UNIVERSIDADE
FEDERAL
DA
SANTA CATARINA
PROGRAMA
DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM
ENGENHARLA DE
PROUUÇÃO
O
CUSTO
GLOBAL DA
HABITACAO:
UM
ESTUDO DE CASO
NA
GRANDE
FLORIANOPOLIS
‹LISIANE
ILHA
LIBRELOTTO
F
1 ¡.
UNIVERSIDADE
FEDERAL
DA
SANTA CATARINA
PROGRAMA
DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM
ENGENHARIA DE
PRODUÇÃO
O
CUSTO
GLOBAL
DA
HABITAÇÃO:UM
ESTUDO DE CASO
NA
GRANDEFLORLANOPOLIS
LISIANE
ILHA
LIBRELOTTO
Lisiane Ilha Librelorto
O
CUSTO
GLOBAL DA
HABITAÇÃO:
ESTUDO DE CASO
NA GRANDE
FLORIANOPOLIS
Esta dissertação foi
julgada
adequada
para
aobtenção do
'Títulode Mestre
em
Engenharia de
Produção
(Área de Concentração:
Avaliação eInovação
Tecnológica), eaprovada
em
suaforma
final
peloPrograma
de Pós-graduação
em
Engenharia de
Produção.
4'
Prof. Ricardo `randa arcia, Ph.D.
Coord
ador oPPGEP
BANCA
EXAMINADORA:
Gregório
~s
Rados, Ph.D. - OrientadorAnt
!Cez
‹| omia,Dr
\
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AK
/Roberto de ;1;véâfz,/izhf:"/_Z:_// íazííéšzmz/øaw
f iCristine cio
Nascimento
Mutti,Msë.
/Í
/z r
AGRADECIMENTOS
Aos meus
pais, Edilamar e Ivanir,por
todoo
seu amor, apoio e compreensão, quemesmo com
osmomentos
dificeisda
vida, não desistiram de lutar, incentivando-meem
todas as horas, ajudando a transformarmeus
sonhosem
realidade. Àqueles que partiram,mas
deixaram as recordações de suas vidascomo
exemplos
a serem seguidos.A
Paulo Cesar Ferroli pela alegria de todos os nossos dias juntos, pelo seucompanheirismo e dedicação, estando ao
meu
ladoem
todos osmomentos
destaminha
jornada.Espero
ser estauma
jomada
eterna ao seu lado.A
meu
orientador, Gregório Varvakis, pela oportunidade concedida àminha
vida profissional, conselhos e incentivo para a realização deste trabalho.`
À
Professora Cristinedo Nascimento
Mutti por seuexemplo
de dedicação e por sua colaboraçao na obtençao de recursos para esta pesquisa.Finalmente, a todos, amigos e colegas, que de
alguma
maneira contribuíram para arealização deste.
