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O PERFIL NUTRICIONAL DE IDOSOS ATENDIDOS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE PARNAMIRIM-PE

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UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE PARNAMIRIM-PE

NUTRITIONAL STATUS OF THE ELDERLY IN A BASIC HEALTH UNIT IN THE

CITY OF PARNAMIRIM-PE

Sara Júlia Eliodório Jorge, Wilma José de Santana, Edna Mori

Revista e-ciência

Volume 4

Número 1

Artigo 08

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O PERFIL NUTRICIONAL DE IDOSOS ATENDIDOS EM UMA UNIDADE BÁSICA

DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE PARNAMIRIM-PE

NUTRITIONAL STATUS OF THE ELDERLY IN A BASIC HEALTH UNIT IN THE CITY OF

PARNAMIRIM-PE

Sara Júlia Eliodório Jorge1, Wilma José de Santana¹, Edna Mori¹

DOI: http://dx.doi.org/10.19095/rec.v4i1.116

RESUMO

O processo de envelhecimento provoca diversas alterações no organismo, refletindo no estado físico do idoso, tornando -o mais susceptível a vários problemas de saúde, como o aumento de diabetes, hipertensão arterial, dislipidemias e doenças cardiovasculares. Essas mudanças na composição corporal ocorrem em função do aumento da idade, contudo, o grau de modificação varia entre os indivíduos, pois o aumento da gordura visceral e subcutânea depende da quantidade inicial de tecido adiposo e do aumento da massa corporal. Essas modificações podem desencadear alterações no processo nutricional do indivíduo, como a obesidade e desnutrição, tornando de fundamental importância que os idosos tenham uma alimentação adequada e orientações sobre alimentação saudável. Com b ase nisso, objetivou-se analisar o perfil nutricional de idosos atendidos em uma Unidade Básica de Saúde no Município de Parnamirim – PE. Trata-se de uma pesquisa de campo do tipo exploratória de caráter qualitativo e quantitativo, tendo como sujeito da pe squisa pessoas idosas com idade igual ou superior a 65 anos, totalizando 20 idosos. Para coleta de dados optou -se pela aplicação de um questionário semiestruturado, abrangendo questões sobre perfil antropométrico, dados socioeconômicos e hábitos alimentares. Como resultado, observou-se baixo peso em 25% dos casos, devido a uma alimentação incompleta e inadequada; obesidade em 40%, devido a ingestão de alimentos ricos em lipídios e carboidratos e 35% dos casos dado como eutrofia. Concluiu-se que o perfil nutricional da maioria dos casos apresenta-se inadequado, havendo uma necessidade de adequação da alimentação dos idosos, além de ressaltar a importância da presença de um profissional da nutrição.

Palavras – chave: Idoso. Envelhecimento. Avaliação Nutricional. ABSTRACT

The aging process causes many changes in the body, reflecting the physical condition of the elderly, making it more susceptible to various health problems such as the increase in diabetes, hypertensi on, dyslipidemia and cardiovascular disease. These changes in body composition occur due to increasing age, however, the degree of modification varies between individuals, because the increase of visceral and subcutaneous fat depends on the initial amount of adipose tissue and increased body mass. These changes can trigger changes in the nutritional process of the individual, such as obesity and malnutrition, making it crucial that older people have adequate food and guidance on healthy eating. On that basis, aimed to analyze the nutritional status of elderly patients in a Basic Health Unit in the city of Parnamirim - PE. This is an exploratory field research of qualitative and quantitative, taking as the subject of elderly research aged over 65 years, totaling 20 elderly. For data collection was chosen by applying a semi-structured questionnaire, including questions about anthropometric profile, socioeconomic data and eating habits. As a result, there was low weight in 25% of cases, due to an incomplete and inadequate power; obesity by 40% due to intake of foods rich in lipids and carbohydrates and 35% of cases given as eutrophic. It was concluded that the nutritional profile of most cases has to be inadequate and there is a need for an adequate supply of the elderly, and underline the importance of the presence of a professional nutrition.

Keywords: Aged. Aging. Nutrition Assessment.

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INTRODUÇÃO

Um fato que é mundialmente conhecido e q ue ocorre no Brasil é o envelhecimento populacional, que tem sido observado de forma acelerada e intensa. Em um curto período de tempo aconteceram quedas significativas no percentual de fecundidad e e mortalidade de modo que, provocando um a ume nto na população idosa (RAMOS, 2011).

Conforme informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2010) entre 1999 e 2009, a porcentagem das pessoas com 60 anos ou mais no conjunto da população brasileira p a ss ou d e 9,1% para 11,3%.

