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n
RS
Universidade
de
Évora
Instituto
Superior
de
Educação
eCiências
EV
FLUÊNCIA
DE
LEITURA
NO 1.'CICLO
DO ENSINO
BASICO:
UM
ESTUDO DE CASO
EM
QUATRO
ESCOLAS
DO
1."
CICLO DO ENSINO BASICO
Rosária
Maria
Jorge
dos Santos
Rodrigues Correia
Dissertação apresentada à Universidade de Évora para as provas de
Mestrado em Educação, variante de Supervisão Pedagógica
Orientadora: Professora Doutora Luísa Paula de Sousa Lobo Borges de Araújo lnstituto Superior de Educação e Ciências
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169 Setembro de 2008RS
Universidade
de
Évora
Instituto
Superior
de
Educação
e
Ciências
FLUÊNCIA
DE
LEITURA
NO
I."
CICLO DO ENSINO
BASICO: UM
ESTUDO
DE
CASO
EM
QUATRO
ESCOLAS
DO
1."
CICLO
DO ENSINO BASICO
Rosaria
Maria
Jorge dos
Santos
Rodrigues Correia
M
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6q
110
Dissertação apresentada à Universidade de Évora para as provas de
Mestrado em Educação, variante de Supervisão Pedagógica
orientadora: Professora Doutora Luísa Paula de Sousa Lobo Borges de Araújo lnstituto Superior de Educação e Ciências
Ao
Pedro, à Carlota e à Francisca, a quem sempre incuti o gosto pela leitura.Agradecimentos
À
ProfessoraDoúora
Luísa Borges de Araújo, pela competência, pela disponibilidade, pelo apoio constante, pelas palawas deincentivo,
mesmo antes deter
aceitado orientar esta dissertação eporter
acreditado nasmiúas
capacidades.Um
expressivo agradecimento a esta Professora,cujo
saber, experiência e qualidadeshumanas frzeram com que ser sua mestranda fosse
um
pÍazeÍ, um desafio, uma permanente econstante
aprendizagem.Com
suas
observaçõescriteriosas
e
ponderadas,oom
a
sua orientação precisa,pronta
e atent4
senti-me segura paraclarificar
o
percursoa
seguir
e realizar estefrúalho.
O
meu
bem-hajaà
Professor4
não
sopelo
seu
súer
como
pelas qualidades humanas.Às professoras e aos alunos que acederam participar neste estudo.
A
todas as minhas colegas mestrandas, pelas reflexões conjuntas quepermitiram
a clarificaçãode
conceitose
o
esclarecimento de dúvidas, em especial,à Carla
Sampaioe
àCélia Folgado pelo aconselhamento a respeito dos aspectos formais e na reüsão do
texto,
e à Susana Franco pelo apoio no tratamerúo estaÍísticos dos dados.A
toda amiúa
famíli4
meus amigos e colegas, em especial à Elisabete, àMaria
João,à Maria
Jose,à Zennha
e
à
Isabel,
pelo
apoio incondiciona[ pelas palawas
de
apreço,incentivo e apoio que sempre me deram.
A
todos que, de alguma forma, contribuíram paÍa areallr;a@ro deste trabalho e que nãoforam aqui citadosz o meu obrigado.
A
meus Filhos, sempre presentes.A
meu pai, de quem recordo a sua grande sabedoria e as suas palawas de apreço.A
minha Mãe e E., meus esteios.Resumo
O
objectivo deste estudofoi
descrever como a fluência leitora se desenvolve ao longodo
1oCiclo e
de relacionar esse desenvolvimento oom a compreensãoleitora.
A
recolha de dados contemplou a observação de aulas de seis professoras em quatro escolas, a aplicação detestes
a
103 crianças e entreüstas às docentes.A
análise dos dados centrou-se natipologia
dafluência leitora.
O tipo
de erros dados naleitura
de textos narrativos mostra queo tipo
deerros de leitura mais comum
é
o
de
substituição. Contudo, verificou-seuma
evolução emtermos de
velocidadee
de
correcçãoda leitura ao longo
dos quatro anos,bem
como umacrescente
compreensãoleitora
dos
alunos.
O
tipo
de
actiüdades
desenvolvidas pelasprofessoras
e
associadasao
método
analítico-sintéticoinfluenciam
o
desenvolvimento dafluência leitora
e,logo,
da compreensão.Em
geral,tanto
a precisão como a velocidade naAbstract
Reading Fluency
in Primary
School:
A
Case
Study
in Four
Schools
The purpose
of this
study wasto
describe how reading fluency developsfrom first to
fourth
grade andto
relate reading fluencywith
reading comprehension and reading methods.Data collection included
classroom observations
of
six
teachersin
four
schools,
theapplication
of
reading teststo
103 children and teacher interviews. Data analysis focused onall the
aspects relatedto
reading fluency. Reading accuracy and thetlpes of
errors childrenmade as they read short narrative texts
with
a reading level adequate totheir
grade level showthat substihrtion errors are the most common
§pe
of
errors. However, as children progressedthrough these
four
yearsof
school,fluency levels
and accuracy and comprehension scoresimproved. Results suggest
that
in
classes where teachers used a phonics approach students have betterfluency
levels and better comprehension scores.In
general, results indicate thatÍndice
1.
Introdução
I
1.1. Nota de Abertura 1
1.2. Relevância do Estudo 2
1.3. Objectivo e Organização do Estudo 3
2. Fundamentação Teórica
62.1. Definição de Conceitos 6
2.1.1. Conceito de Leitura 6
2.1.2. Conceito de Descodificação 9
2.1.3. Conceito de Fluência de
lcitura
102.1.4. Conceito de Compreensão Leitora 13
2.2. O Desenvolvimento da
Leitura
l5
2.3. Processos Cognitivos Implicados na Leitura: Modelos de
Leitura
l9
2.3.1. Processos de Nível
Inferior
ou de Descodificação 232.4.
A
Origem da Escrita e os Sistemas de Escrita 282.4.1. A Escrita Alfabética e a Aprendizagem da Leitura 29
3.
Metodologia
353.1. Objectivos do Estudo 35
3.2. Opções Metodológicas 36
3.3.
Caraúeiação
do Caso e dos Participantes 385.4. Limitações do Estudo 78
6. Considerações
Finais
807.
Referências
Bibliográficas
82Anexos
Anexo
I
-
Guião da Entrevista 101Anexo 2
-
Guião de Observação de Aulas 106Anexo 3
-
Texto deLeitura
1." Ano de Escolaridade 108 Ficha deLeitura
1.o Ano deEscolaridade 109Folha de Registo 1." Ano de Escolaridade
tt2
Anexo 4
-
Texto de Leitura 2." Ano de Escolaridadell5
Ficha de Leitura 2." Ano de Escolaridade
tl6
Folha de Registo 2." ,Ano de Escolaridade 119
Anexo 5
-
Texo
de Leitura 3." Ano de Escolaridade 122Ficha de Leitura 3." Ano de Escolaridade
r23
Folha de Registo 3." Ano de Escolaridade 126
Anexo 6
-
Texto de Leitura 4." Ano de Escolaridader29
Ficha de Leitura 4." Ano de Escolaridade 130
Folha de Registo 4.o Ano de Escolaridade 133
Anexo
1l
-
Túela
"NÁEPoral readingfluency
scale-
grade4"
136L
I
3.4.1. Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados 42
3.4.1.1. Entreüstas 42
3.4.1.2. Observações 42
3.4.1.3. Testes de
Leitura
433.4.2. Procedimentos de Análise de Dados 45
4.
