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Estudo das manifestações físicas de mal-estar em praticantes e não praticantes de hidroginástica

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Academic year: 2021

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

Estudo das manifestações físicas de

mal-estar em praticantes e não praticantes de

hidroginástica

Fátima Regina Duarte Coelho

Orientador: Francisco Emiliano Mendes

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

ESTUDO DAS MANIFESTAÇÕES FÍSICAS DE MAL-ESTAR

EM PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DE

HIDROGINÁSTICA

FÁTIMA REGINA DUARTE COELHO

Orientador: Francisco Emiliano Mendes

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Dissertação apresentada à UTAD, no DEP – ECHS, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física dos Ensino Básico e Secundário, cumprindo o estipulado na alínea b) do artigo 6º do regulamento dos Cursos de 2ºs Ciclos de Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação do Professor Doutor Francisco Emiliano Mendes.

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Ao meu marido, filho, pais e irmãos, que sempre acreditaram em mim, pelo amor, carinho, amizade e motivação.

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Agradecimentos

Este estudo não é apenas resultado de um empenho individual, mas sim de um conjunto de esforços que o tornaram possível e sem os quais teria sido muito mais difícil chegar ao fim desta etapa, que representa um importante marco na minha vida pessoal e profissional.

Desta forma, manifesto a minha gratidão a todos os que estiveram presente nos momentos de angústia, de ansiedade, de insegurança, de exaustão e de satisfação.

Ao meu Orientador, Professor Doutor Francisco Emiliano Mendes, pela forma como me orientou, pelo entusiasmo, pela simpatia, dedicação e motivação. Importa, ainda, referir a sua disponibilidade, apoio e confiança.

Ao Ginásio Forlife, pela simpatia e disponibilidade com que permitiu o contacto com os utentes das suas instalações.

Ao meu marido e filho pelo apoio incondicional, acreditando sempre no meu esforço e empenho. Pela dedicação durante os momentos mais difíceis de exaustão, para que eu nunca desistisse e alcançasse o meu sonho e também pela paciência da minha frequente presença ausente, pela tolerância e carinho.

Aos meus pais e irmãos, que sempre me apoiaram, dando-me motivação e carinho. A Deus e a fé que me acompanham em todos os momentos.

Aos colegas que me apoiaram, pela amizade, pelas palavras de incentivo, pela preocupação com o meu bem-estar nos momentos de fadiga e de desespero e em especial à minha amiga e colega Lena Victor, pelo seu incansável apoio, disponibilidade e partilha de conhecimentos.

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Resumo

É objetivo deste trabalho analisar em que medida a perceção das Manifestações Físicas de Mal-Estar é influenciada pela prática, ou não prática, de hidroginástica. É um estudo de natureza transversal e englobou uma amostra de 144 sujeitos, de ambos os sexos, sendo 72 praticantes de hidroginástica e outros 72 não praticantes de qualquer modalidade desportiva. As idades estão compreendidas entre 21 e 76 anos.

O instrumento utilizado foi o Questionário de Manifestações Físicas de Mal-Estar (QMFME) adaptado por Ribeiro (2002) para a população portuguesa. É uma escala multidimensional que nos permite avaliar a frequência e a intensidade das MFME no sistema nervoso (SN), sistema respiratório (SR), sistema muscular (SM) e sistema digestivo (SD).

Na análise de dados aplicaram-se técnicas estatísticas paramétricas e não paramétricas que se revelarem adequadas em função das características dos dados, com recurso ao SPSS 19.0.

Os resultados indicam que existem diferenças significativas na frequência e na intensidade das MFME ao nível do SN e SM quando comparados entre praticantes e não praticantes de hidroginástica.

Os praticantes de hidroginástica do género feminino apresentam diferenças significativas na frequência e na intensidade das MFME, ao nível do SN, do SM e do SD comparativamente ao género masculino.

Na habilitação académica, evidenciaram-se diferenças significativas no total da frequência das MFME. Observaram-se, ainda, diferenças significativas na intensidade das MFME ao nível do SR e no total.

Não foram observadas diferenças significativas na frequência e na intensidade das MFME entre as classes de idade, estado civil e situação profissional dos praticantes de hidroginástica.

Relativamente à frequência das MFME nos não praticantes, existem diferenças significativas quanto ao género ao nível do SD e nas classes de idade existem diferenças significativas ao nível do SN. No que concerne à intensidade não se observaram diferenças significativas nas MFME dos não praticantes.

Palavras-chave: Hidroginástica; Atividade física; Manifestações físicas de

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Abstract

The purpose of this study is to analyze the extent to which the perception of the Physical Manifestations of Discomfort is influenced by the practice, or not of water aerobics. It is a study of transversal nature and it included a sample of 144 subjects, of both genders, being 72 water aerobics practitioners and the other 72 didn´t practice any sport modality. The ages are between 21 and 76 years old.

The instrument used was the Questionnaire of Physical Manifestations of Discomfort (QPMD) adapted by Ribeiro (2002) for Portuguese population. It is a multidimensional scale which allow us to evaluate the frequency and the intensity of PMD in the nervous system (NS), respiratory system (RS), muscular system (MS) and digestive system (DS).

In the data analysis techniques were applied parametric and nonparametric statistical techniques that proved appropriate according to the characteristics of the data, using the SPSS 19.0.

The results indicate that there are significant differences in the frequency and intensity of PMD in the nervous system (NS) and muscular system (MS) when compared to non-practitioners and practitioners of water aerobics.

The practitioners of water aerobics of the female gender present significant differences in the frequency and intensity of PMD, at the level of nervous system (NS), of muscular system (MS) and of digestive system (DS) compared with males.

In the academic qualification, significant differences were revealed in the total of the frequency of PMD. Were observed also significant differences in the intensity of PMD at the level of the respiratory system (RS) and in total.

There were no significant differences in the frequency and intensity of PMD among age groups, marital and professional status of practitioners of water aerobics.

Regarding to the frequency of PMD in no practitioners there are significant differences in gender at the level of the digestive system and in age groups there are significant differences at the level of the nervous system. Regarding the intensity there were no significant differences in PMD of non-practitioners.

Keywords: Water Aerobics; Physical Activity; Physical Manifestations of

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Siglas e Abreviaturas

(AF) Atividade Física. (SN) Sistema Nervoso. (SR) Sistema Respiratório. (SM) Sistema Muscular. (SD) Sistema Digestivo. (CEB) Ciclo do ensino básico.

(WHO) Organização Mundial de Saúde (cit.) Citado.

(AVC) Acidente Vascular Cerebral (EUA) Estados Unidos da América (BES) Bem-Estar Subjetivo. (BEP) Bem-Estar Psicológico.

(CAME) Colégio Americano de Medicina Esportiva. (v.d.) Variável Dependente.

(cap.) Capítulo. (p.) Página. (v) Volume. (sd.) Sem data.

(INE) Instituto Nacional de Estatísticas.

(QMFME) Questionário das Manifestações Físicas de Mal-Estar. (cf.) Conforme.

(KS) Teste de Kolmogorov-Smirnov. (n) Frequências absolutas.

(SPSS) Statistical Package for Social Sciences. (%) Frequências relativas.

