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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE

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ESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA

MARIA VITORINO BATISTA, 2014303

NOVA MEDICAL SCHOOL|FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS Regente: Professor Doutor Rui Maio || Orientadora: Mestre Paula Pinto

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Agradecimentos

Aos meus pais e aos meus amigos por terem partilhado comigo esta aventura e me terem dado o apoio necessário para terminar esta etapa.

Aos Grandes Exemplos que tive em todo o meu percurso académico, desde o ensino secundário até ao presente dia, que me deram as ferramentas necessárias para que me tornasse na pessoa que sou hoje e na médica que espero vir a ser: Dos Professores Manuel João Pires, Luís Rosa e João Paulo Dinis por me terem ensinado que não há perguntas erradas e sobretudo não pode haver medo das respostas;

Do Professor Doutor Rui Moreno, Chefe de Serviço da UCINCT do Hospital de São José, por me ter acolhido no seu serviço e me ter dado a oportunidade de aprender Medicina Intensiva consigo, presenciando a resiliência médica no seu esplendor máximo;

Da Dr.ª Laurinda Leitão, tutora de Medicina Geral e Familiar, por ser um grande exemplo de dedicação inigualável à Medicina e aos seus doentes e por me ter ensinado o verdadeiro significado da Medicina Geral e Familiar;

Do Dr. Mário Alcatrão, tutor de Medicina Interna no 3º ano do MIM, por ter feito da Medicina Interna um desafio diário e me ter despertado para a visão holística do doente desde o primeiro ano de contacto clínico;

Do Dr. Tiago Duarte, médico interno de formação especifica de Anestesia, por me ter ensinado a questionar a necessidade de cada procedimento antes de o realizar;

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ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO 3 2. OBJETIVOS GERAIS 3 3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ESTÁGIOS PARCELARES 3 OUTRAS ATIVIDADES 6 4. ATIVIDADES EXTRACURRICULARES 7 5. REFLEXÃO CRÍTICA 8 6. ANEXOS 11

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1. INTRODUÇÃO

O currículo académico do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) na NOVA Medical School| Faculdade de Ciências Médicas (NMS|FCM) é constituído por 2 anos iniciais de componente teórica, estando os 4 anos seguintes, por excelência, dedicados à aquisição das competências inerentes à prática clínica que assentam nos conhecimentos previamente adquiridos, consolidando-os. Assim, assume-se como objetivo primordial do MIM que o aluno adquira tanto o conhecimento teórico como também as competências clínicas e sociais que a profissão médica do século XXI exige, de forma a que, perante o doente, consiga desempenhar as suas funções com profissionalismo e humanidade. Neste sentido, o culminar da formação médica pré-graduada é o Estágio Profissionalizante que integra o 6º ano do MIM, sendo este constituído por 6 estágios parcelares (Medicina Interna, Cirurgia, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Saúde Mental e Medicina Geral e Familiar) que passarei a descrever ao longo do presente relatório. De destacar que devido à pandemia causada pelo novo coronavírus SARS-COV-2 que impediu a frequência dos serviços hospitalares e dos centros de saúde por parte dos alunos, os estágios parcelares de Pediatria e Medicina Geral e Familiar (MGF) foram substituídos por tarefas relacionadas, que discriminarei adiante.

Neste documento, começarei por expor os objetivos gerais que tracei para este ano e em seguida descreverei as atividades desenvolvidas, dividindo-as em curriculares (estágios parcelares e outras atividades) e extracurriculares. Terminarei com uma reflexão crítica acerca dos conhecimentos e competências adquiridos ao longo deste ano profissionalizante e do MIM. Em anexo, encontra-se o cronograma do ano letivo (Anexo I), referência a trabalhos e apresentações desenvolvidas (Anexo II) e a atividades extracurriculares que considerei relevantes (Anexos IV-XXV).

2. OBJETIVOS GERAIS

Com base no documento “O Licenciado Médico em Portugal”, defini como objetivos gerais para o 6º ano do MIM: 1) Adquirir e consolidar conhecimentos teórico-práticos sobre as patologias mais frequentes em cada

especialidade, focando-me nas informações-chave de cada uma, de forma a reconhecer um possível caso; 2) Realizar corretamente a avaliação de um doente, nomeadamente a anamnese e o exame objetivo detalhado

e com especial enfoque na exclusão de patologias emergentes que requerem uma abordagem imediata, não esquecendo o contexto psicossocial inerente a cada caso;

3) Perante os dados recolhidos na anamnese e exame objetivo, estabelecer hipóteses de diagnóstico adequadas e hierarquizá-las corretamente;

4) Sugerir a realização de exames e meios complementares de diagnóstico (EMCD), caso se justifiquem, bem como elaborar propostas de planos terapêuticos adequados às hipóteses diagnósticas estabelecidas;

5) Desenvolver a capacidade de comunicação com os doentes e seus familiares bem como com colegas profissionais de saúde, através da transmissão adequada das informações e cooperação interpessoal;

6) Refletir com sentido de autocritica sobre os meus conhecimentos e competências clínicas, pontos fortes e aspetos a melhorar a fim de identificar lacunas que possam ser colmatadas.

