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091
`- *âÉ.‹N1°»“É`RMI
Í
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO MATERNO*ÍNFANTIL
ENFERMIDÀDE DE SCHILDER
`
_-_RRLATe _ DE UM cAso com coNsIDERAçõEs
_ _
I ` ._\ `› -V
¿cLÍN1cD - PAIoLõc1çAs*` -
,PAULO DAMIAN1 RoT2iAs**
'
JORGE HUMEBERTD BARBATD F1LRo**
1
* TRABALHO REALIZADO NA UNIDADE "E" DO
HOSPITAL INFANTIL JOANA DE GUSMAO
** ESTUDANTES DA 11a) FASE DO CURSO DE
GRADUAÇAO EM MEDICINA, DA UNIVERSIDADE
.FEDERAL DE SANTA CATARINA.
_ , 0
FLORIANÓPOLIS, ouTuBRo DE 1981
:
--
r
~ AGRADECIMENTOS
A Aos Doutores Ronaldo Jose de Melo da Silva e Mauricio
Nunes, que gentilmente indicaram o caso, orientações cientifí -
cas, assim como, parte da bibliografia.
Ao Professor Doutor Julio Mesquita, pela realização
dai fotografias e colaboração prestada na revisao do trabalho.
à Professora Doutora Mariuccia Grace Scott Brusa,
pela colaboração prestada na revisão do trabalho.
A
à Cristina Mesquita, pelo auxilio na elaboração do`
Abstract.
à Rose D'Aquino, pelo auxilio na sistematização dos
dados bibliogrãficos.
à Lourdes da Silva e Iliana B. Tremel, pelos traba-
Í N D I c E
INTRoDUçÃo . . . . . . . . . . ... . . . . ... ... . . . . . . . . . . ... 01
APRESENTAÇAO DO CASO .. . . . . . . . . . . . . . . ... .. .. .. .. 04
1
- EvoLUçÃo . . . . . ... .. . . . .. ... . . . . . ... . . . . .. 08
coNsIDERAçõEs cLÍNIco - PATOLÕGICAS .. . . . .. . . . . . ... . .. 14
~ DISCUSSAO .... . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . ... . . . .. 19 RESUMO .. . .. .. .. . .. , . . . . . . . . . . . ... 23 ABSTRACT . . . . . ... .. ... . ... .. 24 ~ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . ... . . . . ... . . . . . . . . . . . ... 25 1 _». . W. - .- -. . .. - .. «z .. ¬ _., -.`¬...- z... .. ,...-..z:._,,....,...~ .zz:,h....,,..._,_.,.¿v...,,,_.,,_,,` ,.,,..,._...._.,,,,._,. ._..,«...~_-_...,...,..,«- . ...-....-. ... ._ ¡,¬ ,,,,,,,, _‹_I
iN'rRoDUçÃo
O interesse medico na descriçao de condiçoes que,
afetando a substancia branca cerebral, associam-se clinicamen
te ã deterioraçao mental, data do sëculo passado.
Ate 1912, essas enfermidades eram classificadas ge
. nericamente como Esclerose Difusa. Nesse ano SCHILDER descre~
.a
veu o primeiro de uma serie de casos com caracteristicas neu~
,7,8,l0,ll,l3),em
rolõgicas semelhantes 5 Esclerose Multipla(2
que grandes areas da substância branca haviam sido afetadas
por um processo que parecia atingir primariamente a bainha de
mielina, embora poupando parcialmente os ax5nios(2l). Tal
*
z
entidade foi por ele denominada de "Encefalite Periaxial Difu
sa" (Enfermidade de SCHILDER)( 2”10'13)'
Anteriormente, PELIZAEUS. (1885) e MERZBACHER GQHD
tinham descrito uma forma de acontecimento da substancia bran
A ~
ca, tendo por causa uma deficiencia na formaçao da mielina ~
(Aplasia axial Extracortical Congënita)(2'21). Com isto;SCHIUER
` ~
restringiu o termo Esclerose Difusa aquelas condiçoes em que
¢ - z "' z ^ z «f ‹
a desmielinizaçao aparecia como fenomeno primario , corres
pondendo ã entidade não familiar(1+4'7'lO'11'13-16'19_21). Se
guiram-se a estas descriçoes os relatos de KRABBE, que em 1916
demonstrou uma forma infantil de Esclerose Difusa caracteriza
da pelo acfimulo de grande quantidade de celulas globõides. Em 1928, o termo "Leucodistrofía" fora consagrado por BIELSCHOWÊ
KY e HENNEBERG (2).
.‹\'
V Wr-
_. ._
HALLERVORDEN ( 1940 ), EÍNARSON ( 1942 ), NORMAN
(1947), BRAIN e GREENFIELD ( 1950 ) descreveram entidades fa-
~ .
miliares nas quais a formaçao de mielina estaria alterada por
falhas nos sistemas enzimãticos(2). Somente em 1956, POSER e
VAN_BOUGART sugeriram que a doença desmielizante ë a expres ~
~ ~ . z . . . 2
~ sao de uma alteraçao enzimatica geneticamente determ1nada().
~ ~
A partir de entao, as classificaçoes tem sido polêmicas por -
que os registros se baseiam nos critërios de cada autor, al -
guns se atendo aos processos bioquimicos, outros, as altera
-~
çoes patolõgicas. V- ~
POSER, em 1962, sugeriu que as doenças desmieli-
nizantes fossem agrupadas por criterios anãtomo-patolõgicos
em: mielinoclãsticas, desmielinizantes ou leucodistrofias, e
leucoencefalites provavelmente relacionadas~ã origem virica
(15)
l
ê , .
REBOLLO (lãfiê), simplificou o entendimento do ter
mo "desmielinizaçao" como sendo uma reação inespecifica e co-
mum, do sistema nervoso, frente a diversas agressoes.
