, transmitir e manipular dados.

A International Federation of Accountants (IFAC) também apresenta a sua versão do que são Tecnologias da Informação, afirmando que “são produtos de hardware e software, operações e

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processos de gestão de sistemas de informação, estruturas de controlo de Tecnologias da Informação assim como os recursos humanos e as competências necessárias para desenvolver, usar e controlar esses produtos e processos para gerar as informações necessárias” (Greenstein-Prosch, McKee, & Quick, 2008).

3.3 IS 2010

Com o evolução e aparecimento de novas tecnologias é necessário que os estudantes de cursos na área de SI, quando saem do meio académico para o meio laboral, consigam satisfazer as necessidades das organizações para onde vão. Estas mudanças tecnológicas causam que seja necessário que as instituições de ensino superior revejam regularmente a sua oferta formativa no sentido de formarem profissionais que apresentem conhecimentos e aptidões de acordo com as tecnologias existentes.

Mesmo havendo acesso a este tipo de dados, as instituições de ensino superior não podem formar apenas profissionais para a sua região ou país, pois uma caraterística de profissionais da área de SI é a de trabalharem em diferentes áreas geográficas (Topi et al., 2010), criando a necessidade de as instituições de ensino superior na área de SI formarem profissionais capazes de trabalhar em qualquer parte do mundo, que por sua vez necessitam de um currículo modelo que permita formar os alunos com as devidos conhecimentos e aptidões.

O primeiro modelo de currículo para SI foi apresentado em 1972. Tendo sofrido várias mudanças ao longo do tempo, a versão de 1997 foi a primeira versão oficial elaborada conjuntamente pela ACM, AIS e a Association of Information Technology Professionals (AITP). Esta versão foi tendo diversas revisões menores até 2010, ano em que foi apresentada uma nova versão com uma revisão mais significativa (Topi et al., 2010, p. 74), sendo esta a versão mais recente (até à data desta revisão de literatura). Este documento é um dos currículos universitários que é elaborado para disciplinas essenciais na área de computação. Existem mais currículos para outras áreas, tais como Tecnologias da Informação (TI), que podem ser consultados em http://www.acm.org/education/curricula-recommendations.

Como a AIS e a ACM são organizações internacionais, o IS 2010 inclui elementos que o tornam mais facilmente adaptável a vários países e, não estando associado diretamente a qualquer estrutura de um curso universitário, providencia orientações sobre o conteúdo nuclear de um currículo e fornece sugestões de possíveis áreas opcionais e vias profissionais.

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Este documento tem como público-alvo um conjunto de utilizadores que têm interesse que programas curriculares na área de SI sejam de qualidade. Estes utilizadores são os seguintes:

• Gestores executivos de programas curriculares; • Académicos responsáveis pelos programas de SI; • Organismos de Certificação;

• Docentes de SI;

• Outros docentes sem ser de SI na mesma instituição onde sejam lecionados programas de SI; • Profissionais de SI;

• Estudantes em cursos na área de SI.

Esta atualização tem quatro grandes caraterísticas-chave que conduziram ao resultado final. Primeiro, o currículo não está apenas orientado para as escolas de gestão e de negócio como nas versões anteriores, cuja orientação era para uma escola de negócios normal da América do Norte (que é considerado como sendo o campo principal para SI pelos autores). Esta versão considera que as disciplinas de SI fornecem conhecimento que é importante num número cada vez maior de áreas. A segunda característica, é que as expectativas do resultado deste currículo foram reavaliadas cuidadosamente. Em primeiro lugar, na forma de competências de alto nível de SI e, depois, em três categorias de conhecimento: conhecimento e aptidões específicas a SI; conhecimento e aptidões fundamentais; e conhecimentos básicos do domínio. A terceira, é que o currículo foi estruturado de modo a que as disciplinas nucleares fossem separadas das opcionais, com o intuito de apoiar o conceito de vias profissionais. Por fim, a conceção do currículo inclui alguma flexibilidade de modo a permitir a sua adoção por uma diversidade de contextos de sistemas educacionais (Topi et al., 2010).

As competências de alto nível especificadas pelo currículo são as seguintes: • Melhorar processos organizacionais;

• Explorar oportunidades criadas por inovações tecnológicas; • Entender e resolver os requisitos de informação;

• Projetar e gerir arquitetura empresarial;

• Identificar e avaliar alternativas de soluções e de fornecimento; • Segurança de dados e infraestruturas;

• Entender, gerir e controlar os riscos de TI.