(X) Média. (s) Desvio padrão. (p) probabilidade

(Z) Teste de Mann-Whitney

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Índice Geral

Agradecimentos ... vii 

Resumo ... ix 

Abstract ... x 

Siglas e Abreviaturas ... xi 

Índice Geral ... xiii 

Índice de Quadros ... xv 

Índice de Tabelas ... xvi 

Índice de Anexos ... xviii

Introdução ... 1 

I CAPÍTULO – CONCEITO, BENEFÍCIOS E FATORES PROMOTORES DA ATIVIDADE FÍSICA ... 7 

1. Atividade Física... 7 

1.1. Benefícios da Atividade Física ... 9 

Quadro 1. Resumo dos principais estudos que apontam a associação entre prática regular de exercícios físicos e indicadores de morbi-mortalidade. ... 11 

1.2. Benefícios dos Sistemas ... 14 

1.2. Fatores promotores da atividade física ... 15 

II CAPÍTULO – CONCEITO E INDICADORES DE BEM-ESTAR ... 19 

1. Bem-Estar ... 19 

III CAPÍTULO – A HIDROGINÁSTICA, BENEFÍCIOS E CONTRAINDICAÇÕES ... 25 

1. Hidroginástica ... 25 

1.1. A Água Como Meio de Exercitação ... 26 

1.2. Propriedades Físicas da Água ... 28 

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1.4. Contraindicações da Hidroginástica ... 36 

IV CAPÍTULO – PROBLEMÁTICA ... 41 

1. Formulação do Problema ... 41 

2. Definição dos Objetivos ... 41 

3. Formulação das Hipóteses ... 42 

4. Operacionalização das Variáveis ... 42 

4.1. Variáveis Dependentes ... 42  4.2. Variáveis Independentes ... 43  V CAPÍTULO – METODOLOGIA ... 45  1. Tipo de Estudo ... 45  2. Instrumento... 45  2.1. Estrutura do Questionário ... 45  3. Protocolo de Aplicação ... 47  4. Procedimentos Estatísticos ... 48  5. População e Amostra ... 50 

5.1. Caracterização sociodemográfica da amostra ... 50 

VI CAPÍTULO – ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 55 

1. Apresentação e Discussão dos Resultados ... 55 

1.1. Análise descritiva ... 55  1.1. Análise inferencial ... 58  1.1.1. Teste de normalidade ... 59  1.1.2. Teste de hipóteses ... 59  Conclusões ... 89  Bibliografia ... 91  Anexo 1: Questionário ... 109 

Anexo 2: Pedido de autorização de utilização do questionário ... 111 

Anexo 3: Autorização de utilização do questionário ... 112 

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Índice de Quadros

Quadro 1. Resumo dos principais estudos que apontam a associação entre prática regular de exercícios físicos e indicadores de morbi-mortalidade. ... 11 

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Índice de Tabelas

Tabela 1. Caracterização da prática desportiva em função do género. ... 50 

Tabela 2. Caracterização da prática desportiva em função das classes de idade. . 51 

Tabela 3. Caracterização da prática desportiva em função da habilitação académica. ... 52 

Tabela 4. Caracterização da prática desportiva em função do estado civil. ... 52 

Tabela 5. Caracterização da prática desportiva em função da situação profissional. ... 53 

Tabela 6. Análise descritiva da frequência das manifestações físicas de mal-estar. ... 56 

Tabela 7. Distribuição da frequência das manifestações físicas de mal-estar. ... 57 

Tabela 8. Análise descritiva da intensidade das manifestações físicas de mal-estar. ... 57 

Tabela 9. Distribuição da intensidade das manifestações físicas de mal-estar. .... 58 

Tabela 10. Comparação da frequência das manifestações físicas de mal-estar entre praticantes e não praticantes. ... 60 

Tabela 11. Comparação da intensidade das manifestações físicas de mal-estar entre praticantes e não praticantes. ... 60 

Tabela 12. Comparação da frequência das manifestações físicas de mal-estar dos praticantes entre géneros (Teste de Mann-Whitney) ... 62 

Tabela 13. Comparação da intensidade das manifestações físicas de mal-estar dos praticantes entre géneros (Teste de Mann-Whitney). ... 63 

Tabela 14. Comparação da frequência das manifestações físicas de mal-estar dos praticantes entre classes de idade (Teste de Kruskal-Wallis) ... 64 

Tabela 15. Comparação da intensidade das manifestações físicas de mal-estar dos praticantes entre classes de idade (Teste de Kruskal-Wallis) ... 65 

Tabela 16. Comparação da frequência das manifestações físicas de mal-estar dos praticantes entre as habilitações académicas (Teste de Kruskal-Wallis). ... 67 

Tabela 17. Comparação da intensidade das manifestações físicas de mal-estar dos praticantes entre as habilitações académicas (Teste de Kruskal-Wallis). ... 69 

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Tabela 18. Comparação da frequência das manifestações físicas de mal-estar dos praticantes entre o estado civil (Teste de Kruskal-Wallis). ... 71 

Tabela 19. Comparação da intensidade das manifestações físicas de mal-estar dos praticantes entre o estado civil (Teste de Kruskal-Wallis). ... 72 

Tabela 20. Comparação da frequência das manifestações físicas de mal-estar dos praticantes entre a situação profissional (Teste de Kruskal-Wallis)... 73 

Tabela 21. Comparação da intensidade das manifestações físicas de mal-estar dos praticantes entre a situação profissional (Teste de Kruskal-Wallis)... 74 

Tabela 22. Comparação da frequência e da intensidade das manifestações físicas de mal-estar dos não praticantes entre géneros (Teste de Mann-Whitney) ... 76 

Tabela 23. Comparação da frequência das manifestações físicas de mal-estar dos não praticantes entre classes de idade (Teste de Kruskal-Wallis) ... 78 

Tabela 24. Comparação da intensidade das manifestações físicas de mal-estar dos não praticantes entre classes de idade (Teste de Kruskal-Wallis) ... 79 

Tabela 25. Comparação da frequência das manifestações físicas de mal-estar dos não praticantes entre as habilitações académicas (Teste de Kruskal-Wallis). ... 81 

Tabela 26. Comparação da intensidade das manifestações físicas de mal-estar dos não praticantes entre as habilitações académicas (Teste de Kruskal-Wallis). ... 83 

Tabela 27. Comparação da frequência das manifestações físicas de mal-estar dos não praticantes entre o estado civil (Teste de Kruskal-Wallis). ... 84 

Tabela 29. Comparação da intensidade das manifestações físicas de mal-estar dos não praticantes entre o estado civil (Teste de Kruskal-Wallis). ... 85 

Tabela 30. Comparação da frequência das manifestações físicas de mal-estar dos não praticantes entre a situação profissional (Teste de Kruskal-Wallis). ... 86 

Tabela 32. Comparação da intensidade das manifestações físicas de mal-estar dos não praticantes entre a situação profissional (Teste de Kruskal-Wallis). ... 87 

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_________________________________________________________________________

Índice de Anexos

Anexo 1: Questionário ... 109 

Anexo 2: Pedido de autorização de utilização do questionário ... 111 

Anexo 3: Autorização de utilização do questionário ... 112 

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Introdução

O desporto e as atividades físicas vêm, ultimamente, ganhando espaço considerável dentro da sociedade. As pessoas estão em busca de uma vida mais saudável, aderindo a campanhas antitabagistas, anti-álcool e outras que pregam a preservação da saúde, ao mesmo tempo que procuram um estilo de vida mais ativo e menos sedentário (Scalon, 2004).

Atualmente a sociedade é fisicamente pouco ativa e sofre de doenças provocadas pela inatividade, pelo excesso de consumo de alimentos e pelo stresse. Com efeito, hoje em dia, a vida tende a ser pouco saudável devido ao ritmo agitado provocado pelo estilo de vida que as pessoas seguem diariamente e que lhes provoca stresse e outros problemas.

Spielberger (1988) declara que o stresse é um dos fatores de risco da saúde mais divulgado nos tempos modernos e é a resposta emocional para os acontecimentos da vida. O stresse é uma parte integrante da fábrica natural da vida e, lidar com o stresse, é uma exigência diária para o crescimento e desenvolvimento normal do ser humano, conferindo-lhe um atributo positivo. Já o aspeto negativo do stresse é considerado um fator de risco secundário para os principais problemas de saúde, nomeadamente a incapacidade de lidar com um agente de stresse.

Para Saba (2001) o prazer que é obtido na atividade física proporciona efeitos positivos sobre os aspetos psicológicos e biológicos.

No aspeto psicológico, o processo de envelhecimento afeta a autoestima, a autoeficácia, podendo surgir a depressão. De acordo com Cerri e Simões (2007) é a segunda doença mais frequente na população americana e, tratando-se de idosos, pode ser considerada devastadora.

Reus (1998) faz referência a 5% de prevalência de queixas somáticas na população, com o início antes dos 30 anos e sendo persistente. E, segundo Ribeiro (1999) o mal-estar físico exprime que algo vai mal com o indivíduo.

Este pode corresponder a sintomas de alguma patologia que, uma vez curada, desaparecem. Contudo, pode, ainda, ser a expressão da pressão da vida do dia-a-dia ou devido a preocupações pessoais e características da própria personalidade. Se no início estas manifestações são passageiras podem, com o passar do tempo ou com a repetição do

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fenómeno, tornar-se, por si próprias, fontes de stresse e, por sua vez, gerar ou acentuar novas manifestações de mal-estar (Ribeiro, 1999).

