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TERRITORIALIDADE E DESTERRITORIALIDADE NA HISTÓRIA DE SANTA TEREZINHA DE GOIAS

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TERRITORIALIDADE E DESTERRITORIALIDADE NA HISTÓRIA

DE SANTA TEREZINHA DE GOIAS*

Fudio Matsuura**

Antônio Pasqualetto***

Ubirajara de Lima Ferreira****

Artigo

* Recebido em: 10.02.2020. Aprovado em: 29.04.2020.

** Pós-Graduação Latu Sensu MPENG Projetos Estruturais de Aço para Edifi cações pela Faculdade de Tecno-logia SENAI de Desenvolvimento Gerencial (2013). Mestre em Desenvolvimento e Planejamento Territorial da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Graduado em Licenciatura plena em Física pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (1980). Graduado em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (1991). Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás. E-mail: fudio. matsuura@gmail.com.

*** Mestre em Desenvolvimento e Planejamento Territorial da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E--mail: pasqualetto@pucgoias.edu.br

**** Doutor em Fitotecnia (Produção Vegetal) pela Universidade Federal de Viçosa. Professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: Bira237@terra.com.br

Resumo: objetivou-se neste estudo analisar a relação entre territorialidade,

desterritoria-lidade, no desenvolvimento econômico local, tendo como foco o garimpo de esmeraldas localizado no município de Santa Terezinha de Goiás situado no estado de Goiás, mais es-pecifi camente na Mesorregião Norte, na Microrregião de Porangatu, a 300 km da capital do estado. Assim, foi realizada pesquisa descritiva, de caráter qualitativo, com análise histórico temporal, identifi cando eventos marcantes expressos em uma linha de tempo e a campo, retratos da realidade evidenciada pelo processo de mineração. Com base nesses procedi-mentos metodológicos, verifi cou-se que o garimpeiro, devido ao caráter temporal das mi-nas de exploração, o desenvolvimento desordenado das cidades e das regiões, rompe com a lógica de fi xação no território, gerando um esvaziamento destas quando ocorre a crise. Além disso, fi cou evidente, no processo histórico do município de Santa Terezinha de Goiás, que segue a lógica das cidades mineradoras no Brasil, caracterizada pela vulnerabilidade de ocupação do território, com enfrentamento de problemas ambientais, sociais, econômicos e institucionais, além da estruturação de uma territorialidade mediada pela mineração, as-sim como processos de desterritorialidade e territorialidade, em virtude da decadência do garimpo. Conclui-se que esses processos levam ao questionamento da noção de desenvol-vimento associada à atividade mineradora, já que esta apresenta caráter predatório e de alto risco ambiental, confl itantes com o desenvolvimento sustentável.

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TERRITORIALITY AND DETERRITORIALITY IN THE HISTORY OF SANTA TEREZINHA DE GOIAS.

Abastract: the objective of this study was to analyze the relationship between territoriality,

de-territoriality in local economic development, focusing on the emerald mining located in the municipality of Santa Terezinha de Goiás located in the state of Goiás, more specifically in the Mesoregion Norte, in the Porangatu Microregion , 300 km from the state capital. Thus, a de-scriptive, qualitative research was carried out, with temporal historical analysis, identifying sig-nificant events expressed in a timeline and field portraits of the reality evidenced by the mining process. Based on these methodological procedures, it was found that the prospector, due to the temporal character of the mining mines, the disordered development of cities and regions, breaks with the logic of fixation in the territory, generating an emptying of these when the crisis occurs. Furthermore, it was evident in the historical process of the municipality of Santa Ter-ezinha de Goiás, which follows the logic of mining cities in Brazil, characterized by the vulner-ability of occupation of the territory, facing environmental, social, economic and institutional problems, in addition to structuring a territoriality mediated by mining, as well as processes of deterritoriality and territoriality, due to the decay of mining. It is concluded that these processes lead to the questioning of the notion of development associated with mining activity, since it has a predatory character and a high environmental risk, conflicting with sustainable development.

Keywords: Local development. Desterritoriality. Territoriality. Territory.

A

intensa atividade de extração de esmeraldas deu origem a ocupação desordenada no município

de Santa Terezinha de Goiás, a partir da década de 1980, época da descoberta das minas de esmeraldas, sendo esse considerado o período áureo do garimpo na região.

Entretanto, tudo tem começo, meio e fim, não sendo diferente com o processo de mineração neste município, desencadeando ocupações e esvaziamento do território, em eventos históricos de-terminantes em seu desenvolvimento.

