Revisão das espécies brasileiras do gênero
Rheedia
L. (Gutt\ferae)
(*)
Reswno
Estudo taxonômíco do gên ~;; ro Rheedia L. no Brasil. São apresentados: histórico, descrição do gênero, secções e oito espécies brasileiras, chave p:l.ra separação entre as mesmas., sua sinonímia, dis-tribuição geográfica. e comentários críticos. Apre-senta diagnose detalhada de
R.
albuquerquei van den Bcrg, endêmica na bacia do rio Negro, recente-mente publicada em nota prévia. Inclui ilustrações de todasas
espécies.INTRODUÇÃO
Um dos primeiros gêneros de Guttiferae a
ser classificado foi
RheediaL.,
que
compreen-de cerca compreen-de 30 espécies mal compreen-definidas, em
razão dos poucos trabalhos existentes,
espar-sos e sem continuidade. A última revisão
so-bre o gênero foi realizada em meados do século
XIX por Planchon
&Triana (1860) e apresenta
várias lacunas.
A distribuição geográfica do gênero
Rhee-diaestá restrita
à
América do Sul, América
Central e Madagascar.
A maioria das espécies de
Rheediaapre-senta frutO's édulos, geralmente com sa.bor
áci-do e um tanto adstringente. Algumas dessas
espécies são cultivadas e outras são
encon-tradas apenas em estado silvestre, sendo
de-signadas pelo nome vulgar de "bacuri-pari".
O estudo de frutas para aproveitamento
alimentar, ao natural e sob a forma de
conser-vas (compotas, geléias, sucos concentrados e
liofilizados), está se tornando cada vez mais
imp.ortante para obtenção de novas formas de
nutrientes. Neste particular, o gênero
Rheediapode oferecer excelente material.
Maria Elisabeth van dan Berg (**)
Na Amazônia Oriental uma das espécies
comumente cultivada, em sítios e quintais,
é
Rheedia macrophyl/a(Martius) Planchon et
Triana, um dos poucos "bacuri-pari" a sofrer
comercialização
(1),embora em escala
reduzi-da. Esta espécie foi objeto de uma pesquisa
tecnológica feita pelo Dr. Owao Nagata
(2)que,
gentilmente, nos cedeu alguns dados obtidos
na ·análise desta fruta.
O
quadra. abaixo
permi-te aquilatar o seu valor industrial:
Peso médio (100 frutos) . . . 52,0g Rendimento de suco e polpa ... .
Rendimento de casca e outros ... . . Sementes ... . Aproveitamento (polpa
+
suco) .... . Acidez ... ... .... ... . pH ... . .... . Sólidos solúveis (açúcares,15,69% 56,79% 27,52% 100%
2,85 2,8 ácidos, etc.) .. . ... Bxo 14,2% Amino ácidos (nitrogenados) . . . . . 6,.39mg;OO Açúcares reduzidos . . . 20,8% Sólidos totais . . . 18,46% Pectina . . . 0,43% Extrato etéreo . . . 0,54% Cinzas . . . . . . . 0,19% Sabor . . . Forte, agradável.
Este trabalho visa a contribuir para o
me-lhor conhecimento das
Rheedla
por se tratar
de um gênero representativo da flora
brasilei-ra e com centro de dispersão na Amazônia, há
muito necessitando de uma revisão sob o
pon-to de vista taxonômico.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Plumier (1703) foi o primeiro autor a
des-crever uma espécie do gênero
Rheedia,com o
nome de
Van Rheedia.Em Linnaeus (1735) há
( •) - Parte deste trabalho foi apresentada sob o tftulo
•o
gênero Reedhla L. (Guttiferae) na Amazônia Brasileira·. e aprovada, como tese de Mestrado perante a Universidade de São Paulo, em 1975.(••) - Museu Paraense Emilio Goeldi, Belém.
( 1) - Em Manaus, esporadicamente, são encontradas em pequenas quantidades. na feira, R. madruno (H. B. K.) Planchon et Trlana e R. brasillensls (Martlus) Planchon et Trl'8na.
( 2) - Químico (Unlv. Tóquio), pesquisador de uma empresa japones·a e colaborador eventual do CPATU/EMBRAPA (1975).
uma citação com est~ nome. Plumi er (1755-60), numa reedição ilustr·ada por Burmanier, apre-senta uma curta descrição e uma figura do hábito de uma planta sob o título geral de Van Rheedia. Esta planta, provavelmente
é
Rheedia lateriflo_ra, descr ita por linnaeus ( 1753), e queé-
a " species-typus" para o gênero Rheedia. Este deve ser citado como de autoria unica-mente de Linnaeus {RheediaL.) ,
de acordo com as Regras Internac ionais de Nomenclatu-ra Botânica (Staffleu et a/., 1972) . uma vez que foi descrito formalmente por aquele autor sob o epíteto genérico Rheedia em maiode
1753, quando se iniciou a validade dos nomes genéricos e específicos.Aublet (1775) foi um dos pri meiros auto-res a aceitar o novo gênero e, em sua obra cita Linnaeus e também Plumier.
Primitivamente, várias espécies do gênero Rheedia foram descritas e classificadas sob outros gêneros. Desses, alguns já existiam, como Garcinia Martius (1841 ). adotado por Miquel ( 1850) . Outros, eram gêneros novos como, por exemplo, Verticil/aria Ruiz et Pavon (1794), Chloromyron Persoon (1807) e Lam-prophyllum Miers (1853), criados por esses autores para enquadrar diversas espécies de Rheedia.
Choisy (1824) citou a espécie Rheedia la-teriflora
L.
como duvidosa ou pouco conhecida, adotando o mesmo critério em relação ao gê-nero Chloromyron Persoon, ao qual, subordinou Verticillaria Ruiz et Pavon, como sinônimo. Porém, em 1849, Choisy descreveu Rneedia sieberi, ratificando, portanto, a validade desse gênero, embora na mesma obra, cite outra es-pécie áe Rheedia como Garcinia macrophylla. Aliás, Choisy incorreu no mesmo erro de Bentham (1843) que se referiu a Garcinia ma-crophyl/a relacionando material que na realida-de é realida-de Rheedia benthamiana. Engler (1888) repetiu o mesmo engano, o que será discutido mais adiante.Ainda em 1824, Choisy propôs a divisão de Guttiferae em tribos, entre as quais Garcinieae
à
qual Rheedia está subordinada.Planchon & Triana (1860) fizeram a primei-ra revisão sobre o gênero Rheedia, o qual divi-diram em duas secções: 1) Eurheedia, com-preendendo as espécies portadoras de frutos
44-lisos e, 2) Vert.icillaria Ruiz et Pavon, englo-bando as espécies com frutos verrucoso-muri-cados. Segundo Planchon & Trian a, as espécies anteriormente descri tas sob o gênero Ver ti-cillaria Ruiz & Pavon (1794) e, parcialmente sob Calophyllum por Humboldt, Bonpland & Kunth ( 1821), deveriam ser enquadradas nesta última secção.
Entretanto, na mesma obra (1860) , Plan-chon & Triana descreveram seis espécies no-vas e se referiram
à
cpntestada R. f loribunda, em separado, numa secção dúbia, por ignora-rem o ti po do fruto desta espéci e.Engler (1888), fez a primeira e única revi-são das espécies brasileiras de Rheedia, na qual ratifica as secções e várias espécies descritas por Planchon & Triana . Engler apon-tou oito espécies válidas para o Brasil:
R.
ma-crophy/la, R. /ongifo/ia, R. brasi/iensis, R. ca/iptrata, R. gardneriana, R. spruceana e R. floribunda, sendo apenas esta últ ima enquadra-da na secção Verticillaria. Para a A mazônia Brasileira, Engler relacionou apenas qu atro es-pécies, cuja validade será discut ida mais adia n-te. Nesse trabalho, Engler descreveu t rês es-pécies e três variedades novas, das quais, uma espécie e uma variedade eram originári as da Amazôn ia . Embora o objetivo de Engler fosse a Flora do Brasil, ele incluiu uma nova espéc ie guianense em seu trabalho: R. sagotiana, cuj a validade igualmente é discutível.
Em sua posterior monografia sobre Gutti-ferae, Engler (1895), aceita para o gênero Rheedia 17 espécies válidas (15 na América tropical e 2 em Madagascar), distribuídas em três secções: Eurh.eedia Planchon et Triana, Ruscoides Vesque e Verticillaria Ruiz et Pavon. Em 1889, Vesque propôs uma nova comb i-nação, baseada em um nome manuscrit o por Miers - Verticillaria rostrata - cujo "typus" se encontrava no Museu de Paris.
Vesque (1893) ao escrever o capítulo re-ferente a Guttiferae, pôs em discussão a v a-lidade de R. f/oribunda, que considerou apenas uma variedade de R. acuminata.
No século XIX, entre os autores ·brasi leiros poucas referências são encontradas, exceto Barbosa Rodrigues (1894), em cuja obra há informações sobre a origem dos nomes ci en-tíficos, nomes vulgares, aspecto geral e ti pos
de frutos de
Rheedia brasi/iensis, R. gardneria-nae
R. macrophylla.Chodat
&Hassler
(1903)encontraram no
Paraguai
R. brasi/iensis,para a qual
descreve-ram uma nova variedade:
Rheedia brasiliensis(Martius) Planchon et Triana var.
salicifolia.Em trabalho apresentado como tese e
pos-teriormente publicado, Pulle
(1906)enumera
para o Suriname
R. macrophy/lae
R. floribunda,fazendo alusão à sua distribuição na Bacia
Ama-zônica.
