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A importância da leitura para o desenvolvimento da criança

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Academic year: 2021

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Escola de Ciências Humanas e Sociais Departamento de Educação e Psicologia

Relatório Final de Estágio

Versão Final

-Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico

A importância da leitura para o desenvolvimento da criança

Por Ana Rita Carneiro da Silva

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ii UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

Escola de Ciências Humanas e Sociais Departamento de Educação e Psicologia

Relatório Final de Estágio

Versão Final

-Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico

A importância da leitura para o desenvolvimento da criança

Por Ana Rita Carneiro da Silva

Sob orientação Professor Doutor Armindo Mesquita

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iii Relatório elaborado para a obtenção do Grau de Mestre em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico, de acordo com os Decretos-Lei n.º 74/2006 de 24 de março e n.º 43/2007 de 22 de fevereiro, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, orientado pelo Professor Doutor Armindo Mesquita.

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iv Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar para além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu Mas nele é que espelhou o céu.

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v

Dedicatória

Dedico este relatório dissertativo às pessoas mais importantes e especiais da minha vida: à minha mãe, Laura Carneiro, ao meu pai, Rogério Silva, e à minha irmã, Beatriz Silva, que sempre estiveram presentes e que me deram todo o apoio possível no meu percurso académico.

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vi

Agradecimentos

Chega ao fim mais uma estapa da minha vida e, deste modo, gostaria de expressar os meus sinceros agradecimentos:

 Aos meus pais e à minha irmã, pois sem eles este percurso não seria possível. Agradeço todo o amor, compreensão, apoio e incentivo que me deram todos os dias...

 Um agradecimento especial ao meu orientador, Professor Doutor Armindo Mesquita, pela disponibilidade, dedicação, espírito crítico, encorajamento, amizade, correções e sugestões relevantes que me permitiram melhorar o desempenho durante a realização deste relatório.

 Às crianças da sala dos 5 anos e aos alunos do 2º ano, por fazerem parte desta experiência, sendo um enorme contributo e estímulo para a minha prática e profissionalização.

 À Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e aos respetivos docentes que contribuiram na minha formação e percurso académico.

 Às instituições que me acolheram e permitiram o desenvolvimento da minha prática, que me proporcionaram a oportunidade de estagiar e crescer como futura profissional em Educação Pré-Escolar e 1º Ciclo do Ensino Básico.

 Um sincero obrigada às minhas colegas de curso, que caminharam comigo neste percurso, por todo o apoio, ajuda, conselhos, pelos momentos passados, pelo bom humor e pela amizade.

 Um obrigada especial ao Nuno Nunes pelo apoio incondicional, pelo companheirismo, pela paciência, pelos conselhos e pela sua presença nesta etapa da minha vida.

 A toda a minha família e amigos que, de uma forma ou de outra, me apoiaram neste percurso.

 A todos os que me ajudaram a ser quem sou, que depositaram e depositam confiança em mim.

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vii

Resumo

O presente Relatório de Estágio teve como alicerce dois estágios pedagógicos, o estágio I, em Educação Pré-Escolar, realizado no Infantário de Vila Real - (IPSS) e o estágio II, no 1º CEB, decorreu na Escola EB1 de Vila Real nº2, sendo este relatório o culminar do trabalho realizado para a obtenção do grau de Mestre em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico.

De acordo com a prática vivenciada em sala de Educação Pré-Escolar e 1º CEB e, tendo em atenção os objetivos definidos, foram apresentados critérios específicos para a sua fundamentação. Assim, foram adotados diversos procedimentos para desenvolver o presente relatório, cuja finalidade seria a de relacionar a teoria com a prática.

Este relatório pretende refletir sobre a consistência do trabalho realizado no decurso do estágio no Pré-Escolar e no 1º CEB dando particular enfâse à importância da leitura, uma vez que esta é fundamental para o bom desenvolvimento da criança.

A leitura está estreitamente vinculada ao processo de aprendizagem e, como tal, deve ser incluida no dia-a-dia das crianças. O educador/professor exerce um papel fundamental, uma vez que, seleciona textos adequados à transmição de momentos de aprendizagem através das histórias, aliando-as às atividades diárias.

Esta prática foi um ponto alto na nossa formação, foi o culminar de uma vasta aprendizagem onde se alargaram e transmitiram conhecimentos. Em síntese, a realização deste relatório foi enriquecedora a nível pessoal e profissional, não deixando de ser apenas o início de uma nova etapa nas nossas vidas.

Palavras-Chave: Estágio Pedagógico; Educação Pré-Escolar; 1º Ciclo do Ensino Básico; Leitura; Processo de Aprendizagem.

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viii

Abstract

The present report had as main foundation two educational phases, the pedagogical phase I in play school education, that occurred in the Vila Real Infantry – (IPSS), and the pedagogical phase II in the infant school, year one, occurred in Vila Real nº2 EB 1 School, being that this report is the sum of the work performed for obtaining of the degree of Master in Play School and Infant School Education.

According to the practice experienced in the classroom in both years and having in mind the defined goals, there were presented specific criteria for its grounds. Thus, several procedures were adopted to develop the present report, which has the goal to establish a relation between the theory and the real practice.

This report finality is to reflect upon the consistency of the work performed during the school year giving special attention to the importance of reading, once this is fundamental to the child´s good development.

The reading is strictly connected to the learning process and, as such, it should be included is the children´s daily activities. The educator/teacher has a fundamental role because he has to select the proper reading to each teaching/learning moment, using for that stories and relating them to everyday activities.

This practice was a high point in our preparation; it was the climax of a wide learning that became wider and where new knowledge was transmitted. In conclusion, doing this report was very enriching personally and professionally, hot being only the beginning of a new stage in our life.

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ix

Lista de abreviaturas

AEC – Atividade Extra Curricular

CEB – Ciclo do Ensino Básico

MEM – Movimento das Escolas Modernas

Ibidem – na mesma obra

IPSS – Instituição Particular de Solidariedade Social

OCEPE – Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar

p. – Página

PAA – Plano Anual de Atividades

PCG – Projeto Curricular de Grupo

PCT – Projeto Curricular de Turma

PE – Projeto Educativo

pp. - Páginas

RI – Regulamento Interno

SAF – Serviço de Apoio à Família

s.d. – sem data

s.p. – sem página

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x

Índice Geral

Dedicatória... v Agradecimentos ... vi Resumo ... vii Abstract ... viii Lista de abreviaturas ... ix Índice Geral ... x

Índice de Figuras ... xii

Índice de Anexos ... xiii

Introdução ... 1

Capítulo I ... 3

Caracterização dos Contextos ... 3

1. Pré-Escolar e 1º Ciclo do Ensino Básico ... 4

1.1. Meio Envolvente ... 4

1.1.1. A Cidade de Vila Real ... 5

1.1.2. Infantário de Vila Real ... 7

1.1.3. Escola EB1 de Vila Real nº 2 ... 8

1.2. Instituição ... 9

1.2.1. Infantário de Vila Real ... 9

1.2.1.1. Caracterização Global do Espaço ... 12

1.2.1.2. Características Globais da Sala de Atividades ... 14

1.2.1.3. Caracterização Global do Grupo de Crianças ... 20

1.2.2. Escola EB1 de Vila Real nº 2 ... 24

1.2.2.1. Características Globais da Sala de Aula ... 26

1.2.2.2. Caracterização Global da Turma ... 28

Capítulo II ... 30

A importância da leitura para o desenvolvimento da criança ... 30

2. A Importância da Leitura ... 31

2.1. Leitura Infantil: uma definição consensual ... 31

2.2. Leitura Literária: a palavra como diálogo infinito... 32

2.3. Leitura e Escrita: passaporte para a cidadania ... 33

2.4. Leitura em Contexto Escolar ... 35

2.4.1. A Importância da Leitura na Educação Pré-Escolar ... 35

2.4.1.1. A Área da Biblioteca na Sala do Pré-Escolar ... 37

2.4.2. A Importância da Leitura no 1º Ciclo do Ensino Básico ... 41

(11)