`
SUMÁRIO
RESUMO
... _. ivABSTRACT
... _.v
LISTA
DE
TABELAS
... ._ viLISTA
DE-FIGURASM
... _. _ viiCAPÍTULO
1 -Introdução ... ._ O1 1.1 Introdução ... ._ 01 1.2 Objetivos ... ._04
1.3 Justificativa ... _.O4
1.4 Estrutura da dissertação ... __ O5 1.5 Limitaçõesdo
-trabalho ... _. O5CAPÍTULO
2
-
Habitação:uma
visão geral ... _. «O72.1
Uma
breve retrospectivas históricas ... ._ 072.1.1
A
habitação ... ._O7
. 2_1_2_O surgimento das cidades ... _. O9
2.2
O
custo global da habitação ... ._ 131
2.2.1
A
dimensão abrigo ... _. 162.2.1.1
As
empresas.. ... _. 172.2.1.2 Projeto ... ... _. 23
2.2.1.3 Custos, orçamentos e estimativas ... _.
27
2.2.2
A
dimensão acessibilidade ... ._ 312.2.3
A
dimensãoocupação
... __34
CAPÍTULO
3-
Processo e problemática habitacional ... ._37
3.1
O
processo habitacional ... __37
3.2
A
problemática habitacional ... _.48
3.2.1
A
indústria da construção ... _. 483.2.2 Complexidade da acessibilidade e
ocupação
... _.56
CAPÍTULO
4-
Metodologia da pesquisa ... ._ 594.1 Metodologia ... ... _. 59
4.2 Hipóteses da pesquisa ... __
60
4.3
O
questionário ... _. 614.3.1
A
pesquisa quantitativa e qualitativa ... ._64
'
4.3.2
Forma
de obtenção dos dados ... _. 65CAPÍTULO
5-
Estudo
de caso na região de Florianópolis ... _. 735.1 Caracterização da área de estudo ... .. 73
5.1.1
A
Grande
Florianópolis ... ... ._ 735.1.2
O
município de Florianópolis ... _. 745.1.4
O
município deBiguaçu
... ._5.2 Caracterização da amostra ... ..
5.3 Resultados para o município de Florianópolis ... __
5.4 Resultados para o município de
São
José ... ._5.5 Resultados para o município de
Biguaçu
... ._5.6 Resultados gerais ... ._
CAPÍTULO
6-
Diagnóstico ... ... _. 6.1 Diagnóstico ... _. 6.1.1 Abrigo ... _. 6.1.2 Acessibilidade ... ._ 6.1.3Ocupação
... ._CAPÍTULO
7 - Conclusões e recomendações ... _.7.1 Conclusões e recomendações ... _.
7.1.1 Sobre as hipóteses da pesquisa ... ._
7.1.2 Sobre a metodologia ... _.
7.2 Sugestões para trabalhos futuros ... _.
7.3 Consideraçoes finais ... ... ... ._
REFERÊNÇLAS
BIBL1oGRÁF1cAs-.----.--- -_ - _- - - - _Anexo
1 ... _.Anexo
2 ... ..Anexo
3 ... ..Anexo
-_ -- - - -_ -..--..-_--- - - - _Anexo
5 ... ._ 76 7779
ss90
93 9696
96
97
100 104 104 104 106 106 107 103 113 120 122 135 137RESUMO
A
mudança
dos padrões de vidado
homem
moderno
fazcom
que a habitação deixe de serapenas
um
abrigo para tomar-seum
instrumento da interaçao entre o ser e omeio
em
queeste se insere.
Sob
esse aspecto deve-se analisar todas as conseqüências da escolha dahabitação, considerando os custos e problemas associados ao processo habitacional. Nesta pesquisa, a habitação é, vista
como
um
somatóriodo
abrigo, da acessibilidade e daocupação.
Em
abrigo, considera-se a parte fisica,boa
o suficiente para proteger dasintempéries, proporcionar conforto e bem-estar.
Como
acessibilidade considera-se a facilidade de obtenção de energia eletrica, rede de água e esgoto,bem como
.o acesso aotrabalho, escola, comércio e lazer.
A
palavra ocupação, sugere otempo
de permanência nahabitação, que deve ser longo o suficiente para valer a saída. Estas dimensões necessitam
estar
em
conformidadecom
as condições financeirasdo
usuário.Sob
este aspecto, adefinição de sub-atributos para todas as dimensões da habitação a tim de
melhor
precisarseus custos toma-se imprescindível. Para abrigo alguns dos sub-atributos são os custos
iniciais da construção,
em
acessibilidadetemos
os custos dos sistemas urbanos e, paraocupação, tem-se os
pagamentos
pelo uso.É
nessenovo
contexto, utilizando a mais nobrequalidade
do
homem
-
a criatividade - que o projetista deve cumprir seu papel, buscandosuperar seu mais
novo
desafio: projetar visando a interação ambiente-usuário.A
visualização de todas as dimensões da habitação e sua adequaçãocom
as necessidadesdo
\
ABSTRACT
The
man
lives in constant evolution, and in the last decades, these transformationsaccelerate in an exponential
way,
with countless innovations introduced. in its habitat.The
housing, usuallyknown
in oneof
its dimensions, the shelter, represents one of the mostimportant creations of the man's technical and intellectual evolution, facilitating the survival of the
human
speciesfrom
North to South of the terrestrial globe.The
housingterm for this
work
considers three dimensions: shelter, access and tenure. In shelter, it isconsidered the physical part,
good enough
to protectfrom
thebad
weather, to providecomfort and well-being.
As
access it is considered the easiness of obtaining electricity,Water and sewer, as well as the access to the work, school, market and amenities.