Pittier
(1912)em um ensaio sobre as
plan-tas da Colômbia e América Central, descreveu
duas espécies novas de
Rheedia (R. interme-diae
R. magnifolia),redescreveu
R. edulisPlanchon et Triana e
R. madrunoPlanchon et
Triana, propondo para esta, duas variedades
novas:
R. madrunovar.
ovatae
R. madrunovar
bituberculata.Eyma (
1932) ,em suas notas críticas a
respeito da Flora Surinamense, teceu uma
sé-rie de considerações sobre a validade e o
rela-cionamento de várias
Rheedia,além de
descre-ver uma nova espécie, cuja legitimidade é
co-mentada no capítulo referente a
R. acuminata.Em seu manual de plantas úteis da
Amazô-nia, Le Cointe
(1947)destacou apenas
Rheedia macrophyllacomo de utilidade, indicando as
localidades onde comumente é encontrada, o
uso restrito de sua madeira e referindo-se aos
frutos comestíveis dessa e das demais
espé-cies de
Rheedia .O mesmo autor mencionou
ainda o fornecimento de uma amêndoa
oleagi-nosa por
R. macrophylla.Standley
&Williams
(1961)apontam para
o gênero
Rheedia 40espécies, das quais
4em
Madagascar e as restantes na América
Tropi-cal. Para a Guatemala, eles citaram 3 espécies:
R.
edulis, R. intermeei iae
R. macrantha.Esta
última havia sido descrita em
1944por Standley
&Steyermark.
Lindemann
&Mennega
(1963),no seu
tra-tado sobre as árvores e madeiras do Suriname,
fizeram referência a três espécies,
Rheedia benthamiana, q_ macrophyllae
R. kappleri(também encontradas na Amazônia)
informan-do que elas são vulgarmente conhecidas como
"pakoeli", sendo que
R. kappleri (=R . acumi· nata)tem ainda o nome local de •
swampoe-Revisão das ...
pakoeli ". Estes autores, além de uma descrição
geral dessas espécies e seu hábito, fizeram
menção à tonalidade de sua madeira: em
Rheedia benthamiana,
vermelho-arroxeada;
amarelada com pequenas manchas alaranjadas
em
R. kapplerie, "Bvermelhada no centro,
es-branquiçando para a periferia, em
R. macro-phyll'l!J.Melchior
(1964)é da opinião que existem
.30
espécies válidas de
Rheedia,todas tropi·
c:~is.
Porém, segundo Willis
(1973},existem
45
espécies válidas de
Rheedía,distribuídas
pela América do Sul , América Central, !ndias
Ocidentais e Madagascar.
Cavalcante
(1972)citou apenas
R. macro-phylla ("bacuripari")e
R. benthamiana("ba-curipari selvagem"), como sendo comestíveis.
Mariz
l1975}em seu trabalho sobre as
Guttiferae de Pernambuco, relacionou para
aquele Estado apenas
Rheedia gardneriana,devendo serem adicionadas
R. macrophyllae
R. brasi/iensis,como ocorrências novas para
aquele Estado.
Machado
(1954)refere-se à presença de
uma
Rheediasp. arbustiva encontrada às
mar-gens do Araguaia e Tapirapés.
Esta espécie, produtora de frutos amarelos
e comestíveis, muito procurados pelas
crian-ças e conhecida como • azedinha" é
denomina-da "Rrú-uaré-anin" pelos Carajás.
Para o Paraná, apenas Angely
(1965}cita
duas espécies:
R. gardnerianae
R. macrophylla.Para o extremo oeste de Santa Catarina e
o noroeste de R. Grande do Sul, Klein
(1972)cita a ocorrência nova de
R. gardneriana.Rambo
(1954)cita
R. gardnerianacomo
ocorrente na selva pluvial dos arredores de
Porto Aleg re e estabelece que as espécies
existentes nesta selva são irradiações da selva
higrófila dq Brasil Central e da Amazônia, daí
haver uma explicação para a presença de
es-péctes amazônicas · (entre as quais
R. gardne· rlana)no Rio Grande do Sul.
Rambo
(1954)cita esta mesma espécie
integrando a flora fanerogâmica de Porto
Ale-gre e ocorrendo desde o Ceará até o Rio
Grande do Sul, ao que deve ser acrescido que
ocorre também na Amazônia. .
Para o litoral sul, ainda Rambo (1954),
localiza
R. gardnerianaem Sombrio (SC) e às
proximidades da Fazenda do Arroio, no km 125
da rodovia Osório-Tamandaré (RS) . Rambo
veio assim suprir a ausência de citações de
Rheedia
para a vegetação do Rio Grande do
Sul o que não tira o valor da notável obra de
Lindman (1906), mas a complementa.
MATERIAL E MÉTODOS
As observações e conclusões
~btidasnes-te trabalho basearam-se principalmennes-te em
exsicatas (material herborizado) e fotótipos
provenientes, por empréstimo, dos seguintes
herbários:
- Museu Paraense l:.mílio Goeidi (MG).
Be-lém-PA
-
Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazô-nia (INPA), Manaus-AM
-
Centro de Pesquisa Agropecuária do
Trópi-co úmido (IAN), Belém-PA
-
Museu Nacional (R) - Rio de Janeiro- RJ
-
Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB)
-
Instituto de Botânica de São Paulo (SP)
-
Departamento de Botânica do Instituto de
Biociências da USP (SPF)
- Departamento de Botânica da Universidade
Federal de Pernambuco (U. F. Pe.),
Reci-fe-PE.
Também foram realizadas observações e
coletas no campo, sendo que o material obtido
está registrado no herbário MG sob a forma
de exsicatas ou preservado (fixado) em FAA
(90ml de álcool etílico a 50%, Sml de formo! a
40% e Sml de ácido acético glacial puro) para
flores, frutos e fragmentos de folhas.
Foi seguida
a
metodologia usualmente
s.e-guida em estudos de Taxonomia Vegetal:
revi-são biblíográfica, análise, descrição e
mensu-ração de material, estudo da sinonímia, distri·
buição geográfica, elaboração de comentários
críticos e dados adicionais.
Para a descrição e tomada de medidas
flo-rais foram usados botões em estado de
pré-ãntese.
As siglas de herbário citadas ao longo do
trabalho estão de acordo com Lanjouw
&Stafleu (1959).
46-TRATAMENTO SISTEMÁTICO DO GÊNERO RHEEDIA L. NO BRASIL
Rheedia L. Sp. Plant. ed. I. 2: 1193 . 1753.
Verticillaria. Rui.z et P:lvon Prodr. FI. Peruv. 4: 81, tab. 15. 1794.
Chloromyron Persoon Syn. Pl. 2 : 73 . 1807. Lampropbyllum Miers in Trans. Linn. Soe.
21 : 249, tab. 26. 1853. "pro parte".
Arvores de 5-20m de altura, ramos
cilíndri-cos, retos,
r~s!nosos.Folhas opostas, ·de
tama-nho variável, pecíolos conspícuos, sulcados
longitudinalmente e rugosos transversalmente;
lâmina coriácea ou subcoriácea, raro
membra-nácea, elíptica, elíptico-oblonga, elíptico-oval.
elíptico lanceolada ou obovada; costa supra
E:infra proeminente, nervos laterais numerosos.
conspícuos em ambas as faces,
anastomosan-do-se sob a margem, reticulação conspícua .
lnflorescências axilares (raro caulinares),
fas-ciculares, sendo as masculinas e raro as
her-mafroditas, inseridas sobre um pulvínulo. Fio·
res polígamo-dióicas: duas sépalas, coriáceas,
conatas na base; quatro pétalas, carnosas ou
membranáceas, decussadas, externamente
al-ternas com as sépalas, reflexas após a ântese;
prefloração imbricada. Flores masculinas:
es-tames livres numerosos (de 20-30).
bisseria-dos, inseridos quase sempre inferiormente ao
disco central crasso, filetes lineares
engros-sando em direção
à
base, conectivos
insigni-ficantes, ânteras dorsifixas, subglobosas, tecas
ovaliformes, deiscência rimosa,
oblíquo-longi-tudinal, rudimento do ovário pouco conspícuo.
Flores hermafroditas: pedicelos mais grossos
(ca. de 1 mm de diâmetro), que as das flores
masculinas (0,7mm de diâmetro); sépalas e
pétalas semelhantes às das flores masculinas,
estarnes menos numerosos (de 1 0-16),
unisse-riados, inseridos abaixo do ginóforo (discóide),
crasso e dilatado, medianamente deprimido e
sobre o qual está assentado o ovário 3-locular,
ou por aborto, 2-1 !ocular, !óculos uniovulados,
óvulo anfítropo, micróplla inferior, estilete
curto e crasso, estigma caliptriforme, convexo,
levemente lobado ou fendido na margem.
Fruto: baga, epicarpo coriáceo. liso ou
murica-do, com 3 a 1 sementes cilindráceas,
albumi-nadas, envolvidas por um arilo
branco-amare-lado, afixas medianamente; embrião com
cotilédones obsoletos.
As espécies brasileiras do gênero
Rheediaestão divididas em duas secções distintas,
di-visão esta, baseada no aspecto exterior de
seus frutos .
I. Secção
RheediaPlanchon et Triana
Frutos com epicarpo liso:
R. longifolia R. macrophylla R. gardneriana R. brasi/iensis R. albuquerquei
11. Secção
VerticillariaRuiz et Pavon.
