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O Livro e o seu Design

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR

Artes e Letras

O Livro e o seu Design.

Processos de Edição

Relatório de Estágio Curricular

Miguel Regalo da Fonseca Franco Carvalho

Relatório de Estágio para obtenção do Grau de Mestre em

Design Multimédia

(2º ciclo de estudos)

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Agradecimentos

À minha orientadora, não só de estágio mas também orientadora ao longo destes dois

anos de 2º ciclo de estudos, Professora Doutora Catarina Moura, pela partilha de

conhecimento, orientação, disponibilidade e simpatia demonstrados ao longo deste

percurso académico.

Ao LabCom.IFP, pela experiência e pelo conhecimento que adquiri nesta área de

Design Editorial, em particular à Designer Cristina Lopes.

À minha mãe que sempre me apoiou, incondicionalmente, como ninguém, ao longo da

minha vida.

Ao resto da minha família que faz parte de mim, especialmente ao meu avô que partiu

há quatro anos, cuja pessoa tenho como referência neste percurso que todos

percorremos ao qual denominamos como Vida.

À minha namorada Inês Gomes que concluiu este ano a licenciatura de estudos

Portugueses e Espanhóis na nossa Universidade.

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Resumo

O presente relatório descreve e reflete sobre o trabalho desenvolvido durante o estágio efetuado no LabCom.IFP, Unidade de Investigação da Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira interior. Esta colaboração teve como base o livro e os processos de edição e resultou na paginação de dois livros: “Jornalismo de Beiradas: A transgressão no processo produtivo e criativo do jornalista João Antônio” de Luís Fernando Assunção e “Práticas Socio-Culturais e Discurso: Debates transdisciplinares em novas reflexões” de Viviane Cristina Vieira e Viviane de Melo Resende (Orgs). Foram ainda efetuados estudos para o Design de capa do primeiro livro e o Design de capa do segundo.

Este relatório, para além de ser o culminar da aprendizagem adquirida neste 2º ciclo de Design Multimédia, constituiu uma oportunidade para consolidar os conhecimentos previamente adquiridos na área em que o estágio se enquadrou, o Design Editorial. Facultou ainda a possibilidade de aprofundar importantes conceitos e recomendações desenvolvidos por autores de referência.

Palavras-chave

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Abstract

This report describes and reflects on the work developed as a trainee at LabCom.IFP, a Research Unit from the Faculty of Arts and Humanities of University of Beira interior. This co-operation comprised the page Design of two books: “Jornalismo de Beiradas: A transgressão no processo produtivo e criativo do jornalista João Antônio” by Luís Fernando Assunção, and “Práticas socio-culturais e Discurso: Debates transdisciplinares em novas reflexões” organized by Viviane Cristina Vieira and Viviane de Melo Resende (orgs.). Proposals for the cover Design of the first book were further developed, as well as the Design of the cover of the second one.

This report submitted herewith is theoretically grounded on what we have learned during this 2nd cycle of Multimedia Design and was an opportunity to further develop some of the concepts and rules that are most valuable for any Editorial Designer. Moreover, it gave the opportunity to revisit the concepts and recommendations relative to the page Design developed by relevant authors in this field.

Keywords

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Índice

Agradecimentos iii Resumo v Abstract vii Índice ix Lista de Figuras xi

Lista de Acrónimos xiii

Introdução 1

Estrutura do Relatório 3

1 Enquadramento teórico 5

1.1 A evolução da escrita 5

1.2 A invenção da imprensa: a segunda grande revolução 6

1.3 As novas tecnologias 8 1.4 O livro 10 1.4.1 A evolução do medium 10 1.4.2 Do papel ao digital 10 1.5 Composição 13 1.6 Sistema de Grelhas 13 1.7 Tipografia 17 2 Estágio 21

2.1 Contextualização, objetivos e metodologia 21

2.2 Planeamento e execução 22

Conclusão 53

Apreciação geral 53

Balanço crítico 53

Referências Bibliográficas 55

Livros e revistas científicas 55

Documentos eletrónicos 56

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Lista de Figuras

Figura 1. Página de um exemplar da Bíblia de Gutenberg

Figura 2. Método prático de construção de uma grelha, segundo Josef Müller-Brockmann

Figura 3. Exemplo de uma página ímpar de um livro com margens mal proporcionadas (à esquerda) e bem proporcionadas (à direita)

Figura 4. Helvetica. 48-pt. Média Figura 5. Univers. 48-pt. Média

Figura 6. Cronograma do estágio e elaboração do respetivo relatório

Figura 7. Grelha base de contrução do layout Figura 8. Anatomia de página

Figura 9. Fonte tipográfica LATO

Figura 10. Índice do livro 1

Figura 11. Título da obra, seguido do intervalo de numeração das páginas do respetivo capítulo em fim de página

Figura 12. Exemplo de página par com o nome do autor

Figura 13. Exemplo de página ímpar com o título da obra

Figura 14. Título de capítulo em maiúsculas, com início em página ímpar Figura 15. Referências colocadas em fim de página

Figura 16. Transcrição original datilografada

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Figura 18. Primeiro estudo de capa para livro 1 Figura 19. Segundo estudo de capa para livro 1

Figura 20. Capa final do livro 1 (autoria: Cristina Lopes) Figura 21. Título do primeiro capítulo do livro 2

Figura 22. Exemplo da estrutura da primeira página de sub-capítulo Figura 23. Exemplo de página par

Figura 24. Exemplo de página ímpar

Figura 25. Exemplo de página onde foi introduzido um excerto Figura 26. Dois exemplos de inclusão de figuras no texto Figura 27. Primeiro estudo de capa para livro 2

Figura 28. Segundo estudo de capa para livro 2

Figura 29. Capa final do livro 2 (autoria: Miguel Carvalho) Figura 30. Capa e contracapa com lombada do livro 2

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Lista de Acrónimos

App Application

e-book Electronic Book ePub Electronic Publication e-publishing Electronic Publishing

FCT Fundação para a Ciência e a Tecnologia

MP3 MPEG Layer 3

QR Quick Response Code

TIC Tecnologias de Informação e Comunicação UBI Universidade da Beira Interior

W3C World Wide Web Consortium

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Introdução

Este relatório diz respeito ao estágio curricular realizado durante o primeiro semestre do ano letivo 2014/2015, nas instalações da Unidade de Investigação LabCom.IFP, pertencente à Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior. O estágio permitiu integrar uma equipa multidisciplinar e adquirir competências específicas em Design Gráfico e Editorial, que correspondiam aos interesses diretos do estagiário.

Segundo Lupton e Miller, o Designer gráfico “poderia ser pensado como um trabalhador da linguagem (…) escreve documentos verbais/visuais ao dispor, dimensionar, enquadrar e editar textos e imagens” (2008: 27). Para Tschichold, a postura do Designer gráfico e do Designer editorial são ligeiramente diferentes, com o primeiro procurando “um estilo pessoal conseguido a partir dos novos meios de expressão” e o segundo revelando-se “um servidor leal e fiel da palavra impressa”, sendo sua tarefa “criar um modo de apresentação cuja forma não ofusque o conteúdo nem seja indulgente com ele” (2007: 31).

A tecnologia da leitura, em particular, que na nossa cultura ocidental foi construída ao longo de séculos, foi na era contemporânea dotada de novas aplicações. O advento dos microssistemas eletrónicos traduziu-se numa verdadeira revolução digital, trazendo transformações tecnológicas revolucionárias para o discurso gráfico (Tapia, 2003).

O Design gráfico tem como áreas de pesquisa e desenvolvimento, a identidade corporativa, o Design de embalagem, o Design editorial, o Design multimédia, a sinalética e a tipografia. O Designer dos nossos dias tem pela frente o grande desafio de integrar a evolução crescente dos meios tecnológicos, tirando o melhor partido desses meios para dar uma resposta que tenha em linha de conta os aspetos estéticos, sem prejuízo do valor que está subjacente à função. O Designer, para além de ser um criativo, tem a capacidade de procurar uma solução funcional para simultaneamente veicular as suas ideias e responder às necessidades.

