C I R R U S
U N E M E T – Brasil
Set em bro – N ovem bro 2 0 0 6
w w w .unem et .al.org.br
AGRONEGÓCIO: Setor Crucial
para a Expansão dos Serviços
de Meteorologia no País
Sobre o Conceit o de At ividade
Sust ent ável: Um a Definição de Í ndices
para a Agricult ura de Subsist ência no
Est ado do Ceará - Brasil
O Hom em Enciclopédia:
Da Clim at ologia a
Geom orfologia
Clim át ica
Exploração da
At m osfera: Da Pipa
a Radiossonda
UFPEL: Única
Faculdade de
Met eorologia no Brasil
Livros Grátis
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Ano I I – Núm ero 8 – Setem bro – Novem bro 2006
Diret oria Execut iva
Presidente
Ednaldo Oliveira dos Santos ( COPPE/ UFRJ)
Secretário Geral
Daniel Carlos Menezes ( COPPE/ UFRJ)
Diretor Adm inistrativo e Financeiro
Carlos Henrique D’Alm eida Rocha ( COPPE/ UFRJ)
Diret or de Pesquisa e Desenvolvim ent o
José Francisco de Oliveira Júnior ( COPPE/ UFRJ)Diretor de Com unicação e Marketing
Alailson Venceslau Sant iago ( I I CA/ OEA)Diretora de Educação e Treinam ento
Maria Céli Sant os de Lim a ( UFAL)Diret or de Cooperação Nacional e I nternacional
José de Lim a Filho ( UFAL)
Conselho Diret or
Ednaldo Oliveira dos Santos ( COPPE/ UFRJ) Alailson Venceslau Sant iago ( I I CA/ OEA) José de Lim a Filho ( UFAL)
Rodrigo Sant os Cost a ( COPPE/ UFRJ) Maria Céli Sant os de Lim a ( UFAL)
Conselho Fiscal
José Luiz Cabral da Silva Junior ( UFV) Gustavo Bastos Lyra ( COHI DRO) Sylvia Elaine Marques de Farias ( I NPE)
Conselho Edit orial
Alailson Venceslau Sant iago ( I I CA/ OEA) Ednaldo Oliveira dos Santos ( COPPE/ UFRJ) Rodrigo Sant os Cost a ( COPPE/ UFRJ) Daniel Carlos de Menezes ( COPPE/ UFRJ)
Revist a Cirrus é um a publicação da União
Nacional dos Estudiosos em Met eorologia - UNEMET, distribuída gratuitam ente aos usuários cadastrados no sit e.I m agem de Capa:
Elaborada por Carlos Henrique Rocha.
A revist a não se responsabiliza por opiniões em it idas pelos entrevistados e por artigos assinados.
Reprodução perm it ida desde que cit ada a font e.
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Edit orial
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Fazendo a Diferença e Colhendo Bons Frutos!Radar
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Program e- sePont o de Vist a
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Program e- seCapa
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Agronegócio: Set or Crucial para a Expansão dos Serviços de Met eorologia no PaísMem ória
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O Hom em Enciclopédia: Da Clim atologia a Geom orfologia Clim áticaCuriosidades
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Exploração da At m osfera: Da Pipa a RadiossondaN ossas Escolas
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UUnniivveerrssiiddaaddee FFeeddeerraall ddee PPeelloottaass:: ÚÚnniiccaa FFaaccuullddaaddeeddeeMMeetteeoorroollooggiiaannooBBrraassiill
Reflexões
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Miragem de um Sindicato para Met eorologista?Redação
Cart as para o edit or, sugestões de tem as, opiniões ou dúvidas sobre o conteúdo editorial de CI RRUS.
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S
orreio
MARAVI LHOSA!
Estim ado Conselho Editorial da Cirrus, gostaria de dizer que fiquei m aravilhada com a foto da Capa e com todo conteúdo da Revista, especialm ente com a m atéria da sessão Nossas Escolas.
Profa. Leila M . V. de Carvalho
DCA/ I AG/ USP, São Paulo, SP
PARABÉN S PELA PUBLI CAÇÃO
Parabéns pela publicação da Revista Cirrus. I nserim os um a cham ada para o site da revista na página da Sociedade Brasileira de Agrom eteorologia – SBAGRO ( www.sbagro.org.br) .
Fábio Ricardo M arin
Secret ário Geral SBAGRO.
CATALOGAÇÃO N A BASE M I N ERVA
Prezados editores, t erem os o m aior prazer em cat alogar a Revist a Cirrus na Base Minerva ( www.m inerva.ufrj .br) da UFRJ incluindo um apontador para a URL da revista e, dessa form a, vocês terão out ro veículo de dissem inação de seu cont eúdo.
Paula M aria A. Cot t a M ello
Coordenadora do SiBI , Rio de Janeiro, RJ.
TRABALHAN DO PARA O BEM DA
METEOROLOGI A
Quero parabenizá- los pelo ótim o trabalho e por sem pre estarem trabalhando ativam ente para o bem e para o desenvolvim ento da Meteorologia em nosso país. Quero dizer que divulgarei a Cirrus aos m eus alunos e est ou a disposição para contribuir para que o sucesso t enha continuidade.
Prof. Manoel da Rocha T. Filho
I nst. Ciências. At m osféricas/ UFAL, Maceió, AL.
ACERTADO TRABALHO!
Prezados, gost aria de felicit á- los por t ão acertado trabalho e excelente publicação desta últim a edição da Cirrus. Felicidades a todo o grupo que trabalha intensam ente por um a das Ciências m ais im port antes.
Rosa M aria Araúj o C.
Coordenadora de Atenção aos Usuários/ SNET, San Salvador, El Salvador.
MUI TO RELEVAN TE!
Estim ado Conselho Editorial, gost aria de dizer que ficou m uito boa a 7ª edição da revista Cirrus. O foco que foi dado é m uito relevante nos dias atuais.
Dionis Blanck
PET/ UFPel, Pelot as, RS.
EN VI O DE M ATERI AL
Estim ados, gostaria de subm eter a Cirrus m aterial sobre o Curso de Meteorologia na Universidade Federal do Pará ( UFPA) , principalm ente seu histórico, sua realidade e perspectivas futuras.
Prof. João Bat ist a M . Ribeiro
UFPA, Belém , PA.
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Todas as m ensagens enviadas foram prontam ente respondidas. Agradecem os à todos que colaboram com sugestões e críticas para a m elhoria da CI RRUS.
OS EDI TORES
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anos a UNEMET com pletou em novem bro passado com m uito sucesso. Durante todo est e período de nossa existência estam os desenvolvendo atividades e ações com o obj etivo de cum prirm os a nossa m aravilhosa m issão que é dissem inar e am pliar as m elhores inform ações e assuntos sobre a ciência m eteorológica a todos aqueles que por ela se interessam . Um a de nossas ações m ais efetivas está na questão educacional, tanto que estam os fazendo part e do Grupo de Trabalho da CALMet/ OMM, fórum este criado para discutir a questão educacional e de treinam ento nas áreas de Meteorologia e Hidrologia no m undo, e que em j ulho de 2007 estará se reunindo na China para discutir experiências, idéias e program as nestas áreas. Além disso, a UNEMET t em alcançado seus obj etivos usando vários m eios de com unicação para a difusão de inform ações m et eorológicas: Seu portal, que em 2007 virá com nova roupagem ; o I NFORMATI VO UNEMET, que retornará no ano que vem totalm ente reform ulado e m ais dinâm ico; e a Revista Cirrus, que desde a sua prim eira edição vem alcançando enorm e sucesso ao levar conteúdo e diferenciado a todos os estudiosos em Meteorologia. O reflexo dest e sucesso nós percebem os através de nossos leitores que sem pre nos m andam ótim as sugestões. I sto nos deixa bastant e contentes e nos fazem cada vez m ais aprim orarm os nossas ações e planos para m ostrar a todos esta ciência fascinante cham ada de Meteorologia.