ROSE e PEARSON incluem a enfermidade de SCHILDER
no grupo míelinoclãstico ou inflamatõrio, atribuindo-lhe cara
ter de reaçao autoimune suscitada por antígeno , normalmente
I -I' n -f q I f a z
inacessivel. Tais antigenos teriam propriedades quimicas in -
termediãrias entre as do tecido cerebral e as de certos virus
~
Para ÉINARSON e SJÕGREN, nao pode ser separada das leucodis
trofias(15), e para POSER e VAN BOUGART se relaciona ä Escle-
rose Mfiltipla(2_4'l3-15). ' o
Ultimamente ä luz da microscopia eletronica, pro
poe-se nova patogenia para essas entidades nosolÕgicas(SCmM£TZ
e Cole). '
1
Não ha contudo, resultados definitivos a respeito
tor admite a possibilidade da doença manifestar-se
~
duos hereditariamente mais suscetíveis ã infecçoes
- (5)
sistema nervoso .
_Para NORONHA ( 1969 ), a enfermidade
em _5OZ dos casos, iniciar-se~ia antes dos 10 anos luindo com curso subagudo em 2 a 3 anos (12).
~ _. 3 ._ O mesmo au 0 O 'O' em indivi - 4' 4 viricas do de SCHILDER, de idade evo
. POSER (1970), numa revisao detalhada de 105 casos
de Esclerose Dífusa mielinoclãstica de SCHILDER, encontrou ape-
nas 33 casos como exemplos aceitãveis da doença
A enfermidade de SCHILDER ë condição
<2,1r3› '
1
extremamente
rara e atë 1970 cerca de 300 casos haviam sido compulsados na
13)
literatura, cabendo ã Suëcia o maior numero de registros .
Na revisao restropectiva (1972 - 1981) dos arqui
vos do Hospital Infantil Joana de Gusmao, somente dois casos fo
ram identificados, e o aqui relatado foi o unico biopsiado.
O presente tarbalho tem por objetivo alertar o
ensamento clinico ara a doen a ue embora rara nao tem sua
P P_ › ›
freqüência bem dimensionada no nosso meio, possivelmente por
nao serem reconhecidas as manifestaçoes clinicas a
tes.
f-«- - .-- ...¬.. ‹-z‹ øzfiww -
. _¿._.
APRESENTAÇAO DO CASO
R3R,1O anos e 5 meses, branca, procedente de Florií
nõpolis, foi internada no Hospital Infantil Joana de Gusmao(Re
gistro n9 016.348) em 6 de julho de 1981, apresentando dificul
dade em locomover-se, alimentar-se e em abrir os olhos.
Ha 1 mes
V
com disturbio na marcha,caracteri-
|›-1.D ,-1.
O pa.
OC
zado por quedas freqüentes, notando os familiares concomitante
perda de forca no membro inferior direito. As quedas faziam -
se sempre para o mesmo lado (direito), não havendo perda '
de
consciência; No |-‹. 5 F-'ÃO |-a. O estes episodios se repetiam 2 ä Bvëzes
ao dia e freqüentemente se acompanhavam de traumatismos. Duran
te as quedas verificava-se extensao sfibita do membro superior
direito, de duração fugaz, quase ímperceptivel. Com tais mani-
festaçoes, procurou o medico pela primeira vez. Submetída ao
. exame radiolõgico de membro, foi encaminhada ao setor de Orto-
pedia sendo entao medicada com lincomicima por 7 dias.
Quinze dias apõs, houve piora do quadro, ao qual se
A
associou emnmema mšculo-papular pruriginoso, apatia e inapeten
cia. Negava-se permanentemente a abrir os olhos, respondia a
estfmulos verbais, porem, não deambulava. Procurou novamente o
medico que lhe prescreveu antialërgicos e dexametasona creme ,
I'
~ 4 _ _
havendo resoluçao do quadro dermatologico.
›
.z
.,«-.uzz-._...x›-»1‹›_....<›z›. - »‹e,,,›»
_ 5 -~
Ha 5 dias passou a nao responder mais a estímulo
verbais, reagindo aos dolorosos.
Desde o pa. da doença observou+se diminuição
C3 P-'\O pu.
O
na frequência de evacuaçoes, relatando~se ainda dois (D 'Ú |›-4. (D O\ ~
dios de enurese e marcada alteraçao de condutäf, evidenciada
por periodo de agressividade para os familiares.
Nasceu a termo, de parto hospitalar, apos gesta-
...
çao sem intercorrëncia, peso ao nascer: 3.l§Ogr. Periodo neo
~
natal sem alteraçoes, desenvolvimento neuropsicomotor dentro
dos limites normais, nao sendo possivel precisar a ëpoca exa
ta das aquisiçoes motoras. Desde os 7 anos frequenta regu~
larmente as escola com mau aproveitamento. Antes do H. C3 P5Õ io do
quadro, tinha bom relacionamento com os familiares e demais
colegas.
Como antecedentes patolõgicos de interesse apre -
sentou, aos 6 anos, abcesso pulmonar, permanecendo internada
por 20 dias. Esquema de vacinaçoes completo. Antes do ga. D HàO y-1. O
da doença alimentava-se bem, com quantidade regular de proteš
nas. Negou contato com pessoas doente.
É o sëtimo filho de uma prole de 8 irmaos. Mae
com 44 anos bastante"nervosa", apresenta crises de choro com
freqüência. Pai com 43 anos, referindo problemas de labirinto
~ ,
Nao existe historia de consanqüinidade ou de doença heredita-
ria na familia. Tio acometido de epilepsia desde os 8 anos , fa «_
lecido aos 35 anos.
. Habítaçãfl de madeira, 6 peças onde cohabitam 8
A `
pessoas. Possui luz eletrica, agua encanada, banheiro, etc.
Renda famil'ar 1 um salario minimo.
--..az ...mp-.... _..- .,,,.»¬..,, .,,,. , ... .. . . ...- .... . ., .. . 4. ... -..L-¬. z - ¬ ._ . ~ M Q
_ 5 _ ~
Observação: Todos os sinais e sintomas anteriormen-
te relatados eram exacerbados na presença de familiares.