O estágio realizado no LabCom.IFP teve início a 1 de Outubro de 2014, prolongando-se até 31 de Janeiro de 2015. Das várias atividades a que se dedica a Unidade de Investigação, o plano de atividades centrou-se nos projetos editoriais vinculados à editora Livros LabCom, uma vez que o contacto com este universo implicaria, para o estagiário, a aquisição de experiência de paginação de livros (alguns dos quais obras bastante complexas e de grande envergadura), criação das respetivas capas, relação com os autores/investigadores e gestão do impacto das suas expectativas no trabalho de Design, resultando assim na aprendizagem do processo completo de produção do livro até ao momento da sua impressão ou produção para ePub.

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Objetivos

Para este estágio, foram traçados os seguintes objetivos específicos: (i) Adquirir competências em Design gráfico e editorial; (ii) Integrar uma equipa profissional; (iii) Ganhar rotinas de trabalho; (iv) Compreender a articulação entre conceito e prática e proceder à sua correta aplicação; (v) Aplicar os conhecimentos obtidos no decorrer do percurso académico; (vi) Coordenar distintas linguagens gráficas e textuais de modo a encontrar, caso a caso, as soluções mais adequadas/favoráveis.

Metodologia

Começou por ser elaborado um plano de trabalho com definição das tarefas solicitadas e respectivo agendamento em função dos prazos de edição e do tempo de duração do estágio. Após um período inicial dedicado a pesquisa e à aprendizagem do modo de funcionamento do LabCom.IFP, da editora e do processo de paginação, ficou definido que o estagiário estaria responsável pela produção supervisionada de dois livros.

Os trabalhos relativos à paginação dos dois livros e aos estudos para o Design das respetivas capas foram elaborados de acordo com um método semelhante em termos de estrutura e execução. Dado que à data não existia no LabCom.IFP um Manual de Normas Gráficas (o mesmo foi definido e estabilizado apenas em Setembro de 2015), o ponto de partida foi sempre a utilização de referências já existentes e a pesquisa de imagens.

As reuniões periódicas com a Coordenadora de estágio e com a Orientadora foram de extrema importância, possibilitando a aprendizagem da técnica e a aquisição de ferramentas essenciais para o planeamento do trabalho e a concretização das tarefas. Permitiam ainda apresentar e discutir os diversos estudos e abordagens (caso dos estudos de capa), possibilitando a escolha entre as várias opções de elementos textuais e gráficos.

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Planificação

Outubro 2014 Novembro 2014 Dezembro 2014 Janeiro 2015 Fevereiro- Abril 2015 Maio-Setembro 2015 Estágio

Paginação e capa do livro 1

(planeamento e execução)

Estágio

Paginação e capa do livro 2

(planeamento e execução) Pesquisa bibliográfica Elaboração Relatório de estágio

Estrutura do relatório

Este relatório está estruturado em duas partes. Uma primeira, de enquadramento teórico, pretende dar conta da pesquisa realizada no sentido de melhor compreender o objeto que se ia trabalhar – o livro -, decompondo este estudo ao nível da sua história e da sua composição gráfica e editorial.

A segunda parte diz respeito à descrição do estágio propriamente disto, incluindo não só informação sobre o local onde foi realizado, mas também sobre todas as atividades realizadas no decorrer do mesmo, aqui explicadas com o maior detalhe possível, de modo a elucidar o leitor de forma clara e completa sobre a natureza da experiência obtida.

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1. Enquadramento Teórico

1.1. A evolução da escrita

O primeiro modelo de comunicação humana foi a linguagem oral. Paralelamente à oralidade, foi surgindo uma outra forma de comunicação que permitiu ao homem definir e fixar os seus modos de interpretar o mundo.

Na Pedra de Roseta que foi crucial para a compreensão dos hieróglifos egípcios, cada símbolo gráfico correspondia a um sinal acústico. Pela primeira vez surgia um sistema alfabético de reconhecimento automático, passando o texto escrito “a formular um novo tipo conceptual de pensamento e de linguagem como substitutos da narrativa e do pensamento oral” (Havelock E.A., 1996: 43).

O nosso sistema alfabético teve origem no médio oriente, tendo vindo a ser alterado e simplificado até aos dias de hoje, ao contrário do Chinês que permanece praticamente inalterado. Os Romanos adaptaram o alfabeto grego/etrusco à sua língua e fonética, dando origem ao alfabeto Latino que hoje utilizamos.

Tal como qualquer invenção, a escrita nasceu quando se produziram circunstâncias específicas favoráveis ao seu desenvolvimento: a estabilidade das populações originou novas formas organizativas da sociedade respondendo às necessidades de medir e contar os bens, de especificar as transações comerciais e de prevenir o futuro.

A escrita veio alterar o desenvolvimento social e individual, transformando-se num novo modo de comunicação entre os homens (Linuesa M.C., 2007) e facilitou, juntamente com outros fatores, o nascimento da ciência, o registo e arquivo de documentos, modificou as estratégias cognitivas, os modos de pensar e de expressão, a perceção do tempo (calendários, agendas), o conhecimento do espaço (cartografia, plantas, mapas) e o próprio tecido financeiro. No manifesto “The New Art of Making Books”, Ulises Carrión (1975) afirmou que

a linguagem escrita é uma sequência de sinais que se expandem no espaço, e a sua leitura ocorre no tempo. Um livro é uma sequência espaço-tempo (…) Os livros começaram por ser um depósito de textos literários. Mas os livros, se forem considerados realidades autónomas, podem conter qualquer tipo de linguagem escrita, não apenas linguagem literária, ou mesmo qualquer outro tipo de sistema de sinais (…) Um livro pode também existir como uma forma autónoma e auto-suficiente, incluindo por exemplo, um texto que enfatize essa forma, que seja uma parte integrante dessa forma e é aqui que começa a nova arte de fazer livros.

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1.2. A invenção da imprensa: a segunda grande revolução

O alemão Johannes Gutenberg (1400-1468) é reconhecido como o pai da tipografia moderna, tendo inventado a prensa de imprimir e desenvolvido caracteres móveis de chumbo que podiam ser utilizados indefinidamente. Os carateres móveis inventados por Gutenberg há mais de 500 anos revolucionaram a escrita no Ocidente e substituíram o limitado processo de produção dos manuscritos. Estas letras de metal que variavam em largura e mantinham uma altura constante, eram colocadas em caixas subdivididas por ordem alfabética e depois compostas nos caixilhos de paginação (rama), onde era aplicada uma tinta, sendo prensadas contra o papel (Tschichold, 2007). O espaço entre letras e palavras estava limitado à natureza física dos caracteres de metal.

Entre 1425 e 1456, Gutenberg produziu o primeiro livro na Europa com a ajuda de carateres móveis, uma bíblia impressa com um formato final de 31 cm de largura por 43 cm de altura, com tiragem de 180 exemplares. Ainda existem 48 desses exemplares.

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Pode ver-se na Fig. 1 uma página de um desses exemplares, com 42 linhas e duas colunas de texto perfeitamente alinhadas (o que foi possível graças à substituição dos glifos comuns por outros alternativos, mais largos ou mais estreitos). Neste caso, foi impressa a duas cores (negro e rubro), ricamente ilustrada e decorada à mão (à semelhança do que acontecia nos manuscritos), após a impressão do texto no prelo.

Esta invenção mudou definitivamente o mundo, nas suas várias dimensões: religiosa, social, económica e política. O complexo processo de impressão implicava uma produção quase contínua com um controlo da qualidade integrado, já que assim que uma primeira folha de prova era tirada, era imediatamente controlada pelo revisor.

Marshall McLuhan alertou no sentido dos efeitos psicológicos e intelectuais da imprensa. Na obra “The Gutenberg Galaxy”, este autor coloca a oralidade e a acústica, como formas de comunicação que decairiam com a fixação da escrita impressa e que viriam a renascer com os meios de comunicação orais (McLuhan, 2011).