Frutos com epicarpo muricado-tuberculado:
R. acuminata R. benthamiana R. madruno
Embora Engler (1888) tenha indicado
tam-bém oito espécies para o Brasil,
(R. macro-phylla, R. Jongifolia, R. brasiliensis, R. calyptra-ta, R. gardneriana, R. spruceana, R. tenuifoliae
R. flori bunda),verificamos que apenas quatro
ainda são válidas, devendo as restantes serem
consideradas sinônimos de diversas outras
es-pécies de
Rheedia,adiante estudadas.
No que se refere
à
Amazônia Brasileira,
ainda de acordo com Engler ( 1888). existiriam
ali somente quatro
Rheedia (R. macrophylla, R. longifolia, R. spruceanae
R. flori bunda),das
quais só as duas primeiras ainda continuam
válidas. Na realidade, todas as oito espécies
brasileiras ocorrem nesta região, sendo que
três
(R. acuminata, R. benthamianae
R. madru-no)são nativas da Amazônia e duas outras
constituem endemismos
(R. /ongifoliae
R. ai· buquerquei).As espécies brasileiras do gênero
Rheediasão comumente designadas por
~bacuri-pari ".
ubacupari" ou ainda • bacopari ", sem embargo
de existirem muitas variantes e 'OUtros nomes
locais ou específicos, mencionados neste
tra-balho para cada espécie em particular.
O vocábulo "bacuripari" origina-se
indiscu-tivelmente do
"nhé~ngatu"(
3)"uakuripa'ri ,
que segundo verificamos em Sampaio (1955),
Barbosa Rodrigues (1905) e Stradelli (1928)
significa "bacuri-de-cerca ", literalmente "o
fru-to (ua) apressado (curi), temporão, de cerca
(pari). Na verdade há uma grande semelhança
entre o legítimo "bacuri"
(P/atonia insignisMartius) e o "bacuri pari"
Rheediaspp.) e, os
frutos das espécies de ambos os gêneros
ama-durecem rapidamente, comprovando o agudo
senso de observação e propriedade do indígena
brasileiro.
Para a perfeita separação entre as
espé-cies brasileiras de
Rheedia,predomina o
cará-ter "fruto", tal como acontece nas
legumi-nosae em geral. Daí
apreset;~tareste trabalho
uma chave de separação baseàda
principalmen-te nesprincipalmen-te caráprincipalmen-ter, acrescida de informações
adicionais sobre aspectos florais ou
vegetati-vos.
CHAVE PARA A SEPARAÇÃO DAS ESPtCIES DE RHEEDIA ENCONTRADAS NO BRASIL
1. lnflorescências caulinares . . . 1.
R. /ongifolia1. lnflorescências axilares
2. Râmulos com secção transversal fortemente poliédrica com as faces
de-p~imidas,
folhas sésseis ... . ... 2.
R . albuquerquei2. Râmulos com secção transversal circular ou elipsóide, folhas pecioladas.
I3. Frutos com epicarpo liso
4 . Frutos rostrados
5. Frutos com comprimento e diâmetro superiores a 5
e.
4cm,
( 3) - Segundo Barbosa Rodrigues (1903). deve ser usado este vocábulo para designar a lfngua geral dos lndfgenas e, não "tupi" que tem origem num termo pejorativo. ·
5. Frutos com comprimento e diâmetro nunca alcançando 4,5 e
respectivamente . . .
3. R. mocrophyllo2,8cm respectivamente ... 4.
R. gardneriana4. Frutos sem rostro . . . 5.
R. bras i /iensi s3. Frutos com epicarpo verrucoso-muricado
6. Frutos rostrados, flores com estigma profundamente inciso ... 6.
R. acuminata6.
Frutos sem rostro, flores com estigma lobado
7. Frutos com superfície reticulada, com comprimento e diâmetro
sempre inferiores a 2cm ... 7.
R. benthamianaI •
7. Frutos muricados com comprimento e diâmetro sempre
supe-riores a 4cm . . ...•... 8
R. madruno1. Rheedia longifolia Planchon et Triana, Ann.
Sei.
Nat. 4e. sér. 14:322. 1860.
TYPUS: BRASIL: "Prov. Alto Amazonas, prope Pa·
nuré ad
Rio
Uaupés", X- 1853-1-1854; R.Spruce 2441 (holotypus K, isotypus MG!).
Árvore de 6-12m (até 20m) de altura e
10-15cm (até 25cm) de diâmetro. Rãmulos
cilíndricos, grossos, com 7-8mm de diâmetro,
gemas foliares conspícuas. Folhas: pecíolo
alongado, de 25-40mm de comprimento a
4-6mm de diâmetro, achatado, tetrágono,
pro-fundamente canaliculado em direção à nervura
central, sulcado longitudinalmente e rugoso
transversalmente: lâmina de 27-38cm de
com-primento e 7,5-11 em de largura, brilhosa na
face ventral e opaca, nigropunctulada na face
dorsal, coriácea, lanceolada ou
oblongo-lanceo-lada, base atenuada, ápice agudo, margem
es-treitamente revoluta, pouco ondulada; costa
supra e infraproeminente e sulcada, nervação
secundária semi-imersa, mais ou menos
para-lela e distanciada de 3-10mm da margem, sob
a qual há uma reticulação perceptível em
am-bas as faces. lnflorescêncías caulifloras, com
botões florais pequenos em relação às outras
espécies, ovaliformes, com ápice pontiagudo,
pedúnculos de 4-1 Omm. Flores masculinas:
15-30 em cada fascículo, este congesto;
sépa-las esverdeadas, ovóides, com 2mm de altura
e 3mm de largura, pétalas esbranquiçadas
obo-vadas, com 3,5-4mm de altura e 2,5-3mm de
largura, reflexas após a ântese; estames de
25·30. Flores hermafroditas: 3-5 por fascículo,
48-disco com 1·1 ,Smm de altura e 3mm de
diâme-tro, longitudinalmente sulcado, ovário ovóide,
com 3-4mm de altura e 3mm de diâmetro,
co-roaáo por um estígma caliptriforme, com 1 mm
de altura e 2,5mm de diâmetro. Fruto: liso,
ama!'elo esverdeado, opaco, oboval com
2·2,5cm de comprimento
e
1,5-1 ,Sem de
diâme-tro, rostro ausente, resto do estígma
persis-tente,
b:~seestreitando-se em direção ao
pe-dúnculo, portando restos do perianto e do
androceu.
Floresce de maio a julho e frutifica de
ju-lho a setembro.
MATERIAL ESTUDADO E DISTR1BUIÇÃO GEOGRÁFICA :
BRASIL: ESTAI><> DO AMAZONAS: Rio Capitari, Codajás, 31VIII1950, R. L. Frócs 26460 (lAN). -Humaitá; 24-IX-1973, J . M. Pires & N. A. Rosa. 13279 (IAN). - Lábrea, rio Purus, rio Ituxi, rio Curuquetê. "vicinHy of ca-choeirp, SMto Antônio, 15-VII-1971, G. T. Prancc ct al. 14248 (MG, INPA).
ESTADO DO ACRE: Cruzeiro do Sul, Estrada Alemanha, 7-V-1971, P. J. M. Maas et al.
P12759 (INPA).
TERRITÓRIO FEDERAL DE RONDÔNIA: "Road tO cassiterita
mines in Serra dos Três
Irmãos,
north bank of rio Madeira, 8 km above Mutumparaná"; 5-VII-1968. G. T. Prance et ai. 5649 (MG, INPA).MATERIAL ADICIONAL:
BOLIVIA ESTADO PA'NDO: "West banlt of rio Madeira, 12km above Abunã"; 20-VII-1968, G. T. Prancc et al. 6320 (MG INPA).
E
L)
~l
2
3
Est. 1 - R. Jongifolia: Fig. 1 - ramo folinr em face ventral (G. T . Prance et al. 14248); Fig. 2-fruto (idem>; Fig. 3 - ramo foliar em face dorsal (Spruce 2441).
t
curioso que Engler (1888) tenha acertado
quando enquadrou
R. longifoliana secção
Eurheedia,sem, no entanto, conhecer os seus
frutos. Planchon et Triana ( 1860), autores
dessa espécie, haviam preferido deixá-la
à
parte, com a nota "species, ob fructus ignotos,
quoad sectionem dubiae".
Rheedia longifo/ia
é uma das espécies
me-nos conhecidas de "bacuri-pari" e também das
mais distintas por apresentar o fenômeno da
caulifloria.
- ·
Suas grandes folhas coriáceas dotadas de
um forte pecíolo tetrágono e nervação
semi-imersa a tornam inconfundivel.
Seus frutos assemelham-se aos de
R. bra-siliensís.Esta espécie se restringe
à
Amazônia
Ocidental, sendo endêmica na região
com-preendida entre as bacias dos rios Purus e
Madei
1a-Mamoré .
Habita as matas de terra firme, sobre solos
arenosos (geralmente latossolos) .
2. Rheedía albuquerquel van den Berg, Acta
Amaz. 5(3): 285. 1975.
TYPUS :
BRASIL: E.DO AMAZONAS, Rio Negro,
Ilha Gavião, • near mouth o
fRio Branco·;
05-VII/12-VIII/1967; R. E.
Schultes
24535(holotypus INPA!, ísotypus IAN!).