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Cirurgia: Hospital Beatriz Ângelo - 9 de Setembro a 1 de Novembro de 2019

Sob tutela do Dr. João Sousa Ramos, o primeiro estágio parcelar do ano teve como objetivos específicos a aquisição de confiança na dinâmica do bloco operatório, com especial enfoque nas técnicas de assépsia, na execução de procedimentos básicos e ainda na consolidação de conhecimentos relativos às patologias mais frequentes, nomeadamente os seus sinais e sintomas, os EMCD necessários além da terapêutica mais adequada. Durante este estágio assisti a cerca de 20 cirurgias, sendo a maioria delas referentes à área de colon e reto e tive oportunidade de participar como segunda ajudante em 3 delas. Na enfermaria, observei os doentes e redigi os respetivos diários clínicos, o que me permitiu estar consciente dos cuidados pré e pós-operatórios inerentes a cada caso. Na consulta de cirurgia geral contactei com doentes referenciados do exterior, de forma a avaliar a existência, ou não, de indicação cirúrgica e assisti ainda a consultas de seguimento pós-operatório.

Durante as 2 semanas de estágio opcional estive na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) por ter particular interesse pela especialidade de Medicina Intensiva. Aqui, além da avaliação individual dos doentes e da redação dos respetivos registos clínicos, assisti a procedimentos como paracenteses, colocação de linhas arteriais e cateteres venosos centrais (CVCs). Assisti diariamente à visita clínica e de forma ocasional apresentei alguns doentes.

De salientar que, a última semana deste estágio parcelar, decorreu no serviço de urgência (SU) onde contactei com a pequena cirurgia, balcão de amarelos e verdes, sala de reanimação e sala de observação (SO), que me permitiu observar a abordagem e estabilização rápida do doente urgente/emergente. Neste contexto, participei no curso teórico-prático “Trauma Evaluation and Management” TEAM (Anexo IV) sobre a abordagem ao doente politraumatizado. No final do estágio, apresentei um caso clínico acerca de um quisto esplénico (Anexo II).

Medicina Interna: Hospital de Egas Moniz - 4 de Novembro de 2019 a 10 de Janeiro de 2020

Tutelado pelo Dr. Francisco Silva e pela Drª Marta Manso, o estágio parcelar de Medicina Interna foi, indubitavelmente, o momento ao longo deste ano profissionalizante em que me senti mais autónoma e membro ativo da enfermaria. Diariamente, tinha 2 a 3 doentes a meu cargo: colhia as suas histórias clínicas, inteirava-me das intercorrências e vigilâncias de cada um deles, interpretava os exames e análises laboratoriais, procedendo, em seguida, à realização do exame objetivo e redação dos respetivos registos. Sob tutela, comunicava com a equipa de enfermagem e pedia colaboração de outras especialidades médicas se o caso assim o exigisse. No final da manhã, discutia a evolução dos doentes, os EMCD a requisitar e ainda o plano terapêutico a instituir, com toda a equipa médica.

Quando necessário realizava gasimetrias arteriais bem como punções venosas e ocasionalmente observei a colocação de CVCs. Assisti a todas as sessões clínicas do serviço e participei ativamente na visita clínica, apresentando 1 doente por semana. Frequentei ainda o SU do Hospital São Francisco Xavier (HSFX), nomeadamente sala de reanimação, balcão de amarelos e SO.

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Durante este estágio procurei adquirir, progressivamente, maior autonomia e responsabilidade, no que à prática clínica diz respeito. De forma particular, foquei-me na deteção precoce de sinais de alarme, nas manifestações clínicas, nos critérios de diagnóstico e ainda nas opções terapêuticas das patologias mais frequentes em Portugal. Saliento ainda a identificação e referenciação de situações clínicas urgentes bem como o desenvolvimento de sensibilidade particular para a abordagem dos doentes de forma holística, encarando os seus problemas clínicos como um todo coexistente num organismo e não individualmente, por forma a manter o bem estar biopsicossocial.