A prática de exercício ou atividade física é uma tendência cada vez mais acentuada na atualidade, com o intuito de alcançar o bem-estar físico e psicológico e/ou uma melhor qualidade de vida (Carapeta & et al., 2001).

Para Delgado e Delgado (2001) existem benefícios indiscutíveis quando os exercícios são realizados na água, pois proporcionam bem-estar e diminuem as possibilidades de ocorrência de stresse. Dentro do meio líquido, a ação da gravidade diminui bastante e dependendo da posição e da imersão do corpo na água, o peso corporal pode variar de 10% a 90%, tornando-se mais leve e com isso, protege principalmente as articulações dos joelhos, tornozelos, quadris e até mesmo a coluna vertebral.

Paulo (1994) afirma que o meio líquido, devido às suas propriedades físicas e sobrecarga natural, proporciona ao indivíduo que se exercita, uma sensação de diminuição do peso corporal, relaxamento das articulações, bom funcionamento do sistema termorregulador, melhor irrigação ativando veias, artérias e vasos capilares e ainda, envolvimento da maioria dos grupos musculares.

Além de tonificar os músculos através da resistência da água em múltiplas direções, na hidroginástica é possível aumentar a intensidade do trabalho e propiciar um maior consumo de energia transformando o peso de gordura em peso muscular. E, ainda, a água relaxa, limpa e desintoxica a pele, eliminando o suor, refresca, envolve e permite uma massagem ao corpo de forma uniforme sendo, ainda, muito recreativa.

A hidroginástica possibilita que pessoas com diferentes graus de aptidão física se exercitem juntas, pois a água permite que cada um se exercite no seu ritmo, sem discriminar os mais fracos ou iniciantes. Para Vasiljev (1997), as aulas de hidroginástica permitem a participação de pessoas nas mais diferentes faixas etárias, podendo na mesma aula participar idosos e jovens.

As características exclusivas da água convertem-na num meio excelente para realizar múltiplos exercícios, para todo o tipo de participantes (Gaines, 2000).

A troca afetiva entre o professor e os praticantes da modalidade é muito mais rica do que o seria numa aula de ginástica ou de musculação, pelas próprias características lúdicas do meio aquático.

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Segundo Delgado e Delgado (2001), a água sempre exerceu uma forte atração no ser humano e está provado que a exercitação neste meio permite uma atividade física eficiente e segura para qualquer pessoa, mesmo para quem não sabe nadar. Defendem, ainda, que os exercícios realizados são importantes na reabilitação de diversas patologias.

A hidroginástica ao longo do tempo, tem vindo a ganhar um número cada vez mais elevado de adeptos, pela sua eficiência e na resposta às diversas situações das pessoas que a procuram. Esta atividade tem-se mostrado numa alternativa de grande valia, tendo resultados expressivos, independentemente do grupo de destino (Rocha, 2001).

Esta modalidade é caracterizada pela realização de exercícios físicos em imersão vertical, utilizando membros superiores e inferiores permanecendo continuamente no meio líquido (Soares & Monteiro, 2000). E, assim, a hidroginástica surge como uma alternativa de exercício físico para as pessoas que não se adaptavam às aulas comuns dos ginásios.

Segundo Sova (1998) quatro milhões de pessoas recorrem à hidroginástica todos os anos. Procuram esta modalidade devido às vantagens que encontram para a sua saúde e também pelo prazer de se tratar de uma atividade no meio aquático.

Pode ser vista, ainda, como método de preparação física e modelação estética (Mazarin, 1995). Além disso, a hidroginástica oferece um leque enorme de possibilidades à prática de exercícios, pois hoje em dia existem variados programas para todo o tipo de população. Sendo que, qualquer que seja o tipo de trabalho a desenvolver, a situação implica um conhecimento prévio das características individuais dos alunos e o indispensável domínio de certos conceitos básicos fundamentais relacionados com o comportamento humano e com a hidrodinâmica.

A hidroginástica tem a sua importância pautada no crescimento e desenvolvimento do ser humano, ajudando-o em vários aspetos, como qualidade de vida, prevenção de doenças e melhora na perceção de bem-estar em praticantes de hidroginástica (Torres, et al., 2006).

A partir do exposto, o objetivo principal deste estudo é caracterizar e contrastar as manifestações de mal-estar físico, em praticantes e não praticantes de hidroginástica e averiguar quais os fatores que poderão influenciar a frequência e a intensidade destas manifestações.

Adotámos um estudo exploratório, descritivo e transversal aplicado a uma amostra de 72 praticantes de hidroginástica e 72 não praticantes de qualquer modalidade.

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Em termos de estrutura, o presente estudo foi dividido em duas partes: enquadramento teórico e estudo empírico.

No capítulo 1 apresentámos o conceito, benefícios e fatores promotores da atividade física. No capítulo 2 realçámos o conceito e indicadores de bem-estar. Por último, os benefícios e as contraindicações da prática da hidroginástica.

A segunda parte do trabalho destina-se à problemática, metodologia, apresentação e discussão dos resultados.

No final apresentam-se as conclusões do estudo empírico e as referências bibliográficas que serviram de suporte concetual para todo o trabalho.

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I CAPÍTULO – CONCEITO, BENEFÍCIOS E FATORES

PROMOTORES DA ATIVIDADE FÍSICA

1. Atividade Física

A atividade física é praticada pelo ser humano desde os seus primórdios pois, segundo Tubino (1996), na pré-história, o homem praticava atividades físicas de forma obrigatória, pois necessitava lutar, caçar e pescar para manter sua sobrevivência, e como possuía hábitos migratórios, realizava longas caminhadas mudando constantemente a sua morada.

Oliveira (1983) nos relata que a supremacia do homem no reino animal deveu-se no plano psicomotor, ao domínio de um gesto que lhe era próprio: foi capaz de atirar objetos. Provavelmente, por ser o único que possuía o polegar, desenvolveu a preensão, por oposição daquele dedo aos demais, facilitando o aperfeiçoamento na habilidade de pegar, lançar, entre outros.

À medida que foi evoluindo o ser humano teve como frequente preocupação suavizar a agressividade do meio que o rodeava, tornando o seu dia-a-dia mais acessível e com menos riscos.

O desenvolvimento industrial e tecnológico diminuiu sensivelmente a carga de atividade física necessária para a realização do trabalho, ao mesmo tempo que as ocupações desordenadas de espaços, nos centros urbanos, reduziram consideravelmente a disponibilidade de locais adequados para a prática de diferentes formas de atividades físicas.

Como consequência a atividade física, que antes era decisiva para sobreviver, foi-se tornando cada vez mais desnecessária, de tal forma que, nos tempos que correm, foram atingidos os exageros da comodidade de vida.

O resultado final deste processo de civilização refletiu-se, sem dúvida, na atividade física, tornando-a cada vez mais desnecessária e constituindo-se o sedentarismo numa das principais características da sociedade moderna.

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Tubino (1996) reforça que, com o passar dos anos a atividade física foi tomando forma de exercício físico, pois foi se atribuindo outros objetivos a sua prática.

Para Batista et al. (2003), atividade física é definida como qualquer movimento corporal decorrente de contração muscular com dispêndio energético acima do repouso. A atividade física contribui consideravelmente para a economia dos gastos em saúde, pois auxilia na prevenção e no tratamento direto para a saúde dos efeitos deletérios decorrentes do sedentarismo.

Segundo Giles-Corti et al. (2005), a atividade física não pode nem deve ser compreendida apenas como uma simples ação, uma vez que, esta é composta por vários tipos ou categorias de comportamentos. Neste sentido, a atividade física deve ser entendida como uma comportamento multifacetado ou multidimensional, onde podem estar incluídas dimensões tais como: duração, frequência e intensidade. (Lopes & Maia, 2004).

Atividade física é um conjunto de atividades metódicas e relacionais, que estão integradas no processo de educação, visando o pleno desenvolvimento do aparelho locomotor, bem como o desempenho normal das grandes funções vitais e relacionamento social (Toscano, 1974, cit. Siqueira, 2002).

A atividade física é qualquer movimento planeado e estruturado com o propósito de melhorar ou manter a condição física (Consenso Latino Americano, 2000, cit. Martus, 2001).

O termo atividade física, segundo alguns autores (Montoye & et al., 1996;Sallis & Owen, 1999) é um fenómeno/comportamento extremamente complexo, sendo hoje em dia definido como um conjunto de comportamentos que inclui todo o movimento corporal, ao qual se atribui um significado diferente de acordo com o contexto onde se realiza (Sallis & Owen, 1999).