Estam os sem pre nos esforçando para cada vez m ais trazer m atérias interessantes e ouvindo nossos leitores. Foi um a destas sugestões enviadas por nossos leitores que nos inspirou para elaborar a m atéria principal de capa da Cirrus: A Meteorologia e o Agronegócio.
Assim , a nossa oitava edição fala de um tem a riquíssim o e m uito im portante: a Agricultura, fatores, im pactos e sucessos que vem alcançando esta área ao longo dos últim os anos principalm ente devido ao “boom” do Agronegócio, tanto que se tornou o principal setor da
econom ia brasileira em exportações. I sso se deve a diversos fat ores, e onde um dos principais é a condição clim ática existente em nosso país. Assim , a m atéria de capa apresenta a im portância e os produtos da Met eorologia para este setor que cresce a cada dia e que representará em breve um dos principais cam pos de atuação para os m eteorologistas.
Foi com este pensam ento que a m atéria busca m ostrar que a Agrom eteorologia no atual m om ento é tão im portante quanto a previsão do tem po que as pessoas diariam ente ouvem falar nos diversos m eios de com unicação. Portanto, o setor de agronegócio deve ser visto com o m ais um cam po de trabalho, e para isso os profissionais deverão avaliar os desafios, as oportunidades do m ercado de trabalho, enfim , as perspectivas que esse tipo de atividade trará de benefício aos m eteorologistas neste século.
Além disso, a 8ª edição da Cirrus possui m uito m ais assuntos interessant es, com o por exem plo, a reflexão sobre a criação ou não de um sindicato para tentar barrar a ilegalidade em nossa profissão e o real cum prim ento da Lei de Regulam entação Profissional. Há um a excelente m atéria sobre a origem das radiossondas. Mem orizam os a vida e obra do geógrafo e clim atologista Gilberto Ozório de Andrade, além do ponto de vista acerca do conceito de atividade sustentável na definição de índices para a agricultura de subsistência elaborado pelos especialistas José Brabo e José Nilton de Cam pos.
Esta últim a edição da Cirrus de 2006 é especial não só pelo m om ento m as porque foi elaborada com enorm e presteza e qualidade para todos vocês!
Agradecem os todos os excelentes m om entos com partilhados neste ano que ora se encerra, e desej am os aos estudiosos em Meteorologia um Feliz N at al e que o N ovo Ano Vindouro vem acom panhado de bons frutos repletos de m uito sucesso.
Saudações Met eorológicas,
Ednaldo Oliveira dos Santos Presidente do Conselho Editorial.
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I N PE E I N M ET UN EM- SE PARA FORTALECER A M ETEOROLOGI A
N ACI ON AL
Os diretores do I nstituto Nacional de Pesquisas Espaciais ( I NPE) , Gilberto Câm ara, e do I nstit uto Nacional de Meteorologia ( I NMET) , Ant onio Divino Moura, assinaram em 23/ 11/ 2006 um protocolo de intenções que deverá represent ar um m arco na hist ória de cooperação entre as duas instituições. O I NPE é vinculado ao Minist ério da Ciência e Tecnologia ( MCT) e o I NMET, ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abast ecim ent o ( MAPA) . A cerim ônia de assinatura do docum ento com eçou às 9 horas, no Minist ério da Agricultura, e cont ou com a presença dos m inistros das duas pastas: Luís Carlos Guedes Pint o, da Agricultura, e Sérgio Rezende, da Ciência e Tecnologia.
O protocolo deverá aprofundar e fortalecer as atividades de m onitoram ento e previsão de tem po e clim a do país e Am érica do Sul, desenvolvidas pelo I NMET e I NPE, que conta nesta área com a atuação do Centro de Previsão de Tem po e Estudos Clim áticos ( CPTEC) . Com o estreitam ento das relações entre os dois órgãos principais de m eteorologia do país, um grupo de trabalho, com represent ant es dest as instit uições, passará a funcionar de form a perm anent e e coordenada no planej am ent o, solicit ação de recursos e na form ulação de polít icas para a área.
A m edida deverá evitar a sobreposição de pedidos de recursos para obj etivos operacionais, de pesquisa e desenvolvim ento sem elhant es. O I NPE e o I NMET j á vêm at uando em parceria tanto em at ividades operacionais, na elaboração da previsão clim át ica sazonal, com o na busca por recursos através de proj etos do governo federal: no Proj et o Pilot o de I nvest im ent os ( PPI ) , com a t em át ica “ Desenvolvim ento da Met eorologia Nacional” e no Proj et o de Tecnologia da I nform ação ( PROTI M) , para obtenção de recursos dos Fundos Setoriais, com apoio da FI NEP.
O prot ocolo prevê ainda que t odos os produtos de previsão de tem po e clim a fornecidos à m ídia passarão a ter o crédito das duas instituições. A parceria deverá se estender às áreas de t reinam ent o e difusão do conhecim ent o, aplicações das previsões de t em po e clim a, m odelagem at m osférica, oceânica e am biental, instrum entação m eteorológica e utilização de im agens de sat élites m eteorológicos e am bient ais.
Fonte: I NPE.
2 0 0 8 – O AN O I N TERN ACI ON AL DO PLAN ETA TERRA
I dealizado durante o Congresso Geológico I nternacional do Rio de Janeiro, em 2000, e consagrado quatro anos depois pelos Conselhos da União I nternacional de Ciências Geológicas ( I UGS) e Congresso I nternacional de Geologia ( I GC) , reunidos em Florença, o Ano I nternacional do Planet a Terra ( AI PT) foi finalm ente declarado pela Assem bléia Geral da ONU, em sua sessão de 22 de dezem bro do ano passado, passando a ser um a iniciativa da I UGS e UNESCO, integrada por I nstituições, Sociedades, Associações e até m esm o em presas do m undo inteiro interessadas em dele participar. Essa proclam ação im plica em que 191 nações adotaram os obj etivos propostos para o AI PT e estão dispostas a contribuírem para sua im plem entação.
Na verdade, 2008 será o Ano Central das com em orações t rienais que com eçarão efetivam ente em j aneiro de 2007 e term inarão em dezem bro de 2009.
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O obj etivo m aior desse triênio é dem onstrar aos governantes, políticos e sociedade a grande cont ribuição j á oferecida e o enorm e pot encial das geociências para um m undo m ais seguro, saudável e sustent ado, e encoraj ar a m aior dissem inação e efet iva aplicação desse potencial pelos tom adores de decisão, educadores, out ros profissionais e o público em geral.
O AI PT irá operar com Program as Científicos e ao m esm o tem po com a divulgação das geociências e de seus profissionais através de nove grandes tem as especialm ente selecionados para atingirem o obj etivo acim a:
1) o uso sustentado da água subterrânea; 2) a m inim ização dos riscos e m axim azação das prevenções cont ra os desastres nat urais; 3) a construção de um am biente m ais seguro para a saúde ( geom edicina) ;
4) as questões clim áticas;
5) energia e recursos nat urais para um desenvolvim ento sust entado;
6) as m egacidades;
7) da crosta ao núcleo da Terra; 8) os oceanos; e
9) os solos.
O próxim o passo, em cada país, é a form ação de Grupos e Com issões para planej arem e execut arem at ividades e proj et os dentro de cada um desses tem as, dissem inando os seus result ados efet ivos na sociedade e entre os polít icos, de form a organizada e congruente. Para tant o, está foi organizada um a Mesa Redonda durante o 33º Congresso Brasileiro de Geologia, realizado em setem bro dest e ano em Aracaj u, onde o assunto foi debatido m ais diretam ente com a com unidade geocientífica presente, onde foram coletadas idéias e form ulados planos de execução para os dois Focos estabelecidos para o AI PT. Deve- se ressalt ar que várias inst ituições nacionais j á aderiram form alm ente às com em orações do AI PT.
