ROBERTO
MASSAO
TAKIMOTO
EFEITOS
DA
HIPOCLORIDRIA
INDUZIDA
POR
TRATAMENTO
DE
CURTA
DURAÇÃO
COM
OMEPRAZOL NA
COLONIZAÇÃO
AERÓBIA
DO
ESTOMAGO
EM
PACIENTES
COM
DOENÇAS
cLÓRn)Ro-PÉPTICAS
Trabalho apresentado à Universidade
Federal de Santa Catarina, para conclusão
do Curso de Graduação
em
Medicina.F
LORIAN
ÓPOLIS
-
SANTA CATARINA
ROBERTO
MASSAO
TAKIMOTO
EFEITOS
DA
HIPOCLORIDRIA
INDUZIDA
POR
TRATAMENTO
DE
CURTA
DURAÇÃO
COM
OMEPRAZOL NA
COLONIZAÇÃO
AERÓBIA
DO
ESTÔMAGO
EM
PACIENTES
COM
DOENÇAS
CLÓRIDRO-PÉPTICAS
Trabalho apresentado à Universidade
Federal de Santa Catarina, para conclusão
do Curso de Graduação
em
Medicina.Coordenador do Curso: Prof. Dr. Edson José Cardoso. .
Orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto Justo da Silva. _
Co-orientador: Prof. Viriato João Leal da Cunha. `
FLORIANÓPOLIS
_
SANTA CATARINA
meu
amigo
e principal incentivador nesta caminhada,com
quem
muito
aprendi eque
setomou
urna das pessoasmais
importantes deminha
formação
acadêmica,como
exemplo
de pessoa, administrador e educador.Ao
Prof.VIRIATO
JOÃO LEAL
DA
CUNHA,
meu
co-orientador, pela grande disposiçãoem
ajudar-me e peloexemplo de
profissional e pessoa, vitaisno
decorrer dessajomada.
incentivo e
compreensão
durante toda essajomada.
A
YASUTSURA
eDONIETA,
meus
pais, pelo amor, ensinamentos e incessante incentivo aomeu
crescimento.Agradecimentos
Ao
Prof. Dr.GERALDO
MORGADO
FAGUNDES,
Professor Titulardo
Departamento
de Morfologiada
Universidade Federal de Santa Catarina, pelosensinamentos e grande ajuda prestada durante vários
momentos
dessa caminhada.À
Dra.MARÍLIA
DE
SOUZA TAKIMOTO
que,mesmo
estando atarefada peloCurso
deMestrado/U
SP, encontroutempo
para enviar-me praticamente todos os periódicos utilizados neste trabalho.Ao
Prof. Dr.PAULO
FREITAS
pela orientação estatística gentilmentefeita.
À
Dra
LUÍZA
HELENA
CUNHA
pela grande ajuda,encaminhando
seuspacientes para participarem
do
presente Protocolo de Pesquisa.Ao
Dr.CARLOS
ALBERTO
GAEDTKE
que, aindacomo
residente degastroenterologia
do
Hospital Universitário/UFSC,encaminhou
pacientesdo
ambulatório de gastroenterologia para participarem
do
presente Protocolode
Pesquisa
Ao
Prof.LUIZ
ALBERTO
PELEGRINI
e as biogquímicasCLETA
SELVA DE
CORDOVA
JESUS,
TEREZINHA
SASSIONI
PASSOS
eMARIA
LUÍZA
que
cordialmente realizaram osexames
microbiológicos e bioquímicosno
Laboratório de Análises Clínicasdo
Hospital Universitárioda
UFSC.
Ao
Prof.NEWTON
MARQUES
e ao Dr.FERNANDO
MACHADO
que
sempre procuraram
facilitar aomáximo
a execução deste estudo.Ao
Doutorando
GABRIEL
GAMBA
PIONER
pela ajudana
revisãobibliográfica e coleta de dados.
ANTÔNIO,
que amigavelmente
colaboraramcom
a realização dosexames
do
presente Protocolo de Pesquisa.
Ao
Prof.JOÃO
TOMAZ
DE
SOUZA
pela revisãode
texto cordialmentefeita.
Enfim,
a todos aqueles queme
ajudaram, dealguma forma
a percorreresta longa
caminhada
e completa-la.1.
INTRODUÇÃO
A
secreção ácidado estômago
é estimulada pela gastrina, acetilcolina e histamina. Esses estimulantesda
secreção ácida , agindoem
diferentes sítiosde
receptores
na
superficieda
célula parietal, ativam secundariamente mensageiros intracelulares, levando ao estímuloda produção
de íons hidrogêniona
membrana
secretora.As
vias envolvidasna
regulaçãoda
acidezdo estômago
são independentes, e interações potencializadorasocorrem
entre esses agonistasu.A
descobertado
sítiodo
receptor histamínicoHz
na
célula parietal3 e seu bloqueio pela burimamida,um
análagoda
histamina, levou ao desenvolvimento dos antagonistasdo
receptorHz como
um
novo
método
parao
controleda
secreçãoácida,
promovendo
um
avanço
significativono
tratamentoda
úlcera péptica.A
modificação
da
burimamida, a qual tinha baixa potência oral, resultouna
cimetidina4 e
em
1981, a ranitidina foi introduzidacomo
um
antagonista competitivoHz
seletivomuito mais
potentes.Ambos
agentestêm
provado
sermuito
efetivosno
tratamento de desordens clóridro-pépticasno
homem,
atuandoatravés
da
inibiçãoda
secreção ácidana
célula parietal e produzindo períodos dehipocloridria durante as
24
horasó.Apesar
disto,algumas
úlceras sãomuito
dificeis de curar-se
ou
reaparecem, e o tratamento das esofagites de grausmais
severos
deram
resultadosmenos
satisfatórios7. Isso estimulouo
desenvolvimento de drogas antisecretoras
mais
potentes ede
açãomais
prolongada, incluindo a
nova
geração de antagonistasdo
receptorHz
e deuma
nova
classe, os bloqueadoresda
bomba
protônica (BBP)8'“, dos quaiso
que
a cimetidinal3°“Desde
sua introduçãona
prática clinica duranteo
fmalda década
de 80, osBBP
têm
sido usadoscom
sucessono
tratamento de desordens relacionadoscom
o
aumento da
acidez gástrica12*l5. Esses agentes são derivadosbenzimidazóis e
combinando-se
deforma
covalente e irreversível,promovem
bloqueio ácido não-competitivo e de longa duração após
uma
única dose, jáque
para a célula parietal voltar a ter atividade secretora
normal
é necessário sínteseprotéica6'8°14.