Estas sete competências podem ser convertidas em conhecimento e competências nas seguintes três categorias (Topi et al., 2010):

1. Conhecimento e aptidões especificas a SI; 2. Conhecimento e aptidões fundamentais; 3. Conhecimentos básicos do domínio.

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Cada uma das categorias contém um conjunto de competências que o estudante tem de adquirir, sendo que para a primeira é necessário que: identifique e conceba oportunidades para melhorias organizacionais através de TI, analisar compromissos, projetar e implementar soluções de sistemas de informação e, por fim, gerir operações em curso de TI. Na segunda categoria, é necessário que tenha sentido de liderança e colaboração, capacidades de comunicação, de negociação, pensamento crítico e analítico (incluindo criatividade e análise ética), e fundamentos de matemática. A última categoria inclui: modelos gerais de um domínio, especializações fundamentais dentro de um domínio e avaliação de desempenho dentro de um domínio.

Este currículo foi concebido com o intuito de educar os alunos de SI de modo a prepará-los para entrar no mercado de trabalho com os conhecimentos e aptidões referidos anteriormente. Separa as disciplinas nucleares das opcionais e inclui sete cursos nucleares, os quais são analisados detalhadamente no capítulo3.4.9.

3.3.1 Princípios e motivações para a elaboração do IS 2010

Para a elaboração do IS 2010, serviram de apoio um conjunto de princípios. Esses princípios são os seguintes (Topi et al., 2010): o modelo do currículo tem de gerar consenso na comunidade de SI; tem de ser desenvolvido de modo a ajudar que os programas curriculares de SI formem pessoas com as competências adequadas às responsabilidades do local de trabalho ou a estudos adicionais em SI. Este currículo deve orientar e não ordenar, de modo a que os docentes possam elaborar os seus próprios cursos e programas curriculares. Este currículo tem de se basear em metodologias educacionais sólidas, apresentando recomendações apropriadas para consideração dos docentes de SI, tem de ser flexível e adaptável à maior parte dos programas curriculares na área de SI. Este modelo não está limitado a um domínio específico, mas todos os programas de SI estão relacionados a algum domínio. Este modelo contém um conteúdo essencial que é comum a todos os programas de SI internacionalmente e apresenta objetivos de carreira que necessitam de conteúdo essencial e opcional e, finalmente, as questões especificas relacionadas com pedagogia estão fora do âmbito do documento (apesar serem muito relevantes).

Vários fatores motivaram esta revisão, sendo que algumas delas são apresentadas de seguida. A principal razão foi a de antiguidade pois a última grande revisão ao currículo foi feita durante os anos 1990 e publicada em 1997 (Davis, Gorgone, Couger, Feinstein, & Longenecker, 1997), conduzindo a que as tecnologias em que os elementos do currículo se apoiavam fossem consideradas antiquadas. A segunda razão foi que neste período de tempo houve grandes mudanças tecnológicas e nas práticas da

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indústria. Os sistemas de informação a nível global evoluíram e, com isso, as competências exigidas aos licenciados de SI a nível global mudaram, aparecendo muitas equipas de trabalho de SI constituídas por pessoas de várias partes do mundo. As mudanças nas tecnologias baseadas na Web tornaram a gestão e o desenvolvimento de plataformas para Web numa parte nuclear para o desenvolvimento de SI. O aparecimento de um novo paradigma de arquitetura orientada a serviços, tais como Web Services, Software as Service e Cloud Computing. Com o aparecimento dos sistemas Enterprise Resource Planning (ERP), o objetivo principal passou do desenvolvimento para configuração e implementação. Cada vez mais as organizações estão dependentes de plataformas móveis e ubíquas e, por fim, o aparecimento de frameworks e standards como o COBIT, ITIL e ISO 17799, que se tornaram modelos de orientação para as práticas em SI e TI nas organizações. Com estas mudanças a ocorrerem globalmente, o contexto profissional em que os profissionais de SI estão enquadrados sofreu mudanças também e essas mudanças devem estar refletidas no currículo.