E
Êëëàëèëw
o o _ 7, u 1- PREMATURO N- Nzmmonro ` vu-Ararâoo _ .. ....-- ›» _ \ ,.~.. .. .-,~‹-_....‹~... . .. -...`..-. ..,Fg. 1: - Heredograma dos familiares em primeiro grau demonstra
O
A
_ 7
_"
O exame físico, na admissão, acusou sinais vitais
normais, perimetro cefãlico de 50,2 cm, peso de 30 kg e estar
tura de l,35m- Paciente apãtica com atitude indiferente, nao
respondendo a estimulos verbais e reagindo aos dolorosos. Bom
^
estado geral, fãcies miastenica, hidratada e anictërica. Mus-
culatura eutrofica, muscosas umidas e coradas. Presenças de
z
exantema maculofpapular eritematoso difuso, predominando no
A
tõrax, abdome e face. Tecido celular subcutaneo escasso, re-
gularmente distribuído, linfonõdos impalpãveis,
Crânio bem formado, sem alterações. Dentes em mau
estado, orofaringe hiperemiada, amigdalas hipertrofiadas. Pul
A -z, ,
sos carotidios palpãveis, ausencia de sopros,tíi@o1de impalpa
~ A _ , ~
vel. Torax de conformaçao normal ausencia , de circulaçao cola -_
~ ~ ~
teral, respiraçao regular, percussao sem alteraçoes; ä auscu-
ta, observou-se diminuição do murmfirio vesicular na base do
pulmão direito, ruidos adventicios ausentes. Bulhas cardiãcas
` ~
normofonëticas. Abdome plano, simëtrico, indolor a apalpaçao,
A
ausencia de massas ou viceromegalias palpãveis. Perineo sem
- .v
anormalidades. Nos membros inferiores notou-se pe direito dis
A
cretamente maior que o esquerdo. Ausencia de edemas. .
Ao exame neurolõgíco observou-se paciente torporo~
sa, nao respondendo ao interrogatõrio nem cumprindo ordens.
Pares cranianos e fundoscopia normais, motilidade ocular ex -
trinceca e intrinceca conservada; hipertonia de massëteres ,
motilidade do palato diminuída com reflexo nauseoso presente.
, .-ú
Rigidez de nuca. A nivel espinhal rigidez variavel de mem ~
bros, principalmente ã direita. Força muscular aparentemente
normal, reflexos vivos e simëtricos. Marcha sem anormalidades
grosseiras
l
-3-_
Q”
~
EvoLuçAo
~
A paciente, atualmente no seu 909 dia de internaçao,
vem exibindo manifestaçoes clinicas diversas e alterações
neu-,
rologicas de gravidade progressiva, apresentando-se caquëtica
com perda de 8 kg. 8 '
A partir do primeiro dia de internação passou a apre-
sentar picos febris, caracterizando desde entao episõdios de in-
fecção pulmonar e urinãrio de repetição, refratãrios aos
diver-A
sos tipos de esquemas terapeuticos instituídos.
Os exames complementares iniciais compreendiam: Hema-
tõcrito 29%; Hemoglobina l0gr/dl; Hemãcias 3,8 milhoes/mm3; Leu-
cõcitos 9.000/mm3, com 61% de seg, 30% de linf, 32 de eus, 4% de
mono; VHS 24mm na la. hora; plaquetas normais; parcial de urina
18.000 leuc, proteinas 240mg/1; parasitolõgico de fezes neg; Raio X de tõrax em Pa normal; Raio X de crânio Pa e Pe normais;
dosificaçao sërica de Ca l0,7mg/dl, Na l36mEg/1, K 4,2mEg/1,
Glicose 73mgZ, Fosfatãse alcalina 147 UI; Aslo 50 U.Tood; Pro-
teínas totais 6mgZ, alb 2,8, Glob 3,2, relaçao alb/glob 0,88.
No segundo dia apresentou crise convulsiva clãnica
~
mais intensa ä direita e agitaçao psicomotora, sendo introdu-
zida medicaçao anticonvulsivante (benzodiazepinico e mantida com
dífenil hidantoina). A dificuldade na alímentaçao tornou-se pro-
gressiva, passando a ingerir somente líquidos, e em pequena quan-
~ .ø ,ú A
tidade. A avaliacao endocrina na epoca descartou insuficiencia
_ .,
_ 9 _
~ ~ - '
afastada pela evoluçao. Feita punçao liquõrica que demonstrou
liquor incolor, límpido, 5 cëlulas por mm3, rarosgmononuclea-
res, polimorfos ausentes, glicose 63mgZ, proteinas 17mgZ, glg
bulinas negativas, cloretos 692mgZ, LDH 6 UI, blactërioscopia
e cultura negativas.
A partir do dëcimo dia o quadro neurolõgico dete-
riorou-se rapidamente, com depressão do nivel de consciência e
~ _
` coma, apresentando a paciente rotaçao cefãlica permanente pa
ra 5 esquerda, hipertonia e extensao dos membros direitos. Ob
servaram-se tremores grosseiros, intermitentes em todos ~ os
membros, alem de discutivel paresia distal dos mesmos. Passou
a alimentar-se por sonda nasogästrica, apresentando epistõto-
mo acentuado. O Babinski estava presente bilateralmente.
~_Nos dias subseqüentes houve progressão da
hiperto-~
nia dos membros inferiores em eqflino-varo, flexao rigida_ do
membro superior, |-I. 53 ¡..|. O |-I. N lmente ã esquerda, e, posteriormente ,
tambem ã direita. A cintilografia cerebral entao realizada foi
considerada normal.
Em torno do vigëšimo primeiro dia, notaram-se
Si-.