O arcabouço teórico desta pesquisa teve como fundamento os conceitos de territorialidade e desterritorialidade e suas dinâmicas no desenvolvimento local. Buscou-se, com isso, compreender a relação entre mobilidade espacial e territorialidade, com a descoberta das minas de esmeralda nesse município.

Os conceitos de territorialidade, desterritorialidade e reterritorialidade, para Haesbaert (2004), são conceitos que estão relacionados ao território. O desenvolvimento local faz esta associação.

Para tanto, os conceitos abordados foram examinados à luz das ciências humanas e sociais, perpassando pela Geografia, Antropologia, História e Sociologia, visto que o território consiste em uma construção social mediada por interesses humanos, voltados, sobretudo, para a energia e a informação, que, no mundo moderno, representam bens de consumo. Essa realidade aproxima território e economia, bem como territorialidade e desenvolvimento local.

A metodologia consistiu em uma fundamentação teórica destas terminologias com suporte conceitual para posteriormente observação do objeto de estudo, neste caso, o município de Santa Terezinha de Goiás.

Foram consultados diversos autores como Haesbaert, Rastzel, Caanditoto; Santos, Faria; Rosselvelt, Saquet, Raffestin, Fuini, Andrade, Aydalot, Zapata et al., Cocco; Galvão para análise da territorialidade, desterritorialidade.

Para análise do objeto de estudo, Santa Terezinha de Goiás, foram abordados a origem e o desenvolvimento local com enfoque no município, onde contribuíram autores como Dallabrida, Siedenberg; Fernández; Zapata et al.; Lopes; Brito, Nascimento; Silva; Cocco; Galvão.

Fez-se análise histórica com dados sócio-econômicos, registros fotográficos da mineração na localidade e seus impactos, culminando com uma linha de tempo demonstrando os eventos marcantes de uso e ocupação do território no período compreendido entre 1980 e 2020.

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Neste sentido, objetivou-se analisar a relação entre territorialidade, desterritorialidade e de-senvolvimento econômico local no município de Santa Terezinha de Goiás.

TERRITÓRIO, TERRITORIALIDADE E DESTERRITORIALIDADE

O termo Território segundo Haesbaert (2004), em sua origem etimológica refere-se ao domínio da terra, direito de posse, e que se materializa por meio de relação afetiva. Vem da geografia e foi desenvolvido por Friedrich Ratzel (2010), geógrafo, alemão, no final do século XIX e início do século XX. Para Candiotto e Santos (2009) a contribuição de Ratzel está em vincular o território como im-prescindível para alcançar objetivos políticos, uma vez que teorizou a respeito de sua relevância na constituição do Estado-Nação.

Faria; Rosselvelt (2010) evidenciam que o território pode ser entendido a partir de duas cono-tações diferentes, ou seja: da materialidade em que o território está conjugado à legalidade e à polí-tica. É neste caso a propriedade. A outra conotação refere-se ao simbólico, ou seja, pela apropriação, relaciona-se ao vivido.

Saquet (2015) afirma que o território é espaço temporal produzido pelas relações de poder engendradas por determinado grupo social. Para o autor as forças econômicas, políticas e culturais relacionadas entre si efetivam um território.

Neste estudo, embora considerando que o território seja um conceito central para a Ge-ografia, este é investigado de forma multidisciplinar no âmbito das demais ciências sociais no sentido de organizar aporte teórico que orienta a trajetória e o desenvolvimento dos municípios de Santa Terezinha de Goiás e de Campos Verdes, com a exploração do garimpo de esmeraldas, na década de 1980, considerando este, um processo de caráter social, político e econômico nos dois municípios.

Na Geografia contemporânea, Raffestin destaca-se o debate sobre território e poder, pois amplia o enfoque de território para além do Estado-nação. O “território não poderia ser nada mais que o produto dos atores sociais” (RAFFESTIN, 1993, p. 7-8). Explica que são estes atores que produzem o território e que ocorre processo do território, quando se manifestam todas as espécies de relações de poder. Raffestin (1993) utilizou o conceito de território como:

[…] um espaço onde se projetou um trabalho, seja energia e informação, e que, por conse-quência, revela relações marcadas pelo poder. […] o território se apoia no espaço, mas não é espaço. É uma produção a partir do espaço, que se inscreve num campo de poder (RAFFES-TIN, 1993, p. 144).

