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Aperfeiçoamento e desenvolvimento de ferramentas do controle estatístico da qualidade: utilizando quartis para estimar o desvio padrão

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(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE P ´OS-GRADUAC¸ ˜AO EM

ENGENHARIA DE PRODUC¸ ˜AO E SISTEMAS

Aperfei¸coamento e Desenvolvimento de Ferramentas

do Controle Estat´ıstico da Qualidade - Utilizando

Quartis para Estimar o Desvio Padr˜

ao

Edson Marcos Leal Soares Ramos

Orientador: Prof. Robert Wayne Samohyl,Ph.D.

(2)

Edson Marcos Leal Soares Ramos

Aperfei¸coamento e Desenvolvimento de Ferramentas

do Controle Estat´ıstico da Qualidade - Utilizando

Quartis para Estimar o Desvio Padr˜

ao

Tese apresentada ao Programa de

P´os-Gradua¸c˜ao em Engenharia de

Produ¸c˜ao da Universidade Federal de

Santa Catarina como requisito

par-cial para a obten¸c˜ao do grau de

Doutor em Engenharia de Produ¸c˜ao.

´

Area de Concentra¸c˜ao: Gest˜

ao da Qualidade e Produtividade

Orientador: Prof. Robert Wayne Samohyl,Ph.D.

(3)

FICHA CATALOGR ´AFICA

R175a Ramos, Edson Marcos Leal Soares

Aperfei¸coamento e desenvolvimento de ferramentas do controle estat´ıstico da qualidade - Utilizando quartis para estimar o desvio padr˜ao / Edson Marcos Leal Soares; orientador Robert Wayne Samohyl. - Florian´opolis, 2003.

130 f. : il. ; gr´afs. ; tabs.

Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Engenharia de Produ¸c˜ao, 2003.

Inclui bibliografia.

1. Controle de qualidade - M´etodos estat´ısticos. 2. M´etodos gr´aficos. 3. Fer-ramentas - Desenvolvimento. 4. Quartis. I. Samohyl, Robert Wayne. II. Uni-versidade Federal de Santa Catarina. Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Engenha-ria de Produ¸c˜ao. III. T´ıtulo.

CDU: 658.5

(4)

Edson Marcos Leal Soares Ramos

Aperfei¸coamento e Desenvolvimento de Ferramentas

do Controle Estat´ıstico da Qualidade - Utilizando

Quartis para Estimar o Desvio Padr˜

ao

Esta tese foi julgada e aprovada para a obten¸c˜ao do grau de Doutor em Engenharia de Produ¸c˜ao no Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Engenharia de Produ¸c˜ao da Universidade Federal de Santa Catarina.

Florian´opolis, 15 de Abril de 2003

Prof. Edson Pacheco Paladini, Dr.

(Coordenador do Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Engenharia de Produ¸c˜ao)

Banca Examinadora

Prof. Robert Wayne Samohyl, Ph.D. Universidade Federal de Santa Catarina Orientador

Prof. Gustavo Daniel Donatelli, Dr. Prof. Manoel Raimundo de Sena J´unior, Dr. Universidade Federal de Santa Cantarina Universidade Federal de Pernambuco

Moderador/Examinador Examinador

Prof. Miguel Angel Verdinelli, Dr. Profa. Verˆonica Maria Costa Rom˜ao, Dra. Universidade Federal de Santa Catarina Universidade Federal de Pernambuco

(5)

`

(6)

Agradecimentos

? `A Deus que me concedeu a vida e a inspira¸c˜ao necess´aria para chegar ao final deste trabalho;

? Ao meu orientador, Professor Robert Samohyl, por acreditar em minha capacidade e

pelo grande apoio dado em todos os momentos de dificuldade;

? Aos professores do PPGEP-UFSC, que de alguma forma contribu´ıram para o crescimento

de meu conhecimento, em especial aos professores Ana L´ucia e Miguel Verdinelli;

? Aos professores e funcion´arios do Departamento de Estat´ıstica da UFPA, em especial

aos professores Ely Ciqueira, H´eliton e Regina Tavares, pelo apoio e confian¸ca que sempre depositaram em mim;

? Aos amigos de Pernambuco, Gauss Cordeiro, Cl´audia Regina, Manoel Sena, Tatiene

Cor-reia, Enivaldo Rocha, Jacira, Cl´audio, Val´eria e Cristina Raposo, pelo est´ımulo e amizade;

? Aos amigos Andr´ea, Ed´er, Berenice, Daniel, Rubson, Ivanete, Rodrigo, Rafael, Adauto,

Wesley, Luciana, Ricardo, Luciano e Florence, pela amizade e pelos bons momentos em Floripa;

? Aos amigos Michel Ferreira, Manoel Domingos e Telma Figueir´o, pela amizade, amor,

carinho e pela presen¸ca constante mesmo de t˜ao longe;

? `A Patr´ıcia Tavares, pela grande amizade, apoio, compreens˜ao, amor, pelas longas horas de tradu¸c˜ao e corre¸c˜oes nos textos deste trabalho e pela presen¸ca nos bons momentos em Santa Catarina;

? `A Adrilayne Ara´ujo, pela eterna amizade, incentivo, amor, presen¸ca constante e incal-cul´avel apoio para a realiza¸c˜ao deste trabalho;

? `As minhas companheiras nesta jornada, Yasmin Ramos, S´ılvia Almeida e Eliane Silva, pelo amor, compreens˜ao, carinho e por terem participado de todos os momentos que levaram `a realiza¸c˜ao deste trabalho;

? Aos meus pais, irm˜aos e sobrinhos, por aceitarem a distˆancia e sempre me demonstrarem

confian¸ca;

(7)

“H´a entre o tempo e o destino

um caso antigo, um elo, um par.

O que pode acontecer, menino,

se o tempo n˜ao passar?”.

(8)

Resumo

RAMOS, Edson Marcos Leal Soares. Aperfei¸coamento e Desenvolvimento de Ferramentas do Controle Estat´ıstico da Qualidade - Utilizando Quartis para Estimar o Desvio Padr˜ao. 2003. Tese (Doutorado em Engenharia de Produ¸c˜ao) - PPGEP/UFSC, Florian´opolis - SC, Brasil.

O objetivo deste trabalho ´e aperfei¸coar e desenvolver ferramentas do controle estat´ıstico da qualidade, atrav´es da utiliza¸c˜ao de um estimador do desvio padr˜ao σ baseado nos quartis. A teoria utilizada para estimar σ atrav´es dos quartis foi desenvolvida e o estimador do desvio padr˜ao apresentado. Resultados de simula¸c˜oes demonstram que as estimativas de

σ, obtidas a partir do estimador baseado nos quartis s˜ao, em geral, mais pr´oximas do

verdadeiro valor do parˆametro do que as estimativas produzidas por ¯R/d2 e ¯S/cn. Quando

o estimador proposto de σ for utilizado nas aplica¸c˜oes, a poss´ıvel falta de capacidade do processo em atender `as exigˆencias, tende ser mais rapidamente detectada do que quando

¯

R/d2 ´e utilizado. Durante a aplica¸c˜ao verificou-se que os limites obtidos para os gr´aficos

de controle reduzem a probabilidade de ocorrˆencia de alarmes falsos (erro tipo I). Na presen¸ca de outliers, o estimador de σ proposto produz estimativas, para a linha central e para os limites de controle, mais robustas do que o m´etodo padr˜ao de Shewhart. De fato, o m´etodo proposto detecta a presen¸ca de observa¸c˜oes extremas no processo, enquanto que o m´etodo de Shewhart n˜ao o faz. Quatro ´ındices de capacidade do processo e cinco gr´aficos de controle foram aperfei¸coados para monitorar o n´ıvel e a dispers˜ao do processo. Tabelas com fatores empregados na constru¸c˜ao dos gr´aficos de controle, quando σ ´e estimado a partir dos quartis, s˜ao apresentadas. E finalmente, duas novas ferramentas gr´aficas para o controle estat´ıstico da qualidade foram desenvolvidas e apresentadas.

(9)

Abstract

RAMOS, Edson Marcos Leal Soares. Tools Improvement and Development of the Statis-tical Quality Control - Using Quartiles to Estimate the Standard Deviation. 2003. Thesis (Doctoral in Industrial Engineering) - PPGEP/UFSC, Florian´opolis - SC, Brazil.

The objective of this work is to improve and develop tools of the Statistical Quality Control, by using an estimator of the standard deviation σ based on the quartiles. The theory used to estimate σ through quartiles was developed and the standard deviation’s estimator was presented. Results of simulations show that estimates of σ obtained from the estimator based on quartiles, are in general closer to the parameter’s true value, than the estimates produced by ¯R/d2 and ¯S/cn. When the σ proposed estimator was

used in applications, the possible lack of the process capability to meet the requirements tended to be more quickly detected than when ¯R/d2 was used. During application it

was noted that the limits obtained by the control charts reduces the probability of false alarms occurs (type I error). In the present of outliers, the σ proposed estimator produces estimates, for the central line and control limits, more robust than the pattern Shewhart’s method. In fact, the σ proposed estimator detects the extreme observations present in the process, while Shewhart’s method fails. Four process capability indices and five control charts were improved in order to monitor the level and the spread process. Tables with factors used in the control charts construction, when σ is estimated from the quartiles, are presented. Finally, two new graphic tools for the statistical quality control were developed and presented.