O
omeprazol
após ser convertidoem
suaforma
ativa, sulfenamida,no
canalículo secretor, bloqueia o sistema enzirnático I~I+-K
adenosinatrifosfatase
(bomba
protônica)da
célula pa1'ietal"'l6°",o
qual éresponsável pela troca de íons hidrogênio por íons potássio através
da
membrana
secretora, representando a rota fmal
comum
paraa
secreção ácidam. Inibea
secreção ácida basal e estimulada por pentagastrina
em
indivíduos nonnais¡3”'4,sendo
que o
efeito antisecretormáximo
é observado após algrms dias detratamento”.
As
indicações aprovadas peloFood
&
Drug
Administration(FDA)
incluem tratamento de curta duração para úlceraduodenal
ativa, tratamento paraerradicar
o
Helicobacter pylori de pacientescom
Helicobacter pylori e úlcera duodenal, tratamento de curta duração de úlcera gástrica benigna, tratamentode
pirose e de outros sintomas associados ao refluxo gastro-esofágico, tratamento de curta duração de esofagite erosiva, para
manutenção da
cura de esofagiteerosiva e tratamento de longa duração de condições patológicas
hipersecretoras19”2°. Estudos clínicos de tratarnento de cruta duração
com
omeprazol
(2 à 8 semanas)indicam que
os efeitos adversosmais
comuns
são acefaléia e
a
diarréia”.Em
virtudedo
largo uso eda
possibilidadeem
prolongar-se
o
tratamento,tem
se levantado questões a cercade
suas potenciais conseqüências adversas12°21°22.3
descrita considerando-se apenas algims
microrganismos
representativos” 24.O
suco gástrico de pessoas sadiasem
jejum
contém
5
103 unidades formadorasde
colônia
(CFU)
por n1l25'2°”27.A
microflora do estômago
épredominantemente
Gram
positiva e aeróbia.Os
microorganismos
mais
freqüentemente encontradas são Laczobacilos, Staphylococcus e fungos25”26'28. Enterobactériascomo
Clostridium e Bacteróides estão ausentes25*29ou
presentesem
baixas contagens, contudo,podem
estar presentes anaeróbios deorigem
oralcomo
PeptoStreptococcus,
F
usobacteríum e espécies de Bacterióideszó.Em
virtude de muitosmicroorganismos
patogênicasnão
sobreviveremquando
os níveisdo
pH
estão baixos,HEWETOSON
em
1904
( citado porALAN GRAY
eSHINER”
1967), enzmziou0
termo
“barreira bactericidagástrica”, sendo
que
a acidezdo
ambiente gástricotem
sido consideradaum
fator importante contra
a
colonização e infecção pormicroorganismos
ingeridas desde então27°3°`37. Outrosmecanismos
de defesa importantes sãoa
motilidade29°38`42, a presença de bile42'43 e provavelmente a velocidadedo
esvaziamento gástn`co44.
Os
mecanismos
de defesado
hospedeiro sãoresponsáveis pela seleção e controle
do
crescimento microbiano45”46.O
pH
basal gástricomédio
dejejum
em
indivíduos sadios é de 2,16Í
0,09 noshomens
e de 2,79Í
0,18 nas mulheres".Num
pH
médio
de
3ou
menos
a
maioria das espécies de bactérias é morta”,
sendo
que
o
suco gástrico,num
pH
de 3 -
4
ou menor,
tem
mostrado
ser bactericida para a maioria das espécies debactérias
em
10 a30
minutos27'37”48.O
pH
gástricomédio
em
24
horas elevou-sede 1,4 a 5,3
com
uso de30
mg/d
deomeprazol
em
pacientescom
úlcera duodenalem
remissão”.Num
estudo de vinte e oito dias,o
tratamentocom
omeprazol na
dosagem
diária de20
mg,
resultouna
ausência quase total deacidez
num
período de24
horas”, sendoque o
pH
>
3 esteve presente pelomenos
20
horas a cada período de24
horass1.Num
estudoem
9 pacientes portadores deSíndrome
de Zollinger-Ellisonque usaram omeprazol 20
a 160mg/d
via oral por seis meses,o
pH
gástricoficou
abaixo de 3 pormais
deuma
horaem
9,21
2
ocasiões” pois, apesarde
administração diária de
BBP
ser efetivana
supressãoda
secreção ácidado
estômago
emanutenção
dos níveis depH
acima
de4
amaior
partedo
dia,há
um
periodo nas
24
horas duranteo
qualo
pH
gástrico cai abaixo de 3-
44953.Quando
o
pH
é aumentado,como
no
casoda
inibição farmacológicada
secreção ácida, essa barreira protetora é enfraquecida e acredita-se
que o
indivíduo tome-se
mais
suscetível a infeções gastrointestinaisn.Esse
pensamento
é apoiado por estudosque
têm
demonstrado
suscetibilidadeem
pessoas
com
baixos níveis de secreção ácida à infecção por sahnonela27”54, bacilos causadores de disenteriass, estrogiloídes54, cólera e shiguela32'56”57,brucelasg, giárdia”, e por estudos
que
demonstram
colonização bacterianagastrointestinal
em
indivíduoscom
supressão ácidamantida
eprolongada26'27'35 '41”6°á3
incluindo
SHARMA
et al.°4em
1984
eVERDU
et al.65em
1994 que demonstraram
diminuiçõesna
acidez gástrica eaumentos
significativos
da
contagem
bacteriana gástricaem
voluntários sadiosque
receberam
30
mg
deomeprazol
diariamente por duasa
quatrosemanas
e,FRIED
et al.66em
1992,que observaram
colonização bacterianano
duodeno
em
pacientes
com
úlcera pépticaque
receberam
20
ou
40
mg
deomeprazol
diariamente por quatro a oito
semanas sendo que o
crescimento foi similarem
ambos
os grupos. Contudo,SNEPAR
et al.67em
1982,não
encontraram colonização bacterianado estômago
em
voluntários sadiosem
terapia antisecretora crônica e,em
outros estudosem
pacientescom
diminuiçãoda
secreção gástrica, apesar das alterações
na
contagem
bacteriana; urnaonda
ácidaem
algum
ponto
em
cada período de24
horas de estudo preveniu a colonização bacteriana persistentedo
estômago68”69.5
Dois
casosforam
relatados,onde
infecção severa ocorreuno
pós-operatório de ressecções gástricas
com
complicações técnico-cirúrgicas.Ambos
pacientes
tinham
terapia pré-operatória longacom
omeprazol
enão
foi feitoantibiotico-profilaxia
em
ambos
os casos7°. Relações semelhantesforam
descritas
com
outras drogas antisecretorasflfi.Um
padrão típico qualitativo de espéciesde
micróbiosacompanhantes
da
hipocloridria ainda
não
foi encontrado44.Há
poucas
investigações sobrea
composição
bacterianano
trato gastrointestinal superiorem
indivíduoscom
gastrite atrófica
ou
com
hipocloridria induzida por omeprazol”.Os
trabalhosque demonstraram
ou
não, colonização bacterianado
estômago
em
situações de hipocloridriamantida
e prolongadausaram
metodologias diversas e questionáveis,
que
podem
ter influenciado osresultados.