Haesbaert (2004) também destaca o poder como elemento central do conceito de território, percebendo-o como “um espaço sobre o qual se exerce um domínio político, e como tal, um controle do acesso” (p. 168).

Fuini (2015) discute a contribuição de autores brasileiros para a incorporação de novos elemen-tos na constituição dos territórios, e afirma que, atualmente, os elemenelemen-tos econômicos, produtivos e culturais permitem a saída de uma visão do território apenas do ponto de vista político e histórico para uma concepção que internaliza “[...] a pluralidade e multiescalaridades das formas de apropriação do espaço, considerando as territorialidades e dimensões relacionais” (FUINI, 2015, p. 139).

Aponta o autor a relevância dos estudos de Haesbaert (2004, 2014) para compreensão de que o território é construído como relação de poder em várias dimensões e que incidem em diferentes escalas e importa caracterizar os processos que dão sentido e valor aos territórios como constructos sociais e culturais em certa bases materiais: a inserção e apropriação, a territorialização e a desterrito-rialização, como desenraizamento e mobilidade, além de se preocupar como as relações de construção de identidades múltiplas - as territorialidades.

Na Ciência Política, por exemplo, no entendimento das relações de poder e do papel do Estado, ou como fonte de recursos, tal qual é visto nas Ciências Econômicas. Na Antropologia que explicita a dimensão simbólica. Na Sociologia seu papel nas relações sociais e por fim, na Psicologia quando aparece seu caráter subjetivo e pessoal, em escala individual, refletindo a identidade do sujeito.

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Alarga Haesbaert (2004) a abrangência do conceito de território para as diferentes ciências sociais, faz indicações esclarecedoras sobre o território como conceito central para a Geografia, referindo-se às espacialidades humanas. Na Ciência Política no entendimento das relações de poder e do papel do Estado. Como fonte de recursos como é visto nas Ciências Econômicas. Na Antropo-logia que explicita a dimensão simbólica, na SocioAntropo-logia seu papel nas relações sociais e por fim, na Psicologia quando aparece o seu caráter subjetivo e pessoal, em uma escala individual, refletindo a identidade do sujeito.

Saquet (2015) afirma que nos últimos anos, no Brasil e em outros países, tem-se reforçado con-sideravelmente, estudos da geografia, sociologia, economia e antropologia centrados nos conceitos de território e territorialidade. Já que como afirma Haesbaert (2004, p. 20), “não há como definir o indivíduo, o grupo, a comunidade, a sociedade sem inseri-los num determinado contexto geográfico, territorial”.

Tem-se para Raffestin (1993) que o território é produzido por diversas relações que o indivíduo ou grupos de indivíduos contraem entre si e com a natureza. Para o autor o território é fruto dos atores sociais. São, estes atores que produzem o território, partindo da realidade inicial dada, que é o espaço. Afinal para ele o território se forma a partir do espaço. “Ao se apropriar de um espaço concreta ou abstratamente, o ator ‘territorializa’ o espaço” (RAFFESTIN, 1993, p. 143).

Território é, portanto, o espaço das experiências vividas, em que ocorrem as relações entre os atores, e destes com a natureza. Essas relações permeadas pelos sentimentos e pelos simbolismos atri-buídos aos lugares. “São espaços apropriados por meio de práticas que lhes garantem certa identidade social/cultural” (SILVA, 2009, p. 109).

Percebe-se, pois que o território responde a certo número de funções geográficas, sociais e políticas, que se inscrevem no universo da memória, das representações e dos valores indo além das perspectivas material e do poder da categoria território.

A relação entre identidade e território é tão forte como afirma Costa & Costa (2008) que toda identidade implica numa territorialização, assim como a territorialização permite a permanência indenitária.

Para Haesbaert (2004), a territorialidade incorpora uma dimensão política e diz respeito também às relações econômicas e culturais, uma vez que está intimamente ligada ao modo como as pessoas se organizam no espaço e como elas dão significado ao lugar. Nesta perspectiva o território é funcional como recurso, como proteção ou abrigo que variam em importância de acordo com os modelos de sociedades vigentes (HAESBAERT, 2004).

Andrade (1995), afirma que territorialidade pode ser definida como um processo subjetivo de conscientização e sentimento da população de fazer parte de um território, de integrar e criar confra-ternização entre as mesmas. Destaca-se também nesse sentido a desterritorialidade como consequência do território e, de nova unidade de gestão que modifica o espaço não conquistado, formando novas territorialidades ou reterritorialidades, sugerido novas formas de concepção do uso e do processo de domínio do território.