(10)

´Indice

Resumo viii

Abstract ix

Lista de Tabelas xii

Lista de Figuras xiv

1 Introdu¸c˜ao 1

1.1 Aspectos Gerais . . . 1

1.2 Justificativa e Importˆancia do Trabalho . . . 3

1.3 A Hip´otese B´asica da Tese . . . 4

1.4 Objetivos . . . 4

1.4.1 Objetivo Geral . . . 4

1.4.2 Objetivos Espec´ıficos . . . 4

1.5 As Limita¸c˜oes do Trabalho . . . 5

1.6 Estrutura do Trabalho . . . 5

2 Vis˜ao Geral de Gr´aficos de Controle 7 2.1 Introdu¸c˜ao . . . 7

2.2 Algumas das Principais Pesquisas Envolvendo Gr´aficos de Controle . . . 8

2.3 Princ´ıpios dos Gr´aficos de Controle . . . 12

2.4 Gr´afico de Controle na Pr´atica . . . 13

2.5 Planejamento de um Gr´afico de Controle . . . 15

2.6 Benef´ıcios da Utiliza¸c˜ao dos Gr´aficos de Controle . . . 17

2.7 Tipos de Gr´aficos de Controle . . . 18

2.8 Teste de Hip´otese e Gr´aficos de Controle . . . 19

3 Gr´aficos de Controle para Vari´aveis 21 3.1 Introdu¸c˜ao . . . 21

3.2 Gr´aficos de Controle para Monitorar a Dispers˜ao do Processo . . . 23

3.2.1 Gr´afico do Desvio Padr˜ao (Gr´afico S) . . . 23

3.2.2 Gr´afico da Variˆancia (Gr´afico S2) . . . 26

3.2.3 Gr´afico da Amplitude (Gr´afico R) . . . 28

3.3 Gr´aficos de Controle para Monitorar o N´ıvel do Processo . . . 31

(11)

xi

3.3.2 Gr´afico da Mediana (Gr´afico ˜X) . . . 35

4 ´Indices de Capacidade do Processo 42 4.1 Introdu¸c˜ao . . . 42

4.2 ´Indice Cp . . . 43

4.2.1 Teste de Hip´oteses e o ´Indice Cp . . . 47

4.3 ´Indices Cpu, Cpl e Cpk . . . 47

5 Princ´ıpios de Estima¸c˜ao em Controle Estat´ıstico da Qualidade 50 5.1 Introdu¸c˜ao . . . 50

5.2 Propriedades dos Estimadores . . . 51

5.3 Estimando a Dispers˜ao do Processo . . . 53

5.4 Estimando o N´ıvel do Processo . . . 55

6 Estimando o Desvio Padr˜ao Amostral Atrav´es dos Quartis 58 6.1 Introdu¸c˜ao . . . 58

6.2 Fun¸c˜ao de Distribui¸c˜ao Amostral . . . 61

6.3 Quantil Populacional e Quantil Amostral . . . 62

6.4 Estimador do Desvio Padr˜ao Amostral Baseado nos Quartis . . . 64

6.5 Simula¸c˜oes . . . 67

7 Aplica¸c˜ao 73 7.1 Introdu¸c˜ao . . . 73

7.2 ¯Q Aplicado aos Gr´aficos de Controle para Vari´aveis para Monitorar a Dis-pers˜ao do Processo . . . 74

7.2.1 ¯Q Aplicado ao Gr´afico do Desvio Padr˜ao . . . 74

7.2.2 ¯Q Aplicado ao Gr´afico da Variˆancia . . . 76

7.2.3 ¯Q Aplicado ao Gr´afico da Amplitude . . . 78

7.3 ¯Q Aplicado aos Gr´aficos de Controle para Vari´aveis para Monitorar o N´ıvel do Processo . . . 80

7.3.1 ¯Q Aplicado ao Gr´afico da M´edia . . . 80

7.3.2 ¯Q Aplicado ao Gr´afico da Mediana . . . 82

7.4 ¯Q Aplicado aos ´Indices de Capacidade . . . 85

7.5 ¯Q Aplicado ao Desenvolvimento de Novas Ferramentas para o CEQ . . . 87

7.5.1 Gr´afico ¯Q . . . 87

7.5.2 Gr´afico Q2 . . . 89

8 Considera¸c˜oes Finais e Recomenda¸c˜oes 94 8.1 Considera¸c˜oes Finais . . . 94

8.2 Recomenda¸c˜oes . . . 96 A Tabelas dos Fatores para Constru¸c˜ao de Gr´aficos de Controle 98

B Tabelas com Exemplos para Aplica¸c˜ao 104

(12)

Lista de Tabelas

6.1 M´edias Amostrais das estimativas obtidas por ¯R/d2, IQ/ξn e ¯S/cn para o

desvio padr˜ao σ, juntamente com seus respectivos erros quadr´aticos m´edios dentro de parˆenteses. . . 69 6.2 M´edias Amostrais das estimativas obtidas por ¯S2 e ¯Q2 para a Variˆancia

σ2, juntamente com seus respectivos erros quadr´aticos m´edios dentro de

parˆenteses. . . 71 7.1 Linha Central e Limites de Controle para o Gr´afico S - Dados de medidas

de temperatura do eletrodo (oC), apresentados na Tabela B.2 do Apˆendice

B. . . 76 7.2 Linha Central e Limites de Controle para o Gr´afico S2 - Dados de medidas

de temperatura do eletrodo (oC), mostrados na Tabela B.2 do Apˆendice B. 78

7.3 Linha Central e Limites de Controle para o Gr´afico R - Dados de medidas do diˆametro interno (mm) de an´eis de pist˜oes, mostrados na Tabela B.1 do Apˆendice B. . . 79 7.4 Linha Central e Limites de Controle para o Gr´afico ¯X - Dados de medidas

do diˆametro interno (mm) de an´eis de pist˜oes, mostrados na Tabela B.1 do Apˆendice B. . . 81 7.5 Linha Central e Limites de Controle para o Gr´afico ˜X - Dados do exemplo

da Tabela B.3 do Apˆendice B. . . 85 7.6 Estimativas para os ´Indices de Capacidade Cpl e Cpu - Dados de medidas

de temperatura do ´oleo (oC) do misturador, mostrados na Tabela B.3 do

Apˆencide B. . . 86 7.7 Fatores utilizados na constru¸c˜ao do Gr´afico Q2. . . 91

A.1 Fatores para constru¸c˜ao de gr´aficos de controle para vari´aveis - Gr´aficos de controle para dispers˜ao do processo. . . 99 A.2 Fatores para constru¸c˜ao de gr´aficos de controle para vari´aveis - Gr´aficos de

controle para dispers˜ao do processo. (continua¸c˜ao) . . . 100 A.3 Fatores para constru¸c˜ao de gr´aficos de controle para vari´aveis - Gr´aficos de

controle para o n´ıvel do processo. . . 101 A.4 Fatores para constru¸c˜ao de gr´aficos de controle para vari´aveis - Gr´aficos de

controle para a dispers˜ao do processo. . . 102 A.5 Fatores para constru¸c˜ao de gr´aficos de controle para vari´aveis - Gr´aficos de

(13)

xiii

B.1 Medidas do diˆametro interno (mm) durante a fabrica¸c˜ao de an´eis de pist˜ao. 105 B.2 Medidas de temperatura do eletrodo (oC) durante a produ¸c˜ao de alum´ınio

- Fevereiro/2003. . . 106 B.3 Medidas de temperatura do ´oleo (oC) do misturador durante a produ¸c˜ao

de alum´ınio - Fevereiro/2003. . . 107 B.4 Medidas de temperatura do eletrodo (oC) durante a produ¸c˜ao de alum´ınio

(14)

Lista de Figuras

2.1 Gr´afico de Controle de Shewhart com Linhas de Controle e Advertˆencia Bilaterais. . . 14 4.1 Rela¸c˜ao entre a dispers˜ao permitida do processo e a dispers˜ao natural do

processo. . . 45 4.2 Rela¸c˜ao entre a faixa de especifica¸c˜ao utilizada, Cp e as unidades

n˜ao-conformes produzidas. . . 46 6.1 Compara¸c˜ao de algumas medidas resistentes numa distribui¸c˜ao sim´etrica. . 61 6.2 Compara¸c˜ao entre as estimativas de σ, obtidas a partir de IQ/ξn e ¯R/d2,

para pequenos e moderados tamanhos amostrais (n = 5, 6, 8 e 10). . . 68 6.3 Compara¸c˜ao entre os erros quadr´aticos m´edios dos estimadores ¯S/cn, ¯R/d2

e IQ/ξn, considerando σ2 = 1 e m = n, para tamanhos amostrais n =

3, 4, . . . , 25. . . 70 6.4 Compara¸c˜ao entre as estimativas de σ, obtidas a partir de IQ/ξn e ¯R/d2,

para grandes tamanhos amostrais (n = 15, 30, 50 e 100). . . 72 7.1 Gr´afico S para medidas de temperatura do eletrodo (oC) - σ estimado por

¯

S/cn e IQ/ξn. . . 75

7.2 Gr´afico S2 para medidas de temperatura do eletrodo (oC) - σ2 estimado

por ¯S2 e (IQ/ξ

n)2. . . 77

7.3 Gr´afico R para medidas do diˆametro interno (mm) de an´eis de pist˜oes - σ estimado por ¯R/d2 e IQ/ξn. . . 79

7.4 Gr´afico ¯X para medidas do diˆametro interno (mm) de an´eis de pist˜oes - σ

estimado por ¯R/d2, ¯S/cn e IQ/ξn. . . 81

7.5 Gr´afico ¯X para medidas de temperatura do ´oleo (oC) do misturador - σ

estimado por ¯S/cn e IQ/ξn. . . 82

7.6 Gr´afico ˜X para medidas de temperatura do ´oleo (oC) do misturador - σ

estimado por ¯R/d2 e IQ/ξn. . . 84

7.7 Histograma para medidas de temperatura do ´oleo (oC) do misturador. . . . 86

7.8 Gr´afico S para medidas de temperatura do ´oleo (oC) do misturador. . . 88

7.9 Gr´afico ¯Q para medidas de temperatura do ´oleo (oC) do misturador. . . 89

7.10 Gr´afico da Distribui¸c˜ao Normal Padr˜ao. . . 90 7.11 Gr´afico Q2 para medidas de temperatura do ´oleo (oC) do misturador. . . . 92

(15)

Cap´ıtulo 1

Introdu¸c˜

ao

1.1 Aspectos Gerais

Os m´etodos estat´ısticos cada vez mais vˆem sendo reconhecidos como um importante instrumento para diagnosticar e otimizar a gest˜ao e opera¸c˜ao de diversos sistemas, desde os sistemas humanos aos mais complexos sistemas f´ısicos. As aplica¸c˜oes destes vˆem desem-penhando um papel importante na solu¸c˜ao de muitos problemas, da ind´ustria `a agricul-tura, passando pelos setores s´ocio-econˆomico, administrativo e de sa´ude. Grande parte das mais avan¸cadas pesquisas cient´ıficas em diversas ´areas do conhecimento dependem cada vez mais dos m´etodos estat´ısticos. Eles s˜ao cada vez mais empregados nas engenharias, sobretudo na Engenharia de Produ¸c˜ao.