Tendo
em
vista esse conhecimento, deseja-se estudar as possíveismudanças
da flora
aeróbiado estômago
após tratamento de curta duraçãocom
2.
OBJETIVO
Detenninar a prevalência de colonização aeróbia
do estômago
após tratamento de curta duraçãocom
omeprazol
em
pacientesponadores
de doenças7
3.
MÉTODO
A
- PacientesForam
convidados a participar deste Protocolo de Pesquisa os pacientes atendidosno
ambulatório de Gastroenterologiado
HU/UF
SC,
homens
e mulherescom
maioridade,que
apresentavam quadro clínico sugestivo de doenças clóridro-pépticas,no
período de abril de2000
à fevereiro de 2001.Participaram deste Protocolo de Pesquisa 13 pacientes portadores de síndrome dispéptico, 8
homens
(6l,5%) e 5 mulheres (38,5%),com
idade entre24
e67
anos(média
de 44,15).B
-Procedimentos
Após
consultamédica
no
ambulatório de Gastroenterologiado
HU/UFSC,
onde foram
avaliados pormeio
deanamnese
eexame
fisico, os pacientesselecionados
foram encaminhados
parao
Setor deEndoscopia
Digestiva Altado
HU/UF
SC, onde
foi realizada coleta de saliva seguida por endoscopia digestivaalta (E.D.A.) para diagnóstico e coleta de secreção gástrica.
Foram
realizadas culturas dessas secreçõesno
Laboratório de Análises Clínicasdo
HU/UF SC
e os pacientesforam
tratadoscom
omeprazol 20
mg/d
via oral por quatro semanas.Sendo
que
tratamentocomplementar
com
outras drogas foi feito,quando
necessário,
no
fmal desse período.Ao
fnal das quatrosemanas
foi realizadanova
coleta de saliva seguida por E.D.A. para controle terapêutico enova
coleta de secreção gástrica para realização denovas
culturas.B.1 - Critérios
de
Inclusão1. Pacientes portadores
ou
com
suspeita clínica de úlcera duodenalcom
ou
sem
Helícobacter pylori, de úlcera gástrica benigna, derefluxo
gastro-esofágico, de esofagite erosiva e
de
outras condições patológicashipersecretoras19”2°;
2. Pacientes
que
não foram
enquadradosem
nenhum
dos critériosde
exclusão abaixo especificados.
B.2 - Critérios
de Exclusão
0 Bacteriológicos
Foram
excluídos deste Protocolode
Pesquisa os pacientes que:1.
Possuíram
culturada
secreção gástrica, coletadana
E.D.A.
diagnóstica,
com
contagem
bacterianaacima
de 103 CFU/ml25'27, tendoem
vista
que
os pacientesforam
controlesde
si próprios.2.
Não
retomaram
para a realizaçãoda
E.D.A. de controle terapêuticoe para coletas de
novas
amostras de saliva e secreção gástrica (pós tratamentocom
omeprazol)na
data determinada.0 Clínicos
Foram
excluídos deste Protocolo de Pesquisa os pacientes que:1.
Não
desejaram participar;2.
Tinham
recebido antibioticoterapiano
mês
anterior à E.D.A.44;3.
Tinham
deficiência de vitaminaBl2
(nível sérico<
190 pg/ml)74;9
5.
Apresentaram
fatores sabidamente predisponentes para infecçãodo
42 82
mtestino delgado '
incluindo:
0 Cirurgias prévias: gástrica3°*39°“'83`8°, biliar
ou do
intestino44.
delgado ,
0
Uso
de drogasque
suprimem
a acidez gástn`ca49”87 nas duassemanas
anteriores à E.D.A., taiscomo
antagonistas de receptores Hz,BBP
e antiácidos33”64”67;0
Desordens
associadas a dismotilidade gastrointestinal, taiscomo
escleroderma, hipotiroidismo, hipocalemia, hiperglicemia e neuropatiaautonômica
descompensadas;0
Uso
de drogasque influenciam
a motilidade gastrointestinal,tais
como
anticolinérgicos, antidepressivos, opióides,metoclopramida
ecisaprida nas duas
semanas
anteriores à E.D.A.;0 Pacientes portadores
de
anemia pemiciosa
(títulos séricospositivos
>1:40
de anticorpos anti-célula paiietal e anti-fator intrínseco) egastrite atrÓfica88`92) diagnosticadas;
6.
Apresentaram
fatoresque
podem
ter afetado aimunidade
da
mucosa
gástrica, taiscomo:
0 Etilismo93,
defmido
pela presença de dependência fisica94; 0 Tratamentocom
coiticóidesgsou
irnunossupressoresgó nas duassemanas
anteriores à E.D.A.;0 História de
doença
inflamatória intestinal diagnosticadam;0 Infecção conhecida pelo
HIV
98400, tendoem
vistaque a
hipocloridriatem
sido reportadaem
paciente infectados porHIV-1
particularmente naquelescom
comprometimento
irmmológicomais
severom;
0 Neutropenia diagnosticadam;
0 História pregressa pessoal
de
enteropatiaa
leite devacam
ou
ao
glútenm;
0 Pacientes tratados
com
drogas anti-inflamatóriasnão
esteroidaisms(AINE)
nas duassemanas
anterioresà
E.D.A.;7.
Apresentaram doença
pancreática descompensada42”73;8.
Apresentaram
divertículo duodenal diagr1osticado29*83*1°6;- - 42,78,l07-ll 1.
9.
Apresentaram
idadeacima
de 75 anos ,l0.Apresentaram outras doenças, tais
como
endócrina, sistêmica,neuromuscular, hepática e/ou renal descompesadas44”m”“3;
1l.Não
possuíram condições clinicas para realização dosprocedimentos endoscópicos.
0
Endoscópicos
-
Foram
excluídos deste Protocolo de Pesquisa os pacientes que:1.
Não
apresentaram secreção gástrica suficiente para coletano
momento
da
E.D.A.1°6;2.
Apresentaram
resultadonormal da
E.D.A.;B.3 - Coleta
de
SalivaAntes
de cadaexame
endoscópicoforam
coletados2
ml
de salivaem
uma
seringa plástica estéril descartável de 5 ml.
A
amostra foi transportada atéo
Laboratório de Análises Clínicas
do
HU/UF SC num
tempo
inferiora
dez minutos44, usando-se técnicas clássicas de assepsia.ll
B.4
-E.D.A.
com
Coletade Secreção
GástricaAs
E.D.A.foram
realizadasno
Setor deEndoscopia
Digestiva Altado
HU/UF
SC,
utilizando-seum
fibrogastroscópioOLYMPUS
GlÍF.XQ.30®. Paracoleta de material didático visando a apresentação
do
presente estudo, foiutilizado
um
vídeo-gastroscópioOLYMPUS
EVIS-l00®.