É na perspectiva mais ampla da compreensão do que venha ser o território e a desterritoria-lização que este estudo propõe desenvolver análise sobre o desenvolvimento local do município de Santa Terezinha de Goiás com a exploração do garimpo, imersos nas relações de “dominação ou de apropriação da sociedade-espaço, que ao longo de um continuum vai da dominação político-econômica mais ‘concreta’ e ‘funcional’ à apropriação mais subjetiva e/ou ‘cultural-simbólica’” (HAESBAERT, 2004, p. 95-96).

Num esforço de síntese dessas várias concepções, o autor propõe agrupá-las sob três di-mensões: 1) Política – esta, refere-se às relações entre espaço e poder em geral, assim como as já institucionalizadas jurídico-politicamente, em que o território se constitui em espaço delimitado, com fronteiras definidas, vinculado, principalmente, ao poder político estatal. 2) Cultural ou simbólico-cultural – nesta, o território é analisado a partir da dimensão simbólica e subjetiva como resultado da apropriação e valorização do espaço vivido. 3) Econômica – nesta, o território é visto como fonte de recursos e incorporado aos conflitos das classes socais e na relação entre capital e trabalho (HAESBAERT, 2014).

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Todavia, o pesquisador considera que, para organizar o raciocínio em termos mais amplos e a partir de fundamentação filosófica, é necessário discutir a conceituação de território segundo duas perspectivas: a) o binômio materialismo-idealismo (que se desdobra nas visões parciais e nas integra-doras do território); e b) o binômio espaço-tempo (em dois sentidos, quanto ao seu caráter absoluto ou relacional, e quanto à sua historicidade e geograficidade).

Em sua análise Haesbaert (2014) apresenta síntese das várias noções de território, agrupando--as em três vertentes básicas, quais sejam: a política, considerada a mais difundida e no âmbito da qual o território é visto como espaço delimitado e controlado, sendo que nela determinado poder é exercido, geralmente o poder político do Estado; a cultural, que ressalta a dimensão simbólica e mais subjetiva, em que o território é percebido, notadamente, como resultado do processo de apropriação/ valorização simbólica atribuída por um grupo ao seu espaço vivido; e a econômica, tomada como a menos difundida, e que enfatiza a dimensão espacial das relações econômicas.

Os estudos sobre desenvolvimento local na perspectiva do território é compartilhada por estu-diosos da área. Zapata et al. (2001) afirmam que o fomento às atividades produtivas é um dos objetivos do desenvolvimento local, e que, exige processo de concertação no sentido de articular as políticas públicas específicas e adequadas aos sistemas locais.

Os estudos sobre território possibilitam o entendimento das dinâmicas de desenvolvimento local, orientando-se pelos pressupostos do espaço social e as relações de poder neles existentes. Nesse sentido tem-se que o território é o espaço do desenvolvimento local, com função normativa.

Aydalot (1985) afirma que o território, nesta perspectiva, representa o elemento organizativo das propostas de melhoria local. É no território que serão evidenciadas as políticas que visam a promover dinâmicas locais tomando como critério organizativo o território e suas territorialidades.

Também no território, pode ser evidenciada a desterritorialidade. Para Haesbert (1995) citado por Silva (2001) a desterritorialização significa o rompimento tanto simbólico com a destruição dos símbolos, marcos históricos, identidades, quanto concreto, material -político e ou econômico, para a destruição de antigos locais, fronteiras econômicas e políticas de integração.

Neste sentido, destaca-se a desterritorialidade, como consequência do território e de uma nova unidade de gestão que modifica o espaço não conquistado, formando novas territorialidades ou reter-ritorialidades, o que sugere novas formas de concepção do uso e do processo de domínio do território.

Sales; Gualberto (2019) reforçam este entendimento na análise do artigo Concepções de território

e territorialidade no antigo norte goiano.

DESENOLVIMENTO LOCAL E TERRITÓRIO: APLICAÇÃO AO OBJETO DE ESTUDO SANTA TEREZINHA DE GOIÁS

As abordagens do desenvolvimento local com enfoque no território apontam para os desafios da territorialização, e assim reforçam a importância da organização socioterritorial e da inovação coletiva territorial, com seus reflexos nos sistemas territoriais de produção.

