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Percepção de estudantes do curso de odontologia da UFRN quanto ao manejo de pacientes portadores do HIV: Biossegurança e estigma social.

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

CLAUDIANA MENEZES XAVIER

PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DO CURSO DE ODONTOLOGIA DA UFRN QUANTO AO MANEJO DE PACIENTES PORTADORES DO HIV:

BIOSSEGURANÇA E ESTIGMA SOCIAL.

NATAL, RN 2019

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CLAUDIANA MENEZES XAVIER

PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DO CURSO DE ODONTOLOGIA DA UFRN QUANTO AO MANEJO DE PACIENTES PORTADORES DO HIV:

BIOSSEGURANÇA E ESTIGMA SOCIAL.

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade Federal Do Rio Grande Do Norte- UFRN como parte integrante dos requisitos para obtenção do título de Cirurgiã-dentista.

Orientadora: Profa. Dra. Edna Maria da Silva.

NATAL, RN 2019

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Alberto Moreira Campos Departamento de Odontologia

XAVIER, Claudiana Menezes.

Percepção dos estudantes do curso de odontologia da UFRN quanto ao manejo de pacientes portadores do HIV: biossegurança e estigma social / Claudiana Menezes Xavier. - Natal, 2019. 37 f.: il.

Orientador: Profa. Dra. Edna Maria da Silva.

Trabalho de conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Odontologia, Natal, 2019.

1. HIV – Trabalho de conclusão de curso. 2. Biossegurança - Trabalho de conclusão de curso. 3. Estigma social - Trabalho de conclusão de curso. 4. Estudantes de odontologia - Trabalho de conclusão de curso. 5. Ética em odontologia - Trabalho de conclusão de curso. I. Silva, Edna Maria da. II. Título.

RN/UF/BSO BLACK D62 Elaborado por MONICA KARINA SANTOS REIS - CRB-15/393

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CLAUDIANA MENEZES XAVIER

PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DO CURSO DE ODONTOLOGIA DA UFRN QUANTO AO MANEJO DE PACIENTES PORTADORES DO HIV:

BIOSSEGURANÇA E ESTIGMA SOCIAL.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Odontologia - UFRN, como requisito para a conclusão do Curso de Graduação em Odontologia.

Aprovado em ___/___/____

BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra. Edna Maria da Silva ORIENTADORA

Profa. Dra. Iris do Céu Clara Costa EXAMINADORA 1

Profa. Dra. Maísa Paulino Rodrigues EXAMINADORA 2

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DEDICATÓRIA

À Deus, por ser essencial em minha vida, autor do meu destino, meu guia, socorro presente na hora da angústia, À minha família, por sua capacidade de acreditar е investir em mim. A minha Mãe, Claudinha, por seu cuidado е dedicação que me deram а esperança para seguir meus sonhos. Rinaldo, sua presença significou segurança е certeza de que não estou sozinha nessa caminhada e aos meus irmãos, pelo apoio e paciência. À professora Edna, pela paciência e acolhimento na orientação е incentivo que tornaram possível а conclusão deste trabalho.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, fonte eterna de sabedoria, em quem busco conforto e paz para seguir adiante. Sem Ele, nada seria. Portanto, a Ele, toda honra e toda glória!

Aos meus pais, pelo apoio incondicional nos momentos mais difíceis dessa jornada, por toda orientação, carinho e cuidado ao longo da minha vida, por todo o investimento no meu futuro, pelos esforços empenhados na construção do meu caráter, meu mais profundo agradecimento.

Aos meus irmãos, por acreditarem no meu potencial e por orgulhar-se de mim. Aos meus tios, tias, primos e primas e amigos por incansavelmente torcerem por mim, vibrando com as minhas conquistas e impulsionando-me na luta pelos meus objetivos.

À minha orientadora, Edna Maria da Silva, por todos os ensinamentos repassados ao longo da minha formação. Agradeço-a por ajudar-me a construir um saber e, por ter me acolhido da forma mais admirável que um professor pode fazer, você é um exemplo de ser humano e profissional, sempre terá minha gratidão e admiração por desempenhar o papel do professor de forma brilhante, obrigada por todas as conversas e toda disponibilidade e dedicação voltadas para esse trabalho.

Aos meus amigos que encontrei durante minha vida, com os quais sempre posso contar mesmo longe e dos quais jamais esquecerei. Agradeço a Deus pelo prazer de até hoje tê-los por perto e, especialmente, por todos os momentos felizes vividos, que fazem-me sentir profunda saudade a cada reencontro.

As amigas que fiz no curso de Odontologia da UFRN, turma 2015.1, por todos os momentos vividos no decorrer desses quatro anos e meio. Vejo em vocês a prova de que “há tempo para todo o propósito debaixo do céu”. Não tenho dúvidas de que estão saindo dessa graduação exímias profissionais, capazes de enfrentar os desafios do mercado de trabalho de forma responsável e, acima de tudo, com dignidade.

Sou extremamente grata a todos que colaboraram com o meu êxito nessa trajetória, fazendo-me chegar até aqui e, com isso, abrindo-me as portas para uma nova etapa.

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RESUMO

INTRODUÇÃO: Entre os trabalhadores da saúde, há uma grande tensão trazida pela exposição diária ao Vírus da Imunodeficiência Humana. Apesar da adoção de medidas de biossegurança e o baixo risco da exposição ao HIV, muitos desses profissionais têm se recusado a atender pessoas portadoras do vírus. OBJETIVOS: Investigar a percepção dos estudantes concluintes do curso de graduação em Odontologia da UFRN quanto à influência do estigma social nas medidas de biossegurança aplicadas no manejo do portador do HIV. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo do tipo transversal, descritivo, observacional e misto, realizado no Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN com os alunos concluintes. A coleta de dados foi realizada através de um questionário contendo 08 questões objetivas e uma entrevista composta por 05 questões semiestruturadas. Os dados foram analisados através de análise descritiva, categorização de respostas e Discurso do sujeito coletivo (DSC). RESULTADOS: Os resultados mostram que os alunos estão preparados com conhecimento técnico e consciente da importância das medidas de biossegurança, no entanto, 50% dos alunos concordam que há a necessidade de reforçar as medidas de biossegurança no atendimento ao paciente portador do HIV. CONCLUSÃO: Os alunos concluintes do curso de Odontologia da UFRN demonstraram possuir percepção positiva quanto à importância da conduta ética no atendimento odontológico e conhecimentos satisfatórios sobre as medidas de proteção e os riscos de contaminação biológica que estão submetidos. No entanto, os alunos ainda demonstram medo da contaminação e, por isso, buscam reforçar as medidas de biossegurança e a atenção durante o atendimento.

PALAVRAS-CHAVE: HIV. Biossegurança. Estigma social. Estudantes de odontologia. Ética em odontologia.