Todos
os pacientes jejuaram, pelomenos,
doze horas antesdo
exame
endoscópico44'“5.
Os
endoscópiosforam
desinfetados entre cadaexame,
de acordocom
asnonnas
de rotinado
setor.Não
foi administradonenhuma
medicação
via oralnó. Foi administradoaos pacientes
midazolam
de 3 a 5mg
endovenoso
associado à meperidina30
mg
endovenoso
antesdo
procedimento, exceto nos casoscom
contra-indicação _O
canal de sucçãodo
endoscópio foi preenchidocom
soro fisiológico0,9%
estérilcom
o
auxílio de urna seringa plástica estéril descartável.O
endoscópio foi passado sob visão direta até a
segunda
porçãodo
duodeno, evitando-se usar a sucção.Quando
a sucção endoscópica fez-se necessária,o
canal de sucção foi lavado
com
soro fisiológico0,9%
estérilus.Nesse
momento
o
canal de sucção foi esvaziado eum
cateter deteflon
estéril (Catheter trasparentteflon
-
s1coMAc
/GFLEX
óFR®-
Diâmetro
2,00mm
-
tipoSTANDART
_
Guia 035”
-
Autoclavável a 134°C
) preenchidocom
soro fisiológico0,9%
estéril
(com
o
auxílio de urna seringa plástica estéril descartável) e ocluído distalmente porum
tampão de
ágar estéril foi introduzido pelo canal de sucção. Fez-se isso objetivando evitarque
remanescentes contidosno
canalde
sucção entrassem pela abertura distaldo
cateter.Quando
este atingiu a porçãomais
distal
do
endoscópio foi esvaziado.O
endoscópio foi recuado atéo
lago gástricapara coleta de 15
ml
de secreção gástrica.A
amostra foi transportada usando-setempo
inferior a dez minutos44.O
manuseio do
cateter edo
material coletado foi feito usando-se técnicas clássicas de assepsia.Procedimentos
não
especificados anteriormente(como
porexemplo
biópsia de área suspeita de lesão maligna)
foram
realizados de acordocom
suas indicações clássicas após a coletada
secreção gástrica, deforma
aserem
independentes desse Protocolo de Pesquisa.
Figura l: Catheter trasparent teflon - SICOMAC / GFLEX 6FR® ~ Diametro 2,00
mm
- tipoSTANDART
-Figura 2: Visão do lago gástrico no momento da coleta de secreção gástrica.
I
Figura 3: Diagnósticos endoscópicos: A- gastrite eritematosa; B- gastrite polipóide erosiva; C- úlcera gástrica;
D- duodenite; E- úlcera duodenal; F- esofagite erosiva. (Retirado de Freytag A, Kutscha M. Atlas of Gastrointestinal Endocsopy [atlas on line]. Aschersleben; 1999. Available from <URL: ht1p://home.t-
B.5 - Análise
da
Acidez
GástricaO
pH
gástrico dejejum
foimensurado
no
Setor de Análises Bioquímicasdo
Laboratório de Análises Clínicasdo
HU/
UFSC.
Para tal foi utilizado
pHgâmetro
(WWRbrand
pH
Meter®
-
Modelo
2000)
com
eletrodo de vidro(Ag/AgCl
pH
Geland
Triode Electrodes) calibradocom
padrões de segurança(pH
7,00; 4,00) e ajustado para25 °C
antes de cada medição.A
mensuração
foi feita utilizando-se 10ml
da
amostra,em
ambos
procedimentos endoscópicos.Sen/iu para confirmar-se a adesão dos pacientes ao tratamento e para
analisar a relação
da
acidez gástricacom
acontagem
bacteriana.B.6
- Análise BacteriológicaA
bacteriologia foi realizadano
Setor de Análises Microbiológicasdo
Laboratório de Análises Clínicas
do
HU/UFSC.
Da
amostra de secreção gástrica coletadaforam
utilizados 5ml
divididosem
duas partes.A
primeira foimantida
na
seringa plástica estéril descartável e a outrasemeada
em
meio
de culturaBHI
(Brain Heart Infusion).Da
amostrada
seringa,
uma
parte foisemeada
em
caldo de thioglicolato de sódio e corado pelométodo
deGram
euma
segunda
parte foisemeada
em
placas de ágar sangue5%;
ágar manitol, ágarMcConl<ey,
ágar chocolate e incubadaem
atmosfera de aerobiose a 35 graus Celsius.Todas
as placasforam
incubadas pelo períodomínimo
de24
a48
horas.A
amostrasemeada
em BHI
foi incubada a 35 graus Celsius por24
a48
horas, tendo sidosemeada
posteriormente nosmesmos
meios
e condições descritosacimam.
As
amostras de salivaforam semeadas
e cultivadas nosmesmos
meios
econdições já descritos. Serviram para avaliar-se a efetividade dos
métodos
de15
Figura 3: Culturas mostrando colônias de (A) Streptococcus alfa-hemolítico e (B) Staphylococcus coagulase
negativa. (Retirado de Koneman WE, Allen SD, Janda
WM,
Schreckenberger PC and Winn WC. Color Atlasand Textbook of Diagnostic Microbiology. 5 ed. Philadelphia: Lippincott; 1997.)
B.7 - Ética
em
Pesquisacom
SeresHumanos
Todos
os pacientes participantes deste Protocolo de Pesquisa forneceram permissão escrita de acordocom
as Resoluções 196/96 e 251/97 ecom
oComitê
de Ética
em
Pesquisacom
SeresHumanosfUFSC.
B.8 - Análise Estatística
Para análise dos resultados aplicou-se:
1.
O
teste t de Student paracomparação
demédias
deuma
amostrapareadam,
com
o objetivo de avaliar as alterações depH
gástrico dospacientes antes e depois de tratamento
com
omeprazol.2.
Foram
calculados os intervalos deconfiança no
nível de95%“8
para a prevalência de colonização bacteriana aeróbiado
estômago
dospacientes
com
doenças clóridro-pépticas depois de tratamentocom
omeprazol.Foi utilizado
o
programa
estatísticoEpi
Info 6.04 (Center for Disease Control,World
Heath
Organization.Epi
Info.Epidemiologia
em
microcomputadores:
um
sistemade processamento de
texto,banco
de
dados
e estatísticas[programa
decomputador]
Atlanta:17
4.