Dallabrida; Siedenberg; Fernández (2004) afirmam que o maior desafio enfrentado quando se trata de estudos de desenvolvimento local é a referência aos âmbitos espaciais periféricos. Justifi-cam os autores que essas investigações solicitam o esclarecimento de várias indagações, tais como: (1) qual a possibilidade de desencadear movimentos de reação dos territórios ou regiões? (2) quais características precisam estar presentes em territórios ou regiões, para criar as condições favoráveis a uma reação mais autônoma e protagonista, com maior possibilidade de sucesso? (3) como é possível perceber estas características na realidade de territórios ou regiões fora dos centros mais dinâmicos da economia nacional e mundial?

Este estudo remete-nos à discussão territorial do desenvolvimento localizado, com enfoque às cidades garimpeiras, o que leva a buscar a sua compreensão a partir da análise da trajetória de um âmbito espacial periférico, particularmente a cidade de Santa Terezinha de Goiás.

Nesse sentido evidencia as principais abordagens teóricas que enfocam a temática do desen-volvimento a partir da perspectiva territorial, e assim enfoca as vertentes globalista e regionalista do chamado novo regionalismo. Ampara-se, ao mesmo tempo, nas leituras de Dallabrida, Siedenberg;

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Fernández (2004) ao reafirmarem que é possível vislumbrar um cenário de respostas aos desafios da territorialização do desenvolvimento, desde que sejam priorizados os enfoques das abordagens regionalistas que reafirmam a relação entre os padrões de organização socio territorial, inovação e desenvolvimento.

Assim, os estudos de “Desenvolvimento local em Santa Terezinha d Goiás: uma cidade, o garimpo de esmeraldas e a decadência” ampara-se na concepção de território como espaços geográficos onde se desenvolvem economias de aglomeração - o caso do garimpo -, não se limitando, necessariamente, às divisões administrativas municipais.

Esses espaços são caracterizados pelo conjunto de recursos materiais (a exploração do garimpo de esmeraldas) que formam as estruturas econômicas, sociais e políticas, e pelas relações estabelecidas entre poderes públicos, privados (empresas) e outras instituições que atuam nessas localidades.

Considera-se nessa perspectiva que o fomento às atividades produtivas é um dos objetivos do desenvolvimento local, e que, exige certo processo de concertação no sentido de articular e conciliar as políticas públicas específicas e adequadas aos sistemas locais (ZAPATA et al., 2001).

Para Cocco; Galvão (2001, p. 83) o desenvolvimento local deve “apostar seriamente na recom-posição do econômico e do social, na construção material de uma sociedade civil que seja o fruto de um espaço público e comum”.

Os estudos sobre território possibilitam o entendimento das dinâmicas de desenvolvimento local, orientando-se pelos pressupostos do espaço social e as relações de poder neles existentes. Nesse sentido tem-se que o território é o espaço do desenvolvimento local, com função normativa.

A ORIGEM DO MUNICÍPIO DE SANTA TEREZINHA DE GOIÁS

Em 1953, a família Batista Ferreira saiu de Anápolis a fim de conhecer as terras compradas dos legítimos herdeiros. Da cidade de Itapaci em diante foi preciso abrir estradas, onde só havia trilhas de animais (LOPES, 2010)

Para o pesquisador, foram verdadeiros bandeirantes, venceram diversos obstáculos até alcan-çar o objetivo. Fizeram pontes de buritis, abriram estrada com foice, machado, enxadas, ferramentas rudimentares, cozinharam em trempes, dormiram sob a luz das estrelas. Ao chegarem no local, a primeira coisa que fizeram foi erguer uma cruz tosa e rezaram um terço. Essa cruz foi arrancada da praça da igreja quando da construção do 1º jardim da praça José Batista Ferreira.

O patrimônio cultural de Santa Terezinha de Goiás foi construído ao longo do tempo, por mo-radores antigos. Assim, as manifestações populares também estão presentes na cultura do município. Dentre elas, duas tradições católicas que persistem desde a fundação do município são as idas para as cidades de Guarinos (Festa do Divino Pai Eterno) e Muquém (Festa de Nossa Senhora da Abadia) (LOPES, 2010).

A cidade desde o início recebeu o nome de Santa Terezinha de Goiás devido a devoção do fundador e por causa da fazenda ter este nome. Mas a primeira missa foi no dia 28 de julho de 1954, celebrada pelo Padre Luiz Olamieta, à sombra de um pequizeiro. A pequena população vivia de modo rudimentar, toda mercadoria, por exemplo, era buscada em lombo de cavalo, usando-se cangalhas e bruacas para carregar todo o tipo de alimentação que precisava a população, de cidades distantes, estas viagens levavam semanas, meses, por falta de estrada (LOPES, 2010).