xi

2.6. Motivação para a Leitura ... 47

Capítulo III ... 49

Atividade Educativa ... 49

3. Pré-escolar ... 50

3.1. Análise global às Orientações Curriculares da Educação Pré-Escolar ... 50

3.2. Organização/Gestão do Tempo e das Atividades ... 51

3.2.1. Atividades Orientadas ... 51

3.2.2. Atividades Livres ... 52

3.2.3. Atividades de Rotina ... 52

3.3. 1º Ciclo do Ensino Básico ... 54

3.3.1. Análise Global à Organização Curricular e Programas do 1º CEB ... 54

3.4. Gestão do Currículo ... 57

3.4.1. Projeto Curricular de Grupo ... 57

3.4.2. Projeto Curricular de Turma ... 58

3.5. Desenvolvimento da Atividade Educativa ... 59

3.5.1. Conceito de Planear ... 59

3.5.2. A Atividade Educativa Desenvolvida – Educação Pré- Escolar ... 59

3.5.3. A Atividade Educativa Desenvolvida – 1º Ciclo do Ensino Básico ... 60

Capítulo IV ... 62 Processo Avaliativo ... 62 4. O Processo Avaliativo ... 63 4.1. Avaliação Diagnóstica ... 64 4.2. Avaliação Formativa... 64 4.3. Avaliação no Pré-Escolar ... 65 4.4. Avaliação no 1º ciclo ... 65

4.5. Avaliação do Projeto Curricular de Grupo ... 66

4.6. Importância da Prática Pedagógica... 67

Conclusão ... 87

Bibliografia ... 89

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xii

Índice de Figuras

Figura 1: planta da sala de atividades do estágio I...16 Figura 2: planta da sala de aulas do estágio II...27

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xiii

Índice de Anexos

Anexo 1 – Espaço de recreio do Infantário de Vila Real Anexo 2 – Instalações sanitárias do Infantário de Vila Real Anexo 3 – Refeitório do Infantário de Vila Real

Anexo 4 - Instrumento de gestão do grupo – mapa do tempo – Infantário de Vila Real Anexo 5 - Instrumento de gestão do grupo – mapa das presenças – Infantário de Vila Real

Anexo 6 - Instrumento de gestão do grupo – mapa das tarefas – Infantário de Vila Real Anexo 7 - Instrumento de gestão do grupo – relógio dos dias da semana – Infantário de Vila Real

Anexo 8 - Instrumento de gestão do grupo – mapa de aniversários – Infantário de Vila Real

Anexo 9 - Instrumento de gestão do grupo – avaliação do tempo – Infantário de Vila Real

Anexo 10 – sala de atividades do Infantário de Vila Real

Anexo 11 – área do quarto da sala de atividades do Infantário de Vila Real Anexo 12 – área do disfarce da sala de atividades do Infantário de Vila Real Anexo 13 – área da pintura da sala de atividades do Infantário de Vila Real

Anexo 14 – área dos jogos e área da garagem da sala de atividades do Infantário de Vila Real

Anexo 15 – área da cozinha da sala de atividades do Infantário de Vila Real

Anexo 16 – área do quadro magnético da sala de atividades do Infantário de Vila Real Anexo 17 – área da carpintaria da sala de atividades do Infantário de Vila Real

Anexo 18 – área da escrita e área da biblioteca da sala de atividades do Infantário de Vila Real

Anexo 19 – Plano Anual de Atividades do Agrupamento de Escolas Diogo Cão – Ano Letivo 2012/2013

Anexo 20 - Regulamento Interno do Agrupamento de Escolas Diogo Cão – 2009-2013 Anexo 21 – Escola EB1 de Vila Real nº 2

Anexo 22 – Refeitório da Escola EB1 de Vila Real nº 2 Anexo 23 – Polialente da Escola EB1 de Vila Real nº 2 Anexo 24 – Polivalente da Escola EB1 de Vila Real nº 2 Anexo 25 – Biblioteca da Escola EB1 de Vila Real nº 2

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xiv Anexo 26 – Auditório da Escola EB1 de Vila Real nº 2

Anexo 27 – Auditório da Escola EB1 de Vila Real nº 2 Anexo 28 – Sala de Leitura da Escola EB1 de Vila Real nº 2 Anexo 29 – Sala de Informática da Escola EB1 de Vila Real nº 2 Anexo 30 – Sala de aula da Escola EB1 de Vila Real nº 2

Anexo 31 – Atividade prática – livro da “Carochinha”

Anexo 32 – Atividade prática – pintura de imagens sobre a história “Carochinha” Anexo 33 – Atividade prática – dramatização – “O Capuchinho Vermelho” Anexo 34 – Atividade prática – livro do “O Capuchinho Vermelho”

Anexo 35 – Planificação nº 1 do Pré-Escolar – 6, 7 e 8 de fevereiro de 2012 Anexo 36 - Planificação nº 2 do Pré-Escolar – 13, 14 e 15 de fevereiro de 2012 Anexo 37 - Planificação nº 3 do Pré-Escolar – 22, 23 e 24 de fevereiro de 2012 Anexo 38 - Planificação nº 4 do Pré-Escolar – 27, 28 e 29 de fevereiro de 2012 Anexo 39 - Planificação nº 5 do Pré-Escolar – 5 a 28 de março de 2012

Anexo 40 - Planificação nº 5 do Pré-Escolar – Sessão Motora 1 – 6 de março de 2012 Anexo 41 - Planificação nº 5 do Pré-Escolar – Sessão Motora 2 – 13 de março de 2012 Anexo 42 - Planificação nº 5 do Pré-Escolar – Sessão Motora 3 – 20 de março de 2012 Anexo 43 - Planificação nº 5 do Pré-Escolar – Sessão Motora 4 – 27 de março de 2012 Anexo 44 - Planificação nº 6 do Pré-Escolar – 16 a 30 de abril de 2012

Anexo 45 - Planificação nº 6 do Pré-Escolar – Sessão Motora 1 – 17 de abril de 2012 Anexo 46 - Planificação nº 6 do Pré-Escolar – Sessão Motora 2 – 24 de abril de 2012 Anexo 47 - Planificação nº 7 do Pré-Escolar – 2 a 8 de maio de 2012

Anexo 48 - Planificação nº 7 do Pré-Escolar – Sessão Motora 1 – 7 de maio de 2012 Anexo 49 – Planificação das Atividades de Rotina

Anexo 50 – Projeto Curricular de Grupo

Anexo 51 – Atividade de Leitura – reconto de uma história Anexo 52 – Atividade de Leitura – leitura de uma história Anexo 53 – Planificação nº 1 – 1º CEB – 16 de outubro de 2012 Anexo 54 - Planificação nº 1 – 1º CEB – 17 de outubro de 2012 Anexo 55 - Planificação nº 2 – 1º CEB – 22 de outubro de 2012 Anexo 56 - Planificação nº 2 – 1º CEB – 23 de outubro de 2012 Anexo 57 - Planificação nº 2 – 1º CEB – 24 de outubro de 2012 Anexo 58 - Planificação nº 4 – 1º CEB – 5 de novembro de 2012 Anexo 59 - Planificação nº 4 – 1º CEB – 6 de novembro de 2012

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xv Anexo 60 - Planificação nº 4 – 1º CEB – 7 de novembro de 2012

Anexo 61 - Planificação nº 6 – 1º CEB – 19, 20 e 21 de novembro de 2012 Anexo 62 - Planificação nº 8 – 1º CEB –3, 4 e 5 de dezembro de 2012

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1 Introdução

Ao longo dos tempos, a sociedade tem sido alvo de mudanças, gerando alterações em situações futuras.

A diminuição do analfabetismo foi uma mudança positiva que surgiu na nossa sociedade e fez dela uma sociedade alfabetizada e com elevados progressos no ensino. Para que estes progressos estejam em constante evolução é necessário investir na sociedade, começando desde logo pela educação pré-escolar, onde se encontram os futuros representantes da mesma.

Assim, é necessário reconhecer a importância que a leitura assume nas nossas vidas e criar estímulos para o gosto pela leitura. Este papel cabe ao educador/professor, pois este é o agente mais participativo na educação escolar de uma criança.