Terceira, o interesse no estudo de SI tem diminuído dramaticamente entre estudantes na maior parte das instituições de ensino na América do Norte, Europa Ocidental e Oceânia. Quarta, é necessário que a disciplina de SI trate dos seus princípios e valores centrais através do currículo. Finalmente, este processo de revisão foi encarado como um mecanismo para permitir o envolvimento da comunidade SI de forma mais abrangente do que nas revisões anteriores (Topi et al., 2010).

3.3.2 Orientações sobre a profissão de Sistemas de Informação

Ao conceptualizar o papel dos SI no futuro e os requisitos para um currículo em SI, existem vários elementos importantes e que são característicos da disciplina. Topi (2010) afirma que estes elementos desenvolvem-se em torno de quatro áreas nucleares da profissão de SI e, por isso, é necessário que sejam integradas em qualquer currículo de SI:

1. Os profissionais de SI trabalham em várias áreas tais como: empresas, saúde, governo etc.;

2. Os profissionais de SI devem possuir um forte pensamento crítico e analítico, de modo a terem sucesso em ambientes competitivos;

3. Os profissionais de SI devem ter fortes princípios éticos, possuir competências de comunicação e trabalho em equipa;

4. Os profissionais de SI devem projetar e implementar soluções de TI que melhorem o desempenho das organizações.

Estas quatro áreas descritas acima podem traduzir-se num conjunto de competências que os estudantes de SI devem possuir ou perceber tais como: os profissionais de SI necessitam de uma

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excelente compreensão sobre o domínio no qual trabalham e um conhecimento sobre a tecnologia, adequado ao seu papel dentro da organização; um estudante deve entender que um sistema consiste de pessoas, procedimentos, hardware, software e dados, dentro de um ambiente global; devem ser capazes de aplicar códigos de conduta e ser fluentes em técnicas de aquisição, conversão, transmissão e armazenamento de dados e informação, incluindo aquelas relacionadas com a qualidade dos dados.

Estas não são as únicas competências ou conhecimentos que um estudante deve possuir, existindo mais.

Como referido anteriormente, devido às mudanças tecnológicas que o mundo tem verificado, o ambiente em SI mudou de forma drástica ao longo do tempo. Consequentemente, as bases do currículo devem de ser avaliadas de modo a refletir as mudanças. Há cinco aspetos essenciais nessa revisão.

1) Chegar a outras escolas sem ser de gestão

Segundo Topi (2010), há uma discussão contínua sobre a natureza e identidade dos SI como disciplina e o cerne dessa discussão é se SI são exclusivamente uma disciplina das escolas de gestão, ou se pode pertencer a outras escolas. Na versão anterior deste currículo eram claramente identificados como pertencentes às escolas de gestão. Apesar de o IS 2002 reconhecer que programas de SI podem e existem fora do âmbito das escolas de gestão, também afirmava que o domínio principal (exclusivo) para os formandos na área de SI eram empresas e o desenvolvimento de tecnologias destinadas ao suporte de negócios. Com esta revisão, o paradigma de SI deixa de ser exclusivo as escolas de gestão. Apesar de as empresas continuarem a ser o domínio principal para SI, a disciplina fornece conhecimentos que são decisivamente importantes para um número crescente de áreas.

2) Rever as expectativas de resultado para os graduados em SI e propor mudanças nos tópicos do currículo

A versão anterior (IS 2002) adotou uma filosofia de “one size fits all”, isto é, todas as disciplinas eram essenciais, deixando uma margem de manobra muito pequena para as instituições de ensino superior poderem inovar ou adaptar o currículo localmente caso o desejassem usar na sua totalidade. Topi (2010) afirma que para algumas instituições era impossível seguir o currículo na sua totalidade, porque tinham menos módulos do que os 10 especificados no IS 2002. Por outro lado, também acontecia que algumas instituições tinham mais do que os 10 módulos para lecionar e não implementavam o currículo devido ao seu tamanho fixo de 10 módulos.