Na última semana, em colaboração com 2 colegas, apresentei um trabalho sobre distúrbios do potássio (Anexo II).

Ginecologia e Obstetrícia: Hospital São Francisco Xavier - 20 de Janeiro a 14 de Fevereiro de 2020

Iniciei este estágio com o intuito de adquirir experiência na realização de exame ginecológico e aprofundar o meu conhecimento sobre a abordagem à mulher grávida e às patologias mais frequentes na área da ginecologia, com especial enfoque nas infeções sexualmente transmissíveis, respetiva orientação diagnóstica e terapêutica.

No HSFX, o estágio encontra-se dividido em 2 semanas de ginecologia, nas quais tive oportunidade de acompanhar a Dr. Helena Pereira, sendo as restantes 2 semanas passadas na obstetrícia. Na área da ginecologia assisti a consultas externas (7 de patologia do cólo e 6 de ginecologia geral) além de 6 cirurgias (histerectomias, miomectomias e polipectomias), participando como segunda ajudante em algumas delas. Tomei parte das atividades da enfermaria e acompanhei 21 ecografias ginecológicas.

No que concerne à obstetrícia, estive presente na visita clínica às grávidas e puérperas da enfermaria de saúde materno-fetal, assisti a consultas externas de patologia fetal e de diagnóstico pré-natal e ainda a 9 ecografias obstétricas. Semanalmente, participei no SU e bloco de partos, onde assisti a partos eutócicos, distócicos com recurso a fórceps e ventosas e cesarianas, sendo que participei como 2º ajudante em 2 delas.

Destaco ainda a apresentação de um artigo de revisão em colaboração com uma colega (Anexo II).

Saúde Mental: Hospital Júlio de Matos (Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa - CHPL) - 17 de Fevereiro a 13 de Março de 2020

O estágio parcelar de saúde mental iniciou-se com 2 dias de aulas teórico-práticas lecionadas no edifício sede da NMS|FCM. No primeiro dia foram abordados temas relacionados com a psiquiatria em geral, nomeadamente os sinais e sintomas das principais patologias psiquiátricas, a sua abordagem e tratamento, pelo Professor Doutor Miguel Talina. No dia seguinte, o Professor Doutor Pedro Mateus abordou o tema “Estigma em Saúde Mental” já que esta é uma constante na sociedade atual, principalmente por parte da comunidade médica pelo que se torna relevante a sua abordagem na fase final do curso, com vista à erradicação desta atitude discriminatória. Estavam assim cumpridos dois dos objetivos específicos que defini para este estágio: consolidar conhecimentos, no que concerne à identificação,

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diagnóstico e abordagem terapêutica das patologias psiquiátricas mais frequentes e aprofundar a temática do estigma da doença mental, de forma a identificá-lo e elimina-lo.

A prática clínica ocorreu, nos restantes dias deste estágio parcelar, no internamento de psiquiatria no CHPL sob a orientação do Dr. Filipe Gonçalves, tendo como prioridade a deteção de ideias integradas na patologia psiquiátrica que possam comprometer a vida do doente ou de terceiros, tais como a ideação suicida e o delírio. Observei doentes com diversas patologias, nomeadamente doença bipolar tipo 1 e 2 e esquizofrenia. Gostava ainda de salientar que frequentei o SU do Hospital de S. José; assisti a 4 aulas do internato médico (aulas dirigidas aos médicos internos do internato de formação especifica de Psiquiatria do CHPL, sendo lecionadas às quartas-feiras durante a manhã, sobre diversos temas da área da Psiquiatria) e a 2 sessões teóricas direcionadas aos alunos de 6º ano, onde foram analisados os capítulos I (“Sinais e sintomas nas doenças psiquiátricas”) e III (“Entrevista clínica nos doentes psiquiátricos”) do livro Oxford Textbook of Psychiatry.

No dia 9 de Março, cumprindo a diretriz da NMS|FCM relativamente à interrupção das atividades letivas presenciais devido à pandemia COVID-19, este estágio parcelar foi cancelado, sendo realizada a avaliação final por via telefónica.

Medicina Geral e Familiar (16 de Março a 17 de Abril de 2020) e Pediatria (20 de Abril a 15 de Maio 2020)

Devido à situação pandémica corrente, os estágios parcelares de Medicina Geral e Familiar (MGF) e Pediatria foram realizados via e-learning, optando-se por substituir as atividades clínicas por outras que passo a discriminar.