Muitos alunos vêm a leitura como um ato de aborrecimento devido às diversas formas que, hoje em dia, a criança tem de ocupar o seu tempo. Contudo, a leitura continua a ser uma atividade imprescindível tanto a nível escolar como social, abrindo portas para o conhecimento e para a construção de uma sociedade melhor.

O indivíduo incapacitado de ler, não conseguirá ter uma participação ativa na vida social, constituindo-se assim esta incapacidade como um fator de exclusão social.

Neste sentido, apesar da escola não ser o único lugar onde se podem formar leitores, a abordagem da leitura na educação pré-escolar e no 1º CEB é determinante para o sucesso educativo de cada criança. É esperado que o meio escolar desenvolva nas crianças a prática da leitura, pois é neste contexto que o aluno aprende a ler e a gostar de ler.

A leitura deve ser “uma actividade desejada e livremente elegida e para isto necessita da colaboração da família, da escola e da sociedade”. (Mesquita, 2008, p.146)

Deste modo, quer a família quer o educador/professor devem adoptar as mais variadas estratégias de motivação para que os alunos tenham, desde cedo, a perceção da importância que a leitura tem e terá na sua vida.

Perspetivando que, a importância da leitura é um dos pontos fulcrais na educação da criança, decidimos escolher este tema para abordar no presente relatório.

Em termos estruturais, este relatório encontra-se organizado em quatro partes, antecedidas por uma Introdução e seguidas de uma Conclusão. Pretende sintetizar o

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2 percurso efetuado ao longo das práticas pedagógicas e tem como objetivo descrever, analisar e refletir sobre o trabalho desenvolvido nas mesmas.

O capítulo I descreve o meio em que estavam inseridas as instituições, pois é essencial ter uma visão do local para nos ambientarmos ao mesmo e para compreendermos as características das crianças com quem vamos, posteriormente, trabalhar e manter contacto durante um determinado período de tempo. Neste ponto, falamos também das instituições e, essencialmente, das turmas com quem tivemos o privilégio de trabalhar e ensinar, onde pudemos transmitir os nossos saberes e conhecimentos, como partilhar e também receber experiências novas.

O capítulo II foca-se no tema principal deste relatório, descrevendo a importância que a leitura tem para o bom desenvolvimento da criança. Neste ponto, encontram-se aspetos fundamentais como a importância da leitura em cada um dos contextos, o papel essencial dos educadores e dos professores e a motivação que estes podem transmitir ao grupo para que a leitura não se torne numa obrigação, mas sim num ato de prazer.

Relativamente ao capítulo III, este aborda as atividades desenvolvidas ao longo dos estágios. Neste capítulo, é feita uma análise às OCEPE e à Organização Curricular e Programas do 1º CEB, tal como à gestão do currículo, onde se encontra uma breve definição do PCG e do PCT. Posteriormente, descrevemos algumas atividades desenvolvidas na educação pré-escolar e no 1º CEB.

O capítulo IV apresenta o processo avaliativo utilizado em ambas as turmas e é referenciada uma reflexão sobre a nossa prática pedagógica.

(18)

3

Capítulo I

Caracterização dos Contextos

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4 1. Pré-Escolar e 1º Ciclo do Ensino Básico

1.1. Meio Envolvente

O Estágio I e o Estágio II realizaram-se na cidade de Vila Real: o primeiro estágio no Infantário de Vila Real – IPSS e o segundo na Escola EB1 de Vila Real nº2.

A caracterização do meio sociogeográfico focar-se-á nos aspetos mais importantes, pois é fundamental conhecer bem o meio em que estão inseridas as crianças, para assim, não só as podermos compreender melhor e respeitar as suas características pessoais e os seus saberes já adquiridos, como para também podermos proporcionar uma melhor ligação com o próprio meio.

É igualmente importante fazermos um levantamento do meio, pois a escola não é um mundo à parte, mas uma parte integrante da aldeia, da vila ou da cidade em que está situada. (Lobo, 1988, p. 19)

Além disso, segundo as Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (OCEPE),

o desenvolvimento humano constitui um processo dinâmico de relação com o meio em que o indivíduo é influenciado, mas também influência o meio em que vive. (…) O meio social envolve – localidade ou localidades de onde provêm as crianças que frequentam um determinado estabelecimento de educação pré-escolar, a própria inserção geográfica deste estabelecimento – tem também influência, embora indirecta na educação das crianças. (Ministério de Educação, 1997, p.31)

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5 1.1.1. A Cidade de Vila Real1

A cidade de Vila Real nasceu na segunda metade do século XIII, por vontade expressa de El-Rei D. Dinis.

Nos séculos XVII e XVIII, Vila Real fortalece o cognome de “Corte de Trás-os-Montes”, que havia ganho com a presença dos nobres que ali se fixaram por influência da Casa dos Marqueses de Vila Real, presença ainda hoje visível nas inúmeras pedras-de-armas que atestam os títulos de nobreza dos seus proprietários.

Nesta altura, Vila Real englobava uma povoação muito importante, que lhe permitiu alcançar o estatuto de capital de província. Na década de 20 do século XX, Vila Real demonstra o seu peso económico, demográfico e administrativo com dois atos de grande relevo: a criação da Diocese em 20 de abril de 1922 e a elevação a cidade em 20 de julho de 1925.

A cidade de Vila Real encontra-se inserida na região de Trás-os-Montes e Alto Douro e a sua localização geográfica ajudou na evolução do número de habitantes.

Vila Real encontra-se, atualmente, em fase de desenvolvimento a vários níveis, sendo estes, comercial, industrial, saúde, ensino, serviços e turismo.

A cidade localiza-se rodeada de altas montanhas onde se encontram as serras do Alvão e do Marão e avistam-se os vales da Campeã e os Vinhedos em socalcos do Douro, os dois tipos de paisagem que caracterizam esta região. É sede de concelho e capital de distrito e insere-se num meio rural com algumas localidades semiurbanas. A sua rede de transportes consegue satisfazer as necessidades da população e o setor terciário é predominante.

O distrito de Vila Real é composto por 14 concelhos e 257 freguesias, inseridos na região de Trás-os-Montes e Alto Douro, sendo capital de distrito.

Atualmente, o seu concelho é constituído por 20 freguesias (rurais, urbanas e montanhosas), que são elas: Abaças, União das Freguesias de Adoufe/Vilarinho de Samardã, Andrães, Arroios, União das Freguesias de Borbela/Lamas de Ôlo, Campeã, União das Freguesias de Constantim/Vale de Nogueiras, União das Freguesias de Nogueira/Ermida, Folhadela, Guiães, União das Freguesias de São Tomé do Castelo/Justes, União das Freguesias de Mouçós/Lamares, Lordelo, Mateus, Mondrões, União das Freguesias da Cidade, Parada de Cunhos, União das Freguesias de São Miguel da Pena/Quintã/Vila Cova, Torgueda e Vila Marim.

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6 A população do concelho ronda os 52.000 habitantes, para uma área de cerca de 370 km2.

Vila Real é uma cidade rica em ofertas culturais e de lazer, tais como:

- Sé de Vila Real (igreja de S. Domingos), na Avenida Carvalho Araújo. Após algumas obras realizadas recentemente na Sé, esta passou a possuir vitrais e peças esculturais de artistas;

- Palácio, Casa ou Solar de Mateus, situado na freguesia de Mateus na estrada que liga Vila Real a Sabrosa. É um dos mais belos exemplares de arquitetura civíl barroca em Portugal. O palácio acolhe um valioso museu que pode ser visitado pelo público em geral;

- Casa dos Marqueses de Vila Real, situada na Avenida Carvalho Araújo. Foi nesta casa que habitou a família dos Marqueses, caídos em desgraça pelo seu envolvimento na conjura contra D. João IV, em 1641;

- Casa de Carvalho Araújo, situada na Rua Camilo Castelo Branco, onde viveu o heroico marinho Carvalho Araújo, que morreu ao intrometer o seu navio entre um submarino alemão e o vapor S. Miguel que seguia repleto de passageiros;

Vila Real é, ainda, conhecida por toda a sua tradição e costumes e encontra-se em contínuo desenvolvimento.

Existem também inúmeros estabelecimentos de ensino ao qual iremos realçar alguns nomes, tal como o Colégio de S. José, a Escola de Vila Real nº 2 ou a Escola Básica Carvalho Araújo.