RESULTADOS
Um
paciente portadorde
-gastrite(número
3) e outro portador de esofagite(número
6) referiramnão
teremtomado
todaa
medicação, sendoque não
fizeram
uso, respectivamente, de 1 e2 comprimidos
entre asegunda
e terceirasemanas
de tratamento, tendopermanecido
nesse Protocolode
Pesquisa.Três dos pacientes
(números
l,2
e 7)eram
tabagistas porum
períodomédio
de oito anos (2-
12)com
consumo médio
de 10 cigarros por dia (4-
25).Não
apresentaram diferenças estatisticamente significantesem
relação àpHmetn`a
(1,77 antes e 5,41 depoisdo
tratamento) eà
colonização gástrica(nenhum
dos pacientes foi colonizado),quando comparados
aosnão
tabagistas.Tabela I
-
Distribuição dos pacientesconforme o
diagnósticoendoscópico. ç c. Diagnóstico
N°
%
Gastrite5
38,46Duodenite
1 7,69Úlcera
Gástrica 1 7,69 Esofagite 2 15,38G, D,
Ún, E*
1 7,69G, D,
E**
1 7,69G,
E***
2
15,38 Totais 13100
*Gastrite associada à duodenite, úlcera duodenal e esofagite * *Gastrite associada. à. duodenite e esofagite
com
omeprazol. PacientepH
A
pH
B
%*
1 2,432
2,88 3 1,724
1,66 5 1,81 6 3,67 7 1,65 8 3,769
2,05 10 2,50 11 7,87 12 2,15 13 1,86Média
2,77 *Aumento percentualp
<
0,001 (Teste t de Student para amostra pareada)Tabela III- Estratificação
do
pH
gástricomédio
antes (A) e depois (B) de tratamentocom
omeprazol
pelo sexo.Sexo
pH
A
Médio
pH
B
Med1o
3,67 4,96 8,09 2,65 8,01 5,50 1,47 7,62 7,98 7,96 7,40 6,41 7,54 6,10 51,03 72,22 370,35 59,64 342,54 49,86 -10,91 102,66 289,27 218,4 -5,97 198,14 305,38 122,50
Feminino
3,52 6,97Masculino
2,30 5,5519
Tabela
IV
-
Estratificaçãodo
pH
gástricomédio
antes (A) e depois (B) de tratamentocom
omeprazol
pela faixa etária.Faixa Etária
pH
A
Médio
pH
B
Médio
Até
29
anos 2,88 4,9630
-59
anos 2,33 5,66Mais
de60
anos 4,06 7,79Tabela
V
-
Distribuição dos casos de hipocloridria antes (A) e depois (B)de tratamento
com
omeprazol
estratificado pelo sexo.Sexo
HipocloridriaA
%
HipocloridriaB%
Masculino*
0 04
50
Feminino**
120
360
i
~
*Hipocloridria no sexo masculino foi defimda como pH de jejum acima de 5.09
*`*Í-Iipocloridria no sexo feminino foi definida como pH de jejum acima de 6.8 Í”
Tabela
VI
-
Estratificaçãodo
pH
médio, depoisde
tratamentocom
omeprazol, pela presençaou
ausência de colonização gástrica.Colonização
pH
Médio
Presente 8,02com
omeprazol, pela presençaou
ausência de infecção por Helicobacter pylorzH. pylorz'
pH
A
Médio
pH B
Médio
Positivo* Negativo** 2,21 6,73 2,90 7,8 *Pacientes números 1, 2, 3 e 5 ** P ient ' 8 9 ae es numeros e
Nos pacientes restantes não foi realizada pesquisa para H. pylori
Tabela VIII
-
Contagem
bacteriana(CFU/ml)
encontrada nas amostras desaliva (Sal) e secreção gástrica (Gást), antes (A) e depois (B) de tratamento
com
omeprazol.Paciente Sal
A
SalB
Gást
A
Gást
B
105 1 e
1042
1041e2
10411-z21052
1051
ez
1042
11021
2
1051
31042
4
1042
51051e2
ó1051¢2
7
104102 102101042
8
1051e1042
105-102
9
104102
105162
10105102
105102
111052
1021111052
121051e10521021z1052
13105102
1051e1042
I - Staphylococcus coagulase negativa
Z - Streptococcus aã5a-hemolítíco
Neg.
Neg.
Neg.
Neg.
Neg.
Neg.
Neg. Neg. 1052
Neg.
105 1Neg.
Neg.
Neg.
1052
104 1 e2
Neg.
105 1 z2
Neg.
102 1 e2
Neg. 105 1 e2
Neg.
Neg.
1052
Neg.
21
Tabela
D(
-
Bactérias encontradasna
secreção gástrica (Gást) antes (A) e depois (B) de tratamentocom
omeprazol. `Bactéria
GástA
%
GástB
%
Staphylococcus coagulase negativa l 7 ,694
30,77Streptococcus alfa-hemolítico 1 7,69 6 46,15
Tabela
X
- Bactérias encontradasna
saliva (Sal) antes (A) e depois G3) detratamento
com
omeprazol.Bactéria
0
sa|A
%
sam
%
Staphylococcus coagulase negativa 10 76,92 13
100
Streptococcus alfa-hemolítico ll 84,62 ll 84,62
Tabela
XI
-
Distribuição das amostras de secreção gástricaconforme
presença
ou
ausência de colonização bacteriana depois de tratamentocom
omeprazol.N°
Culturas
N°
%
IC* (95%)
Colonizadas
3 23,1 5-
53,8Não
Colonizadas
10 76,9 46,2 -95
Totais 13 100 * Intervalo de ConfiançaTabela
XII
-
Análiseda
colonização gástrica (Gást),em
homens,
depois de tratamentocom
omeprazol
estratificado pelopH.
pH
Gást Colonizadas GástNão
Colonizadas>5,09
2
2
<5,09
04
Tabela XIII
-
Análiseda
colonização gástrica (Gást),em
mulheres, depois de tratamentocom
omeprazol
estratificado pelopH.
pH
GástA
Colonizadas GástB
Não
Colonizadas>6,8l 1
2
<6,81 0 2
Tabela
XIV
-Análiseda
colonização gástrica (Gást) depoisde
tratamentocom
omeprazol
estratificado pelo sexo.Sexo
Gást ColonizadasMasculino
2
23
Tabela
XV
-Análiseda
colonização gástrica (Gást) depois de tratamentocom
omeprazol
estratificado pela faixa etária.Faixa Etária Gást Colonizadas
Até 29
anosO
30
-59
anos 2Mais
de60
anos 1Tabela
XVI-
Estratificaçãoda
colonização gástrica depois de tratamentocom
omeprazol, pela presençaou
ausênciade
infecção por Helicobacter pylori.H. pylorz' Colonizado
Presente* 2
Ausente**
l*Pacientes números 1, 2, 3 e5
** Pacientes. números 8 e 9
5.