No que concerne à MGF, foi solicitada a elaboração de um “Portfólio”, que incluía a resolução e a análise de situação de 1 caso clinico que foi atribuído individualmente a cada aluno, segundo distribuição aleatória intraturma; a análise de videoconsultas segundo o modelo dos 7 passos e ainda a reflexão sobre outras atividades relevantes para a aprendizagem desta especialidade que tenhamos realizado, via on-line, em contexto de quarentena. Frequentei ainda 4 cursos lecionados na plataforma da Organização Mundial de Saúde, nomeadamente: “Higiene básica”, “Antibióticos”,” Gripe” e “Prevenção e controlo de infeções, incluindo CoVid-19”. As atividades encerraram com um minicongresso em que cada aluno apresentou um tema relacionado com a Medicina Geral e Familiar (Anexo II).

Relativamente à Pediatria, elaborei uma apresentação em grupo bem como um artigo de revisão individual acerca de temas relacionados com esta especialidade (Anexo II), em substituição do estágio prático. Participei ainda em diversas sessões de discussão de casos clínicos, cujos temas se encontram na tabela em anexo (Anexo III).

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Unidade Curricular de Preparação para a Prática Clínica (PPC) – No início do presente ano letivo, frequentei a Unidade Curricular (UC) de PPC que consistiu num conjunto de aulas de índole teórica que abordaram diversos temas da Medicina, a fim estimular o desenvolvimento do raciocínio clínico e a integração de conhecimentos adquiridos.

Unidade Curricular Opcional de Preparação para o Exame de Seriação para o Ingresso nas Especialidades Médicas – Devido à impossibilidade da realização de atividades letivas presenciais, no contexto da situação pandémica que vivemos, foi criada uma nova UC transversal a todos os alunos do 6º ano da NSM|FCM. Através da análise e resolução dos casos clínicos que constaram da Prova Nacional de Acesso de 2019, esta unidade curricular teve como principal objetivo a preparação dos alunos para a prova semelhante que ocorrerá em Novembro de 2020.

4. ATIVIDADES EXTRACURRICULARES

Encarei os 6 anos de formação do MIM como um tempo dedicado à aquisição de competências médicas e também como uma oportunidade inegável para desenvolver outras competências que me permitissem alargar horizontes para além dos estritamente ligados à Medicina. Durante este ano de estágio profissionalizante, manifestei valores humanísticos que considero essenciais à prática da Medicina moderna e que adquiri com a minha participação em diversas atividade extracurriculares, ao longo do curso: fui membro do Grémio Académico desde 2016, grupo responsável pela organização de atividades de receção aos novos alunos da NMS|FCM bem como de alguns momentos culturais, tendo desempenhado funções de Presidente da Mesa da Assembleia Geral de Membros bem como de membro do Conselho-Mor(Anexo V). Ainda nesta vertente gostava de destacar que participei na formação nacional do Programa de Educação Não Formal (PNENF) organizado pela Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) que consiste numa série de sessões interativas e reflexivas acerca de temas que considerei relevantes para a minha formação pessoal, com vista à aquisição de “Soft-Skills” importantes para quem se quer destacar a nível profissional, tais como: comunicação; gestão de equipas e projetos; gestão de tempo e stress; liderança e motivação pessoal. Posteriormente, na versão local deste projeto, desempenhei funções de formadora na NMS|FCM, planeei e organizei essas sessões, o que me permitiu analisar os referidos temas de um novo ângulo, partilhar as minhas experiências pessoais e acrescentar informação ao meu conhecimento sobre o assunto (Anexo VI).

Também no que concerne à formação médica propriamente dita, utilizei, no decorrer do estágio profissionalizante, conhecimentos teórico-práticos que adquiri com a realização de vários estágios, nomeadamente, no âmbito do programa CEMEF (Curtos Estágios Médicos em Férias): em 2018, na especialidade de Medicina Interna (serviço de Medicina 3) do Hospital Infante D. Pedro, Centro Hospitalar Baixo Vouga em Aveiro (Anexo VII), em 2019, no Serviço de Urgência do Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN) (Anexo VIII) e ainda em 2019, na Unidade de Saúde Familiar Planalto em Santarém, na área de Medicina Geral e Familiar (Anexo IX) e em dois estágios autopropostos: em 2018 na Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital Distrital de Santarém, com a duração de 2 turnos de 8 horas cada um (Anexo X) e, em 2019, na Unidade de Cuidados Intensivos Neurocríticos e Trauma (UCINCT) do Hospital de S. José, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (CHULC), durante o mês de Agosto (Anexo XI).