Arvore de 5-12m de altura e 10-15cm de
diâmetro, exsudando resina variando da cor
creme a amarelo esverdeado. Râmulos com
nós deltóides e entrenós de 2,5-4cm de
compri-mento, marrom acinzentados, glabros, muito
angulosos, com os lados côncavos,
acentuan-do-se esses caracteres em direção ao ápice em
cuja extremidade apresentam três
ramifica-ções, dando impressão de se tratar de longos
pecfolos. fOlhas : sésseis, com lâmina de
7-16,5cm de comprimento e 2-8,5cm de largura,
opaca (raro semi-brilhosa) e, parda ou marrom
escura "in si eco" na face ventral; opaca e
cas-tanho-acinzentada "in sicco", na face dorsal;
fortemente conacea, assimétrica,
oblongo-elíptica ou ava'da, base arredondada,
assimé-trica, às vezes levemente cordiforme, ápice
obtuso ou emarginado, margem lisa, ondulada,
levemente revoluta; costa supra proeminente,
infra extremamente proeminente larga (3mm)
50-e alta (3mm) na bas50-e, 50-estr50-eitando-s50-e l50-enta-
lenta-mente em direção ao ápice e apresentando
uma secção triangular aguda, nervação
semi-imersa, nervuras secundárias irregularmente
paralelas, distanciadas de 1 ,5 a 3,5mm entre
si, geralmente bipartindo-se a cerca de 8mm
abaixo da margem, reticulação ·in sicco"
per-ceptível em ambas as faces. lnflorescências
axilares situadas sobre um pulvínulo conspícuo
com 7-12mm de diâmetro e 3-4mm de altura.
Flores não vistas. Fruto liso. alaranjado
ten-dendo a vermelho ou amarelo forte quando
maduro, muito brilhoso, elipsóide (levemente
rostrado quando jovem) ou arredondado,
assi-métrico, com 2,2-3cm de comprimento e
1,3-2,5cm de diâmetro, restos do estigma
per-sistente, base arredondada ou estreitando-se
em direção ao pedúnculo, portando resquícios
da
perianto e androceu. Sementes fusiformes
com ca. 1,5cm de comprimento e 0,8cm de
diâmetro.
MATERIAL ESTUDADO E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA:
BRASIL: ESTADO DO AMAZONAS: Alto rio Negro, ilha Gavião, abaixo da boca do rio Branco; 6-IX-1967; Byron 6782 <MG, INPA). -Idem, idem; 13·X·l967; W. Rodrigues et L, Coelho 8350 (MG, INPA). - Idem, Pa-datl.iri, Tapera; 2-XI-1947; R. L. Frócs 22702 (IAN).
R. a/buquerquei
é bastante distinta das
ou-tras por seus ramos angulosos, folhas
extre-mamente coriáceas e frutos brilhosos e doces
(ao contrário das outras espécies, com frutos
muito ácidos) .
Apresenta alguma afinidade com
R./ongifo-1/a
da qual se distingue principalmente por não
apresentar o fenômeno da caulifloria. Os
fru-tos de
R. a/buquerqueilembram um pouco os
de
R. brasi/iensis.Esta espécie é endêmica de uma região
muito circunscrita do Médio Rio Negro
(Ama-zônia Brasileira Ocidental) .
Habita as margens arenosas,
periodica-mente alagadas, do rio.
3. Rheedia macrophylla (Martius) Planchon et
Triana, Ann. Sei. Nat. 4e. sér.
14:309.1890.
Garcinia macrophylla Martius Beibl. zur Flo-ra 24 (2) : 35. 1841.
Est. 2 - R. albuquerquel (R. E. Scbultes 24535): Fig. 1 - ramo frutífero; Fig. 2 Fruto jovem; Fig, 3 -semente.
TYPUS : BRASIL: "Pará, in sllvls ", Martius 481 (holotypus M).
Árvores de 1 0-20m de altura e 15-35cm de diâmetro, com ramos em ângulo obtuso. Râmulos cilíndricos, tetrágonos em direção ao ápice, profundamente sulcados e nodosos; ge-mas foliares conspícuas. Folhas: pecíolo alon-gado, de 2-3cm de comprimento e ca. de diâmetro, tetrágono, profundamente sulcado no sentido longitudinal e rugoso transversalmen-te; lâmina de 16-40cm de comprimento e 6,5-13cm de largura, brilhosa em ambas as fa-ces, coriácea, elíptico-oval, elíptico-oblonga ou elíptico-lanceolada (raro obovada), base agu-da, arredondada ou levemente atenuaagu-da, ápice agudo, margem revoluta, ondulada; costa supra e infra-proeminente, sulcada, nervação secun-dária abundante, proeminente, mais ou menos paralela entre si, formando um ângulo de 60-75Q em relação
à
costa e anastomosando-se sob a margem, reticulação densa e proeminen-te em ambas as faces, concentrada sob a mar-gem. Botões florais globosos, pedicelos com 15-30cm de comprimento. Flores masculinas: 15-25 em cada fascículo, inseridas sobre um pulvínulo de 4-8mm de altura e 11-15mm de diâmetro, tuberculado; sépalas esverdeadas. orbiculares, com ca. de Smm de diâmetro; pé-talas brancas, obovadas com 8mm de altura e 3-4m mde largura, semi-reflexas após a âmese; estames de 15-25. Flores hermafroditas: me-nos numerosas, de 5-10 por fascículo; disco de 2mm de altura e 5mm de diâmetro; ovário ovóideo, com 5mm de altura e coroado por um estigma delt6ide, caliptriforme, com 2mm de altura e ca. do 6mm de diâmetro. Fruto: liso, ovóide, amarelo, com 5-7cm de comprimento e 4-Scm de diâmetro, com ápice rostrado, rostro com até 1cm de comprimento, coroado por restos do estigma, base aguda inserida sobre o disco concrescido e restos do perianto e androceu.Floresce de maio a agosto e frutifica de outubro a fevereiro.
MATERIAL ESTUDADO E DISTRmUIÇÃO GEOGRÁFICA;
BRASIL: ESTADO DO PARÁ: Belém, I-1963; J. M. Pires 8219 (R). - Idem, Feira do Ver-o Peso; 7-V-1968; P. Cavalcante (MG Carp. 1461).
52-- Idem, Mercado, IIl-1903; S/COl. (MG carp. 624). - Idem, Horto Botânico; 1-VI-1908, J. Huber (MG 9351). - Idem, Jardim Botânico do Museu Goeldi, 8-II-1942; W. A. Arcbcr 7544 {IAN). Idem, 10XI1948; A. Llma 4861, (RB). -Idem, Horto do Museu Goeldi. arv. 497; 10-X-1957; P. Cavalcante 311 (MG, IAN). - Idem; 28-VI-1975; M . E. van dcn Bc•·g 95 (MG). - Idem, bairro da Pedreira; 22-X-1971; E. Oliveira 5939 (IAN). - Idem, igapó do Guamá; 25-VIII-1941; A. Ducke 783 (MG, IAN, R) . - Idem, "sóuth fort>st of the I.A.N."; 25-XI-1942; W. A. Archcr 7879 (IAN). - Idem, IPEAN, Reserva APEG, Q. 223-93; 13-X-1967, J . M. Pires &
N. T. Silva 11128 (IAN). - Breves, perto
do igc.rapé Ar!lpijó; 7-30-VII-1956; J . M. Pi-res ct al. 4985 (IAN) . óbidos, rio Branco de óbidos, rio Branquinho; 27-I-1918; A. Ducke <MG 16957) . - Região do rio Jari, estrada entre Pilão e Repartimento; 20-I-1969; N. T. Silva i660 (IAN). - Rio Paní de Oeste, Missão Tiriyó, junto à al-deia. 2<>20'N, 55045W, 13-II-1970; P. Caval-cante 2375 (MG).
ESTADO DO AMAZONAS: Msnaus, estrada dO Aleixo, Companhia Nacional de Planta-ções; IV-1965; J. Dubois (INPA 17041). -Rio Solimões, igarapé Belém, Lourenço Gasper; 6-XII-1949; R. L. Fróes 23710 (IAN) . - Margem diraita do rio Solimões, próximo a Manacapurú; 9-X-1972; O. Pires 243 (INPA, MG). - Rio Juruá. "near mouth or rio Embira, tributary or rio Ta-rauacá", 7o30'S, 70°15W; 12-VI-1933; B. A. Krukoff 4765 <SP) . - Floresta de várzea próxima à serra do Artlcá; 22-II-1977; N. A. Rosa & M. R. Cordeiro 1602 (MG)
ESTADO DO ACRE: Sena Madureira, 5 km a leste da cidade; 03-X-1968; G. T. Prancc ct
... 1. 7778 (MG). - Idem, "trail from W. bank of rio Iaco to rio Purus, 3 km above confluence"; 5-X-1968; G. T. Prance et al. 7874 (INPA). - Idem, "trail W. or rio Iaco from São Caetano. 18 krn above Sena Madureira"; 8-X-1968; G. T. Prance et al. 7944 (INPA, MG).
ESTADO DO MATO GROSSO: Pedra Branca. riO Jauru; XII-1908; F. C. noelme 906 <R, SP). - Idem, XII-1908; F. C. Hoebne 923 (R).
TERRITÓRIO FEDERAL DO AJI.1AP.Á: Rio Amapari, Campo 14; 8-X-1961; J. M. Pires et. al. 51569 (MG, IAN). - Rio Oiapoque, igara-pé Nataia; 6-II-1950; R . L. Frúcs 25895
(IAN). - Oiapoque; VI-1904 A. Ducke <MG carp. 623).