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Este obstáculo foi ultrapassado no IS 2010 através da identificação de sete conteúdos nucleares, que devem ser comuns a todos os programas na área de SI e que podem ser implementados em contextos locais específicos, como cursos independentes ou como componentes dentro de outros cursos:

1. Fundamentos dos Sistemas de Informação; 2. Gestão de Dados e Informação;

3. Arquitetura Empresarial;

4. Infraestruturas de Tecnologias da Informação; 5. Gestão de Projeto de Sistemas de Informação; 6. Analise e Conceção de Sistemas;

7. Estratégia, Gestão e Aquisição de Sistemas de Informação.

O grupo de trabalho que elaborou este currículo considera que estas sete temáticas recolhem todo o conteúdo principal que um curso universitário na área de SI deve conter, reconhecendo que nem todos são capazes de cobrir todas as temáticas com o mesmo grau de profundidade, mas que devem de ser abordados para serem reconhecidos como um curso de Sistemas de Informação (Topi et al., 2010).

3) Avaliar os pressupostos subjacentes à estrutura curricular e modificá-la de forma adequada

Nas versões anteriores a esta, os autores recomendavam um conjunto de temáticas para programas de SI. Nesta versão é recomendada uma lista de tópicos nucleares que são essenciais para programas universitários de SI, de modo a permitir alguma personalização. É recomendada também uma lista de temáticas optativas de modo a oferecer um currículo especifico para uma única carreira profissional, mas que possa fornecer várias vias profissionais. Estas vias profissionais são compostas por uma combinação de temáticas essenciais e algumas temáticas optativas. As vias profissionais podem ser associadas a uma ou várias áreas. Por exemplo, uma via profissional de administrador de base de dados é compatível com empresas, governo e áreas da saúde (e muitas outras).

4) Envolver a comunidade global de Sistemas de Informação

Para esta revisão o grupo de trabalho criou uma plataforma de discussão, de modo a aproveitar a inteligência coletiva da comunidade global de SI. A plataforma selecionada foi MediaWiki uma plataforma wiki opensource, esperando que através do uso desta plataforma a comunidade de SI se envolvesse de forma mais ampla e ajudasse a desenvolver e manter o currículo. Para os autores, o envolvimento da comunidade de SI é uma métrica de sucesso relativamente a este trabalho (Topi et al., 2010).

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A versão atual da wiki do currículo de SI está disponível em:

http://blogsandwikis.bentley.edu/iscurriculum (na altura da escrita deste documento o site não se encontrava online).

5) Implementação dos Elementos-chave

De modo a poder cumprir com as metas descritas nos quatro elementos-chave, o grupo de trabalho que elaborou este currículo, observou que teria de incluir uma estrutura diferente das revisões anteriores.

Como não era possível usar uma estrutura semelhante à do IS 2002 devido às dificuldades já mencionadas anteriormente, e como era necessário que o currículo IS 2010 satisfizesse as necessidades de criar programas globais e programas fora das escolas de gestão, foi proposto pelo grupo uma estrutura inovadora que atendesse às necessidades de qualquer programa do mundo e, ao mesmo tempo, recomendar um núcleo estruturado que serviria para uniformizar o conhecimento fundamental e as competências de todos os graduados de SI formando assim um currículo mais ou menos flexível que cumpre os objetivos estabelecidos nos quatro elementos-chave descritos anteriormente. Assim sendo, uma estrutura de tópicos fundamentais foi desenvolvida, permitindo especializações em SI.

3.3.3 Sistemas de Informação como campo de estudo académico

De acordo com Topi (2010), o início de Sistemas de Informação como campo de estudo académico ocorreu na década de 1960, uns anos após o primeiro uso de computadores em organizações para processamento de transações e relatórios. À medida que as organizações expandiram o uso de processamento de informação e de tecnologias de comunicação para os processos operacionais, gestão de projetos, suporte a decisão e estratégia empresarial e industrial, o campo académico também cresceu em alcance e profundidade. Uma função organizacional de SI apareceu para gerir as tecnologias de computadores e de comunicações e para gerir os recursos de informação no interior de uma organização. Da mesma forma que as universidades possuem programas de graduação que refletem funções organizacionais importantes, como a gestão de recursos financeiros, a gestão de recursos de marketing e a gestão de recursos humanos, surgiu um programa de graduação para a gestão de tecnologias da informação e recursos de informação. Durante este quase meio século de crescimento e mudança, diferentes nomes têm sido usados e a definição da

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área foi aumentada. O simples termo Sistemas de Informação tornou-se o termo genérico mais comumente aceite para descrever a disciplina.