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ABSTRACT

INTRODUCTION: Among the workers of health, there is great tension brought about by exposure to the Human Immunodeficiency Virus (HIV). Despite the adoption of biosafety measures and the low risk of exposure to HIV, many of these professionals have refused to treat people carrying the virus. OBJECTIVES: To investigate the perception / knowledge of students in the undergraduate course in Dentistry of UFRN regarding the influence of social stigma on biosafety measures applied in the management of HIV. METHODOLOGY: This is study a cross-sectional, descriptive, observational and mixed study, characterized by incorporating elements of qualitative and quantitative origin, with a predominance of qualitative aspects, conducted at the Department of Dentistry of the Federal University of Rio Grande do Norte (UFRN) with the final students. Data collection was performed through a questionnaire containing 8 questions and interview composed of 5 semi-structured questions. The data are based on categorization of responses and Collective Subject Discourse (DSC). RESULTS: The results show that students are prepared with technical knowledge and aware of the importance of biosafety measures, however, 50% of students agree that there is a need to reinforce biosafety measures in the care of HIV patients.CONCLUSIONS: The graduating students of UFRN's Dentistry course have shown a positive perception regarding the importance of ethical conduct in dental care and a satisfactory knowledge about the protection measures and risks of biological contamination that are submitted. However, students still show fear of contamination and, therefore, seek to reinforce biosafety measures and attention during care.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.………... 7 2 REFERENCIAL TEÓRICO ………. 8 3 MATERIAIS E MÉTODOS……….. 10 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO………. 12 5 CONCLUSÃO………... 22 REFERÊNCIAS………. 23 APÊNDICES …...……….. ANEXOS………. 25 30

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1 INTRODUÇÃO

Segundo Greco1 (2008), nos anos 80, o mundo conheceu um vírus que passou a ser uma das maiores problemáticas de saúde, o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Inicialmente, este era concentrado em grupos mais marginalizados da sociedade, por isso, tornou-se simbolizado como uma doença cheia de estereótipos e prejulgamentos, fazendo com que estes grupos vivenciem, até hoje, episódios de descriminação por uma parcela da sociedade.

Um dos grupos sociais que estão expostos diariamente ao HIV, é o dos trabalhadores da saúde, razão pela qual, existe uma grande tensão por parte destes no momento de atender os pacientes portadores do vírus. De um lado, estão as precauções da categoria quanto a se infectar pelo vírus, mas de outro, existem os preconceitos que colaboram para o aumento da resistência no momento de realizar a prestação dos serviços de saúde a esses pacientes. Com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) o direito ao atendimento foi consolidado sob os princípios da universalidade do acesso e da integralidade do atendimento. Com o apoio da sociedade civil organizada foram criados programas específicos para a atenção aos portadores do HIV, nos quais se procura, especialmente, informar sobre a doença, inclusive no que tange a seus aspectos legais, buscando, assim, eliminar o preconceito e a descriminação. 2

Apesar da aplicação de medidas de biossegurança e do baixo risco de exposição ao HIV na atualidade, profissionais da saúde, incluindo cirurgiões-dentistas, têm resistido, ainda hoje, a atender os portadores deste vírus. No estudo realizado por Garbin et al 2 (2009), foi relatado a ocorrência de situações discriminatórias na assistência à saúde de pessoas com HIV/ Aids, realizada por diferentes categorias de prestadores de serviço de saúde, constatando-se que tais atitudes foram praticadas por enfermeiros, médicos, atendentes e dentistas. Assim, é necessário compreender os fatores associados ao atendimento desses pacientes, pois, observa-se que eles estão em constante contato com a rede pública de saúde, devido ao acompanhamento que se faz necessário e que é oferecido pelo SUS.

Diante desse problema, surgiu a importância de analisar a influência que exerce o estigma social associado ao paciente portador do vírus da imunodeficiência humana (HIV) na clínica odontológica e a utilização de práticas de biossegurança pelos estudantes do último período da graduação em Odontologia da Universidade

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Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, bem como, os princípios éticos que permeiam esse atendimento, o nível de informação desses discentes a respeito da infecção promovida pelo vírus e o conhecimento sobre os procedimentos de biossegurança que devem ser adotados. Além disso, é necessário também, analisar se há medo por parte desses estudantes no momento das práticas clínicas e como se dá a atitude que eles têm frente a uma provável exposição ao vírus. Em suma, o objetivo desse estudo é de investigar a percepção dos estudantes concluintes (9º período) do curso de graduação em Odontologia da UFRN quanto à influência do estigma social nas medidas de biossegurança aplicadas no manejo do portador do HIV.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Desde a institucionalização dos cursos de Odontologia, surgiu a necessidade de um código de ética que regulamentasse os direitos e deveres tanto de profissionais quanto das entidades ligadas à prática odontológica. No Brasil, o Conselho Federal de Odontologia elaborou o Código de Ética Odontológica-CEO3 que afirma que são preceitos éticos, exercer a profissão sem discriminação de qualquer forma ou pretexto (capítulo I, artigo 2°) e zelar pela saúde e dignidade do paciente (capítulo III, artigo 4°, inciso III). Isto vem ao encontro da Constituição Brasileira4, que preconiza que todos tem direito adquirido e inalienável à saúde. Dentre as questões éticas e legais envolvidas na prática odontológica está o atendimento a pacientes portadores do HIV. 5

As condutas dos cirurgiões-dentistas devem ser pautadas em princípios éticos que visem sua própria segurança e daqueles aos quais os profissionais prestam seus serviços, sendo que um dos aspectos mais importantes desta relação paciente-profissional são os aspectos de biossegurança, que por sua vez devem ser adotados de forma similar a todos os pacientes. A biossegurança envolve um conjunto de medidas técnicas, administrativas e educacionais que devem ser empregadas por profissionais da área da saúde ou afins, com o objetivo de prevenir acidentes e contaminações cruzadas em ambientes biotecnológicos, hospitalares e/ou ambulatoriais6, sendo tais medidas indispensáveis para a prática odontológica, pois o cirurgião-dentista está em contato direto e constante com substâncias de origem biológica.

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Todavia, a literatura tem mostrado, por meio de análises quantitativas e qualitativas, que os cirurgiões-dentistas e estudantes de Odontologia, têm os conhecimentos sobre as formas de contaminação e sobre os meios de prevenção de risco. Contudo, em muitos casos, demostram um conhecimento fragmentado, incompleto e com uma visão amparada pela prática tradicional e superada de biossegurança. 7,8

A AIDS é causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) que se transmite por meio de relações sexuais (vaginais, orais ou anais), sangue, agulhas e seringas contaminadas e através da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, parto e amamentação5. A falta de um conhecimento mais profundo sobre a ação do vírus e da doença, e a imagem de pacientes em estado terminal nos leitos dos hospitais públicos, geraram medo e desconfiança entre a população, contribuindo para estigmatizar a doença e alimentar preconceitos sociais e atitudes discriminatórias em relação a alguns contingentes mais afetados inicialmente, como os homossexuais, profissionais do sexo e usuários de drogas injetáveis. 9

Na verdade, as palavras HIV e AIDS foram historicamente associadas à morte, tendo a mídia reforçado essa caracterização inicial, pautando tal infecção na morte, no contágio e no sexo, que comportam componentes emocionais profundamente enraizados pela cultura, causando impacto no plano simbólico10. Em decorrência disso, Discacciati e Vilaça11 (2001) afirmam que em consequência dessa “morte

anunciada”, o portador do vírus da AIDS está sujeito também à “morte civil”, representada pela redução de seus direitos de cidadania, motivada por demissão do emprego, discriminação, isolamento e preconceito. Diante dos fatos mencionados, é de suma importância salientar que os primeiros sinais clínicos da imunodeficiência associados ao HIV aparecem, com frequência, no ambiente bucal5, o que dá ao cirurgião-dentista um papel importante no diagnóstico precoce da infecção e tratamento desse grupo de pacientes.

Nesse sentido, considerando o processo de organização das demandas assistenciais do SUS, a atenção à saúde bucal das pessoas portadoras do HIV deve ser realizada prioritariamente pelo dentista na atenção primária através da Estratégia Saúde da Família (ESF). Os portadores do HIV somente devem ser referenciados ao atendimento em nível secundário Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) – e/ou terciário – ambiente hospitalar – quando apresentarem complicações sistêmicas avançadas9.