~ `
nais de decorticaçao (figuras 2 e 3) associadas a dificuldade de fixar o olhar, estrabismo convergente e nistagno horizontaL
A fundoscopia mostrou atrofia bilateral de papila, e a tomogrí
fia axial computorizada mostrou "Redução dos valores de atenua
~ A , " ^ , ~
çao da substancia branca cerebral , ausencia de alteraçoes vep".
triculares e de sinais que sugerissem neoplasia, (figuras 4 ;e
5). A eletroforese de proteinas do L.C.R. demonstrou: Protefnas
totais 30mgZ, Alb 212, Glob Alfa 1 .O,9 mgZ, Glob Alfa 2.2,lmg2
Beta 3,3mgZ e Gama 2,7mgZ.
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~
res e hiperextensao em eqflíno-varo de membros ínfe ~
riores. ._._z r ›- › __ _ - ` . ':~_v‹-.-_,_ . ._ ~ . ..*| P 'I . 'um/'1 ' :à `? _- l 1? ' v r '..'¡.›Í. › ' \._ -‹ -vz ',f ~_ 4 _ _ ¿ K-3:' - - ,,_.~‹_‹_. ' , `z_5_ P ..: " ^' _g."'“Í1 z _ .à.:. .ii , ›` 4 '-f . ~ . - \ _ __ _. _ ' `*- ¢ 'š 1 f V ' _".~"¿Í ¡ \'.*-.u '.1'_~ 75;. V* ._‹›. ¬ ›;›ff`=~.1'‹'-"-¢'«:z,f‹__\`:f "*1 ~ fz zr- ;§ ~'‹ '--'.. --› 4 ¬;.~:1' _ -ú- z? 1 '›»_ 'À - "_;_; f .z¢. fm, fa '-*›à&,z__ _..4< .' . J' ^ U . _ " '1 zz. }* if ‹-.'z'›'Í_-¬_-:Ê -`.2Ê'\,\'-'A '21 V ` _ _: -.zr. ,» \ '* *ëk _ -- \ = _›- _ vg; _.v-'*= ' _ -M»-" .- __ KA.. f. ,Í 4 . 2-«__ T1-_-. z_, .g '=»_ _ "~”'› zv. -` _ .'.¬àzz» 'M-“ih .ef az.: . _ .' "':¿›~ - . _ `^1'B¢‹m›s: -‹ " . ‹\ _ “J "Êà 1;,-.1'_...z '¿ V ' š fe . -3 :ff Ã. F: Í» *Í-0"' . H - " _ \ _ __ _ ` ' -_» > ›¡1.._;=-”Í›~w - - " 'Ç' "-" > .__-.›_ z-.,~.'‹` "*vh~...._z-.-|...›. ‹..›.. _ ' - , . ' ~ 3m. ' Fig.
3 Detalhe da hiperflexao de membros superlores rotaçao
cefãlíca permanente para 5 esquerda e olhar fixo.
""""' " " -'›¬'*'“"'~~“"-' " f ' "' ' '*" ^""*':~'~vI;>-“\«'-H-' '~ ~- '
¬w:'›<< '›'*'”- ' ' *" "
i Fig. 5 _ V x RUQB x ^×1fi¢zzú~w9fiJ£Q CU* "' »*fr‹`.=.-5"' " Bo _ ' w¿,,, . _.,` . ,. . .f.“ .., «e«â - ,~ ;=..- -
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rebral. I Úl- “_ 71 iäf.f \L /" ..\ . ' z' a "'~( 2:-\ ,'à . \ M-Í* -_ `‹ › -'ir <"â‹* ` ›. 2 ‹__× 1 « Iv \ »' 9' › . f V §›. -¬ .*Í:ufi=1¿L¬4flAgçózz,,Ç5{fiÇ,CuRlIlBn . ' ff ›^ “'"`z-= V ' - ;;,- › [_ i › L × .A Í ` Í ' ‹Â 2-W* _ f ' a ., . . » nx _ - .‹'._ L .£¢~É_.1.¬,¿.-. `›z_-___ › L ' ‹~`ä_›4_ 1,;-_8.c "bm ,`.'
Redução dos valores de atenuação da substância bräl
ca cerebral .fl ¬. . L .. * ._ ,Lv , ~-- , W . \ ‹ Q: fá .9'.~. z M4' .>.¡‹ V
RBR
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12Em
¬ A ,fltl í. r L F ~.-Ausëncia de dilatação ventricular e sinais de de
*J › .z ' K 4 0 5 \¿` .I ._¡2§¡ » z ›.. ' .., `š :` " l .fa ` ,
-12-
0 E.E.G. evidenciou sofrimento cerebral difuso(on
das delta monomorfas, simëtricas e sincronicas)-
,-1. D I-HO ya. O
No da nona semana de internação, a pacien -
te apresentava crises convulsivas de repetição (apesar da con-
tinuidade do esquema anticonvulsivante). Solicitadas dosagens
de Aril-sulfatase A na urina, de ceruloplasmina e cobre no plas
ma, cujos resultados foram dentro dos padroes de normalidade.
à altura da dëcima segunda semana, foi submetida ã
biopsia cerebral na regiao occipto-parietal direita, encontran
do-se cavitaçoes de conteudo liquido na smmerficie cerebral»
Foi retirado fragmento de 2cm de profundidade, o qual, submeti
do ao exame anatomo-patalõgico, teve o seguinte laudo: Cortes
histolõgicos de tecido cerebral apresentando discreto edema, e
infiltração monomorfonuclear, com os elementos dispostos em
z 4
manguitos perivasculares, ha areas extensas de gliose, interca
ladas com focos por vezes confluentes de desmielinizaçao, vi -
sualizadas sob coloraçoes de PAS. (figuras 7 e 8)
Conclusão Encefalite.