Saliento também importantes Instituições que servem a cidade, como o Tribunal, os CTT, a Biblioteca Municipal – Dr. Júlio Teixeira, o Teatro Municipal, o Palácio de Mateus, o Hospital de Vila Real, o Museu do Som e da Imagem, etc.

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7 1.1.2. Infantário de Vila Real

O Infantário de Vila Real localiza-se no centro da cidade de Vila Real, na Rua 31 de Janeiro nº 62, junto dos bombeiros e da rua direita (uma das ruas mais movimentadas e com maior comércio de Vila Real).

Parte desta freguesia ocupa a zona sudeste da cidade. É bastante diversificada incluindo no seu território boa parte do centro histórico da cidade de Vila Real e um dos seus bairros mais típicos (Bairro de Santa Margarida, vulgarmente designado Bairro dos Ferreiros), um bairro social do último quartel do século XX (Araucária) e uma das zonas privilegiadas de expansão no início do século XXI (zona de Além-Rio, em volta do Centro Comercial Dolce Vita Douro e do Teatro de Vila Real), e parte do campus da UTAD.

Relativamente à localização da instituição esta encontra-se bem situada e tem uma boa acessibilidade, uma vez que se encontra no centro da cidade, rodeada por muitos acessos. Quanto à circulação é necessário salientar que esta nem sempre cumpre as melhores condições, uma vez que a rua é apertada e o lugar de estacionamento referente à instituição é de apenas dois lugares, um limite muito reduzido em relação à quantidade de pais que vão de automóvel levar e buscar os seus filhos.

A freguesia de São Pedro foi extinta pela reoorganização administrativa de 2012/2013, sendo o seu território integrado na União das freguesias de Vila Real (Nossa Senhora da Conceição, São Pedro e São Dinis).

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8 1.1.3. Escola EB1 de Vila Real nº 2

A Escola EB1 de Vila Real nº 2, mais conhecida do Bairro São Vicente de Paula, é uma instituição da Rede Pública do Ministério da Educação, pertencente ao concelho e distrito de Vila Real e está integrada no Agrupamento Vertical de Escolas Diogo Cão. Localizando-se, mais especificamente, na Rua Heitor Cramez, 5000-406, Vila Real.

Situa-se na zona norte da cidade e é composta por aglomerados populacionais, com grande densidade, com destaque para o Bairro São Vicente de Paula.

Este é constituído por duas partes distintas, usualmente conhecidas por parte nova e parte velha. A escola está situada na parte nova. A parte velha é formada por sete ruas onde se encontram implantadas as cem primeiras casas.

Nesta freguesia situam-se algumas das mais importantes instituições públicas e equipamentos sociais do concelho de Vila Real. A sua sede situa-se, desde 1988, no Bairro São Vicente de Paula.

Podemos ainda encontrar o Regimento de Infantaria de Vila Real, o mercado de Roupas, a zona de Lazer de Codessais, o Cemitério de Santa Iria, a Igreja de Nossa Senhora Da Conceição e a cadeia central do distrito de Vila Real.

Embora a Escola Básica se encontre num local que apresenta ótimas condições ao nível das infraestruturas que o rodeia, há um senão: próximo deste existe o Regimento de Infantaria nº 13, o que não deveria de acontecer, uma vez que o Despacho Conjunto nº 268/97, de 25 de agosto, refere “[…] as condições de segurança e salubridade que devem presidir à localização dos estabelecimentos de educação, passam pela não selecção de locais: […] e) na proximidade de […] estabelecimentos militares.” Além disso, ainda segundo este Despacho Conjunto, o local não deve ter “inclinações muito pronunciadas, desníveis bruscos”, o que não se verifica, uma vez que a Escola se encontra numa zona mais alta e a estrada que dá acesso a esta tem bastante inclinação, levando a que o espaço onde os familiares das crianças estacionam os seus veículos não seja o mais adequado.

Relativamente aos meios de transporte, existe o Corgobus como meio de transporte coletivo e o táxi como meio de transporte particular. As vias de comunicação estão em boas condições e são variadas.

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9 1.2. Instituição

1.2.1. Infantário de Vila Real2

O Infantário de Vila Real é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), que usufrui de creche e jardim-de-infância.

Esta Instituição não possui de quaisquer fins lucrativos, sendo a mensalidade paga tendo em conta o rendimento de cada família. Assim, é frequentada por crianças das diversas camadas sociais.

Os seus principais objetivos são:

 Promover o desenvolvimento integral da criança;

 Colaborar com a família na promoção da saúde e bem-estar da criança;

 Estimular o convívio entre as crianças de maneira a promover a sua integração social;

 Assegurar todos os cuidados de higiene e alimentação adequados à criança.

Esta Instituição possui um Regulamento Interno elaborado e organizado de modo a favorecer toda a comunidade inserida e melhorar o funcionamento da instituição.

A direção desta instituição é constituída por vários membros responsáveis pela gestão e pelo bom funcionamento da mesma.

A instituição em causa orienta-se por três documentos importantes para o seu bom funcionamento: o Regulamento Interno (RI), o Plano Anual de Atividades (PAA) e o Projeto Educativo (PE).

O horário de funcionamento da instituição inicia às 7h e 45 minutos da manhã prolonga-se até às 18h e 30 minutos no período da tarde.

As crianças deverão entrar na Instituição até às 10horas no período da manhã. No período da tarde, se houver infração no cumprimento do horário para além do estipulado os pais serão sujeitos a uma coima.

No Infantário de Vila Real as crianças usufruem de atividades extracurriculares desde que consentido pelos encarregados de educação. Trata-se de atividades como o ballet, o inglês e a natação.

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10 Segundo a Legislação (Despacho Conjunto nº 268/97 de 25 de agosto), os espaços essenciais a considerar na criação de estabelecimentos de Educação Pré-Escolar, são os seguintes:

 Sala de atividades;

 Vestiário e instalações sanitárias para crianças;  Sala polivalente;

 Espaço para equipamento de cozinha, arrumação e armazenamento de produtos alimentares;

 Gabinete, incluindo espaço para arrecadação de material didático;  Espaço para arrumar material de limpeza;

 Instalações sanitárias para adultos;  Espaço de jogos ao ar livre.

Pelo que conseguimos verificar, o Infantário de Vila Real reúne as condições acima transcritas segundo a Legislação (Despacho Conjunto nº 268/97 de 25 de agosto). Nesta instituição podemos verificar a existência de várias salas de atividades, de boas instalações sanitárias tanto para as crianças como para os adultos, de uma sala polivalente, uma cozinha com espaço para arrumos, espaços para arrumação de material e um recreio espaçoso para as crianças poderem brincar.

O Infantário de Vila Real é constituído pela parte da creche, uma zona de recreio frequentado por todas as crianças, um ginásio, uma cozinha e por quatro salas de atividades. Estas salas dividem-se pela sala dos três anos, pela sala dos quatro anos, pela sala dos cinco anos e por uma sala heterogénea com crianças entre os três e os cinco anos.

Esta Instituição tem ao seu serviço um diretor técnico, um diretor pedagógico, quatro educadoras de infância, quatro auxiliares de ação educativa, duas empregadas auxiliares, um porteiro e duas cozinheiras/auxiliares de cozinha.

A Educadora é responsável pelas crianças, nos termos da legislação em vigor. Na ausência da Educadora, estas ficam sob a vigilância da Auxiliar de Ação Educativa e quando tal acontece a responsabilidade da vigilância das crianças recai sobre esta última.

No RI não se encontra explícito, mas para além da responsabilidade que a Educadora exerce, os pais também possuem alguma, pois devem entregar um número de

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11 telefone para contacto imediato em caso de doença ou outro imprevisto que ocorra durante o dia.

É fundamental que os pais tenham cuidado com a higiene, o asseio e a limpeza da criança.

Relativamente ao PAA, este pretende descrever todas as atividades que serão desenvolvidas ao longo do ano letivo, de modo a assegurar uma melhor gestão e organização das atividades a realizar por parte dos Educadores. Nesta instituição, o PAA encontra-se organizado mensalmente e cada mês possui um conjunto de atividades a desenvolver, um conjunto de objetivos a alcançar com o desenvolvimento das atividades e, por fim, também estão mencionados os recursos a usar para se alcançarem os objetivos propostos.

