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A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL E NO MUNDO

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A EDUCAÇÃO A

DISTÂNCIA NO BRASIL E

NO MUNDO

PÓS-GRADUAÇÃO 2011

LEITURA FUNDAMENTAL

AULA 3

A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL

PROF. DR. JOÃO MATTAR

© DIREITOS RESERVADOS

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A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL

PÓS-GRADUAÇÃO 2011

LEITURA FUNDAMENTAL AULA 3 PROF. DR. JOÃO MATTAR

PARA CITAR ESTE TEXTO:

MATTAR, João. História Da Educação a Distância. Departamento de Extensão e Pós-Graduação. Anhanguera Educacional, 2011.

© DIREITOS RESERVADOS

Proibida a reprodução total ou parcial desta publicação sem o prévio consentimento, por escrito, da Anhanguera Educacional.

Publicação: Junho de 2011.

DIRETORIA DE EXTENSÃO E PÓS-GRADUAÇÃO

Silvio Cecchi

Correspondência/Contato

Alameda Maria Tereza, 2000, Valinhos, São Paulo

CEP. 13.278-181, Tel.: 19 3512-1700 PREPARAÇÃO GRÁFICA

Lusana Veríssimo Renata Galdino

PARECER TÉCNICO

Cláudia Benedetti

REVISÃO GRAMATICAL

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1. A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL

Objetivos

Nesta aula, exploraremos um panorama geral da Educação a Distância no Brasil. Depois de um passeio pela história da EaD no nosso país, analisaremos seu desenvolvimento no Ensino Superior e alguns aspectos da legislação. Em seguida, avaliaremos as características e os participantes do mercado da EaD e, para finalizar, exporemos alguns dados estatísticos recentes sobre a situação da EaD no país.

2. INTRODUÇÃO

Comparando o desenvolvimento da EaD no Brasil com a experiência mundial, algumas diferenças saltam aos olhos. Num primeiro momento, a EaD brasileira segue o movimento internacional, com a oferta de cursos por correspondência. Entretanto, mídias como o rádio e a televisão serão exploradas intensamente e com bastante sucesso em nosso país, através de soluções específicas e, muitas vezes, criativas, antes da introdução da Internet. Além disso, no Brasil, a experiência das universidades abertas é retardada praticamente até há poucos anos, com a criação da Universiade Aberta do Brasil – UAB.

Vejamos alguns momentos desse desenvolvimento.

3. HISTÓRIA DA EAD NO BRASIL

1904 Escolas Internacionais e Cursos por Correspondência

O Jornal do Brasil, que iniciou suas atividades em 1891, já registrava anúncio oferecendo profissionalização por correspondência para datilógrafo.

Considera-se marco histórico a implantação das Escolas Internacionais, em 1904, representando organizações norte-americanas. Eram instituições privadas que ofereciam cursos pagos por correspondência em jornais. Inicialmente, os cursos eram em espanhol.

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Nesse período, a EaD manteve o material impresso como base, que, posteriormente, passou a ser complementado com recursos de áudio e vídeo, transmissões de rádio e televisão, videotexto, computador e tecnologia de multimídia.

1923 Rádio Escola

Várias iniciativas seguiram-se a essas experiências iniciais: em 1923, um grupo liderado por Henrique Morize e Roquette Pinto fundou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, oferecendo cursos de português, francês, silvicultura, literatura francesa, esperanto, radiotelegrafia e telefonia. Tinha início, assim, a Educação pelo rádio. Em 1927, foi criada, também no Rio de Janeiro, a Comissão de Cinema Educação; em 1932, educadores lançaram o Manifesto da Escola Nova, propondo o uso dos recursos de rádio, cinema e impressos na Educação Brasileira.

EUREKA!

Em 1934, Edgard Roquette Pinto instalou a Rádio Escola Municipal no Rio de Janeiro. Os alunos tinham acesso prévio a folhetos e esquemas de aulas, e a Rádio Escola também utilizava também correspondência para contato com os alunos.