A tecnologia da leitura na nossa cultura ocidental foi construída ao longo de séculos. A era contemporânea dotou-a de novas aplicações e o advento dos microssistemas eletrónicos traduziu-se numa verdadeira revolução digital, trazendo transformações tecnológicas importantes ao discurso gráfico (Tapia, 2003).

Na sua obra “Into de Universe of Technical Images”, Flusser (2011) discute a história da comunicação e como a era das tecnologias de informação e comunicação transformou a escrita. Defende a ideia de que a consciência histórica é gerada pela escrita, que a escrita alfabética inaugura a história e que o universo das imagens técnicas que se iniciou com a fotografia transformou o modo como experienciamos, percepcionamos e valorizamos o mundo. Segundo Flusser, a supremacia atual das imagens técnicas sobre a escrita faz com que a concepção linear do tempo evolua para uma concepção não linear. Flusser considerou as imagens técnicas como tendo uma enorme força de penetração, baseando esta afirmação na evidência da rutura entre o espaço político e privado e na desintegração das formas sociais. As imagens tornam-se no modo como os recetores as pretendem e os recetores tornam-se no que as imagens querem que eles sejam.

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1.3. As novas tecnologias

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) têm transformado profundamente o contexto social, cultural e económico em que vivemos. Tal como aconteceu com outras áreas, também o setor editorial se tem alterado. Nas últimas décadas, surgiram novas formas de produção, edição e distribuição de livros. As TIC e, em particular, a Internet, têm promovido várias formas de produção nos mais variados tipos de documentos eletrónicos, bem como o desenvolvimento de formas de distribuição e acesso inovadoras para a consulta desses documentos (tanto em termos de hardware, como de software). A tipografia digital dos nossos dias está livre das limitações inerentes à natureza física dos caracteres de metal criados por Gutenberg. A passagem para o universo digital ofereceu à tipografia uma forma mais rápida de desenvolver qualquer texto. Grandes desenhadores tentaram recriar os modelos antigos dos tipos móveis. As letras passaram a ser definidas matematicamente, por referência a pontos coordenados e todos os caracteres de um tipo de letra estão guardados em ficheiros instalados em computadores. Os tipos de letra vêm já por defeito no computador com o sistema operativo, com a possibilidade de também serem instalados num diretório do sistema para que estejam disponíveis em todos os programas de processamento de texto.

Uma grande vantagem do e-book é a questão do espaço e do armazenamento. Numa época de crise económica, conseguir publicar a um preço mais acessível pode ser crucial para conseguir alcançar um público mais vasto e com maior precariedade económica. Neste aspeto, o e-publishing pode funcionar como um agente democratizador da cultura. Outra vantagem prende-se com a facilidade de transporte. Os ecologistas defendem ferozmente o e-publishing numa luta contra o desperdício do papel e a poupança de recursos naturais, recorrendo a mensagens poderosas de correspondência entre número de árvores abatidas e páginas de papel impressas. O e-publishing também trouxe vantagens para a área da ciência. Após um artigo científico ser submetido a uma revista, pode haver um tempo de espera significativo até ser publicado, tornando as revistas científicas em papel um formato longe do ideal para divulgação de uma investigação em curso. Por esta razão, em várias áreas científicas, o papel da revista científica enquanto disseminadora dos mais recentes resultados de uma investigação tem vindo a ser substituída por publicações eletrónicas ou repositórios pre-print tais como o arXiv.org. Apesar de as revistas científicas em papel, com revisão por pares, terem vindo a ser substituídas, elas continuam a desempenhar um papel importante, como garante do controlo de qualidade e do crédito científico. Há, no entanto, evidência que as publicações eletrónicas permitem uma divulgação mais ampla e muitas revistas científicas optaram já pela versão eletrónica, direcionando-se exclusivamente para este tipo de publicação ou mantendo a opção da versão em papel.

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As diferenças entre consumir papel ou informação digital são múltiplas. O papel envolve muitos sentidos, sobretudo o tato, o cheiro e a visão. O papel que envelhece torna-se amarelado, podendo a coloração das páginas dar-nos ideia da antiguidade do documento. É com base nestas características que atualmente se tem vindo a assistir à apresentação de publicações impressas como objetos valiosos, como se de produtos de colecionador se tratasse, através da exploração das características e qualidades físicas e tácteis do papel. Há toda uma série de produtos desde jornais a enciclopédias que têm vindo a reinventar-se para que continuem a fazer reinventar-sentido enquanto material em papel e poderem também sobreviver devido aos custos elevados.

Após uma primeira fase de grande esforço de digitalização de livros e revistas publicados em formato de papel, utilizando microfilmes, assistimos agora a um grande esforço para preservar materiais impressos antigos para os tornar de novo acessíveis, dando uma nova vida a materiais que não foram mais reeditados ou a materiais que caíram no esquecimento. A utilização das duas versões (eletrónica e em papel) poderá também ser uma opção com a possibilidade de selecionar a opção em papel para uma obra de qualidade superior que mereça um tratamento especial.

Para os renitentes à utilização do e-publishing, a alternativa em papel permanecerá sempre. Estes renitentes reclamam a perda do contacto com o papel, a possibilidade de sublinhar e tirar notas de um modo tradicional. Sentem nostalgia do cheiro único que se desprende quando folheamos um livro novo ou não dispensam livros em formato de papel na decoração das prateleiras da sua casa. Alguns alegam dificuldade de concentração para a leitura no ecrã. De facto, a memória fotográfica, estática, é a mais utilizada na leitura em papel e não funciona tão bem na leitura em ecrã, pois aqui a memória é sobretudo dinâmica, modificando-se com o tempo, mesmo que fisicamente seja o mesmo local com conteúdos que se vão modificando. As publicações eletrónicas concentram-se essencialmente na visão. É através da visão que se pode avaliar a idade da informação contida nessas publicações, analisando a tecnologia utilizada, a resolução e o número de cores ou o estilo gráfico utilizados (Ludovico, 2012). Acresce ainda que o papel é iluminado frontalmente o que o torna mais relaxante para a visão, variando a sua iluminação em função da luz ambiente (Idem, Ibidem), enquanto os écrans são retro-iluminados, exercendo grande estimulação sobre a retina.

Dispositivos e redes, ideologia e tecnologia, forma e função, são temáticas que nos tempos atuais surgem indissociáveis da ideia e da prática do Design.

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1.4. O livro

1.4.1. A evolução do medium

Inicialmente escrevia-se em pedra, sem acabamentos terminais (acabamentos a que hoje se chamam serifas), que viriam a surgir com o aperfeiçoamento das ferramentas para trabalhar a pedra. No ano 105 da era cristã, os chineses criaram o papel, abrindo-se o caminho para a produção artesanal de livros mais práticos de manusear e mais baratos do que a gravura em pedra. Surgiu assim a xilografia, praticada principalmente na China e, depois, na Coreia e no Japão do século VII. Os orientais usavam uma prancha de madeira para gravar imagens e textos, que podiam ser reproduzidos por estampagem. A técnica foi aperfeiçoada no século XI, com ensaios de impressão por meio de caracteres móveis, de terracota. Foi, no entanto, Gutenberg, quem aperfeiçoou de maneira decisiva esta arte asiática.

1.4.2. Do papel ao digital

A publicação em papel e a publicação eletrónica, mais do que competirem, complementam-se. Não poderão seguir percursos paralelos, terão de se cruzar, gerando potencialmente novas formas. Terão de se compreender uma à outra num diálogo constante.

A profecia do fim da impressão em papel não se cumpriu e parece que o papel veio para ficar. No início do século XX houve quem previsse a morte do papel. Com o início da rádio e do telégrafo chegou-se a pensar que a transmissão da voz fosse acabar com a distribuição da informação em papel, substituindo as revistas e os jornais. A informação chegaria através da voz, por fios. Posteriormente, nos anos 80, com o início da era informática e dos computadores pessoais, o fim da impressão em papel foi uma profecia. Os computadores pessoais significaram a redução na quantidade de papel e a diminuição do tamanho dos arquivos. Ganhou-se maior consciência ecológica, de que os recursos não são infindáveis e que os processos de duplicação em papel custam recursos, tempo, dinheiro e espaço. Temos vindo a assistir a uma racionalização progressiva do gasto de papel e a uma transformação da página impressa, que passou a constituir um meio complementar, muitas vezes um repositório estático de um conteúdo eletrónico específico (Ludovico, 2012). O papel impresso tornou-se num meio mais precioso, assistindo-se a uma utilização mais consciente e renovada.