D1scUssÃo
SHARMA
et al.64 publicaramem
1984
estudocom
10homens
volimtários sadiosque
fizeramuso
deomeprazol 30
mg/d
por duas semanas,em
que
as alterações descritasem
relação apHmetria
e a bacteriologiada
secreção gástricaretomaram
às condições anteriores ao tratamento três dias após a descontinuaçãoda
medicação. Tal fato deve-se, provavelmente, ao bloqueio ácido prolongado proporcionado peloomeprazol
em
virtudeda
necessidade de síntese proteica paraque
a célula parietal volte a secretar íons hidrogênio nonnalmente6”8”“.O
fato de os pacientesnúmeros
3 e 6não
teremusado a medicação
corretamente parece
não
ter influenciado sobremaneira os resultados pois,a
pHmetn`a
e a bacteriologia de suas secreções gástricas mostraram-seharmõnicas,
em
ambos
os casos,com
asdemais
amostras.As
explicações prováveis, sãoque
os referidos pacientesnão completaram mais do que
vinte e quatro horassem
a medicação,além da
faltade
medicação
ter acontecidonum
intervalo de
tempo
maior que
uma
semana
antesda
E.D.A. controleonde o
ambiente gástrico provavelmente
não
sofreu alterações suficientes para provocarmudança
no
resultado finaldo
pH
eda
bacteriologia.BARTON
etal.”
(1990) descreveram alteraçõesda imunidade
demucosa
em
indivíduos tabagistas.Apesar
disto, os pacientes tabagistas,no
presente estudo,
não
apresentaram alterações significantes quanto aopH
gástrico e à cultura de secreção gástrica. Tal fato ocorreu, provavelmente, pelonúmero
limitado de tabagistas participantes.25
O
diagnóstico endoscópicomais
freqüentemente encontrado foio
de gastrite (38,46%),mesmo
assim,em
conseqüência aonúmero
limitado depacientes,
não
foi possível analisar a variação dos resultadosem
função das doenças.MILTON-THOMPSON69(1982),
num
estudoem
8 pacientes sadios,que
fizeram uso de cimetidina 1 g/d via oral por duas semanas, encontraram
20%
de amostras de secreção gástricacom
pH
>
4.WALT
et al.49(l983),num
estudoem
9 pacientes portadoresde
úlcera duodenal,que receberam omeprazol 30
mg/d
via oral poruma
semana, descreveram a elevaçãodo
pH
de 1,4 para 5,3, ressaltandoque o
pH
ficou
acima
de 3
em
86%
das amostras.SHARMA
et al.64 (1984) descreveramque
a acidez diminuiuna
ordem
de75%
(p<
0,001),com
aumento do
pH
médio
dejejum
de 1,89 para 3,09.MEYRICK
THOMAS
et al.” (1987),num
estudoem
15 pacientes portadoresde
úlcera péptica,que
fizeram uso de ranitidina300
mg/d
pornove a
doze
meses, encontraram30%
das amostras de secreção gástricacom
pH
>
4.A
hipocloridriatem
sido arbitrariamentedefmida
por vários pesquisadorescomo
pH
dejejum acima
de 3,5(WINKELSTEIN
l942)*, 6,0(CARD
esiRcUs
195s)*, 7,01” z 8,2(sHAY,1<oMARov
zBERK
1950)* (*‹zúz‹1‹›spor
FELDMAN
E
BARNETT”
1991).FELDMAN
E BARNETT”
(1991)definiram hipocloridria
como
sendoo
pico de liberação ácidaem
resposta aum
estimulante de secreção ácidamaximamente
efetivo inferior ao liniitenormal
para
365
voluntários sadios. Utílizaramo
princípio deque
quando
uma
população de indivíduos sadios é estudada, os
2,5%
de valores inferiores de pico de liberação ácidapodem
ser, arbitrariamente,definidos
como
portadores dehipocloridria verdadeira e os
97,5%
restantescomo
normosecretores(95%)
ejejum
nos indivíduossem
hipocloridria (n=
354).Com
isso descreveramque o
limite superior
da
normalidadedo
pH
dejejum
para indivíduossem
hipocloridria (limite de confiança
95%,
com
especificidade de95%
esensibilidade de
90%
para a primeira medida) foi 5,09 noshomens
e 6,81 nas mulheres.Detenninaram,
nesse estudo,uma
prevalência de7,67%
dehipocloridria.
Apesar
denão
haveruma
definição universalmente aceita parahipocloridria, esses
foram
os valores adotadosno
presente estudo.CEDERVERG
et al.49 (1992),num
estudoem
9 pacientes portadoresde
úlcera duodenal,
que receberam omeprazol 20
mg/d
via oral, 10mg/d
endovenoso
e40 mg/d
endovenoso
por cinco dias,observaram
reduçãoda
acidez
em
99,9%,
95,7%
e99,9%
respectivamente.Sendo que
nos gruposque
receberam
as maiores doses, os pacientespermaneceram
com
pH
>
4
praticamente todo
o
tempo
de
estudo.GILMAN
er ai.” (1938),Husebye
etar”
(1992) e B‹zz11rS‹›S87 (1992)descreveram
hipocloridrianao medicamentosa
(pH >
3)em
pacientes idosos(80%), aidéticos
(100%)
e desnutridos (76%), respectivamente.RAMDANI
et al.” (1992) publicaram estudoem
9
pacientes portadoresde
síndrome de Zollinger-Ellison,onde mostraram que
estes,quando
em
uso deomeprazol 75
mg/d
(média) via oral por seis meses, apresentavam 9,2i
2
horascom
pH
abaixode
3em
vinte e quatro horas.VERDU
et al.65 (1994) relataram,num
estudoem
14 voluntários sadiosque usaram
placebo poruma
semana
seguidacom
uso deomeprazol 20
mg/d
viaoral por mais duas semanas,
que o
pH
elevou de 1,9 (1,3-
5,8) para 4,3 (1,3-
6,8),com
57%
dos pacientescom
pH
>
4
ao finalda
terceira semana.GODDARD
eSPILLER121
(1996) observaram,num
estudoem
9homens
sadios e jovens (19-
27
anos)que usaram omeprazol 40
mg/d
via oral poruma
semana,aumento
significativodo
pH
(p<
0,001).27
THORENS
et al. 122 (1996),num
estudoonde
um
dos grupos eracomposto
por 19 pacientes portadores de doenças pépticas
em
uso
deomeprazol
20
mg/d
por quatro semanas, descreveram
pH
médio
mais
elevadoem
pacientes colonizados (5,1)do que
em
não
colonizados (2,0).ç
BRUMMER
eSTOCKBRUGGER123
(1996),num
estudeem
23 peeiemes
portadores
de
úlcera duodenal aguda,no
qualfizeram,
em
um
dos grupos,uso de
omeprazol
20
mg/d
via oral por quatro semanas,observaram
aumento
significativo
do
pH
de 1,5 para 6,1 (p<
0,01).THEISEN
etalm
(2000),num
estudoem
30
pacientescom
doença do
refluxo
gastro-esofágicoem
uso
deomeprazol
por pelomenos
três meses,encontraram
pH
médio
de 5,3, nos pacientescom
colonização gástrica, enquantoacharam
pH
de 2,6 nossem
colonização.MOWAT
et al.U5
(2000) descreveram, duranteuso
de omeprazol,aumento
significativodo
pH
em
indivíduos Helícobacter pylorí positivos (7,8vs. 3,0;
p
<
0,00001).Numa
análise geraldo pH,
antes e depois de tratamentocom
omeprazol,os resultados
do
presente estudo,concordaram
com
a
literatura citada49”53'64°m'm. Percebe-seque o
pH
médio
aumentou de
2,77 para 6,10(p
<
0,001) evidenciando a adesão dos pacientes ao tratamento.