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Acresce ainda referir a minha participação em outros momentos formativos durante o 6º ano, com o objetivo de consolidar e adquirir novos conhecimentos complementares aos estágios parcelares, principalmente na área da Medicina Interna e Cirurgia Geral, focando-me na abordagem ao doente crítico bem como na medicina de emergência. Destaco, neste âmbito, o 5º Congresso Nacional de Urgência (Anexo XII), as V Jornadas Técnicas de Medicina Intensiva (Anexo XIII) e o Congresso Nacional de Internos de Formação Geral (Anexo XIV) onde frequentei dois worshops, um sobre intubação (Anexo XV) e outro acerca de diabetes (Anexo XVI). Participei ainda num curso de Antibioterapia (Anexo XVII) e tomei parte na IV Reunião Clínica de Medicina Interna onde foram abordados temas como a deslipidemia, hipertensão e diabetes (Anexo XVIII).

Por fim, durante este ano, frequentei, como complemento aos estágios parcelares de Medicina Interna e Cirurgia Geral, pequenas palestras sobre temas que considerei relevantes por serem frequentes na população portuguesa e/ou por achar que mereciam especial atenção da minha parte devido à sua complexidade: “Gastro Day - abordagem ao doente com náuseas, vómitos e dispepsia” (Anexo XIX), “Emergency Day -abordagem ao doente com distúrbios hidroeletroliticos, hipotensão/hipoperfusão e insuficiência respiratória aguda” (Anexo XX), “Workshop de Coagulação” (Anexo XXI), “Medicina de Emergência e Catástrofe” (Anexo XXII) e “Palestra de Neurorradiologia” (Anexo XXIII). A abordagem correta de situações clínicas não patológicas foi também uma dificuldade que identifiquei durante os estágios parcelares de Psiquiatria e de Medicina Interna pelo que procurei aprender mais acerca de algumas delas, participando nas palestras “Abuso Sexual Infantil” (Anexo XXIV) e “Conviver com familiares com Demência” (Anexo XXV).

5. REFLEXÃO CRÍTICA

A finalização do presente relatório, deste ano de estágio profissionalizante e, em última instância, do curso de Medicina exige a árdua tarefa de refletir sobre este longo percurso, identificando os seus aspetos positivos e negativos.

Globalmente, considero ter cumprido os objetivos a que me propus. Durante os estágios parcelares, participei com motivação, empenho e dedicação em todas as atividades clínicas que me foram propostas bem como naquelas que desenvolvi por iniciativa própria, almejando sempre a aprendizagem e consolidação dos conteúdos tanto teóricos como práticos, e as relações pessoais e interpessoais.

Analisando os estágios efetuados, concluo que o estágio de Medicina Interna foi, indubitavelmente, aquele em que desempenhei um papel mais ativo, tanto na equipa médica como no que ao doente diz respeito, nomeadamente no que concerne à sua avaliação, proposta de EMCD e de medidas terapêuticas. Destaco ainda como ponto fundamental a comunicação com os familiares e com os vários intervenientes no processo clinico do doente, sejam eles colegas médicos, enfermeiros, auxiliares de ação médica, assistentes sociais, entre outros, sempre sob supervisão da minha tutora.

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O estágio de Cirurgia teve uma componente prática menos significativa, embora reconheça que constituiu um momento importante de consolidação de técnicas de assépsia e cirúrgicas básicas, essenciais a qualquer médico. Destaco de forma particular a revisão de conteúdos básicos da patologia dita “cirúrgica”, de acordo com os objetivos. No que concerne ao estágio de Ginecologia e Obstetrícia maioritariamente de índole observacional, destaco a aprendizagem de conceitos base de ecografia tanto ginecológica como obstétrica que veio colmatar uma das minhas lacunas nesta área da medicina.

Em relação ao estágio parcelar de Saúde Mental, considerei a introdução teórica fundamental uma vez que permitiu, independentemente do local de estágio clínico, que todos os alunos tivessem oportunidade de fazer uma revisão dos temas-chave da psiquiatria, ainda que, durante a componente prática, contactassem apenas com alguns deles, promovendo a uniformização dos conhecimentos entre os alunos. Além disto, marcou-me a interação e cooperação da equipa médica com os familiares e com os serviços sociais por forma a garantir o bem estar físico, social e psíquico dos doentes após a alta clínica, consistindo, para mim, num exemplo de trabalho em equipa multidisciplinar a seguir.