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É importante salientar que a assistência às pessoas que vivem com HIV/AIDS (PVHA) na ESF deve considerar a singularidade desses sujeitos, sua complexidade, subjetividade, vulnerabilidade e sua inserção sociocultural no ambiente em que vivem, haja vista que os problemas de saúde bucal dessas pessoas são influenciados por fatores sociodemográficos, uso e satisfação dos serviços de

saúde.12 A equipe deve desenvolver relações acolhedoras de vínculo e responsabilização do processo de cuidado humanizado ao paciente, buscando a promoção de sua saúde, a prevenção e o tratamento de doenças e a redução de danos ou de sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver de modo saudável.

O atendimento a indivíduos HIV soropositivo ou com AIDS, mais do que uma realidade no contexto atual da prática odontológica, é um fator ético. Sem dúvida, as questões trazidas pelo HIV impõem novas obrigações profissionais e desafios éticos. Ainda sobre essa relação, a insegurança sentida pelo profissional desinformado sobre a doença faz com que, muitas vezes, ele prefira evitar o tratamento dos portadores do HIV. Em contrapartida a essa triste realidade, é sabido que o cirurgião-dentista e a sua equipe podem desempenhar um papel importante não só no tratamento global dessas pessoas, mas também como agentes de informação e orientação para a comunidade. Segundo o Ministério da Saúde9 (2000) este profissional deve garantir o atendimento dentro das normas de biossegurança preconizadas, estar atento às possíveis manifestações bucais relacionadas à infecção pelo HIV/AIDS, orientar e encaminhar o paciente ao serviço de saúde, em caso de suspeita, diagnóstico de infecção pelo HIV/AIDS, garantir a continuidade dos procedimentos de rotina odontológica, interagir com a equipe multiprofissional, garantir um tratamento digno e humano, mantendo sigilo e respeitando diferenças comportamentais e manter-se atualizado sobre a epidemia no que diz respeito aos seus aspectos técnicos, clínicos, éticos e psicossociais.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo do tipo transversal, descritivo, observacional e misto, caracterizado por incorporar elementos de origem qualitativa e quantitativa, com predomínio de aspectos qualitativos13 realizado no Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN com os alunos concluintes (9°

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período) dos semestres 2018.2 e 2019.1 com o objetivo de estudar as percepções dos futuros Cirurgiões-dentistas acerca da aplicabilidade da biossegurança e a influência do estigma social ao manejo do paciente portador do HIV. A amostra do tipo não probabilístico foi definida através do número de discentes regularmente matriculados e que estivessem cursando o último período da graduação de Odontologia da UFRN. O universo populacional foi escolhido partindo do pressuposto que os discentes já passaram por todas as disciplinas estruturais do projeto pedagógico do curso necessárias para moldar a abordagem correta a pacientes portadores do HIV.

Antecedendo a aplicação dos instrumentos de pesquisa, as assinaturas dos Termos de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e do Termo de Autorização para Gravação por Voz foram colhidas, aos participantes foi garantido o anonimato, a confidencialidade e o direito de desistir a qualquer momento. A pesquisa foi realizada de acordo com a Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde- CNS, que trata das normas e regulamentos para pesquisas envolvendo seres humanos. Esse estudo foi realizado após emissão do parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN sob o nº 2.642.337/2018.

Para a coleta de dados, a técnica selecionada foi a da entrevista semiestruturada (composta por 05 questões), que permite, ao mesmo tempo, a liberdade de expressão do entrevistado e a manutenção do foco pelo entrevistador13. A escolha dessa técnica é justificada pela necessidade de se obter a percepção aprofundada dos estudantes e por meio de um roteiro semiestruturado (Apêndice B) permitir a utilização de inclusão de novas questões caso seja necessário. Além disso, um questionário com 08 questões fechadas (Apêndice A) foi aplicado com o intuito de captar o conhecimento dos estudantes acerca de todas as questões inerentes ao manejo do paciente portador do HIV e verificar a influência das variáveis independentes consideradas (idade e sexo).

Os dados relativos às respostas objetivas foram processados no Excel® 2010 e interpretados através da estatística descritiva. A partir dos dados coletados construíram-se tabelas representativas dos valores encontrados e seus respectivos percentuais. Todas as entrevistas foram gravadas em áudio e posteriormente transcritas na íntegra. As perguntas abertas foram analisadas a partir do processo de categorização de respostas da qual emergiram do material textual transcrito das entrevistas, três categorias: “Atendimento odontológico com ética e respeito”,

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“Reforço às medidas de biossegurança” e “Sentimentos ao ser contaminado”. A partir das categorias, abstraiu-se a ideia central das falas, de modo que o pensamento do grupo se apresentasse como um discurso individual.

A descrição e interpretação das categorias foram realizadas em consonância com os critérios do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC)15. O DSC é uma técnica de construção do pensamento coletivo que revela o que as pessoas pensam como atribuem sentidos aos seus pensamentos e ao mesmo tempo se posicionam sobre determinado tema, revelando a partir das opiniões individuais uma construção única de um discurso socialmente compartilhado expresso na primeira pessoa do singular embora represente o coletivo14, 15, 16.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram entrevistados 50 alunos do total de 55 regularmente matriculados no curso. Destes, 22 do semestre 2018.2 e 28 de 2019.1. Acrescenta-se a isso, que 20 eram do sexo masculino e 30 do sexo feminino, distribuídos na faixa etária de 20 a 37 anos, conforme mostra a tabela 1.

Tabela 1- Distribuição dos alunos entrevistados em função do sexo e faixa etária. Natal, RN, 2019.

Fonte: pesquisa própria, 2019.

Na tabela 2, constam os dados referentes às 8 (oito) perguntas integrantes do questionário, a partir das quais buscou-se estabelecer os conhecimentos dos alunos acerca do HVI concomitante aos ensinamentos durante o curso de graduação, experiência e comportamento frente ao paciente HIV positivo, importância e adoção

FAIXA ETÁRIA SEXO FEMININO SEXO MASCULINO TOTAL

N % N % N %

20-24 ANOS 23 46% 13 26% 36 72%

25-30 ANOS 5 10% 4 8% 9 18%

31-37 ANOS 2 4% 3 6% 5 10%

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de medidas de biossegurança, além de outros comportamentos como preconceito e receio de contaminação.

Tabela 2- Distribuição das respostas do questionário - Natal, RN, 2019. Itens do questionário Concordo com a afirmação. Sou Indiferente a afirmação Discordo com afirmação N % N % N %

1.Considero que as medidas de biossegurança são importantes nas práticas clínicas.

49 98 - - 1 2

2. Não vejo diferença em atender pacientes HIV positivo ou outro qualquer paciente.

31 62 5 10 14 28

3. Ao atender um paciente HIV positivo na clínica odontológica não acho necessário elevar as medidas de biossegurança.

24 48 1 2 25 50

4. Possuo o conhecimento necessário sobre o processo de infecção do HIV no corpo humano.

42 84 2 4 6 12

5. Realizo um atendimento com respeito e atenção.

49 98 - - 1 2

6. Considero satisfatórios os ensinamentos que recebi acerca de HIV/AIDS apresentados durante minha graduação.

35 70 4 8 11 22

7. Participei de atividades curriculares e/ou extracurriculares com pacientes HIV positivos.

9 18 3 6 38 76

8. Considero satisfatórios os ensinamentos que recebi acerca

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Fonte: pesquisa própria, 2019.