Em
dois pacientes(números
7 e 11)houve
diminuiçãodo pH,
apesardo
tratamento ter sidocompleto (sic).
Apesar
dessa diminuiçãodo pH, o
pacientenúmero
llapresentou
aumento
na
contagem
bacterianada
secreção gástrica, eventopossivelmente relacionado à provável deficíência irnunológica
da
mucosa
gástrica
em
virtudedo
tabagismo”
eda
históriamórbida
pregressa de doençasdispépticas;
SAGAR
et al. '26 (2000) demostrararn relação entreo
efeitodo
omeprazol
e opleomorfismo
da enzima
CYP2C19,
efeitoque
pode
ter ligação àde erro de método,
na
coleta de secreção gástrica,na
pHrnetriaou
na
bacteriologia,
não
é consistente jáque
se utilizou amesma
técnicaem
todos os outros casos.Como
descrito porFELDMAN
eBARNETT47
(1991),o
sexomasculino
apresentou
pH
menor
do que o
feminino tanto antes (53%), quanto depois(25,6%) do
tratamentocom
omeprazol,embora
não
haja significância estatistica,possivelmente,
em
virtudedo
número
limitadode
pacientes.Como
descrito porHUSEBYE
et al.44 (1992), os pacientescom
mais
de60
anos apresentarampH
maior
do que
os demais, tanto antes (70.2%) quanto depois(38%) do
tratamentocom
omeprazol,embora
não
haja significânciaestatística, provavelmente
em
virtudedo
número
limitado de pacientes.WALT
er ar.” (1983),GILMAN
er ai.” (1988),CEDERVERG
er ar.”(1992),
HUSEBYE
er art* (1992) eBEL1rsos”
(1992) enconrrarazn prevalência de hipocloridriamaior do que
no
presente estudo,onde
esteve presenteem
4
de 8 pacientes masculinos eem
3 de 5 pacientes femininos após tratamentocom
omeprazol.A
menor
prevalência de hipocloridria encontradano
presente estudo, provavelmente,tem
origem
na
falta de uniformidade deconceito
em
relação à hipocloridria e por possíveis variáveis oriundas dosdiferentes
métodos
de coleta de secreção gástrica, poisquando
se coletasecreção gástrica por
meio
desondagem
oroou
nasogástricanão
sepode
afirmarque
não houve
misturacom
secreção de faringeou
duodeno,aumentando
conseqüentemente
o
pH.
Apesar
disto,FELDMAN
eBA1u\rETT”
(1991) zzVERDU
er arts (1994)encontraram prevalência de hipocloridria semelhante ao descrito
no
presenteestudo.
Cabe
ressaltarque
não
está totahnente esclarecidoo
valorda
influênciada
29
virtude de dois
mecanismos
principais: estimulação vagal pelapassagem
do
fibrogastroscópio pelo esôfago, e pela distensão gástrica
em
conseqüênciada
insuflação.
1vflLToN-mo1vrPsoN“
(1982) oMEYRICK
rHoMAs
or oi.” (1987)encontraram,
como
esperado,menor
reduçãoda
acidez gástricado que
no
presente estudo,
em
virtude destes terem utilizados cimetidina e ranitidina,respectivamente.
como
demonstrado
porTHQRENS
otoil”
(1996) oTHEISEN
oioil”
(2000),
o
pH
médio
gástrico dos pacientes colonizados foimaior do que o
pH
dos
não
colonizados. Contudo,não
houve
significância estatística,possivelmente pelo
número
limitado de pacientes.Assim
como
descrito porMOWAT
et al. 125' (2000), opH
dos pacientescom
Helícobacter pylorí positivo foimenor,
tanto antes quanto depois de tratamentocom
omeprazol.Contudo
pelo fato de a pesquisa sistemática de Helicobacter pylorinão
ter feito partedo
presente Protocolode
Pesquisa, só a fizeram os pacientescom
indicação clínica.Dessa maneira
a análise dessa variável fica prejudicada.MILTON-THOMPSON68
(1982)não
reproduziu resultados anteriores decolonização gástrica descritos por
RUDDELL33 em
1980, assimcomo
SNEPER
et a1.67 (1982)
que
em
estudo semelhantetambém
não
descreveram colonizaçãobacteriana
do
estômago.SHARMA
et al.64 (1984) descreveram colonização gástrica apósuso
deomeprazol
(p<
0,001) observandoque
as bactériasmais
freqüentesforam
Conynebacterium, Staphylococcus sp., Neissería, Lactobacilus, Veillonella,
Streptococcus ('a[fiz-hemol`ít1`co e
não
hemolítico), Bacteroides e Acinetobacter.Sendo que não
houve
aparecimento denovas
espécies de bactérias apóso uso
deMEYRICK
THOMAS
et ai.” (1987)também
nâø
encontraramcolonização bacteriana
do
estômago.GLLMAN
et al.” (1988),HUSEBYE
et z1.^*4 (1992) eBELrrsos*7
(1992)descreveram colonização gástrica
em
pacientescom
hipocloridrianão
medicamentosa.
VERDU
et al.65 (1994) relataram colonização gástrica (p<
0,05)sem
diferença estatisticamente significante entre a primeira esegunda
semanas.As
bactérias
mais
freqüentesforam o
Streptococcus alfa-hemolítico enão
hemolítico.
O
volume
de
secreção gástricanão
se alterou neste estudo.GODDARD
eSPILLER121
(1996)observaram
colonização bacteriana (p<0,05)no
estômago
apósusarem omeprazol 40
mg/d
poruma
semana.THORENS
etalm
(1996) descreveram colonização bacterianaem
8(42%)
dos pacientes.As
bactériasmais
freqüentesforam
aeróbiasGram
positivas, por exemplo, Streptococcus alfa-hemolítico e
não
hemolítico.Contudo
encontraramtambém
Gram
negativascomo
Klebsíela e Escherichiacoii.