Est. 3 -R. macrophylla: Fig. 1 - ramo florffero (Ducke 783); Fig. 2- ramo folinr (van den Berg 95); Fig. 3- flor; Flg. 4- fruto (van den Berg 95).
TERRITÓRIQ FEDERAL DE RORAJMA: Boa Vista; 24-IX-1931; Monteiro da Costa. 480 (IAN). - Base da serra Tepequem, Boca da Ma-ta; 11-II-1967; G. T. Prance et al. 4314 (MG, INPA). - "Lower southwestern slopes of serra Tepequem, 600m alt."; 21-II-1967; G. T. Prance et al. 459!:l (INPA. MG, R). - "Between Mo.itá - 3o20'N, 63a24'W and Paramiteri Indian Vil12.ge, 3°25'N, 63°3'W", 21-II-1971, G. T. Prance et .a.l. 10653 INPA).
ESTADO DO MARANHÃO: Coroatá; "Road B22, Capanema to Mo.rnnhão - km 64, vicinity of Peritoró; 5-XI-1965; G. T. Prance et T. D. Pennington 1997 (IAN).
ESTADO DI! PEIU'IAMBUCO: Recife, 22-III-1966, G. Mariz 330 (SP) .
ESTADO DA DAlilA! Ilhéus, Fazenda Pirata. quisse; 1-III-1944; H. P. Vellozo 816 (R)
ESTADO DO RIO DI! JANElRO: Rio de JaneirO, Quinta. de São Cristovão. s/d, Glaziou 15858 (R).
MATERIAL ADICIONAL:
GUIANA FRANCESA: Rio Oiapoque, "about 0,5 km N. of rio Ingarari, 2°18'N, 52o38'W, 16-IX-1960, H. S. Irwin et at 48295 (MG, IAN). - Idem, 16-IX 1960, H. S. Irwin et ai. 48296 (MG, IAN).
SURINAlUE: Watra.miri, arbor n.o 1670, 26-VI-1918
<BW 3907, IAN). Brownsbergtop,
30-V-1924, (BW 6569, RB).
GUIANA: "Northwestern slopes of Kanuku Moun-tains, in drainage of Moku-moku Creek, Takutu tributary", 31-III - 16-IV-1938, A. C. Smith 3402 (IAN).
Rheedia macrophylla
é uma especte bem
conhecida, característica por seus frutos
ovói-des com polpa ácida, e muito apreciada pelas
suas grandes folhas verde escuro brilhosas.
Ao lado de
R. madrunoé um dos poucos
uba-curi-pari" cu ltivados, embora em pequena
es-cala.
Está bem distribuída por toda a Amazônia.
No Nordeste é encontrada na região litorânea
do Estado de Pernambuco e Bahia. No Rio de
Janeiro foi coletada apenas por Glaziou na
Quinta da Boa Vista o que nos permite supor
que se trata de uma planta introduzida,
prova-velmente trazida da Amazônia.
54-Habita as matas de terra firme, em
geral
sobre latossolos.
Nomes vulgares: bacuripari verdadeiro
(Be-lém, Amapá). bacuri (óbidos-PA, Manaus-AM);
bacuri da várzea (Solimões-AM), pakoeli
(Su-riname). pacuriguazú (Paraguai) .
4. Rheedia gardneriana Miers ex Planchon et
Triana, Ann. Sei. Nat. 4e. sér.
14:321. 1860.
Lamprophyllum ga.rdncrianum Miers. "in shed" (P).
Rheedia gardneriana. Miers ex Plancbon var. parvifolla Engler, in Fl. Bras., 12 (1): 463. 1888.
Rheedia gardncriana Micr~ ex Planchon et Trinna var. glaziovii Englcr,
l.c., tab. 104, íig . 2.
Rheedia spruceana Engler, l.c Typus: PERU: "Peruvia on<:ntalis in silvis prope Tarapoto"; 1855. Sprucc 4484 (holotypw: K, isotypus B, phototypus IAN!).
Rh eedia spruceana Englcr var. cuneata Engler, l.c.
Rheedia tenuifolla Engler. l.s. Holotypus: BRASIL: Bahia, "ad. Ilhéus"; Blanchet 2337 ( K} .
Rheedia calyptrata Planchon et Triana. Ann. Sei. Nat. 4e. sé r. 14 : 311. 1860. Tovomita calyptrata. Schlecht in Linnaea 8.187.
Typus: "Rio de Janeiro; Lhotzlty 5" (holotypus P, phototypus IAN!).
TYPUS : BRASIL:
Ceará;
Gardner 1922 (holotypusP, isotypus B, phototypus IAN!).
Arvores de 5-1 Om de altura e 1 0-15cm (raro
25cm) de diâmetro. Râmulos tetrágonos,
sul-cados nodosos. Folhas, pecíolo de 7-15mm de
comprimento, tetrágono, sulcado
transversal-mente e plicado; lâmina de 5,1-15cm de
com-primento e 2,9-5,2cm de largura, opaca em
ambas as faces, cartácea ou subcoriácea
(membranácea no ápice do ramo), elíptica ou
elíptico-lanceolada, base aguda, atenuada e
as-simétrica, ápice agudo, acuminado ou
longa-mente acuminado, margem abertalonga-mente
revo-luta, ondulada; costa supra e infra
proeminen-te, sulcada, nervação secundária abundanproeminen-te,
I
2
Est. 4 - R. gardncriana.: Fig. 1 - ramo florlfero (M. Kuhlmann 313); Fig. 2 - ramo frut1fero (F. C. Hoene
SP 27157).
supra e Infra proeminente, mais ou menos aberta, paralela entre sí, ascendente com algu-mas nervuras anastomosando-se sob a mar-gem, reticulação conspícua. Botões florais globosos ou oblongos, pedicelos com 11-25mm de comprimento. Flores masculinas: de 10-15, inseridas sobre um pequeno pulvínulo de 1-1,5mm de altura e 4-Smm de diâmetro; sépa-las branco-esverdeadas, orbiculares, com ca. de 2mm de diâmetro, pétalas alvas, evado-oblongas com 4·6mm de altura e 2-3,5mm de largura, fortemente reflexàs após a
ântes~s.
disco pulviniforme, com 0,8·1mm de altura e 1,5mrn de diâmetro; 12-16 estames rigidamen-te eretos. Flores hermafroditas: 5-1
o
por fas-cículo. inseridas sobre um pulvínulo semelhan-te ao das flores masculinas; disco de 0,8mm de altura e 2mm de diâmetro, longitudinalmen-te sulcado; ovário ovôideo com 2mm de altura e ca. de 2mm de diâmetro, coroado por um estigma pulviniforme com 1 mm de altura e 2mm de diâmetro. Fruto: liso, amarelo esver-deado, ovóideo, com 2,8-4cm de comprimento e 2-2,7cm de diâmetro, rostro conspícuo com até O,Scm de comprimento, coroado pelo estig-ma reestig-manescente, base arredondada ou aguda, inserida sobre o disco concrescido e restos do perianto e androceu.Floresce de maio a agosto, frutificando de outubro a janeiro.
MATERIAL ESTUDADO E DISTRmUIÇÃO GEOGRÁFICA:
BRASIL: ESTADO DO PARÁ: Ourém; 5-XIII-1903; R. S.
•
56-Rodrigues (MG 4050). - Rio Guajará, re-gião do Planalto de Santarém, Município de Prainha; 20-VII-1955; R. L. Fróes 31987 (IAN). - Rio Tapajóc Estrada das Ca. choeiras Inferiores, Piriquito; 11-IX-1916; A. Ducke (MG 16475) . - Rio Tocantins, Remansão; 4-IX-1948; .R. L. Fróes 23389
(IAN). - Rio Itacaiunas, Seco-Grande;
20-VI-1949; R. L. Fróes & G. A. Black 24603 (IAN). - Idem; 20-VI-1949; R. L. Fróes & G. A. Black (IAN 51073). Marabá, serra de Buritirama; 25-VI-1970; J. M. Pires & R. P. Belém 122299 (IAN). - IdGm; 27-VI-1970; J. M. Pires & R. P. Belém 12308 (IAN). ESTADO DO AMAZONAS: "Near mouth of rio Embira, Basin of rio Juruá, lat. 7?30 S, long. 70015'W, B. A. K.rukoff 5102 (SP) .
Rio Javari, Tambaqui; 18-X-1976; G1 T.
Prancc ct ai. 23908 CMG). - Ipixunn, Pu. rus, Bom Lugar; III-1904; A. Goeldi (MG 4232). - Boca do Acre; 25-X·1975; O. 1'. Monteiro (INPA 53470).
TERRITÓRIO DE RORAIMA: SurUCUCU, "betwen
Maitá. Mounteins and Maitá indian village. 3o1S'N, 63o28' - 24'W"; 13·II·l971; G. T. Prance et al. 10494 (MG) .
Tl!RRlTÓIUO DE RONDONIA! Bacia do riO Ma-deira, "N. bank of R . Madeira betwen ca-choeira. Tres S and Fortaleza, 4·16km above mouth"; 18-VII-1968; G. T. Prance et. ai.
6176 (MG).