Apresentação
dos
Resultados
484.1. Entrevistas 48
4.1.1. Conceito de leitura 48
4.1.2. Conceito de descodificação 49
4.1.3. Conceito de fluência 50
4.1.4. Metodologia adoptada na iniciação à leitura 50
4.1 .5. ActividadeVestratégias utilizadas na passagem da descodificação
à
arrtomafiz.acão53
4.1.6. Estratégias conducentes à compreensão numa aula de leitura 54
4.2. Observações 56
4.3. Testes de fluência de leitura 59
5.
Discussão
dosResultadosr lmplicações
eLimitaçõm
725.1.
Leitura
-
Interpretaçãodos
dadosobtidos
através das entreüstasàs
seisprofessoras em estudo e das observações das aulas 72
5.2. Avaliação da fluência
-
Interpretação dos dados obtidos a partir dos testes deleitura
das observações das aulas e das opiniões das professoras 765.3. Avaliação da
compreensão-
Interpretação dos dadosobtidos a partir
dos testes de compreensão, dos testes de leitura e das observações das aulas 77 ô a.
lÇ II
vl
v
I
-
Introdução
"Não sei como e çrue aprendi a
ler;
só me lembro das minhas
primeiras leituras."
RousseauNota
deAbertura
Nas últimas
décadas,em Portugal,
oc,orreram inúmeras transformaçõesno
sistemaeducativo.
O
alargamentoda
escolaridadeobrigatória
paranove
anose
as
mudanças doscurrículos fariam
supor que
se
melhoraria
zubstancialmenteo
nível
de
literacia
dos portugueses à escala preconizada. Confudo,tal
não aconteceu, continuando a tentar-se "elevaros níveis de literacia dos portugueses e colocar
o
país a par dos nossos parceiros europeus"(PNL,2007).
Com
efeito,
a
capacidadede
leitura
de
muitos jovens, após
a
conclusão
da escolaridadeobrigatóia, é
deficitária.
De
acordo com os
dadosPISA
(s/d), os
rezultadosrelativos
à
avaliaçãode níveis de leitura
revelam que Portugal se encontranuma
situaçãomuito desfavorável, onde 48% dos jovens de 15 anos possuem apenas conhecimentos básicos
de leitura que
lhespermitem,
no
máximo,
a
realização de tarefas delimitadase
de grandesimplicidade
(GAVE,
2001). Desde os primeiros dados publicados, em 2000, e a apresentaçãodos
resultados seguintes(2003),
não se
detectouuma
evolução positiva
(Gave,
2004a). Também os resultados das provas de aferição, realizadas no finaldo
1." Ciclo, eüdenciam quea maioria das crianças
faz
atransição para o 2.oCiclo
semadquiú
as competências básicas deleitura
(PNL,
2007), confirmando os dados obtidos noSndy
of ReadingLiteracy
conduzidopela International Association
for
the
Evaluationof
Educational Achievement(EA).
Nesteestudo, de acordo
com
Sim-Sime
Ramalho(1993)
os alunos poúuguesesdo
quarto ano deescolaridade
tiveram
um
desempenhoúaixo
da media internacionalno
quediz
respeito àcompreensão da leitura, encontrando-se apenas os bons leitores "ao
nível
dos valores médiosinternacionais em qualquer dos
dominios
[textos narrativos, descritivos e documentos]"
(p. 34).Relevância do
Estudo
Apesar de a investigação em torno da compreensão da leitura ter vindo a aumentar nos
últimos
anos,(Hirsc[
2003)
alguns aspectos continuama
necessitarde
aprofundamento.Todaüa, há
algunspontos de
concordânciacientífica entre os
investigadoresno
que
dizrespeito
a três
princípios:
i)
a
fluência de leitura
permite que
a
mente se
concentre nacompreensão;
ii)
um
bom nível
de
vocabulário aumenta
a
compreensãoe
facilita
aaprendizagem e;
iii)
conhecimentos prévios possibilitamum
aumento da fluência de leitura,do desenvolvimento do vocabulário e uma maior compreensão da leitura.
Para as crianças, em fase
inicial
da aprendizÂgem daleiturq
a formação de unidadessignificativas a partir de sons é uma actiüdade extremamente complexa, uma vez que não há
uma
colrespondênciasimples
e
directa
entre
unidades acústicase
unidades
linguísticas@orges,
1998).A
fluência leitora implica
uma rápida capacidadede
descodificaçãografo-fonológica
e
um
domínio das
estruturas semântico
-
sintacticas
que
possibilitam
acompreensão do texto escrito. Sendo a finalidade da leitura a compreensão, torna-se premente
caraúerjzar
a forma como
o
caminhar para esteobjectivo
se manifesta nosprimeiros
anos para podermos identificar práticas que assegurem um bom desempenho leitor das crianças.Este
estudo pretende
compreenderde
que
forrra
a
fluência
da
leitura
é
umacompetência adquirida pelos alunos
do
l.o Ciclo
do Ensino Básico, umavez
que essefactor
poderá condicionar
ou
promover
o
desenvolvimentoda
compreensãoda
leitura.
Factorescomo aautomataação da descodificação, velocidade de leitura, precisão de leitura ou tipos de
erros ocorridos durante a leitura, poderão,
ou
não, exercer influênciano
desenvolvimento dacompreensão leitora nos alunos, pelo que constituem o objecto do nosso estudo. Pretendemos
assim compreender de que
forma
lêem os alunosno
final
de cadaum
dos primeiros quatroanos de escolaridade
e
destaforma
traçarum
perfil
evolutivo
dos mesmos aolongo
do
loCiclo. E
ainda relacionar esteperfil
oomos
contextos de aprendizagem que os professoresproporcionam aos alunos.
Objectivo
e Organização do EstudoDe
acordo comLyon
(1998), a leitura hábil
é
a
habilidade académica que sustentatodas
as aprendizagens escolares,profissionais
e
sociais,pois
é
atravésda
leitura que
se aprendemtodas
as
outrasdisciplinas. Para Trindade (2003),
o
processode
leitura
exigecapacidades
do tipo
metalinguístico.
Um leitor
fluente poszui
capacidades mnésicas adequadase
conhecea
língua
para atravésdela extrair
o
signiÍicado
dostextos,
graças à informação neles contida e aos conhecimentos do mundo que o rodeia. Todavia, é importantefazer uma distinção entre
o
processoe a
finalidade
da
leitura. Assirn,
"aprendera
ler
eaprender a
recoúecer
e aidentificar
palavras"(Leitg
Fernandeg Araujo, Fernandes, Querido,Castro, Ventura e
Morais,
2006, p.129), enquanto que a finalidade daleitura
se prende com aO
domínio daleitura
deveria ser uma conquista ao alcance de todos os alunos, masPoúugal
contínuaa
apresentarníveis
de
literacia
insatisfatóriosrelativos
ao domínio
do processo,sendo'trm
dos grandes problemas com que se confronta a escola adificuldade
daaprendizagem
da
descodificação, quetem
lugar nos dois primeiros
anosde
escolaridade"(Sim-Sim, 2006, p.25).