The
tenure, suggests the time
of
permanence
in the housing, that shouldbe enough
long to beworth the
move
and also represents the costs associated to leave it.The
present researchaims to offer a
view
for quantification, in cost terms, of these three dimensions.The
research offers the bases for product design (houses) that serve as an element that integrates the
man
and the environment, considering thewhole
product life cycle.Furthermore, it is possible to have an feedback for urban planning, housing assessment,
quality and cost performance under the user point of view.
Tabela 2.1 Tabela 212 Tabela 311 Tabela 3,2 Tabela 3.3 Tabela 3.4 Tabela 3.5 Tabela 3.6 Tabela 4.1 Tabela 4.2 Tabela 4.3 Tabela- 4.4 Tabela 4.5 Tabela 5.1 Tabela 5,2 Tabela 5.3 Tabela 5.4 Tabela 5z5 Tabela 516 Tabela _7 Tabela 5.8 Tabela 5,9 Tabela 6.1/
LISTA
DE
TABELAS
Lista de
checagem
para avaliação de sistemas construtivos ... __26
Participação das diferentes redes de infra-estruturas
nos
custos totais dos sistemas urbanos(%)
... ._32
Perdas de materiais
em
empresas daGrande
Florianópolis ... ._ 53Distribuição das atividades para os operários da construção civil __ 54
Distribuição dos custos
em
relação aos elementos deuma
obra 55Curva
ABC
-
Insumos
quecompõem
a classeA
... ... ._ 55Perdas
de
materiais e mão-de-obra ... ._ 56Função econômica
-
Custos da habitação ... _. 57Estrutura
do
questionário~
geral ... _.62
Estrutura
do
questionário -individual ... _. 63Planilha para
armazenamento
dos dadosdo
questionário geral para Florianópolis ______________________________________________________________________ __66
Planilha para
armazenamento
dos dadosdo
questionárioindividual para Florianópolis ... ._
66
Preço
da
Cesta Básica para Supermercadosda Grande
Florianópolis ... ._ 71
Distribuição da população na
Grande
Florianópolis ... ._ 73Distritos
do
Município de Florianópolis _____________________________________ _. 74Evolução dapopulação
totaldo
município de Florianópolis _______ ._V
75
Distritos
do
município deSão
José ... ._ 76Distritos
do
município de Biguaçu ... __ 76Caracterização dos moradores ... _. 78
Panorama
encontrado para o municipio de Florianópolis .... ... ._ 80Panorama
encontrado para o município deSão
José ___________________ _. 86Panorama
encontrado para o municipio deBiguaçu
___________________ _. 91Figura 1.1\ Figura 2. l~ Figura 2.2 Figura 2.3 Figura 2.4 Figura 2t5 Figura 3.1 Figura 3.2 Figura 3.3 Figura 3,4 Figura 3.5 Figura 3,6 Figura 3.7 Figura 3.8 Figura 3.9 Figura 3.10 Figura 3.11 Figura 4.1 Figura 5.1 Figura 5.2 Figura 5.3 Figura 5.4 Figura 5.5 Figura 5.6 Figura 5.7 Figura 5.8 Figura 5.9
LISTA
DE
FIGURAS
As
três dimensoes da habitação ... ._ O3Hierarquia dos processos ... _. 17
A
Segunda Curva
... ._20
Evolução da equação para
formação
de preços ... ._28
Custo
da
rede dedrenagem
pluvialem
funçãodo tamanho
da áreade
drenagem
... __ 33Custo por família
em
dólares dos serviços urbanosem
relação àdensidade ... 35
Dimensões da
habitação ... _.37
Processo habitacional ... _.