Existem diferentes nomes atribuídos a Sistemas de Informação no campo académico. Estas designações refletem o desenvolvimento histórico da área, ideias diferentes de como a caracterizar e diferentes ênfases quando os programas foram iniciados.

Um estudo (Pierson, Kruck, & Teer, 2008) feito nos Estados Unidos da América acerca dos nomes de majors relacionados com computadores propostos por diferentes universidades, reconhecidos pela Association to Advance Collegiate Schools of Business (AACSB), apresentou os resultados que se podem verificar na tabela 1.

Tabela 1 - Nomes de “Majors“ relacionados com Computadores Reconhecidos pela AACSB 2007

Nomes de majors relacionados com computadores reconhecidos pela AACSB 2007

Número Percentagem

Management Information Systems 126 40.5%

Information Systems 64 20.6%

Computer Information Systems 56 18%

Other 65 20.9%

Os nomes na categoria “other” incluem aqueles com menos de 10 ocorrências

Adaptado de (Pierson et al., 2008)

Na categoria “obter” os nomes incluem, mas não se limitam, a “Business Computer Information Systems”, “Information Systems Management”, “Business Computer Systems”, “Information Systems and Business Procedures”, “Systems”, “Information Technology Management”,” Business Information Technology” e “Information Technology” (Pierson et al., 2008).

Os SI como campo de estudo englobam os conceitos, os princípios e os processos de duas grandes áreas de atividade dentro das organizações: a primeira área consiste em aquisição, implementação, gestão, e estratégia de recursos e serviços de tecnologias da informação; a segunda área consiste em aquisição de sistemas ou desenvolvimento de sistemas, gestão e evolução das infraestruturas e sistemas para serem usados em processos organizacionais. Os sistemas que fornecem informação e serviços de comunicação numa organização combinam tanto componentes tecnológicos como humanos. Eles capturam, guardam, processam, e transmitem dados, informação e conhecimento (Topi et al., 2010).

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As Tecnologias da informação surgiram como uma nova disciplina académica inserida no campo abrangente da informática e seu contributo foi reconhecido em duas publicações:

O Computing Curricula 2005 Overview Report, que contém uma visão geral dos diferentes tipos de programas universitários em informática, foi o primeiro artigo a ser publicado em que TI era identificada como uma disciplina no campo da informática (Shackelford et al., 2005). Este relatório compara as diversas disciplinas na área da informática e coloca SI e TI como disciplinas que atuam na mesma área (focando-se nas necessidades organizacionais), mas que, por outro lado, respondem a um conjunto diferente de questões. O relatório compara-as da seguinte forma: “SI tem como pontos centrais os aspetos de informação da tecnologia da informação. A TI é o complemento dessa perspetiva: a sua ênfase está mais na própria tecnologia do que na informação que transmite” (Shackelford et al., 2005); O outro documento é Information Technology 2008 Curriculum Guidelines for Undergraduate Degree Programs in Information Technology (Lunt et al., 2008), que define um currículo para estudantes universitários para a disciplina de TI, do mesmo modo que o IS 2010 define para a área de SI, apresentando áreas de interesse comuns tais como “Gestão de Dados e Informação” e “Infraestruturas de TI”, mas apresentando áreas especificas também.

Os autores consideram que é necessário que os estudantes de SI apresentem um conjunto de pré-requisitos na forma de competências tecnológicas, tais como processamento de texto, uso de folhas de calculo, gestão de base de dados, entre outras. Afirmam que algumas instituições de ensino superior já providenciam estas competências através de disciplinas que são obrigatórias para todos os estudantes. Outras permitem que os estudantes adquiram as competências através de aulas com módulos tutoriais, e outras ainda assumem que os alunos já adquiriram as competências previamente através de experiência pessoal ou no ensino secundário, mas neste caso podem ser testes de aptidão para verificar esse conhecimento prévio.

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A tabela 2 apresenta a relação entre as sete temáticas nucleares do IS 2010 e o grupo de estudantes de SI (Topi et al., 2010).