ig. 7 - ig. 8 - - 13 - . .~.'rv.1_;^z,..-, J '.- .I .›«. _. -:~«¡›v¬. qr; ;_\¡›z.¬, Í.: _ ._. vu; U: ¢_, . zèfi... 'E . I' A - \ ~ _... un Q a~ ' . 'J ' I sv . ' . l X"¡ v. 1 . , ^ .Q I ' 5 ø f f i ` 1» ' ` . "' . , ` . _ Ú `#= ~‹ ' U .¡ ` Ú M, Í __ o ¡ ¡ _ _ 9 U .z `›.'?,,_¿.._ n oi .Ô ,Í 4I _ " .x,,,,« za.. Y \ . Ú Í ' s. _' `n § .. I C ‹ C . . É 'Vl . , 0 __. o . ~ r a 5 n . _ . 9 " . I ~ .ÍÚ . _.`. _ o¡ ' À .-e .su‹..._¿_. .Í g C › w r Õ .q , __' ¡¡ 'O 1 I . gn-uz . M ` c ,Q ¡ ' HO O 1,. 0 . :Ê ¡ Í Q V__¡ M - 1 I h' \\::l' V* 'É' ` \\ ` . Q ¡ u . h . .ar:. W; ".
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vaso círcundado por manguito de elementos mo-
nomorfonuc1eare&Tecido cerebral H x E 180 x. fun, ¬.,¬,_, ,_,,_,,_,,¡,_._,,.,, ..\.¡.›,.._.ü _.,_ W., . _, .,,_z . . .. ' 1, '¢ V _ .› 0 ?"',_* fz 'fui «fo-_ \I* ‹'!',WC,›v~'~_~v'&:'.v mvwi 1' *gy \ ' _ . W ` ,_ ' ›‹ . . U Q . . Q gi 'I 1: , z à -r .I -_ , _, 3 .o ., .. _, ›` `. U - Q 9 _ -. " J : ¬ ' - " › _ .-" __ . v " . " ' Ya .. ._ r, ,` '“ 1-Q ` . D . " e Õ ` Q ' Q: . Q ¡ Q , "' ~ ¢ ° Q * 1 É .Q` . . \ 6 o ~ o_ Q I . ¡" . 4. . 0 o ,_ ° ' |~' Í z . Q* .M Q 'Q Q Q. 'Q . u» Q Ú " ' -sê? . ' . . _, ¡ ..' Q 9 ¡ '* _ . z as* ' 4 0 _ ' E ._ ¿__..- '.._..._~ - ,_ ..-.f:.... .. D- °°-~ ~ z ' ‹°. ›-..'‹:°;" . tú ¡ 'sl ,Q fg .. O .Ú I ¡¡' ay ,O ' _q_' r ' I ' ` . L ¡ ` 6 _ lp : o Jc É .~ . _ ' Jg, *' ›_ I '°' ê Q . vu IB. . q. ¡ `i ÍO ¿. 3 .I u 5.1.0.' _ u 'li Ú Í Q l _ ¡_ Ú p 0.À ~ __”. , : _ O ¿¡_ ,o_ ¡ ha, ` _.) gb Ú n o ¡'¡ ., 'Q Lu z ¬ › 5 O -' _g'v_. ,O0 n -8 zz I I O z -o ‹ r' " ¡. \ › í '› \^.-'- I Q gw. _; |‹ 5 , ^. Inn; G ¡. 0 J... _ z ev " 0 ' z ¡ 'O . `y¡ 6.' :O a *À .f vz - ~ Q - ' *z ~ _ ..õ ' -- f ' ~ '° .. _ " b U ‹ ' 'i `s ' ¬ ¡ ' A I Q O ' ._ 0 ú I " Ie, . -›¡ 0 O ~ * .I g iu qi o\ _ . _ ~¡ '_' . v ` R. s ~ a ‹ ~‹ ' ^' ‹- _ 'zz››.. -.«°.°› .›.¢ ¡ .1 , -_ , , ` _ U n M ". '."' 02.' to _ F `."oll" *e U ' 0 ' I _ _ «V -Ç. °. Í.-~›"¡` I ° 9 '(5' _ 3.'. ' . 6 _ -' _ 'L
gil É» .' U» O 'QÚU Í `¡v_. _\ ~¬' ¡" -.__. ~
-_._v_- | V __¿ ".› ..J_\ .z.1.4_ii.`ã1..'.â..'._...-zó,..e.'.ú_f.. .z_.*...-...« , -em-.-‹..-.-«šme.z.:1ffz=\_f'e , .zvvçf-›~_ `_‹ _ "sa O bl? O › ._ «f 1 .;,. __ -I .› `__y U I* .U9 w ` `. m uz z .~ _ 'Ê I U' p ` n «I ‹. É I ii . -.¬‹. h O '_`, -- u_u .-
Glíose Dífusa, com presença de alguns astroci
pos de volume aumentado e focos de desmíelíní
zaçao. Tecido cerebral H x E 180 x.
›...z«,..¡.--›~f.4.,..z.,.«... .‹...›-.¬...- -_ _.-. ._..._ ,J V .,« . wo.. z _..
coNs1nERAçõEs CLINICO-PAToLõcIcAs
A enfermidade de SCHILDER É uma doença nao familiar,
do sistemanervoso central caracterizada histologicamente por zo~
nas extensas e nitidamente demarcadas de desmielinízação dos he-
'
misfërios cerebrais.(3'4'7'8'13'l6'2O). Para muitos autores tal
. , ~ .-
condiçao representa apenas uma variante da Esclerose Multipla
(2'4'7*8'10'11'14), ocorrendo num cerebro ainda ímaturo(2'1O'132
A superfície cerebral ë aparentemente normal exceto por alarga -
mento dos sulcos e atrofia das circunvolunçoes (ADANS e KUBIKl952)
(l,2,7,2l)
'›
à microscopia õptica ocorre destruiçao grosseira da
~ ,_
. . . (2 - .
mielina com distribuiçao assimetrica ), areas de amolecimento
gelatinoso e pequenos focos de degeneração cistica(10 e 13) cor-
respondendo a zonas com niveislàikosdèfosfolipidios, colesterol
“ e cerebrosidios, estando presente colesterol esteríficado(1_3 °
ll-16,19-21) .