O Distrito de Santa Terezinha de Goiás foi criado em 1963 pela Lei Municipal nº. 19 de 22 de julho de 1963, aprovada pela Câmara Municipal de Pilar de Goiás-GO. A Lei Estadual que emancipou o Município foi a de nº. 4705, de 23 de outubro de 1963, a posse do primeiro prefeito ocorreu no dia 1º de janeiro de 1964 (IBGE, 2018).

Na tabela 1 estão os dados técnicos e legislação de criação do Município de Santa Terezinha de Goiás.

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Tabela 1: Município de Santa Terezinha de Goiás (dados técnicos)

Fonte: IBGE, 2018.

Características Santa Terezinha de Goiás

Lei estadual de criação Lei n. 4705de 23/10/1963

Localização Mesorregião Norte Goiano

Área territorial (2017) 1.202,245 Km²

População estimada (2018) 8.931 pessoas

Distância da Capital 300 Km

Na figura 1 observa-se o mapa do município de Santa Terezinha de Goiás.

Figura 1: Mapa do município de Santa Terezinha de Goiás

Fonte: Elaborado pelo autor (2019).

A MINERAÇÃO EM SANTA TEREZINHA DE GOIÁS

Um marco importante da cidade surge a partir do ano de 1980 vincula-se diretamente à des-coberta das minas de esmeraldas. As primeiras esmeraldas foram desdes-cobertas na administração do prefeito, Sr. Raimundo Fernandes da Silva, por volta dos anos de 1980 (BRITO, 2012).

A jazida foi encontrada, pelo patroleiro Diolino Gonçalves, a partir da preparação da terra para a construção de uma estrada vicinal, que dava acesso a Fazenda São João. Posteriormente, por meio de análises ficou comprovado que “aquela descoberta era resultado de um afloramento natural de esmeraldas” (NASCIMENTO, 2009). Para este pesquisador, a confirmação que se tratava realmente de uma pedra de esmeralda, a notícia espalhou-se rapidamente e atraiu para a região garimpeiros, que vinham dos diferentes Estados (a maioria vinha dos garimpos do Maranhão, Bahia, Minas Gerais, Tocantins e do próprio Estado de Goiás).

Ocorre superpovoação, e o município experimentou crescimento populacional sem precedentes em Goiás, chegando no período áureo do garimpo ter população de mais de 25 mil habitantes.

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Tornou--se o maior produtor de esmeraldas do mundo, o que provocou verdadeira efervescência econômica, bem como ampliação do comércio de abastecimento de alimentos, roupas e instrumentos utilizados no garimpo no município (BRITO, 2012). Afi rma que o povoado onde estavam localizadas as esmeraldas fi cou conhecido como “Garimpo”, situado a 22 quilômetros da sede o município de Santa Terezinha de Goiás, na fazenda São João, terras que pertenciam ao senhor Sebastião Gambira.

Esse processo refl etiu inclusive nas cidades de Anápolis e Goiânia, que aumentaram a comercia-lização de alimentos, vestuários, calçados, móveis, eletrodomésticos, bem como o comércio de produtos para construção civil e a vendas de carros. “No início da exploração, era possível ver as esmeraldas em baldes, em sacos, em mesas, expostas na rua. Tudo era feito de maneira muito primitiva, sendo as esmeraldas mostradas sem nenhum medo” (BRITO, 2012).

Na cidade de Santa Terezinha de Goiás instalaram-se agências do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, do Bradesco, do Bamerindus e do BEG (Banco do Estado de Goiás, posteriormente extinto), tudo para garantir os serviços bancários aos cidadãos (SILVA, 2006).

A mineração, sorte para enriquecer de repente, levava ao município centenas de pessoas. Macedo (2000, p. 29) afi rma que “o mito do garimpo, como o lugar em que a sorte traz mudanças para melhorar, e a fantasia de uma vida mais tranquila justifi cavam os caminhos tortuosos e os esforços sobre-humanos”.

Santa Terezinha de Goiás retrata a realidade das cidades mineradoras no Brasil, sem estrutura física e social para atender o grande número de pessoas, foi perdendo seu traçado e estética, os garimpeiros acomodavam-se em qualquer lugar - o que eles buscavam era encontrar esmeraldas e fazer fortuna. “A cidade fi cou superpovoada, todos os quartos de pensões e hotéis fi caram ocupados. Os becos serviam de moradas, pessoas construíam quartos e mais quartos e alugavam, havia até barracas de lona e de plástico” (BRITO, 2012).