A definição que mais consenso reúne na literatura atual segundo Oliveira e Maia (2002), é a apresentada por Caspersen et al. (1985, cit. Mota, 1999) que entende a atividade física como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que resulte em dispêndio energético.

Fernandes (2002) finaliza que a definição engloba toda a atividade física utilizada para nos deslocarmos, tanto nas tarefas da vida diária, no trabalho, nas atividades praticadas em tempos de lazer, nas atividades desportivas organizadas ou não.

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1.1. Benefícios da Atividade Física

A sociedade, hoje em dia, tem uma grande preocupação em adotar um estilo de vida ativo e saudável. Igualmente é dado por parte dos média uma grande importância sobre as questões de beleza associadas às satisfações de bem-estar, qualidade de vida e saúde.

Passados estão os anos em que o ganho de peso, o acúmulo de gordura e as formas mais arredondadas, eram vistos como sinais de saúde e prosperidade (Almeida & et al., 2002).

A atividade física surge, então, como um importante auxiliar no aperfeiçoamento e desenvolvimento morfofisiopsicológico (Barros, 1993), desviando da adoção dos chamados comportamentos alimentares anormais e práticas inadequadas de controlo de peso e melhoria da silhueta física (Bosi & Andrade, 2004).

A atividade física mesmo que involuntária ou rotineira é sempre importante na vida, pois proporciona uma melhor qualidade de vida (Siqueira, 2002).

Segundo Matsudo e Matsudo (2000) a atividade física é importante no controle do peso e gordura corporal, podendo contribuir na prevenção e controle de algumas condições clínicas associadas a estes fatores, como doenças cardiovasculares, as diabetes, hipertensão, AVC, artrite, apneia do sono e prejuízo da mobilidade. Também reiteram a prescrição de atividade física enquanto fator de prevenção de doença e melhoria da qualidade de vida.

Katch e McArdle (1996) preconizam a prática de exercícios físicos regulares como fator determinante no aumento da expectativa de vida das pessoas.

Bohme (1994) relata que a saúde é definida como uma condição humana com dimensões físicas, sociais e psicológicas e, cada uma, caracterizada por um “continuum” com pólos positivos e negativos. Essa saúde positiva estaria associada à capacidade de apreciar a vida e resistir aos desafios do quotidiano, já a saúde negativa associar-se-ia à morbidade, no extremo, a mortalidade.

O exercício físico apresenta diversos benefícios ao organismo, sendo ainda recomendado como uma das principais estratégias de promoção da saúde para a população. De acordo com Nahas (2003), os exercícios físicos podem trazer benefícios profiláticos. E, para Santarém (2002) existem relações entre exercícios físicos e doenças humanas nos aspetos profiláticos e terapêuticos.

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A insatisfação com o próprio corpo, ou melhor, com a imagem que se tem dele, talvez seja um dos principais motivos que levam as pessoas a iniciar e manter um programa de atividade física ou prática desportiva (Damasceno & et al., 2005).

A atividade física é, sem dúvida, um meio de alcançar melhor qualidade de vida, como nos diz Pereira (1996) referindo que as experiências e as evidências científicas demonstram que a atividade física é parte integrante da vida humana e o homem necessita de alguma atividade para manter a sua funcionalidade orgânica e emocional.

A Federação Internacional de Educação Física considera a atividade física um meio educativo privilegiado, porque abrange o homem na sua totalidade e é recomendado universalmente (Pereira, 1996).

Também para Oliveira e Furtado (1999) o exercício regular promove contribuições para o envelhecimento saudável.

De facto, hoje a prática regular de exercícios é apontada como importante na área da saúde pública (Sallis & Mackenzie, 1991) que, por sua vez, se fundamenta na associação entre exercício e indicadores de mortalidade que, há anos, se tem vindo a investigar por diferentes autores, conforme resumido no Quadro 1.

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Quadro 1. Resumo dos principais estudos que apontam a associação entre prática regular de exercícios físicos e indicadores de morbi-mortalidade.

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Quando praticada regularmente, a atividade física tem uma influência positiva sobre alguns fatores relacionados com a saúde, como por exemplo, no aumento da longevidade e no decréscimo do risco de doenças coronárias (Blair, 1993; Simons-Morton & et al., 1990); na diminuição de alguns fatores de risco que lhes estão associados, como a obesidade e o stresse emocional e uma ação profilática em patologias degenerativas do sistema osteoarticular (Blair, 1993; Corbin, 1987).

Mota (1991), baseando-se em alguns autores, assegura que de uma maneira geral é aceite a influência benéfica do movimento sobre os fatores inerentes à saúde nomeadamente nas alterações dos padrões de vida na idade adulta (Simons-Morton et al. (1987), na ação profilática face a algumas patologias degenerativas, respetivamente as de domínio cardiovascular (Bar-Or, 1987), na diminuição de fatores de risco como por exemplo a obesidade (Corbin, 1987) e, ainda, na diminuição do stresse emocional (Mulder & Allsen, 1983).

Na opinião de Gomes (1996), nos dias de hoje, parece incontestável o contributo da atividade física regular na promoção de um estilo de vida ativo e na criação de hábitos de exercício.

Hoje em dia, podemos constatar que a prática regular de atividade física funciona e é encarada como um mecanismo de prevenção, tendo um papel fundamental na desaceleração das alterações fisiológicas do envelhecimento e das doenças crónico-degenerativas (Federigui, 1995, cit. Moreira, 2001).

Face ao exposto podemos afirmar que a inatividade física condiciona fortemente o aparecimento de doenças, assim como o aumento da atividade física regular poderá ter efeitos benéficos. Devemos lembrar que o poder terapêutico da atividade física é francamente mais reduzido quando comparado com o seu poder preventivo.

Existem pois, uma série de informações razoavelmente importantes para que se admita que estilos de vidas ativos, em conjunto com outros comportamentos positivos serão benéficos para a saúde. A atividade física regular reduz o risco de doença coronária, hipertensão, diabetes, desordens metabólicas bem como de diferentes estados emocionais nocivos como a depressão em idades mais avançadas (Blair & Connelly, 1996).

Pela significância, gravidade e danos que acarreta a depressão, em muitos estudos, está sendo apontada como um problema de saúde pública e a atividade física vem sendo recomendada como auxiliar no tratamento desses transtornos (Silveira, 2001).

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Estudos relatam os benefícios da prática de atividade física regular, principalmente, no que diz respeito a uma melhoria na saúde mental. As atividades aquáticas, por exemplo, podem contribuir para o tratamento de várias enfermidades mentais, incluindo neuroses de depressão e ansiedade (Moreira, 2001). Estes dados são corroborados por Matsudo e Matsudo (1992) pois referem que melhora os efeitos psicológicos e as desordens mentais. Também, Fox e Matheus (1994) e Mcardle et al. (1992) evidenciam a atividade física regular como um auxiliar na terapia de pacientes com distúrbios psicológicos.

Outros autores referem que a atividade física proporciona alguns benefícios psicológicos, tais como: favorece o relaxamento; reduz ou evita o estado de depressão; melhora a função cognitiva, promove um bem-estar geral; beneficia a saúde mental; melhora a ansiedade e o stresse; melhora o estado de humor; auxilia ao nível do controlo motor; leva a um estado de confiança e satisfação pela vida; proporciona novas aprendizagens independentemente da idade e melhora a autoimagem e a autoestima (Chodzko-Zaiko, 1997; Cruz et. al., 2006, cit. Llano, Manz & Oliveira, 2006).

Para Ramos (1999) os benefícios gerados pela prática de exercícios promovem o aumento da capacidade aeróbica, aumento da ventilação voluntária, melhora da flexibilidade, melhora da resistência muscular localizada, aumento do conteúdo de minerais ósseos, diminuição da resistência vascular, melhor tolerância à glicose, redução da concentração de lipídios.

Assim, é fundamental que se encare a atividade física diária como definitiva para a manutenção do nosso bem-estar físico, psíquico e social. O sedentarismo só poderá ser combatido, nas sociedades modernas, através de medidas sociais e educacionais e até estas serem implementadas, não devemos esquecer que qualquer atividade física diária, ainda que ligeira, é sempre melhor do que nenhuma e que os exercícios físicos só trarão benefícios para as pessoas se forem realizados de forma correta (Duarte, 1999).