Os formatos de livros eletrónicos (desde a mera conversão do conteúdo impresso para o formato digital, até conteúdos multimédia sofisticados com diferentes funcionalidades) e seus canais de edição, distribuição e comercialização têm-se vindo a multiplicar a um ritmo acelerado. “Enquanto Designers estas questões constituem um desafio no exercício da profissão (…) Um dos grandes desafios que hoje se colocam no desenvolvimento de publicações digitais é assim evitar mimetizar o suporte tradicional promovendo, possibilitando novas publicações e formas de leitura.” Borges, M. (2013: 27-34).

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Os formatos mais comuns de publicações eletrónicas são o ePub (formato recomendado pela International Publishers Association, pelo International Digital Publishing Forum e pelo World Wide Web Consortium (W3C) para a apresentação de publicações eletrónicas), o Mobi (para livros especialmente desenvolvidos para o Kindle da Amazon.com) e o app (da Apple Inc.). Já existem softwares capazes de os ler e converter essa leitura num media sonoro como o MP3, criando audio-books.

A dicotomia entre “publicação em papel” versus “publicação digital” não é real e estamos a falar das duas faces de uma mesma moeda.

Enquanto a experiência pessoal se desenvolve linearmente no tempo, a memória e a mente não são lineares, com desenvolvimento constante de ligações entre diferentes planos. É exatamente aqui que reside o real poder da publicação digital (Bergson, 2001), não tanto na sua integração nos meios multimédia mas na sua capacidade única de estabelecer relações em rede, com conteúdos relacionados alojados noutros sítios e com outros indivíduos desejosos de partilhar o seu conhecimento online. Neste sentido, um grande desafio para o

e-publishing será ser capaz de desenvolver produtos que não limitem os utilizadores ao mundo

fechado de uma aplicação ou serviço específicos e de estabelecer mecanismos de inter-operacionalidade universais.

Numa entrevista conduzida por Teresa de Andrés (2012), Alessandro Ludovico defende: “As publicações em papel e digitais não poderão no futuro seguir percursos paralelos, terão de se cruzar, gerando potencialmente novas formas. Quando já não formos capazes de categorizar as publicações como impressas ou eletrónicas, estaremos então na presença de publicações híbridas. Para que nos possamos expressar devidamente nestes “híbridos” caminhamos, inconscientemente, na direção de uma modificação profunda da linguagem, com consequências culturais imprevisíveis”. Esta entrevista foi realizada por ocasião do lançamento da obra “Post-Digital Print, the Mutation of Publishing Since 1984”, editada por Onomatopee, que é um livro fundamental para compreender o passado, o presente e o futuro do e-publishing. Nesta obra, Alessandro Ludovico projeta o cenário do e-publishing no futuro, defendendo que o software é um pré-requisito para qualquer tecnologia digital e para a criação da maioria dos trabalhos analógicos. Como tal, a sua natureza processual deverá refletir-se na estrutura e dinâmica das publicações eletrónicas, permitindo a participação dos utilizadores e associando o processo editorial à vida real.

De acordo com Tapia (2003), a velocidade de informação, a acessibilidade, as múltiplas possibilidades de gerar, misturar, e interligar textos, ícons, sons, conduz à elaboração de novas metáforas relacionadas com experiências que não eram possíveis com as publicações em papel.

Numa página Web não há uma sequência linear mas sim um diagrama de vários caminhos possíveis. Segundo Ingraham (1994), “os dados são armazenados de um modo ordenado, mas

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esta ordem não tem o objetivo de influenciar a ordem pela qual podem ser acedidos. Os dados são acedidos de um modo sequencial, mas a sequência é determinada pelo utilizador final e não pelo autor. Cada página Web refere-se a um determinado ambiente e a navegação através deste território virtual assemelha-se a uma viagem através de um espaço arquitetónico, dando grande liberdade ao leitor/utilizador.” (Ingraham, B., Chanier, T. et al. (1994). Language training for various purposes in several languages on a common hypermedia framework. Computers & Education, 23 (1-2),107-115).

À medida que mais conteúdos passam do papel para os meios digitais, caminhamos para um ponto de viragem em que os editores passarão a publicar mais por via digital do que utilizando o papel. De acordo com Alessandro Ludovico (2012), um fator chave para esta evolução tem a ver com o facto de o e-publishing se estar progressivamente a tornar tão simples e acessível quanto a publicação tradicional, não apenas para os produtores mas também graças às novas interfaces, para os consumidores. Contudo, segundo este mesmo autor, o poder real das publicações digitais tem a ver com a sua capacidade de criar redes, estabelecer relação e ligações não só com outros conteúdos similares e arquivados em outras aplicações, mas também com outras pessoas desejosas de partilhar o seu conhecimento

online.

No último capítulo do seu livro “Post-digital print: the mutation of publishing since 1824”, Alexandro Ludovico (2012) advoga a utilização mais ampla dos códigos QR (abreviatura de Quick Response Code) em revistas e livros publicados em papel. Estes códigos poderiam, ao serem lidos por um app de telefone móvel, fornecer acesso a uma página web, por exemplo, produzindo novas atualizações de cada vez que fossem digitalizados, e estas atualizações, por sua vez, poderiam ser impressas ou guardadas. Acrescenta ainda que as publicações digitais poderiam também enviar atualizações para impressoras pessoais, utilizando informação de fontes diversas, relacionadas com os conteúdos em questão.

A exploração das várias potencialidades do e-publishing abre as portas a uma comunicação facilitada e a um entrecruzar de saberes, podendo abrir perspetivas culturais únicas.

O desenvolvimento de publicações híbridas, através da criação combinada de interfaces que consigam extrair e conjugar o melhor das publicações digitais e em papel, será o futuro em que a nova geração de editores deverá investir. Um exemplo de impressão pós-digital (híbrida) é o livro “Written Images” (Fuchs e Bichsel, 2011). Apesar de ter a forma de um livro tradicional, cada cópia é individualmente gerada por um computador, ultrapassando assim a natureza em série, fixa, do material impresso. Este livro utiliza uma combinação de diferentes elementos: a impressão de um número de exemplares limitados, informação processada por computador, uma combinação híbrida de impressão e digitalização, tudo combinado num único meio. Podemos ler no prefácio: “Written Images links these technical innovations and uses them to produce an ever-changing art book. Image generating programs

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interpret data taken from the internet or visualize self-created figures. They calculate and save unique and complex high resolution visual worlds. These calculations are repeated for every copy of the book. They will be performed by a program designed for this purpose and will then be arranged to allow printing”.

1.5. Composição

A composição é, acima de tudo, “uma disposição dos elementos para criar um todo satisfatório que permita um equilíbrio, um peso e uma colocação perfeita desses elementos” (Swann, 1990: 64).

A maneira como os elementos estão dispostos determina um fio condutor. A boa organização da informação é essencial para a eficácia e sucesso da comunicação e deve seguir os princípios básicos do Design de página: a estrutura morfológica (paginação, relação entre os elementos da página); a estrutura tipográfica (entrelinhamento adequado, utilização dos tipos de letra mais adequados para tornar a leitura mais fluida e eficaz, aumentando assim a informação mais atrativa e agradável); a estrutura cromática (utilização funcional de cores para a divisão dos espaços e para destacar o texto e a imagem).

A informação hierarquizada com títulos, subtítulos, textos, imagens e legendas, disposta na grelha de uma forma lógica, aumentará a qualidade e facilidade da leitura. Para os adeptos da utilização de grelhas, esta informação hierarquizada aumenta a credibilidade da informação e facilita a transmissão da mensagem.