De fato, os m´etodos estat´ısticos aplicados `a Engenharia de Produ¸c˜ao, mais especifi-camente nas ind´ustrias, n˜ao constituem novidade, eles s˜ao t˜ao antigos como a pr´opria ind´ustria. Parte desses m´etodos, conhecidos como Controle da Qualidade, foram durante muito tempo aplicados sob a forma tradicional denominada “inspe¸c˜ao”. Somente a partir de 1924 [veja Shewhart (1931)], no entanto, ´e que se desenvolveu o Controle Estat´ıstico da Qualidade (CEQ), cuja aplica¸c˜ao vem se tornando generalizada nos pa´ıses industriali-zados.

Desde sua introdu¸c˜ao por Shewhart, os gr´aficos de controle tˆem sido a ferramenta do CEQ mais amplamente utilizada para monitorar e manter o controle estat´ıstico dos processos. Gr´aficos de controle s˜ao aplicados para distinguir num processo as varia¸c˜oes que n˜ao podem ser economicamente identificadas e corrigidas (causas aleat´orias), daquelas que podem ser (causas assinal´aveis).

Dentre os diversos tipos de gr´aficos de controle, os gr´aficos de controle para vari´aveis s˜ao, certamente, os mais empregados no controle estat´ıstico da qualidade, mais especificamente,

(16)

1.1 Aspectos Gerais 2

os gr´aficos desenvolvidos para monitorar o n´ıvel do processo, como por exemplo, o gr´afico da m´edia (gr´afico ¯X), o gr´afico da mediana (gr´afico ˜X) e os gr´aficos desenvolvidos para

monitorar a dispers˜ao do processo, como por exemplo, o gr´afico do desvio padr˜ao (gr´afico

S), o gr´afico da variˆancia (gr´afico S2) e o gr´afico da amplitude (gr´afico R).

Os ´ındices de capacidade s˜ao outro exemplo de ferramentas bastante comuns do CEQ, utilizadas primordialmente para avaliar a habilidade de um processo em satisfazer `as especifica¸c˜oes exigidas. O controle estat´ıstico da qualidade n˜ao ´e simplesmente uma cole¸c˜ao de t´ecnicas estat´ısticas, mas uma forma de pensar que ´e essencial para a melhoria cont´ınua da qualidade.

Comprovadamente, m´etodos estat´ısticos como o CEQ s˜ao ferramentas eficazes no pro-cesso de investiga¸c˜ao, an´alise e inferˆencias nos mais variados tipos de ocorrˆencias nas diversas ´areas do conhecimento humano. Por exemplo, parece razo´avel supor que a dis-tribui¸c˜ao das alturas dos brasileiros adultos possa ser representada por um modelo normal. Mas esta afirma¸c˜ao n˜ao ´e suficiente para determinar qual a distribui¸c˜ao normal corres-pondente; seria necess´ario conhecer os parˆametros (m´edia e variˆancia) desta distribui¸c˜ao normal para que ela ficasse caracterizada. Se fosse poss´ıvel medir a altura de todos os brasileiros adultos, haveriam meios de obter a sua distribui¸c˜ao exata e, da´ı, produzir os correspondentes parˆametros. Contudo, raramente se consegue obter a distribui¸c˜ao exata de alguma vari´avel, ou porque isto ´e muito dispendioso, ou muito demorado ou `as vezes porque consiste num processo destrutivo. Por exemplo, se fosse observada a durabilidade de lˆampadas e se todas fossem testadas at´e queimarem, n˜ao restaria nenhuma para ser vendida. Assim, a solu¸c˜ao ´e selecionar parte dos elementos (amostra), analis´a-los, obter estimativas para os parˆametros desejados e inferir propriedades para o todo (popula¸c˜ao). Seguramente, no controle estat´ıstico da qualidade, um dos maiores interesses ´e obter estimativas para o desvio padr˜ao populacional σ. Logo, se o valor de σ da dispers˜ao do processo n˜ao ´e conhecido, pode-se estim´a-lo dos dados observados. Estimadores comuns de σ, utilizados no CEQ, baseiam-se no desvio padr˜ao amostral S e na amplitude amostral

R.

Entretanto, apesar da presen¸ca obrigat´oria dos m´etodos de estima¸c˜ao no controle es-tat´ıstico de qualidade, lacunas no processo de estima¸c˜ao do desvio padr˜ao σ, ainda pre-cisam ser preenchidas. Assim, esse trabalho procura apresentar uma alternativa para

(17)

es-1.2 Justificativa e Importˆancia do Trabalho 3

tima¸c˜ao de σ atrav´es dos quantis amostrais, mais especificamente, baseando-se nos quartis amostrais.

O estimador proposto possui a vantagem de reduzir a probabilidade de ocorrˆencia de alarmes falsos (erro tipo I), quando aplicado aos gr´aficos de controle para vari´aveis, e tamb´em de melhorar a sensibilidade do processo de avalia¸c˜ao de capacidade na detec¸c˜ao de um n˜ao atendimento dos processos `as especifica¸c˜oes exigidas. Ainda, novas ferramentas para o controle estat´ıstico de qualidade podem ser desenvolvidas a partir do estimador de

σ baseado nos quartis.

1.2 Justificativa e Importˆ

ancia do Trabalho

A pesquisa ´e justificada em virtude dos constantes avan¸cos na tecnologia empregada nos processos produtivos industriais, que exigem, al´em de um quadro de pessoal qualificado, m´etodos de controle estat´ıstico da qualidade capazes de monitorar, detectar e avaliar mudan¸cas nas caracter´ısticas de qualidade, durante o processo de produ¸c˜ao, t˜ao logo quanto poss´ıvel.

A quantifica¸c˜ao da dispers˜ao do processo ´e fundamental para entender a qualidade das unidades produzidas num processo fabril. Infelizmente, a total falta de compreens˜ao estat´ıstica, a respeito dos estimadores de σ, por alguns usu´arios do controle estat´ıstico de qualidade, pode conduzir ao n˜ao comprometimento destes no processo de melhoria cont´ınua dos processos industriais, n˜ao assegurando desta forma a qualidade das unidades produzidas.

A utiliza¸c˜ao de um estimador para σ baseado nos quartis melhora o entendimento dos usu´arios do CEQ a respeito do conceito de variabilidade do processo. Al´em disso, possibilita melhorias nas estimativas dos ´ındices utilizados para avaliar a capacidade dos processos e nos tradicionais gr´aficos de controle Shewhart para vari´aveis.

Finalmente, a metodologia proposta possibilita aos usu´arios e pesquisadores do CEQ o desenvolvimento e aperfei¸coamento de muitas ferramentas para o controle estat´ıstico da qualidade.

(18)

1.3 A Hip´otese B´asica da Tese 4

1.3 A Hip´

otese B´

asica da Tese

Parte-se da hip´otese de que o estimador para σ, baseado nos quartis, reduz a probabili-dade de ocorrˆencia de alarmes falsos (erro tipo I), quando aplicado aos gr´aficos de controle para vari´aveis e tamb´em melhora a sensibilidade dos ´ındices de capacidade em detectar um n˜ao atendimento dos processos `as especifica¸c˜oes exigidas. Ainda, possibilita o desen-volvimento de novas ferramentas para o controle estat´ıstico de qualidade, contribuindo desta forma para o aperfei¸coamento e desenvolvimento do CEQ.

1.4 Objetivos

1.4.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo aperfei¸coar e desenvolver ferramentas do controle estat´ıstico da qualidade, atrav´es da utiliza¸c˜ao de um estimador para o desvio padr˜ao σ baseado nos quartis.

1.4.2 Objetivos Espec´ıficos

Como objetivos espec´ıficos podem-se enumerar:

• Dar uma vis˜ao geral a respeito de gr´aficos de controle;

• Demonstrar o processo de constru¸c˜ao e avalia¸c˜ao dos gr´aficos de controle para

vari´aveis;

• Desenvolver a teoria de estima¸c˜ao de σ atrav´es dos quartis;

• Mostrar a metodologia de constru¸c˜ao e avalia¸c˜ao de gr´aficos de controle para

moni-torar o n´ıvel e a dispers˜ao do processo, quando σ for estimado a partir dos quartis;

• Criar tabelas com fatores para constru¸c˜ao dos gr´aficos de controle da m´edia,

media-na, amplitude, desvio padr˜ao e variˆancia, quando o estimador de σ ´e baseado nos quartis;

• Utilizar o estimador de σ baseado nos quartis, durante a avalia¸c˜ao da capacidade

(19)

1.5 As Limita¸c˜oes do Trabalho 5

• Avaliar o desempenho do estimador de σ baseado nos quartis, quando este for

uti-lizado nos ´ındices de capacidade e nos gr´aficos de controle;

• Apresentar um novo gr´afico de controle para monitorar e avaliar o n´ıvel do processo,

quando o estimador de σ baseado nos quartis ´e utilizado;

• Realizar a constru¸c˜ao de um novo gr´afico de controle para monitorar e avaliar a

dispers˜ao do processo, utilizando o estimador de σ baseado nos quartis.

1.5 As Limita¸c˜

oes do Trabalho

Como principais limita¸c˜oes deste trabalho tˆem-se:

• A escassez de material bibliogr´afico referente `a teoria dos quantis, mais

especifica-mente referentes aos quartis;

• A falta de acompanhamento in loco da aplica¸c˜ao dos gr´aficos de controle e dos ´ındices

de capacidade desenvolvidos dificultou a interpreta¸c˜ao e an´alise dos mesmos;

• A aplica¸c˜ao em poucos processos reduziu a capacidade de an´alise e interpreta¸c˜ao da

metodologia proposta.