Em 1936, a emissora Rádio Sociedade do Rio de Janeiro foi doada ao Ministério da Educação e Saúde, e em 1937 foi criado o Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação.

1939 Rádio Monitor

Em 1939, a Marinha e o Exército brasileiros utilizavam a EaD para preparar oficiais na Escola de Comando do Estado Maior, utilizando, basicamente, material impresso via correspondência.

Entretanto, os primeiros institutos brasileiros a oferecerem sistematicamente cursos a distância por correspondência – profissionalizantes, em ambos os casos - foram o Instituto Rádio Técnico Monitor, em 1939, e o Instituto Universal Brasileiro, em

EUREKA

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1941. Juntaram-se a eles outras organizações similares, que foram responsáveis pelo atendimento de milhões de alunos em cursos abertos de iniciação profissionalizante a distância, até hoje.

O Instituto Monitor foi fundado em 1939, a partir da experiência de um curso a distância para a construção de um modesto rádio caseiro, que utilizava apostilas de eletrônica e um kit. As atividades passam, então, a ser todas realizadas por correspondência. Ao redor de cinco milhões de alunos já estudaram no

Instituto Monitor. Ainda hoje, ele oferece cursos técnicos, supletivos e profissionalizantes, de formação profissional e, inclusive, presenciais; tendo, mais recentemente, desenvolvido metodologia própria para e-learning. Seus planos envolvem a atuação em todos os níveis de Educação.

1941 IUB

Outro pioneiro de EaD no Brasil é o Instituto Universal Brasileiro - IUB, fundado em 1941 por um ex-sócio do Instituto Monitor, dedicando-se à formação profissional de nível elementar e médio.

O IUB já formou milhões de pessoas e, hoje, possui dezenas de milhares de alunos. Oferece cursos profissionalizantes (como de Auxiliar de Contabilidade, Desenho Artístico e Publicitário, Fotografia, Inglês, Violão, etc) e supletivos. Sua principal mídia são apostilas enviadas por correio.

Na década de 40 e 50, mais instituições passaram a fazer uso do ensino a distância via correspondência, impulsionadas pelo sucesso do Instituto Universal Brasileiro.

Instituto Monitor:

http://www.institutomonitor.com.br

Confira o belo livro: Instituto Monitor: memórias do ensino a distância no Brasil: 1939/2005. São Paulo: Instituto Monitor, 2006.

http://www.institutomonitor.com.br/Livro-historico.aspx

Instituto Universal Brasileiro:

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Recentemente, foi criado o UNIUB - Cursos On-line, que substituiu o material impresso pela Internet e o correio pelo e-mail, além de incorporar o chat.

1947 SENAC, SESC e Universidade do Ar

Em 1947, SENAC, SESC e emissoras associadas fundam a Universidade do Ar (em 1941, havia sido criada outra Universidade do Ar, que durou 2 anos), com o objetivo de oferecer cursos comerciais radiofônicos. Os alunos estudavam nas apostilas e corrigiam exercícios com o auxílio dos monitores. A Universidade do Ar durou até 1961.

A experiência do SENAC com EaD, entretanto, continua até hoje. Em 1976, foi criado o Sistema Nacional de Teleducação, centrado no ensino por correspondência, mas que realizou também algumas experiências com rádio e televisão. Em convênio com outras instituições, o SENAC desenvolveu também, a partir de 1983, uma série de programas radiofônicos sobre orientação profissional na área de Comércio e Serviços, denominados “Abrindo Caminhos”. A partir de 1988, o Sistema foi informatizado e, em 1995, foi criado o CEAD - Centro Nacional de Educação a Distância (CEAD).

A partir de 1996, foi implantada a série radiofônica educativo-cultural Espaço Senac, hoje denominada Sintonia Sesc-Senac. Em 2000, foi criada a Rede Nacional de Teleconferência, transmitida via satélite pela STV - Rede Sesc-Senac de Televisão, com interatividade em tempo real através de e-mail, fax e telefone, em todas as unidades do Sistema Senac, incluindo suas escolas-sobre-rodas e balsa-escola.