No que concerne ao PE, trata-se de um documento elaborado por uma equipa com a participação da comunidade educativa (alunos, professores, pais, entre outros), que introduzem linhas orientadoras pelas quais a escola se guia. Este documento tem em atenção os fatores pessoais, relacionais, estruturais e pedagógicos. São várias as definições atribuídas a este documento. Deste modo, Segundo Alves (citado por Almeida, 1998, p. 32) o PE é um documento que “(…) orienta a acção educativa, que esclarece o porquê e para quê das actividades escolares, que diagnostica os problemas reais e os seus contextos, que exige a participação crítica e criativa (…) e que sabe o que avaliar, para quê, como e porquê.”

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12 1.2.1.1.Caracterização Global do Espaço

O espaço “(…) é um acúmulo de recursos de aprendizagem e desenvolvimento pessoal (…),” daí a importância em organizar “(…) os espaços de forma a que constituam um ambiente rico e estimulante de aprendizagem.” (Zabalza, 1998, p. 241)

Battini (citado por Zabalza, 1998, p. 231) considera que “(…) é necessário entender o espaço como um espaço de vida, no qual a vida acontece e se desenvolve”.

Quando nos referimos ao termo espaço consideramos apenas o espaço físico, inserindo-se nele os locais onde se realizam as atividades, sendo este constituído por objetos, materiais didáticos, mobiliário e decoração de forma a constituírem conteúdos de aprendizagem.

O seu conceito faz referência à relação estabelecida entre si mesmo e as várias pessoas intervenientes.

A organização do espaço requer um ambiente complexo e estimulante relativamente à aprendizagem e crescimento pessoal.

Espaço exterior

Por norma, é no recreio que as crianças podem fazer várias brincadeiras, podem explorá-lo livremente e é um dos espaços que a criança mais dá importância, vendo-o como “seu”. Este espaço pode ser grande ou pequeno, com muitos ou até mesmo nenhuns baloiços. O espaço exterior é um ótimo meio para estimular as crianças.

“O espaço exterior é um local que pode proporcionar momentos educativos intencionais, planeados pelo educador e pelas crianças”. (Ministério da Educação, 1997, p. 39)

O espaço exterior tem uma dimensão razoável para que as crianças possam correr e brincar à vontade. O piso é adequado a que as crianças possam andar sem preocupações, uma vez que não se magoam, apesar de faltar uma área coberta. O recreio não tem baloiços, mas tem marcado, no chão, dois jogos da “macaca”. Neste espaço, as crianças podem levar os seus brinquedos e partilharem com outras crianças.

Quanto a condições de perigo, este tem apenas um aspeto negativo, pois tem um portão que dá acesso a uma das entradas. Estando as crianças a brincarem no recreio, estão sempre perto desse mesmo portão, que apesar de estar fechado, é fácil de abrir. (ver anexo 1)

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13  Espaço Interior

Átrio de Acolhimento – Hall

Este é um espaço de passagem “obrigatória” para todas as pessoas que entram na Instituição. É o local que os pais utilizam para deixarem os seus filhos e, posteriormente, recolhê-los. É no hall que as crianças são recebidas.

Nele podemos encontrar placards com trabalhos realizados pelas várias salas, acabando por ser tanto uma forma de decoração do espaço como uma maneira de mostrar o trabalho elaborado pelas crianças. Neste espaço também se encontra algum material com informações respeitantes à Instituição.

Instalações Sanitárias

As instalações sanitárias são adequadas às idades das crianças e encontram-se bem equipadas, com sanitas, lavatórios e espelhos de pequenas dimensões, para assim não dificultarem a sua utilização. Estas possuem de uma ótima luminosidade, uma vez que usufruem de iluminação artificial e natural. São todas pavimentadas por mosaicos, facilitando assim a sua limpeza. Encontram-se sempre limpas e arejadas.

As casas de banho da Instituição encontram-se relativamente próximas das salas de atividades. (ver anexo 2)

Refeitório

O refeitório da Instituição é espaçoso de modo a caberem todas as crianças. É constituído por mesas redondas e cadeiras pequenas, tendo cada mesa capacidade para oito crianças. Cada sala tem as suas próprias mesas e cada menino o seu próprio lugar, não se misturando assim com as outras salas.

Este espaço tem como principal função servir os lanches e os almoços das crianças, sendo acolhedor e confortável e possuindo de luz natural e artificial. (ver anexo 3)

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14 1.2.1.2. Características Globais da Sala de Atividades

Segundo Maria João Cardona (1992, p. 8) “(…) no jardim-de-infância, as salas são geralmente organizadas de forma a permitir às crianças a escolha de diferentes tipos de actividades”.

Deste modo, é fundamental que as instituições cumpram com a legislação, para que as crianças possam tirar o melhor proveito possível, pois elas aprendem experimentando e para experimentar precisam de espaço.

As salas, no jardim-de-infância, organizam-se para que as crianças tenham a possibilidade de escolher os diversos tipos de atividades, privilegiando a sua interação com os recursos (materiais e humanos). O dia da criança divide-se em trabalhos de grande grupo e em trabalhos individuais, proporcionando a execução de diversas atividades em simultâneo.

Assim, o Educador deve saber organizar um ambiente estimulante de modo a permitir às crianças a vivência de inúmeras possibilidades de ação.

Relativamente à sala de atividades onde realizamos o estágio, constatamos que obedece a vários critérios defendidos pela autora Miquelina Lobo (1988, p. 19), na medida em que “(…) a sala deve estar organizada em áreas bem definidas e delimitadas no espaço, e o material em cada uma deverá estar disposto de modo a transmitir à criança o seu modo de utilização (…)”.

Na sala onde estagiamos, existiam condições favoráveis ao bem-estar de todo o grupo, espaço suficiente para a realização de todas as atividades e para a arrumação de todo o material e trabalhos executados. Estes espaços vão ao encontro dos gostos e necessidades do grupo de crianças, ou seja, a sala está organizada de forma que as crianças todos os dias possam olhar e escolher o que querem fazer. É notável também a delimitação das zonas específicas das atividades.

Ao longo do estágio a disposição das mesas permaneceu sempre de igual modo, favorecendo o espaço para que o grupo se possa dispersar livremente, não sendo necessária uma mudança.

Quanto ao material, este encontrava-se ao alcance de todo o grupo, podendo este ser utilizado desde que houvesse responsabilidade. Pudemos verificar que a sala estava preenchida com bastante material, desde lápis, marcadores, borrachas, folhas de papel, papel autocolante, picos, palhinhas, palitos, tintas, pincéis, entre muitos outros materiais…

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15 As áreas existentes na sala, para além de permitirem à criança desenvolver competências sociais, permitem também que o Educador as vá avaliando e conhecendo melhor, uma vez que nesse espaço elas reagem de forma espontânea e verdadeira.

A sala encontrava-se organizada por “áreas”, estando estas designadas por área do acolhimento, da biblioteca, do disfarce, do quarto, da pintura, dos jogos e construções, da garagem, do quadro magnético, da pintura, da carpintaria e da cozinha.

Estas áreas encontravam-se preenchidas com diversificados tipos de materiais didáticos, proporcionando ao grupo curiosidade, fantasia e criatividade para assim ser estimulado o seu desenvolvimento cognitivo.

Quanto ao espaço vertical a sala dispõe de três placards destinados aos trabalhos realizados pelas crianças e um destinado a informações, este encontrava-se preenchido com material informativo e trabalhos explorados, na sala de aula, pelo grupo, dando mais ânimo e cor à própria sala. Para além destes trabalhos, pode-se ainda verificar material essencial para o processo de aprendizagem do grupo, tal como, o mapa do tempo, mapa de presenças, regras da sala de aula, mapa de tarefas, relógio dos dias da semana, mapa dos aniversários, avaliação mensal do tempo… (ver anexos 4, 5, 6, 7,8 e 9)

Para que possamos compreender melhor o modo como se encontra organizado o espaço na sala de atividades, apresentaremos a respetiva planta.