ESTADO DO CEARÁ: Baturité; S/d; Fr. Alemão
ct
M. <:zysneiros 180 (R). - Uruburetama; s/d; Fr. Alemão et. M. Cysneiros (R 79141). ESTADO DE PERNAMIIUCO: Recife, Dois Irmãos, corgo do Visgueiro Grande, 23-X-1975, G. Mariz 650 (UFPe.) - Idem, mata. de Dois Irmãos; s/ d, Dárdano de A. Lima 1365(IAN). - Vicência, Mata. do Engenho,
Jundiá; 12-XI-1960; S. Tavares 547 (I'.L'EP>. ESTADO OA BAHIA: Agua Preta; XII-1937, G. Bondar 2271 (SP) .
ESTADO DE MINAS CERAIS: S. Domingo, "slope above stream, alt. 720m"; 19-XI-1930; Y. Mexia 5323 (RB).- Rio Branco, 750m alt.; 13-XI-1930; Y. Mexia 5297 (R). - Caldas; s/d; Rcgnell 1528 (R). - S/Inf. (R 79148). ESTADO DO IUO DE JANEIRO! Inspetoria
Flores-tal (E. de F. Central do Brasil), espécie n.0 50; s/d; (R 27640). - Tijuca; IX-1882; (RB 88402). - Idem; 7-IX-1974; A. Glaziou 7527 (R.). Idem; 27-IX-1882; A. Glaziou 13579 (R). - Dois Irmãos; 19-VIII-1924; Mata. do Pai Rico.rdo, perto do Horto
Flo-restal (Rua D. Castorina); 2-XI-1926; Pcs. soai do Horto (R 136102).- Parque Nacio· nal da serra dos órgãos, a 900m de alt.; 19-XI-1952; J . Vidal II 5310 (R ). - Idem; 1XII1883; Manduca Palma (R 79055). -Terezópolis, Fazenda Boa Fé, mata do
Jar-dim; 16-II-1943; 11. P. Veloso 291 (R). -Nova Friburgo, Alto Macaé; 18-XI-1891; A. Glalziou 18155 (R). - A velar, Pau Grande; 1931;, G. Machado Nunes 50 (R).
ESTADO DE SÃO PAUl..(): S. PaulO, n!Üiva do Parque do Estado (Jardim Botãmco>; 11XI1931, F. C. Hoehne 1882 (SP). -Idem. 6-XI-1945; M. KuhJmann 3132 (SP) . - Idem, Cemitério da Xiririca; 16-X-1894; Loefgren et Edwall (SP 28262). - Idem; 25-IX-1929; F . C. Hochnc {SP 24298). - S . Vicente, ilha P orchat; 10-X-1955; F. C. Hoehne (SP 27156). - Idem; 10-X-1955, W. Hochne <SPF 5594). - Alto da Serra, mata da Estação Biológica; 28-II-1923;
F. C. Hoehne (SP 8358). - Iguape, morro das Pedras; X-1919; A. C. Brade 7906 CSPl. ESTADO DO PARANÁ: Paranaguá, Praia do Leste, 2-X-1929, F. C. Hoehne (SP 24334).
ESTADO DE SANTA CATARINA: Brusque, mata do Hoffmann, 30-XII-1949; H. P. Veloso 9 (RB). - Sombrio, alt. 10m; 3-IX-1945; R. Reitz 1917 (R).
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL: S. LeOpOldO, Gravatas; s/d; J. Dutra (R 79263). - San-ta Anna do Rio dos Sinos; s/d; s;col. (R 78967).
PERU: DEPARTAMENTO oE. LORETo: "Pill!rto Arturo, lower rio Huallaga, below Yurimaguas, alt. above 135m"; 24/5-VIII-1929; E. P. Killip & A. C. Smith 21801 (RB).
Quando Engler ( 1888) descreveu as· suas novas espécies R. spruceana e R. tenuifolia e, suas variedades, baseou-se em material escas-so e sem frutos, que na sistemática do gênero
Rheedia são fundamentais. As características fo\iares apontadas por Engler, para distinguir
R.
gardneriana, e suas variedades parvifolia e glaziovii, R. spruceana e sua variedade cuneata e ainda R. tenuifolia, não podem ser considera-das uma vez que, foram encontraconsidera-das num mes-mo rames-mo, de uma só exsicata, em repetidas amostras. Como exemplo mais característico deste fato podem ser indicadas as coleções de Fróes & Black 24603, Fróes & Black (IAN 51073). Ducke (MG 16475), Pires & Belém 12308 e Bondar 2271 . Os frutos de todas essas espécies e variedades são idênticos. Também não há diferenças significante~ entre as flores das espécies e variedades criadas por Engler e as de R. gardneriana. Trata-se de uma única espécie, isto é, R. gardneriana, que foi a pri-meira a ser classificada e descrita.Ainda com referência a R. spruceana, deve-se acrescentar que o exemplar Spruce 17 44,
citado por Engler, em primeiro lugar, na list~
de material examinado, é de uma legítima
R.
brasiliensis. Portanto, a coleção Spruce 4484 - (também citada por Engler)é
a que deve ser considerada um "holotypus • para este nome.Tanto R. calyptrata Pl. et Tr., como seu ba-siônimo Tovomita calyptrata Schlecht, devem ser considerados sinônimos de R. gardneríana
Revisão das ...
por não apresentarem caracteres distintivos
que justifiquem sua manutenção como "taxon"
válido.
Nomes vulgares: bacupari (São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), bacoparé
(Minas Gerais) .
5. Rheedia brasiliensis: (Martius) Planchon et Triana, Ann. Sei. Nat. 4a. sér.
14:
310. 1860.Garcfnia. brasillensis Martius Beibl. Zur
Flo-ra 24 (2) : 33. 1841.
Garcinia brasillensis Martius forma major Martius, l.c. :34.
Rheeclia fioribunda "sensu" Engler in Fl. Bras. 12 (1) : 464. 1888. "pro parte". Garcinia floribunda "sensu" Miquel Stirp. Su·
rinam. Selec.: 90. 1850. "pro parte".
TYPUS : BRASIL: Luschnath., M. Lucae, 1836 (ho-lotypus M).
Árvores de 5-1 Om, podendo alcançar 15m de altura e 10-15cm de diâmetro, com ramos em ângulo obtuso. Râmulos cilíndricos, sulca-dos. Folhas: pecíolo alongado, de 1·1,8cm de comprimento
e
ca. de 3mm de diâmetro,sub-cilíndrico, canaliculado, com uma fóvea carac-terística na base, revoluto em direção
à
nervu-ra centnervu-ral rugoso tnervu-ransversalmente, lâmina de 7-23,5cm de comprimento e 5-9,5cm de largura opaca em ambas as faces, coriácea, oval ou elíptico-oval, em geral assimétrica, base arre-dondada ou atenuada, ápice agudo ou levemen-te acuminado, margem estreitamenlevemen-te revoluta. ondulada; costa supra proeminente, infra mais conspícua, sulcada, nervação secundária abun-dante, disposta obtusamente em relaçãoà
cos-ta, arqueando-se e anastomosando-se soba
margem, onde apresenta reticulação irregular e proeminente em ambas as faces. Botões florais globosos, pedicelos com 15-21 mm de comprimento. Flores masculinas: pouconume-ros~s (10·15) em fascículos com aspecto ver-ticUado, inseridas sobre · um pulvínulo pouco conspícuo; 'sépalas branco-esverdeadas, subor-biculadas, côncavas, muito delicadas, membra-náceas, com 2miT' de altura e 1,5mm de largura; pétalas alvas, obovadas, estrladas, com 3,5mm de altura e 2,5mm .de .largura, reflexas após
a
antese; estames de '20-30. Flores
E
o
j
1
Est. 5 - R. brasiliensis:, FJg. 1 - ~ ramo flori!ero. (Glaziou 18154); Fig. ~ - ramo !rutifero (M. Silva 749).
tas: 3-5. disco de ca. de 1 mm de altura e ca.
de 2mm de diâmetro; ovário ovóideo de 3mm
de altura e 2,5mm de diâmetro, coroado por um
estigma pulviniforme com 1 mm de altura e
2,5mm de diâmetro. Fruto liso. amarelo e
ala-ranjado. elipsóide. com 2.0-2,5cm de
compri-mento e 1,5-2,2cm, com ápice arredondado ou
pouco pronunciado, coroado por estigma
rema-nescente, base mais estreita. assentado sobre
restos do disco, estames e pétalas.
Floresce de março a agosto e frutifica de
setembro a janeiro.
MATERIAL ESTUDADO E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA;
BRASIL: ESTADO DO PARÁ: Belém, Museu Goeldi, no-vo cercado dos jabotis; 23-IV-1971; P. Ca-valcante 2770 (MG). - óbidos; 1905; Paul LeCointe (MG 7046) . - Idem, margem do lago Curumum; 3-I-1914; A. Ducke (MG 15296). - Porto de Moz, Praia Grande; 26-II-1916; A. Ducltc (MG 16672).