1.6 Estrutura do Trabalho

Esta tese de doutorado encontra-se dividida em oito cap´ıtulos, a saber:

• Cap´ıtulo 1: refere-se `a introdu¸c˜ao do trabalho, onde s˜ao englobados a justificativa e

importˆancia do trabalho, a hip´otese do trabalho, objetivos geral e espec´ıficos, al´em das suas limita¸c˜oes;

• Cap´ıtulo 2: traz uma vis˜ao geral a respeito dos gr´aficos de controle;

• Cap´ıtulo 3: mostra os gr´aficos para vari´aveis utilizados no monitoramento do n´ıvel

e da dispers˜ao do processo;

• Cap´ıtulo 4: apresenta os principais ´ındices para avalia¸c˜ao da capacidade dos

proces-sos;

(20)

1.6 Estrutura do Trabalho 6

• Cap´ıtulo 5: faz uma breve apresenta¸c˜ao dos princ´ıpios de estima¸c˜ao em controle

estat´ıstico da qualidade;

• Cap´ıtulo 6: traz toda estrutura de estima¸c˜ao do desvio padr˜ao amostral atrav´es dos

quartis;

• Cap´ıtulo 7: mostra a aplica¸c˜ao do estimador de σ baseado nos quartis, aos principais

gr´aficos de controle para vari´aveis, ´ındices de capacidade e na constru¸c˜ao de novos gr´aficos de controle para monitorar o n´ıvel e a dispers˜ao do processo;

(21)

Cap´ıtulo 2

Vis˜

ao Geral de Gr´

aficos de Controle

2.1 Introdu¸c˜

ao

A busca por m´etodos mais rigorosos de controle da qualidade que pudessem gerar mais confian¸ca nos produtos e servi¸cos conduziu `a forma¸c˜ao do Departamento de Engenharia e Inspe¸c˜ao dos laborat´orios da Bell Telephone, em 1924. Neste mesmo ano, Walter Andrew Shewhart introduz o conceito de gr´aficos de controle atrav´es de um memorando t´ecnico nos laborat´orios Bell, nele Shewhart apresenta um gr´afico de controle, o qual mais tarde veio a ser chamado o primeiro gr´afico de controle de Shewhart [veja Banks, 1989].

Os gr´aficos de controle s˜ao instrumentos que mostram a evolu¸c˜ao do n´ıvel de opera¸c˜ao do processo e de sua varia¸c˜ao ao longo do tempo. Al´em disso, os gr´aficos de controle s˜ao ferramentas extremamente ´uteis para identificar se as varia¸c˜oes observadas num processo s˜ao decorrentes de causas comuns de varia¸c˜ao, conseq¨uentemente, de pequena importˆancia, ou decorrentes de causas especiais de varia¸c˜ao, e portanto, de grande importˆancia, que necessitam ser identificadas e eliminadas do processo. Um gr´afico de controle ´e um registro gr´afico da qualidade de uma caracter´ıstica particular de um produto.

O procedimento de constru¸c˜ao de gr´aficos de controle envolve, de forma geral, tomar amostras de tamanhos fixos em intervalos amostrais e atrav´es destas, obter estimativas para o n´ıvel e para a dispers˜ao do processo. Estas estimativas s˜ao ent˜ao utilizadas para determinar os limites de controle (superior e inferior) e a linha central dos gr´aficos.

Avan¸cos na tecnologia exigem dos usu´arios e pesquisadores dos gr´aficos de controle interesse em pˆor estimadores cada vez mais precisos, tanto para o n´ıvel quanto para a dispers˜ao do processo. Assim, uma das proposi¸c˜oes deste trabalho ´e obter um estimador para a dispers˜ao do processo baseado nos quartis para ser utilizado na constru¸c˜ao de gr´aficos de controle.

(22)

2.2 Algumas das Principais Pesquisas Envolvendo Gr´aficos de Controle 8

Neste cap´ıtulo um breve relato dos diferentes tipos de gr´aficos de controle ser´a feito, destacando a peculiaridade de cada um, mas considerando que eles tˆem o prop´osito prim´ario de monitorar o processo. Para a utiliza¸c˜ao na pr´atica, os aspectos b´asicos para se aplicar um gr´afico de controle s˜ao descritos. ´E destacado na fase de planejamento de um gr´afico de controle, o cuidado na escolha do tamanho amostral e da especifica¸c˜ao dos limites de controle, dentre outros, visto que estes passos constituem-se como fundamentais para a correta aplica¸c˜ao desta ferramenta do controle estat´ıstico da qualidade. Al´em disso, alguns dos benef´ıcios advindos da aplica¸c˜ao dos gr´aficos de controle s˜ao citados.

Por fim, esse cap´ıtulo encontra-se estruturado em oito se¸c˜oes que discutir˜ao os seguintes aspectos: a se¸c˜ao 2.2 apresentar´a algumas das principais pesquisas envolvendo a utiliza¸c˜ao e o desenvolvimento dos gr´aficos de controle; a Se¸c˜ao 2.3 tecer´a breves considera¸c˜oes acerca dos princ´ıpios dos gr´aficos de controle; a Se¸c˜ao 2.4 abordar´a a utiliza¸c˜ao do gr´afico de controle na pr´atica; a Se¸c˜ao 2.5 falar´a sobre o planejamento de um gr´afico de controle; a Se¸c˜ao 2.6 trar´a um breve relato acerca dos benef´ıcios da utiliza¸c˜ao dos gr´aficos de controle; a Se¸c˜ao 2.7 mostrar´a os tipos de gr´aficos de controle e, finalmente, a Se¸c˜ao 2.8 enfocar´a brevemente a rela¸c˜ao entre teste de hip´otese e gr´aficos de controle.

2.2 Algumas das Principais Pesquisas Envolvendo Gr´

a-ficos de Controle

A aceita¸c˜ao dos gr´aficos de controle de Shewhart nas ind´ustrias ´e em parte devido `a sua simplicidade. Seguramente, melhorar o desempenho destes gr´aficos e/ou propor novas metodologias de constru¸c˜ao e utiliza¸c˜ao, tornou-se um desafio dos pesquisadores e usu´arios do controle estat´ıstico da qualidade. Shewhart (1941), por exemplo, prop˜oe testes adicionais para tornar os gr´aficos de controle sens´ıveis `a pequenas mudan¸cas na m´edia do processo. Moore (1957) mostra o efeito da n˜ao-normalidade quando gr´aficos de controle s˜ao utilizados. Ennerson e Manning (1959) apresentam um gr´afico de controle para avaliar o desempenho do processo de forma r´apida e simples. Dentre as vantagens da utiliza¸c˜ao da metodologia proposta, verifica-se a redu¸c˜ao do retrabalho e sucateamento, al´em da melhoria na confiabilidade do produto. Freud (1960) considera a utiliza¸c˜ao dos gr´aficos de controle de Shewhart na ind´ustria qu´ımica, comparando-os com gr´aficos de controle de aceita¸c˜ao.

(23)

2.2 Algumas das Principais Pesquisas Envolvendo Gr´aficos de Controle 9

O gr´afico de controle de regress˜ao ´e apresentado por DiPaola (1945) para descrever e representar o controle simultˆaneo das rela¸c˜oes entre duas vari´aveis. Mandel (1969) utiliza o gr´afico de controle de regress˜ao para estudar as rela¸c˜oes entre o n´umero de homens-horas trabalhadas e o volume de cartas processadas nas 74 maiores agˆencias de correios dos EUA. Mitra (1988) utiliza a amplitude amostral como estimador de σ para constru¸c˜ao dos limites de controle do gr´afico de regress˜ao.

Comumente, durante a constru¸c˜ao de gr´aficos de controle s˜ao utilizados tamanhos de amostras constantes. Mitra (1957) tabela valores para constru¸c˜ao de limites de controle, onde o tamanho amostral n ´e constante, baseados na m´edia e amplitude de uma popula¸c˜ao normal. Por´em, existem situa¸c˜oes em que o tamanho amostral n n˜ao ´e constante. Numa situa¸c˜ao em que o tamanho amostral ´e vari´avel, cada amostra pode conter um n´umero diferente de observa¸c˜oes. Neste contexto, Ferrell (1964) prop˜oe construir gr´aficos de con-trole utilizando tamanhos de subgrupos vari´aveis. Neles s˜ao “plotadas” as amplitudes de varia¸c˜ao do tamanho amostral, Rv, e as meias varia¸c˜oes do tamanho amostral, Mv (uma

medida de tendˆencia central do subgrupo, um tipo de “m´edia”, isto corresponde a “plotar”

R e ¯X em gr´aficos de controle convencionais. Outra proposta, vista em Ferrell (1964), ´e

utilizar a mediana das amplitudes de varia¸c˜ao do tamanho amostral, ˜Rv, e a mediana

das meias varia¸c˜oes do tamanho amostral, ˜Mv, para estabelecer os limites de controle e

estimar as caracter´ısticas populacionais. Isto corresponde ao uso de ¯R e ¯¯X em gr´aficos de

controle convencionais.

Segundo Alloway e Raghavachari (1991), os limites de controle destes gr´aficos conven-cionais s˜ao exatos somente se a caracter´ıstica do processo em considera¸c˜ao ´e normalmente distribu´ıda. Entretanto, Burr (1967) verifica que os usuais limites de controle para os gr´aficos ¯X − R s˜ao robustos `as suposi¸c˜oes de normalidade e podem ser empregados a

menos que a popula¸c˜ao seja extremamente n˜ao-normal. Schilling e Nelson (1976) mostram que amostras de tamanhos quatro e cinco, para o gr´afico ¯X, s˜ao suficientes para assegurar,

razoavelmente, a robustez para a suposi¸c˜ao de normalidade.