A mineração no município aconteceu de forma desorganizada e o poder público não conseguiu responder às demandas, realidade que possibilitou a entrada de atravessadores de outras localidades para dentro da área do garimpo, inclusive comprando as minas dos mineiros que não tinham como tocar os serviços por inúmeros problemas, dentre eles o fi nanceiro (SILVA, 2006). O adensamento populacional, os confl itos gerados na disputa por terras, acidentes, mortes, prostituição, são fatores sufi cientes para justifi car a emancipação política da região e a criação de município de Campos Verdes.

Na sequência, a fi gura 2 destaca a cidade de Santa Terezinha de Goiás como território, uma nova territorialidade, quando ocorre a ocupação de pessoas na área do garimpo e a decadência local com a crise do garimpo ocorre a desterritorialidade.

Figura 2: Santa Terezinha de Goiás: a) a cidade como território; b) ocupação e territorialidade e c)

de-cadência e desterritorialidade

Com a emancipação do “garimpo” em 1987, tornando-se o município de Campos Verdes, Santa Terezinha de Goiás vive processo de decadência e de esvaziamento do município. Realidade retratada pelo número de habitantes, sendo que no ano 1980 o município possuía 10.964 habitantes, em 1991 este número era de 16.522. Com a crise do garimpo no ano de 2000 este número de habitantes cai para 12.015, em 2010 passa para 10.302 e 2018 a população estimada pelo IBGE é de 8.931 habitantes (IBGE, 2018). (Figura 3)

c) Decadência e desterritorialidade

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Figura 3: População de Santa Terezinha de Goiás – 1980 a 2018 Fonte: IBGE/2018.

O munícipio vivia do dinheiro do garimpo que movimentava toda a cidade. Com a emancipa-ção do povoado “garimpo”, que passou a denominar-se município de Campos Verdes pela Lei nº 10. 401/1987 de 30 de dezembro de 1987, Santa Terezinha de Goiás enfrenta a crise demográfi ca e também crise econômica e social (SILVA, 2006).

Em que pese o município ser anterior ao garimpo, às consequências da decadência do garimpo foram impactantes “a população da cidade de Santa Terezinha tinha desaprendido a trabalhar na lavoura, no comércio, em empregos públicos, e agora se via sem os altos rendimentos que vinham do garimpo” (BRITO, 2012, p.18).

Os problemas sociais econômicos gerados na cidade de Santa Terezinha de Goiás pela de-cadência do garimpo deixaram refl exos negativos no município. Com a emancipação de Campos Verdes a cidade de Santa Terezinha de Goiás perde seu território de esmeraldas e consequentemente arrecadação e controle econômico.

De forma resumida, a linha de tempo na fi gura 4 evidencia os momentos marcantes deste pro-cesso em Santa Terezinha de Goiás. Considerou-se o período histórico entre a criação do povoado e posterior emancipação municipal entre os anos de 1950 a 1960, caminhando até a década de 1990 com a percepção da decadência do garimpo e seus impactos locais.

A partir da composição dessa linha temporal reforçam-se as noções de territorialidade, desterrito-rialidade e de uso do espaço como assuntos concernentes às ciências sociais, como defende a perspectiva teórica adotada nesta pesquisa por intelectuais como Haesbaert e Claude Raff estin, entre outros.

Dessa forma, a desterritorialização é vista por Haesbaert e Bruce (2002) para além do debate fi losófi co direta ou indiretamente, balizados por problemas e questões concretas. Por trás de todo o debate teórico, os autores citam Badie (1995) aqui privilegiado, está a crescente difusão das questões ligadas ao que vulgarmente se denomina “o fi m dos territórios” ou, mais amplamente, o enfraqueci-mento da dimensão espacial na vida social.

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Nota-se na linha de tempo, marcos fundamentais do processo de desterritorialidade. Após a descoberta das esmeraldas em 1980, com apogeu entre 1983 e 1989, conduzindo um processo de ocupação do território, teve em 1987 a fragmentação com a criação do município de campos verdes, detentor da maior parte dos garimpos. Este fato conduziu em 1992 a decadência e consequente desterritorialidade.