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16 Área da garagem Área dos jogos e construções Área da escrita Área da biblioteca Área do quarto Área do disfarce Placard Área do Quadro magnético Área da pintura Armário Área da cozinha Armário Porta Área da carpintaria Placard Placard mesa mesa mesa

Figura 1: planta da sala de atividades do estágio I (autoria própria)

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17 Contudo, a sala é acolhedora e com boa iluminação tanto a nível natural como artificial, com aquecimento e acesso direto ao recreio. As janelas encontravam-se equipadas com estores permitindo, sempre que necessário, que a sala ficasse parcialmente escura para a realização de algumas atividades.

O pavimento é confortável e lavável, as paredes têm cores claras e permitem a fixação dos trabalhos elaborados pelas crianças.

A existência de uma auxiliar permanente ajuda a que a sala se mantenha sempre limpa e arrumada.

No centro da sala situam-se três mesas de médias dimensões onde as crianças realizam inúmeras atividades. (ver anexo 10)

O cabide das crianças encontra-se fora da sala de atividades, junto à porta. Assim, como nos indica o Despacho Conjunto nº 258/97 de 21 de agosto, cada criança tem o seu próprio cabide.

Na sala existem vários armários onde se encontram os materiais. Uns são somente para uso da Educadora Cooperante e, portanto, são altos. Outros são mais baixos para que as crianças os possam alcançar e escolherem os materiais que desejam utilizar de forma autónoma.

É importante uma sala de atividades encontrar-se organizada por áreas. Ora, a sala onde realizamos o estágio assim se encontrava. Deste modo, passamos a caracterizar as áreas existentes, mencionando a importância das mesmas no desenvolvimento das crianças.

A área do acolhimento é um espaço que deve ter razoáveis dimensões de modo a que todo o grupo se encontre bem instalado. Esta área situa-se no centro da sala e é o lugar que favorece a união do grupo. É neste local que todos se sentam no início da manhã, para contar alguma história, “cantar, conversar, combinar coisas, dividir tarefas, etc.” (Lobo, 1988, p. 19) ou para realizar alguma atividade, mas também é aqui que é feito o acolhimento. Esta área recebe luminosidade artificial e alguma natural.

A área do quarto é constituída por um quarto que contém uma cama, uma mesinha de cabeceira, bonecos, um telefone, uma tábua de engomar e um espelho. É uma área muito requisitada tanto pelas meninas como pelos meninos. (ver anexo 11)

Na área do disfarce, constituída por um cabide encontram-se diversas peças de roupa (peças, normalmente, usadas que foram oferecidas pelos pais). Neste espaço, a imaginação da criança voa sem limites. Elas podem imitar outras pessoas, outras personagens, serem o que elas quiserem! (ver anexo 12)

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18 A área da pintura é um espaço essencial numa sala de aula, pois proporciona atividades de agrado a todo o grupo. Nesta área encontra-se um cavalete, acompanhado pelas tintas necessárias e com o espaço suficiente para que o grupo possa dar largas à criatividade e concluírem de forma positiva os seus trabalhos. (ver anexo 13)

Na área dos jogos e construções existe uma enorme variedade de jogos, os quais o grupo pode explorar e desenvolver o raciocínio e a lógica, a capacidade de selecionar, memorizar, estabelecer sequências, ordenar. Pode-se verificar que existem uma enorme quantidade de jogos em bom estado e grande diversidade, fornecendo uma maior escolha.

Estas atividades podem ser realizadas tanto no chão, no próprio espaço ou nas mesas. É uma área essencialmente procurada pelos meninos.

A área da garagem é uma pequena área que se encontra junto da área dos Jogos e Construções, é constituída por uma garagem feita em madeira, a qual contém diversos carros para que as crianças possam brincar. (ver anexo 14)

A área da cozinha encontra-se bem equipada com uma mesa e cadeiras de plástico, uma banca da loiça, um armário com os utensílios de cozinha, tal como, pratos e copos de plástico, um cesto com alimentos de plástico e aventais para dar mais realidade à brincadeira. (ver anexo 15)

A área do quadro magnético é constituída por um quadro magnético com uma boa dimensão e marcadores coloridos onde todos os dias é escrita a data por uma criança. Nesta área, as crianças podem escrever e desenhar livremente, sempre que houver disponibilidade. (ver anexo 16)

A área da carpintaria é constituída por uma bancada que contém diversas ferramentas, todas elas em plástico. É uma área em que as crianças podem fingir que são profissionais da carpintaria e brincarem livremente. (ver anexo 17)

A área da biblioteca é constituída por dois bancos e um armário que contem diversos tipos de livros, desde pequenos a grandes, coloridos, com imagens, desde histórias tristes a contos de fada.

Nesta área, os elementos do grupo podem escolher livremente o livro e podem-no ler podem-nos respetios bancos.

É um espaço bastante colorido e confortável apelando assim à leitura, pois é de extrema importância que as crianças despertem o gosto pela leitura desde cedo.

Durante o estágio, foram elaborados três livros, os quais passaram a enriquecer a biblioteca!

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19 A área da escrita foi a nova área imposta na sala de atividades, é um espaço pequeno, mas adequado a que as crianças possam passar algum tempo a escreverem e a desenharem letras. Está decorada com as letras que o grupo já aprendeu e com números.

Além de ser uma nova área, esta está sempre ocupada, tendo uma grande procura. (ver anexo 18)

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20 1.2.1.3. Caracterização Global do Grupo de Crianças

Conforme é evidenciado nas Orientações Curriculares da Educação Pré-Escolar (1997), o grupo assume extrema importância na interação social e de relação adultos/crianças e crianças/crianças, constituindo a base do processo educativo. Para, além disso, existem diversos fatores que influenciam o funcionamento de um grupo, como por exemplo, as características individuais de cada criança, o sexo, a idade e a dimensão do grupo.

A organização do grupo em qualquer contexto educativo tem que ter em conta os seguintes pontos: composição etária, crianças em diferentes momentos de desenvolvimento, trabalho individual em pequeno e grande grupo, aprendizagem cooperada, participação das crianças na elaboração de normas e regras, e por último, a participação das crianças no planeamento e avaliação.

O grupo de crianças é formado por dezasseis crianças do sexo masculino e seis do sexo feminino, perfazendo um total de vinte e duas crianças. É homogéneo na idade, visto todas as crianças possuírem cinco anos, mas heterogéneo em sexo.

Uma vez que faz parte do RI da Instituição o número de crianças por sala ser de vinte e cinco alunos, as restantes vagas serão preenchidas a qualquer momento.

O grupo é dinâmico, sempre com curiosidade em aprender, mostrando grande entusiasmo nas atividades propostas e tendo uma participação ativa e direta. Sendo um grupo alargado, existem crianças mais comunicativas que outras.

No que concerne às atividades de recreio, à higiene pessoal e às refeições, é um grupo bastante autónomo.

No geral, é um grupo de crianças carinhosas, meigas, acolhedoras, com sentido criativo, com grande curiosidade, não sendo muito distraídos nem agitados, conseguindo assim criar um bom e agradável ambiente na sala.

Realçamos a situação de uma criança que é um pouco inquieta, o que de certa forma destabiliza o grupo em vários momentos. Em prol desta situação, outras crianças manifestam também alguma perturbação de modo a chamarem a atenção.

A caracterização do grupo baseou-se numa observação, tendo como referência as Áreas de Conteúdo definidas nas Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar.

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21 Deste modo, o grupo é assim caracterizado:

Área de Formação Pessoal e Social

 Identidade e Autoestima – apresentam um nível de autoestima normal, identificando-se a si mesmas e aos outros de igual modo; cumprem as tarefas que lhes forem propostas; demonstram empenho nas atividades que realizam.  Autonomia e Responsabilidade – a maioria das crianças revela autonomia na

maior parte das suas necessidades do dia-a-dia, embora haja uma ou outra criança que apresente certas dificuldades, como por exemplo, em tomar o leite sozinho, em apertar os cordões…

 Valores e cidadania – tem consciência do que devem e não devem fazer, apesar de algumas das vezes lhes custar a assumir os seus atos quando estes estão errados.