~
A desmielinizaçao É observada em toda massa branca
central e subcortical, exceto nas fibras subcorticais arquedas
(suzuxi & cRovER 1970) e nüzieos da base(2'13 e 21).
~ -
A lesao se assemelha a da Esclerose Mfiltipla, mas
~ ~
as äreas de desmielinizaçao sao difusas ao inves de focais.
o
;."15 ._ De o lobo occipital É mais atingido(1_4”11_
16'19-21). Com o curso da doença,ãreas adjacentes são envolvidas
¡.-|.
23 I-'ÃO |.-1. O
incluindo outros lobos, cäpsula interna, corpo caloso, quíasmae
nervos õpticos, com destruição do centro oval(2'20 e 21)' O
~
cerebelo e a medula espinhal sao atingidos mais discretamente .
^
A grosso modo sugere-se que a lesão resulte de des -
seminaçao a partir de um foco p-I. l(lO).
53 po.
O p.
C0
POSER e VAN BOUGART descreveram dois tipos de altera
ções, o primeiro correspondendo ã areas de desmielinizaçao sime- trica envolvendo todo o nucleo oval, o segundo correspondendo ã
4 , , , ~ . `
areas extensas de desmielinizaçao associadas a pequenas placas i
soladas nos dois hemisfërios; a este ultimo padrao atribuíram o
termo de Esclerose transicional(2).
A intensa reação glial observada ë semelhante a de
qualquer condiçao inflamatõria, com formaçao de astrõcitos gigan
tes multinucleados ou edemaciados (13), fibrose. densa, alarga f
,
mento do espaço perivascular que contem macrofagos cheios de li-
pídios sudanõfilos neutros(7'10 e 18) e linfõcitos. Os axõnios u
sualmente sao envolvidos pelo processo, mas em grau menor que a
~ ,.
mielina. Nas lesoes graves pode haver areas de necrose. Notam-se
numerosos axonios nus e ou parcialmente cobertos por delgada ca~
A ~
mada de mielina sugerindo fenomeno de remielinizaçao abortiva.Si
. ~ . - ~
.
-2
nais de degeneraçao walleriana sao igualmente observados.( 1).
Esta enfermidade foi primeiramente reconhecida na
1 'Í n ` 2 4' ¡ 0
faixa etaria de 5 a 15 anos( )
e raramente e vista na idade adul
ta, correspondendo na maioria das vezes a Esclerose transicional
(13). Nao hä predileção racial, étnica ou geogrãfica(21); a inci
A
dencia nos sekos parece ser a mesma, embora alguns autores citem
‹ . a (15)
-16~n
ø. ' ~
Os aspectos etilpatogenicos sao controvertídos _ , Pro _
cessos infecciosos, autoimunidade ou fenomenos alërgicos tem si
do considerados como possiveis cãusas primãrias, sem evidências
. 2 . . . ~ . . .
convicentes( ). A desmielinizaçao implica num processo inflama-
tõrio com ou sem componente infeccioso conhecido, com destrui
-~
çao da mielína normalmente constituida. Tal processo ë chamado
mielinoc1ãsia(13_15 e 21).
O quadro clinico depende da extensao e gravidadefias
lesoes. Os sinais e sintomas iniciais mais comumente encontra -
dos compreendem: Alteraçoes da personalidade, incluindo labili-
dade, euforia e depressao muitas vezes interpretadas como de o-
rigem psiquiãtricas(2'7'13 e 15)
e dificuldades na aprendizagem
com perda de habilidades ja adquiridas(2 e 10). Convulsoes são
freqüentes, podendo ser focais (tipo Jacksoniano) ou generaliza
das, na dependencia da area atingida(2'7'10 e 11).
_
'Com a evolução do processo temos sintomas relativos
` ~
a lesao do trato piramidal, resultando em quadriplegia ou hemi-
plegia espãstíca progressiva(1_4'7'lO'11'13_l6 e 18). Tais ma-
nifestações ocasionalmente constituem a primeira indicação de
que o processo de desmielinizaçao afetou a massa branca cerebral
(10). Por outro lado podemos ter no somente hemiparesias
(2 e ll)
¡-1. .'23
P1Ô |-I. O
. Q surgimento de dëficits motores e sensoriais preceden
~ a . . . 4
do a demencia, contrasta com o observado nas Leucodistrofias( X
Ha, em geral, rapida deterioração visual atribuida
~ , ,. ,.
a desmielinizaçao das fibras na area dos lobulos parieto-omipi-
. z . ` . 2 4
-.
tais e ao nervo optico levando a atrofia( ' e 7). Habitualmen- '
z . . . . ~ .
.(2elO)
te e progressiva inciando-se com distorçoes Visuais . e
Hemianopsia hom5nima(2 e 11). A perda da audição também ë mani-
_ 17 _
Quando_do envolvimento dos lobos temporal e parietal,
. . . (2,4,7,ll)
temos como sintomas principaiszafasia e disfasia . V
Em aproximadamente 10% dos casos o processo de desmíe
~
linizaçao esta associado com edema cerebral que produz aumento da'
pressao intra craniana, traduzida por cefalëia, vômitos e papile-
(l~4,7,10,ll,l3-16,19-21)
dema simulando quadro de tumor cerebral
Ataxia(2'7°1O'13); anormalidade dos reflexos pupila -
res; oftalmoplegia intranuclear; olhar parado, fixado para cima
M
çz); disturbios progressivos na deglutíçÃo(1'2'7'10°l3); crises
mioclonicas, são outras manifestações possiveis.
Na maioria dos casos os sinais neurolõgicos progridem
rapidamente com confusão mental, demência progressiva, descerebra
çao, conferindo vida vegetativa ao paciente em um a dois anos
(1_4”7'1o”11°13-16). Sinais mais raros compreendem: Distfirbios ex
trapiramidais(lo'13), acalculia (11'13), e paralisia do 69 par<1O%
A morte geralmente ë devida ä infecção pulmonar ou uri
› -
. . . . <13,14)
Ilârlâ 1.D.C€I`COI'r€I1te, SGPÉOCGUXI3 OU C8qU€Xl3 .