Hoje, o SENAC oferece diversos cursos a distância, inclusive de pós-graduação lato-sensu, para o que foi criada a Rede EaD Senac.

1961 MEB

Na década de 60 foi criado o PRONTEL - Programa Nacional de Teleducação no Ministério da Educação e Cultura, responsável por coordenar e apoiar a EaD no país.

A Diocese de Natal, no Estado do Rio Grande do Norte, criou, em

MEB – Movimento de Educação de Base

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1959, algumas escolas radiofônicas, dando origem ao Movimento de Educação de Base (MEB), marco na EaD não formal no Brasil. O MEB, envolvendo a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e o Governo Federal, utilizou, inicialmente, um sistema radioeducativo para a democratização do acesso à Educação, promovendo o letramento de jovens e adultos.

1967 Projeto SACI

Concebido experimentalmente em 1967, por iniciativa do INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Projeto SACI (Satélite Avançado de Comunicações Interdisciplinares) tinha como objetivo criar um sistema nacional de telecomunicações com o uso de satélite. A ideia do projeto SACI era inovadora e pioneira, vislumbrando as possibilidades dos meios de comunicação de massa a serviço da prestação de serviços educacionais. O projeto, entretanto, foi encerrado em 1976.

1970 Projeto Minerva

Em 1970, teve início o Projeto Minerva, convênio entre o Ministério da Educação, a Fundação Padre Landell de Moura e a Fundação Padre Anchieta, cuja meta era a utilização do rádio para a Educação e a inclusão social de adultos. O Projeto foi mantido até o início dos anos 80.

1977 Telecurso

Cursos supletivos a distância começaram a ser oferecidos por fundações privadas e organizações não-governamentais a partir das décadas de 70 e 80, utilizando tecnologias de teleducação, satélite e materiais impressos.

Na década de 70, a Fundação Roberto Marinho-lançou o programa de educação supletiva a distância para 1o e 2

° graus. Denominado, desde 2006, Novo Telecurso, utiliza livros, vídeos e transmissão por tv, além de disponibilizar salas pelo país, para que os alunos assistam às transmissões e aos vídeos e também tenham a oportunidade de acessar material de apoio. Calcula-se que mais de cinco milhões e meio de pessoas já foram beneficiadas pelo Telecurso.

1991 SALTO PARA O FUTURO

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Educação a Distância do Ministério da Educação), tornando-se um marco na EaD nacional.

É um programa para formação continuada e aperfeiçoamento de professores (principalmente do Ensino Fundamental) e alunos dos cursos de magistério, utilizando diversas mídias, como material impresso, TV, fax, telefone e Internet, além de encontros presenciais nas telessalas, que contam com a mediação de um orientador de aprendizagem. Os programas são ao vivo e permitem interação dos professores presentes nas telessalas.

As Secretarias de Educação e o SESC são os parceiros responsáveis, nos Estados, pela montagem e pelo acompanhamento das telessalas. O programa atinge, por ano, mais de 250 mil docentes em todo o país.

2003

2007 Referenciais de Qualidade em EaD

A primeira versão dos referenciais de qualidade para EaD foi elaborada em 2003. No entanto, dada a necessidade de atualização do documento anterior, em função da dinâmica do setor e da renovação da legislação, uma comissão de especialistas foi composta para sugerir mudanças no documento, em 2007. Essa versão preliminar foi submetida à consulta pública durante o mês de agosto de 2007. Foram recebidas mais de 150 sugestões e críticas, das quais a maioria foi incorporada.

Embora seja um documento sem força de lei, ele serve como referencial norteador para subsidiar atos legais do poder público referentes aos processos específicos de regulação, supervisão e avaliação da modalidade citada.

2007 e-Tec

Lançado em 2007, o e-Tec - Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil está voltado para a educação profissional e tecnológica a distância, procurando ampliar e democratizar o acesso a cursos técnicos de nível médio, públicos e gratuitos. Está organizado em colaboração entre União, estados, Distrito Federal e municípios. Os cursos são ministrados por instituições públicas.