39
Processo para a
produção do
abrigo ... ._40
Processo para acessibilidade ... ._ 41
Processo para
ocupação
... ._ 41O
processo habitacional ... ._ 43Custos associados ao ciclo de vida de
um
produto ... _.44
Efeitos das diferentes fases
do
ciclo de vida sobre ocomprometimento do
custodo
produto ... _.45
Habilidade para influenciar custos ao longo
do
tempo
... ._46
Visão geral das atividades
do
PCP
... ... ..47
Hierarquização dos planos ... ._
47
As
hipóteses da pesquisa ... _.60
Distribuição da amostra na
Grande
Florianópolis ... .. 77Renda
familiarmédia
para Florianópolis ... _. 81Custo global da habitação para Florianópolis ... ._ 82
Custo das três dimensões
da
habitação ... .. 83Correlação custo x rendas para Florianópolis ... _. 84
Correlação custo global
x
índice de satisfaçãodo
usuário paraFlorianópolis ... ._ 85
Renda média
paraSão
J ose' ... __87
Custo global da habitaçao para
Sao
José ... ... _. 87Figura 5.10 Figura 5.11 l Figura 5.12 Figura 5.1~3 Figura 5.14 Figura 5.15 Figpra 5.16 ~ ~
Correlaçao Custos
x
rendas paraSao
José ... _.Correlação custo global
x
índice de satisfaçãodo
usuário paraSão
José ... .L ... ._Custo global da habitação para
Biguaçu
... ... ..Custo das três dimensões da habitação para Biguaçu ... ..
Relação entre os custos da três dimensões da habitação e tipo de
moradia ... ..
Relação entre os custos das três dimensões da habitação e a renda
familiar
média
... ..Correlação custo global
x
renda familiarmédia
para Florianópolis,São
José e Biguaçu ... .[. ... ..cAPíTuLo
1 -|NTRoDuÇÃo
1.1
Introduçao
Segundo
a teoria científica proposta pelo naturalista CharlesDarwin
sobre a origem eevolução do
homem,
este teria se originado deuma
espécie semelhante aosmacacos
elevado milhões de anos para descer das arvores e descobrir os metais. Passados cinco
milênios, o
homem
descobriu as primeirasmáquinas
eem
dois séculos inventava ocomputador. Este último,
num
intervalo de quarenta anos, passoudo
tamanho
deuma
sala,a caber na
palma
damão;
O
homem
viveem
constante evolução e, nas últimas décadas, estas transformaçõesaceleram-se de maneira exponencial.
As
novas tecnologias estão provocandouma
revolução na qualidade de vida das pessoas.
O
mais correto é afirmar que as novastecnologias elevaram o padrão da qualidade de vida
do
homem,
com
inúmeras inovações introduzidasem
seu habitat. Entretanto, o progresso traz outras conseqüênciascom
efeitosdiversificados, tanto positivos
como
negativos.Entre todas as novas tecnologias, destaca-se a invenção
do
automóvel.O
primeiro veículocom
motor
decombustão
interna foi apresentadoem
1885 peloalemão
Karl Benz, sendoque
em
1900, os carroscomeçaram
a ser vendidos.A
partir destemomento,
gerou-se anecessidade de toda
uma
infra-estrutura, baseadaem
rodovias, pontes, postos de gasolina, restaurantes, hotéis, policiamento, entre outros.A
facilidade delocomoção
fez as pessoastrocarem o centro da cidade pelos subúrbios. Este
fenômeno tomou-se
mais perceptível nosCapítulo 1 - Introdução 2
A
princípio, na década de 50,quando
o preço dos combustíveis à base de petróleoeram
baixos, o
fenômeno
de segregação das cidades não assumia grande importância. Porém, a partir da década de 70,com
a crise dos combustíveis, estesmodelos
de cidades entraramem
colapso.A
energia farta e baratacomeça
a extinguir-se exigindo a adoção de espaçosurbanos mais compactos,
minimizando
o desperdício detempo
e dinheiro, proporcionandobem-estar aos seus usuários. Grandes cidades já estão sendo remodeladas buscando a
revalorização e reutilização de importantes áreas.
As
cidades existiam antesdo
adventodo
automóvel, surgiramcomo
resultado doagrupamento
de pessoas próximo ao cruzamento de rotas comerciais.Segundo Lewis
Munford
apud Oliveira [OLI96], “cidade é essencialmenteum
local para atividades mistase diversificadas”.
Porém,
atualmente, a facilidade delocomoção
leva à criação de espaçosurbanos discriminados, seletivos e
homogêneos,
gerandouma
população marginal,sem
condições de integrar-se social e economicamente. Esta
nova
perspectiva fere o que ascidades tinham de
melhor
e o motivo pelo qual elas surgiram, a riqueza da pluralidadedo
espaço urbano.