O Ano I nternacional do Planeta Terra é um a conquista im portante para trazer um a diferença real não som ente em relação a um a m aior conscient ização e valorização da Terra com o a font e definitiva para as nossas necessidades diárias e para os alicerces da sociedade e da econom ia globais, m as t am bém para o cuidado com os crescentes desastres nat urais e o conhecim ent o que deles devem os ter para que sej am m inim izados no futuro.
Maiores inform ações no portal
www.yearofplanetearth.org ou com o Dr. Carlos
Oit í Berbert, MCT, at ravés do em ail:
coiti@m ct.gov.br.
Fonte: Dr. Carlos O. Berbert , MCT.
NASA VÊ DIA E NOITE EM PLANETA FORA DO SISTEMA SOLAR
O telescópio espacial Spitzer da Nasa fez as prim eiras m edições da tem peratura diurna e noturna de um planet a localizado fora do Sistem a Solar. O observatório, que registra luz na faixa infraverm elha, revela que o planet a, um gigante gasoso sem elhante a Júpiter, m as que gira m uit o pert o de sua estrela e é extrem am ente quente num a das faces, e com toda probabilidade é extrem am ente frio na out ra.
"Este planet a tem um ponto quente gigante no hem isfério voltado para a estrela", disse Joe Harrington, da Universidade da Flórida Central, Orlando. "A diferença de t em perat ura entre dia e noit e revela com o a energia flui na at m osfera do planeta. Essencialm ente, est am os estudando Meteorologia num planet a exótico".
O achado represent a a prim eira vez em que algum tipo de variação de tem perat ura é observada na superfície de um planeta extra-solar, com o são cham ados os m undos que orbitam outras estrelas, que não o Sol. Medições anteriores de planetas extra- solares só revelavam características gerais, com o m assa e diâm et ro.
Os pesquisadores usaram o Spitzer para determ inar a variação de tem perat ura em um planeta cham ado Upsilon Androm edae b. Trata- se de um m undo sem elhante a Júpiter, m as que gira m uito pert o da estrela, com pletando um a órbita a cada 4,6 dias. Os cientist as acredit am que este planet a estej a gravitacionalm ente travado, o que significa que a m esm a face do m undo está sem pre voltada para a estrela, com o a Lua sem pre m ostra a m esm a face para a Terra.
Entret ant o, com o Upsilon Androm edae b é com posto de gás, a atm osfera pode circular m uito m ais rapidam ente que o interior da esfera. Segundo os astrônom os, a diferença de tem peratura entre as duas faces do planeta é enorm e - da ordem de 1.400º C - o que indica que a atm osfera de Upsilon Androm edae b absorve e irradia calor rápido dem ais para que o gás que circula ao redor do m undo distribua a energia de form a eficient e.
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I V Sem ana de Met eorologia da UFAL
O I nst it ut o de Ciências At m osféricas – I CAT e o Centro Acadêm ico de Met eorologia – CAMET da UFAL realizaram , em com em oração ao dia do m et eorologist a, a I V SEMANA DE METEOROLOGI A, ocorrida no período de 08 a 10 de Agosto de 2006. O Evento contou com a presença da com unidade m eteorológica alagoana que participaram de palestras, visit as t écnicas e m ini- cursos. Todos os tem as abordados foram relacionados com a im portância da Meteorologia para a sociedade.
Público present e nas atividades da I V Sem ana de Met eorologia da UFAL.
Ressalt am - se as palest ras dos professores Luiz Carlos Molion denom inada “ Os desafios da Meteorologia no século XX” , pelo Roberto Lyra que nort eou o t em a “ Aspect os Clim át icos e Am bient ais da Substituição da Floresta Tropical por Culturas Agrícolas” e a palestra cham ada de “ Efeitos do Tem po e Clim a na Saúde Hum ana” por José Clênio Ferreira de Oliveira. Houve visit as t écnicas a est ação Meteorológica do I NMET e ao Sistem a de Radar Meteorológico de Alagoas, am bos localizados no Cam pus da UFAL. Além disso, foram ofertados dois m ini- cursos: um sobre Fundam ent os de Sinót ica e o out ro acerca da Ut ilização do Soft ware SPRI NG, do I NPE.
Palestras dos professores Luiz Molion e Roberto Lyra durant e a I V SEMANA DE METEOROLOGI A da UFAL.
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W orkshop Agroclim at ologia e Desem penho de Lavouras
O Ministério do Desenvolvim ent o Agrário – MDA, em conj unt o com a Secret aria da Agricultura Fam iliar – SAF realizou na cidade de Brasília, nos dias 12 e 13 de Setem bro de 2006, o Workshop Agroclim atologia e desem penho de Lavouras, que visava abordar a gestão dos riscos através da sist em at ização de inform ações, estudos cient íficos sobre os efeitos dos eventos agroclim áticos no desem penho das lavouras, a produção de séries de dados consistentes e o m onitoram ento agroclim ático e de safras. Trata- se de um a área de int eresse para diversos set ores da econom ia, em especial para o ram o de seguros agrícolas.
O presente Workshop teve com o obj etivo principal prom over o intercâm bio de inform ações sobre m etodologias de m onitoram ento agroclim ático e previsão de safra, focalizando as estim ativas dos efeit os de eventos agroclim áticos sobre o desem penho das lavouras. Ainda, discut ir eventuais necessidades e possibilidades de avanço na com patibilidade das m etodologias utilizadas pelas principais inst ituições do País, que desenvolvem t rabalho especializado nessas áreas, visando facilitar a interação, a com plem entariedade e a m atricialidade da atuação dessas entidades e a constituição e disponibilização de base de dados relevantes para a gest ão de riscos em seguros.
I W orkshop de M et eorologia Operacional e de Tem pest ades
Severas do Rio de Janeiro - I Rio Operacional
Este evento foi realizado no período de 25 a 29 de setem bro nas dependências do depart am ento de Meteorologia da UFRJ e foi fruto de um a parceria entre o Núcleo Regional do RJ da SBMET e o Depart am ent o de Meteorologia da UFRJ e visou proporcionar um a am pla discussão sobre os t em as que envolvem a Meteorologia Operacional e a em issão de avisos de tem po severo no Estado do Rio de Janeiro. O Workshop contou com a presença de especialistas da área de tem pestades severas e Meteorologia operacional do país e de cent ros especializados dos Estados Unidos e Europa.
Na program ação do workshop tiveram as palestras com o Dr. Peter Caplan (Pesquisador do NCEP) e Dr. Charles A. Doswell I I I ( Pesquisador do CI MMS) , além de Sim one Andrade ( Coordenadora do Com itê Coordenador da RI NDAT por part e de FURNAS) .
Nas apresentações t em át icas, os part icipant es tiveram a oportunidade de conhecer o trabalho realizado pelos diversos órgãos de Meteorologia operacional do Estado do Rio de Janeiro e estreitar as relações destes com os geradores de dados e inform ações ut ilizados por est es órgãos em suas at ividades. Além disso, foram est abelecidos grupos de trabalho cuj o obj etivo foi transform ar as discussões apresent adas durante as palestras e apresentações tem áticas em ações de curto, m édio e longo prazo, visando um a m elhoria na elaboração das previsões m eteorológicas no Rio de Janeiro.
VI EPGMET – Encont ro N a cional dos Est udant es de Pós- Graduação
do I N PE
A sexta edição do EPGMET, o encont ro dos alunos da pós- graduação em Meteorologia do I NPE, ocorreu entre os dias 27 e 29 de set em bro de 2006 na sede do I NPE em São José dos Cam pos, Estado de São Paulo.