Figura 4: Linha de Tempo - Santa Terezinha de Goiás Fonte: Elaborado pelos autores (2019)

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Ademais, percebe-se uma reestruturação do uso do território, marcada pela desterritorialidade e desmontagem do sistema territorial baseado no comércio de esmeraldas. É importante destacar que, com a emancipação política de Campos Verdes, a cidade de Santa Terezinha de Goiás perdeu seu território de esmeraldas e, consequentemente, arrecadação e controle sobre o comércio desse minério.

Na atualidade, a busca pela ressignificação do espaço, o resgate cultural e dos valores que conduziram a origem do município de Santa Terezinha de Goiás constituem-se em atividades voltadas para a agropecuária, turismo e eventos culturais, como forma de manter vivo o espírito do município.

Considerações Finais

No decorrer deste estudo evidenciou-se a problemática do processo de territorialização e dester-ritorialização do município de Santa Terezinha de Goiás, com enfoque para o garimpo de esmeralda. Teve como pressuposto identificar que se é verdade que o homem necessita do seu território, do seu espaço e de criar vínculos e ligações com ele - o desenvolvimento local em Santa Terezinha de Goiás, na década de 1980, época áurea da exploração do garimpo de esmeralda, seguem a lógica das cidades mineradoras no Brasil? A pesquisa aponta que o garimpeiro, pelo caráter temporal das minas de exploração, o desenvolvimento desordenado das cidades e regiões de garimpos, rompe com a lógica de fixação no território, e, ocorre o esvaziamento das cidades e regiões garimpeiras quando há crise.

A relação entre mobilidade espacial e territorialidade, com a descoberta das minas de esmeraldas é evidenciada no processo histórico do garimpo de Santa Terezinha de Goiás, segue a lógica das cida-des mineradoras no Brasil, se configura pela vulnerabilidade de ocupação do território, enfrentando problemas ambientais, sociais, econômicos e institucionais.

Traz a marca de profundas mudanças na região, que afetaram o conjunto da sociedade e provo-caram alterações no estilo de vida de seus habitantes, com a avalanche de pessoas que se desloprovo-caram para o garimpo, a efervescência econômica, a ampliação do comércio de abastecimento de alimentos, roupas e instrumentos utilizados no garimpo.

Identificou-se que o município Santa Terezinha de Goiás seguiu a lógica das cidades mineradoras no Brasil, evidenciando no município o perfil de cidades mineradoras, ou seja, economia dependente da mineração, crescimento rápido e sem planejamento, a existência de população flutuante, o surgi-mento de novas demandas a serem atendidas, os impactos ambientais e o esvaziasurgi-mento com a crise do garimpo.

Ao evidenciar os estudos do garimpo de esmeralda em Santa Terezinha de Goiás que se cons-tituiu foco de atração para migrantes dos mais diversos pontos do território nacional o estudo dos movimentos destes trabalhadores permite constatar a existência de situações complexas em termos da relação entre mobilidade espacial e territorialidade, já que existem desde os que estão de passa-gem, os que são garimpeiros apenas sazonalmente, até os que permanecem no lugar face à ausência de melhores perspectivas.

Compreende-se também que essa escolha possibilitou perceber a tridimensionalidade “socie-dade, espaço e tempo” e, dessa forma, o impacto da atividade mineradora nos processos de territo-rialidade e desterritoterrito-rialidade, ou seja, como o sistema territorial desses locais foi montado em nome da mineração e, posteriormente, desmontado, com a decadência dessa atividade, caminhando do aparente desenvolvimento ao cenário de degradação e abandono a que foi relegada a região.

Fica evidente que no processo de ocupação do espaço, com o fim do auge da mineração houve a desterrritorialidade de Santa Terezinha de Goiás, deixando sua economia pautada na agropecuária, comércio modesto e festividades locais.

Por fim, cabem sugestões aos gestores municipais, estaduais e federais, de tal modo que este modelo não se repita em outras localidades, mas também possam ocorrer políticas voltadas para dinamizar a economia de Santa Terezinha de Goiás, com enfoque na qualidade de vida de seus mo-radores, bem como satisfação social.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás - FAPEG para a realização do presente artigo.

Imagem

Figura 1: Mapa do município de Santa Terezinha de Goiás Fonte: Elaborado pelo autor ( 2019).
Figura 2: Santa Terezinha de Goiás: a) a cidade como território; b) ocupação e territorialidade e c) de- de-cadência e desterritorialidade
Figura 3: População de Santa Terezinha de Goiás – 1980 a 2018 Fonte: IBGE/2018.
Figura 4: Linha de Tempo - Santa Terezinha de Goiás Fonte: Elaborado pelos autores (2019)

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