A
habitação e'um bem
de grande valor que muitas pessoas possuem,pensam
ou sonham
em
adquirirum
dia. Por envolverum
grande valor monetário, sua escolha deve estarbaseada
em
critérios firmes, que facilitem atomada
de decisão.Segundo Mascaró
[MAS75],
este e'um
tema
quevem
despertando interesses e polêmicasno
decorrer dotempo.
Na
primeirametade
deste século, importantes arquitetos motivados pela situaçãocriada pela Primeira Guerra Mundial (que causou danos fisicos à edificação), pela extensão das contradições (derivadas da necessidade de desenvolvimento) e pela reestruturação
urbana (agravada pelo
aumento
constante da necessidade de alojamentos), dedicaram-se aoestudo aprofundado deste assunto.
O
conceito de habitação engloba outros fatores que não se referemsomente
ao telhado e àsparedes que constituem
uma
casa.Segundo
Turnerapud
Oliveira&
Handa
[OLI95a], otermo
habitação enfoca três dimensões: abrigo (shelter), acessibilidade (access) eocupação
(tenure). Estas dimensões necessitam estarem
confonnidadecom
as condições financeirasdo
usuário (Figura 1.1). Existem dois tipos de consumidoresem
potencial paraCapítulo 1 - Introdução 3
para adquiri-la e o outro que necessita de subsídios para tanto. Entretanto, para
ambos
opreço é fundamental.
'
O
., l_
Abrigo
Ocu
ação
Acessibilidade
Figura 1.1: As três dimensões da habitação.
Para facilitar o acesso da população a moradias de qualidade, pode-se aumentar a renda do
consumidor
ou
reduzir o preço final.A
primeira alternativa depende de inúmeros fatores demaior amplitude,
como
a política governamental e interesses de terceiros, e a segundaopção, dar maior elasticidade ao preço ñnal
do
produto, depende da vontade empresarial.No
entanto, conformeMascaro
[MAS75]
“...não é minimizar custos que oempreendedor
privado terá por objetivo e sim maximizar lucros.”Embora
esta afirmação estejaum
pouco
fora da realidade de
mercado
atual, amesma
análisepode
sertomada
com
relação ao preçodo
produto. Hoje,um
empreendedor
que minimiza seus custos aumentará os seus lucros e não necessariamente reduzirá o seu preço final ao consumidor, a não ser que as condiçõesde concorrência
do
mercado
assim o imponha. Talvez a união deambas
as opções, vontade política e empresarial, gere as condições necessárias para o saneamento do déficithabitacional.
Sob
este aspecto, a definição de sub-atributos para todas as dimensões da habitação afim
de melhor precisar seus custos toma-se imprescindível. Para abrigo, alguns dos sub-
atributos são os custos iniciais,
onde
estão incluídos custos de construção, operação eCapítulo 1 - Introdução 4
esgoto, água pluvial, energia, telecomunicações; locomoção, e, para ocupação, tem-se os
pagamentos
pelo uso e manutenção.1.2
objetivos
O
objetivo geral deste trabalho é identificar e mensurar os custos da habitação,considerando as 'suas três dimensões (abrigo, acessibilidade e ocupação), de forma a
promover
a melhoria dos processos envolvidos.Como
objetivos específicos, pode-se citar: -1) definir e mensurar os custos relacionados ao abrigo;
2) definir e mensurar os custos relacionados à acessibilidade;
3) definir e mensurar os custos associados à ocupação;
4) propor
uma
metodologia que viabilize a aplicação da pesquisa, e5)
promover
a melhoriado
processo habitacional, baseando-se na funçãoeconômica
dahabitação.
1.3 Justificativa
A
necessidade damensuração
dos custos envolvidos nas três dimensõesda
habitaçãopode
levar à solução de muitos dos problemas sociais existentes, associados à marginalidade, ao
planejamento urbano e deficiências
do
transporte.Além
disso,conduz
à real possibilidadede obtenção de
um
modelo que
englobe os aspectos relevantes, assegurando a correção datomada
de decisão na escolha da habitação.Sua
importância resideno
diagnóstico detendências que poderão ser corrigidas
ou
melhoradas,mas
sobretudo conhecidas eentendidas.