Tschichold nos seus “Ensaios sobre tipografia e estética do livro” defende que é a qualidade da composição que determina a aparência do livro. “(…) pode-se obter um bom efeito quando se observam as boas práticas. (…) até a mais bela letra será arruinada se o espacejamento for demasiado aberto e se não se der atenção aos pontos mais delicados da boa composição” (2007: 123)

1.6. Sistema de Grelhas

Malha, grid ou grelha, em Design gráfico, é uma estrutura geométrica constituída por eixos (comumente horizontais e verticais), desenvolvida para auxiliar o alinhamento de elementos textuais e imagéticos numa composição visual. Constitui uma valiosa ferramenta de programação visual que auxilia no desenvolvimento de layouts mais bem organizados e estruturados. A grelha é desenhada sobre um suporte, antes da inserção dos elementos textuais e imagéticos. Estes são, então, dispostos na página utilizando, como referência, os eixos da grelha.

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A utilização de grelhas é bem anterior à invenção da imprensa. Os livros manuscritos eram produzidos com o auxílio de grelhas, riscadas diretamente no pergaminho ou no papel.

Não são apenas o gráfico e o tipógrafo que usam grelhas para desenhar anúncios de jornais, páginas de folhetos, catálogos, livros ou publicações periódicas. O Designer gráfico, o fotógrafo e o projetista de exposições também utilizam grelhas para desenvolver soluções relativas à disposição de elementos em duas ou três dimensões.

O Designer, ao ordenar as superfícies e espaços através dos quadros de uma grelha, vai dispor os seus textos, fotos e diagramas segundo critérios específicos. A incorporação dos elementos gráficos nas malhas de um sistema de grelhas, permite a planificação e a clareza, imprimindo racionalidade.

Esta ordenação das superfícies e espaços através dos quadros de uma grelha, foi desenvolvida e consolidado pela escola de artes e ofícios Bauhaus, já que se inseria perfeitamente na sua filosofia de funcionalidade. Os estudos da Gestalt sobre composições visuais vieram posteriormente determinar a experimentação de diversas fórmulas e composições das grelhas, nomeadamente, com a regra dos terços, o uso da secção áurea e a ilusão ótica. Vários tipos de grelhas que hoje em dia utilizamos (Grelha Retangular, de Colunas, Modular, Hierárquica, etc.) foram construídas a partir da fusão da Bauhaus com a Gestalt.

Após a II Guerra Mundial o uso de grelha no Design Gráfico evoluiu, muito influenciado pelo movimento progressista na Tipografia liderado por Jan Tschichold, Emil Ruder e Josef Müller-Brockmann (Vincent, 2009). A grelha passou então a constituir uma valiosa ferramenta, não só como guia na paginação de livros, como também em todos os outros trabalhos de composição. Nos anos 50, a Escola Suíça tornou-se preponderante. As grelhas preferidas pelos mestres desta escola eram construídas mediante critérios geométricos rigorosos, com preferência para os sistemas de grelhas modulares. Estas grelhas serviam para dispor os diferentes elementos gráficos (blocos de texto, fotografias, imagens, áreas brancas) em composições maioritariamente assimétricos. A grelha suíça visava essencialmente assegurar duas funcionalidades: a legibilidade do texto e a assimilação da informação, sempre com base numa organização do espaço disponível (a espacialização da informação) e na preocupação de apresentar as mensagens de forma coerente. A influência desta escola foi marcante, caracterizando-se por um estilo gráfico que ficou conhecido como “Estilo Suíço”, caracterizado essencialmente pela utilização de grelha, pelas fontes sans serif (sem serifa) Helvética e Univers, bem como pela utilização de fotografia a preto e branco.

A primeira edição do livro de Josef Müller-Brockmann “Grid systems in graphic design. A visual communication manual for graphic designers, typographers and three dimensional designers”, foi publicado nos anos 60. Esta obra exemplifica de um modo exemplar os métodos de construção de grelhas tipográficas (incluindo a grelha no desenho em três dimensões) e a sua utilização para um desenho de página claro e eficaz (Fig. 2). Exemplifica

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ainda como definir as proporções das margens (Fig. 3) e as diferentes opções para posicionar os títulos e as imagens e fazer a numeração das páginas. Finalmente, através de exemplos práticos, discute como escolher a melhor tipografia para desenvolver um projeto específico. Para Müller-Brockmann “A grelha vai determinar as dimensões do espaço. Não há virtualmente nenhum limite para o número de divisões da grelha. Para cada trabalho dever-se-á estudar que tipo de grelha específica melhor se adequa aos requisitos. (…) Requer do Designer que seja honesto na utilização dos vários recursos … compele-o a pensar analiticamente e a dar uma solução lógica ao problema” (2012: 10-12). Segundo este autor, a utilização de grelhas vai permitir: organizar o texto e as ilustrações de um modo sistemático e lógico, como um todo e de acordo com o seu próprio ritmo; construir um argumento mais sólido; interligar o material visual de modo a que seja lido de um modo inteligível e estruturado.

Tschichold (2007), por sua vez, com base no estudo de manuscritos medievais, descodificou a relação coerente entre a página de um livro e a mancha de texto e advogou que a paginação fosse estruturada segundo regras de proporção, na busca de uma “proporção aúrea” (margens harmonicamente perfeitas).

No auge do Design moderno houve talvez um uso extensivo de grelhas. Atualmente, a ideia de que a grelha é essencial à metodologia de trabalho de um Designer gráfico é considerada por alguns demasiado restritiva. Pessoalmente, considero que as vantagens superam em muito as desvantagens: qualquer informação apresentada de um modo lógico e claro, utilizando uma organização racional do espaço, títulos, subtítulos, textos e ilustrações, oferecerá por certo uma leitura facilitada e mais rápida, com passagem mais eficaz de informação.

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Figura 2. Método prático de construção de uma grelha, segundo Josef Müller-Brockmann.

Fonte: Müller-Brockmann, J. (2012). Grid systems in graphic design. A visual communication manual for graphic designers, typographers and three dimensional designers. 8th ed., Niggli Verlag, p. 61.

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Figura 3. Exemplo de uma página ímpar de um livro com margens mal proporcionadas (à esquerda) e bem proporcionadas (à direita), relativamente às dimensões da página e ao tipo e área de impressão. Fonte: Müller-Brockmann, J. (2012). Grid systems in graphic design. A visual communication manual for graphic designers, typographers and three dimensional designers. 8th ed., Niggli Verlag, p. 41.

1.7. Tipografia

A tipografia, etimologicamente resultante de typos (forma) e grafo (escrita), é uma área de estudo basilar, que se desenvolveu antes mesmo do estabelecimento do Design enquanto disciplina. Constitui um pilar essencial da comunicação visual e do Design gráfico contemporâneo. Para Lupton e Miller (1996), a história da tipografia e da escrita poderia ser descrita como o desenvolvimento de estruturas formais que exploram a fronteira entre o interior e o exterior dos textos.

No século XVIII, a tipografia moderna adquiriu autonomia com a introdução de duas fontes tipográficas (Didot e Bodoni), baseadas em conceitos geométricos e desenhos sem ornamentos, serifas finas e horizontais e sem qualquer semelhança com a escrita caligráfica. Foi-se desenvolvendo progressivamente com Mallarmé e Rimbaud (século XIX) e Apollinaire (século XX), tendo como base os princípios do desenho. No período do pós-guerra, a Suíça foi uma referência incontornável na evolução da tipografia moderna.

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Os princípios da Bauhaus (1919-1933) e da Escola de Ulm (1953-1968) influenciaram de um modo decisivo o Design gráfico. Foram essenciais para estabelecer regras a partir de fundamentos de uniformização e coerência do projeto, refletindo a importância que todos os elementos e conteúdos têm quando co-existem numa mesma página. No “Good Design” imperavam a elevada legibilidade, a clareza, a hierarquia (ordenação), o contraste entre imagem e fundo. Uma das primeiras aparições das fontes sans serif surgiu com a Gill Sans (criada por Eric Gill), uma tipografia muito bem definida e mecânica, onde se notavam influências tanto da velha como da nova tipografia. Entre 1957 e 1963 surgem duas fontes tipográficas caracterizadas pela sua neutralidade, a Helvetica (criada por Max Miedinger e Eduard Hoffman) e a Univers (criada por Adrian Frutiger), as quais vieram a dar origem a muitos outros tipos de letra sem serifa (Figs. 4 e 5).