POSER concorda com(ãÊÊ>/,ø_T)dívidindo a enfermidade
_
ud/
. . f (Z,8,l2)_
F
F1 Z H U-3 ›-1 ['11
em diferentes tipos clinicos
I ~ Forma progressiva, com sintomas de alterações
psíquicas, sinais e sintomas de envolvimento do
,z -
trato optico e auditivo. .
II - Forma poliesclerõtica, com remissoes e exarce-
~ ,
baçoes como ocorre na Esclerose Multiple.
III - Forma pseudotumoral com aumento da pressão in-
'
tracraniana, papiledema, etc.
~1s-'
A ø
_IV - Forma com predominancia dos sintomas psiquia~
tricos. '
A enfermidade de SCHILDER pode estar associada ã
, ~ 4 , , ^
pigmentaçao dermica e ou a outros sinais de insuficiencia adre ~
nal. A essa condição denomina-se doença de SCHILDER ~ ADDISON ou
adrenoleucodistrofia, tendo um carater de herança recessiva liga-
da ao sexo(3*1Q'15'18).
A condiçao tem um prognõstico reservado(1 4'7°1O'll'
13?16'19¿21), tendo em media uma sobrevida de 3,2 anos, com ex-
tremos variando de 15 dias E 15 anos, sendo que em mais da metade
dos casos a enfermidade tem uma sobrevida de um ano do seu ini-
. '13 14
c1.o( ' )'.
a
.»-»~›-.-_.-‹...,....-_... ...'.~›‹..-...-.¬... . V ..› ..‹...-..-_... . .. ..-av . _ ._.a_...,«.»»«.‹.. . ‹ .. _, .- _- › -›¬ - - - ‹-- -=-'-‹ - « Y ~ DISCUSSAO V Desde sua p ¬ ~ descriçao ya.D HiÔ 1,-v. 92 )-* U as doenças desmielini
zantes, foram objeto de controvërcías quanto 5 sua classifi-
~ ~
caçao, tipo e padrao de suas formas. Isto fez surgir numero~
sas tentativas de sistematizaçao, gerando um amplo espectro
A
de proposiçoes, estas, no mais das vezes, correspondente ä
observações particulares de cada autor. Como conseqüência ,
observa-se na literatura pertinente uma miríade de
denomina-~
çoes eponimícas. O esquema que se segue, obtido em comunica-
ção de ZERMAN e WHIELD0N(21), pode facilmente testemunhar o
supra referido. Esclerose Múltiplo PELIZAEUS l885 Aplosia Axial Exlrocorlicol Congënila MERZBACHER IQIO Difuso lnfonfil KRABBE l9|6
V
Doença de Docnco de›K:ul:›pe
Pehzocus- ou' Leumdlsfmfra
M<›'fZD<10mf de Células Glot›ó›oes
Esclerose Cerebral lnflomocõo Esclerosame do
Esclerose Cerebral Difusa
HEUBNER I897
~
l
Encefolile Fërioxiol Difusu (Enfefmidode de Schilderl
SCHÍLDER IQÍZ
SCHILDER |9l3 sc›‹||1_uEn 1924
l
Enoefulile Epidemico
`
Hemhfe-flo ce¡ebm¡ DAWSON l9?›3/34
SPIELMEYER I922
~ Punenoefcliie
E5';':'":;f°r°”“s° PETTE -oömrêe Isso
SCHOLZ l925
'
L coencef fl
Esclerose Cerebral '
E:¡J¡e,0S0m%` e
com Degeneroção do gubogudu
Glia Inlcrfociculor '
VAN BOGAERT mas
GREEN!-'lELD l933
`
ill' fl
Leucodirfirofio ESC|€f0¢ . Leucoencefolile
Melucromdlicolou Cerebml de Esclerosome Subogudo
Llbmose Sulfolmzco Schilder ou Enceíolite de Inclusão
Subogudo \v_ __v 1 _ , i
V
LEUCODISTROFIAS r_ ouvi/ \WH_ _ p _ Í/ \/._ 20,-
Por apresentar diferentes quadros mörbidos, conse-
qüência de seus diversos estãgios evolutivos, frequentemente
tal situaçao leva outras doenças desmielinizantes, a ter seus
diagnõsticos rotulados como enfermidade de SCHILDER. vHã en-
tretanto atualmente um consenso dos autores em reservar a es-
ta entidade patolõgica a definição de doença desmielinizante
4
difusa, incluindo-a no grupo das doenças mielinoclasticas.
As manifestaçoes clinicas iniciais do presente ca-
, 4
so fizeram-no ser rotulado sob ponto de vista psiquiatrico e
como justificativa para tal fato somava-se a observaçao de
~
sensível exacerbaçao do quadro na presença de familiares. A
~
revisao da literatura ë prõdiga em ratificar tal comportamen-
to nas fases iniciais de doença(2'8'12'14). A possibilidade,
aventada precocemente de se tratar de doença desmielinizante
do S.N.C., prendeu-se ã evolução clinica da paciente que des-
de sua internaçao vinha apresentando nas esferas fisicas e
mental, flagrante deteriorizaçao progressiva(1_4'7'10'13_15'
17'19°21). Concorreram de modo particular para o estabeleci-
mento do diagnostico os seguintes dados: a historia anamnës -
tica familiar negativa da paciente; a idade; o |-a. D P-*ÃO p-4. e for-
O
ma de apresentação clinica que se instalaram de maneira clãs-
sica; os dados laboratoriais, tais como, imunoeletroforëse do
liquido cefalorraquidiano, eletroencefalograma, cintilografia
tomografia computorizada e finalmente a avaliação anãtomo-pa-
4 ~
tologica do tecido cerebral obtida por biopsia da regiao ggz
cipito-parietal direita. Enquadramos a paciente no tipo I da
classificação proposta por POSER (1970), ou seja, uma forma
progressiva da doença com sintomas de diminuição da atividade
psíquica, sinais de envolvimento do trato píramidal e dos
.