Contudo, se a verdadeira distribui¸c˜ao do processo ´e desconhecida, ent˜ao, gr´aficos de controle que s˜ao baseados em suposi¸c˜oes distribucionais menos restritivas s˜ao ´uteis. Co-mumente, muitas distribui¸c˜oes das caracter´ısticas de qualidade monitoradas tˆem mais volume na cauda (distribui¸c˜oes caudalosas) do que a distribui¸c˜ao normal. V´arios

(24)

2.2 Algumas das Principais Pesquisas Envolvendo Gr´aficos de Controle 10

tat´ısticos envolvidos na aplica¸c˜ao de gr´aficos de controle nos processos, por exemplo Gunter (1989), crˆeem que estas distribui¸c˜oes ocorrem mais freq¨uentemente na pr´atica do que a distribui¸c˜ao normal. Conhecidamente, o desempenho de estimadores robustos e n˜ao-param´etricos s˜ao freq¨uentemente melhores estimadores do que estimadores tradi-cionais para distribui¸c˜oes caudalosas.

Um n´umero limitado de gr´aficos de controle n˜ao-param´etricos tem sido relatado na lite-ratura. Farnum e Stanton (1986) prop˜oem a utiliza¸c˜ao de gr´aficos de controle baseados no teste de sinal. Considera¸c˜oes econˆomicas para um gr´afico baseado em testes de sinais s˜ao apresentadas por Arnold (1986). Alloway e Raghavachari (1991) apresentam um gr´afico de controle baseado no estimador Hodges-Lehmann associado com a estat´ıstica de rank de Wilcoxon, sua eficiˆencia estat´ıstica ´e quase t˜ao boa quanto a aproxima¸c˜ao param´etrica se as suposi¸c˜oes Gaussianas s˜ao consideradas, e pode ser mais eficiente quando a normalidade n˜ao ´e considerada. Saad e Reynolds (1979) utilizam uma estat´ıstica de rank para testar a simetria em torno de um n´ıvel fixado, enquanto que Hackl e Ledolter (1991) descrevem um procedimento baseado em ajustes exponencialmente “rankeados” para constru¸c˜ao de limites de controle.

Outro fator relevante ´e que, freq¨uentemente, erros significantes de medidas est˜ao pre-sentes em aplica¸c˜oes de controle de qualidade. O efeito dos erros de medidas nas caracte-r´ısticas monitoradas pelo gr´afico ¯X, considerando que somente a m´edia do processo muda,

´e discutida por Bennett (1954). O efeito de erros de medida sobre o poder do gr´afico ¯X −R

em detectar mudan¸cas no processo, quando a m´edia e a variˆancia do processo mudam, s˜ao apresentadas por Kanazuka (1986). Ele mostra que o poder dos gr´aficos de controle depende da magnitude da mudan¸ca do processo. Um grande erro de medida resulta na redu¸c˜ao do poder, assim, a utiliza¸c˜ao de um tamanho de amostra maior e/ou redu¸c˜ao dos erros de medida podem cobrir a perda. Tricker et al. (1998) mostram o efeito do erro de medida quando o gr´afico R ´e utilizado. Linna e Woodall (2001) apresentam o efeito do erro de medida em gr´aficos de controle de Shewhart. Um modelo considerando o custo e um plano ´otimo de amostragem tamb´em ´e dado.

Um problema comum na utiliza¸c˜ao de gr´aficos de controle ´e o baixo poder que estes apresentam em detectar pequenas mudan¸cas na caracter´ıstica de qualidade monitorada. Uma solu¸c˜ao para este problema ´e a utiliza¸c˜ao dos gr´aficos de controle CUSUM (soma

(25)

2.2 Algumas das Principais Pesquisas Envolvendo Gr´aficos de Controle 11

acumulada) e EWMA (m´edias m´oveis ponderadas exponencialmente), que possuem alta probabilidade de detectar pequenas mudan¸cas. Entretanto, uma aproxima¸c˜ao proposta por Burr (1969), que utiliza tamanhos amostrais adapt´aveis, isto ´e, utiliza qualquer gr´afico de controle permitindo que o tamanho amostral mude dependendo do valor estat´ıstico, obtido em an´alises da amostra pr´evia, vem sendo utilizada por alguns pesquisadores como solu¸c˜ao para este problema. Por exemplo, Daudin (1992) apresenta a primeira compara¸c˜ao entre os dois esquemas de constru¸c˜ao de gr´aficos de controle (tamanhos amostrais fixos

versus tamanhos amostrais adapt´aveis). Prabhu et al. (1993) e Costa (1994) prop˜oem

esquemas similares `aquele dos tamanhos amostrais de Daudin (1992), por´em mais simples para opera¸c˜ao do usu´ario.

O gr´afico de controle T2 de Hotelling [veja Hotelling (1947)], com tamanhos amostrais

adapt´aveis, ´e apresentado por Aparisi (1996). Seus resultados mostram intensa melhoria em compara¸c˜ao com esquemas de tamanhos amostrais univariados. Os ganhos de poder s˜ao at´e melhores que aqueles obtidos com gr´aficos de controle multivariados CUSUM, mostradas por Pignatiello e Runger (1990), e com gr´aficos de controle multivariados

EWMA, apresentadas por Lowry et al. (1992), mas mantˆem a simplicidade do gr´afico T2 de Hotelling.

Costa (1998) desenvolve um procedimento que utiliza os gr´aficos ¯X e R conjuntamente,

quando os parˆametros s˜ao adapt´aveis. Um modelo de Markov para determinar as pro-priedades da uni˜ao dos gr´aficos de controle ¯X e R com tamanhos amostrais vari´aveis ´e

visto em Costa (1999). O planejamento econˆomico do gr´afico ¯X, quando os parˆametros

s˜ao adapt´aveis, ´e obtido por Costa e Rahim (2001). O esquema do tamanho amostral adapt´avel ´e utilizado por Aparisi et al. (2001) em gr´aficos de controle de variˆancia genera-lizada |S|, para detectar mais rapidamente mudan¸cas na matriz de variˆancia-covariˆancia. Epprecht e Costa (2001) apresentam uma metodologia para constru¸c˜ao de gr´aficos de controle para atributos com amostras adapt´aveis. Magalh˜aes et al. (2001) mostram um modelo de custo da qualidade para um gr´afico ¯X, quando todos os parˆametros de

planeja-mento s˜ao adapt´aveis. O modelo proposto viabiliza a sele¸c˜ao ´otima e de forma econˆomica os parˆametros de planejamento do gr´afico.

O gr´afico de controle para propor¸c˜oes de duas vari´aveis desenvolvido por Spisak (1990), o gr´afico de controle baseado na distribui¸c˜ao geom´etrica mostrado por Kaminsky et al.

(26)

2.3 Princ´ıpios dos Gr´aficos de Controle 12

(1992) e o gr´afico de sele¸c˜ao de causas de Wade e Woodall (1993), s˜ao algumas das mais recentes linhas de pesquisa sobre gr´aficos de controle.

Finalmente, na ´ultima d´ecada, uma nova classe de gr´aficos de controle para a moni-tora¸c˜ao dos processos sujeitos a dist´urbios moderados tem sido desenvolvida. Estes gr´aficos s˜ao chamados de dinˆamicos porque alguns de seus parˆametros s˜ao permitidos variar du-rante a opera¸c˜ao. Por enquanto, o tamanho das amostras varia entre dois tamanhos, grandes e pequenos, dependendo do que ´e observado do processo. Se um ponto amostral situa-se perto mas n˜ao fora dos limites de controle (indicando que o processo poderia ser ajustado), ent˜ao a pr´oxima amostra ´e escolhida para ser grande (para aperfei¸coar o poder do gr´afico). Inversamente, se um ponto amostral situa-se perto ao alvo, ent˜ao a pr´oxima amostra ´e escolhida para ser pequena (para compensar grandes amostras). A motiva¸c˜ao do esquema dinˆamico ´e associada com o ganho em velocidade com o qual o gr´afico sinalizar´a condi¸c˜oes fora de controle.

2.3 Princ´ıpios dos Gr´

aficos de Controle

A fabrica¸c˜ao de um produto sempre envolve uma certa quantidade de varia¸c˜ao nas condi¸c˜oes de produ¸c˜ao. De uma forma geral, diversos fatores s˜ao respons´aveis pela varia¸c˜ao estoc´astica das caracter´ısticas de qualidade de interesse, observadas nas unidades produzi-das. Num processo de produ¸c˜ao implementado e planejado cuidadosamente, estas varia¸c˜oes inerentes s˜ao pequenas e n˜ao podem ser atribu´ıdas a fatores isolados control´aveis. Sob estas condi¸c˜oes diz-se que o processo de produ¸c˜ao est´a sob controle estat´ıstico ou que ocorre sem dist´urbios. Durante a produ¸c˜ao cont´ınua, pode acontecer que estas varia¸c˜oes aumentem ou excedam uma quantidade razo´avel, devido a mudan¸cas significantes nos fatores control´aveis do processo. Por exemplo, fadiga do pessoal ou desgaste de uma fer-ramenta poderia levar a uma mudan¸ca sistem´atica no n´ıvel do processo. Ent˜ao conclui-se que o processo est´a fora de controle estat´ıstico ou est´a perturbado.

Mantendo o foco nessas caracter´ısticas, os gr´aficos de controle foram desenvolvidos com o prop´osito prim´ario de monitorar continuamente se o processo de produ¸c˜ao est´a sob controle estat´ıstico. Quando trabalha-se com gr´aficos de controle sempre se sup˜oe que o estado de controle estat´ıstico ´e caracterizado por um processo que pode ser representado

(27)

2.4 Gr´afico de Controle na Pr´atica 13

por vari´aveis aleat´orias independentes e identicamente distribu´ıdas (i.i.d.). Em particular, esta suposi¸c˜ao implica em falta de autocorrela¸c˜ao.

Os gr´aficos de controle s˜ao definidos atrav´es de estat´ısticas e se baseiam em certas distribui¸c˜oes de probabilidade, principalmente na distribui¸c˜ao normal. Assim, sup˜oe-se que, quando um processo industrial est´a sob controle, uma caracter´ıstica de qualidade observ´avel em sa´ıdas sucessivas se comporta como uma seq¨uˆencia de vari´aveis aleat´orias independentes com distribui¸c˜ao normal de m´edia µ e variˆancia σ2, pelo menos

aproxi-madamente.