Salto para o Futuro:

http://portal.mec.gov.br/index.php?o ption=com_content&view=article&id

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O MEC é responsável pela assistência financeira na elaboração dos cursos. Já estados, Distrito Federal e municípios têm a responsabilidade de providenciar estrutura, equipamentos, recursos humanos, manutenção das atividades e demais itens necessários para a instituição dos cursos. A meta é estruturar centenas de pólos e atender dezenas de milhares de alunos.

4. EAD NO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO

Em 1972, o Governo Federal enviou à Inglaterra um grupo de educadores liderados pelo conselheiro Newton Sucupira. Cabe lembrar que a Open University havia sido recentemente criada. Um relatório final, resultado da viagem, marcou para alguns autores uma posição reacionária em relação às mudanças no Sistema Educacional Brasileiro, gerando um grande obstáculo à implantação da Universidade Aberta e a Distância no Brasil.

A Universidade de Brasília foi pioneira no uso da EaD no Ensino Superior, com o Programa de Ensino a Distância (PED), que ofertou um curso de extensão universitária em 1979. Outros cursos foram produzidos e ofertados, inclusive por jornal, até 1985, além de terem sido traduzidos cursos da Open University. Em 1989, foi criado o Centro de Educação Aberta, Continuada, a Distância (CEAD–UnB), que hoje utiliza diversas mídias como correio, telefone, fax, CD-ROM, e-mail e Internet.

A partir da década de 90, as Instituições de Ensino Superior começaram a desenvolver cursos baseados nas novas TICs, passando a ser credenciadas para oferecer cursos superiores de graduação na modalidade a distância, dentre as quais se destacaram: Escola do Futuro-USP (1988), Universidade Federal de Santa Catarina – Laboratório de Ensino a Distância (1995), Universidade Federal do Pará (1999), Universidade Federal do Paraná (1999), Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC (2000) e Universidade Federal do Mato Grosso (2001).

Hoje, a EaD encontra-se difundida no Ensino Superior brasileiro, tanto pela oferta de 20% da carga horária de cursos presenciais por disciplinas que são ministradas on-line, quanto pela variedade de cursos de graduação e pós-graduação lato sensu ofertados totalmente à distância.

5. LEGISLAÇÃO

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pelo Decreto 2.494 (de 10 de fevereiro de 1998), pelo Decreto 2.561 (de 27 de abril de 1998) e pela Portaria Ministerial 301 (de 7 de abril de 1998).

A nova LDB reservou um artigo específico para o Ensino e a Educação a Distância:

Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada. § 1.o A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União.

§ 2.o A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de diploma relativos a cursos de educação a distância.

§ 3.o As normas para produção, controle e avaliação de programas de educação a distância e a autorização para sua implementação caberão aos respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas.

§ 4º A educação a distância gozará de tratamento diferenciado, que incluirá:

I -- custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens;

II -- concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas;

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A partir de 1998, passam a ser normatizados os procedimentos de credenciamento de instituições para a oferta de cursos de graduação e educação profissional tecnológica a distância.

O Ministério da Educação publicou, em outubro de 2001, a Portaria 2.253, regulamentando, no Ensino Superior, a oferta de disciplinas a distância para atender até 20% da carga horária de cursos reconhecidos, indicando, no corpo da Portaria, o uso de tecnologias da informação e da comunicação, no artigo segundo:

A oferta das disciplinas previstas no artigo anterior deverá incluir métodos e práticas de ensino-aprendizagem que incorporem o uso integrado de tecnologias de informação e comunicação para a realização dos objetivos pedagógicos.

 No governo do presidente Luis Inácio da Silva, merecem ser citados:

 Portaria 4.059/04, que trata da oferta de 20% da carga horária dos cursos superiores na modalidade semi-presencial;

 Portaria 4.361/04 (que revoga a Portaria 301/98);

 Decreto 5.622/05, que regulamenta o artigo 80 da Lei 9.394 e revoga o Decreto 2.494/98;

 Decreto 5.773/06, que dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação de Instituições de Educação Superior e cursos superiores de graduação e sequenciais no Sistema Federal de Ensino;

 Portarias 01 e 02 (revogada) de 2007, que tratam dos ciclos avaliativos do SINAES, do credenciamento de instituições para a oferta de EaD e do funcionamento dos polos de apoio presencial;

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 Portaria 40/07, que institui o e-MEC, sistema eletrônico de fluxo de trabalho e gerenciamento de informações relativas aos processos de regulação da Educação Superior no Sistema Federal de Educação;  Portaria 10/09, que fixa critérios para dispensa de avaliação in loco e dá

outras providências.