Área do Conhecimento do Mundo

 Conhecimento Social – o grupo parece conhecer o meio onde vive; reconstroem relatos acerca de situações do presente e do passado, pessoal, local ou outro, e distinguem situações reais.

 Localização no tempo e no espaço – utilizam noções espaciais relativamente ao que observam, como exemplo disso, “longe/perto”; “dentro/fora”; “esquerda/direita”…

 Educação Ambiental – o grupo tem conhecimento da importância da separação do lixo, fazendo-o em contexto escolar sem dificuldades.

Área da Expressão e Comunicação

Domínio das Expressões:

 Expressão Motora – neste âmbito, o desenvolvimento motor das crianças é normal para a sua idade, não demonstrando dificuldades no nível da habilidade motora e, por norma, cumprem as regras impostas.

 Expressão Dramática – o grupo demonstra curiosidade, empenho e prazer nas atividades de Expressão Dramática. São capazes de improvisar, inventar e experimentar personagens e situações do faz de conta.

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22  Expressão Plástica – foram verificadas algumas dificuldades no recorte e

picotagem por parte de algumas crianças, mesmo assim, conseguem utilizar de forma autónoma diferentes materiais. Na pintura conseguem fazer desenhos que retratem alguma situação vivida ou imaginária de forma realista.

 Expressão Musical – o grupo consegue interpretar canções com ritmo e melodia e tem uma boa capacidade de memorização.

 Domínio da Linguagem Oral e Abordagem à Escrita – identificam palavras que comecem ou acabem com a mesma sílaba; conseguem produzir o próprio nome sem copiarem; reconhecem as letras (consoantes e vogais); distinguem letras de números; sabem pegar corretamente nos livros; recitam poemas, lengalengas, quadras. Salientando apenas uma criança com problemas de dicção que não consegue produzir todas as palavras corretamente ao nível da oralidade.

 Domínio da Matemática – não há grandes dificuldades a salientar, uma vez que o grupo já sabe contar ordenadamente; conhecem e identificam as formas e os tamanhos. Frisamos o caso de uma das crianças que consegue ter um bom raciocínio, fazendo contas de somar de cabeça e com bastante rapidez.

Relativamente aos interesses do grupo, as crianças possuem características diferentes segundo o seu género:

Dentro da sala de atividades, a maior parte das meninas tem uma elevada preferência pelas áreas da cozinha, do quarto, do disfarce e da biblioteca. Sendo apenas duas a quantidade de meninas que prefere a área dos jogos e construções.

Quanto aos meninos, as suas preferências baseiam-se entre os jogos e construções, a biblioteca e brinquedos que trazem da sua própria casa. Havendo, normalmente, exceções, há de certo modo, alguns meninos que também vão escolhendo a área do disfarce e a área da cozinha.

De um modo geral, todo o grupo gosta de atividades como a modelagem, a pintura, o recorte, a picotagem. Ao longo do tempo, sempre foram manifestando entusiasmo no que referenciava à tecnologia e informação, tendo preferência pela visualização de histórias e vídeos em PowerPoint. O grupo demonstrou também iniciativa em relação ao conto de histórias que se encontravam disponíveis na biblioteca e à escrita.

O grupo gosta de passar momentos ao ar livre, de brincar e correr em espaços amplos. Adora surpresas e novidades e está sempre pronto a propostas desafiadoras.

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23 Foram fazendo, sempre que possível, perguntas pertinentes e importantes, interessando-se interessando-sempre pela resposta.

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24 1.2.2. Escola EB1 de Vila Real nº 2

A escola EB1 de Vila Real nº 2 é constituída pelo edifício do jardim-de-infância São Vicente Paula nº 2, por uma biblioteca e por um polivalente.

Assim sendo, esta Instituição exerce a sua função educativa em dois níveis de ensino, sendo eles o Pré-Escolar onde se encontram a frequentar o mesmo, crianças com idades compreendidas entre os três e os cinco anos de idade e o 1º Ciclo do Ensino Básico, cuja sua frequência se inicia por volta dos seis anos prolongando-se até ao ingresso no 2º Ciclo do Ensino Básico. (ver anexos 19 e 20)

O seu edifício é moderno e amplo, as suas instalações são recentes e, notoriamente, em bom estado e com ótimas condições. (ver anexo 21)

No que concerne ao horário de funcionamento da escola EB1 de Vila Real nº2, esta mesma Instituição, abre às 7horas e 45minutos e fecha às 19horas. Aquando da abertura da Instituição há sempre funcionários que asseguram o acolhimento das crianças até à chegada dos professores.

As atividades curriculares iniciam-se às 9horas da manhã e terminam às 12horas para o intervalo do almoço, o qual decorre até às 14horas. Retomadas as atividades, estas terminam às 15h30. Alargando-se até às 17h30 em caso de atividades extracurriculares.

Relativamente ao núcleo que constituiu a Escola EB1 de Vila Real nº2, o corpo docente incluia dez professores titulares de turma de 1º Ciclo, um professor de Apoio Educativo, uma professora de Educação Especial, uma Coordenadora da Escola e uma Coordenadora da Bibloteca. O corpo não-docente era composto por cinco Assistentes Operacionais, três tarefeiras e quatro animadoras de SAF (Serviço de Apoio à Família).

É, ainda, relevante referir que o corpo docente desta escola é maioritariamente estável e que a distribuição deste por grupos etários, evidencia pouca juventude, sendo que, todos os docentes têm idade superior a 35 anos. A realidade desta escola confirma os dados referentes à feminização da profissão Docente, uma vez que, de treze docentes só apenas dois são de sexo masculino.

A nosso ver, o corpo não docente tem os elementos necessários, uma vez que consegue dar resposta eficaz, às necessidades dos alunos e da instituição.

É de salientar que, as tarefas destes elementos estão bem distribuídas, uma vez que, as limpezas do interior do edifício (corredores, casas de banho e etc) são feitas durante o horário das aulas, para que as auxiliares de ação educativa possam estar

(40)

25 libertas destas tarefas, e assim vigiar eficazmente os alunos, durante os intervalos das aulas.

Quanto ao número de alunos relativamente ao 1º Ciclo do Ensino Básico, a Instituição carece de um número total de 147 crianças.

Existem três turmas do 1º ano com um total de 77 alunos; no 2º ano encontram-se 46 alunos divididos por duas turmas; quanto ao 3º ano este é composto por duas turmas, formando um total de 53 alunos; por fim, referindo as três turmas do 4º ano, estas contem 71 alunos no seu total.

O edifício da Escola EB1 de Vila Real nº2 é constituído por: nove salas de aula equipadas com material didático, distribuídas pelos dois andares existentes no edifício; pelo refeitório sendo este constituído por um conjunto de mesas que formam cinco filas, no qual o espaço não é muito favorável à circulação das crianças neste meio; o polivalente, espaço em que as crianças permanecem quando o tempo está de chuva ou muito frio, é um lugar amplo onde as crianças podem brincar e o qual se encontra sempre vigiado por funcionárias. (ver anexos 22, 23 e 24)

No seu exterior, podemos ainda encontrar a biblioteca que é um espaço dedicado a todos os alunos da escola. Neste edifício, encontra-se também o auditório, uma sala de leitura e uma sala de informática e audiovisuais e multimédia. (ver anexo 25, 26, 27 28 e 29)

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26 1.2.2.1. Características Globais da Sala de Aula

“... a sala de aula é um espaço para investigação, para a busca de pistas que componham a construção do saber… permite estabelecer contato com uma imensa diversidade de seres e formas pensantes que precisam ser ouvidas e, consequentemente, respeitadas... é um caminho que nos possibilita entender melhor os caminhos da vida…”. Bezerra, J. (1999, s.p.)

A sala de aula onde ocorrem as atividades curriculares e algumas AEC’s do 2º B é uma sala confortável e acolhedora. Tem espaço suficiente para o número de alunos em questão. (ver anexo 30)

Quanto à luminosidade, esta apresenta uma boa luz artificial e uma excelente iluminação por via de luz natural, o que se torna um aspeto um pouco negativo relativamente à utilização do quadro interativo.