2.4 Gr´

afico de Controle na Pr´

atica

Ao se aplicar um gr´afico de controle, geralmente, extraem-se amostras de tamanhos fixos n de um processo de produ¸c˜ao em pontos espec´ıficos de tempo. Os intervalos entre estes pontos de tempo s˜ao em geral constantes. Os valores observ´aveis X1, X2, . . . , Xndas

caracter´ısticas de qualidade monitoradas s˜ao resumidos no vetor amostral X e s˜ao tamb´em utilizados nas suas formas originais ou s˜ao condensados numa estat´ıstica amostral, por exemplo, a soma amostral, a m´edia amostral, a mediana amostral, a variˆancia amostral, o desvio padr˜ao amostral ou a amplitude amostral. Um gr´afico de controle ´e uma figura gr´afica desses resultados amostrais, constru´ıdo de forma manual ou atrav´es do processa-mento eletrˆonico dos dados.

Os resultados s˜ao “plotados” no eixo vertical contra os pontos de tempo espec´ıficos de suas observa¸c˜oes ou contra o n´umero de ´ındices amostrais no eixo horizontal. Em adi¸c˜ao a esses dois eixos o sistema de coordenadas cont´em v´arias linhas fixas. Um gr´afico de controle tipo Shewhart usualmente cont´em uma linha central paralela a abscissa. A altura desta linha central (LC) ´e dada pelo valor alvo do processo de produ¸c˜ao. Este valor pode, por exemplo, ser um valor nominal exigido por lei, um padr˜ao ou especifica¸c˜oes de produ¸c˜ao. Pode ser tamb´em um valor baseado na experiˆencia passada do processo ou um valor estimado tomado de uma pr´e-produ¸c˜ao do processo produtivo sob condi¸c˜oes sem perturba¸c˜oes.

´

E absolutamente necess´ario um gr´afico de controle possuir uma ou duas linhas de con-trole. Dependendo se ´e desej´avel monitorar os desvios das caracter´ısticas de qualidade acima e abaixo do valor alvo ou somente desvios unilaterais, respectivamente, trabalha-se

(28)

2.4 Gr´afico de Controle na Pr´atica 14

com duas ou uma linha de controle. De acordo com isto h´a uma distin¸c˜ao entre gr´aficos de controle bilaterais e gr´aficos de controle unilaterais. As linhas de controle s˜ao chamadas de limite superior de controle e limite inferior de controle, abreviadas por LSC e LIC, respectivamente. Estas linhas tˆem o prop´osito de decidir se o processo est´a sob controle es-tat´ıstico ou se dist´urbios possam ter ocorrido. Al´em dessas linhas de controle, os gr´aficos de controle de Shewhart algumas vezes contˆem uma ou duas linhas adicionais de advertˆencia. Os n´ıveis correspondentes a estas linhas s˜ao chamados limite de advertˆencia superior e limite de advertˆencia inferior (LSA e LIA, respectivamente) e a distˆancia entre eles e a linha central ´e menor do que aquelas entre as linhas de controle LSC e LIC.

A Figura 2.1 mostra um gr´afico de controle de Shewhart com linhas de controle e advertˆencia bilaterais. Para facilitar a orienta¸c˜ao os pontos amostrais s˜ao ligados por linhas retas.

Figura 2.1 Gr´afico de Controle de Shewhart com Linhas de Controle e Advertˆencia

Bila-terais.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 Número das Amostras (Pontos de Tempo)

R e s u lt a d o s A m o s tr a is LSC LIC LSA LIA LC

Durante a aplica¸c˜ao de um gr´afico de controle existem trˆes eventos poss´ıveis para cada amostra. No primeiro, o resultado amostral pode situar-se dentro dos limites de ad-vertˆencia, neste caso assume-se que o processo de produ¸c˜ao ocorre sob controle estat´ıstico, da´ı n˜ao ´e necess´ario tomar qualquer a¸c˜ao particular. No segundo evento, o resultado amostral pode situar-se entre os limites de controle e os limites de advertˆencia, havendo assim a suspeita de uma perturba¸c˜ao no processo. Neste caso, uma segunda amostra ´e extra´ıda imediatamente, e se o novo resultado situar-se dentro dos limites de advertˆencia, a suspeita ´e descartada, entretanto, se o novo resultado situar-se fora dos limites de ad-vertˆencia a suspeita justifica-se e uma a¸c˜ao corretiva dever´a ser tomada objetivando tornar o processo produtivo sob controle estat´ıstico. Finalmente, no terceiro evento, o resultado

(29)

2.5 Planejamento de um Gr´afico de Controle 15

amostral pode situar-se sobre ou fora dos limites de controle. Se isto ocorrer, uma inter-ven¸c˜ao no processo produtivo dever´a ser feita imediatamente. Numa situa¸c˜ao concreta, esta interven¸c˜ao depende particularmente do processo produtivo, do conhecimento sobre ele e do tipo de perturba¸c˜ao indicada na inspe¸c˜ao. Sob certas circunstˆancias pode at´e ser necess´ario separar todas as unidades que foram produzidas depois da ´ultima amostragem. Quando gr´aficos de controle sem limites de advertˆencia s˜ao utilizados, o primeiro evento refere-se aos limites de controle e o segundo evento ´e omitido.

Para Mittag e Rinne (1993) a utiliza¸c˜ao de limites de advertˆencia modifica conside-ravelmente as propriedades estat´ısticas de um gr´afico de controle. Em particular, n˜ao ´e poss´ıvel controlar sua curva de poder.

2.5 Planejamento de um Gr´

afico de Controle

O planejamento de um gr´afico de controle envolve principalmente a escolha adequada do tamanho da amostra, o intervalo de tempo entre amostras consecutivas e a especifica¸c˜ao dos limites de controle e, quando apropriado, dos limites de advertˆencia. Durante a fase de planejamento de um gr´afico de controle, testes te´oricos e considera¸c˜oes econˆomicas s˜ao importantes. Woodall (1985) planeja gr´aficos de controle, baseando-se no desempenho estat´ıstico destes sobre algumas regi˜oes de controle previamente especificadas. Caulcutt (1995) mostra os principais tipos de erros e acertos, usualmente cometidos por usu´arios dos gr´aficos de controle. Woodall (2000) afirma que o planejamento dos gr´aficos de controle desenvolvidos por Shewhart s˜ao bastante ´uteis em muitas aplica¸c˜oes atuais, entretanto, ele considera que a introdu¸c˜ao de novas id´eias relacionadas ao controle estat´ıstico da qualidade, como por exemplo, m´etodos multivariados e planos amostrais, tˆem sido muito lentamente introduzidos no ambiente industrial.

Quando se quer determinar o tamanho da amostra e o intervalo amostral, pode-se utilizar crit´erios econˆomicos, como por exemplo, custos de inspe¸c˜ao, custos de produ¸c˜ao parada devido `a interrup¸c˜ao do processo para realizar ajustes necess´arios e custos de perturba¸c˜oes n˜ao detectadas. Na pr´atica o tamanho amostral n e a freq¨uˆencia amostral s˜ao escolhidos arbitrariamente, geralmente, baseados em experiˆencias passadas. O tamanho amostral n ´e raramente maior que 15 e, por raz˜oes num´ericas, um n´umero ´ımpar.

(30)

2.5 Planejamento de um Gr´afico de Controle 16

Proschan e Savage (1960) d˜ao boas recomenda¸c˜oes de como iniciar o processo de cons-tru¸c˜ao de gr´aficos de controle. Considera¸c˜oes a respeito do tamanho amostral ideal e do n´ıvel de significˆancia utilizados no desenvolvimento dos limites de controle, tamb´em s˜ao mostradas.

A especifica¸c˜ao dos limites de controle ´e o assunto central no planejamento de um gr´afico de controle. Os limites de controle s˜ao especificados de forma que a estat´ıstica de teste

g(X) alcance ou exceda seus valores somente com uma pequena probabilidade α, quando

o processo ocorre sem perturba¸c˜oes. Para um gr´afico de controle, com ambos LSC e LIC, isto significa que:

P [g(X) /∈ (LSC; LIC)|processo est´a sob controle estat´ıstico] = α. (2.1) Na pr´atica utilizam-se testes estat´ısticos com distribui¸c˜oes sim´etricas e, conseq¨uente-mente, sempre se proceder´a como descrito na Figura 2.1, especificando-se os limites LSC e LIC com a mesma distˆancia da linha central (LC). A probabilidade (2.1) ent˜ao consiste de duas probabilidades iguais, dadas por:

P [g(X) ≥ LSC|processo est´a sob controle estat´ıstico] = α/2 (2.2) e

P [g(X) ≤ LIC|processo est´a sob controle estat´ıstico] = α/2. (2.3) Quando se planeja um gr´afico de controle unilateral se procede de forma an´aloga. So-mente n˜ao se divide a probabilidade α em duas probabilidades e se determina o LSC ou

LIC, respectivamente, atrav´es das seguintes equa¸c˜oes:

P [g(X) ≥ LSC|processo est´a sob controle estat´ıstico] = α (2.4) ou

P [g(X) ≤ LIC|processo est´a sob controle estat´ıstico] = α. (2.5) ´

E importante n˜ao especificar os limites de controle muito pr´oximos da linha central, porque a varia¸c˜ao natural no tempo, quando o processo est´a em estado de controle es-tat´ıstico, pode induzir a uma interven¸c˜ao. A probabilidade α de interferir num processo sem perturba¸c˜oes (alarme falso) aumenta, quando a distˆancia entre os limites de controle diminui. Entretanto, se as linhas de controle est˜ao muito distantes da linha central ent˜ao ocorre o risco de se responder muito tarde a uma perturba¸c˜ao sistem´atica no processo.