Várias Instituições de Ensino Superior brasileiras já estão credenciadas para oferta de diversos cursos de graduação, sequenciais e pós-graduação lato sensu a distância. A partir de 2011, a UAB –

Universidade Aberta do Brasil começou a oferecer, em caráter de teste, os primeiros mestrados stricto sensu à distância no país.

Existiu, até o final de 2010, no MEC, uma Secretaria de Educação a Distância (SEEd), que foi extinta em 2011, sendo suas funções encampadas, a partir de Maio de

2011, pela

Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior.

6. EMPRESAS, ASSOCIAÇÕES, EVENTOS E

CURSOS

Possuímos uma Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED). Desde 2003, a ABED instituiu 27 de novembro como o Dia Nacional da Educação a Distância no Brasil, que tem sido comemorado com diversas atividades.

O Brasil já foi sede de importantes eventos nacionais e internacionais de EaD. Anualmente, a ABED realiza o CIAED – Congresso Internacional ABED de Educação a Distância, que, em 2006, ocorreu no Rio de Janeiro, conjuntamente com a 22ª Conferência Mundial de Educação a Distância do ICDE – International Council of Distance Education. Em 2009, o 7º SENAED – Seminário Nacional ABED de Educação a Distância ocorreu, pela primeira vez, totalmente online, assim como, em 2011, a JOVAED – Jornada Virtual ABED de Educação a Distância.

Confira o Decreto nº 7.480, de 16 de Maio de 2011, que definiu a reestruturação das atividades da SEEd, dentre várias outras providências:

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Outro destaque na Educação Superior brasileira é a UAB – Universidade Aberta do Brasil, um consórcio entre Instituições de Ensino Superior públicas que oferece cursos de graduação (e outras modalidades) à distância, principalmente para a formação de professores. Atualmente, a UAB encontra-se vinculada à Capes – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.

A Univesp – Universidade Virtual do Estado de São Paulo é um projeto recente do Governo Estadual paulista, em moldes similares aos da UAB.

A tabela abaixo resume os principais momentos do desenvolvimento da EaD no Brasil:

1904 Ensino por correspondência. 1923 Educação pelo rádio.

1939 Instituto Monitor.

1941 Instituto Universal Brasileiro.

1947 Universidade do Ar (SENAC & SESC). 1961 MEB – Movimento de Educação de Base. 1965 Criação das TVs Educativas pelo Poder Público. 1967 Projeto SACI (INPE).

1970 Projeto Minerva.

1977 Telecurso (Fundação Roberto Marinho).

1985 Uso do computador stand aloneou em rede local nas universidades.

1985 Uso de mídias de armazenamento (vídeo-aulas, disquetes, CD-ROM, etc.) como meios complementares.

Universidade Aberta do Brasil:

http://uab.capes.gov.br

Univesp

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1989 Criação da Rede Nacional de Pesquisa (uso de BBS, Bitnet e e-mail).

1990 Uso intensivo de teleconferências (cursos “via” satélite) em programas de capacitação a distância.

1991 Salto para o Futuro.

1994 Início da oferta de cursos superiores a distância por mídia impressa.

1995 Fundação da Associação Brasileira de Educação a Distância – ABED.

Disseminação da Internet nas Instituições de Ensino Superior, via RNP

1996 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Criação da Secretaria de Educação a Distância (SEED). 1997 Criação de Ambientes Virtuais de Aprendizagem .

Início da oferta de especialização a distância, via Internet, em universidades públicas e particulares.