O encont ro, que t eve com o principal obj et ivo prom over a integração ent re o corpo discent e do I NPE e das inst it uições de ensino em Met eorologia perm itiu que os alunos tivessem a oportunidade de apresent ar suas pesquisas, bem com o suas áreas de atuação.
O evento tam bém contou com palest ras e m ini-cursos sobre tem as relevantes para a com unidade m eteorológica.
A solenidade de abertura contou com a presença da diretora do CPTEC/ I NPE, D.Sc. Maria Assunção Faus da Silva Dias, do Coordenador do Curso de Pós- Graduação em Meteorologia do I NPE, DSc. Prakki Sat yam urty, e da represent ant e dos alunos de Pós- Graduação do I NPE, M.Sc. Sâm ia Regina Garcia.
Cerim ônia de abert ura do VI EPGMET.
O evento contou ainda com palestras de professores e pesquisadores, com o DSc Pedro Leite da Silva Dias ( I AG- USP) , DSc José Marengo (CPTEC- I NPE) , entre outros.
XI V CBMET - Congresso Brasileiro de Met eorologia
A Sociedade Brasileira de Meteorologia, com o apoio de diversas entidades públicas e privadas, organizou no período de 27 de novem bro a 1 de dezem bro de 2006 o XI V CBMET - XI V Congresso Brasileiro de Meteorologia, na cidade de Florianópolis ( SC) . O event o, ocorrido nas inst alações do Centro de Convenções da Universidade Federal de Santa Catarina, contou com m ais de 1.500 inscrit os, em t odas as categorias. Com o t em a “ a Meteorologia a serviço da sociedade” , um dos pontos fortes deste congresso foi o de m ostrar com o a interdisciplinaridade vem ganhando espaço no desenvolvim ent o de aplicações e produtos específicos para diversos set ores. As plenárias e sessões, tanto de trabalhos em form a oral quanto pôster t am bém enfocaram essa nova realidade.
Cerim ônia de abert ura do XI V Congresso Brasileiro de Meteorologia e entrega dos prêm ios Adalberto Serra e Sam paio Ferraz.
Treinam ent o em Met eorologia por Sat élit e – CPTEC/ I N PE
No últ im o m ês de novem bro ent re os dias 13 e 17, CPTEC/ I NPE ofereceu curso virtual à distância para países de língua portuguesa. Através do Laborat ório Virtual, centros de excelência ligados à Organização Meteorológica Mundial ( OMM) , situados em vários cont inent es, organizam o t reinam ent o para diversos países de m esm a língua. O últ im o curso oferecido através do Laborat ório da OMM ocorreu durante o m ês de outubro, para países de língua inglesa e outro para países de língua espanhola. Est e foi o prim eiro t reinam ento à dist ância para países de língua port uguesa organizado pelo CPTEC/ I NPE, através da Divisão de Satélites e Sistem as Am bientais ( DSA) , e que contou com o apoio do I nstituto Nacional de Meteorologia ( I NMET) e do I nstituto de Meteorologia ( I M), de Portugal. Cursos presenciais, com o apoio da OMM, j á foram organizados pelo CPTEC, no Centro Espacial de Cachoeira Paulist a ( SP) , do I NPE.
Foram m inistradas as seguintes aulas: Aula A - Program a Espacial da OMM, Satélites e suas Capacidades e Laboratório Virt ual da OMM, proferida pelo Prof. Dr. Alexandre Correia - CPTEC/ I NPE e Dr. Rodrigo Augusto Ferreira de Souza - CPTEC/ I NPE, Aula B - Bandas Espectrais e suas Aplicações, Professor: Dr. Juan Ceballos - CPTEC/ I NPE e Dr. Nuno Moreira - I M ( Portugal) , Aula C - Transform ação de Dados Digitais em Produtos, pelo Prof. Dr. Leonardo F. Peres - CPTEC/ I NPE e a Aula D - Detecção e Monit oram ento de Convecção Severa, Prof. Dr. Luiz Augusto Toledo Machado - CPTEC/ I NPE. Apesar de alguns problem as ocorridos durante o Curso, devem os elogiar a iniciativa do CPTEC/ I NPE neste tipo de treinam ento à distância, algo ainda m uito novo na área da Meteorologia brasileira, e tão divulgada pelo CALMET nos países Africanos, Asiát icos, Europeus e nas Am éricas Central e do Nort e e a UNEMET no Brasil, nossos Parabéns a equipe responsável. Logo após as aulas os participantes foram entrevistados por quest ionário e receberam cert ificação pelo Laborat ório Virt ual da WMO.
ON U ina ugurou Program a de Ensino Virt ual de Met eorologia
A Organização Mundial da Meteorologia ( OMM), um órgão da ONU, inaugurou um a atividade de form ação virt ual, dedicada ao ensino à distância de noções de m eteorologia espacial, com o a interpretação de im agens infraverm elhas ou de alta definição feitas por satélites. Est a iniciat iva perm itirá que cerca de 150 pessoas do m undo todo possa se beneficiar em tem po real, através da I nternet, de um grande leque de técnicas avançadas de educação presencial concebidas pelo organism o, afirm ou a OMM em com unicado.
Os alunos que fizerem parte do novo proj eto terão acesso virtual a um program a de duas sem anas de duração que contem pla atividades regionais realizadas nos "centros de excelência" de Melbourne, na Aust rália, e de Nanj ing, na China, com o apoio de outros seis centros da entidade. A at ividade se inscreve no proj et o laborat ório virtual criado oficialm ente em 2001 pelo Grupo de Coordenação sobre Satélites Meteorológicos, um a iniciat iva im plem entada em conj unt o com a OMM para m elhorar o uso de dados e produtos recolhidos por satélite por parte dos m em bros da organização.
Se você quiser divulgar algum event o relacionado com a área de Meteorologia, e/ ou áreas afins, é só enviar um e- m ail para
info@unem et.al.org.br
Colaboraram nest a Sessão:
•
Fabiano Prest elo de Oliveira, CAMET/ UFAL.•
Núcleo Regional do RJ da SBMET.onto de Vista
José M. Brabo Alves & José N ilt on B. Cam pos
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agricultura de sequeiro no Nordeste do Brasil ( NEB) é um a atividade com forte dependência da variabilidade interanual da precipitação pluviom étrica. Suas produt ividade e produção, em particular do m ilho e feij ão, estão relacionadas diretam ente com a variação clim ática tropical, característ ica de event os de El Niño, La Niña e dipolos de TSM no At lânt ico Tropical. Vale m encionar que, os im pact os sociais e econôm icos, causados por suas variabilidades afetam um grande cont ingente populacional no Est ado.
1 . I nt rodução
O conceit o de quão sust ent ável no tem po é um a atividade, advêm da econom ia e teve sua expansão para as áreas das geociências e ciências correlat as com a preocupação da sociedade face às questões am bientais em ergentes ( BI SWAS, 1996)1. Foi a
part ir da m etade do século XX quando a sociedade m undial deixou de se preocupar com fins lucrativos.
Alguns fatos hist óricos foram m arcantes para que a sociedade percebesse essa preocupação. O prim eiro deles foi à crise econôm ica de 1929 ( BI SWAS, 1996)1, e
culm inou com o lançam ento das bom bas atôm icas da segunda guerra m undial ( BI SWAS et al., 1993)2.
Estas evidenciaram que a hum anidade havia adquirido condições econôm icas e conhecim ent o cient ífico e t ecnológico que poderiam por fim a dar existência do planet a ( BI SWAS, 1996)1. Por últ im o, a ida do hom em
à lua que acelerou um processo de inform ação
1BI SWAS, A. K. Wat er Resources Environm ental Planning Managem ent and Developm ent. 1996.
2 BI SWAS, A. K, JELALI , M.; STOUT, G. ( eds) . Wat er for Sust ainable Developm ent in t he Twent y- first Cent ury. Oxford University Press, Delhi, I ndia. 1993.