Em relação à importância atribuída às medidas de biossegurança na prática odontológica (Questão 1) 98% (49) dos alunos afirmaram considerar importante, enquanto que apenas 2% (1) apresentaram discordância. Quando interrogados sobre as diferenças no atendimento aos portadores de HIV 62% (31) dos entrevistados disseram não apresentar postura diferenciada caso atendesse um paciente soropositivo (Questão 2). No tocante à questão 3 que abordava a necessidade ou não de se intensificar as medidas de biossegurança ao atender um paciente HIV positivo, verificou-se uma redução percentual dos alunos que se posicionaram favoráveis, o que pode representar insegurança quanto ao possível contágio, pois, apenas 48% (24) dos alunos concordaram com a assertiva.

Em relação à questão 4 que visava verificar se os alunos demostravam conhecimento acerca do processo de infecção do HIV no corpo humano, 84% (42) dos sujeitos pesquisados afirmaram serem conhecedores, todavia 12% (6) disseram não possuir esse saber. Ainda nesse sentido, percebeu-se ao analisar as questões 6, 7 e 8, que abordavam os conhecimentos adquiridos durante o curso de graduação no que se refere aos conteúdos ensinados sobre a fisiopatologia do HIV/AIDS (Questão 6) e as medidas de prevenção e controle (questão 8), observou-se que 70 e 90% respectivamente, dos entrevistados enalteceram os conhecimentos adquiridos embora em termos práticos, apenas 18% (9) disseram ter participado de atividades curriculares e/ou extracurriculares com pacientes HIV positivos (Questão 7).

A análise dos dados em relação ao sexo permite considerar que sujeitos do sexo masculino apresentaram compreensão diversa do sexo feminino. Assim, 75% dos estudantes do sexo masculino pesquisados consideraram que não deve haver diferenças comportamentais no atendimento a qualquer paciente, uma vez que as medidas de biossegurança resguardam o profissional do possível contágio. A esse respeito, os estudantes do sexo feminino apresentaram-se menos confiantes, com 53% das concordâncias. Essa situação se reflete também em relação à necessidade de reforço nas medidas de biossegurança quanto ao atendimento a pacientes HIV

de Biossegurança apresentados durante minha graduação.

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positivos. Enquanto que, 60% das alunas reforçam esse fato, apenas 35% dos alunos assim se posicionaram.

Desta forma, pode-se inferir que nas questões que buscam captar a influência do estigma social do HIV e o receio de contaminação na prática odontológica, as alunas mostraram-se mais propensas a realizarem um atendimento com diferenciação e possível preconceito em relação aos pacientes soropositivos. Vale ressaltar, que nas demais questões não se observaram diferenças entre os sexos.

No que diz respeito à faixa etária, os concluintes entre 25 a 30 anos de idade se mostraram mais favoráveis ao tratamento de qualquer paciente de forma igualitária e da importância de realizar um atendimento mais humanizado com respeito e atenção. Entretanto, os estudantes entre 31 a 37 anos se apresentaram mais resistentes a esse fato, de modo que se observaram maiores níveis de discordância às questões formuladas (Tabela 2). Diante da afirmativa de que não há diferença em atender pacientes HIV positivo a outro paciente qualquer 60% desses estudantes discordaram da afirmação. Quanto à questão de que não é necessário reforçar as medidas de biossegurança ao atender um paciente portador do HIV, o percentual foi de 80% de discordância.

Os resultados do questionário mostram que os alunos do curso de graduação de Odontologia da UFRN estão preparados com conhecimento técnico e consciente da importância das medidas de biossegurança, reconhecem a necessidade de oferecer um atendimento com respeito e atenção e, desta forma, uma grande percentagem concorda que não há diferença em atender os pacientes portadores do HIV, no entanto, 50% dos alunos concordam que há a necessidade de reforçar as medidas de biossegurança no atendimento a esse paciente, encontrado, portanto, uma contradição nas respostas. Esse posicionamento pode está associado ao grande número de alunos que não participaram de atividades curriculares e/ou extracurriculares com pacientes HIV positivos e baseados nas negligências referentes ao protocolo de biossegurança no cotidiano profissional.

A partir das narrativas do conjunto de alunos geradas pelas entrevistas semiestruturadas foi possível à construção de um material textual de onde se destacaram três categorias: “Atendimento odontológico com ética e respeito”, “Reforço às medidas de biossegurança” e “Sentimentos ao de ser contaminado”. Conforme quadro 1, em sequência.

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Quadro 1 - Categorização das verbalizações dos concluintes do curso de Odontologia da UFRN 2018/2019, Natal-RN, 2019.

RELATOS DE FALAS DOS CONCLUINTES

Muito importante, evitar negligência, limites ao CD... Muita importância, cuidados com paciente, faz com que o paciente tenha mais segurança no profissional... Extremamente importante, base do respeito com o paciente e com você próprio... Imprescindível, tudo que fazemos no atendimento envolve ética, devemos agir com ética e justiça... Muito importante para a relação paciente- dentista e segurança do profissional... Serve pra guiar profissionalmente o CD para que seja realizado um atendimento humano excluindo os preconceitos pessoais do profissional... CD deve obedecer as condutas do código de ética por se tratar de uma profissão que lida diretamente com o paciente. Segurança do profissional, resguardar a imagem do paciente e sigilo de informações dos pacientes... A conduta ética é muito importante para garantir um atendimento de qualidade e evitar prejuízo físico e moral tanto para o paciente como para o profissional... Os princípios éticos ditam a forma como o profissional deve tratar o paciente e como ele deve se comportar visto os procedimentos de biossegurança para preservar o profissional e o paciente... A conduta ética reflete no bom trabalho e no uso de boas práticas de biossegurança... Uso as mesmas condutas que utilizo para paciente normais, EPI completo, material esterilizado. Não mudaria as condutas, considera como se todos os pacientes fossem passiveis de ter a doença... EPI, uso correto dos materiais estéreis, uso do detergente enzimático. Mesmo cuidado com os outros pacientes, mas teria um cuidado dobrado e mais atenção ao paciente HIV, utilizando mais de uma luva e lavando melhor os instrumentais... EPI, luva cirúrgica, óculos de proteção do paciente e do profissional, material estéril, manter o campo limpo. Não mudaria as medidas, sempre atendo com todas as medidas de biossegurança. Prestaria mais atenção aos detalhes... EPI completo, higienização da cadeira e bancada, lavagem do detergente enzimático, materiais estéreis. Não mudaria as medidas, mas teria mais cautela, pois com a rotina levamos o atendimento no automático. Temos que estar sempre preparados porque qualquer paciente pode ter a doença... Uso do álcool para limpara s superfícies, materiais esterilizado, atendimento com auxiliar, EPI completo. Não mudaria as medidas, mas atenção redobrada para o paciente HIV... Péssimo, mas não é o fim do mundo... Me sentiria horrível, a vida acabou pra mim e tentaria me cuidar mais... Muito desesperada e nervosa, ia correr para o hospital de referência e tomaria todas as medidas preconizadas, a sociedade ainda é muito preconceituosa... Desesperada, mas urgentemente faria as medidas de segurança para evitar que a doença se manifeste... Muito nervosa, porque eu não sei como funciona o controle da doença e como isso me afetaria...Eu morreria de nervosa. Ia direto para o hospital... Arrasada e triste, mas sabendo que hoje existem medidas para controlar a doença... Assustado e raiva por ter sido contaminado... Muito mal, depressão e chorar muito e pensar em várias coisas... Sentiria mal, pois o vírus acarreta uma doença que carrega muitos paradigmas e não tem cura. Não ficaria desesperado, pois, sei que é uma condição controlável e tratável... Muito mal, medo, assustada. Apesar de saber que existe coquetel e que a chances de você contrair a doença são mínimas. CATEGORIA 1: ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO COM ÉTICA E RESPEITO.