Ghorayerd e Barros (1999), afirmam que independentemente do sexo ou idade, a introdução no seu quotidiano da prática regular de atividade física de intensidade moderada e mesmo leve, se mais prolongada, traz benefícios para a saúde e para a qualidade de vida.

Vários estudos têm demonstrado que a AF desempenha um papel importante nos benefícios da saúde e do bem-estar. Tais benefícios estão associados a uma redução da mortalidade de doenças do coração, de diabetes e pressão arterial (Berlin & Coldiz, 1990; Powell & Blair, 1994; cit. Rodrigues & Vasconcelos-Raposo, 2006), mas também de

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problemas do fórum psíquico como o caso da depressão e ansiedade (Paluska & Schwenk, 2000).

1.2. Benefícios dos Sistemas

Neste ponto apresentamos os benefícios da atividade física para os vários sistemas do corpo humano:

Sistema Músculo-esquelético (Barata et al.,1997; Taylor & Jonhson, 2008; Darley & Spinks, 2000).

 Prevenção da osteoporose através do aumento da massa óssea ou atrasando a sua perda;

 Aumento da força muscular e resistência muscular;  Aumento da flexibilidade e coordenação;

 Fortalecimento global;

 Aumento do equilíbrio e da estabilidade postural;  Melhora a autoeficácia;

 Redução do risco de quedas e de lesões.

Sistema Cardiovascular (Barata et al.,1997; Taylor & Jonhson, 2008; Darley & Spinks, 2000).

 Baixa a pressão arterial;  Diminui o stresse;

 Pode motivar para outros comportamentos saudáveis;  Diminui a ocorrência de doença coronária;

 Melhora a função cardíaca.

Sistema Cardio-Respiratório (Barata et al.,1997; Taylor & Jonhson, 2008; Darley & Spinks, 2000).

 Melhoria dos volumes respiratórios e resistência dos músculos respiratórios, levando assim a uma melhoria da ventilação e capacidade vital;

 Melhoria da capacidade pulmonar;

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 Nariz e garganta são menos acometidos de gripes, resfriados e infeções respiratórias;

 Diminuição do consumo de oxigénio a esforços sub máximos.

Sistema Digestivo (Barata et al.,1997; Taylor & Jonhson, 2008; Darley & Spinks, 2000).

 Manutenção do peso corporal;  Melhora o perfil lipídico;

 Melhora a sensibilidade à insulina;  Controle das diabetes;

 Ajuda a manter o metabolismo nos patamares normais.

Sistema Nervoso (Barata et al.,1997; Taylor & Jonhson, 2008; Darley & Spinks, 2000).

 Aumento dos níveis de Serotonina e Endorfina;  Diminuição do stresse emocional;

 Libera tensões;

 Melhora a qualidade do sono;  Melhora a autoimagem;  Reforça a autoconfiança;

 Diminuição da depressão, compulsão e controlo da ansiedade.

1.2. Fatores promotores da atividade física

Todo este processo depende de fatores internos e externos aos indivíduos. Para detetar tais fatores, Weinberg e Gould (2001) estudaram os motivos de adesão e desistência da prática de atividade física, e apontaram como razões para se exercitar:

 Controle do peso corporal: tendência da valorização social da magreza e preocupação com a aparência;

 Queda do risco de hipertensão: pesquisas evidenciam que exercícios regulares contribuem para a prevenção de doenças cardiovasculares, portanto, acontece a busca do indivíduo em virtude da informação obtida ou por recomendação médica;

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 Queda do stresse e da depressão: devido aos últimos anos terem aumentado os indivíduos com transtornos de ansiedade e depressão, as pessoas procuram atividade física também por obtenção de informação ou recomendação médica para prevenção ou tratamento de ambos;

 Satisfação: este aspeto é mais ligado à manutenção. O indivíduo precisa divertir-se ao executar a atividade;

 Construção da autoestima: realização de algo que imaginavam não poderem fazer; reconhecimento de outras fontes e pessoas gera aumento da autoestima;

 Socialização: combate à solidão, aquisição de novas amizades, apoio social uns dos outros;

Mariovet (2001) levou a cabo um estudo com o objetivo de conhecer as razões da prática de atividade física da população Portuguesa nomeadamente:

 Preocupação com a condição física e o corpo;  Divertimento proporcionado pela prática;  Sociabilidade proporcionada;

 Por prazer.

A este respeito, Pieron (1998) aponta como conclusões do seu estudo sobre esta temática os seguintes motivos, por ordem de preferência:

 Melhorar a saúde e a condição física;  Melhorar a sua aparência (“look”);  Por prazer;

 Favorecer as relações pessoais;  Benefícios psicológicos.

Por seu turno, Ebbeck et al. (1995), num estudo realizado nos EUA, com população adulta obtiveram, por ordem decrescente, como principais razões para a prática de atividade física:

 Condição física;  Divertimento;  Redução do stresse;  Melhoria da autoestima.

Já num estudo realizado em Portugal por Graça e Almeida (1998), os principais motivos apontados foram, por ordem decrescente de importância:

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 Manter-se saudável;  Reduzir o stresse;  Estar ao ar livre;  Conviver;

 Diversão.

Willis e Campbell (1992) incluem os principais motivos apresentados pelos praticantes, em vários estudos, em cinco grupos distintos:

 Melhoria da saúde e da condição física;  Melhoria da aparência;

 Divertimento;  Experiência social;  Benefícios psicológicos.

Weinberg e Gould (2001) também estudaram os motivos de adesão à prática de atividade física e apontaram como principais razões:

 Controle do peso corporal;  Preocupação com a aparência;  Motivos de saúde;

 Aliviar o stresse e prevenir a depressão;  Bem-estar;

 Socialização.

King et al., (1992), cit. Nunomura, (1998) mostram-nos quatro fatores considerados determinantes na participação de adultos na atividade física:

 Características pessoais: sexo, idade, raça, ocupação, fumante ou não, estado de saúde, conhecimento, atitudes e crença;

 Atributos psicológicos/comportamentais: traços, habilidades;  Fator programático;

 Fator ambiental.

De acordo com Pieron (1998), numa primeira fase da vida (20/30 anos): os indivíduos procuram sobretudo afirmar a performance desportiva permitindo reforçar o ego, ou seja, uma preocupação com a aparência. Na fase seguinte (40/50 anos): praticam atividade física para perder peso e para aliviar o stresse, ou seja, uma preocupação com controle do peso. Finalmente entre os 60/70 anos, a aptidão declina: pretendem travar esse

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declínio com base no movimento, ou seja, procuram a autonomia que se traduz numa melhor qualidade de vida e consequentemente em bem-estar.

Em síntese, podemos observar que os autores apresentados, apontam aspetos comuns para o início da prática: conhecimento dos benefícios trazidos à saúde; o prazer da prática; conhecimento da melhora dos aspetos sociais e psicológicos e a melhoria da estética.

Saba (2001), acredita que as pessoas hoje em dia estão mais informadas sobre os benefícios da atividade física e por isso procuram a prática como forma de alcançarem um estilo de vida mais saudável, ou seja o bem-estar.

Os resultados obtidos são idênticos em quase todos os estudos pois podemos constatar que há uma concordância nas conclusões obtidas por ambos os investigadores e que os fatores que maioritariamente motivam as pessoas para a prática de atividade física, estão essencialmente relacionadas com a saúde, a aparência, o bem-estar e a socialização.

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II CAPÍTULO – CONCEITO E INDICADORES DE BEM-ESTAR

1. Bem-Estar

Atualmente o Homem tem como objetivo e desejo comum a procura do sentimento de bem-estar. A prática de exercício ou atividade física (AF) é uma tendência cada vez mais acentuada na atualidade, com o intuito de alcançar o bem-estar físico e psicológico e/ou uma melhor qualidade de vida (Carapeta & et al., 2001).

Na ânsia de alcançar um ideal de vida, os indivíduos procuram manter um estado completo de bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença ou enfermidades (WHO, 1948; cit. Ryff & Singer, 1998).

Lima (1999) afirma que a atividade física tem, cada vez mais, representado um fator de qualidade de vida dos seres humanos, possibilitando-lhes uma maior produtividade e melhor bem-estar. Num estudo realizado por Stathi et al., (2002), concluiu-se que a atividade desportiva tem influência em todas as dimensões do bem-estar.