Apesar de terem sido realizadas tarefas, via on-line, que permitiram abordar temas importantes das áreas de Medicina Geral e Familiar e Pediatria considero que as tarefas efetuadas em substituição destes estágios parcelares personificam “o melhor dos mundos possíveis”. Isto é, tendo em conta a situação de pandemia atual, denota-se um esforço por parte dos regentes das UC e de todos os professores em geral para que os alunos possam tirar o melhor partido da situação e assim minimizar os impactos da mesma na aprendizagem. Contudo, sendo este um estágio profissionalizante, não há, na minha opinião, tarefa teórica que consiga ensinar aos alunos os conteúdos práticos que é suposto que interiorizem. No entanto, procurei aproveitar a oportunidade da melhor forma, focando-me em rever conceitos teóricos e teórico-práticos que me possam vir a ser úteis no futuro.

Pese embora o facto de ter visto o meu contacto clínico prejudicado nestes 2 últimos estágios, considero-me privilegiada no que à prática clínica diz respeito já que o meu percurso académico contou com outros momentos formativos, de índole prática que, não substituindo o estágio parcelar de MGF e Pediatria, me permitiram desenvolver competências essenciais. Destaco como estágios extracurriculares que foram determinantes para a aprendizagem de conceitos e técnicas que coloquei em prática durante os estágios parcelares do 6º ano: o estágio de Medicina Interna que realizei em Aveiro onde estive numa unidade de AVC e pratiquei, diariamente, o exame neurológico sumário; o estágio de Medicina Geral e Familiar onde realizei inúmeras colpocitologias, colmatando assim uma falha na minha formação do 4º ano do MIM; o estágio no Serviço de Urgência do Hospital de Santa Maria (CHLN) onde estive em áreas tão variadas como a sala de aerossóis, SO, balcão de verdes e laranjas e sala de reanimação, tendo oportunidade de avaliar doentes, registar a sua história clínica, realizar exame objetivo, propor EMCD e medidas terapêuticas de forma supervisionada, além de realizar procedimentos como colheita de sangue venoso e gasimetrias. Este momento foi particularmente importante para a minha formação porque permitiu-me experienciar pela primeira vez, o “peso” da responsabilidade inerente à profissão médica bem como toda a atenção e concentração necessárias à abordagem

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cuidada e correta dos doentes. No estágio que realizei na UCINCT do hospital de S. José tinha um doente crítico a meu cargo, apresentava-o nas visitas clínicas, acompanhava-o na realização de EMCD, diariamente, e colocava linhas arteriais quando necessário. Durante este mês, aprendi o significado da resiliência médica. Na verdade, o comprometimento do médico com o doente implica que perante a ausência de resposta clínica, seja iniciada uma nova investigação de outro método terapêutico, mesmo quando os recursos científicos pareçam estar esgotados, sem nunca olvidar o facto de que, mais do que a vida per si, interessa prolongar a qualidade da mesma. Esta dualidade é, pois, complexa, sendo que o contacto com doentes críticos, diariamente, e a observação da dinâmica e discussão dos casos neste serviço permitiu-me uma melhor preparação para a realidade supracitada com a qual vim a conviver durante o estágio profissionalizante.

Neste contexto, destaco igualmente o estágio que realizei na VMER no qual contactei com realidades bastante dispares, desde a reversão de uma paragem cardiorrespiratória à contenção de uma hemorragia ativa ou mesmo avaliação de uma dor torácica, sempre num contexto pré-hospitalar. Como maior aprendizagem desta experiência destaco a versatilidade da medicina que não conhece obstáculos e, com recursos mínimos, vai ao encontro do doente e, em última instância, permite a sua chegada à unidade de saúde. Da mesma forma, deparei-me durante o 6º ano com situações em que a escassez de meios do Sistema Nacional de Saúde (SNS) exige aos profissionais que se reinventem e se adaptem aos recursos existentes, a fim de garantirem o bem estar dos doentes.

Importa ainda salientar as múltiplas palestras, cursos, workshops e congressos em que participei a fim de aprofundar o meu conhecimento acerca das várias áreas da Medicina, como forma de complemento aos estágios parcelares, destacando-se a área de Medicina Interna (urgência/emergência e doente crítico), Cirurgia Geral (trauma), Pediatria (abuso sexual infantil) e Psiquiatria (demência).