O
estudo da ação antrópicaconduz
à racionalidadena
utilizaçãodo
espaço edos recursos. ~
Sabe-se ao certo, especificamente quanto à produção da habitação, referente à dimensão
abrigo, da necessidade da busca de
um
modelo
de custo,que
consiga rastrear asverdadeiras causas dos custos para garantir a melhoria contínua.
Mais do
que isso, é necessario obterum
instrumento gerencial que oriente osrumos
da construção civil eCapítulo 1 - Introdução 5
O
aumento
dos custos indiretos associados ao processo produtivo exige novas formas dealocação de custos,
que
venham
a contribuir efetivamente para a obtençãodo
lucro da0I`ga.I11Z21Ç30.
1.4
Estrutura
da
dissertação
A
dissertação está estruturadaem
sete capítulos, sendo que o primeiro capítulocontém
aintrodução ao custo global
da
habitação, objetivos, justiñcativa e limitaçõesda
pesquisa.O
capítulo 2 apresentauma
revisão bibliográficado
assunto, tendo comoifunção primordiala definição dos custos associados à habitação e fatores intervenientes
no
processohabitacional possivelmente geradores de custos, contendo
uma
descrição das metodologias existentes para determinação destes custos.Além
destes, aborda outros assuntospertinentes ao desenvolvimento desta pesquisa.
O
capítulo 3 descreve a problemática da pesquisa e estruturaçãodo
processo habitacional,baseado
no
conceito da habitação.O
capítulo 4 detalha a metodologia e as ferramentas a serem utilizadas para viabilizar aaplicação
do
estudo.A
aplicação práticado modelo
é apresentadano
capítulo 5, contendoum
estudo de casorealizado na
Grande
Florianópolis,com
a caracterização da áreaem
estudo e resultados obtidos.Nos
capítulos 6 e 7, apresenta-se o diagnóstico da situação encontrada, sugestões demelhoria
do
processo, considerações finais erecomendações
para fiituros trabalhos,antecedendo a bibliografia e os anexos.
1.5
Limitações
do
trabalho
As
limitações da pesquisadevem
ser devidamente esclarecidas, pois, devido à amplitudedo
estudo, muitos aspectos deixaram de ser consideradosou foram
apresentadosem
realidades parciais. Estas limitações estão relacionadas abaixo:Capítulo 1 - Introdução 6
- a pesquisa baseia-se na aplicação de
uma
metodologia simplificada para determinação dos custos das três dimensoes da habitaçao;- os dados coletados representam regiões da
Grande
Florianópolis, sendoque
a maioria daamostra é constituida por elementos
com
renda até 18 saláriosmínimos
ecom
instrução atéo segundo grau.
A
amostra foi limitada e de caráter exploratório, devido a escassez derecursos (fisicos e
humanos)
e impossibilidade de obtenção deuma
amostragem
aleatóriadado
a ausência de dados satisfatórios sobre a populaçãoem
estudo.Sendo
assim, a coletade dados foi realizada
em
duas escolas situadas na porção continental de Florianópolis,locais estes julgados adequados para obtenção de
uma
amostra representativa da regiãoem
estudo,
- dentro da função
econômica
da habitação, a pesquisa foi focalizada nos custos dahabitação para o usuário, desconsiderando fatores
como
o impactoeconômico
dahabitação (aquecimento da economia)
no mercado
de bens (móveis e eletrodomésticos) egeração de empregos,
bem
como,
não abrange estudos sobre ocomportamento
do preçodos imóveis
com
as flutuações da oferta e procuraou
pressão para melhoria da infra-estrutura basica associada a regiões mais valorizadas,
-
não
foram contabilizados todos os custos que incidem sobre a habitação, alguns de dificilmensuração
e impactoque
julga-se não significativos, aexemplo
dos
custo de acesso à locais de lazer, custodo
mobiliário, entre outros;'
- por ser de cunho social, o estudo encontrou muitas variaveis subjetivas, inerentes às
ciências humanas.