ESTADO DO AMAZONAS: Manaus, rua da cida.. de; 19-VIII-1973; P. L. Lisboa. 15 <INPA). - Idem, km 9 de BR-17
(Manaus-Itacoa-tiara); 27-V-1956; J. Chagas (MG 48035). - Idem; 26-III-1956; Luiz 3674 (MG, INPA) - Idem, Cachoeira Baixa do Tarumá, pró-ximo f.O rio; 17-XI-1966; G. T. Prance et ai. 3190 (MG, INPA). - Idem, igarapé Ponta Negra, afluente do rio Negro; 22-IV-1953;
R. L. Frócs 29592 (IAN). - Rio Negro, S. Gabriel da Cachoeira; t-/d; Spruce 2377 CMG, ExBM; citado na Flora Bras.). -Idem "in vlcinibus Barra, Prov. Rio Ne-gro", XII-1850 - III-1851, Spruce 1744
(MG, idem, idem) . - São Paulo de OUvença.. 2IV1944, A. Ducke 1573 (MG) -Idem, igarapé Belém; 14-XII-1949; R. L. Fróes 23709 (IAN). - Rio Solimões, Mana-capuru, beira do lago do Jacaré; 1-V-1967; M. SHva 745 (MG). - Idem, Tonantms, igapó
w
lado do Solimões; 21-II-1944; A.Ducke 1572 (MG, R). - Tefé; 18-VIII-1947; G. A. Black 47-1214 (IAN). - Idem, S;VI-1850,
R.
L. Fróes 26142 <IAN). - Rio Javari, Munic. Benjamim Constant, ilha Aramaçá, defronte Tabatinga; 23-VII-1973; G. T. Prance et aJ. 16760 (MG). - Idem; 24-VII ~973; G. T. Prance 16801 CMG).Santo Antonio do Içá; 30-VIII-1906; A. Ducke (MG 7639) .
ESTADO DO ACRE: Abunã, Seringal Orion; 23-X-1923; J. G. Kulmann 706 (RB). - Se-ringal Boa Agua; VII-1972; J. M. l•ires et
Revisão das . . .
ai. 13740 (IAN). - R io Macacau,
an.
do rio Jaco; 19-I-1975; B. S. Pena (IAN 146 .512) .I!STADO DE MATO OP.OSSO! "Barra do Garças - Xavantina Road, 20 km from Xavanti-na"; 12-VI-1966; D.
R.
Hunt & J. F. Ramos5965 (SP). - Rio Suia Missu, !2°49'S, 51<>46'W; 20-XI-1968; R. M. Harley & R. Souza 11146 (IAN, RB). - Cáceres, VIII-1911, F. C. Hoehne 4351-4, 4356-7 (R, SP).
ESTADO DO MARANHÃO: Pedreiras, 7-VIl-1909; F. Q. Lima. (MG 2315). - Imperatriz, ca. poeira à beira do rio Tocantins, 9-VIII-1949, J. M. Pires & G. A. Black 1770a (!AN). - Pinheiro, Morro do Finca, arredores do campo3 de Pinheiro; 06-VII-1978; N. A. Rosa et O. Cardoso 2539 (MG).
ESTADO DE PERNAMBUCO: Recife, DOiS IrmãOS, chã de Mnmajuda, 4-I-1965; G. Mariz 193
(UFPe).
ESTADO DO RIO DE JANEIRO: RiO de Janeiro, São Cristovão, Quinta da Boa Vista; 6-XII-1866; Glaziou 18154 (R). - Le-blon; VIII-1926; D. Constantino (RB 21323). Restinga de Copacabana; 2-V-1889; Schwaclte 6488 (RB). - Barra. da Tijuca; 11-X-1926; J. G. Kuhlmann 284:
(RB). - Lagoa de Piratininga; 8-XI-1922; J. G. Kuhlmann (RB 21324). - Restinga de Jacarepagua; 10-IV-1958; E. Pereira
et
ai. 4173 {RB). - Idem, Recreio dos Ban-deirantes; 16-IV-1958; E. Pereira et al. 3571 (RB). - Teresópoli::;, Parque Nacio-nal da Serra dos órgãos; 19-XI-1952; J. Vi-dal 5310 (R). Idem; 13-XII-1952; J. Vida I 5612 (R).ESTADO DE SÃO PAULO: Nova Europa, Fazen· da Itaqucrê; 28-IV-1955, M. Kuhlmann 3676 (SP).
ESTADO oo PARANÁ: Paranaguá, Matinhos; 23-X-1948; G. Hatschbach 1049 <RB).
MATERIAL ADICIONAL:
GUIANA FRANCESA: Defronte da Colônia Agrico-la do Oiapoque, cerca de 4 km ao Norte da foz do rio Cricu; 12-VIII-1960; J. M. Pires 47411 (MG, IAN) .
PARAGUAI: E. Hassler 7038 (RB).
Rheedia brasiliensis é a única espécie que
apresenta flores perfumadas. A sua
morfolo-gia foliar é muito susceptível às condições
ecológicas. daí os problemas taxonômicos
gidos entre os botânicos mais antigos. Na res. tinga, as suas folhas são bem mais coriáceas, com· ápice agudo, nervação secundária semi-imersa enquanto que na mata Amazônica apre-senta folhas mais delgadas com ápice varian-do de pouco a extremamente acuminavarian-do, for-mando uma espécie de goteira. O seu fruto
é
comestível e bastante apreciado, principal·mente pelas crianças. Encontra-se em estado silvestre na Amazônia, tendo sido também en-contrada em roças abandonadas por indígenas.
Ocorre ao longo da
calh~
do rio Amazonas e do rio Negro, no litoral Nordestino e do Su-de::;te, sendo que, para o litoral paranaense trata-se de um2 ocorrência nova.Habita as matas da terra firme, em gerai sobre fatossofos ou nas matas de restinga (no sul do país) .
6. Rheedia acuminata (Ruiz et Pavon) Plan-chon et Triana, Ann. Sei. Nat. 4e. sé r.
14: 314. 1860.
Verticlllaria acuminata Ruiz et Pavon, Syst. Fl. Peruv.: 140. 1798.
Rheed.ia floribunda (Miquel) Planchon et
Tria-na, l.c.: 319.
Garcinia fioribunda Miquel Stirp. Surinam. Select.: 89. 1850. Typus: "In Surinami regionibus interioribus"; Kapler et
Host-mann
593a. (holotypus P, isotypus U, pho-totypus IAN!).Rheedia acuminata (Ruiz et Pavon) Planchon et Triana, var. fioribunda (Miquel) Vesque in DC. Mon. Phan. 8:510 . 1893.
Rheedia rostrata (Miers) Vesque, Epharm. 2:24, tab. 72. 1889.
Verticillaria rostrata Miers "in shed". Holoty-pus: BRASIL: "Prov. Alto Amazonas, prope Panuré et rio Uaupés; R. Spruce 2609 (P, phototypus IAN l) .
Rheedia kappleri Eyma, Meded. Bot. Mus. & Herb. Rikjs. 4:26, tab. 5 (a-e). 1932.
(reno-meação ilegítima de R.
tloribunda) ,TYPUS:
PERU:
"In Huancahuari"; Ruiz et Pavon (holotypus B, phototypus IAN!).Árvores de 7-20m (podendo alcançar 30m) de altura e 16-30cm de diâmetro, com ramos semi-ascendentes. Râmulos cilíndricos·, acha-tados e tetrágonos em direção ao ápice.
60-Folhas: pecíolo de 11-15mm de comprimento e ca. de 3mm de diâmetro, cilíndrico, supra ca-naliculado; lâmina de 7-16cm de comprimento e 4-6,5cm de largura, opaca em ambas as fa-ces, subcoriácea, elíptica ou elíptico-oval, raro oboval, base arredondada, ápice agudo ou acuminado, margem revoluta e pouco ondula-da; costa supra patente e infra proeminente, longitudinalmente sulcada, nervação secundá-ria numerosa, nervuras mais ou menos regular-mente distanciadas entre si, anastomosando-se sob a margem sob a qual há reticulação proe-minente; presença de finas linhas longitudinais em toda extensão da lâmina . Botões florais ovóide-piramidais, pedicelos de 1-2cm . F\ores masculinas: 25-40 em cada inflorescência, in· seridas sobre um pulvínulo tuberculado cons-pícuo (1,5-3mm de altura e 3-5mm de diâme-tro), sépalas orbiculares com ca. de 2,5mm de diâmetro, pétalas oblongas ou obovadas, com 8mm de altura e 4,5mm de largura, totaimente reflexas após a ântese; estames 25-30, anteras recurvadas, disco tuberculado. Flores herma-froditas: 3-10 em cada fascículo, estames de 10-15, disco irregularmente lobado, com 1 mm altura e 3mm de diâmetro; ovário ovóideo, tuberculado, com 3.5mm de altura e 3mm de diâmetro; estigma com 3mm de diâmetro, ca-liptriformc com uma típica incisão de 1 mm de comprimento no sentido radial. Fruto muricado tendendo a equinado, forma variável, de alon-gado (4,5cm de comprimento e 3,5 a 4cm de diâmetro), com rastro mais pronunciado, a ovóide (4,5cm de comprimento e 3,5 a 4cm de diâmetro) com rastro pouco evidente ou quase ausente, com
3
sementes; na base, presença do disco desenvolvido juntamente com o fruto. Floresce de maio a agosto, frutificando de outubro a março.MATERIAL ESTUDADO E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA:
BRASIL: ESTA.DO oo PARÁ: Belém, Horto do Museu Goeldi; 25-III-1971; P . Cavalcante 2769 (MG). - Idem, idem; 28-VI-1975; l\1. E.
van.
den Berg 96 (MG) . - Idem, Bosque Municipal Rodrigues Alves; 15-III-1901; M. Guedes (MG 2171) . - Idem. idem; 4-VIII-1947; N. T. da Silva 23 (IAN, R). - Idem, vizinhança da cidade; 9-X-1961; J. M. Pires 51858 (RB). - Idem, IPEAN;'
.-5
3
4
•
~
2
Est. 6 -R. acuminata: Fig. 1 - ramo florífero; Fig. 2 - fJ.Pr (BW 1618); Flgs. 3 e 4 - frutos; Fig. 5 - se.
menle (.t\. Goctdi, Carp. MG 623).