( m ídia) que alert ou a sociedade a respeit o dessas questões de dim ensões finitas do planet a, em part icular no sentido de que a terra e seus ecossistem as não deveriam ser usados com o depósitos.
O conceit o de sust ent abilidade é com plexo e envolve um a série de crit érios técnicos e prioridades que na prática nem sem pre são fáceis de m ensurar e relacioná- los ( SVEDI N, 1988; BI SWAS, 1996; PEZZEY, 1992; 1993; DA SI LVA et al. 1994)13. PEZZEY3
m enciona que a idéia de que um a determ inada variável tenha característ icas sustent áveis com o t em po depende de três funções: eficiência, que sobreviva e conseqüent em ente sej a sustent ável.
3SVEDI N, U. The concept of sust ainabilit y. I n Perspectives of Sust ainable Developm ent. Stockholm Studies in Natural Resources Managem ent, No. 1, Stockholm , 1988. PEZZEY, J. Sust ainable Developm ent Concept s. An Econom ic Analysis. World Bank Environm ent Paper Num ber 2, World Bank, Washington, DC, 71pp. 1992. PEZZI , L. P.; CAVALCANTI , I . F. A The relat ive im port ance of ENSO and tropical Atlantic sea surface tem perature anom alies for seasonal precipitation over South Am erica: a num erical study. Clim ate Dynam ics, Berlin, v.7, p.205-212. 2001.
DA SI LVA, A M.; YOUNG, A C. e LEVI TUS, S. Algorithm s and Procedures, vol.1, Atlas of Surface Marine Dat a. Maryland, National Oceanic and At m ospheric Adm inistration, 83 pp. 1994.
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Essas funções devem ter um valor m ínim o para que possam ser ou estarem acim a do lim ite m ínim o adotado de um conceito de bem estar social. O ASCE ( 1992)4 fez um a
excelent e abordagem sobre desenvolvim ent o sustentável e m eio am biente para sistem as de recursos hídricos.
O diagnóstico de que um a variável ( atividade) tem característica de sustent abilidade pode ser definido isoladam ente ou atribuindo- se pesos a um a com binação de fatores característicos da variável em estudo.
Entre esses fat ores t em - se confiabilidade - isto é, apresentar valores adotados em um determ inado intervalo de tem po que sej am com patíveis com o bem , por exem plo, sócio- econôm ico e am bient al. Resiliência - índice de troca dado entre o núm ero de casos acim a do valor adotado com o lim ite desse bem estar seguido de um valor abaixo do m esm o ao longo de um intervalo de t em po, sobre o núm ero de ocorrências desse valor abaixo do lim ite adotado, e a própria vulnerabilidade da variável, que pode ser definida com o a razão ent re o núm ero de ocorrências em um determ inado intervalo de tem po abaixo do valor lim ite adotado e o núm ero t ot al possível de ocorrências. A vulnerabilidade tem um a com ponente de int ensidade e um a de duração.
Essas m edidas têm sido estudadas para variáveis, econôm icas, am bientais, ecológicas e sociais ( DA CUNHA; BROOKS, 1992; DA SI LVA et al., 1994; GLEI CK et al. 1995)35.
O obj et ivo desse estudo foi analisar prelim inarm ent e a sustentabilidade, e seus fatores definidores, da produção e rendim ento de m ilho e feij ão no estado do Ceará.
2 . Mat eriais e M ét odos
As variáveis ut ilizadas nesse est udo foram séries de totais anuais de produção e rendim ento de m ilho e feij ão para o estado do Ceará ( 1952- 2001) obtido no I nstituto de Planej am ento do estado do Ceará ( I PLANCE) . Dados m ensais de Tem peratura da Superfície do Mar (TSM) observadas nos oceanos Pacífico e At lânt ico Tropicais são oriundos de um a
4Task Com m ite on Sust ainabilit y Criteria, Wat er Resoureces Planning and Managem ent Division, ASCE and Working Group, UNESCO/ I HP I V Proj ect M- 4.3 Sust ainabilit y Criteria for Water Resources Syst em s. 253p. 1998.
5 BROOKS, H. Sust ainabilit y and Techology. Science and Sust ainabilit y, Chapt er 1, I I ASA, Laxem burg, Aust ria. 1992.
Da CUNHA, L. V. Sust ainable Developm ent of Wat er Resources Proceedings. I nternational Sym posium on I nt egrated Approaches t o Water Pollution Problem s. Lisbon. 1989.
GLEI CK, P. H; LOH, P.; GOMEZ, S.; MORRI SON, J. California Water 2020: A Sustainable Vision. Pacific I nstitute for Studies in Developm ent, Environm ent, and Security, Oakland, CA. 113p. 1995.
versão do Com prehensive At m ospheric- Ocean
Dat a Set ( COADS).
Esse arquivo contém dados de m édias m ensais em pontos de grade de 1ox1o de
latitude- longitude para um período de 1945 a 20006. Os t ot ais anuais das variáveis, produção
e rendim ento do m ilho e feij ão, são totais observados no período de j aneiro a dezem bro. Para TSMs foram usadas as suas anom alias para o período de fevereiro a m aio, período de m aior im pact o dessas anom alias na precipitação do setor nort e do Nordeste e estado do Ceará ( MOURA e SHUKLA, 1982; NOBRE e SHUKLA, 1996)7.
Prim eiram ente foi calculada um a m édia de longo tem po ( MLT) dessas variáveis para seus respectivos períodos de tem po, seguidos pelos cálculos de seus desvios padrões e um desvio norm alizado por esses respect ivos desvios padrões. A form ulação a seguir exem plifica esses cálculos.
∑
==
=
i ni i v
v
n
MLT
11
(
1)onde v é a variável a ser considerada e n é o núm ero em anos da referida série de dados.
⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
−
=
v v i obs i vDP
MLT
v
DN
,, ( 2)
onde DN é desvio norm alizado da variável v, DP é o desvio padrão da respectiva variável e i
o ano part icular na série de dados em questão. Foi calculado o coeficient e de variação de cada variável hidrom eteorológica definido de acordo com fórm ula abaixo.
v v v
MLT
DP
CV
=
( 3)Os valores do DNv,i das variáveis foram
usados para definir os índices de confiabilidade, resiliência e vulnerabilidade cuj as característ icas associam - se as suas sustentabilidades ao longo do tem po. Com o os critérios de definição das m edidas de resiliência, vulnerabilidade e confiabilidade são subj etivos ( PEZZEY, 1996)3, e esses dependem
do conhecim ent o e avaliação prévios dos seus im pactos em relação ao bem estar sócio-econôm ico da sociedade afet ada, nesse est udo optou- se por um lim ite para separar condições satisfatórias e insatisfatórias das variáveis em estudo im plicitam ente ligadas a este bem estar. Esse lim ite é enunciado a seguir.
6 Maiores det alhes desse arquivo de dados são encontrados em DA SI LVA et al. (1994) .
7 MOURA, A.D.; SHUKLA, J. On t he dynam ics of drought s in northeast Brazil: Observations, t heory and num erical experim ent s with a general circulation m odel. Journal Atm ospheric Science, Boston, v.38, n.7, p.2653- 2675. 1981.
Para todas as variáveis analisadas definiram - se duas condições de acordo com o valor dos seus desvios norm alizados ( DNs) , com o segue:
• Condição Satisfatória: Definida quando o valor do desvio norm alizado ( DN) foi m aior ou igual a –0,5 DP.
• Condição I nsatisfatória: Definida quando o valor do desvio norm alizado ( DN) for m enor que - 0,5 DP.
Esses lim iares de acordo com análises de planej am ent o e polít icas públicas têm m ostrado que nos anos ou períodos em que ocorrem acim a ( abaixo) do lim iar estabelecido a condição de bem estar sócio econôm ico de várias regiões do estado do Ceará aum enta ( dim inui) significativam ente ( MAGALHÃES, 1991)8.