“A conduta ética é muito importante para garantir um atendimento de qualidade e evitar prejuízo físico e moral tanto para o paciente como para o profissional”(23)... “Devemos resguardar o nosso

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paciente, ele tem direito de que suas informações se mantenham em sigilo” (8)... “Serve para guiar profissionalmente o cirurgião-dentista para que seja realizado um atendimento humano excluindo os preconceitos pessoais do profissional” (11)... “Os princípios éticos ditam a forma como o profissional deve tratar o paciente e como ele deve se comportar visto os procedimentos de biossegurança para preservar o profissional e o paciente” (4)... ”Como profissional você é obrigado a agir eticamente” (3)... “A meu ver não deve haver um protocolo geral que todo profissional deve seguir, acredito que cada um tem sua conduta já que os profissionais e os pacientes são seres individuais. Mas enfatizo que devemos aprender a esclarecer para o paciente os procedimentos a serem feitos, bem como informar detalhadamente da importância da anamnese no atendimento” (1).

CATEGORIA 2: REFORÇO ÀS MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA

“Procuro cumprir com as técnicas que aprendemos durante a graduação, EPI completo, evitar tocar superfícies contaminadas, fazer a lavagem de forma correta, permanecendo com EPI e utilizar luvas de borracha, fazer limpeza das maletas com álcool. Acho que não mudarias as medidas, porque o que eu faço não teria risco, ficaria mais atenta a técnica utilizada no procedimento.” (20)... “A gente adota o que aprendeu na faculdade, EPI, material estéril, cuidado com material perfuro- cortante. Não mudaria porque a conduta que a gente usa é adequada pra assim inibir o risco de contágio com qualquer uma outra doença que possa ser transmitida através do sangue, sendo ela adequada, sem necessidade de um reforço se você usar corretamente.” (23)... “EPI, sobreluva, proteção do paciente, material estéril, lavagem do instrumental, proteção do equipo. Reforçaria as medidas usando dois pares de luvas e mascaras.” (7).

CATEGORIA 3: SENTIMENTO AO DE SER CONTAMINADO

“Assustado e com raiva por ter sido contaminado” (35)... “Abalado e inseguro, existe um estigma e preconceito social muito grande. Mas hoje existe tratamentos que permitem uma qualidade de vida boa, aumentam a longevidade. Ficaria mais preocupado com o estigma social do que com a doença” (3)... “Iria me sentir preocupada, mas como eu tenho um conhecimento prévio sobre o contagio do vírus HIV eu sei que o risco de contaminação é mínimo, então não me sentiria tão preocupada. Ficaria nervosa para receber os meus exames.” (12)

Mediante a realização da categorização de respostas emergiu a ideia central de que os concluintes de Odontologia compreendem a importância da conduta ética do profissional no atendimento odontológico, de modo a respeitar as individualidades dos pacientes, atender de forma digna e humana e acreditarem que as medidas de biossegurança são satisfatórias para atender a qualquer paciente, no entanto, o estigma social associado ao vírus da imunodeficiência humana (HIV) faz com que esses alunos ainda tenham medo da contaminação e por isso buscam reforçar a atenção durante o atendimento e as medidas de proteção.

(21)

Ao analisar o material textual gerado por ocasião da entrevista, foi possível construir o discurso coletivo dos alunos concluintes de Odontologia da UFRN. Em relação à adoção das medidas de biossegurança, verificou-se a compreensão dos estudantes sobre a relevância da realização dos protocolos exigidos nas práticas clínicas, visto que é um fator importante para a conduta ética do cirurgião-dentista. Segundo o Código de Ética Odontológica3, no Art. 3º inciso IV, constituem direitos fundamentais dos profissionais recusar-se a exercer a profissão em âmbito público ou privado onde as condições de trabalho não sejam dignas, seguras e salubres. Deste modo, para o cirurgião-dentista exercer sua profissão de forma ética, a adoção das medidas de biossegurança deve ser facilitada e possível.

“A conduta ética permeia o atendimento odontológico para garantir a segurança moral e física do profissional e do paciente, exercendo sua influência na forma como o profissional deve se comportar visto os procedimentos de biossegurança e sigilo das informações para preservar a dignidade de todos os envolvidos” (Estudante).

Para Leal, et al.17 (2011), no panorama brasileiro, poucos são os exemplos de unidades de saúde nas quais os resíduos possuem destinação correta e com a devida segurança, não havendo nem mesmo o cuidado com a saúde dos trabalhadores, alcançado através de procedimentos como a esterilização de perfuro cortante, desinfecção e fornecimento de equipamentos de proteção individual completos.

Constatou-se também que enquanto coletivo, os concluintes demostraram conhecimento satisfatório acerca dos protocolos de biossegurança vigentes no Departamento de Odontologia da UFRN que servem de referência para as práticas clínicas. Somado a isso, quando perguntados sobre a necessidade de reforçar as medidas de biossegurança frente a um paciente HIV positivo, os entrevistados responderam que não mudariam as suas medidas já que todos os pacientes devem ser considerados predisponentes as doenças de maior risco de contaminação, além disso, destacaram o fato de que os procedimentos de biossegurança devem ser padrão para todos os pacientes.

Em contrapartida, foi possível perceber que o estigma social em relação ao paciente portador do HIV influenciou nos discursos, quando afirmaram que apesar de não serem necessárias essas mudanças no protocolo, a atenção, cautela e alerta durante o atendimento devem ser redobrados.

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“As técnicas de biossegurança utilizadas são o jaleco, EPI completo, proteger as cadeiras, tripla fricção, repetir a limpeza do equipo a cada troca de paciente, lavar as mãos antes do atendimento, material esterilizado, manejo adequado dos materiais perfuro cortantes.” (Estudante).

“As medidas de biossegurança são adequadas e suficientes para atender qualquer paciente, por isso não mudaria elas frente a um paciente HIV positivo, mas buscaria ter mais cuidado no manejo dos instrumentais e redobraria minha atenção e alerta” (Estudante).

Contudo, na prática, nem todos os profissionais de saúde que atuam em ambientes semi-críticos ou críticos adotam as medidas de biossegurança necessárias à sua proteção durante a assistência que realizam o que pode ocasionar agravos à sua saúde e à do cliente sob seus cuidados18. É importante destacar que essas medidas apontadas pelos estudantes estão em consonância com o Manual de Biossegurança do Departamento de Odontologia da UFRN (2018), segundo o qual, o conjunto de medidas devem ser adotadas a todos os pacientes, independente da suspeita ou não de infecções, para redução do risco ocupacional e da transmissão de agentes infecciosos nos serviços de saúde6. Elas incluem a imunização, o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), a higienização das mãos, a preparação do ambiente, cuidados com o instrumental e na manipulação e descarte de materiais perfuro cortantes.

Nesse sentido, Pinelliet al.19 (2011), apontaram que os profissionais de saúde devem considerar todos os pacientes como potencialmente infectados, e que os procedimentos de biossegurança devem ser adotados como rotina em todo e qualquer atendimento, indiscriminadamente. Seguindo essa linha de raciocínio e comparando-a com as respostas fornecidas pelos estudantes, pode-se perceber que os conhecimentos adquiridos acerca de biossegurança durante o curso de graduação são suficientes para que estes alunos possam entrar no ambiente profissional com uma postura ética, com a consciência do seu papel social e humanizado.