Partindo destes pressupostos e tendo em conta a problemática em estudo, constitui-se
como objectivo central deste estudo tentar
identificar,
por um lado, o nível de fluência leitorade
criançasno
l.o Ciclo do
EnsinoBásico
e, por
oúro,
relacioná-lacom
a
compreensãoleitora. Neste sentido, procurárnos conhecer as representações e concepções dos professores
sobre
o
ensino da leitura e quais as estratégias/actividades queutilizam
para desenvolver nosalunos a
descodifia@o,
a velocidade e a precisão de leitura, comüsta
ao desenvolvimento da fluência de leitura e da compreensão leitora nos alunos.Para
o
desenvolümento destes objectivos optámos pela realizaçáo deum
estudo decaso em quatro escolas
do distrito
de Santarém. Observámos quatro turmas de cada ano deescolaridade,
diüdidas
por
quatro estúelecimentos
de
ensino, sendo
dois
deles
E.B.l.
unitários,
isto
é,um
docente paÍa os quatro anos de escolaridadee
duasE.8.1/J.I.
com doislugares. Para que
tal
fosse possível, optárnos por recoÍrer a um modelo de investigação que sebaseou na
recolh4
análise e interpretação de dados empíricos em três momentos,no
decursoEtapa
I
Etapa
II
Etapa
III
Enquadramento do estudo em mdelos e paradigmasque o ôrd#ôfr §u§tçltlur teoricamente.Recolha de dados, recorrendo aviários métodos. essencialm€nte de naurea $alitativ4 mas tamEm de
ÉuÍsa
quddiv4
obedeendo a uma trimgula$ometdológie.
Interpretação dos dados
recolhidos. 1 2 3 4 5 6 7 8 9
t
I
I
J
t
t
t
+ Pesqúsa bibüe' gráfrcz'.Analise
e reflexãosobre
os dados remlhidos. AsÍepúesenta-ções
e páticas dos professores observadossobre
aautomati-zaSo
do pÍoa$so de leitura Selec$o de textos poríndices
d€ legibiüdade de leitura Observa$odas
trmasem
estudo(uma
aula por mfu em @datuÍma).§lieSo
dos
test6 de leitma. Análise e reflexâo sobre os dados recolhi-dos. RedacÉo das partestdrica
e empirica da disseÍtaÉo de mestrado. X'igura 1Numa primeira etapa
foi
nossa preocupação efestuar uma pesquisabibliográfica
àluz
dos
diferentes modelose
paradigmasde
investigaçãopara que, numa
segunda fase, nos dedicássemos à revisão da literatura específica que enguadra o tema em estudo, bem como àselecção de textos por índices de legibilidade.
Numa
segunda etap4 para alem da construçãode testes de leitura e de grelhas de observação, observámos as representações e as práticas dos professores em estudo e a
forma
como promoviam a automatizaSo daleitura;
os níveis defluência
deleitura
dos alunose
o
seudesempeúo
numa prova de compreensão leitora.Na
terceira
e última
etapa deste estudo, pretendemosverificar
em
que medidaos
factores da segunda fase se relacionam entresi, ou
seja, compreender as possíveis interacções entre as variáveis estudadas.II
-
Fundamentação
Teórica
"
A leitara
é uma herança msior do que qualquerdiploma."
Cagliari
De
uma forma
geral,a
linguagemoral
está associada atermos
como aquisiçãoda
linguagem ou deserwolvimento, enquanto que a linguagem escrita nos remete para conceitos
c,omo aprendizagem e ensino (Sim-Sim, 2006).
A
distinção da nomenclatura está intimamente ligada àforma
como as competênciaslinguísticas
são adquiridas:a
oral
-
de forma informal e
inconsciente-,
enquantoque
acapacidade para se tornar
um leitor
húil
implica ulna
aprerdizagem conscientefeita
atravésde
um
processoformal
de
ensino.Por
isso,
a
leifura constifuiu,
desde sempre,um
dosobjectivos
fundamentaisdo
ensino básico. Como
sugerem vánios autores(Snow,
2OO2;NCLB,
2001; National Reading Panel, 2000;Morais,
1997;Martins,
1996e
1998; Sim-Sim, 1994e
1997 eRebelo, 1993), a leitura é uma competência básica na sociedade de hoje, a qual,tal
como
outrasactiüdades linguísticas,
é um
processode
elevada complexidadeque
sedesenvolve
ao
longo
de
toda
a
vida.
Em
última
instância,
não
aprendera
ler
pode comprometer o desenvolvimento cognitivo (Fonseca, 1980, Morais, 1997).DeÍinição
de ConceitosConceito
deLeitura
O conceito de leitura ou acto de
ler
sofreu no decurso do seculo)O(
viírias alterações,Viana
eTeixeira
(2OO2), são mais "suposições hipotéticasdo
quea leitura
deve ser,e
nãodescrições neutras do que é a
leiturd'
(p.11).De acordo com Cadório (2001) o verbo ler
jâ
existia antes de sero
significante paÍa oacto que agora se está a tentar
definir.
Etimologicamente, deriva do verbolatino legere
quesignificava "colher". Quando os romanos começaram a ler, entenderam que podiam transferiÍ
este significado para o acto de ler, pois a partir da leitura podia-se colher algo, provavelmente
o sentido daquilo que era escrito por alguém.
Este conceito
foi
evoluindo
à
medida quea
sociedadee os
seus desafios se foramalterando, tendo-se tornado um excelente meio de transformação
cMlizacional.
ParaLerroy-Boussion (1968) e
Bloomfield
(1983) citados por Viana e Teixeira (2003) a"leitura
envolveapenas a correlação de uma imagem sonora oom a correspondente im4gem
visual" (p.I
l).
Istoé, a reconstrução do oral a partir de sinais gráficos. Já para Carroll (1964), Mezeix e
Vistor§
(1971)
também
referidos
nas autoras supra citadas,
a
leitura
envolve
a
percepçãoe
acompreensão das mensagens escritas como se elas estivessem a ser produzidas
no
modo oral,Ou
seja,"ler
é reconhecer os signos escritos, fazendo-os corresponder a palavras que, estassim,
têm um
sentido"
(in
Viana e Teixeir4
2003,p.ll).
Assinq em
pleno
século)O(I
éunânime a ideia de que a leitura não pode ser concebida como uma prática passiva, que
inclui
apenas os actos de reconhecimento e descodificação do
ódigo
escrito.A
dualidade inerente a esta perspectiva mais recente sobre o acto de ler é eüdente emAraújo (2007)
quando se refereà definição
deleitura
adoptadapor
Snow,Burns e Griffrn
(1998) como
sendo'hm
processode
extracçãodo
significado de material escrito
usandocoúecimentos
sobreo
alfabetoe
sobrea
estruturafonológica da linguagem" (p.10).
Estana
leitura:
descodificação e compreensão, sendo estaultima,
naopinião
deMorais (1997)
afinalidade da leitura.