Em função dessas condições satisfatórias e insat isfat órias foram definidos os índices de avaliação de confiabilidade, resiliência, vulnerabilidade e sust ent abilidade. A form ulação de cada um desses fatores é apresentada a seguir.
∑
= ==
n i i i v vNES
n
CONF
1 ,1
( 4)onde: CONFv é a confiabilidade da variável v em
análise, NESv,i é o núm ero de event os com
condição sat isfat ória e n é o núm ero de anos
envolvido no cálculo.
∑
==
=
i ni vi
i v v
NEI
NES
RES
1 , ,1
( 5)onde RESv é a resiliência da variável v em
análise, NES1v,i é o núm ero de event os com
condição satisfatória seguidos de um com condição insat isfat ória, NEIv,i é o núm ero de
eventos com condição insatisfatória e n é o
núm ero de anos envolvido no cálculo. Com o a vulnerabilidade é um a variável que está associada à duração e intensidade, dois índices foram calculados para se obter a vulnerabilidade m édia.
Í ndice relat ivo à int ensidade da vulnerabilidade – Foi calculado em função da diferença quantitativa do observado da variável em quest ão. I st o é, o quanto em m agnit ude em DN falt ou para at ingir o lim it e satisfat ório estabelecido ( > - 0,5DN) . Em outras palavras, acha- se essa diferença e seu valor é m ultiplicado por –1 ( para se obter sem pre índices positivos) , sendo posteriorm ente m ultiplicado pelo DP da variável. Para se calcular um valor adim ensional, após o cálculo desses vext ( i) , para um determ inado n( anos) ,
divide- se o m esm o pelo m aior valor em m ódulo do valor negativo de DNv( i) ( valor crít ico)
observado.
8 MAGALHÃES, A. R.; NETO, E. B. I m pact os sociais e econôm icos de variações clim át icas e respost as governam entais no Brasil. I m prensa Oficial do Ceará - I OCE. Fortaleza-Ce. Dezem bro, 1991.
( )
[
(
(
( ))
)
]
( ) ( )v crítico alor i ext n i i v i nv i extv
v
v
DP
D
n
v
=
∑
−
−
−
−
⇒
=
=
=1 1
*
1
*
5
,
0
1
( 6)Í ndice relativo à duração da vulnerabilidade - Foi calculado pelo núm ero de event os insat isfat órios sobre o núm ero de eventos da série.
∑
==
=
i ni vi
i v v
NE
NEI
v
1 , ,2 , ( 7)
Logo a vulnerabilidade da variável é dada por:
( ) ( )
2
2 1v v v
v
v
VUL
=
+
( 8)onde VULv é a vulnerabilidade da variável em
questão e os outros parâm etros têm as m esm as definições j á cit adas ant eriorm ent e.
Segundo os critérios estabelecidos e de acordo com algum as avaliações e considerações sobre a sustentabilidade na literatura especializada ( PEZZEY, 1992)3, um
sistem a tem característ icas sust ent áveis quando ocorre um increm ento da confiabilidade e da resiliência e um decaim ent o da vulnerabilidade para um determ inado delta de tem po em análise. Em função dessas característ icas foi criada a seguinte fórm ula para o cálculo da sustentabilidade.
)
1
(
*
*
v vv
v
CONF
RES
VUL
SUS
=
−
( 9)Menciona- se que todos os índices calculados, em função de suas definições, para todas variáveis são adim ensionais. Essa característica pode ser observada nas fórm ulas 4, 5, 8 e 9. Quanto m aior em m agnitude, esses índices indicam que as variáveis são m ais confiáveis, resilientes, vulneráveis e sustent áveis.
Por essa definição um a at ividade ( variável) será m ais sustentável se for m ais confiável e resiliente e m enos vulnerável. Se a vulnerabilidade for m enor que a unidade, atribuiu- se, segundo m etodologia de cálculo, um a característ ica de não sustent abilidade da variável.
Foi investigada tam bém a relação linear, dada em função do valor do coeficiente de correlação entre as anom alias dos índices de confiabilidade, resiliência, vulnerabilidade e da própria sustentabilidade para cada variável agro- hidrom eteorológica e a anom alia TSM nos oceanos Pacífico e Atlântico Tropicais. Essas análises foram feit as para m édias m óveis corridas de set e anos. A escolha de sete anos deve- se ao fato de ser um período crítico de recorrência de event os El Niño, La Niña e Dipolo positivo e negativo de TSM no Atlântico Tropical ( PHI LANDER, 1991; ENFI ELD & MAYER, 1997)9. Em geral, anos chuvosos no
sem i- árido nordest ino est ão relacionados com anom alias de TSM positivas ( negativas) nos setores sul ( norte) abaixo ( acim a) do equador da bacia do Oceano.
At lânt ico Tropical. Sim ult aneam ente, a essa configuração de TSM ocorre um a intensificação dos ventos alísios de nordeste associados com anom alias positivas de pressão ao nível do m ar ( PNM) , e um enfraquecim ent o dos ventos alísios sudeste associados à anom alias negativas de PNM no setor sul da bacia.
A Zona de Convergência I ntert ropical ( ZCI T) , principal sistem a at m osférico causador de chuva no período de fevereiro a m aio no set or norte do NEB m igra para posições ao sul do equador perm anecendo durante toda a quadra chuvosa sobre ou nas proxim idades dessa região. Esta fase é referida com o fase quente ou dipolo negativo de TSM ( MOURA & SHUKLA, 1981; NOBRE & SHUKLA, 1996)6.
Caract eríst icas cont rárias das acim a m encionadas definem o cham ado dipolo positivo de TSM no Atlânt ico Tropical. Sit uações de El Niño ( La Niña) no Pacífico Tropical associam - se na m aior dos casos a eventos de Dipolo Posit ivo ( Negativo) de TSM no Atlântico Tropical ( PEZZI & CAVALCANTI , 2001)3.
Essas condições têm im pacto direto na oferta e dem anda de água nos reservatórios hídricos do Estado do Ceará e na produção e produtividade de grãos com reflexos diretos nas condições de vida sócio- econôm icas das populações ao longo do Estado ( LEMOS et al., 2004)10.
3 . Result ados e Discussões
Ressalt a- se, que os resultados aqui apresentados não são com parados com os dos artigos citados na abordagem bibliográfica do artigo, devido o fato de que nos m esm os não há result ados específicos relacionados à questão agrícola. No escopo do estudo esses foram usados apenas para contextualizar e em basar o artigo ao tem a proposto.
A Tabela 1 m ostra um a estatística obtida da análise das séries das variáveis estudadas para PM ( produção de m ilho) , RM ( rendim ento de m ilho) , PF ( produção de feij ão) , RF ( rendim ento de feij ão) . Produção de grãos ( T) , e rendim ento de grãos em ( kg/ ha).
Pode- se observar que o CV para am bas a culturas, tanto no rendim ento com na produção é m aior que dois. O m ilho apresent ou tant o na produção com o para o rendim ento desvios padrões com valores da ordem de duas vezes os valores observados para a cultura de feij ão.
10 LEMOS, M. C. T.; FI NAN, T. J.; FOX, R. W.; NELSON, D. R.; TUCKER, J. The use of seasonal clim ate forecast ing in policy m aking: Lessons from Northeast Brazil. Clim ate Change, v.55, p.479- 507. 2004.
Tabela 1 – Valores de CV, MLT e desvio padrão ( DP) .
CV M LT DP
PM 1,84 249.273 135.782,20
RM 2,45 604,500 246,13
RF 2,51 354,640 141,17
PF 2,04 124.806,30 61.023,69
A Figura 1 m ost ra a variação int eranual do índice de desvios norm alizados – DN, t ot ais anuais do rendim ent o de Milho (DNRM) , produção de m ilho ( DNPM) e rendim ent o de feij ão ( DNRF) e produção de feij ão ( DNPF) para t odas as variáveis analisadas.