Tabela 2 - Representação do Projeto Curricular para os Estudantes de SI

Conjunto de Estudantes de SI Modelo do Currículo

Todos os Estudantes IS 2010.1 Fundamentos de Sistemas de Informação Majors e Minors de SI IS 2010.2 Gestão de Dados e Informação

IS 2010.3 Arquitetura Empresarial

IS 2010.7 Estratégia, Gestão e Aquisição de Sistemas de Informação Majors de SI IS 2010.4 Gestão de Projetos

IS 2010.5 Infraestruturas de TI

IS 2010.6 Análise e Conceção de Sistemas

Adaptado de (Topi et al., 2010)

Os autores consideram que todos os estudantes devem ter no seu programa curricular “Fundamentos de Sistemas de Informação” de modo obterem uma introdução aos conceitos e métodos que os profissionais de SI utilizam para projetar e implementar sistemas, e explicar as tecnologias e processos para fornecer informação e recursos de comunicação.

É apresentado pelos autores a relação entre majors e minors e as restantes temáticas nucleares do IS 2010, em que se verifica que o programa curricular de um aluno de um major de SI tem que conter as sete temáticas e para um aluno de um minor apenas quatro.

Para esta restruturação do currículo os autores identificaram pela primeira vez as capacidades de alto nível que acham serem necessárias para os estudantes de SI (Topi et al., 2010) e criaram três categorias “Conhecimentos e aptidões específicas a SI”, “Conhecimento e aptidões fundamentais” e “Conhecimentos básicos do domínio”.

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O resultado da relação entre estas três capacidades pode ser visto na figura 1 (Topi et al., 2010).

adaptado de (Topi et al., 2010)

Segundo Topi et al. (2010) as várias capacidades de alto nível não estão limitadas a um domínio específico, e cada uma delas apresenta um conjunto de competências que um aluno de SI deve obter. As capacidades estão divididas da seguinte forma:

• Melhorar processos organizacionais;

• Explorar oportunidades criadas por inovações tecnológicas; • Compreender e endereçar requisitos da informação; • Projetar e gerir arquiteturas empresariais;

• Proteger dados e infraestruturas;

• Compreender, gerir e controlar os riscos em TI.

Topi (2010) afirma que a categoria “Conhecimentos e aptidões específicas a SI” contém elementos que são essenciais para a disciplina de SI e pode ser dividida em quatro categorias principais:

• Identificar e projetar oportunidades para melhorias organizacionais através de TI; • Analisar compromissos;

• Projetar e implementar soluções de SI; • Gerir operações continuas de TI.

Capacidades SI de Alto Nível

Conhecimentos básicos do domínio Conhecimentos e aptidões fundamentais Conhecimentos e aptidões específicas a SI

Tópicos de currículos selecionados de um conjunto de conhecimentos e ministrados através dos cursos

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Na categoria “Conhecimento e aptidões fundamentais” existem várias competências que podem ser adquiridas em outras áreas, mas os autores consideram que são muito importantes para os programas curriculares de SI porque é impossível que os alunos de SI demonstrem as capacidades de alto nível requeridas sem este conhecimento (Topi et al., 2010). Esta categoria contém as seguintes competências:

• Sentido de liderança e colaboração; • Capacidades de comunicação; • Capacidades de negociação;

• Pensamento crítico e analítico, incluindo criatividade e análise ética; • Fundamentos de Matemáticas.

A categoria “Conhecimentos básicos do domínio” é diferente das duas anteriores, mas é tão importante como elas. A sua diferença baseia-se no fato de que na generalidade, a área de domínio de um graduado em SI é a área do negócio mas ele pode ser colocado em outras áreas tais como governo, saúde, entre outras (Topi et al., 2010). Dentro de cada área, é possível segundo os autores, identificar pelos menos três subcategorias de conhecimento do domínio:

• Modelos gerais do domínio;

• Especializações chave dentro do domínio; • Avaliação do desempenho dentro do domínio.

3.3.4 Arquitetura do currículo de Sistemas de Informação

Este currículo, estruturalmente, é diferente dos seus antecessores. O seu antecessor (IS 2002) estava organizado em torno do conceito de curso e consistia em dez temáticas apresentadas de forma rígida sem oportunidades para o poder modificar (Topi et al., 2010). O conjunto de conhecimentos do IS 2002 não foi significativamente alterado em relação ao IS 1997.