(31)

2.6 Benef´ıcios da Utiliza¸c˜ao dos Gr´aficos de Controle 17

A probabilidade de n˜ao interferir em um processo perturbado (alarme negligenciado) aumenta quando a distˆancia entre as linhas de controle e a linha central aumenta. Geral-mente, os limites de controle s˜ao calculados de forma que a estat´ıstica amostral g(X) de um processo sem perturba¸c˜oes situe-se dentro das linhas de controle com probabili-dade de 99%. Conseq¨uentemente, para determina¸c˜ao das linhas de controle geralmente estabelece-se um α = 0, 01 em (2.1) e, respectivamente, em (2.4) ou (2.5).

A estat´ıstica amostral g(X), supostamente, possui uma distribui¸c˜ao sim´etrica e cont´ınua, por exemplo a distribui¸c˜ao normal. Sup˜oe-se tamb´em que sua densidade exista. Se o teste escalar Y = g(X) possui condi¸c˜oes sob controle e distribui¸c˜ao com esperan¸ca µY (n´ıvel

da linha central LC) e desvio padr˜ao σY, ent˜ao os limites de controle LSC e LIC s˜ao

colocados no n´ıvel µY ± 3σY.

2.6 Benef´ıcios da Utiliza¸c˜

ao dos Gr´

aficos de Controle

Um gr´afico de controle monitora a conformidade entre o estado desejado e o atual de um processo com rela¸c˜ao a certas caracter´ısticas de qualidade. A aplica¸c˜ao de um gr´afico de controle sup˜oe possuir o efeito de que mudan¸cas indesej´aveis no comportamento da ca-racter´ıstica de qualidade, por exemplo, uma mudan¸ca na m´edia, um aumento na dispers˜ao, um aumento no n´umero de unidades n˜ao-conformes ou um aumento de n˜ao-conformidades, sejam descobertas e corrigidas t˜ao logo quanto poss´ıvel. Como conseq¨uˆencia, a fra¸c˜ao defeituosa do processo, ou respectivamente, a quantidade de reparos de n˜ao-conformidades ´e reduzida e conseq¨uentemente a produtividade aumenta.

Gr´aficos de controle que j´a cumpriram seu prop´osito como instrumento do controle de um processo, servem para a empresa como prova e documenta¸c˜ao dos esfor¸cos da garantia da qualidade do produtor para o consumidor.

Finalmente, os gr´aficos de controle da qualidade podem tamb´em ser utilizados para avalia¸c˜oes internas da precis˜ao do maquin´ario e ferramentas. Ainda, podem servir como aux´ılio nas decis˜oes sobre investimentos adicionais ou na programa¸c˜ao de manuten¸c˜ao e/ou vistorias gerais.

(32)

2.7 Tipos de Gr´aficos de Controle 18

2.7 Tipos de Gr´

aficos de Controle

Existem v´arios crit´erios utilizados para classificar os gr´aficos de controle, como por exemplo, quanto ao n´umero de linhas de controle, os gr´aficos distinguem-se entre gr´aficos de controle unilaterais e bilaterais. Dependendo se os c´alculos dos limites de controle en-volvem ou n˜ao especifica¸c˜oes t´ecnicas, os gr´aficos de controle de Shewhart s˜ao classificados em cl´assicos ou modificados, respectivamente.

Um gr´afico de controle ´e dito ser de rastreamento ´unico, quando o gr´afico cont´em so-mente um sistema de coordenadas no qual os resultados da inspe¸c˜ao, para monitorar um aspecto do processo de produ¸c˜ao (loca¸c˜ao ou dispers˜ao), s˜ao introduzidos. Um gr´afico de controle de rastreamento duplo cont´em dois sistemas de coordenadas para monitorar simultaneamente a loca¸c˜ao e a dispers˜ao. Gr´aficos de controle com rastreamento duplo s˜ao nada mais que dois gr´aficos de controle com rastreamento simples aplicados simul-taneamente, ambos relacionados a mesma caracter´ıstica de qualidade. Diferentes destes, gr´aficos de controle multivariados monitoram v´arias caracter´ısticas de qualidade ao mesmo tempo.

De acordo com o tipo de caracter´ıstica de qualidade, os gr´aficos de controle distin-guem-se entre gr´aficos de controle para atributos e gr´aficos de controle para vari´aveis. Termos sinˆonimos s˜ao gr´aficos de controle para dados cont´aveis e gr´aficos de controle para medidas. Gr´aficos de controle para atributos sempre utilizam uma estat´ıstica de teste com distribui¸c˜ao discreta, enquanto a estat´ıstica amostral de um gr´afico para vari´aveis possui uma distribui¸c˜ao cont´ınua.

Finalmente, pode-se diferenciar os gr´aficos de controle dependendo se a decis˜ao de in-terferir no processo ´e baseada unicamente no resultado amostral apresentado ou tamb´em em amostras precedentes. Gr´aficos de controle do tipo Shewhart somente utilizam o resul-tado amostral atual, sendo conhecidos como gr´aficos de controle sem mem´oria. Gr´aficos de controle com mem´oria, por exemplo CUSUM e EWMA, utilizam os resultados das amostras precedentes.

A nota¸c˜ao dos gr´aficos de controle depende, freq¨uentemente, da estat´ıstica de teste e do tipo de rastreamento do gr´afico. Na pr´atica, as seguintes nota¸c˜oes mais usuais foram estabelecidas:

(33)

2.8 Teste de Hip´otese e Gr´aficos de Controle 19

• Gr´afico X - Gr´afico de controle simples para atributos onde a estat´ıstica teste

acu-mula as conformidades por unidades produzidas ou o n´umero de unidades n˜ao-conformes na amostra;

• Gr´afico p - Gr´afico de controle para atributos, o qual utiliza a propor¸c˜ao de unidades

n˜ao-conformes na amostra como sua estat´ıstica de teste;

• Gr´afico u - Gr´afico de controle para atributos. Sua estat´ıstica de teste ´e o ac´umulo

de n˜ao-conformidades por unidade f´ısica;

• Gr´afico de ¯X e Gr´afico ˜X - Gr´aficos de controle para vari´aveis com a m´edia amostral

e a mediana amostral, respectivamente, como a estat´ıstica de teste. Por conseguinte, estes gr´aficos s˜ao tamb´em chamados de gr´afico da m´edia e gr´afico da mediana. Ambos tˆem o prop´osito de monitorar o n´ıvel do processo;

• Gr´afico de R, Gr´afico S e Gr´afico S2 - Gr´aficos de controle para vari´aveis onde

a estat´ıstica de teste ´e a amplitude amostral, ou o desvio padr˜ao amostral ou a variˆancia amostral, respectivamente. Estes gr´aficos s˜ao tamb´em chamados de gr´afico da amplitude, gr´afico do desvio padr˜ao e gr´afico da variˆancia, respectivamente. Eles monitoram a dispers˜ao do processo de produ¸c˜ao;

• Gr´afico de ¯X − S, Gr´afico ¯X − R, Gr´afico ¯X − MR, Gr´afico ˜X − S, Gr´afico ˜X − R

e Gr´afico ˜X − MR - Gr´afico de controle para vari´aveis com rastreamento duplo e

que utilizam a m´edia amostral ou a mediana amostral para monitorar o n´ıvel do processo e o desvio padr˜ao amostral, a amplitude amostral ou a amplitude m´ovel para controlar a dispers˜ao do processo. Estes gr´aficos s˜ao apropriadamente chamados como acima, por exemplo, gr´afico da m´edia-amplitude no caso do gr´afico ¯X − R.

2.8 Teste de Hip´

otese e Gr´

aficos de Controle

Conforme mencionado na Se¸c˜ao 2.5, gr´aficos de controle s˜ao principalmente uma forma gr´afica de uma estat´ıstica amostral g(X) como uma fun¸c˜ao do tempo. Todos os gr´aficos de controle tˆem em comum que suas aplica¸c˜oes s˜ao equivalentes a repetidamente desempenhar um teste de hip´oteses da seguinte forma:

H0 : o processo produtivo est´a sob controle estat´ıstico

H1 : o processo produtivo est´a fora do controle estat´ıstico. (2.6)

(34)

2.8 Teste de Hip´otese e Gr´aficos de Controle 20

Se a realiza¸c˜ao da fun¸c˜ao amostral alcan¸ca ou excede os limites de controle LSC e LIC (gr´aficos de controle bilaterais) ou um deles (no caso de gr´aficos de controle unilaterais), ent˜ao a hip´otese H0 ´e rejeitada e ajustes no processo s˜ao realizados. A regi˜ao de aceita¸c˜ao

(RA) para H0 ´e dada pelo conjunto de todas as realiza¸c˜oes da estat´ıstica de teste que se

situam dentro dos limites de controle. Conseq¨uentemente, a regi˜ao de rejei¸c˜ao (RR) para

H0 ´e definida como sendo o complementar de RA. Logo, a regra de decis˜ao do teste lˆe-se

como segue:

• Se a estat´ıstica de teste g(X) situa-se sobre ou fora das linhas de controle, ´e necess´ario

intervir no processo.

• Se a estat´ıstica de teste g(X) situa-se dentro das linhas de controle, ent˜ao n˜ao ´e

necess´ario tomar nenhuma a¸c˜ao.

Numa dada situa¸c˜ao a hip´otese H0diz que um parˆametro de loca¸c˜ao (µ, digamos) ou um

parˆametro de dispers˜ao (σ, digamos) da caracter´ıstica de qualidade monitorada concorda com um desejado valor. Este valor alvo pode ainda ser um valor nominal ou estimado de uma produ¸c˜ao pr´evia do processo.

No que segue este trabalho estar´a restrito a gr´aficos de controle univariados para vari´aveis.

Este cap´ıtulo procurou proporcionar uma vis˜ao geral acerca dos gr´aficos de controle, destacando algumas das principais pesquisas envolvendo a utiliza¸c˜ao e o desenvolvimento destes gr´aficos. Al´em dos tipos, os princ´ıpios, a utiliza¸c˜ao na pr´atica e o planejamento dos gr´aficos de controle, foram mostrados testes de hip´oteses por tr´as da utiliza¸c˜ao de tal ferramenta, bem como, os seus benef´ıcios.