Nota- se grande variabilidade interanual em todas as variáveis. Nessas figuras pode- se observar que a variabilidade clim ática se faz presente em todas as variáveis. Por exem plo, o período m ais seco entre 1979- 1982 apresenta valores de DN abaixo de zero nos dados de produção e rendim ento do feij ão e m ilho.
Outra caract eríst ica int eressante m ostrada nessa figura é que tanto a produção com o o rendim ento das culturas de m ilho e feij ão não apresent a oscilações interanuais m ais recorrentes, passando de desvios positivos a negativos e de negativos a positivos. Esses apresentaram um predom ínio de valores positivos até a década de 1970.
-3 -2 -1 0 1 2 3 4 19 52
1955 1958 1961 1964 1967 1970 1973 1976 1979 1982 1985 1988 1991 1994 1997 2000
(D es vi o Pa d rão ) DNRM DNPM DNRF DNPF
Figura 1 – Valores de DN, DNRM, DNPM e DNRF e DNPF.
Anos de El Niño est iveram associados com desvios negativos de produção e rendim ento de grãos ( 1955- 1958, 1979- 1983 e 1997- 1998, por exem plo). Porém em alguns anos de excesso de chuvas, em geral associados a anos de La Niña ( 1984- 1986 e 1989) foi observada um a predom inância de desvios negativos de produção e rendim ento de m ilho e feij ão.
É interessante not ar t am bém na figura 1 um a t endência crescente na produção e rendim ento de m ilho e feij ão entre os períodos de 1950- 1970 e 1985- 2000, e um a tendência decrescente nessas variáveis entre 1970- 1985.
Not a- se que o índice de sust ent abilidade variou em torno de 0,2 ( rendim ento do m ilho) a 0,40 para produção de feij ão.
Figura 2 - Í ndices de confiabilidade, resiliência, vulnerabilidade e sust ent abilidade. a) t ot ais anuais de produção ( PM) e rendim ento de m ilho ( RM) e b) totais anuais de produção ( PF) e rendim ento de feij ão ( RF) .
Os m aiores índices de sustentabilidade foram encontrados para a produção de feij ão ( 0,40) e o m enor para produção de m ilho ( 0,20) . Para t odas as variáveis os m aiores índices foram observados para a variável confiabilidade, seguidos da variável resiliência, valores em torno a acim a de 0,6. Para a vulnerabilidade esses valores foram da ordem de 0,2 e 0,1.
A variável produção de feij ão foi a única que apresentou ao longo da sua série de observação um índice de resiliência ( em t orno de 0,7) m aior do que o da variável confiabilidade ( próxim o a 0,6) . Essa característ ica t am bém é consistente com a variabilidade clim ática observada no setor norte do Nordeste.
Com o a cultura do m ilho necessita de um período longo de dias ( em geral m aior que 90 dias dependendo da espécie cultivada) para t er um a boa colheit a safra, é clim aticam ente óbvio a necessidade de um a m aior regularidade das chuvas, que nem sem pre acontece, daí a sua produção, em m édia ter um índice m enor de sustentabilidade.
Quanto aos fatores que definem a vulnerabilidade pode- se observar para todas as variáveis da Figura 2, que o índice devido à intensidade da vulnerabilidade foi m aior em m agnitude do que o relativo a seu fator de duração.
No caso da cultura de feij ão características inversas a da cult ura do m ilho foi observada. Com o feij ão é um a cultura de ciclo fisiológico m ais curto ( em m édia 60 dias) , a m esm a tende a ser m ais viável a ser cultivada em áreas de grande variabilidade tem poral e espacial das chuvas, com o é o caso do estado do Ceará, por isso se j ustifica um índice de sust entabilidade de produção dessa cult ura m aior em m agnit ude.
Ressalta- se, que, pelo m enos para toda a série de estudo dessas variáveis, nem sem pre a sustentabilidade da produção associa- se a m aiores índices de sustent abilidade do rendim ento da cultura, pois outros fatores externos à variabilidade clim ática, com o insum os agrícolas e tecnologia, concorrem para essa questão.
Essa caract eríst ica est á explícit a na Figura 3, pois a relação é inversa para o m ilho e feij ão. Maior ( m enor) índice de sustentabilidade de produção está relacionado com m enor ( m aior) índice de sustentabilidade para o rendim ento de am bas as culturas.
A Figura 3 m ostra um a variabilidade decadal, m édia m óvel corrida de 10 anos, dos índices de confiabilidade, resiliência, vulnerabilidade e sust entabilidade.
Apesar de a sustent abilidade ser um um a variável que deve ser m edida para cert o delta de tem po, essas figuras podem inferir um a inform ação para períodos corridos de 10 em 10 anos. Para a produção e rendim ent o de feij ão e m ilho, o m ais int eressante observado, foi um aum ento do índice de sust entabilidade entre as décadas de 30 a 50, e um a queda desse índice de sustentabilidade a partir da década de 1970.
Essa caract eríst ica é consist ent e com as figuras de desvios norm alizados ( Figura 1) que m ostram predom ínio de desvios positivos de produção e rendim ento das culturas de m ilho e feij ão at é os anos 50 e um decréscim o a part ir dessa data.
Essa variabilidade dos índices de sustent abilidade foi seguida por um decréscim o dos índices de vulnerabilidade dessas culturas, e um acréscim o dos índices de confiabilidade e resiliência nas décadas de 30 e 50 e condições contrárias após os anos 70.
Um a análise das caract erísticas t em porais dessas séries ( figuras não m ostradas) evidenciou um a clara tendência de acréscim o e decréscim o dessas variáveis nos períodos m encionados acim a. Nessas figuras de produção e rendim ent o das cult uras agrícolas pode- se observar tam bém um a clara dependência da variabilidade clim ática.
Por exem plo, entre 1957- 1958 anos de intensos El Niños ( PHI LANDER, 1991)8 houve
a) Média Móvel de 10 anos - Feijão - Produção 0 0,2 0,4 0,6 0,81 1,2 1,4 1,6 1,82 2,2 19 52 19 55 195 8 196 1 19 64 19 67 197 0 197 3 197 6 197 9 198 2 198 5 198 8 199 1 CONF. RESIL. VUL. SUST.
b) Média Móvel de 10 Anos - Feijão - Rendimento
0 0,2 0,4 0,6 0,81 1,2 1,4 1,6 1,82 2,2 2,4 19 52 1955 195 8 1961 196 4
1967 1970 1973 1976 1979 1982 1985 1988 199
1
CONF. RESIL. VUL. SUST.
Nota- se por essas fig
c) Média Móvel de 10 anos - Milho - Produção
0 0,2 0,4 0,6 0,81 1,2 1,4 1,6 1,82 2,2
1952 1955 1958 1961 1964 1967 1970 1973 1976 1979 1982 1985 1988 1991
CONF. RESIL. VUL. SUST.
d) Média Móvel 10 anos - Milho - Redimento
0 0,2 0,4 0,6 0,81 1,2 1,4 1,6 1,82 2,2
1952 1955 1958 196
1
1964 1967 1970 1973 1976 1979 1982 1985 1988 1991
CONF. RESIL. VUL. SUST.
Figura 3 - Í ndices decadais ( m édia m óvel de 10 anos) de confiabilidade, resiliência, vulnerabilidade e sust entabilidade. a) tot al anual m édio da produção de feij ão, b) total anual do rendim ento de feij ão, c) total anual da produção de m ilho e g) total anual do rendim ento de m ilho.
As quedas acentuadas na variável precipitação do índice de sustentabilidade ( período aproxim adam ente de 1961- 1964) devem - se a form ulação de definição para o cálculo da m esm a, particularm ente a variável resiliência que t eve valor igual à zero nesse período.