A figura 2 apresenta uma proposta para uma arquitetura ideal do currículo. Esta estrutura contém três elementos principais: Curso, Objetivos de Aprendizagem e a hierarquia de três níveis (Área de Conhecimento, Unidade de Conhecimento e Tópico) que é usada em currículos semelhantes na área de computação, tais como o IT 2008 (Lunt et al., 2008) e CS 2008 (Casse et al., 2008). Apresenta também o conceito de “Cobertura” de maneira a poder representar a “cobertura” que um “Tópico” de um “Curso” realiza um “Objetivo de Aprendizagem”. A cada “Objetivo de Aprendizagem” é especificado um nível, de modo a indicar que tipo de conhecimento o aluno deve demonstrar para atingir os objetivos de aprendizagem (Topi et al., 2010).

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Figura 3 - Proposta de uma Arquitetura para um Currículo de SI Adaptado de (Topi et al., 2010)

Mas, segundo os autores, de momento ainda não estão reunidas as condições ideais para se poder implementar a arquitetura acima descrita, por isso foi criado um modelo mais simples de modo a poder ser usado no presente. Este modelo, que se encontra no IS 2010, utiliza pela primeira vez a hierarquia de três níveis (Área de Conhecimento, Unidade de Conhecimento e Tópico), de modo a ser estruturalmente mais próximo dos outros currículos na área de computação. Como se pode ver na figura 3, foi criada uma ligação entre “Objetivo de Aprendizagem” e “Curso”, e a ligação deste último para “Tópicos” passou a ser de muitos para muitos. A “Cobertura” é eliminada, passando ser especificada ao nível do curso e “Área de Conhecimento”, “Unidade de Conhecimento” e “Tópico” passam a ser obrigatórias ou opcionais.

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Figura 4 - Modelo Reduzido de uma Arquitetura para Implementar um Currículo de SI Adaptado de (Topi et al., 2010)

Os autores criaram também uma matriz que contém as sete temáticas essenciais para um curso de SI e um conjunto de temáticas opcionais, que são cruzadas com vias profissionais, apresentando nesse cruzamento se cada uma das matérias corresponde um dos três tipos: “significativa”, “alguma” e “sem cobertura” para uma determinada via profissional. Assim sendo, com base no foco das vias profissionais, podem ser feitas recomendações para a importância relativa das matérias obrigatórias ou opcionais de um programa de SI, como se pode verificar na tabela 3.

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Tabela 3 - Estrutura do Currículo Modelo Adaptada de (Topi et al., 2010)

Via Profissional A B C D E F G H I J K L M N O P Q A – Programador de Aplicações

B – Analista de Negócio

C – Analista de Processos de Negócio D – Administrador de Bases de Dados E – Analista de Bases de Dados F – Gestor de e-Business G – Especialista de ERP H – Especialista em Auditoria da Informação I – Arquiteto de TI J – Gestor de Ativos de TI K – Consultor de TI L – Gestor de Operações de TI

M – Gestor de Segurança e Riscos em TI N – Gestor de Redes

O – Gestor de Projetos

P – Designer de Interfaces de Utilizador Q – Gestor de Conteúdos Web

Temáticas Obrigatórias de SI

Fundamentos dos SI X X X X X X X X X X X X X X X X X

Arquitetura Empresarial 0 X 0 0 0 X 0 0 0 0 X 0 0 0 X 0 0

Estratégia, Gestão e Aquisição de SI

0 X 0 0 0 X 0 0 X 0 X 0 0 0 X 0 0

Gestão de Dados e Informação X 0 0 X X 0 0 X X 0 X 0 X 0 0 0 0

Análise e Conceção de Sistemas X X X 0 0 0 X 0 0 0 0 0 0 0 X X X

Infraestruturas de TI 0 0 0 X 0 0 0 X X X 0 0 X X 0 0 0 Gestão de Projeto de SI X 0 0 0 0 X 0 0 0 0 X 0 0 0 X X X Temáticas Opcionais de SI Desenvolvimento de aplicações X 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 X X BPM X X 0 0 0 0 X 0 Computação Colaborativa 0 0 0 Data Mining/BI X X X 0 0 0 X 0 0 0 0 0 0 Sistemas empresariais X X 0 0 0 X X 0 X X 0 0 Interação Humano-Computador X 0 0 0 X Pesquisa e Recuperação de Informação O O X 0 X Auditoria e Controlo de TI 0 X 0 0 0 0 X X 0 0 0 0 0 Gestão de Risco e Segurança em

TI

0 0 0 0 0 X X 0 0 X X 0 0

Gestão do Conhecimento X 0 0 0 0

Informática Social 0 0

Legenda: X = Cobertura Significativa, 0 = Alguma Cobertura, Célula Vazia = Não Necessária

Os autores recomendam verificar o site http://blogsandwikis.bentley.edu/iscurriculum para encontrar definições de cada uma das vias profissionais, as competências necessárias e o nível de cobertura para as temáticas obrigatórias e opcionais (aquando a escrita desta dissertação, o site não se encontrava online).