Figura 4. Helvetica. 48-pt. Média.

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A era digital democratizou o uso das fontes tipográficas, através de um aumento considerável dessas fontes e de um alargamento do leque de estilos. Para Jardi (2007), a tipografia tem uma componente muito pessoal aliada ao gosto de cada um e as únicas limitações residem nas nossas expectativas. Coisas que no passado eram regras, hoje podem ser encaradas como obsoletas.

Paulo Heitlinger (2006) defende que para quem trabalha conscientemente com letras urge uma visão crítica sobre as peculiaridades formais e funcionais das tipologias tipográficas e que a grelha, as margens e os formatos não podem ser considerados acessórios, fazendo a ponte entre os tipos de letra, o tratamento de texto e o Design da página.

O desenvolvimento de novas formas e estilos de letras é determinado pelo ambiente cultural de cada época. Até há pouco tempo, a atividade de criar um tipo de letra estava apenas ao alcance dos tipógrafos profissionais, as letras eram montadas com caracteres de chumbo e o espaço entre as letras e as palavras estavam condicionados (Ambrose, 2006). Mais recentemente, as restrições impostas pela natureza física do metal foram ultrapassadas com a tipografia digital e surgiram novas possibilidades, nomeadamente, a construção de novos tipos de letra desenhados por computador. Hoje, a tipografia é produzida com equipamentos sofisticados que não forçam todas as letras a serem idênticas, como acontecia com a utilização dos métodos industriais de produção.

O desenho da página fica efetivamente ao critério do Designer gráfico que tem como grande prioridade a legibilidade do texto. A legibilidade de um texto depende de elementos como a forma das letras, o tamanho a utilizar, o comprimento das linhas, entrelinhamento, espaçamento e margens. Para Lupton (1996), o espaçamento, a pontuação, as margens e as grelhas, constituem o real território da tipografia e do desenho gráfico, tornando legíveis textos e imagens. Assim, a substância da tipografia não reside no alfabeto em si, mas sim no contexto visual e nas formas gráficas específicas (os estilos das letras, o espaçamento entre elas e a sua disposição).

Pelo exposto se entende como a tipografia continua a ser um elemento central na realização de qualquer trabalho gráfico e, em particular, de um trabalho editorial.

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2. Estágio

2.1. Contextualização, Objetivos e Metodologia

O estágio curricular no LabCom.IFP (Comunicação, Filosofia, Humanidades) da Universidade da Beira Interior (UBI), decorreu entre Outubro de 2014 e Janeiro de 2015, de acordo com cronograma pré-estabelecido (Fig. 6).

Esta Unidade de Investigação (cujo atual coordenador científico é o Professor Doutor João Carlos Correia) foi criada em 2002 e tem sido periodicamente objeto de avaliações positivas com classificação de Muito Bom pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Teve, durante vários anos, três linhas de investigação: Informação e Persuasão Online, Media e identidades, e Cinema e Multimédia, sendo então as suas áreas principais de especialização, as Novas Tecnologias, Informação e Retórica, Identidades e Cidadania, e Estudos sobre Comunicação. No último ano, fundiu-se com o Instituto de Filosofia Prática (IFP) da UBI, daí resultando a sua nova designação, bem como uma nova estrutura tripartida: Comunicação, Filosofia e Humanidades, a partir da qual derivam três núcleos – Comunicação e Media, Filosofia Prática e Artes e Humanidades. Integra um vasto leque de investigadores, tem quatro bibliotecas on-line, três revistas e uma editora, agora com três vertentes editoriais. Possui ainda um jornal, uma televisão e uma rádio online. Em 2012 (ano do último relatório de avaliação tornado público até ao momento) tinha 23 investigadores doutorados, 34 doutorandos, 4 bolseiros de investigação e oito projetos financiados. Estes dados, no entanto, foram entretanto largamente superados, embora não tenhamos tido acesso aos últimos números até ao encerramento deste relatório. A atividade do LabCom é conhecida internacionalmente através da sua presença continuada em linha através de quatro portais: a Biblioteca online de Ciências da Comunicação (www.bocc.ubi.pt); a Biblioteca online de Filosofia e Cultura (www.lusosofia.net); a Biblioteca online de Áudio e Literatura (www.boal.ubi.pt); e a mais recente BOND – Biblioteca On-line de Design (www.bond.ubi.pt). Organiza ainda, periodicamente, distintos seminários, jornadas e congressos, nacionais e internacionais, de que a DESIGNA – Conferência Internacional de Investigação em Design, organizada anualmente desde 2011, é um bom exemplo. A editora Livros LabCom foi fundada em 2005 e conta com mais de 80 títulos, tendo uma média de 19100 downloads/mês.

Objetivos

O estágio permitiu integrar uma equipa de profissionais do Design e adquirir competências relacionadas com a área de estudo, o Design Gráfico e Editorial.

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- Adquirir competências em Design gráfico e editorial; - Integrar uma equipa profissional;

- Ganhar rotinas de trabalho;

- Compreender a articulação entre conceito e prática e proceder à sua correta aplicação;

- Aplicar os conhecimentos obtidos no decorrer do percurso académico;

- Coordenar distintas linguagens gráficas e textuais de modo a encontrar, caso a caso, as soluções mais favoráveis.

Metodologia

Começou por ser elaborado um plano de trabalho com definição das tarefas solicitadas e respectivo agendamento em função dos prazos de edição e do tempo de duração do estágio. Após um período inicial dedicado a pesquisa e à aprendizagem do modo de funcionamento do LabCom.IFP, da editora e do processo de paginação, ficou definido que o estagiário estaria responsável pela produção supervisionada de dois livros.

Os trabalhos relativos à paginação dos dois livros e aos estudos para o Design das respetivas capas foram elaborados de acordo com um método semelhante em termos de estrutura e execução. Dado que à data não existia no LabCom.IFP um Manual de Normas Gráficas (o mesmo foi definido e estabilizado apenas em Setembro de 2015), o ponto de partida foi sempre a utilização de referências já existentes e a pesquisa de imagens.

As reuniões periódicas com a Coordenadora de estágio e com a Orientadora foram de extrema importância, possibilitando a aprendizagem da técnica e a aquisição de ferramentas essenciais para o planeamento do trabalho e a concretização das tarefas. Permitiam ainda apresentar e discutir os diversos estudos e abordagens (caso dos estudos de capa), possibilitando a escolha entre as várias opções de elementos textuais e gráficos.

2.2. Planeamento e execução

O apoio/colaboração prestado à Designer Cristina Lopes, funcionária do LabCom.IFP, teve como base o livro e os processos de edição e resultou na paginação de dois livros: “Jornalismo de Beiradas: A transgressão no processo produtivo e criativo do jornalista João Antônio” de Luís Fernando Assunção e “Práticas Socio-Culturais e Discurso: Debates transdisciplinares em novas reflexões” de Viviane Cristina Vieira e Viviane de Melo Resende (Orgs). Para simplificar, sempre que necessário, referir-nos-emos a livro 1 e

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livro 2, respetivamente. Foram ainda efetuados os estudos para o Design de capa do livro 1 e o Design de capa do livro 2.

Outubro 2014 Novembro 2014 Dezembro 2014 Janeiro 2015 Fevereiro- Abril 2015 Maio-Setembro 2015 Estágio

Paginação e capa do livro 1

(planeamento e execução)

Estágio

Paginação e capa do livro 2

(planeamento e execução)

Pesquisa bibliográfica

Elaboração

Relatório de estágio

Figura 6. Cronograma do estágio e elaboração do respetivo relatório.