Marucci (2010) alega que as mudanças na composição corporal ocorrem em função do aumento da idade, contudo, o grau de modificação varia entre os indivíduos, pois o aumento de gordura visceral e subcutânea pode ser afetado pela quantidad e inicia l de tecido adiposo e pelo aumento da massa corporal.

Segundo Strobl (2013), outro problema comum na terceira idade é a desnutrição, sendo class ifica d a como o mais relevante distúrbio nesta fase da vida, colaborando com o aumento de mortalidade, uma vez que os idosos ficam mais susceptíveis a infecções e perda da qualidade de vida. Além do que, te m co mo consequência a redução da força muscular, fatores de risco cardiorrespiratório e além de uma maior dificuldade na escolha do que pode ou não ser saudável no que se refere à uma alimentação adequada, cooperando para incapacidade funcional.

A desnutrição na terceira idade está ligada a problemas de saúde com causa multifatorial, como as deficiências físicas e cognitivas, falta de apetite, disfagia, dificuldade de mastigação, doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e a própria inaptidão para se alimentar (KIHLGREN, 2010).

A presença de alterações nutricionais, sedentarismo e problemas neurológicos são os principais fatores de risco da incapacidade funcio nal, proporcionando perdas na saúde e na q ua lid ade d e

vida do idoso, diminuindo a capacidade do cuidado próprio e algumas vezes a sua habilidade de movimentação, gerando assim depressão, baixa autoestima e ocasionando menor vontade de viver (EMENY, 2013).

Dentre os problemas comumente

desencadeados pelo avançar da idade d e staca -se a incapacidade funcional, entendida como um conjunto de alterações que acarretam maior dependência de cuidadores (MULLER, 2013).

A velhice pode ocasionar dúvidas relevantes relacionadas aos cuidados desse estágio de vida, fazendo com que os familiares busquem por ajuda especializada (KANSO, 2010).

Segundo Sposito et al. (2013) é de fundamental importância propiciar ao idoso qualidade de vida, tornando-o menos susceptível à doenças, com maior autonomia em exercer suas próprias atividades, podendo desfrutar, com maior disposição, tudo o que a vida tem a lhe oferecer nesta e tap a d e sua existência, uma vez que a independência funcional é um dos fatores limitantes para essa questão.

Buscando verificar a qualidade de vida dos idosos este estudo teve como objetivo descrever o perfil nutricional de idosos atendidos em uma Unidade Básica de Saúde no município de Parnamirim-PE.

O processo de envelhecimento provoca diversas alterações no organismo do idoso que refletem no seu estado físico, portanto, uma alimentação apropriada se faz necessária para suprir suas necessidades nutricionais. Desta forma é de grande relevância, que nesta etapa da vida, os idosos possam ter acompanhamento de um profis s io nal d a nutrição, com orientações sobre uma alimentação adequada e nutricionalmente saudável, a fim de atender a demanda nutricional do seu organismo, eliminando ou minimizando possíveis quadros de desnutrição.

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METODOLOGIA

Este trabalho trata-se de uma pesquisa de campo do tipo exploratória de caráter qualitativo e quantitativo, realizada no município de Parnamirim – PE, em abril de 2016.

Participaram da pesquisa idosos, com idade igual ou superior a 65 anos. Foram marcados os dias, para realização da coleta de dados juntamente com o nutricionista da unidade básica de saúde (UBS). Os idosos que aceitaram participar, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os pacientes foram pesados em uma balança digital, e tiveram a altura e a circunferência da cintura aferidos com a fita métrica.

Como instrumento para realização desta pesquisa foi usado uma balança digital com peso máximo de 150 kg, fita métrica para medir a altura e circunferência da cintura e aplicação do questionário semiestruturado, diferenciados por tópicos, com perguntas norteadoras que abrangeram questões sobre perfil antropométrico, dados socioeconômicos e hábitos alimentares.

Todos os questionários respondidos foram agrupados, organizados, tabulados e transforma d os em porcentagens, e assim analisados com o auxilio do programa Microsoft Excel versão 2007 e apresentados em forma de gráficos.

A análise antropométrica foi definida através dos pontos de corte de IMC para sexo e idade adaptado do National Center For Health Statistics (NCHS) e de gráficos de crescimento do Centers For

Disease Control ans Prevention (CDC) (WHO, 2006).

O projeto do qual este estudo está vincula d o, foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa com seres humanos da Faculdade de Juazeiro do Norte – FJN, com parecer de número 1.451.877.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram analisados 20 idosos com idade igual ou superior a 65 anos, sendo eles homens e mulhe re s, moradores da cidade de Parnamirim – PE e utilizadores do serviço de saúde do local.