Finalmente, porque acredito que é essencial ao médico atual o desenvolvimento de uma componente “Humana” da Medicina que não pode ser ensinada nos livros esforcei-me também, ao longo destes 6 anos, em adquirir competências diversificadas fora do âmbito médico. Assim, gostava de destacar como pedras basilares, a participação ativa em projetos como o PNENF e o Grémio Académico. Indubitavelmente, aprendi não apenas a importância da comunicação, do trabalho em equipa e da colaboração com os colegas de todas as áreas, mas também como gerir emoções, privilegiando o raciocínio lógico sobre elas de forma a atingir o melhor resultado de uma situação complexa.

Em suma, a minha passagem pela NMS|FCM e concretamente a frequência do MIM pautou-se pela formação contínua, essencial para a boa prática da Medicina e permitiu-me crescer enquanto pessoa. Aprendi os conteúdos teóricos, base das ciências médicas, desenvolvi competências, aplicando a teoria na abordagem de doentes, empenhei-me em aprofundar conhecimentos teórico-praticos pela realização de estágios autopropostos e tive experiências de vida que me ensinaram o que nenhum livro foi capaz: a importância das relações interpessoais e do trabalho em equipa. Termino com a certeza de que o que aqui foi vivido jamais será esquecido e com a mesma determinação de Oliver Goldsmith ao afirmar que “A nossa maior glória não reside no facto de nunca cairmos, mas sim em levantarmo-nos sempre depois de cada queda.”

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6. ANEXOS

ANEXO I – Cronograma do Ano Letivo 2019/2020

ANEXO II – Trabalhos realizados no âmbito do Estágio Profissionalizante ANEXO III - Temas das sessões de discussão de casos clínicos em Pediatria

ANEXO IV – Certificado do Curso TEAM – “Trauma Evaluation and Management” – Setembro de 2019

ANEXO V – Certificado de Membro e Dirigente do Grémio Académico da NOVA Medical School|Faculdade de Ciências Medicas – Setembro de 2016 a Junho de 2020

ANEXO VI – Certificado de participação no Programa de Educação Não Formal, promovido pela ANEM – Junho de 2018

ANEXO VII - Certificado de participação no Programa CEMEF– Curtos Estágios Médicos em Férias – Medicina Interna no Hospital Infante D. Pedro, Centro Hospitalar no Baixo Vouga, EPE – Aveiro – Agosto de 2017

ANEXO VIII - Certificado de participação no Programa CEMEF – Curtos Estágios Médicos em Férias – Serviço de Urgência do Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE (CHLN) – Agosto de 2019

ANEXO IX - Certificado de participação no Programa CEMEF – Curtos Estágios Médicos em Férias – Unidade de Saúde Familiar Planalto - Santarém – Agosto de 2019

ANEXO X - Certificado de realização de estágio observacional na Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital Distrital de Santarém – Julho de 2018

ANEXO XI - Comprovativo de realização de estágio na Unidade de Cuidados Intensivos Neurocríticos e Trauma (UCINCT) do Hospital de S. José, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, EPE (CHULC) e apreciação do Professor Doutor Rui Moreno – Agosto de 2019

ANEXO XII - Certificado de participação no 5º Congresso Nacional de Urgência – Outubro de 2019

ANEXO XIII - Certificado de participação no V Jornadas Técnicas de Medicina Intensiva – Novembro de 2019 ANEXO XIV - Certificado de participação no Congresso Nacional de Internos de Formação Geral – Setembro de 2019

ANEXO XV - Certificado de participação no Workshop Prático “Socorro, é preciso intubar” integrado no Congresso Nacional de Internos de Formação Geral – Setembro de 2019

ANEXO XVI - Certificado de participação no Workshop Teórico-prático “Diabetes: uma perspectiva dinâmica de uma doença crónica” integrado no Congresso Nacional de Internos de Formação Geral – Setembro de 2019

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ANEXO XVII - Certificado de participação no 11º Curso de Antibioterapia – Novembro de 2019

ANEXO XVIII - Certificado de participação na IV Reunião Clínica de Medicina Interna – Novembro de 2019

ANEXO XIX - Certificado de participação na palestra “Gastro Day - abordagem ao doente com náuseas, vómitos e dispepsia” – Outubro de 2019

ANEXO XX - Certificado de participação na palestra “Emergency Day -abordagem ao doente com distúrbios hidroeletroliticos, hipotensão/hipoperfusão e insuficiência respiratória aguda” – Outubro de 2019

ANEXO XXI – Certificado de participação na palestra “Coagulação” – Dezembro de 2019