Quando
possivel, estas variáveis foram consideradas.No
entanto,buscou-se sempre. a facilidade de avaliação,
sem
perder de vista que o objetivo da pesquisaestá situado dentro da função
econômica
da habitação, focalizando seus custos,- a.pesquisa avaliou a satisfação
do
usuáriocom
a habitação deforma
simplificada,com
o intuito de fomecerum
comparativo entre as regiões estudadas. Ressalta-se,no
entanto,que
medições de «satisfaçãopodem
se tornar 'extremamente complexas, extrapolando osobjetivos deste estudo;
- os dados foram obtidos para algumas regiões da
Grande
Florianópolis e, portanto,representam realidades locais.
A
aplicação deste estudoem
outras regiõespode
serrealizada considerando as características das
mesmas,
e-
no
levantamento dos custos, considerou-se apenas aqueles que apresentam variaçõescAPíTu|.o
2
-
HAB|TAçÃoz
UMA
v|sÃo
GERAL
Neste capítulo apresenta-se a revisão bibliográfica sobre os assuntos pertinentes a este
trabalho. Para
melhor compreensão
de seu envolvimento, estes serão apresentados dentrode cada
uma
das dimensões da habitação, propiciando o desencadeamento e a união dosassuntos
normalmente
trabalhados individualmente.2.1
Uma
breve
retrospectiva
histórica2.1.1
A
habitação
A
habitação, conhecidacomo uma
forma
de abrigo, representauma
das mais importantes criações da evolução técnica e intelectualdo
homem.
Definida pela língua portuguesacomo
o lugarem
que se habita, possibilitou a sobrevivência da espéciehumana
de Norte aSul
do
globo terrestre. ''
Desde
o princípio, a habitação serve para proteger ohomem
dasameaças do meio
ambiente e de seus semelhantes. Atualmente, é conhecida popularmente
como
casa,residência, moradia, domicílio, vivenda, apartamento, entre outras denominações.
A
Organização das
Nações
Unidas(ONU),
define
habitaçãocomo
um
meio
ambientematerial
onde
se deve desenvolver a família, considerada unidade básica da sociedade[ENc9s].
-Os
primeiros abrigos utilizados foram as grutas e cavemas, datandodo
paleolítico inferior,tendo
como
seus ocupantes os hominídeos, precedidos pelohomo
neanderthalensís.Alguns
gruposhumanos
da
atualidade,conservam
o hábito de escavar abrigosem
paredõesrochosos
ou no
próprio solo. Este procedimento, ainda hoje, é observado nas proximidadesCapitulo 2 - Habitação:
uma
visão geral 8Todavia, estes abrigos naturais
possuíam
uma
série de inconvenientescomo
a umidade,má
localização e situação fixa, levando à busca de abrigos mais flexíveis. Assim, surgiram os abrigos artificiais, cuja criação foi inspirada nos ninhos dos animais.
No
princípio, os abrigos artificiais possuíamuma
planta ovalada,com
lareira e chãoem
nivel inferior aosolo dos arredores. Esta
forma
foi encontrada ao sul da Rússia.Em
12.000 a.C. surgiram habitações semi-subterrâneas,com
pilares de madeira ao centro sustentandoum
madeiramento
horizontal.A
cobertura constituía-se deum
composto
de paus roliços finos e terra. Este tipo de abrigopode
ser visto na Sibéria eem
alguns locais dos Estados Unidos.A
casa construída é mais recente e sua configuração depende de fatorescomo
materiais disponíveis, técnicas de construção, concepções de planejamento e arquitetura, atividadeseconômicas, gênero de vida e padrões culturais [ENC98].