Cooper (1982) anuncia, ainda, que um eficiente programa de exercícios aeróbios, aliado a uma alimentação adequada e à conquista do estado de equilíbrio emocional, correspondem a três necessidades humanas básicas, indispensáveis para o alcance do equilíbrio global, requisito obrigatório para o que o autor denomina de “bem-estar total”.

O autor supracitado relaciona alguns dos efeitos decorrentes da aquisição do bem-estar total:

 Mais energia pessoal;

 Tempo de lazer mais aproveitável e mais ativo;

 Maior capacidade de combater o stresse doméstico e profissional;  Menos depressão, menos hipocondria e menos ansiedade “flutuante”;  Menos queixas físicas;

 Digestão mais eficiente e menos problemas de prisão de ventre;  Melhor imagem de si mesmo e mais confiança em si;

 Corpo mais esbelto e atraente, inclusive controle de peso mais eficaz;  Ossos mais fortes;

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 Retardamento do processo de envelhecimento;  Gravidez e parto mais fáceis;

 Sono mais repousante e tranquilo;

 Melhor concentração no trabalho e maior perseverança em todas as tarefas diárias;  Menos dores, inclusive nas costas.

A AF é cada vez mais aconselhada para a promoção da saúde e para a melhoria da qualidade de vida (Bortoni & Bojikian, 2007). Outros autores como Wang, Pereira e Mota (2006) mencionam a AF associada a uma vida mais longa e mais saudável.

Segundo Spirduso (2005) o bem-estar é extremamente pessoal e as sensações dos indivíduos são obtidas por autorrelatos. É uma sensação emocional, pessoal, relativamente transitória, e que pode ser influenciada por fatores ambientais temporários.

Para o mesmo autor, a atividade física/desportiva promove vários benefícios a nível físico e fisiológico, social e psicológico, que se resumem num objetivo principal que é a melhoria do bem-estar e da qualidade de vida.

Botelho e Duarte (1999) relatam também que os benefícios decorrentes de uma prática regular de exercício físico, salientando que estes podem traduzir-se na melhoria da estabilidade emocional, libertação de tensão, ira, irritação, melhoria do bem-estar mental, da vigilância e da clareza do pensamento e aumento do prazer na prática de exercício físico.

As investigações associadas à saúde têm demonstrado que o exercício/atividade física pode melhorar a saúde mental e bem-estar físico e mental (Squire, 2005).

Na verdade, existem evidências de uma variedade de benefícios psicológicos agudos associados à atividade física, sugerindo que estes podem ser maximizados se a atividade for praticada de forma regular (Sallis & Owen, 1998). Esses estudos apontam que a atividade física influencia diretamente a saúde física, o humor e, indiretamente, a vida social.

Outros estudos indicam que a participação dos fatores psicológicos é fundamental para o desenvolvimento da atividade física, tenha ela indicação preventiva ou terapêutica. De acordo com Samulski e Lustosa (1996), da mesma forma como ocorre com o aspeto físico, o bem-estar psicológico pode variar de acordo com o tipo de exercício realizado e com os fatores envolvidos na prática, como o ambiente, os instrutores e a própria pessoa.

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Devis (2000) atribuiu particular destaque às atividades que, explorando a multidimensionalidade da atividade física/desportiva, colocam as pessoas em interação umas com as outras e com o meio envolvente, promovendo as sensações de bem-estar e satisfação.

Segundo Abele e Brehm (1993), cit. Ballone (2008) a atividade física apresenta um efeito positivo sobre o humor, considerando a AF um forte fator de alívio para a ansiedade e depressão, pois a atividade física libera várias substâncias, as chamadas endorfinas endógenas (serotonina e endorfina) que nos fazem sentir alegres e com sensação de bem-estar.

De acordo com Sova (1998) a ligação corpo mente é outra excelente razão para fazer exercício. O exercício aumenta o seu bem-estar emocional, aparência, prazer de viver e autoestima. A pessoa emocionalmente estável, com uma atitude positiva, é menos suscetível à doenças físicas, dores e deficiências do sistema imunológico. A ligação corpo mente também se relaciona com a agudeza mental, prontidão e inteligência.

Num estudo realizado por Michalos e Zumbo, (2000), a perceção individual do estado de saúde e o bem-estar geral era o fator mais importante de todos os fatores preditivos de satisfação com o estado de saúde e bem-estar geral. Feita pelo próprio indivíduo em que contempla os aspetos positivos e negativos do seu bem-estar, dos seus hábitos de vida, da sua saúde física e mental (Bowling, 1997).

Estas componentes, afetiva e cognitiva, não são completamente independentes, contudo, são como diferentes e podem fornecer informações complementares quando avaliadas separadamente. Lucas et al. (1996) mostraram que os afetos (positivo e negativo) e a satisfação com a vida eram construtos separados e independentes.

Segundo Fox (1997), o autoconceito físico surge também como um contributo para a saúde mental e bem-estar, ou seja, as perceções que um indivíduo possui das suas capacidades físicas e do seu corpo parecem ser indicadores importantes de reavaliação de atitudes e comportamentos em relação a si próprio (Shavelson et al., 1976).

O conceito de bem-estar engloba todos os aspetos do indivíduo que envolvem uma nutrição saudável, prática de exercício físico, relações positivas com familiares e meio social envolvente e controlo do stresse (Albuquerque, 2005; cit. Nunes, 2007).

Desta forma, o bem-estar é um constructo complexo e está associado às experiências, ao modo de viver, de se relacionar e a tudo aquilo que requer uma visão do

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que é melhor para a pessoa (Ryan & Deci, 2001). Esta conceção derivou de duas perspetivas: a hedónica, que focaliza a felicidade e define o bem-estar como a obtenção de prazer e a ausência da dor e a eudemónica que está sustentada na intencionalidade da ação humana e pode ser traduzida por felicidade (Ryff & Keyes, 1995), no entanto para Ryan e Deci (2001), esta perspetiva vai além da felicidade.

Estas perspetivas suportam dimensões teóricas, metodológicas e conceptuais, que segundo Ryff e Keyes (1995), permitem a diferenciação entre o Bem-Estar Psicológico (BEP) e o Bem-Estar Subjetivo (BES).

O primeiro, concebido por Carol Ryff (1989), é considerado como um modelo multidimensional de funcionamento psicológico positivo. Sendo que este engloba seis dimensões diferentes: domínio do meio, objetivos na vida, autonomia, aceitação de si, crescimento pessoal e as relações positivas com os outros e o segundo tem por finalidade a compreensão da felicidade, satisfação com a vida e os afetos positivos (Diener, 1984).

No conceito de Bem-Estar Subjetivo (BES) realça-se o bem-estar como prazer ou felicidade, ligado a aspetos psicossociais, à qualidade e satisfação com a vida (Novo, 2003).Este autor refere, ainda, que a composição emocional do bem-estar subjetivo inclui um balanço entre duas dimensões emocionais; emoções positivas, emoções negativas e a dimensão cognitiva, que estão relacionadas à satisfação com a vida.

De acordo com Diener (2000), o bem-estar subjetivo refere-se às avaliações que as pessoas fazem da própria vida - avaliações cognitivas e afetivas, que determinam as componentes do bem-estar subjetivo.

Tal como afirma Diener (1984), a natureza eminentemente subjetiva do bem-estar psicológico, justifica que essa expressão seja substituída por bem-estar subjetivo. Quando se fala de bem-estar individual, geralmente este é subjetivo, inerente a cada indivíduo.

Segundo Stathi et al., (2002) o bem-estar subjetivo refere-se a um fenómeno global de expressão do indivíduo acerca da qualidade da sua existência. Na ânsia de alcançar um ideal de vida, os indivíduos procuram manter um estado completo de bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença ou enfermidades (WHO, 1948; cit. Ryff & Singer, 1998).

O bem-estar subjetivo foi definido como um conceito que compreende um indeterminado leque de dimensões, tal como satisfação com a vida, afeto positivo,

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felicidade, relações sociais satisfatórias, autonomia e desenvolvimento pessoal (Kunzmam et al., 2000).

Para Diener e Lucas (2000) o BES refere-se ao somatório das reações avaliativas que ocorrem quando um indivíduo se defronta com estímulos no contexto envolvente. Acrescentam ainda, que tais reações avaliativas surgem com o intuito de auxiliar na sobrevivência e reprodução humana, pelo que a dimensão afetiva serve para orientar as pessoas a lidarem de modo adaptativo com o mundo circundante.