O papel activo do
leitortambém
é colocado em evidência porvánios autores, dos quaisdestacamos Goodman
(1968),
Charmeux (1975)e
Smitth (1978) que colocamo
enfoque na interacção entre as experiências ecoúecimentos
prévios do leitor e na informação gramaticale
lexical
que é veiculada pelos signos gráficos aquandodo
processo de descodificação. ParaGoodman (1968), ern
particular,
a leitura é entendida Gomo um processo psicolinguístico noqual há a interacção entre pensamento e linguagem, numa confluência de ideias com
Vigots§
(re88).
Tambem Sim-Sim (2006) encara a leitura como
um
"acto complexo, simultaneamentelinguístico, cognitivo, social e afectivo" uma vez que
"a
sua essência reside na negociação dosignificado entre
o leitor
e oscoúecimentos
que poszui sobre o tema aler,
entre otexto
e orespectivo
leito/'
(p. 8), introduzindo assim novas variáveis.Perante tantas definições possíveis, que
vão do
simples"domínio
das habilidades deidentificação dos símbolos
gráficos
eda
sua correspondência entre osrespwtivos
sons"(in
Santos, 2OOl,
p.zl)
a
"ler
é
compreendet''
(in
Sousa, 2007, p.47), todas elas
têmdenominadores comuns:
i)
a leitura
éa
descodificação dos signos gráficose
ii)
o
objectivofinal
da leitura é a extracção de sentido§iana
e Teixeira, 2002); devendoo
aluno ser capazde "(rQconstruir
[o]
signifrcado gue
qualquertexto
exigd'
o
que
implica
"velocidade
e sentidocrítico,
semos
quaisa
compreensãoda informação" fica
comprometida (Sim-Sim, 2006,p.l5).
Nestalinha
de pensamento, Rebelo (1993)faz a
distinção entre doisníveis
de leitura:i)
leitura elementar; eii)
leitura de compreensão. Enquanto oprimeiro
corresponde aosua transformação
em
fonemas,a
segund4
dependenteda
primeira, conduz
o
sujeito
à descodificaçãodo
sentido das palavrase
das frases,numa
buscade
compreensãodo
seu significado.Conceito de DescodiÍicação
De acordo com Sim-Sim (no prelo) a descodificação é entendida como a identificação
das palawas
escritas, relacionando-sea
sequênciade letras com
a
sequênciados
sons correspondentes.É
affavés do processo de descodificação que o sujeito converte grafemas em padrõesfonologicos que
correspondema
palawascom
um
determinadosignificado
numa língua.O
domínio da descodificaçãoimplica
aprender adiscriminaÍ
ea identificar
as letras isoladamente, formando grupos, bemcomo
que se possuaa
capacidadede identificar
cadapalawa
como umaforma
ortográficacom significado,
atribuindo-lhe uma pronunciação.A
fim
de
descodificarcom êxito, a
criançatem de
entender c,omo se relacionamos
símbolosgráÍicos com os sons e adquirir os procedimentos de leitura de palawas
(Citoler,
1996;Cruz,
1999; Martins
&
Niza,
1998).Confudo,
e
preciso
estúelecer
uma
distinção
clara entre
a
descodificaçãoe
o reconhecimento automático de palavrasno
quadrodo
processoinicial
da
aprendizagem daleitura. O
leitor
competente reconhece a maioria das palawas que encontra.O leitor
aprendiznão
é
capazde
efectuar essaverificação
automaticamente,pelo
quetem
queidentificar
a maior parte das palawas.Poré4
a identificação de palawas deve ser sempre considerada uma etapatransitória
do
recoúecimento imediato,
sendo esse reconhecimentoimediato
umahabilidade importante
dentro dos
microprocessosda
leitura. Para Gasson (2000), "O
De
acordo com Casas (1988) a descodificaçãoimplica
quatro processos, apesar de osdois
últimos
processos não serem exclusivos da descodificação, de acordo como aúor,
elesfacilitam o recoúecimento
das palawas: a) processameoto visual-
queinclui
as habilidades essenciais relacionadas com a discriminação, a diferenciação figura-
fundo,
a capacidade de retenção de sequências, a capacidade de analisar umtodo
nos seus elementos componentes ede,
sintetizaros
elementos numa unidadetotal; b)
processamentofonológico
-
queinclui
habilidades básicas
como
a
discriminaçãode
sons,a
diferenciaçãode
sons relevantes dos irrelevantes, a memoriza@o correcta de sons, a sequencializa$o de sons na ordem adequadae a análise
e a
síntese de sons na formação de palawas;c)
processamentolinguístico
-
queimplica a capacidade de
utilizar
a fala(primeiro
sistema simbólico da linguagem)conectando-o cconectando-om conectando-o
üsual
ou Gom o escrito (segundo sistema simbólico); e d) processamento contextual -que se refere à habilidade deutilizar
o contexto na leitura de palawas desconhecidas.Assirn,
a criançaú
se transforÍna numleitor
competente quandofor
capaz de fazer uma descodificaçãoeficaq
com
reconhecimento precisoe
nâpidode
palawas,de forma
aatingir
a
capacidadelinguística
de
compreensãode forma
proficiente.
De
acordo
comBraibant (1997),
o
grau de
precisão,
a
rapide4
o
automatismoda
descodiÍicaçãoe
o reconhecimentoüsual,
devem ser processos automáticos para queoúros
recursos cognitivos se possam concentrar, essencialmentq nos processos de compreensão dotexto (Capoülla" el
al,
2002).
A
capacidadede
descodificação (velocidadee
precisãono
reconhecimento depalawas) assume
um
especialrelevo
nosdois primeiros
anos de escolaridade(Sim-Sim
&
Micaelo,
2006) paÍa aqual
muito contribui
o
nível
de consciênciafonológica
que a criança poszui (Sim-Sim&
Santos, 2006).Conceito de
Fluência
deLeitura
Morais
(1997) considera que a grande finalidade da leitura é a compreensão, sendo oobjectivo
do
seu ensino"garantir
que as crianças aprendema ler
com
precisãoe
rap\dez" (McGuiness, 2006, p.144), isto é, com fluência.Assinr, de acordo com Schreiber, Rasinski e Padak
(in Araujo,2007) "a
fluência
naleitura
caraçteraa-sepor
uma
leitura
sincopadapor
frasesou
unidadesde
sentidoa
que corresponde um observável respeito pelos sinais de pontuação e entoação adequada'' (p.10).Segundo
o
National
Reading Panel(NICHD,
2000)
e
na opinião de
Khun e
Stahl(2003), um
leitor
fluente deverá ler com precisão, numritmo
ruoável,
e respeitar os aspectos prosódicos da linguagemoral,
sendo a ausência de erros deleitura
oral (precisão de leitura)considerado
por
Schwanenflugel,Kunh, Meisinger, Bradley,
e
StúI,
(2003)
um
bomindicador de compreensão da leitura nos primeiros anos de escolaridade.
A
partir
do segundo ou terceiro ano de escolaridade o enriquecimento do léxico e a aprendiza5em de estraúégias decompreensão assumem
uma maior
relevância" podendo
causarum
grande
impacto
na compreensão da leitura.Contudo,
de
acordo
os
rezultadosdo
estudoNational
Assessmentof
EducationalProgress
(NAEP)
realuadoa
alunosno
final do
1."Ciclo
do
Ensino Básico(1.'