_ Y
_ 21 _
Sendo a condição de carater não familiar, tornou~se imperioso
investigar detalhadamente a genealogia da paciente, constatan
do-se a ocorrência de individuo epilëtico de parentesco em se
gundo grau. Preferimosconotar este fato como simples casualí-
~ ' ~
dade. Por isto, nao se justifica orientaçao familiar quanto ã
A ~ '
possibilidade de incidencia em geraçoes futuras.
A maioria dos casos relatados pela literatura te-
ve os dados clinicos como soberanos, muito embora alguns auto
res(6'13°17_21), estes so devam ser valorizado quando relacio
nados aos achados de laboratorio. As entidades patologicas más
importantesa serem consideradas no diagnostico diferencialsao;
A Leucodistrofia metacromãtica em sua forma juvenil; A enfer~
midade de SPIELMEYER-VOGT; a leucoencefalopatia mutifocal pro
~ z
gressiva; As intoxicaçoes por chumbo, ergotamina, monoxido de
carbono e cobre (Enfermidade QWILSON); As aminoãcidopatias;As
gangliosidoses; Os tumores cerebrais, quando a enfermidade de
~
SCHILDER cursa com aumento da pressao intracraniana (tipo III,
de POSER); e a panencefalite esclerosante subaguda pos-virose
Finalmente a ser considerada no diagnostico diferencial, cita
mos a adrenoleucodistrofia. Observa-se na literatura que a
maioria dos autores ë acorde em associar a enfermidade de
SCHILDER 5 insuficiencia de supra renal, entretanto, as fases
tardias da doença. Nesta situação exclui-se o diagnostico de
enfermidade de SCHILDER impondo-se entao onde adrenoleucodis-
trofia.
-22-'
/
_
- Quanto ã primeira entidade mencionada, a leucodistrofia meta-
cromática juvenil, podemos descarta-la por ser dqença heredi-
tãria e apresentar dëficit de Ariel- ulfatase A na excreção
~ V
urinãria. Em relaçao a enfermidade de SPIELMEYER - VOGT o pre V
sente caso contrasta sobretudo pelos dados clínicos, que nes-
ta enfermidade mostra uma ambioplia progressiva e crises con-
vulsivas e sindr.parkinsoniano. Alem disto observa-se inclu
~ ~
soes neuronais de lipofucsíana, o que nao se observou na anã- lise histolõgica da biõpsia cerebral(9). As outras entidadesg
'
xibem no |-I. ou durante sua evoluçÃo,_padr5es clínicos e
';1 ›-\n Y-J. O
ou laboratoriais que permitem diagnostico diferencial relati-
vamente facil.
A avaliação retrospectiva tem demonstrado que a
~ .
condiçao tem sobrevida imprevisível, porëm o curso da doençaë
z -
invariavelmente fatal, parecendo independer da conduta tera -
« . .
, 2 ~ . z . .
peutica adotada( '10). Esta nao foi ate o momento padronizada
Embora muitas advoguem o uso de ester5ides,(2°10 e 11) e ou
ACTH ex5geno(1O), não hã indiciosque esta forma de terapia se
ja efetiva e o tratamento mantêm-se estritamente sintomãtico.
.
1
O uso abusivo e facil do termo enfermidade de
SCHILDER para englobar infimeras condiçoes patolõgicas da subs-
A 4 A
tancia branca do cerebro tem levado, com freqüencia, E inves-
tigações clinico-patolõgicas superficiais que, como, conseqüšn
Í
cia, relega a segundo plano as outras enfermidades do hetero-
gëneo grupo das "Escleroses cerebrais Difusa".
ó
R E S U M O
Y
Os autores relatam um caso de Enfermidade de Schilder
diagnoštícado no Hospital Infantil Joana de Gusmão,
nõpolis, no ano de 1981. Tanto pelas manifestaçoes
quanto pelos achados laboratoriais, caracterizou-se
em Floria-
clinicas '
a forma
progressiva, da doença com sinais e ou sintomas de
psíquicas, de envolvimento do trato piramidal e dos
co e auditivo. Não foi constatada associação com in
4
adrenal. O diagnostico clinico foi reforçado pelo e
mo-patolõgico.
São comentadas as possibilidades etiopato
.
`
‹' « 4 . ¢ f ó . ^
aspectos clinico-patologicos, o diagnostico diferen
dificuldades na sua classificaçao.
A finalidade do presente trabalho ë alert
mento clinico para essa entidade rara que afeta a s
branca cerebral difusamente e cuja frequência parec
bem dimensíonada. alteiaçoes tratos opti VJC l"h pa. Õ pl. (9) DÕ H. N xame anãta- A , genicas, os cial e as ar o pensa¬ ubstancia e, nao estar
ABSTRACT
The Authors Report a case of Schilder disease diag
nosed at Joana de Gusmao children's Hospital, in Florianõ-
polis City, in the year of 1981. The progressive form of
the disease-has been characterized, both by the clinical ma
nifestations as for the laboratorial's finolings, by signs
and or symptoms of psychic alterations, by the involvement
of the pyramidal tract and of the optical and auditive tra
cts. It has not been verified the association with adrenal
insuficiency.The clinical diagnasis hasbeen;reinforceid by
the histopathology. `
The authors comment the etiopathogenicspossibili -
ties, the clinical pathologic aspects, the diferential di- agnosis and the difficulties in its classification.
The aim of the present paper is to warn the clini-
cal thaugert towards this rare entity which afects the ce-
rebral white matter widely and whose frequency, does not
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Autor: Kotzias, Paulo Dam
Título: Enfermidade de Schilder : relat
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802489 Ac. 253736
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