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As temáticas obrigatórias de SI apresentam uma sequência recomendada que pode ser verificada na figura 4, em que se verifica que “Fundamentos de SI” é um pré-requisito para as restantes temáticas sendo “Estratégia, Gestão e Aquisição de SI” a temática mais avançada.

Adaptado de (Topi et al., 2010)

De modo a exemplificar como a estrutura do currículo é adaptável e flexível, e de como pode ser utilizado em diferentes contextos académicos, os autores apresentam três exemplos em que se pode utilizar o currículo. Apresentam dois exemplos nos Estados Unidos da América (uma escola de gestão reconhecida pela AACSB e uma escola de outra área) e um exemplo na Europa (escola de gestão).

Apenas o exemplo europeu é analisado nesta dissertação visto o ambiente do estudo ser Portugal.

A maior diferença entre esta estrutura e a das escola norte-americanas é a existência de menor atenção à educação geral, devido ao fato que a maior parte desse conteúdo é aprendido no ensino secundário na maior parte dos países europeus (Topi et al., 2010).

O exemplo de uma escola de gestão europeia em que a estrutura do curso segue a Declaração de Bolonha apresenta a estrutura que se pode verificar na tabela 4, relacionando as áreas de estudo com as três capacidades de alto nível, sendo de realçar que este exemplo está estruturado para apenas três anos de aprendizagem.

IS 2010.1 Fundamentos de SI

IS 2010.7

Estratégia, Gestão e Aquisição de SI IS 2010.2 Gestão de Dados e Informação IS 2010.3 Arquitetura Empresarial IS 2010.4 Gestão de Projetos de SI IS 2010.5 Infraestruturas de TI IS 2010.6 Análise e Conceção de Sistemas

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Tabela 4 - Exemplo da Estrutura de um Curso de SI numa Universidade Europeia.

Minor ou opcionais livres (5 módulos) Conhecimentos e aptidões fundamentais Conhecimentos básicos do domínio

Obrigatórias da área de gestão (10 módulos) Conhecimentos e aptidões fundamentais

Conhecimentos básicos do domínio

Obrigatórias e opcionais da área de SI (10 módulos Conhecimentos e aptidões fundamentais

Conhecimentos básicos do domínio Conhecimentos e aptidões específicas a SI

Linguagem e comunicação obrigatórias (10 módulos) Conhecimentos e aptidões fundamentais

Adaptado de (Topi et al., 2010)

3.3.5 Especificações do IS 2010 para um curso

Para este capítulo, os autores explicam pormenorizadamente as sete temáticas obrigatórias e algumas das temáticas opcionais do IS 2010, através de uma descrição para cada uma das temáticas, de um conjunto de objetivos de aprendizagem, de tópicos e de uma pequena discussão sobre essa matéria.

Para esta dissertação apenas são descritos e estudados os tópicos principais de cada uma das sete temáticas nucleares do IS 2010 visto esses tópicos conterem os conteúdos que os alunos necessitam de aprender em cada das temáticas.

Para Topi et al. (2010) “IS 2010.1 Fundamentos de Sistemas de Informação” os conteúdos são os seguintes:

• Características do Mundo Digital; • Componentes de SI; • SI nas Organizações; • Globalização; • Valor de SI; • Infraestrutura de SI; • Internet e WWW; • Segurança dos SI; • Business Intelligence; • SI Enterprise-wide;

• Desenvolvimento e aquisição; • Éticas e Crime dos SI.

Imagem

Figura 1 - Processo de Investigação
Tabela 1 - Nomes de “Majors“ relacionados com Computadores Reconhecidos pela AACSB 2007  Nomes de  majors  relacionados com computadores reconhecidos pela AACSB 2007
Tabela 2 - Representação do Projeto Curricular para os Estudantes de SI
Figura 2 - Estrutura Geral dos Conceitos Básicos
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