C.E.B.)
a leitura oral aparece fortemente associada à compreensão da leitura @innell,Pikulski,
WixsorqCampbell, Gough e
Bea§,
1995; Daane,Campbelf Grigg;
Goodman e Oranje, 2005). Logo,podemos
inferir
quea fluência de leitura
entendida comouma leitura
realizadanum ritmo
razoâvel onde são respeitados
os
aspectos prosodicosda
linguagem, peÍmanesecomo
umfactor
importante ao longo dos anos detodo
o
loCiclo
do Ensino Básico.Da
mesma forma, Sim-Sim eMicaelo
(in
Sim-Sim,20O6)
referem quea fluência e
a compreensão da leituraestão associadas
e
em
constante interacção,pois
"a
fluência de leitura,
entendidacomo
arapidez e
rigor
de compreensão do que élido,
resulta essencialmente do sucesso de adequaçãodas
estraÍégiasde
compreensão usadas" (p41). Mais
especificamente,"ler
com
fluênciaimplica
possuir
uma rapida
capacidadede
descodificaçãoe
um
dominio
das
estrúuras semântico-sintácticasque possibilitem
a
compreensãodo texto escrito"
(Sim-Sim,
2006,p.le).
Opinião similar é partilhada
por
Santos (2000) pÍrra quem uma leitura fluente tem quepermitir
aoleitor
compreender unidades significativas detexto
acompaúando dessa forma opensamento
do
arÍor.
Quandotal
não acontece, a compreensãofica
"comprometida'', sendo,na
opinião
deChall e
Jacobs(2003) a
falta
de fluênciaum
factor de
desmotivação paÍa aleitura
de
textos mais
complexos
e
consequentementeum
elemento prejudicial
nodesenvolümento da compreensão da leitura e no sucesso escolar.
A
fluência de leitura pode ser medida através daleitura
de umalista
de palavras não relacionadasou
através daleifura
deum texto.
Porérn, estas duas tarefas não são idênticasuma vez que os vocábulos
lidos
em contexto sãolidos
mais depressa do que as palavras nãorelacionadas
(Jeúins,
Fuchs,van
derBroek,
Esprn e Deno,In
Torgeserq eHudsorl
2006).Assinr,
os
leitores menos competentes saiem beneficiados ooma leitura
em contexto, dadoque
este
tipo de
leitura
torna mais preüsível as
palavras
seguintes. Curiosamente, a velocidadede leitura
detextos
é
preditiva da
compreensão enquanto quea
velocidade deleitura de listas de palawas tem um baixo poder preditivo. Estudos mostram que a velocidade
de
leitura
explica4lYo do
desempenho que concerne a compreensão deum texto,
enquantoque
a
leitura de
lista
de palawasexplica
apenas lYado
desempenho (Torgesene
Hudson, 2006).Em
suma, pode-seconcluir que
a
fluência reflecte
o
ritmo
queo
sujeito
coÍrsegueimpor
na leitura emvoz
alta de umtexto
e pode ser medida em termos do número médio depalawas
lidas
por
minuto.
Pode-se ainda, através dos de descritores oomo osutilizados
na escala"NAEP
oral
readingfluency
scale-grde 4"
@aalire, Campbell, Goodman e Oranje,2005) avaliar a prosódia tendo em conta níveis de fluência que reflectem uma progressão na
qualidade da entoação
e no
respeito pelas unidadesde
sentido inerentes aum
ieterminado
texto.No
caso da escala adopada pelo NAEP - National Assessemnt ofMucational
Progress,tanto a precisão de leitura como a velocidade de leitura e a prosodia estão contemplados numa escala de
um a
quatro{uq
de forma
crescente, contemplao
desempenholeitor
de
alunos menos habeis até aos leitores fluentes.Conceito de Compreensão
Leitora
O
conceito
de
compreensãoleitora
patenteia
várias
definições
e
perspectivas.Habitualmente relacionada
com a
Gompreensãoda
linguagemoral, a
compreeÍrsão leitoraencontra-sg
frequentemente, associadaàs
limita@es
e
aos défices nas
competênciaslinguísticas,
nos coúecimentos
gerais
e
na
inteligência @erfetti,
Landi
e
Oakill,
2007).Conquanto,
no
início
da aprendizagemda leitura a
correlação entre a linguagem faladae
a compreensãoleitora não
seja
muito
elevada,uma vez que os
alunos estão
a
iniciar
aaprendizagem da descodificação das palawas, o domínio da linguagem oral pode ser encarado
como
um
factor
limitativo
da
compreensão(Stich
e
Jameg
l9E4).
À
medida queo
aluno domina a tecnica deleiturq
a correlação entre a compreensão da linguagem oral e a leitura detextos aumenta (Gough e Tanmer, 1986), pelo que estes autores relacionam a compreensão
Na
perspectiva de Santos (2000)"o
objectivo
de toda a leituraé
compreendero
que está escrito" (p.33), revelando assinq uma nítida convergência de pensamento com Goodmam(1987) que considera como essencial
"a
construção de significados" (p.99), ou como Sim-Sime Micaelo (Sim_Sim e
Micaelo,
2006) para quema
compreensão"é
entendida como uma construção activa de signifrcado dotexto
em que a informação deum
estímulo se associa a informaçãopréüa
de que o leitor dispõe" (p. 52).A
compreensãoleitora
é
uma
compet&rcia
cujo
domínio
passa
poÍ
diversas competências específicas, havendo correlaçãoentre as
competências linguísticas gerais, acompreensão da leitura e o
coúecimento
do vocabulário§ational
Reading Panel, 2000).Sim-Sirn, Duarte e
Micaelo
(2007) encaram a compreensão leitora c,omo a atribuiçãode significado ao que se
lê,
independentemente de estaleitura
recair em palawas, frases outexto.
Para estes autores,tal
como
na
compreensãodo oral,
o
importante
na leifura
é
aapreensão
do
significado da mensager1 resultandoo nível
de compreensão da interacção doleitor
como
texto. Destaformq
a compreensãoleitora
e afectada pelo conhecimentopreüo
que oleitortem
sobre o assunto e pelocoúecimento
lexical que poszui, originando assimum
círculo vicioso entre o
coúecimento
lexical da criança, que afecta a compreensão da leitura" ea leifura que acelera o desenvolümento do conhecimento lexical.
De
acordo com Duke, Purcell-Gates,Hall
e Tower
(2007),ler
e compreender, obter informação, aceder ao significado do texto. Com efeito, as experiências de leiturareal,
isto é,de textos
autênticos,com
funções
de
comunicação,informativas
ou
de
recreação, sãodeterminantes no desenvolvimento da compreensão de leitura.
Para
Sim-Sirq
Duarte eMicaelo
(2007),um
bomnível
de compreensão da leitura deidentificação
de
palavras,
isto é,
a
automatiza$o
na
identificação
das
palawas,
b)
ocoúecimento
da língua deescolariza$o,
essencialmenteo
domíniolexical, c)
a experiênciaindividual
deleiturq
ed)
as experiências e conhecimento do mundo. Para estas autoras,"o
grandeobjectivo
do
ensino da compreensãoda leitura é
o
desenvolümento da capacidade para ler umtexto
com precisão, rapidez e expressividade, istog
comfluência"
(p.9) uma vezQUê,
um
leitor
fluente recoúece
automaticamenteos
vocábulos, agrupa-os,
acedendorapidamente
ao
significado
de
frasese
expressõesdo texto. Por
esta
ÍazÃo,as
autoras consideram a fluência como a ligação entreo recoúecimento
das palavras e a compreensãodo texto.