Todos estes aspectos s˜ao de extrema importˆancia, pois atrav´es deles ser˜ao obtidas me-lhores estimativas para o n´ıvel e dispers˜ao do processo. Tais estimativas para a dispers˜ao do processo, constituem um dos principais objetivos deste trabalho, ou seja, buscar por estimadores cada vez mais precisos a serem utilizados na constru¸c˜ao de gr´aficos de controle. Finalmente, este cap´ıtulo serve como embasamento para o entendimento a respeito dos gr´aficos de controle para vari´aveis implementado no pr´oximo cap´ıtulo.

(35)

Cap´ıtulo 3

Gr´

aficos de Controle para Vari´

aveis

3.1 Introdu¸c˜

ao

Conforme pˆode ser visto no cap´ıtulo anterior, existe um crescente interesse de pesqui-sadores e usu´arios de gr´aficos de controle na obten¸c˜ao de estimadores cada vez melhores para o n´ıvel e dispers˜ao do processo.

De fato, as caracter´ısticas importantes de um processo produtivo, no controle para vari´aveis, s˜ao o n´ıvel e a dispers˜ao natural do processo. Mudan¸cas significativas no n´ıvel e/ou na dispers˜ao do processo produtivo podem originar altera¸c˜oes significativas na fra¸c˜ao n˜ao-conforme, por esta raz˜ao, no controle para vari´aveis, o n´ıvel e dispers˜ao do processo, comumente s˜ao controlados simultaneamente. Isto ´e geralmente conseguido utilizando o gr´afico ¯X ou o gr´afico ˜X, para o controle do n´ıvel e o gr´afico S, o gr´afico S2 ou o gr´afico R,

para o controle da variabilidade. Quando utilizados em conjunto, estes gr´aficos constituem um procedimento razoavelmente eficiente para o controle de um processo. Os gr´aficos para dispers˜ao monitoram a variabilidade dentro da amostra, enquanto que, os gr´aficos para o n´ıvel monitoram a variabilidade entre as amostras.

Deve ficar claro que para o controle da variabilidade (e indiretamente do n´ıvel) de um processo, a caracter´ıstica de qualidade deve ser normalmente distribu´ıda. Nas aplica¸c˜oes pr´aticas do controle da qualidade, esta restri¸c˜ao n˜ao ´e demasiadamente s´eria, uma vez que caracter´ısticas qualitativas medidas em escala continua tˆem, em geral, distribui¸c˜ao normal ou aproximadamente normal. Se os gr´aficos de controle v˜ao ser estabelecidos para um novo processo, do qual n˜ao se tˆem informa¸c˜oes pr´evias, antes de procurar estabelecer os gr´aficos deve ser feito um teste de normalidade para a caracter´ıstica de interesse. Eventualmente pode ser necess´ario efetuar uma transforma¸c˜ao na vari´avel, visando a normalidade.

(36)

3.1 Introdu¸c˜ao 22

dos limites de controle, quer nos gr´aficos para o n´ıvel, quer nos gr´aficos para a dispers˜ao. Por´em, mesmo com todos os pontos entre os limites de controle, a presen¸ca de tendˆencias, ciclos ou alguma outra configura¸c˜ao t´ıpica dos pontos pode revelar descontrole do processo.

Algumas recomenda¸c˜oes pr´aticas tˆem sido apresentadas por v´arios estudiosos, por exem-plo Kume (1993) e Montgomery (2001), para a verifica¸c˜ao do estado de controle de um processo. Segundo Bravo (1995), ´e geralmente aceito que no gr´afico de um processo sob controle estat´ıstico, cerca de 2/3 do n´umero total de pontos devem estar localizados no ter¸co central do gr´afico. Se para 25 amostras mais de 90% ou menos de 40% dos pontos estiverem situados no ter¸co central do gr´afico de controle, tem-se uma indica¸c˜ao de des-controle do processo. Evidˆencias de deslocamento da m´edia do processo ou de tendˆencia dos pontos s˜ao geralmente aceitas se ocorrerem 7 pontos consecutivos de um dos lados da linha central do gr´afico ou 7 pontos consecutivos n˜ao crescentes ou n˜ao decrescentes. Nelson (1984) apresenta oito testes gr´aficos simples para detectar falta de controle atrav´es do gr´afico ¯X.

Durante o processo de constru¸c˜ao dos gr´aficos de controle para vari´aveis, o gr´afico para dispers˜ao ´e constru´ıdo em primeiro lugar, uma vez que ele fornece uma estimativa da variabilidade do processo, a qual ´e usada para constru¸c˜ao do gr´afico para o n´ıvel. Evidentemente, esta estimativa s´o deve ser usada quando o processo estiver sob controle em rela¸c˜ao a variabilidade. Nas aplica¸c˜oes em conjunto, o gr´afico para a dispers˜ao ´e usualmente apresentado depois do gr´afico para o n´ıvel.

Neste cap´ıtulo ser´a abordado o processo de constru¸c˜ao e implementa¸c˜ao dos gr´aficos de controle para vari´aveis, mais especificamente, os gr´aficos para monitorar o n´ıvel e a dispers˜ao do processo. O processo de obten¸c˜ao dos limites de controle e da linha central para os gr´aficos do desvio padr˜ao, da variˆancia, da amplitude, da m´edia e da mediana ser˜ao detalhadamente vistos. Tabelas com fatores para constru¸c˜ao dos limites ser˜ao mostradas. Algumas das principais pesquisas envolvendo os gr´aficos de controle para vari´aveis ser˜ao apresentadas.

Portanto, nas se¸c˜oes seguintes ser˜ao abordados as seguintes classes de gr´aficos de con-trole para vari´aveis: a Se¸c˜ao 3.2 mostrar´a os trˆes gr´aficos de concon-trole mais comuns (gr´afico do desvio padr˜ao, gr´afico da variˆancia e gr´afico da amplitude), utilizados no

(37)

monitora-3.2 Gr´aficos de Controle para Monitorar a Dispers˜ao do Processo 23

mento da dispers˜ao do processo, e a Se¸c˜ao 3.3 apresentar´a o gr´afico da m´edia e o gr´afico da mediana, ambos, utilizados no monitoramento do n´ıvel do processo.

3.2 Gr´

aficos de Controle para Monitorar a Dispers˜

ao

do Processo

Quando se constr´oi gr´aficos de controle para a dispers˜ao do processo, tem-se que decidir primeiramente se o gr´afico ´e para detectar mudan¸cas em ambas as dire¸c˜oes ou se somente numa dire¸c˜ao. Neste ´ultimo caso um gr´afico de controle unilateral para dispers˜ao do processo ´e utilizado.

Se o teste de hip´otese ´e escolhido da seguinte forma

H0 : σt ≤ σ

H1 : σt > σ, (3.1)

somente ´e de interesse uma mudan¸ca crescente (gr´afico de controle unilateral com limite superior), em um tempo t, na caracter´ıstica de qualidade monitorada X (X ∼ N(µ, σ2)).

Certamente, gr´aficos de controle que detectam mudan¸cas na dispers˜ao do processo em am-bas as dire¸c˜oes podem ser constru´ıdos. A aplica¸c˜ao de tal gr´afico de controle corresponde a realiza¸c˜ao de um teste de hip´oteses do tipo

H0 : σt = σ

H1 : σt 6= σ. (3.2)

Finalmente, a seguir, trˆes diferentes gr´aficos de controle para a dispers˜ao do processo s˜ao apresentados. O gr´afico do desvio padr˜ao amostral, o gr´afico da variˆancia amostral e o gr´afico da amplitude amostral.

3.2.1 Gr´

afico do Desvio Padr˜

ao (Gr´

afico S)

Com a relativa facilidade com que ´e poss´ıvel calcular os desvios padr˜oes utilizando calculadoras com fun¸c˜oes embutidas, o gr´afico S est´a crescendo em uso como gr´afico de controle para medir a dispers˜ao do processo. Davis (1999) fornece um programa computa-cional simples que determina o tamanho amostral ´otimo e o limite superior de controle para gr´aficos S unilaterais. Logo, se algum desvio padr˜ao amostral observado est´a acima do LSC, ent˜ao o gr´afico sinalizar´a que o processo pode ter problemas. Enquanto que, se o desvio padr˜ao amostral observado estiver abaixo do LSC, sinais n˜ao ser˜ao gerados. Para

(38)

3.2 Gr´aficos de Controle para Monitorar a Dispers˜ao do Processo 24

Montgomery (2001) o gr´afico do desvio padr˜ao oferece maior eficiˆencia na estima¸c˜ao da dispers˜ao e ´e mais flex´ıvel para aplica¸c˜oes que envolvam tamanhos de subgrupos maiores e/ou diferentes que o gr´afico R.

Para determinar os limites de controle do gr´afico S, ´e necess´ario supor que os valores observados da caracter´ıstica de qualidade monitorada s˜ao normalmente distribu´ıdos com m´edia µ e variˆancia σ2. Se S

j ´e o desvio padr˜ao amostral do j-´esimo subgrupo, ent˜ao

Sj = v u u tXn i=1 (Xi− ¯X)2 n − 1 . (3.3)

No entanto, o desvio padr˜ao amostral Sj n˜ao ´e um estimador n˜ao-viesado de σ (veja

Cap´ıtulo 5). Como (n − 1)S2

j/σ2 tem distribui¸c˜ao qui-quadrado com n − 1 graus de

liber-dade, pode-se verificar que

µSj = E[Sj] = cnσ (3.4) e σSj = q V ar[Sj] = p σ2− c2 2 = σ p 1 − c2 n, (3.5)

onde n ´e o tamanho do subgrupo amostral e

cn= µ 2 n − 11/2 Γ(n/2) Γ[(n − 1)/2]. (3.6)

Baseando-se nas f´ormulas (3.4) e (3.5), a linha central e os limites de controle 3 sigmas para o gr´afico S, quando um valor padr˜ao ´e dado por σ, s˜ao obtidos atrav´es das seguintes express˜oes: LSC = cnσ + 3σ p 1 − c2 n LC = cnσ LIC = cnσ − 3σ p 1 − c2 n. Comumente, defini-se B5 = cn− 3 p 1 − c2 n e B6 = cn+ 3 p 1 − c2 n,

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