ANEXO XXII - Certificado de participação na palestra “Medicina de Emergência e Catástrofe” – Outubro de 2019 ANEXO XXIII - Certificado de participação na “Palestra de Neurorradiologia” – Maio de 2020

ANEXO XXIV - Certificado de participação na palestra “Abuso Sexual Infantil” – Outubro de 2019

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ANEXO I

Cronograma do Ano Letivo 2019/2020 Período de

Estágio Estágio Parcelar Regente Tutor Local

9 de Setembro a 1 de Novembro

Cirurgia Prof. Dr. Rui Maio Dr. João Sousa Ramos

Hospital Beatriz Ângelo

4 de Novembro

a 10 de Janeiro Medicina Interna

Prof. Dr. Fernando Nolasco Dr. Francisco Silva Dr.ª Marta Manso Hospital de Egas Moniz 20 de Janeiro a

14 de Fevereiro Ginecologia e Obstetrícia

Prof. Dr.ª

Teresinha Simões Dr.ª Helena Pereira

Hospital São Francisco Xavier

17 de Fevereiro

a 13 de Março Saúde Mental

Prof. Doutor

Miguel Talina Dr. Filipe Gonçalves

Hospital Júlio de Matos - CHPL

16 de Março a

17 de Abril Medicina Geral e Familiar

Prof. Dr.ª Isabel Santos - - 20 de Abril a 15 de Maio Pediatria Prof. Dr. Luís Varandas - -

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ANEXO II

Trabalhos realizados no âmbito do Estágio Profissionalizante

Estágio Titulo Autor(es)

Cirurgia Geral “O que é (qu)isto?”

Maria Batista Inês Marques de Sousa

João Gabriel Santos

Medicina Interna “Distúrbios do Potássio” Maria Batista

João Gabriel Santos

Ginecologia e Obstetrícia “Abortos de repetição – Gestão de um problema” Maria Batista

Beatriz Louro

Medicina Geral e Familiar “Vigilância de Saúde: Homem de 50 anos” Maria Batista

Pediatria “Alergias alimentares na criança”

Maria Batista Ana Mafalda Leal Maria Manuel Pinho

Paula Mesquita Artigo de revisão “Vómitos na criança” Maria Batista

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ANEXO III

Temas das sessões de discussão de casos clínicos em Pediatria

Dia Temas das sessões

8/05 Adolescentes 8/05 Hematologia Pediátrica 20/05 Exantemas 27/05 Pneumologia 27/05 Nefrologia 8/06 Pediatria geral 18/6 Gastroenterologia

(17)

ANEXO IV

(18)

ANEXO V

Certificado de Membro e Dirigente do Grémio Académico da NOVA Medical School|Faculdade de Ciências Médicas

(19)

ANEXO VI

(20)

ANEXO VII

Certificado de participação no Programa CEMEF´s – Curtos Estágios Médicos em Férias – Medicina Interna no Hospital Infante D. Pedro, Centro Hospitalar no Baixo Vouga, EPE

(21)

ANEXO VIII

Certificado de participação no Programa CEMEF´s – Curtos Estágios Médicos em Férias – Serviço de Urgência do

(22)

ANEXO IX

Certificado de participação no Programa CEMEF´s – Curtos Estágios Médicos em Férias – Unidade de Saúde

(23)

ANEXO X

Certificado de realização de estágio observacional na Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital Distrital de Santarém

(24)

ANEXO XI

Comprovativo de realização de estágio na Unidade de Cuidados Intensivos Neurocríticos e Trauma (UCINCT) do Hospital de S. José, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, EPE (CHULC) e apreciação do Professor Doutor

(25)

ANEXO XII

(26)

ANEXO XIII

(27)

ANEXO XIV

(28)

ANEXO XV

Certificado de participação no Workshop Prático “Socorro, é preciso intubar” integrado no Congresso Nacional de Internos de Formação Geral

(29)
(30)

ANEXO XVI

Certificado de participação no Workshop Teórico-prático “Diabetes: uma perspectiva dinâmica de uma doença

(31)
(32)

ANEXO XVII

(33)

ANEXO XVIII

(34)

ANEXO XIX

(35)
(36)

ANEXO XX

Certificado de participação na palestra “Emergency Day -abordagem ao doente com distúrbios hidroeletroliticos, hipotensão/hipoperfusão e insuficiência respiratória aguda”

(37)

ANEXO XXI

(38)

ANEXO XXII

(39)

ANEXO XXIII

(40)

ANEXO XXIV

(41)

ANEXO XXV

(42)

Referências

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