De acordo com Basabe et al. (2000) o BES está relacionado com o equilíbrio afetivo de uma pessoa (relativa a emoções negativas e positivas) e com avaliações individuais de natureza afetiva (sentimentos de felicidade) e cognitiva (satisfação com a vida, contentamento ou grau com que as pessoas percepcionam se as suas aspirações foram concretizadas ou não).

Na opinião de Diener e Scollon (2003) o BES engloba as mais variadas maneiras como as pessoas avaliam as suas vidas, incluindo conceitos como satisfação com a vida, emoções agradáveis, satisfação com diversos domínios contextuais como o trabalho e a saúde, sentimentos de significado e sentido pessoal e baixo nível de emoções desagradáveis.

Após esta breve abordagem ao BES podemos verificar que não é uma entidade unidimensional (Lawrence & Liang, 1988), mas sim uma estrutura complexa e multidimensional (Ryff & Keyes, 1995).

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III CAPÍTULO – A HIDROGINÁSTICA, BENEFÍCIOS E

CONTRAINDICAÇÕES

1. Hidroginástica

De acordo com Skinner e Thomson (1985), há relatos de que há cerca de cinco mil anos, na Índia, já existiam piscinas de água quente onde figuras assírias de baixo relevo mostravam estilos rudimentares de natação. Além disso, em 460-375 a.C. Hipócrates usava água no tratamento de doenças e os romanos utilizavam os banhos com finalidades de recreação e curativas.

Os romanos usavam quatro tipos de banhos: o banho frio, utilizado como um meio de recreação era o Frigidarium. O banho tépido, feito em local contendo ar aquecido, era chamado de Tepidarium. Outro banho, que era executado em ambiente fechado, saturado de ar húmido quente, a fim de provocar a maior sudorese, lembra bastante as formas de sauna de hoje, chamadas de seca e húmida. Havia ainda o Caldarium que consistia numa forma de banho quente (Figueiredo, 1999).

Para Bates (1998) que a hidroginástica derivou da hidroterapia, tendo seu surgimento na Alemanha no período da Segunda Guerra Mundial. Inicialmente, para atender, soldados lesionados e reintegrá-los ao seu ambiente de vida, e logo em seguida a técnica passou a ser implantada em grupos de idosos, que precisavam praticar uma atividade física segura, sem causar riscos ou lesões às articulações e que lhes proporcionassem bem-estar físico e mental (Bonachela, 1994).

Também Rocha (1999) faz referência aos povos antigos que já manuseavam muito bem a água e conheciam a sua importância, nomeadamente os gregos que utilizavam a água com fins terapêuticos e de profilaxia.

A partir do ano de 1697, com pesquisas de John Floyer sobre o uso correto e o abuso de banhos quentes, frios e temperados na Inglaterra, vários médicos começaram a pesquisar e publicar sobre os benefícios da água, mas apenas em 1903, foi aberto, nos Estados Unidos da América, o primeiro centro de uso terapêutico da água (Paulo, 1994).

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Esta atividade dentro da água chegou aos EUA e lá foi aperfeiçoada e difundida, ganhou vários adeptos, incluindo atletas (Bonachella, 1999).

Essas pessoas que foram levadas à piscina para se exercitarem obtiveram ótimos resultados e foi dessa forma que surgiu a hidroginástica. No Brasil, esta modalidade surgiu nos anos 70 apenas como reabilitação de lesionados e nos anos 80 como atividade física. Já nos dias de hoje é largamente conhecida e procurada por diversos públicos (Delgado, 2001).

Modernamente, a hidroginástica permite um conjunto de exercícios, executados com ou sem material em piscina que tem como objetivo aumentar a força e a resistência muscular, melhorar a capacidade respiratória e a amplitude articular, utilizando a resistência da água como sobrecarga, visando uma melhoria na qualidade de vida de seus praticantes (Bonachella, 2001).

O termo hidroginástica é utilizado para designar, de modo genérico, uma grande variedade de propostas ou programas de exercícios aquáticos desenvolvidos para o aprimoramento da aptidão física, tanto de sedentários e não atletas, como podendo ainda ser elaborado como forma de treino complementar à preparação física de várias modalidades desportivas (Mendonça, 2002).

Nesta perspetiva, a hidroginástica vem destacando-se como uma forma de exercício físico altamente eficaz no aperfeiçoamento dos componentes relacionados à aptidão física (Vasiljev, 1997).

Kruel (1994), refere-se à hidroginástica como uma forma alternativa de condicionamento físico, constituída de exercícios aquáticos específicos, aproveitando a resistência do meio líquido como sobrecarga e do empuxo como redutor do impacto, amenizando assim o traumatismo nas articulações.

Ainda segundo Eschebach (1995), a hidroginástica é definida como a execução de exercícios em meio líquido, aproveitando a resistência da água e tendo como objetivo o condicionamento físico e o bem-estar físico e mental.

1.1. A Água Como Meio de Exercitação

Para Gonçalves (1996) a água é essencial para as nossas vidas, só o facto de estar dentro dela os benefícios parecem ser sentidos. O objetivo da hidroginástica é realizar

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movimentos e se exercitar dentro da água. A facilidade de realizar os movimentos corporais dentro da água deve-se à flutuação, o peso corporal é aliviado em mais ou menos 90% quando a água está na altura do peito que é a medida mais indicada.

Vários autores, ao estudarem as respostas do corpo humano aos programas de treino na água, comprovaram melhoria na resistência muscular localizada e na capacidade cardiorrespiratória (Madureira & Lima, 1998; Ruoti, Troup & Berger, 1994; Takeshima, Rogers, Watanabe, Brechue, Okada, Yamada, Islan & Hayano, 2002; Taunton, Rhodes, Wolski, Donelly, Warren, Elliot, Mcfarlane, Leslie, Mitchel & Lauridson, 1996).

As atividades na água têm demonstrado ser uma opção de exercício aeróbio, pois os benefícios fisiológicos, entre eles a redução da massa adiposa, sobre o organismo humano são amplamente conhecidos (Champion, 2000).

Na prática da hidroginástica há um fortalecimento dos músculos e desenvolvimento da força e resistência; aumenta a amplitude dos movimentos das articulações, aumenta a circulação sanguínea e melhora a condição da pele (Silva et al., 2001). O facto de os exercícios serem executados na água faz com que haja um melhor aproveitamento dos mesmos, pois há um menor impacto nas articulações devido à ação da gravidade ser menor (Silva, 2001).

Vários estudos (Hoeger et al. 1993; Sanders 1993; Miss, 1998; Ruoti et al.1994; Barreta 1993, cit. Sanders & Rippee, 2001) indicam incrementos significativos de força e resistência muscular dos participantes em programas aquáticos. Devemos dar atenção especial ao estudo de Sanders (1993), que verificou o aumento de força abdominal em praticantes de hidroginástica sem que os mesmos tivessem feito exercícios específicos para a musculatura do abdómen. Ou seja, durante as aulas de hidroginástica, mesmo que não se trabalhe especificamente exercícios para os músculos abdominais, essa musculatura é fortalecida. Efetivamente, na água o equilíbrio é afetado devido às mudanças constantes do centro de gravidade, que são provocadas pelo seu próprio movimento, o que impõe ao indivíduo que, mesmo inconscientemente, mantenha a musculatura abdominal contraída como forma de conquistar o equilíbrio do seu corpo nesse meio.

A maior parte das pesquisas sobre os benefícios dos exercícios indicam que o meio aquático é conveniente para manter ou aumentar o condicionamento cardiorrespiratório, sempre levando em consideração as orientações do Colégio Americano de Medicina Esportiva (CAME) para o exercício. As orientações para modalidade, intensidade, duração,

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frequência, treino de resistência devem estar presentes em qualquer programa de condicionamento físico, com o objetivo de promover benefícios e melhoria da capacidade funcional.

1.2. Propriedades Físicas da Água

Na hidroginástica, a carga é constituída pela própria resistência da água, a qual pode ser intensificada aumentando, por exemplo, a velocidade de execução do movimento; o comprimento da alavanca; a resistência da água com materiais flutuantes (Rocha, 1994).

Segundo Lindle (1998) o ambiente aquático é diferente do terrestre porque as propriedades da água são distintas, por isso as atividades físicas em meio líquido apresentam vantagens em relação às de terra. Nos obesos a diminuição do impacto sobre articulações, músculos e tendões é o principal benefício. Defendem ainda, que a familiaridade com as leis da física e com as propriedades do ambiente líquido atribuem condições ao professor de se aperfeiçoar como profissional. Ou seja, o professor que tem os conhecimentos referidos, consegue planificar aulas mais benéficas para os alunos.