62-13-IX-1967; J. M. Pires et al. 10966 (IAN). - Idem, idem, Reserva do Mocambo, L 20-24, arv. 64; 15-VI-1967; J . M. Pires &
N. T. Silva 10541 (IAN). - Idem, idem. igapó do Catu, trasecto 10 x 950 L 16; Q 1
SN; 25-X-1966; J. M. Pires & N. T. Silva 10277 (IAN). - Idem, Reserva Aurá (IPEAN), Transecto Q. 105-68; 14-VIII-1967; J. M. Pires e N. T. Silva 10685 (IAN). -E. F. Bragança, Santa Izabel, Moema; 2-IX-1908; Pessoal do Museu (MG 9612, INPA). - "Road BR-22, Capanema to Ma. ranhão, vicinity of Cachoeira, km 96"; 27-X-1965; G. '1'. Prance 1713 (IAN). - Bre. ves, rio Mapuá, perto do Marco de 1902, lago Bernardinho. 23-VII-1950; G. A. Black et al. 9852 (IAN). - Tucuruí, Vitória; 17IV1929; J. G. Kuhlmann 2018 (RB). -Santar~m. R. Maicá; 4-II-1968; M. Silva 1358 (MG). - Rio Tapajós, aeroporto de Jacaree.canga; 30-I-1952; J. M. Pires 4047 (IAN). - Alto Tapajós, Vila Nova, perto da cachoeira do Chacorão; 27-XII-1951; J. M. Pires 3690 (IAN). - Idem, idem, 24-I-1952; J. M. Pires 4025 (IAN). Almei-rim, serra de Aramanduba; 27-VIII-1918; A. Ducke (MG 17268). - Região do rio Jari, ::mtre serra de Almeirim e serra Azul;
27-VIII-1968; N. '1'. Silva 895 (IAN). -Idem, idem, margem do igarapé Manguba; 14·XI·1967; E. Oliveira 3529 (IAN). -Idem, idem. estrada do Munguba km 14; 16-VI-1969; N. T. Silva 2201 (IAN).- Idem, idem, idem, km 10; 22·X-1970; N. '1'. Silva 3386 (IAN).
ESTADO DO AMAZONAS; Manaus; 7-IV-1971; P. Cavalcante 2910 (MG) . - Idem, estrada do Aleixo; 27-V-1941; A. Ducke 714 (MG. R). -Idem, km 9 dn BR-17; 02-VI-1955; J. Cbagas (MG 21196, INPA) . - Idem, igarapé do Buião; 24-V-1956; Dionísio (MG 48036, INPA). - Idem, Reserva Florestal Ducke; 12-VIII-1966; W. Rodrigu('s & Os-marino 8217 (MG, INPA) . - Idem, idem,
XI1972; W. Rodligues 9141 (INPA). -Itacoatiara, km 21 da rodovia
Itacoa-tiara- Manaus, arredores do 5eringal; 11-XI-1963; E. Oliveira 2976 (IAN). - Ro-dovia Manaus-Porto Velho, km 160 igapó Tupanã; 23-III-1974; D. G. CampbeU ct al. P 208G6 (MG). - Rio Negro, igarapé Ja. raqui; 22IV1967; M. Silva 947 (MG). -Idem, próximo ao rio Arara; 27-IV-1973; A. Loureiro et al. (MG 48072, INPA) . -Borba, rio Canumã. lugar Niterói;
2IV1960; W. Rodrigues 1611 (INPA) . -Idem, Paraná do Autaz-Mirim, lago da Co-bra; 25-VIII-1973; C. C. Berg et ai. P 19734 (MG). - ~io Solimões, S. Paulo de O
li-vença, igarapé Belém; 24·XII-HJ48; R. L. Frócs 23773 (IAN>. - Idem, próximo à Fonte Boa; 22-VIII 1973; G. '1'. Prancc ct ai. 17453 (MG).- Idem, Tonantins; 15-II-1944; A. Ducke 1570 (MG, R). - Idem, idem, "em antigas culturas indígenas"; 15-II-1914;
A. Ducl<e 1571 (MG, R). - "Basin of 110 Demeni, vicinity of Totatobi"; 27-II-1969; G. T. Prance et ai. 10293 (MC, INPA). -Rio Purus; 1903; A. Goeldi (Carp. MG 62:J). - Tefé, "sitio abandonado na mata"; 29-VI-1906; A. Ducke (MG 73!>6. RB):-Rio Içá; 1!!06; A. Ducke (Carp. MG 615).
t.sTAOO oo ACRE: Rio Moa, Estação Agrícola a 15 km NW de Cruzeiro do Sul; 25-X-19GG; G. T. Prance et a i. 2793 (MG, INPA) . -Cruzeiro do Sul (rio Juruá) 2,5 km ao S da cidade; 3-XI-1966; G. T. Prance ct a i. 2981 (MG, INPA) . - Idem, Projeto RADAM, sub-base Cruzeiro do Sul ponto 5 SB 18 ZB; 19-II-1976; L. R. Marinho 243 (IAN). - Proximida<ies da boca do rio Embora, tributário do rio Tarauacá; 19VI1933; B. A. Krukof[ 4919 (RB) -Proximidades da foz do rio Macauhan, tributário do rio Yaco, lat. 9°20'S, Jong. 69oW; VIII-1933; B. A. J{rukoff 5473 <RBl
ESTADO DE MATO GROSSO; "Sandy east bank o.r rio Aripuanã, north of Humbolt Cam. pus, 59<'2l'N, 10o12'W"; 9-X-1974; G. T. Pran. ce et al. 18311 (MG). - Humbolt, à mar· gem da cachoeira Andorinha, 2G-VII-1974, N. A. Rosa. et ai. 159 (!AN). - Aripuanã, Dardanelos, "mata que cerca o salto das Andorinhas"; 29-IX-1975: P. Lisboa l't ai. 476 (INPA).
TERRITÓRIO FEDERAl:. DO AMAPÁ; Rio Oiapoque, "about 2 km N oi mouth of rio Maturá,
2°35'N, 52°32'W"; 22-IX-1960; H. S. Irwin et ai. 48429 (MG, IAN, RB>
ESTADO DE GOIÁS; RiO Piranha, afluente do rio Araguaia, região de Aragualins, 27-IV-1961; E. Oliveira 1602 (IAN).
MATERIAL ADICIONAL:
GUIANA FRANCESA: Margem do rio Maroni; 1802; Melinon sfn, Herb. J. de Saldanha 358. ex. Hcrb. P (R). - Rio Oiapoque, "middle slopes of Mt. Tipac., alt. 100-200m, 3°3G'N, 51019'W"; 14-X-1960, H. S. Irwin 4P.719 (MC, IAN).
SURINAME: "Via Secta Moengo Tapoe :.>.d Grote Zwiebelzwamp"; 28-IX-1948, J. Lanjow & J. C. Lindcmann 517 (IAN). - Zanderij I; V-1944; Woodherbarium Surinam 204 (IAN). - Idem, arbor n.0 103, 10-XI-1915, s/lcg. (BW
1261, RB). - Sectie O, arbor 270a., sjd, sfleg. (IAN 38498a .) . - Idem, arbor n.0 589; II-1916, sjleg. (BW 1618, IAN, RB). -Idem; 4-V-1916, S/leg. (BW 1818, IAN). Watramiri, arbor
n.o
1604; 6-VI-1916; s; leg. (BW 1999, IAN ).GUIANA: "Kaieteus Plateau, along Potaro Ri ver, above Kaiatuk"; lO·X-1944, B. Maguire 23373 (RB) .
R. acuminata é uma das espécies ma1s con · trovertidas embora seja facilmente dist inta por seus frutos rostrados, que podem se spre-sentar de verrucosos a semi-equinados. Os frutos jovens lembram os de
R.
benthamiana,porém ao desenvolver-se mostram mais seme-lhança com os frutos de
R.
madruno.R.
acuminata é freqüentemente confundidacom R. brasi/iensis, R. benthamiana e R. ma-druno, quando só apresenta material florífero, por causa das seme lhanças que reaimente apresentam suas H ores e folhagens.
í
'
J
É também entre as espécies revistas a que apresenta maior número de sinônimos.
Ent re estes, R. floribunda é binômio longa-mente questi onado pelos autores. Quando Mi-quel ( 1850) descreveu Garcinia flori bunda (ba-siônimo de Rheedia flori bunda), indicou c lara-mente Kappler 593a (U) como o material em que se havia baseado. Porém, indicou como sinônimo dessa espécie Garcinia brasiliensis Martius forma major o que é incorreto, porque essa forma, atribuída a Martius, é uma legíti-ma
R.
brasiliensls. Além disso, Martius (1841)não fez refer"ência específica a uma forma major em seu trabalho. Provavelmente, Miquel se baseou em alguma nota manuscrita a mar-gem da coleção que Martius trouxe do Pari1 e, sem que este tivesse a intenção de distinguí-la de sua R. brasiliensis . Esta e igualmente a opinião de Eyma (1932) .. O que não impediu
este~au t or de descrE:ver a nova espécie
R.
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Mapa 1 - Distribuição geográfica:e -
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R. longifolla; O - R, albuquerquel; • - R. acumlnata;* -
R. ben·thambna;