Com o tam bém essas variáveis têm características diferentes ao longo do t em po, nessas figuras de m édias m óveis de 10 anos, não é aparente a relação inversa entre os
índices de sustentabilidade das variáveis produção e rendim ento das culturas do m ilho e feij ão, que foi observado quando esses índices foram calculados para toda a série de dados dessas variáveis.
A Tabela 2 m ostra os índices de confiabilidade, resiliência e sustent abilidade para períodos decadais. Nota- se que se levando em consideração o conceit o de sustent abilidade3, o qual denota que o seu
valor deve ser crescente com o t em po, que esse conceit o não é evidente nas variáveis analisadas, pois esses oscilam valores m aiores e m enores em m agnitude ao longo das décadas.
Tabela 2 – Í ndices de confiabilidade ( C) , resiliência ( R) , vulnerabilidade ( V) e sustentabilidade ( S) para períodos decadais para os t ot ais anuais de rendim ent o e produção do m ilho e feij ão.
Décadas C R V S
0,8 ( 0,5) 1,0 ( 0,2) 0,10 ( 0,32) 0,72 ( 0,06) 1 9 5 2 /
1 9 6 1 0,9
( 0,5) ( 0,4) 1,0 ( 0,32) 0,08 ( 0,13) 0,82 0,9 ( 0,9) 1,0 ( 1,0) 0,05 ( 0,06) 0,86 ( 0,84) 1 9 6 2 /
1 9 7 1 0,9
( 0,9) ( 1,0) 1,0 ( 0,07) 0,06 ( 0,85) 0,84 0,5 ( 0,7) 0,6 ( 0,3) 0,25 ( 0,20) 0,22 ( 0,16) 1 9 7 2 /
1 9 8 1 0,6 ( 0,6) 0,75 ( 0,75) 0,29 ( 0,25) 0,31 ( 0,33) 0,4 ( 0,5) 0,5 ( 0,6) 0,30 ( 0,33) 0,14 ( 0,20) 1 9 8 2 /
1 9 9 1 0,3 ( 0,6) 0,28 ( 1,0) 0,47 ( 0,26) 0,04 ( 0,44) 0,6
( 0,7) ( 0,33) 0,5 ( 0,20) 0,20 ( 0,18) 0,24 1 9 9 2 /
2 0 0 1 0,6 ( 0,7) 0,5 ( 1,0) 0,27 ( 0,19) 0,21 ( 0,56)
Os valores ent re parênt ese m ost rados acim a são para a produção de am bas as variáveis. A segunda linha para cada década se refere à cultura de feij ão.
Está claro nessas t abelas, que o índice de sustentabilidade decadal varia com a variabilidade clim ática da região. Para rendim ento e produção de m ilho e feij ão os valores em m agnitude do índice de sustentabilidade ao longo das décadas são decrescentes em m agnit ude.
Essa caract eríst ica indica t am bém um a dim inuição ao longo de cada período de 10 anos dos fat ores de confiabilidade e resiliência dessas variáveis.
Essa influência foi m ais evident e na bacia do Atlântico Tropical em todas as variáveis, indicando que anom alias positivas ( negativas) de TSM nos setores norte ( sul) , em bora explicando m enos de 15% da variabilidade desse índice de sust entabilidade dessas variáveis, estão associadas a índices de sustentabilidade positivos ( negativos) .
Essas caract eríst icas t érm icas no Atlântico Tropical associam - se com o dipolo positivo ( negativo) de TSM, e suas variabilidades interanuais est ão diretam ente relacionadas com as condições clim áticas da região sem i-árida do Nordeste ( NOBRE & SHUKLA, 1996)7.
No Pacífico foi observada um a m aior heterogeneidade na configuração das correlações nessa m édia m óvel de sete anos, nem sem pre consistente com o padrão de aquecim ento ( El Niña) resfriam ento ( La Niña) , associado anom alias positivas ( negativas) da variável produção e rendim ento de grãos no Estado do Ceará ( PHI LANDER, 1991)11.
Por exem plo, foram observadas correlações positivas, indicando que anom alias posit ivas de TSM no Pacífico Tropical podem estar associadas a totais anuais de produção e produtividade de grãos acim a da m édia no estado do Ceará.
Essa caract erística parece im plicitam ente ligada à distribuição intra-est adual da chuva, que têm influência na agricultura, porém não é cont rolada diretam ente pela variabilidade da TSM. I sto é, quando a escala espacial é m enor do que, por exem plo, a da região sem i- árida ( nível regional), as variações de TSM j á não apresentam um cont role tão significat ivo na distribuição de chuva dessas áreas e na produção e rendim ento de grãos.
Era de se esperar um predom ínio de correlações negativas no Pacífico Tropical, negat ivas ( positivas) nos set ores norte (sul) do At lânt ico Tropical ent re anom alias de TSM e a produção e rendim ento de m ilho e feij ão, característ ica não observada. Em outras palavras, a variabilidade de fenôm enos atm osféricos de m eso e m icro escalas, que atuam e causam a variabilidade de chuva no estado, parecem m ais im port antes nessa sit uação.
11 ALVES, J. M. B; CAMPOS, J. N. B.; SOUZA, E. B.; REPELLI , C. A. I m pactos da Variabilidade Clim ática Tropical na Agricultura de Subsistência do Estado do Ceará. I Prêm io I NMET sobre os Benefícios da Meteorologia no Brasil. 2006. Em fase de Publicação. ALVES, J. M. B; CAMPOS, J. N. B.; SOUZA, E. B.; REPELLI , C. A. Produção agrícola de subsist ência no Est ado do Ceará com ênfase aos anos de ocorrência de El Niño e La Niña. Revista Brasileira de Agrom eteorologia, v.6, n.2, p.249- 256. 1998.
4 . Conclusões e Recom endações
Entre as principais conclusões do estudo podem - se citar. A sustentabilidade de todas as variáveis é função direta dos term os de confiabilidade, resiliência e vulnerabilidade. Os m aiores índices de sustentabilidade, calculado para todo o período de observações das variáveis analisadas, foram encontrados para produção de feij ão e precipitação ( 0,40 e 0,35, respect ivam ent e) .
Os m enores foram encontrados para a produção de m ilho ( em torno de 0,20) . Entretanto, esses índices não indicam que essas variáveis são sustentáveis com o passar do tem po, de acordo com a m etodologia utilizada. Ficou claro um decréscim o dos índices de sustentabilidade decadal predom inando em todas as variáveis, m ais evidentes nas variáveis agrícolas.
A relação de variáveis clim áticas com o a TSM na sust entabilidade dessas variáveis, m édia m óvel de sete anos, essa foi m ais aparente na Bacia do Atlântico Tropical em todas as variáveis. I ndicando que, em m édia, anom alias positivas ( negativas) de TSM, em bora explicando m enos de 10% da variabilidade desse índice de sust entabilidade dessas variáveis, estão associadas à sustentabilidade acim a ( abaixo) da m édia.
Com o recom endações a estudos fut uros sugerem - se o teste de novos lim iares que definam as condições satisfatórias e insatisfatórias, para que se possam com parar os resultados aqui obtidos. Além disso, deve- se identificar que valores de índices de sustent abilidade e suas variáveis est ão associados a m elhores condições de vida, por exem plo, do grande contingente populacional do interior do Estado que vive, em geral, da agricultura de subsist ência; e que é o m ais afetado por essas variações da sustentabilidade das variáveis estudadas.
José M. Brabo Alves Met eorologista. Mestrado em Engenharia Civil ( Recursos Hídricos) pela UFC; e est á cursando o dout orado em Engenharia Civil na UFC. Tem experiência em pesquisas e estudos na área de Geociências, com ênfase em Met eorologia e áreas correlatas. Exerce o cargo de Técnico em Desenvolvim ento de Sistem as na FUNCEME.