A partir dos dados antropométricos coletad os, foi possível traçar o perfil nutricional dos idosos estudados, em relação a obesidade, eutrofia e b a ixo peso, conforme pode ser visualizado no gráfico 1.

Gráfico 1 – Percentual do perfil nutricional de idosos da Unidade Básica de Saúde de Parnamirim, PE, 2016.

Fonte: Própria

Com base nos resultados observados no gráfico e as informações coletadas através dos questionários, pode se fazer uma associação entre o pe rfil nutricional e os fatores que poderiam contribuir p a ra o estado nutricional encontrado.

A amostra apresentou 25% dos casos dado como baixo peso, pois relataram não ter uma alimentação completa e adequada, justificando não ter condição financeira suficiente ou por necessitarem de cuidadores e os mesmos não atenderem as expectativas. Kvamme et al. (2012), que estudou o índice de massa corporal e mortalidade em homens e mulheres idosos, na cidade de Rockville, nos Estad os Unidos, pela Faculdade de Medicina, para observar o perfil nutricional do idosos, relatou que 50% dos indivíduos analisados apresentaram baixo peso, e esse fato é preocupante pois está associado com elevada mortalidade de idosos.

25% 40% 35%

Porcentagens

Baixo peso Obesidade Eutrofia

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A maior porcentagem de toda amostra, foi 40% classificado com obesidade, por não seguirem uma alimentação correta, dando prioridade a alimentos ricos em lipídios e carboidratos, acarretando assim a obesidade e outros tipos de doenças. Sperotto et al., (2010) em seu estudo sobre avaliação nutricional em idosos independentes de uma instituição de longa permanência, feito no Município de Erechim - RS, observou que 61% dos entrevistados foram classificados com excesso de peso, sendo o diagnóstico antropométrico que d eu o percentual maior, detectando-se depleção proteica a partir dos 70 anos e possíveis casos de obesidade sarcopênica.

Obteve-se também 35% dos casos dados como eutrofia, pois seguem uma alimentação a d equad a e respeitam as regras para uma alimentação saudáve l. Matsudo (2001) em seu estudo sobre envelhecimento e atividade física, em Londrina, observou que 23% dos idosos estavam na faixa de eutrofia, pois tinham uma alimentação adequada para a idade, sendo inclusos frutas, hortaliças e legumes.

Percebe-se que há uma carência de orientações nutricionais, ou até mesmo da participação de um técnico em nutrição para esse público. A porcentagem da coleta de dados classificado como obesidade, dada como a maior, é um fato muito preocupante, pois esse excesso de peso, acarreta alguns pontos negativos na saúde, principalmente sendo idosos com metabolismo mais frágil. Embora se saiba que com o passar dos anos, a tendência é aumentar o peso e diminuir a altura, devido a degradação das células juntamente com os ossos (MENEZES et al. 2013), porém, de acordo com os dados obtidos através do questionário, p e rce b eu-s e que esse aumento de peso deve-se a má alimentação, o sedentarismo e a falta de um acompanhamento tanto nutricional como familiar.

O menor índice foi dado como baixo peso. Embora o resultado possa parecer irrelevante, o dado é alarmante, e, portanto, fica evidente que devem

ser tomadas algumas precauções para que essa porcentagem não seja ampliada, uma vez que o baixo peso traz consequências a saúde (SOUSA et al., 2014), como: diabetes e hipertireoidismo, entre outras doenças, assim como pode acarretar distúrbios colocando a vida em risco. Outro índice observado foi a eutrofia, analisado como preocupante, pois é considerada nutrição de boa qualidade. Pelos resultados pode- se dizer que os idosos não estão contribuindo para uma melhor qualidade de vida, pois se os mesmos tives sem uma alimentação adequada ou até mesmo praticando alguma atividade física, a porcentagem de eutrofia seria maior. Seria interessante, que os idosos estivessem eutróficos, pois com isso teria maior imunidade, menor risco de doenças, mais dispo siçã o e o principal, uma melhor qualidade de vida.

CONCLUSÃO

Concluiu-se que a maioria dos idosos apresentou um perfil nutricional inadequado, co m a s maiores proporções entre obesidade e baixo peso, denotando uma necessidade de aperfeiçoame nto d a alimentação, dando preferência às frutas, ve rd uras, legumes, cereais integrais, leite e seus derivados, ressaltando ainda o incentivo de um profissional da nutrição no sentido de melhorar a saúde e qualid ad e de vida dos idosos.

REFERÊNCIAS

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Imagem

Gráfico 1 – Percentual do perfil nutricional de idosos  da Unidade Básica de Saúde de Parnamirim, PE,  2016

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