É constituída por 14 mesas, 13 das quais são os lugares dos alunos e a outra suporta o computador, o telefone e a impressora. Encostada a essa mesma mesa, situa-se a secretária da professora/alunas estagiárias.

A sala possui dois armários onde estão arrumados e organizados os trabalhos dos alunos e alguns materiais como o material multibásico e o ábaco; um balcão com a mesma função (armário) que possui uma banca.

No que concerne ao espaço vertical, a sala de aula possui um Mapa do Comportamento, um Mapa do Atento e do Desatento, um Mapa dos Lanches e um Mapa do Tempo. O quadro interativo e o quadro branco fazem parte desse espaço. O quadro branco não se encontra fixado à parede e em relação ao quadro interativo, como já foi referido acima, quando está muita claridade torna a visibilidade um pouco limitada.

Dispõe de dois equipamentos de aquecimento (aquecimento central), oferecendo um maior conforto e um ambiente propício à aprendizagem.

Para uma melhor compreensão da organização da sala de aula, apresentaremos a respetiva planta.

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27 v Legenda: 1. Porta 2. Armário 3. Mesa 4. Secretária 5. Balcão 6. Banca 7. Quadro Interativo 8. Aquecimento Central 9. Quadro Branco 10. Computador 11. Telefone 12. Impressora 13. Janelas

Figura 2: planta da sala de aulas do estágio II (autoria própria) 9 10 11 12 13 3 4 3 3 3 3 3 3 5 6 1 2 2 3 3 3 3 3 3 3

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28 1.2.2.2. Caracterização Global da Turma

A turma do 2º ano da Escola EB1 de Vila Real nº2 é constituída por 26 crianças, sendo dezasseis do sexo masculino e dez do sexo feminino, com idades compreendidas entre os seis e os sete anos.

No período de observação/cooperação, fomo-nos apercebendo que a turma, em geral, se encontra num bom nível de rendimento escolar relativamente a todas as áreas disciplinares.

A turma demonstra ser criativa e participativa na realização de atividades propostas e nas ideias que vão proferindo durante as aulas. É um grupo autónomo na realização das tarefas, elaborando-as sem grandes dificuldades. É uma turma trabalhadora e bastante acolhedora.

Podemos verificar alguns casos pontuais em que alguns alunos não são muito desinibidos, demonstrando alguma timidez quando lhe são colocadas questões e revelando-se, de certa forma, reservados, nomeadamente em diálogos que possam surgir, enquanto outros se distraem com grande facilidade.

Verificou-se também que devido ao rendimento escolar da turma, esta adquire melhor os conhecimentos quando estes são transmitidos através de atividades práticas.

Pois quando os conhecimentos são explorados de modo mais expositivo, o grupo acaba por se dispersar um pouco e não obter o rendimento esperado e necessário.

Referindo alguns casos mais concretos, surgem algumas situações que são necessárias de salientar:

O aluno A é o mais novo da turma, revelando diversas dificuldades a nível geral, destacando-se a área da matemática.

O aluno B sofre de mutismo seletivo, uma vez que apenas comunica oralmente com os pais, recusando-se a reproduzir qualquer som fora desse contexto. Apesar disso, responde a algumas perguntas básicas, mas apenas sinalizando com movimentos da cabeça (sim e não). Não mostra qualquer tipo de dificuldade a nível pedagógico e, por isso, possui uma aprendizagem e atenção normais.

O aluno C tem comportamentos demasiado imaturos para a sua idade, revelando uma completa falta de atenção. Apesar disso não demonstra grandes dificuldades.

O aluno D evidencia uma forte dependência paternal, necessitando assim de “chamar a atenção” dos outros. Esta necessidade leva a que perturbe a sua aprendizagem.

(44)

29  O aluno E tem uma grande facilidade em se distrair a si e aos colegas, tendo

diariamente atitudes infantis o que faz com que perturbe o bom funcionamento da aula. Apesar deste seu comportamento, revela uma boa capacidade de aprendizagem e de memorização, em todos os níveis.

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30

Capítulo II

A importância da leitura para o

(46)

31 2. A Importância da Leitura

2.1. Leitura Infantil: uma definição consensual

“Ler é uma actividade de conquista, porque exige esforço, dedicação e empenho.” (Mesquita, 2008, p. 146)

A leitura é um processo difícil de definir, devido à sua complexidade.

O ato de ler é o modo como um conjunto de informações é interpretado pelo sujeito. Ler frequentemente cria uma maior proximidade com a escrita que, por sua vez, nos leva a descobrir e a aprender histórias e hábitos diferentes, vivências, sonhos e também o sentido real das ideias.

Ler é um meio fundamental de acesso ao saber e como tal, deve ser visto de forma lúdica.

Poslaniec (2006, p. 9) refere que ler “é um acto individual que escapa a qualquer generalização. Com efeito, a experiência singular que se passa entre o texto e o leitor e que confere um sentido especial ao texto, para esse leitor, não é exactamente a mesma para um leitor diferente desse.”

Para um bom desenvolvimento intelectual do ser humano, uma leitura de qualidade é fundamental para ampliar a consciência e a visão do mundo. Ler representa uma ferramenta eficaz nos processos de aprendizagem, uma atividade de elevada importância quer na vida das pessoas, quer na vida do leitor, uma vez que é através da mesma que podemos interagir e compreender o mundo que nos rodeia, realizar atiidades que possam contribuir para o nosso crescimento e interagir com a sociedade.

Segundo Mesquita (2008, p. 146), cada vez mais é necessário ler, uma vez que a leitura ajuda a formar seres pensantes.

A leitura requer acompanhamento, tempo e dedicação permitindo o acesso ao saber, conquista e autonomia na aprendizagem. Ler proporciona hábitos de leitura, estimula a criatividade e a imaginação e enriquece o vocabulário. Ter hábitos de leitura auxilia no desenvolvimento do raciocínio e da capacidade de interpretação, mas não basta apenas ler para as crianças, é necessário que estas adquiram o prazer de ler e de saber ouvir histórias, percecionando a leitura como uma “actividade desejada e

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32 livremente elegida”. Assim, é fomentada, desde cedo, a cultura literária, indispensável para a vida. (ibidem, p. 146)

2.2. Leitura Literária: a palavra como diálogo infinito

“É através de uma história que se pode descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outras regras, outra ética, outra ótica... É ficar sabendo história, filosofia, direito, política, sociologia, antropologia, etc. sem precisar saber o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula...”

(Abramovich, 1989, p.17)

Nos primeiros anos de vida, as crianças ouvem os adultos a falar à sua volta, ouvem músicas infantis que se vão tornando parte do seu dia-a-dia e à medida que vão crescendo, as histórias infantis vão adquirindo espaço nas suas vidas.

A leitura é considerada um pilar importante e necessário na aprendizagem tendo como objetivo iniciar o ser humano no mundo literário, devendo este processo iniciar-se na infância das crianças e no seu meio familiar. Porém, nem todas têm esses privilégios e só terão esse contacto e ambiente escolar. Como tal, é essencial que os impulsionadores deste procedimento sejam os educadores, pois é a eles que compete ter consciência das necessidades de desenvolvimento cógnitivo e relacional das crianças e estimular-lhes o prazer da leitura.

Para Abramovich (1989, s.p.) com a audição de histórias as crianças começam a ter uma melhor visualização e perceção dos seus sentimentos em relação ao mundo, pois a literatura oportuniza a quem lê e a quem ouve, uma experiência de sentimentos e emoções sobre a realidade. Para além das histórias trabalharem diversos problemas vivenciados na infância, como a curiosidade, a perda, a dor, os medos, estas também possibilitam a vivência de situações nunca vividas através do mergulho que o leitor faz na ficção, deixando-o mais lúcido para lidar com a realidade e aumentando a construção dos seus conhecimentos.

Uma vez que a escola assume um papel fundamental na vida das crianças, é neste meio que elas vão começar a criar os alicerces para a sua formação e, deste modo, é imprescindível ouvir histórias.

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Figura 1: planta da sala de atividades do estágio I   (autoria própria)
Figura 2: planta da sala de aulas do estágio II  (autoria própria)  9 10 11 12 13 3 4 3 3 3 3 3 3 5 6  1 2 2 3 3 3 3 3 3 3

Referências

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