Pode-se também manipular a temperatura da água de forma a facilitar a perda de calor durante o exercício. Nos indivíduos idosos, há os benefícios da força de empuxo, válidos especialmente para poupar tendões e ligamentos já tão desgastados, além de manter a massa muscular em atividade controlada.

Masi (2000) refere que as propriedades físicas da água são importantes para realizar um trabalho sério com atividades aquáticas. Desta forma, o professor deverá ser conhecedor dessas propriedades, para poder aplicá-las de forma correta na preparação das aulas, para poder utilizar seus benefícios, protegendo principalmente as articulações dos joelhos, tornozelos, quadris e até mesmo a coluna vertebral, a fim de implantar e desenvolver um programa adequado aos seus alunos.

A água apresenta algumas propriedades físicas fundamentais para a execução dos exercícios. Aboarrage (1997), Carr (1998), Hay (1981) destacam as principais propriedades físicas da água aplicadas a hidroginástica:

Flutuação: considerada a primeira força física que percebemos ao entrar na

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regida pelo princípio de Arquimedes, ou seja, “quando um corpo está completo ou parcialmente imerso em um líquido, ele sofre um empuxo para cima, igual ao peso do líquido deslocado”, pois sua utilização básica facilita a execução dos movimentos, diminui o stresse biomecânico (atrito), assim como os riscos de lesões, atuando no processo de fortalecimento muscular (Paulo, 1994).

Pressão hidrostática: Temos também outro tipo de força atuando que é a pressão

hidrostática exercida igualmente, em todas as direções, ou seja, a pressão do líquido é exercida igualmente sobre todas as áreas da superfície de um corpo imerso, em repouso, a uma dada profundidade (Lei de Pascal). Esta aumenta proporcionalmente à profundidade e densidade do fluido. Os efeitos da pressão hidrostática dependem da profundidade em que o corpo é submerso e quanto maior a profundidade, maior será a pressão exercida (Aboarrage, 2008). É a primeira contribuição para o exercício (há uma estimulação imediata da circulação periférica e, com a água na altura dos ombros, há uma resistência sobre a caixa torácica. Por isso, pessoas com comprometimento respiratório grave ou com capacidade vital reduzida, devem iniciar o programa em piscinas mais rasas e de acordo com suas possibilidades. A utilização básica desta propriedade é a resistência ao movimento de sobrecarga natural, estimula a circulação periférica, facilitação do retorno venoso, fortalecimento da musculatura envolvida na respiração (Aboarrage, 2008). Quanto maior a profundidade, maior será a pressão exercida (Bonachela, 1994). Segundo Paulo (1994), as moléculas de um líquido exercem um impulso sobre cada parte da superfície de um corpo submerso a uma dada profundidade.

Viscosidade: definida pelo atrito que ocorre entre as moléculas de um determinado

elemento. O líquido é considerado de alta viscosidade quando flui lentamente e de baixa viscosidade, quando flui mais rapidamente, variando também com a temperatura deste líquido. A viscosidade da água quente é menor que a água fria, pois a viscosidade aumenta à medida que a temperatura diminui. A turbulência pode ser usada como forma de resistência e também de massagem nos exercícios na piscina, quanto mais rápido o movimento, maior a turbulência, e, portanto, um exercício pode ser progredido aumentando-se a velocidade à qual é efetuado. O corpo pode estar alinhado (vertical) ou

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desalinhado (horizontal), em relação à piscina. Conforme o alinhamento, alteramos a resistência oferecida (Aboarrage, 2008).

Densidade: De acordo com Gunter e Schneider (1989), esta propriedade é utilizada

na hidroginástica para melhorar o posicionamento do corpo na execução dos exercícios, facilitando a determinação da carga a ser trabalhada. A densidade de uma substância é a relação entre sua massa e seu volume. A água do mar é mais densa (1024 Kg/m3) do que a água doce (1000 Kg/m3), por esta razão que a flutuação no mar é mais fácil (Bonachela, 1994). A densidade relativa da água pura é 1, um corpo com densidade menor que 1 flutuará, maior que 1 afundará (Paulo 1994; Aboarrage, 2008).

1.3. Benefícios da Hidroginástica

Na atualidade, o reconhecimento da legitimidade dos benefícios conferidos à saúde decorrente da prática regular de exercícios físicos aquáticos é amplamente documentado e difundido. Cooper (1972) afirma que, como qualquer atividade física, a hidroginástica vem sendo recomendada por diversos profissionais da área de saúde com o intuito de uma melhora na resposta cardiopulmonar, buscando os vários benefícios advindos da prática da atividade aeróbia, tais como, estímulo do coração e dos pulmões a fim de se produzir modificações benéficas no organismo.

A hidroginástica apresenta-se como um programa de exercício capaz de propiciar a melhoria da qualidade de vida em qualquer idade e permitir que as pessoas sintam-se confortáveis.

A hidroginástica possui um caráter profilático e de contribuição para a independência pessoal na vida diária, diferenciando-se de outras atividades, pois no meio líquido, as musculaturas agonistas e antagonistas trabalham em alternância e igualmente para vencer a resistência da água, sendo utilizada, predominantemente, a contração concêntrica, pois, devido ao fluxo turbulento e irregular dos movimentos repetidos, a musculatura age sempre contra uma força oposta (Poyhonen et al. 2001; Poyhonen et al., 2002). E quando esta é executada com eficiência e segurança e de forma regular, ela melhora componentes do condicionamento físico, como: condicionamento aeróbio, força muscular, flexibilidade e composição corporal.

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E segundo Sova (1998), melhora ainda os componentes secundários como a velocidade, potência, reflexo, coordenação e equilíbrio.

Destaca-se, também, que a prática da hidroginástica proporciona ao executante uma melhor figura de si mesmo elevando sua autoimagem propiciando maior confiança em si, estimulando a independência funcional; propicia melhores noites de sono devido à demanda de energia dispendida e o relaxamento geral que proporciona; diminui os riscos de dores no corpo; reduz a flacidez e as gorduras e ajuda a regular o patamar de colesteróis (Silva, 2001).

O mesmo autor refere que o facto de serem executados na água, faz com que haja um melhor aproveitamento dos exercícios e um menor impacto nas articulações devido à ação da gravidade ser menor; trabalhando na água fazemos um “treino” do sistema termo regulador, além de conseguir uma melhor capacidade de adaptação do organismo às diferentes temperaturas de forma mais eficiente, estável e duradoura, portanto, aumento de capacidade de resistência ao meio ambiente (frio/calor); o exercício na água produz uma necessária sobrecarga, o que faz com que o gasto de energia seja ainda maior e aliado a isto o trabalho na água estimula a produção de calor, daí mais consumo de energia e então transformação do peso gordura em peso muscular real (Silva, 2001).

Assim, a hidroginástica pode prolongar por mais tempo o aspeto de juventude, eliminando a flacidez causada pelos anos de desgaste que a vida produz e pode também suavizar as indisposições e dores que o próprio sedentarismo e o reflexo emocional proporcionam ao ser humano. Esses aspetos supracitados pelos autores podem ser um atrativo a mais que favorece a prática da hidroginástica, já que o estereótipo de corpo atlético é um valor orientador da entrada nos Ginásios e a busca do equilíbrio (estético) desse corpo surge como uma síntese dos objetivos declarados por seus usuários (Silva, 2001).

Destacam Mcardle, Glasser e Magel (1971) que, além disso, na água a frequência cardíaca é significativamente mais baixa em esforços máximos, quando comparada, por exemplo, à prática de corrida, caminhada ou ciclismo nos mesmos níveis de esforço. Com isto o indivíduo tem condições de manter uma atividade física por mais tempo, proporcionando a diminuição da frequência cardíaca de repouso, hipertrofia dos músculos esqueléticos, maior volume de ejeção cardíaca, maior eficiência respiratória, redução de níveis sanguíneos de colesterol e de triglicéridos.

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Tabela 1. Caracterização da prática desportiva em função do género.
Tabela 2. Caracterização da prática desportiva em função das classes de idade.
Tabela 4. Caracterização da prática desportiva em função do estado civil.
Tabela 5. Caracterização da prática desportiva em função da situação profissional.
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Referências

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