Para que o profissional da saúde consiga atuar com uma postura ética e com a segurança nas práticas de biossegurança é necessário que exista o conhecimento sobre a condição do paciente e das formas de contágio. Desta forma, para se detectar o conhecimento acerca do processo de infecção pelo vírus da

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imunodeficiência humana (HIV), foram feitas indagações durante a entrevista sobre o conhecimento dos estudantes acerca das formas de transmissão do vírus. Segundo o Ministério da Saúde9 (2000), as formas de transmissão do HIV se dão por relações sexuais desprotegidas, transmissão vertical da mãe para o filho (no curso da gravidez, durante o parto e pelo aleitamento materno) e por via parental.

Apesar de que as respostas ao questionário demostrem que os estudantes consideram possuir conhecimento suficiente sobres os meios de transmissão do HIV e que os ensinamentos adquiridos sobre HIV/AIDS apresentados durante a graduação são satisfatórios (Tabela 1), pode-se perceber durante a entrevista um conhecimento fragmentado sobre os aspectos relacionados aos pacientes portadores do HIV o que pode justificar a insegurança nas medidas de biossegurança o que reflete no reforço necessário presentes em seus discursos.

“Acredito que os meios de transmissão do vírus podem ser sangue, mucosa, saliva, fluídos do paciente e contato sexual” (Estudante).

Dentre as dúvidas sobre o processo de contaminação pelo HIV, o potencial de transmissão pela saliva foi a principal. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária- ANVISA6 (2006), no caso de transmissão do HIV por contato exclusivo com a saliva, até o momento não existe evidência epidemiológica. A baixa concentração viral na saliva, associada à atividade inibitória devido a mesma ser rica em proteínas que inibem a infecção pelo HIV, como por exemplo, a enzima inibidora de protease secretada por leucócitos (SLIP) representa uma barreira natural na transmissão do HIV.

Seguindo essa linha de pensamento, ainda com o intuito de captar profundamente o conhecimento desses alunos sobre o processo de contágio do HIV e como esse preparo teórico concomitante ao estigma social associado ao vírus influência na sua postura profissional, foi abordada a situação de um acidente biológico e, desta forma, foram questionados como se sentiriam caso houvesse a contaminação durante o atendimento odontológico ao paciente portador do HIV. Diante do questionamento, uma diversidade de sentimentos como, medo, ansiedade, desequilíbrio psicológico, raiva, desespero entre outros comportamentos surgiram. Foi possível deter que essas sensações citadas não estavam relacionadas

(24)

ao acidente ocupacional biológico, mas por neste estar envolvido o paciente soropositivo.

“Me sentiria desesperado e nervoso, iria correr para o hospital de referência e tomaria todas as medidas preconizadas, a sociedade ainda é muito preconceituosa e o vírus está associado a uma doença que carrega muitos estigmas e não tem cura” (Estudante).

Entretanto, apesar de afirmarem que inicialmente seriam tomados por um conjunto de sensações inevitáveis, tentariam manter a calma e procurariam seguir o protocolo estabelecido pelo Departamento de Odontologia da UFRN. Acrescenta-se a isso, a presença em suas falas do conhecimento de que o risco de contaminação é mínimo, e desta forma se o protocolo for seguido corretamente a possibilidade de transmissão é quase nula. Tal pensamento é corroborado pelo trabalho da Kauss20 (2017), afirmando que existem algumas condições para que ocorra a infecção pelo HIV, como quantidade suficiente do vírus nos fluídos contaminantes, existem pessoas com carga viral indetectável, e, portanto, com pouca concentração de vírus no sangue e menor possibilidade de transmitir o vírus à outra pessoa, além disso, o vírus deve penetrar na corrente sanguínea. Entrar em contato com um fluido que contenha HIV (infectado) não é suficiente para provocar a infecção. Além do que, o vírus deve alcançar a corrente sanguínea em quantidades suficientes.

A Constituição Federal4 define que todos são iguais perante a lei, sendo vedado qualquer tipo de discriminação. O Governo Federal publicou a Lei nº 12.984, de 2 de junho de 2014, que criminaliza condutas discriminatórias contra o portador do HIV e a pessoa com Aids, em razão da sua condição de portador ou de doente. O paciente soropositivo tem o direito de manter em sigilo em relação à sua condição sorológica no ambiente de trabalho, como também em exames admissionais, periódicos ou demissionais.

Embora, esse direito seja assegurado pela lei, ainda existe a cobrança por parte dos profissionais da saúde para que os pacientes que vivem com o HIV relatem sua condição no inicio do atendimento. Entretanto, os estudantes entrevistados se distanciaram desse discurso e reforçaram o fato de que é obrigação do profissional atender todo e qualquer indivíduo como potencialmente infectado, uma vez que é impossível diferenciar clinicamente pacientes infectados assintomáticos dos não infectados, utilizando as normas de biossegurança

(25)

preconizadas, respeitando os direitos dos pacientes e desta forma oferecer um atendimento ético e sem discriminação.

“Eu como cirurgião-dentista atendo da mesma forma todos os pacientes. Sigo todos os procedimentos de biossegurança necessários para qualquer paciente. Ele tem o direito de não dizer sua condição, além disso, somos treinados para atender qualquer paciente independente de sua condição.” (Estudante).

No Brasil inúmeras conquistas garantidas em termos de lei e diversos incentivos do Governo Federal surgiram para que, efetivamente, as políticas públicas acerca da AIDS/HIV progredissem, de modo a promover, a melhoria das condições de assistência às pessoas com a doença. Pois, no cotidiano da assistência, principalmente no âmbito da AIDS, muitas foram às conquistas, apesar dos reconhecidos avanços conquistados em termos de políticas públicas em AIDS/HIV no Brasil, há ainda um longo e difícil caminho na busca pela qualidade da assistência às pessoas portadoras do Vírus. É necessário que os profissionais da saúde busquem sempre renovar o conhecimento para que sejam superadas todas essas dificuldades e para que seja ofertado um atendimento digno e humanizado.

5 CONCLUSÃO

Constatou-se nesse estudo que os alunos concluintes do curso de Odontologia da UFRN demonstraram possuir percepção positiva quanto à importância da conduta ética no atendimento odontológico e conhecimentos satisfatórios sobre as medidas de proteção e os riscos de contaminação biológica que estão submetidos. No entanto, ainda persiste a insegurança no protocolo de biossegurança e em função do estigma social associado ao vírus da imunodeficiência humana (HIV) que se estruturou na sociedade desde seu surgimento, os alunos ainda demonstram medo da contaminação e, por isso, buscam reforçar as medidas de biossegurança e a atenção durante o atendimento. Portanto, é necessário que os resultados desse estudo sejam discutidos entre os coordenadores das disciplinas e as autoridades do curso de Odontologia da UFRN para que seja trabalhado esses aspectos junto com os estudantes.

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REFERÊNCIAS

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2. Garbin CAS, Garbin AJI, Moimaz SAS; Do Carmo MP. Bioética e HIV/AIDS: discriminação no atendimento aos portadores. Rev. Bioét. 2009; 17(3): p.513. Disponível

em:http://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/view/514 Acesso em: 10 out, 2018.

3. Brasil. Código de Ética Odontológica: resolução no. 179, de 19 de dezembro de 1991. Rio de Janeiro: CFO; 1992.

4. Brasil. Constituição, 1988. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal; 1988.

5. Corrêa EMDC, Andrade ED. Tratamento odontológico em pacientes HIV/AIDS. Rev. odonto ciênc. 2005; 20(49):281-289.

6. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Serviços odontológicos: prevenção e controle de riscos. Brasília, 2006. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/manual_odonto.pdf> Acesso em:10 out, 2018.

7. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 4. ed. Brasília, p. 322, 2004.

8. Rodrigues MP, Domingos SM, Silva EMD. Os cirurgiões-dentistas e as representações sociais da AIDS. Ciênc. saúde coletiva. 2005; 10(2): 463-472. 9. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Controle de

infecção e prática odontológica em tempos de AIDS: manual de condutas.

Brasília, 2000. Disponível em: <

http://pesquisa.bvsalud.org/bvsms/resource/pt/mis-251> Acesso em: 15 out, 2018.

10. Saldanha AAW. Vulnerabilidade e construções de enfrentamento da soropositividade ao HIV por mulheres infectadas em relacionamento estável [Dissertação]. Ribeirão Preto (SP): Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; 2003.

11. Discacciati JAC, Vilaça EL. Atendimento odontológico ao portador do HIV: medo, preconceito e ética profissional. Rev Panam Salud Publica. 2001; 9(4): 234-239. Disponível em: <https://www.scielosp.org/article/rpsp/2001.v9n4/234-239/> Acesso em: 16 out, 2018.

12. Soares GB, Garbin CA, Moimaz SA, Garbin AJ. Oral health status of people living with HIV/AIDS attending a specialized service in Brazil. Spec Care Dentist. 2014; 34(4):176-184.

13. Gil AC. Métodos e técnicas de pesquisa social. - 6. ed. - São Paulo : Atlas, 2008. 137p.

14. Lefevre F; Lefevre AMC. Discurso do Sujeito Coletivo. 1. Ed. Caxias do Sul: EDUCS, 2003. 256p.

(27)

15. Lefevre F; Lefevre AMC. O sujeito coletivo que fala. Interface. 2006; 10(20): 517-24.

16. Lefevre AMC, Crestana MF, Cornetta VK. A utilização da metodologia do discurso do sujeito coletivo na avaliação qualitativas dos cursos de especialização “capacitação e desenvolvimento de recursos humanos em saúde-CADRHU”, São Paulo – 2002. Saúde Soc. 2003; 12(2):68-75.

17. Leal RMP, Valle ARMDC, Sousa LEND, Sousa CMMD, Fernandes MA, Moura LKB. Adesão às medidas de biossegurança por profissionais de saúde em situações de urgência e emergência. Rev Interdisc NOVAFAPI. 2011; 4(3):66-70. 18. Corrêa FC, Donato M. Biossegurança em uma unidade de terapia intensiva – a percepção da equipe de enfermagem [dissertação]. Rio de Janeiro: Esc Anna Nery R Enferm, 2007.

19. Pinelli C, Garcia PPNS, Campos JADB, Dotta EAV, Rabello AP. Biossegurança e Odontologia: crenças e atitudes de graduandos sobre o controle da infecção cruzada. Rev Saúde Soc. 2011; 20(2): 448-461.

20. Kauss BS. A implementação da profilaxia pós-exposição na perspectiva dos trabalhadores da linha de frente em saúde [Dissertação] Rio Grande do Sul: Universidade Federal do Rio Grande do Sul- UFRS, 2017. Disponível em: <

(28)

APÊNDICE A - Questionário

QUESTIONÁRIO

PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DO 9º PERÍODO DE ODONTOLOGIA DA UFRN QUANTO AO MANEJO DE PACIENTES PORTADORES DE HIV:

BIOSSEGURANÇA E ESTIGMA SOCIAL.

O presente questionário pretende compreender a influência do estigma social do portador de HIV na utilização de práticas de biossegurança por parte de estudantes do último período de Odontologia da UFRN. Responda este questionário de acordo com a escala representada abaixo:

1 2 3 4 5 Discordo completamente a afirmação. Discordo parcialmente da afirmação. Sou Indiferente a afirmação. Concordo parcialmente da afirmação. Concordo completamente com a afirmação.

1. Considero que as medidas de biossegurança

são importantes nas práticas clínicas. 1 2 3 4 5

2. Não vejo diferença em atender pacientes HIV

positivo ou outro qualquer paciente. 1 2 3 4 5

3. Ao atender um paciente HIV positivo na clínica

odontológica não acho necessário elevar as medidas de biossegurança. 1 2 3 4 5

4. Possuo o conhecimento necessário sobre o

processo de infecção do HIV no corpo humano. 1 2 3 4 5

5. Realizo um atendimento com respeito e

atenção. 1 2 3 4 5

6. Considero satisfatórios os ensinamentos que

recebi acerca de HIV/AIDS apresentados durante minha graduação.

1 2 3 4 5

7. Participei de atividades curriculares e/ou

extracurriculares com pacientes HIV positivo. 1 2 3 4 5

8. Considero satisfatórios os ensinamentos que

recebi acerca de Biossegurança apresentados durante minha graduação.

1 2 3 4 5

(29)

APÊNDICE B – Roteiro de entrevista

ROTEIRO DE ENTREVISTA

PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DO 9º PERÍODO DE ODONTOLOGIA DA UFRN QUANTO AO MANEJO DE PACIENTES PORTADORES DE HIV:

BIOSSEGURANÇA E ESTIGMA SOCIAL.

ROTEIRO DE PERGUNTAS.

1. Qual sua idade?

2. Por que você escolheu cursar Odontologia?

3. Como você descreveria a importância da conduta ética do cirurgião-dentista no atendimento odontológico?

4. Quais técnicas de biossegurança você adota em seu atendimento? Você mudaria essas medidas frente a um paciente portador de HIV?

5. Quais as formas de contágio do HIV?

6. Como você se sentiria caso se contaminasse?

7. Se um paciente disser que é portador de HIV apenas após o término do procedimento odontológico, como você se sentiria? E caso ele não dissesse, você acha que ele estaria errado ao fazer isso?

(30)

APÊNDICE C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa: Percepção dos estudantes do 9º período de odontologia da UFRN quanto ao manejo de pacientes

portadores de HIV: biossegurança e estigma social, que tem como pesquisador

responsável, Edna Maria da Silva, e pesquisadores co-responsáveis, Auana Beatriz Paiva Silva e Claudiana Menezes Xavier.

Esta pesquisa pretende analisar o conhecimento dos estudantes do 9º período do curso de graduação em Odontologia da UFRN quanto à influência do estigma social no atendimento do portador de Vírus da AIDS.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é avaliar o conhecimento adquirido durante a graduação pelos estudantes de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte quanto às práticas de cuidados, além de verificar se existem preconceitos, receios e a presença de temor por parte destes ao atenderem pacientes portadores de HIV.

Caso você decida participar, você deverá por meio de uma participação voluntária, responder a um questionário no qual irá analisar seu conhecimento quanto às normas de biossegurança frente a um paciente com HIV e como essa condição pode afetar no seu atendimento. O questionário será aplicado concomitante a uma entrevista realizada através de uma gravação de voz autorizada por você, com duração de no máximo de 10 (dez) minutos.

Durante a aplicação do questionário e da entrevista de áudio a previsão de riscos é mínima, sendo este, um pequeno constrangimento no momento das respostas ao questionário e/ou durante as declarações que serão gravadas acerca do tema, que será minimizado através do total sigilo da pesquisa e a não identificação dos participantes de forma individual. Mediante a isso, é assegurando ao participante o direito de se recusar a responder as perguntas que não concorde.