1998 Decretos e Portaria que normatizam a EaD.

1999 Criação de redes públicas e privadas para cooperação em tecnologia e metodologia para o uso das NTIC na EaD.

Credenciamento oficial de instituições universitárias para atuar em Educação a Distância.

2000 Fundação do CEDERJ.

2003 Referenciais de Qualidade em EaD (primeira versão). Instituição do Dia Nacional da EaD.

2005 Universidade Aberta do Brasil – UAB.

2006 Congresso do ICDE no Rio de Janeiro, em conjunto com o CIAED. 2007 e-Tec.

2009 7º Senaed – Seminário Nacional ABED de Educação a Distância (totalmente on-line).

2011 Extinção da SEEd.

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Apesar de todos esses avanços, continua a haver resistências contra a EaD em nosso país, como no caso da campanha “Educação não é fast-food”, mencionado na Aula 01. Em outro exemplo, a União propôs uma ação civil contra o CFBIO - Conselho Federal de Biologia, buscando anular a Resolução CFBIO nº 151/2008, que vetava o registro, perante os Conselhos Regionais de Biologia, dos egressos dos cursos de Educação à Distância em Ciências Biológicas e/ou Biologia e do Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes.

Algumas passagens interessantes da decisão da juíza Maria Cecília de Marco Rocha:

[...] educação a distância tem lastro em lei e não se restringe ao propósito de formar professores para o ensino fundamental e médio.

O que não se admite, malgrado a elogiável intenção, é negar registro a um profissional com diploma válido por meio de ato infralegal, já que a vedação de registro impede o exercício da profissão e a liberdade profissional só pode ser restringida por lei (art. 5º, XIII, da Constituição Federal).

O que não pode, repita-se, é usar meio transverso para usurpar a competência da União na autorização e no reconhecimento cursos superiores e findar por cercear o exercício de profissão sem amparo em lei.

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7. CENSO

 O Censo ead.br, realizado em 2009, pela ABED (2010), aponta várias características interessantes da EaD no Brasil, que vale a pena mencionar para encerrar esta aula:

 Pelo menos 2.600.000 de brasileiros se valem da EaD.

 Enquanto na educação presencial, cerca de 80% dos estudantes estão na educação pública, no caso da EaD ao redor de 75% estão na educação privada.

 Nas regiões Sudeste e Sul, há uma predominância de alunos em instituições privadas, enquanto na região Norte e Nordeste, em instituições públicas.

 O Ensino Superior (graduação e pós-graduação) cresce mais que o básico (incluindo EJA e técnicos).

 Os cursos voltados à formação de professores são o maior grupo (31,5%).

 Mobilidade: 42% dos alunos estão fora do estado sede das instituições.

 A idade média do aluno da EaD (mais de 30 anos) é mais avançada do que na educação presencial.

 A evasão é maior no setor público.

 As instituições com oferta de professor presencial apresentam evasão mais baixa.

 Crescimento da EaD corporativa.

Decisão da juíza Maria Cecília de Marco Rocha em relação à ação proposta pela União contra Resolução do Conselho Federal de Biologia:

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8. VAMOS PENSAR?

O histórico da EaD apresentado nesta aula é parcial, no sentido de que

privilegiou alguns momentos importantes, em detrimento de vários outros.

Procure pesquisar outros acontecimentos que você considera importantes para

ampliar esse histórico. Dentre outros pontos, procure, por exemplo, ter uma

ideia de como está funcionando a UAB, que é um projeto diversificado e que

tende a se ampliar rapidamente.

9. PONTUANDO

A EaD começa no Brasil com os estudos por correspondência.

Algumas mídias, como a televisão e o rádio, desempenharam (e ainda

desempenham) papel de destaque em programas de Educação a

Distância no país.

A partir da LDB (1996), a EaD entra oficialmente no palco da Educação

brasileira.

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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância (Org.). Censo ead.br. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010.

BELLONI, M. L. Educação a distância. Campinas: Autores Associados, 1999.

MAIA, C.; MATTAR, J. ABC da EaD: a educação a distância hoje. São Paulo: Pearson, 2007.

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