Nesta p€rspectiva,
e
de acordocom os
estudos de Juel (1988), Linuesae
Gutiérrez (1999) referem que é essencial que os alunos desenvolvamautomatização
da leitura nofinal
do l.o
ano
de
escolaridadeuma
vez
que
a
dimensão
dos textos
aumentarános
anos zubsequentes e a zua leitura requer um grau de fluência considerável. Os alunos que concluemo
1.o ano de escolaridade lendo lentamente tendem a chegar aofinal do
l.o Ciclo
sem leremcom
a
rapidez necessáriapara
compreenderemtextos
adequadosao nivel de
ensino
que frequentam.O
I)esenvolvimento
daLcitura
"Se se preconiza a autonomia na
qrendizagem,
éfundunentaldotar
osjovens de um conjunto defenamentas
qre
lhes permitarntomq-se
sujeitos acttvos do seu processo deA leitura
constihti, sem dúvida, wnadeswsferramentas"
Santos,2000
Apesar
de
haver diferentes modelosteóricos
sobreo
desenvolvimento daleitura,
aabordagem cognitiva é a que se tem destacado no âmbito da aprendizagem. Esta perspectiva
coloca
o
enfoquena
análisedos
processoscognitivos
internos, usados pelas crianças naresolução
das
diferentes
tarefas cognitivas,
nomeadamentena
selecção,
codificação, aÍÍnazeÍtamento e evocação da informação(Morais,1996).
Estas tarefas cognitivas colocam osujeito como um agente activo no seu próprio processo de aprendizagern,
o
qual pretende, deforma intencional,
categoitzar e processar a informação do mundo exterior.Tal
como Casas(1994)
refere,
na
abordagem
cognitiva
da
leitura,
o
ser
humano
é
considerado simultaneamente comoum
seractivo e
reactivo,isto
é, ao mesmo te,nrpo que responde aoenvolvimento tarnbem o transforma atraves de processos de mediação cognitiva.
Dado o desenvolümento conceptual e metodológico da
úordagem
cognitiva (Linuesae Gutierrez, 1999), é hoje possível
identificar
qaais são os processos implicadosna
leitara,dando origem à criação de modelos
tóricos
que explicam quais as actiüdades que entram em acção quando umleitor
hábil lê e interpreta um texto; assim c,omo precisar quais as operaçõeszubjacentes à leitura, descobrir a forma como se organizam temporalmente e se influenciam
mufuamente.
De
acordo comMialaret
(1974, inMagalhâes, 2006) não é simplesdefinir o
conceitode leitura
dadaa
complexidadede
processosenvolvidos.
Magalhães(2006)
aponta umadefinição que, sendo simples,
vai
à essência do acto de ler* (...)
seÍ ?,apaz de decifrar, isto é, de peranteum
sinal escrito
encontrara
suaface
sonora"(p.74).Shaywitz
(2003) e
Casas(1988) avançam uma definição semelhantg pois perspectivam a leitura como um pÍocesso no
qual o leitor obtém informação a
paÍtir
de símbolos escritos.Nesta
linha,
os vários modelos explicativos daleitura
acúam
por
considerá-la Gomouma actiüdade
múltipl4
sofisticada ecomplex4
poisimplica
a coordenação de uma série deprocessos
de
diferentestipos,
que se tornanr,na
suamaioria,
automáticos paraos
leitoresfluentes
(Shayurita
2003, Linuesa
e
Guiterrez,
1999).
Tal
como Citoler
e
Sanz(1997)
referern,
a
abordagemcognitiva
reforçaa
ideiade
que aleitura
é umaactiüdade
cognitivacomplexa, na qual estão envolüdos uma série de processos psicologicos de diferentes níveis,
que se iniciam oom um estímulo
üzual
e terminam crom a compreensão do texto.No
que conceme aos proressoscognitivos implicados na leitura,
normalmente sãoagrupados
em dois
blocosou
dimensões:i)
dimensão instrumental-
coordenação de duas competências básicas: habilidade para descodificar e competência para explorar umtexto;
ii)
dimensão estraÍégica
-
numadupla
componente: compreensãoe
integração dos diferentes procedimentos mobilizados peloleitor
e a componente cultural que leva à adaptação doleitor
em
função
dos
seusobjectivos
de leitura e
conhecimentospréüos.
Chauveau, Rogovas-Chauveau eMartins
(1997)lz
Silva (2003), relembram-nosVygots§
(1977) quando referem que"
(...) a
aprendizagem escolar nunca partedo
zero. Todaa
aprendizagem da criança na escola tem umaprêhistória"(
p.39). Classificação análoga e proposta por Whitehurst (2002), para quem ha dois domínios interrelacionados que trabalham de modo simultâneo nos leitoresproficientes:
i)
inside-out(de
dentro parafora)
que representao coúecimento
queo
leitor
tem sobre as regras paratraduzir o que está escrito em fala; 11) outside-tn (de fora para dentro)
compreensão,
por
parte doleitoq
do
significado das palawas edo
conhecimento conceptual que possui sobre os conteúdosúordados
nas palawas impressas.Independentemente das diferentes hipóteses de organização dos processos cognitivos
envolvidos
na
leitur4
elas
acabampor
sugerir
que
existem pracessosde nivel
inferior,
microprocessos
ou
Tracessos
de
baixo nível, que
estão
directamente
implicados
nadescodificação, reconhecimento
ou
identificação depalanras
escritas; e processos denivel
superior,
Ínacroprocessosou
processos
de
alto
nível, que
estão
relacionadosoom
acompreenúo
de
umaÍrase ou
texto (Shaywitz;
2003,
Casas,1998;
Giassoq 2000).
A
separaçãoentre
estesdois
grandesblocos
pode também ser
justificada com
base
nasconcepções
do
queé a
leitura
(Linuesae
Gutierrez,
1999). Assinr, existe uma perspectiva segundo a qualler
e transfonnar os signos gráficos em significado, e oufra, paÍL a qualler
éextrair a mensagem de um
texto
(Castro e Gomes, 2000).A
primeira
abordagem enfatiza os prosessos de reconhecimento das palavras escritas, colocando os prooessos de compreensãoda leitura dentro de
um
modelo geral comum à linguagem falada.A
segunda, advoga que oleitor
não
deveficar pelo recoúecimento
daspalawas,
devendointegrar
o
texto,
o
queimplica
a interpretação da informação explícita, ageneraliza$o
de expectativas, a re,alizaçãode inferências e a selecção da informação (Linuesa e
Gutiérrea
1999, Castro e Gomes, 2000).Nesta linha de
convergência encontra-se tambémCrowder (1985),
quetal
como
Castro eGomes
(2000),
sugerem quea
descodificaçãoe a
compr@nsão são doistipos
de processosigualmente importantes para se alcançar
o
dominio daleitur4
mas não são simétricos. Castro e Gomes (2000), assim comoLeite
etal.