Começaremos por descrever e comentar os aspetos que são comuns aos dois trabalhos desenvolvidos. De seguida, passaremos a referir os aspetos específicos de cada um dos trabalhos.

Todos os elementos que constituem parte de um projeto gráfico e editorial, carecem de estruturação e organização em termos de espaço (layout), tendo por base princípios simples de organização. A tipografia detém uma expressão da forma que procura criar um impacto positivo na comunicação escrita. A escolha do tipo de letra, por exemplo, detém um grande carácter expressivo, e a par dos elementos textuais, é essencial para obter uma composição gráfica coerente.

No caso da paginação dos dois livros em que estivemos diretamente envolvidos houve a preocupação de utilizar elementos gráficos simples e adotar uma grelha convencional usada num layout de imagens e texto que constituíram opções para ir ao encontro das obras sem danificar a sua identidade.

A maneira como os elementos estão dispostos, permite criar ritmo. A repetição de elementos que geram uma sequência-padrão, permite unificar a estrutura.

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Segundo Silva (1985) para transmitir visualmente a mensagem de um texto, o Designer conta com elementos básicos: letras agrupadas em palavras, frases e períodos, imagens sob forma de fotos ou ilustrações e os brancos da página.

A grelha base de construção do layout foi a mesma nos dois livros (Fig. 7) assim como a anatomia de página (Fig. 8).

Figura 7. Grelha base de construção do layout.

Tamanho das páginas (spread): altura = 31 cm, largura = 21 cm, orientação vertical. Margem: superior/inferior (a/b) = 2,60 cm

Margem: interior/exterior (c/d) = 2 cm. Gutter ou “calha” (e): 1 cm

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Figura 8. Anatomia de página: composta por duas colunas (eixos verticais) e duas fileiras (eixos horizontais), respetivamente livros 1 e 2.

Tipografia

A identidade visual apresenta-se no estilo tipográfico Times New Roman. Subjacente a esta escolha esteve o facto de ser a família tipográfica usada habitualmente nas publicações dos

Livros LabCom. Como tipografia complementar, na elaboração das capas, optou-se pela utilização da fonte tipográfica LATO (Fig. 9).

A escolha desta fonte deveu-se ao facto de se ter considerado que se conjugava de forma harmoniosa e apresentava uma complementaridade interessante com a Times New Roman. Trata-se de uma fonte em que os detalhes semi-arredondados das letras conferem um sentimento caloroso enquanto a estrutura possante transmite estabilidade e seriedade, conferindo-lhe um carácter simultaneamente profissional e amigável, conjugando formalidade com informalidade.

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A fonte tipográfica LATO é da família sans serif e foi desenhada no verão de 2010 em Varsóvia pelo Designer Łukasz Dziedzic. Lato significa verão em polaco. Em Dezembro de 2010 a família Lato foi publicada em open-source “Open Font License” pela tyPoland, com o apoio da Google. Posteriormente, em 2013-2014, a família de letras foi expandida passando a incluir mais de 2300 glifos por estilo. Lukasz tentou balancear algumas prioridades potencialmente conflituantes. O objetivo era criar uma tipografia que fosse transparente quando utilizada no corpo de texto mas que, simultaneamente, exibisse alguns traços originais quando utilizada em maiores dimensões. O aspeto é não serifado e foram utilizadas proporções clássicas, particularmente evidentes nas maiúsculas, para conferir às formas das letras harmonia e elegância, transmitindo um sentimento de verão, segundo a descrição do próprio autor.

No que diz respeito à estrutura gráfica e textual, optou-se por conjugar de forma coerente os diversos elementos ao longo de todo o livro, através de uma coluna de texto que permitisse uma boa leitura tanto na versão impressa como na versão digital, parágrafos com avanço de três espaços, texto alinhado à esquerda na generalidade do texto, com exceções, nomeadamente quando surgem citações. Estas exceções conferem alguma irregularidade ao longo das páginas, sendo que tanto a relação métrica como as pequenas variações tipográficas ajudam o leitor a situar-se no texto (títulos, subtítulos, texto corrido, notas de rodapé, legendas).

No “Jornalismo de Beiradas: A transgressão no processo produtivo e criativo do jornalista João Antônio” de Luís Fernando Assunção, o autor pesquisa e elabora sobre o processo produtivo do jornalista/escritor João Antônio, através da análise de documentos do autor, nomeadamente, manuscritos de reportagens e anotações em forma de rascunhos.

O grande desafio foi conseguir integrar graficamente a multiplicidade de documentos (textos publicados em revistas e reportagens) de um modo harmonioso e estético. A edição do livro teria obrigatoriamente ir de encontro aos objetivos do seu autor.

O livro organiza-se em Introdução, 4 capítulos, Conclusão e Referências bibliográficas.

Passo a apresentar os resultados dos trabalhos através de exemplos de várias páginas e fases do livro.

Os elementos textuais e/ou imagéticos são apresentados em formatos com tamanhos pré-definidos pela grelha. O tamanho dos diversos elementos é determinado segundo a sua importância dentro do tema.

Fazendo uma leitura crítica sobre o índice (Fig. 10), consideramos que teria beneficiado em incluir uma enumeração dos vários sub-capítulos, em vez da opção adotada de incluir apenas os títulos principais. A seguinte proposta traria benefícios de facilitação da leitura:

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1. PELOS BOTECOS, PELAS ESQUINAS

1.1 Origens, infância e influências de João Antônio 1.2 Relação com o jornalismo

2. JORNALISMO DE BEIRADAS 2.1 Jornalistas das beiradas 2.2 Notícias ou acontecimentos 2.3 Narrativa e comunicabilidade 2.4 As escolhas de João Antônio 2.5 Controle social na redação 2.6 Formas de escrita

3. LITERATURA OU JORNALISMO? 3.1 Realismo no jornalismo

3.2 Testimonio latino-americano e New journalism norte-americano 3.3 Fait divers ou histórias humanas?

3.4 Experiências lusitanas 3.5 Lima Barreto e João do Rio

3.6 Revista Realidade: um novo jornalismo 3.6.1 O duro golpe na imprensa 3.7 Jornalismo de interesse humano 3.8 O autor

3.8.1 Emancipação da padronização? 4. SEMIOSE E REAL NA ESCRITA DE JOÃO ANTÔNIO 4.1 Método de análise 4.2 Pauta 4.3 Memória 4.4 Edição 4.5 Um dia no cais 4.6 Ela é o Samba 4.7 Quem é o Dedo-duro

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Figura 11. Título da obra, seguido do intervalo de numeração das páginas do respetivo capítulo em fim de página.

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As estruturações de página seguem uma lógica que é idêntica nas várias publicações do LabCom.

Na primeira página de cada capítulo, a opção pela referência ao título da obra, seguido do intervalo de numeração das páginas do respetivo capítulo em fim de página, não sendo a mais usual, revela-se um processo criativo muito conseguido e que tem vindo a ser utilizado nas publicações LabCom. Por exemplo, na primeira página da Introdução (que vai da página 1 à 6), apresenta-se em rodapé a enumeração das páginas do respetivo capítulo [Jornalismo De Beiradas, pp. 1-6], Times New Roman, regular, tamanho de corpo: 9-pt (Fig. 11).

A Fig. 12 ilustra um exemplo de página par com o nome do autor alinhado à direita e a Fig. 13, um exemplo de página ímpar com o título da obra alinhado à esquerda.

A entrada de parágrafo introduz hierarquia e ajuda o leitor a localizar-se no texto. Cada nível deve ser indicado por um ou mais sinais aplicados consistentemente ao longo do texto, podendo esses sinais ser espaciais (exº: recuo, entrelinha) ou gráficos (tamanho, estilo, cor ou tipo de letra). Optou-se por, quando o primeiro parágrafo é precedido por um título/subtítulo, o recuo ser omisso (exº Fig. 11), tendo o recuo também sido omisso após citações destacadas (exº Fig. 14).

O título dos capítulos, em caixa alta, com início em páginas ímpares (exº Fig. 14). O tipo de letra utilizado foi Times New Roman, regular; tamanho do corpo: 22pt. Rodapé, também em Times New Roman, regular, tamanho de corpo: 9-pt.