BRUMMER
eSTOCKBRUGGERQ3
(1996) descreveramque
não
houve
significânciana
colonização bacterianado
estômago, contudo níveis depH
>
3-
4 foram
significantemente correlacionadocom
colonização bacterianado
sucogástrico (p
<
0,05)GARCIA
RoDR1oUEz
‹-zRUIGOMEZI”
(1997)conduziram
um
esmao
caso controle
com
mais
de 170.000 usuários crônicosde
drogas supressorasda
acidez gástrica, descrevendo
que o
risco relativo de desenvolver gastroenteritebacteriana
em
usuários deomeprazol
é de 1.6 (IC95%
+
1.0-
2,4) e concluindoque
não
há
suporte paraum
papel importanteda
reduçãoda
acidezno
desenvolvimento de gastroenterite bacteriana.31
THEISEN
ot o1.'24 (2000)observaram oolomzzçâo
(> 103CFU/ml)
om
11(36,66%)
dos pacientes estudados. Ressaltandoque
a colonização só ocorreucom
pH
>
3,8.v1AN1
orol.”
(2000),num
estudooom
14 voluntários sadios (7mulheres e 7
homens,
com
idademédia
de24
anos),sem
Helicobacter pylori,que receberam
uma
semana
de placebo seguida por duassemanas
deomeprazol
20
mg/d
via oral, concluíramque o
pH
>
4
foi associadocom
o aumento da
contagem
de bactérias redutoras de nitrito (p<
0,05).MOWAT
et 211.125 (2000)observaram
um
aumento mais
expressivoda
colonização gástrica
em
indivíduos Helicobacter pylori positivos ( 5x
107 vs. 5X
105;p
<0.05).Optou-se,
no
presente estudo, pornão
se fazer uso de sub-grupos diferindo entre sina
dosagem
deomeprazol
em
virtudeda
evidência deque
as alterações causadasnão
terem relação de grandeza e de presençaou
ausênciacom
amaior
dosagernda
drogaóó.GORBACH
ot al.” (1961),DRASAR,
sH1NER
oMCLEOD”
(1969),GORBACH
oLEVITAN
2*(1970),VERDU
ot oi.” (1994) oTHORENS
oroil”
(1996) descreveram resultados semelhantes, aos
do
presente estudo,em
relaçãoas bactérias encontradas
na
secreção gástrica, antes e depois de tratamentocom
omeprazol.Foram
encontradas, principalmente bactériasGram
positivas.SHARMA
et al.64 (1984), diferentementedo
presente estudo, encontraram contagens signiñcativas de bactériasGram
negativas.O
padrão ouro parao
diagnóstico de colonização bacterianado estômago
é a cultura de aspiradonrm,motivo
pelo qualnão
seusou
testes indiretos, por exemplo,o
teste de concentração de hidrogênio expiradono
jejum.O
método
desenvolvido para coleta de secreção gástrica mostrou-se efetivo pois as bactérias encontradas nas culturas de saliva e secreção gástricaantes
do
tratamentocom
omeprazol
diferiram entre si pela espécie, pelonúmero
(CFU/ml)
ou
pela ausência de crescimento bacterianona
secreção gástrica.HAMILTON
et al. 106 (1982), descreveram colonização gastrointestinalcom
bactérias deorigem da
oro-faringe,denominando
o
evento de “colonização descendente”.Nos
casosem
que a
cultura de secreção gástrica, depois de tratamentocom
omeprazol, apresentoualgum
crescimento bacteriano,mesmo
que
dentrodo
limite de até 103CFU/ml,
as bactérias encontradasna
secreçãogástrica
foram
também
encontradasna
saliva. Tal fatonão
representa,provavelmente, contaminação
da
secreção gástricano
momento
da
coletaporque
utilizou-se exatamente a
mesma
técnica de coletada
secreção gástrica antesdo
tratamento.
O
referido fato, possivelmente, representa aorigem
das bactériasencontradas
na
secreção gástrica depoisdo
tratamento,ou
seja, essas sãooriundas, provavehnente, de oro-faringe, transportadas por
meio
de deglutição de saliva enão mais
eliminadas pela barreira ácida gástrica.|
Numa
análise geral, 10em
13 (76,9%)
das culturasde
secreção gástricados pacientes
que
jáhaviam
recebido tratamentocom
omeprazol
não
apresentaram colonização gástrica, enquanto 3
em
13 (23,l%) restantescolonizaram .
Num
intervalo deconfiança
(IC) de95%,
o
limite inferiordo IC
da
prevalência das culturasnão
colonizadas (46,2%) é inferior ao limite superiordo IC
das culturas colonizadas (53,8%),ou
seja,há
sobreposição entre osIC
dessas prevalências.
Não
podemos,
portanto, inferircom
95%
de confiança,que
em
uma
populaçãomaior
com
asmesmas
características eque
tenha feito uso deomeprazol,
a
prevalência de pacientes colonizados serámenor
que a
denão
colonizados.
De
acordocom
os dados apresentadosna
literatura citadam"25°m,ospacientes
que
apresentaram colonização gástrica apresentavam todos33
significância estatística
em
virtude, possivehnente,do
número
limitado depacientes.
Em
concordânciacom
a literatura já citadal23`l25'm,não
houve
diferençaentre a prevalência de colonização gástrica entre
homens
e mulheres.Cabe
menção
deque o
número
de pacientes colonizadosnão
permite, por ser limitado, análise confiável.O
maior
número
de pacientes colonizados encontravam-sena
faixa etáriade
30 a 59
anos (2em
3), fato provocado, provavelmente, pelomaior
número
depacientes nesse grupo (69,23%).
Dos
4
pacientescom
infecçãocomprovada
por Helicobacter pylori,2
foram
colonizados após tratamentocom
omeprazol, contudo,como
a pesquisasistemática de Helicobacter pylori
não
fez partedo
presente Protocolo de Pesquisa, a análise dessa variávelfica
pouco
consistente.Os
resultadosdo
presente estudo,com
relação à colonização bacterianado
estômago, divergiram dos apresentados por
SHARMA
et al.6'4 (1984),GILMAN
ez z17°(19ss),
HUSEBYE
et zif“ (1992) eBnursos”
(1992),VERDU
et ai.”(1994),
GODDARD
eSPILLERI”
(1996) eVIANI
er a1.'2* (2000)Analisaremos a seguir as possíveis explicações para esta divergência
de
achados.
SHARMA
et al.64 (1984), estudaram pacientes jovens (idademédia
de 22.6 anos) e sadios.Não
há
menção
em
seu trabalho, de exclusão para pacientesem
uso prévio deAINE,
corticóides, anti-depressivos, anti-ácidos, anti-histamínicos,
BBP
e de portadores de doenças sistêmicas.Além
do
que,a
validade