(2006), sugerem que a leitura propriamentedit4
sedistingue
da
função
da leitura. Assim,
enquantoque
a primeira
se refere
aos processos específicos de leitura-
descodificação ourecoúecimento
de palawas-,
a função da leituradiz
respeitoà
compreensão. Contudo, ambosos
processos devem sertidos
em
conta, poisfuncionam de modo interactivo, pelo que se pode adicionar uma terceira postura conceptual
Intimamente ligados aos modelos explicativos do processo de
leitur4
encontram-se os metodos de ensino da leitura. Estes, de acordo comLeite
etal.
(2006), dividem-se em duas grandes categorias:o
métodoglobal
eo
métada sintético. Estas duas abordagens procuram fazer com que a criança compreenda que entre a linguagem escrita (grafemas) e a linguagemfalada (fonemas) há
uma
correspondência.No
entanto,a
grande diferença reside na formacomo a instrução/ensino
explicito
é apresentada.Enquanto que o metodo sintético (ou fonico/fonetico) começa pelo estudo dos signos e
sons elementaÍes (Baroja, Paret e Riesgo, 1993;
Foomaq
Fletcher e Francis, 2002;Leite
eta1.,2006),
o
metodo global(ou
analítico) parte das palawas ou frases completas.De
acordocom Fooman, Fletcher e Francis (2002), os metodos fonicos orientam-se para as regÍas que
nos permitem relacionar as letras aos sons, os metodos globais orientam-se para os processos
que nos permitem extrair significado da linguagem escrita.
Assinl
enquantoos
métodosfonicos
desenvolvem essencialmentea
üa
fonológicaindirecta
ou
zub-léxical,
pois
o
que
fazem
é
sistematizara
aprendizagem das regras de correspondência grafema-
fonem4
os
metodos globais favorecema
üa
üsual,
directa ouléxical,
umavez
que fomentamo
processamentoüsual
das palawas(Citoler e
Sanz, 1997;V"gq
2002). Desta forma, e de acordo com Rebelo (1993) e Viana (2OOZ), pode dizer-se queenquanto os métodos sintéticos se enquadram nos modelos de leitura ascendentes, os métodos
analíticos
ou
globais
inserem-senos
modelosde
leitura
descendentes.É
consensual que,independentemente
dos
métodos
e
da forma "purista" com que
são
implementados, asestratégias de ensino que incidem sobre o processamento fonológico facilitam a aprendizagem
Há ainda unanimidade entre os diferentes especialistas do ensino da leitura que outros
factores
como
o
desejode
ler, a
estabilidade emocional,a
auto.estimq
e
o
interesse pela aprendizagem,ou sejq os
factores afectivo-emocionais,podem influenciar
o
desempeúoleitor
das crianças (Casas, 1988).Processos
Cognitivos Implicados
naLeitura:
Modelos deLeitura
De
acordo comMialaret
(1974),in
Magalhães(2006),
nãoé
simplesdefinir
leituradada a complexidade de processos envolvidos. Magalhães (2006) aponta uma definição que,
alem de elementar, ainda persiste
"ser
capaz de decifrar,isto
é, de peranteum sinal
escritoencontrar
a
suaface sonord'
@.74);ou,
oomo referem Shaywitz(2003)
e
Casas(1988),
a leitura eum
processo no qualo
leitor
obtem informação apartir
de símbolos escritos. Nestalinha, os vários modelos explicativos da
leitura
acabarorr por considerá-lacomo uma actiüdademúltiplq
sofisticadae
complexa, poisimplica a
coordenação de uma série de processos dediferentes
tipos, em
quea
maioria
delesé
automático paraos
leitores fluentes(Shaywita
2003, Linuesa e Guitérrez,1999).Tal como Citoler e Sanz (1997) referenr, a abordagem cognitiva reforça a ideia de que
a
leitura
é
uma actiüdade
cogrritiva complexa,
na qual
estão envolvidos
uma
série
deprocessos
psicológicos
de
diferentes
níveis,
QUêse iniciam com
um
estímulo
üzual
eterminam
com a
compreensãodo
texto. Nesta
linha de
convergência encontra-se Rebelo(1993) que considera haver quatro
tipos
de processosenvolüdos
naleitura:
i)
coúecimento
do
ódigo
escrito e a sua especificidade em relação aooral;
ii)
domínio do léxicoüsual;
iii)
existência
de
conhecimentoslinguísticos
e
conceptuaise
iv)
construçãode
signifrcações a partir de índices üzuais;Porénr,
salienta Fonseca(1984
e
1999),
a
aprendizagemda leitura
não deve
ser encarada como uma aprendizagem de umanova
linguagem, massim
o
estabelecimento de rela@es entre a linguagem auditiva(á
existente) e a linguagemüsual
que a substitui, pois ossinais fonéticos
(auditivos)
passama
correspondera
sinaisgráficos
(üsuais),
que
se lhes sobrepõeme
lhes
conferemum
significado.
Nestaóptica,
a
leitura
é
entendidacomo
umsegundo sistema simbólico, sendo a sua aprendizagemuma relação entre
o
que se ouve ediz
com o que se vê e lê.
Independentemente do
tipo
de processos implicados na leitura serem vistos de formasdiferentes,
resultantes
das
diferentes
perspectivas
que
os
encaram
(neuropsicologrq neurolinguística ou psicologia cognitiva), afloraremos apenas o ponto de vista destes últimos.Assim e partindo da intervenção dos diferentes processos cognitivos
envolüdos
em qualqueractiüdade
cognitivq
estes podenq de acordocom Citoler
e
Sanz(1997),
ser agrupados emcontroladas
e
em automáticos. Os primeiros ocorrem quandoo
acto emsi
éfeito
de modoconscierúe
e
intencional,
logo
necessitamde mobilizar
recursosde
atenção consciente eencontram certas limitações na capacidade de processamento; enquanto que os automaticos,
como não são controlados conscientemente, não estão sujeitos a essas limitações processuais;
consequentemente,
são
realizadosmuito
mais
rapidamentee
sem interferência
(ou
seminterferirem)
noutrasactiüdades cognitivas
quando ocorremem
simultâneo. Adquirem-seatravés
da
prinica frequentee
são normalmente agrupados em dois blocosou
dimensões:i)
dimensão instrumental
-
coordenaçãode
duas
competênciasbásicas: habilidade
paÍadescodificar e competência para explorar
um texto
eü)
dimensão estratégica-
numa dupla componente: compreensão e integração dos diferentes procedimentos mobilizados peloleitor
e a
componentecultural
queleva
à
adaptaçãodo leitor
ern funçãodos
seus objectivos deAssirn, se os processos de nível
inferior,
microprocessosot
processos de baixo nivel,estão
directamente
implicados
na
descodificação,
reconhecimentoou
identificafio
depalanras escritas, os processos de nivel saperior, macroprocessos oü pracessos de
alto
ntvel, estão relacionados com acompreenúo
de umafrase
on texto (Shaywitz, 2003; Casas, 1998),devendo ambos sertidos em conta, pois funcionam de modo interactivo.