As referências são colocadas em rodapé (Fig. 15), tipo de letra utilizado: Times New Roman, regular; tamanho do corpo: 9-pt.

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Figura 14. Título de capítulo em caixa alta, com início em página ímpar. Tipo de letra: Times New Roman, regular, tamanho de corpo 22-pt; Tamanho de corpo da letra de rodapé: 9-pt.

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Figura 15. Referências colocadas em rodapé. Tipo de letra: Times New Roman, regular; tamanho de corpo 9-pt.

Tipografia e imagem integram-se de uma forma equilibrada, de um modo simultaneamente dinâmico e harmonioso.

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No capítulo 4, página 135, começam a introduzir-se as figuras do texto original manuscrito ou datilografado, seguidas da respetiva transcrição.

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Figura 17. Transcrição original manuscrita em página par, seguida da respetiva transcrição na página seguinte.

Foram efetuados três estudos de Capa para o livro “Jornalismo de Beiradas”.

O que esteve na base do primeiro estudo foi a ideia que transparece da obra de que, apesar de ter nascido em 1937 em São Paulo, o jornalista/escritor sobre quem incide a obra, João Antônio, tem uma ligação muito próxima com Portugal devido sobretudo à sua origem familiar. De facto, os seus avós eram originários de Trás-os-Montes, tendo deixado o nordeste de Portugal em direção ao Brasil, à procura de uma vida melhor. Para além de nos seus escritos ser patente uma ligação muito especial com a sua infância: “ … não sei viver na cidade”, João Antônio foi escritor e jornalista de beiradas. O que significa que os seus personagens literários preferidos foram sempre os pobres e excluídos, as “beiradas” da sociedade. Sem dúvida que as suas origens familiares transmontanas, moldaram uma personalidade forte e comprometida com os aspetos sociais. Daí o Design desta capa (Fig. 18), que pretendia evocar a força da paisagem transmontana presente na sua história familiar e tão influenciadora do seu percurso pessoal. A pequena silhueta com um megafone junto ao título pretendia significar a denúncia, através da escrita, das injustiças e desigualdades sociais.

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Figura 18. Primeiro estudo de capa elaborado para o livro “Jornalismo de Beiradas”.

Nome do autor: LATO, bold, 63-pt. Título: LATO, bold, caixa alta, 70-pt. Sub-título: LATO, bold, 35-pt.

No entanto, a vida do jornalista/escritor João Antônio foi a vida das letras, o jornalismo e a escrita. Assim, o segundo estudo de capa (Fig. 19) remete-nos para um manuscrito original de João António, a que já tivemos oportunidade de nos referirmos na Fig. 17.

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Figura 19. Segundo estudo de capa elaborado para o livro “Jornalismo de Beiradas”.

Finalmente, na versão final, foi feita a opção de destacar os nomes do autor e o título através da inserção de um círculo de cor. Efetivamente, a utilização funcional de cores (estrutura cromática) permite a divisão dos espaços e destaque entre texto e imagem, provocando o estímulo visual na página. Para além disso optou-se por, em vez de destacar o título do sub-título através da introdução de dois espaços, manter o espaçamento simples e destacar o

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Figura 20. Capa final do livro “Jornalismo de Beiradas” (autoria: Cristina Lopes).

O livro “Práticas Socio-Culturais e Discurso: Debates transdisciplinares em novas reflexões” de Viviane Cristina Vieira e Viviane de Melo Resende (Orgs) reúne trabalhos apresentados no “III Seminário Práticas Socioculturais e Discurso: debates transdisciplinares”, promovido pelo Núcleo de Estudos de Linguagem e Sociedade da Universidade de Brasília.

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O livro está organizado em dois capítulos (“Discurso e Comunicação” e “Discurso e Educação”). O primeiro capítulo contém três sub-capítulos:

- Práticas Midiáticas e Corpos: Uma leitura discursivo-crítica do sujeito corpóreo (por Maria Carmen Aires Gomes).

- O Impacto de Mudanças na Legislação sobre o Trabalho da Imprensa: Estudo de caso (por Solano Nascimento).

- Revista Recreio: Propaganda para criança como se fosse jornalismo (por Dioclécio Luz).

O segundo capítulo, por sua vez, tem quatro sub-capítulos:

- A Inserção da Sociolinguística na Agenda dos Estudos Discursivos (por Cibele Brandão).

- (Dis)Posicionamentos em Práticas Sociais Recontextualizadas: Uma análise discursiva crítica do Pibid (por Elaine Mateus e Viviane de Melo Resende).

- Discursos-de-Letramento: Aplicações da análise de discurso crítica e dos novos estudos do letramento para a educação (por Guilherme Veiga Rios).

- As Relações de Dominação Ideológica no Discurso de Estudantes de Licenciatura (por Maria Lúcia Castilho).

Dado que o livro contém contributos de vários autores sobre temáticas distintas, o grande desafio foi, apesar da multiplicidade de linguagens textuais e imagéticas, distintas de autor para autor, conseguir unificar e harmonizar, através de uma composição adequada.

Os títulos dos dois capítulos surgem numa página isolada e em página ímpar. Tipo de letra: Times New Roman, bold; tamanho de corpo 22-pt. Esta opção teve por base a natureza distinta dos dois capítulos, funcionando como se de um separador se tratasse. Ao contrário do que aconteceu no livro anterior não se optou por caixa alta, dado que o título isolado numa única página permitia já por si uma demarcação suficiente, não beneficiando da introdução de mais contraste (Fig. 21). O título é antecedido de numeração romana (I).

A primeira página de cada sub-capítulo, surge sempre em página ímpar e é encabeçada pelo título do artigo (Tipo de letra: Times New Roman, regular, tamanho de corpo 22-pt), a que se segue o nome do autor na linha imediatamente abaixo (Tipo de letra: Times New Roman, regular, tamanho de corpo 11-pt), com um nº de referência que remete para a nota de rodapé, descritiva da filiação do autor, título universitário, financiamento e âmbito da investigação (Tipo de letra: Times New Roman, regular, tamanho de corpo 9-pt). Segue-se o resumo em Português e Inglês e as palavras-chave. Mais uma vez, fez-se a opção pela

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referência ao título da obra e enumeração do intervalo de páginas do respetivo sub-capítulo em fim de página (Fig. 22).

Na Fig. 23 pode ver-se o exemplo de uma página par com o nome do autor alinhado à direita e na Fig. 24 uma página ímpar com o título do artigo alinhado à esquerda.

Sempre que foi necessário incluir excertos (exº Fig. 25), optou-se por utilizar recuo e letra em itálico (Tipo de letra: Times New Roman, itálico, tamanho de corpo 10-pt).

As referências (Times New Roman, regular; tamanho de corpo 11pt) foram organizadas com o apelido do autor seguido das iniciais do nome próprio, em maiúsculas, nome da obra em itálico, cidade da publicação, editora e ano. Exº SARDINHA, T.B. Metáfora. São Paulo: Parábola Editorial, 2007.

O desenho da página fica ao critério do Designer gráfico e este tem como maior preocupação a legibilidade do texto. A legibilidade de um texto depende de elementos como a forma das letras, o tamanho a utilizar, o comprimento das linhas, entrelinhamento, espacejamento e margens. A composição imagética esteve, em todas as circunstâncias, consonante com esta preocupação (Fig. 26).

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Figura 21. Título do primeiro capítulo do livro “Práticas Socio-Culturais e Discurso”, antecedido de numeração romana (I).

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Imagem

Figura 1. Página de um exemplar da Bíblia de Gutenberg.
Figura 2. Método prático de construção de uma grelha, segundo Josef Müller-Brockmann.
Figura  3.  Exemplo  de  uma  página  ímpar  de  um  livro  com  margens  mal  proporcionadas  (à  esquerda)  e  bem proporcionadas (à direita), relativamente às dimensões da página e ao tipo e área de impressão
Figura 6. Cronograma do estágio e elaboração do respetivo relatório.
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Referências

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