(31)

Dessa forma, o benefício da pesquisa é conhecimento do real nível de qualificação do aluno concluinte sobre o tema

Em caso de algum problema que você possa ter relacionado com a pesquisa, você terá direito a assistência gratuita que será prestada por meio de contato com os pesquisadores através dos e-mails: auanapaiva@outlook.com e claumexa@gmail.com, podendo optar por seu total desligamento da pesquisa.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para Edna Maria da Silva (84)994073126, Auana Beatriz Paiva Silva (84) 999838543 e Claudiana Menezes Xavier (84) 991407279.

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.

Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe identificar.

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local seguro e por um período de 5 anos.

__________________ (rubrica do Participante/Responsável legal) ___________________ (rubrica do Pesquisador)

Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será assumido pelo pesquisador e reembolsado para você.

Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador responsável Edna Maria da Silva.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa, : Percepção dos estudantes do 9º período de

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odontologia da UFRN quanto ao manejo de pacientes portadores de HIV: biossegurança e estigma social. E autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me identificar.

Natal __/__/____

Assinatura do participante da pesquisa

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo: Percepção dos estudantes do 9º período de odontologia da UFRN quanto ao manejo de pacientes portadores de HIV: biossegurança e estigma social, declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano. Natal __/__/____

Assinatura do pesquisador responsável

Impressão datiloscópica do

(33)

ANEXO A: Termo de autorização para gravação de voz

TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA GRAVAÇÃO DE VOZ

Eu, ______________________________________________, depois de entender os riscos e benefícios que a pesquisa intitulada, Percepção dos estudantes do 9º período de odontologia da UFRN quanto ao manejo de pacientes portadores de HIV: biossegurança e estigma social, poderá trazer e, entender especialmente os métodos que serão usados para a coleta de dados, assim como, estar ciente da necessidade da gravação de minha entrevista, AUTORIZO, por meio deste termo, os pesquisadores Edna Maria da Silva, Auana Beatriz Paiva Silva e Claudiana Menezes Xavier, a realizar a gravação de minha entrevista sem custos financeiros a nenhuma parte.

Esta AUTORIZAÇÃO foi concedida mediante o compromisso dos pesquisadores acima citados em garantir-me os seguintes direitos:

1. poderei ler a transcrição de minha gravação;

2. os dados coletados serão usados exclusivamente para gerar informações para a pesquisa aqui relatada e outras publicações dela decorrentes, quais sejam: revistas científicas, congressos e jornais;

3. minha identificação não será revelada em nenhuma das vias de publicação das informações geradas;

4. qualquer outra forma de utilização dessas informações somente poderá ser feita mediante minha autorização;

5. os dados coletados serão guardados por 5 anos, sob a responsabilidade do(a) pesquisador(a) coordenador(a) da pesquisa, Edna Maria da Silva, e após esse período, serão destruídos e,

6. serei livre para interromper minha participação na pesquisa a qualquer momento e/ou solicitar a posse da gravação e transcrição de minha entrevista.

Natal __/__/____

Assinatura do participante da pesquisa

Assinatura e carimbo do pesquisador responsável

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Diretrizes para Autores CATEGORIAS DE ARTIGOS

Artigos Originais

São relatos de trabalho original, aqueles que incluem estudos observacionais, estudos experimentais ou quase-experimentais, avaliação de programas, análises de custo-efetividade, análises de decisão e estudos sobre avaliação de desempenho de testes diagnósticos para triagem populacional, destinados à divulgação de resultados de pesquisas inéditas de temas relevantes para a área pesquisada, apresentados com estrutura constituída de Introdução, Revisão ou Referencial Teórico, Metodologia, Resultados, Discussão e Conclusão, embora outros formatos possam ser aceitos (Máximo de 5.000 palavras, excluindo resumo, referências, tabelas e figuras. Máximo de referências: 25).

Informações complementares:

 As tabelas e figuras, limitadas a 5 no conjunto, devem incluir apenas os dados imprescindíveis, evitando-se tabelas muito longas. As figuras não devem repetir dados já descritos nas tabelas.

 As referências, limitadas em 25, devem incluir apenas aquelas estritamente pertinentes e relevantes à problemática abordada. Deve-se evitar a inclusão de número excessivo de referências numa mesma citação. Citações de documentos não publicados e não indexados na literatura científica devem ser evitadas.

Os resumos devem ser apresentados no formato estruturado, com no mínimo 150 e no máximo 300 palavras, contendo os itens: Introdução, Objetivo, Métodos, Resultados e Conclusões destacados em negrito no texto do Resumo e seus correspondentes no Abstract. Excetuam-se os ensaios teóricos e os artigos sobre metodologia e técnicas usadas em pesquisas, cujos resumos são no formato narrativo, que, neste caso, terão limite de 150 palavras.

A Introdução deve ser curta, definindo o problema estudado, sintetizando sua importância e destacando as lacunas do conhecimento que serão abordadas no artigo. A seção Métodos deve incluir as fontes de dados, a população estudada, amostragem, critérios de seleção, procedimentos analíticos, dentre outros, os quais devem ser descritos de forma compreensiva e completa, mas sem prolixidade. A seção de Resultados e discussão deve descrever os resultados encontrados incluindo interpretações/comparações. O texto deve complementar e não repetir o que está descrito em tabelas e figuras. A Discussão deve incluir também a apreciação dos autores sobre as limitações do estudo, a comparação dos achados com a literatura, a interpretação dos autores sobre os resultados obtidos e suas principais implicações e a eventual indicação de caminhos para novas pesquisas. As

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Conclusões devem conter a síntese dos resultados sem, entretanto repeti-los. Podem ser apontadas em tópicos ou escritas de forma cursiva.

Relatos de Casos Clínicos

Prioritariamente relatos significantes de interesse multidisciplinar e/ou práticos, relacionados ao campo temático da revista (máximo de 3.000 palavras e 20 referências).

Artigos de Revisão Sistemática e Meta-análise (Estudos quantitativos) - Artigos de Revisão Sistemática e Metassíntese (Estudos qualitativos)

Por meio da síntese de resultados de estudos originais, quantitativos ou qualitativos, objetiva responderem à pergunta específica e de relevância para a Saúde, prioritariamente Saúde coletiva e Odontologia. Descreve com pormenores o processo de busca dos estudos originais, os critérios utilizados para seleção daqueles que foram incluídos na revisão e os procedimentos empregados na síntese dos resultados obtidos pelos estudos revisados (que poderão ou não ser procedimentos de meta-análise ou metassíntese).

Artigos de análise crítica

Também chamada de Review, trata-se de um estudo (uma avaliação) geral de um determinado setor, projeto, produto, serviço, processo ou informação com relação a requisitos pré-estabelecidos, tendo como objetivo a identificação de problemas, visando à solução dos mesmos. Este formato destina-se somente para convidados. Número Especial

Destina-se a divulgação de Anais de Eventos ligados a área temática da Revista. Pesquisa envolvendo seres humanos

O trabalho deve ser aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição onde a mesma foi realizada e cumprir os princípios éticos contidos na Declaração de Helsinki, além do atendimento a legislação pertinente a cada país. Na parte “Metodologia”, constituir o último parágrafo com clara afirmação deste cumprimento. O manuscrito deve ser acompanhado de cópia de aprovação do parecer do Comitê de Ética.

Autoria

O conceito de autoria está baseado na contribuição substancial de cada uma das pessoas listadas como autores, no que se refere, sobretudo à concepção do projeto de pesquisa, análise e interpretação dos dados, redação e revisão crítica. A contribuição de cada um dos autores deve ser explicitada em declaração para esta finalidade. Não se justifica a inclusão de nome de autores cuja contribuição não se enquadre nos critérios acima. A indicação dos nomes dos autores logo abaixo do

Referências

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