Não
obstante, Linuesae
Gutierrez (1999)
e Citoler
(1996)
referemque
apesar docaráç'ler interactivo entre os processos de descodific,açáo e os de compreensão há uma grande
limitação:
não pode haver compreensão sema
mediação da descodificação, enquanto que ocontrário
já
é possível;isto
é, se nãofor
feita a descodificação das palawas, não poderiio ser levados a cabo os processos de compreensão,motivo
que leva Linuesa e Gutiérrez (1999) eShaywitz (2003) a declararem que para se chegar à compreensão de um texto é necessánio que os processos de descodificação, identificação ou
rwoúecimento
das palawas escritas estejamautomatizados.
Para
este
último
autor, as
duas
componentesenvoMdas
na
leifura,
adescodificação, que rezulta na identificação de palawas, e a compreensão que está associada
ao significado, estão relacionadas com os elementos do sistema de linguagem.
Shaywitz
(2003)
e
Citoler (1996)
referem
que
apesarda
descodiÍicaçãoser
uma condição necessáriq ela não é suficiente paÍa a rer,liza@ro de uma leitura competente, pois sea
criançaÍicar
apenas pela descodificação deum
conjunto
de palawas, semlevar a
cabo aintegração
semânticadas
mesmas,de
pouco
lhe
servirá
ter
lido.
Se
não
é
possível compreender umtexto
semo
descodificar, é possíveller
sem se perceber quase nada do quese leu, ainda que esta
última
actividade se afaste da funçãofinal
da leitura: a compreensão doA
par
desta
diüsão em
dois
grandes
grupos
de
processoscognitivos,
quandoinvestigamos
a
tarefa concretada leitura,
tambémé
comum
encontrar-seuma divisão
emquatro grandes categorias
ou
modulos:i)
perceptivo(ou gráfico,
para Heatone
Winterson (1996),ii)
léxico (ou fonico,
para Heaton e Winterson (1996),iii)
sintáctico eiv)
semântico(Garcia, 1995;
Citoler,
1996;V"gu,
2OO2), sendo estas categorias que incluem os processos ezub-processos que são postos em funcionamento quando se lê.
Constituindo uma relação entre esta organizaçáo ern quatro módulos e em dois grupos,
Garcia (1995), Citoler (1996) e Vega (2002) sugerem que os processos de nível
inferior
ou dedescodificação envolvem os módulos perceptivo e léxico, enquanto que os módulos sintactico
e
semântico estãoenvolvidos nos
processosde nível
zuperiorou
de
compreensão. Destemodo, uma coisa
é
a
capta@oüsual
deuma
cadeiade
símbolos(módulo
perceptivo) quedevem
ser
reconhecidos
como
palavras
com
significado (módulo léxico),
oúra
e
acompreensão das rela@es existentes entre as palawas
(módulo
sintáctico) e a integração dosignificado das palavras e frases num todo (módulo semântico)
(Citoler,
1996;Vegq
2002).Uma vez que
o
estudo empírico deste trabalho pretende analisar os processos de nívelinferior
ou
descodificação,
de
seguida
analisaremosos
modulos
perceptivo
e
léxico implicados na descodifrcaçáo, não nos debruçando tanto nos módulos sintactico e semântico,envolüdos
nos quatro níveis da compreensão-
literal,interpretaÍiv4
avaliativa ou crítica e de apreciação (Gassorq 2000).Processos de
Nível
Inferior
ou de DescodificaçãoO
modelo
ascendente(bottom-up)
consideraa
leitura
Gomoum
processo linearpalavra, ou seja,
"um
processo hierarquizado no sentido ascendente, quevai
das informaçõesconsideradas
de
nível inferior
(visuais,
gráficase
fonémicas)até às
informaçõesde
nívelsuperior (sintacticas e semânticas)' (Silva, 2002, p.121).
Assinl
etal
como referimos anteriormente, o primeiro grupo de processos inerentes àtarefa de
ler
são os de nívelinferior
ou de descodificação, que nem sempÍe são designados damesma
maneira.
Perez(1989)
denominaleitura
mecfuúcaà
capacidadede
descodificaradequadamente
os
símbolosgráficos,
enquanto quePerfetti (1992)
refere-seao
acesso ao léxico comoo
processo derecoúecimento
de umapalawq
sendo este acessofeito
com base num estímuloüzual
gráfico quevai
serrecoúecido
à luz do que está guardado na memória alongo
pÍazo. Castroe
Gomes(2000)
utilizam
a
designaçãode leitura
propriamente
dita
quando se referem ao processo de extrair uma representação fonológica a partir de informação
impressa.
Rebelo (1993) entende que a
leitura
elementar ou de iniciaçãooutémica
diz respeito:a) ao
conhecimentoe à
distinção rudimentar
das letrasao nível üsual e
auditivo;
b)
aorelacionamento das letras com os sons que representam; c) à união de grafemas para formação de palawas;
d)
à identificação e pronunciação das palawas como entidades globais. Para esteautor,
o
nível mais elevado destetipo
de leitura atinge-se quando a üsualização das palawasescritas e
a
sualeitura
sem soletração, efeita
de modo automático,isto
é, quando a criançaautomatiz-a
a
transformação
de
grafemas
em
fonemas, procedendo
à
identificação
erecoúecimento
das palawas por eles constituídas.Apesar
da
pluralidadede vocábulog
o
conceito subjacente aos mesmos parece sersimilar,
sendo o termo descodificação, aquele que mais frequentemente éutilizado.
AssinL aamplos processos
de leitura
(Citoler,
1996), sendo definidapor
Stanovich (1982,in
Casas,1988),
como
o
processopelo qual
seextrai
suÍiciente informação das palawas através daactivação do léxico mental, para
permitir
que a informação semântica se torne consciente.Descodificar
implica
assim aprender a discriminar e aidentificar
as letras isoladas ouem
grupo.
Essencialmentesignifica
que se possuia
capacidadetanto
paraidentificar
cadapalawa como
sendo
uma forma ortográfica
com
significado, como para atribuir
uma pronunciação. Assim, para poder descodificar comêxito
o
sujeito tem de entender como se relacionamos
símbolosgráficos
com os
sonse
adquirir os
procedimentosde leitura
depalawas
(Citoler,
1996).Se os processos de descodificação das palawas escritas constituem apenas uma parte
do
processototal
quee a
leitur4
vánias são as razões que podemjustificar o
porquê desta componente poder ser estudada de modo isolado, tornando-se mesmo uma das questões quemais tem atraído
a
aterrcãro dos investigadores da leitura (Linuesa eGutiérre4
1999). Para os mesmos autores, a descodificação parece ser a componente mais automática da totalidade dosprocessos que
intervêm na leitura pois os
processosimplicados
nessa componentetêm
deadquirir
um
elevado grau de automatismo para serem eficazes. Destaform4
o
objectivo portrás
da
attomatização destegrupo
de processos (Linuesae Gutiérre4
1999;Citoler,
1996;Perfetti,
1992), prende-secom
a
necessidadede
estesdeixarem
de
requer
uma
atenção excessiva, permitindo assim que menos recursos de atenção sejam dirigidos para as operaçõesde
nível inferior, e
mais sejamutilizados
na execução dos processos denível
superior, cujameta é a compreensão.
Contudo, Croweder (1985), Shaywitz (2003) e Gaskins