No
Brasil, Africa, Ásia, Indonésia, Melanésia e Polinésia encontram-se formas de abrigoelaborados
com
troncos eramos
de árvores, entrelaçados e-usualmente amarradoscom
cipós, forrados
ou
nãocom
barro, folhas de palmeiras e palha.A
cultura brasileiradenominou
este tipo de abrigo de pau-a-pique.Com
o passar dos anos, foram surgindo casas feitas de tábua, pedra e adobe (o antecessordo
tijolo). Este último originou-se de regiões desérticas,onde
havia escassez de madeira etornou-se a partir de maior elaboração, o elemento básico na construção de moradias,
combinado
com
o ferro e o cimento.Fica evidenciada a capacidade
do
homem
de interagircom
omeio
ambienteem
que ocircunda através de sua morada. Hoje, a habitação é vista não só
como
o abrigo queprotege o
homem
das ações climáticas,mas como
a base para todas as suas atividadesassumindo
um
conceitobem
mais amplo.`
Graças à utilização de técnicas amenizantes, a habitação urbana tornou-se relativamente
independente das condições fisicas locais, poréin, tomou-se
também
um
instrumento quesalienta as diferenças sociais. Diferentes padrões de vida, criam profundos contrastes nas paisagens urbanas,
onde
habitações luxuosasconvivem
lado a ladocom
miseráveis habitações coletivas.Capitulo 2 - Habitação: urna visão geral 9
A
habitaçãomuda
de acordocom
o gostoda
época e da cultura da regiãoonde
está instalada, muitas vezes deixando de lado suas verdadeiras funções.Muitos
privilegiam sua aparênciaem
detrimento de sua real importância.Na
Europa,
entre moradias querespeitaram o estilo tradicional, vêem-se moradias de linhas
modemas
e estilos indefinidos.Nas
cidades americanas, ora o individualismo leva a convivência de vários estilosem
um
mesmo
espaço urbano, ora a produçãoem
série inviabiliza qualquer originalidade.2.1.2
O
surgimento
das
cidades
De
acordocom
Luz
[LUZ97],
“Pode-se dizer que cidade éum
meio
de expressão dospovos
que a constituem.As
cidades são centros de interaçõeshumanas
que precisam serotimizadas por serviços de infra-estrutura e outros aspectos intangiveis aparentemente
desimpoitantes,
como
a aparência.'A
cidade é aforma
definitiva, organizada ematerializada das necessidades, exigências, .direitos e deveres dos povos”. Logo, pode-se
afirmar que
uma
cidade é o aspectomacro
deuma
habitação,que
surgiu para atender àsnecessidades de seus usuários, visto ser a habitação
uma
base para todas as suas atividades.Os
primeiros núcleos urbanos datamdo
periodo neolítico,também
conhecidocomo
idadeda pedra polida,
quando
a produção agricola excedente das áreas rurais foi suficiente parasustentar trabalhadores
que
exercessem outras atividades que não aquelas dedicadas ao cultivo de alimentos.As
facilidadesda
vida coletiva levaram ao surgimento deagrupamentos sedentários, sendo seguido pelo uso de novas técnicas para criação de
moradias mais resistentes a ação do tempo.
Sendo
assim, utilizou-se materiais maisduráveis,
como
pedras e tijolos para confecicioná-las.As
primeiras cidades importantes surgiram naMesopotânia
em
tornode 3000
a.C., precedidas pelas cidades fenícias de Tiro e Sidon e a cretense Cnossos.A
existência deredes de infra-estrutura nas cidades é tão antiga quanto as
mesmas,
uma
vez que são partes indissolúveis destas.Em
torno de2000
a.C. ohomem
já realizava obras de captação,armazenamento
econdução
de água (canais de irrigação e reservatórios artificiais), aseguir
aparecem
as redes sanitáriascom
exemplos
em
Jerusalém eRoma
antiga eCapítulo 2 - Habitação: uma visão geral
i
10
Assim, as cidades surgiram para atender às necessidades de
um
grupo, visando a segurançae bem-estar das familias.
Não
foiincomum
o
nascimento de grandes cidadescom
baseem
fortificações militares.
A
.
Séculos adiante,
com
oaumento
da produtividade proporcionado pela revolução industrial,ocorreram profundas
mudanças na
-vida urbana. Primeiramente, aEuropa
e logo após,outras regiões
do
mundo
puderam
sustentar densas. concentrações demográficas. Estefenômeno
pode
ser notado nos séculosXVIII
eXIX, quando
o processo de industrializaçãoexigiu a concentração da mão-de-obra perto das fontes de energia e transporte.
Em
1850,menos
de7%
da população mundial viviaem
centros urbanoscom
mais de5.000 habitantes sendo que
um
século depois, esta porcentagem chega a30%
e nas naçõesindustrializadas atinge o dobro deste valor
[ENC98].
'
Especificamente no Brasil, a maioria das cidades brasileiras surgiram
como
povoados,com
poucos
habitantes,uma
ou
duas ruas e às vezesuma
pequena
praça,onde
se ergueuma
capela
ou
igreja. São estas as cidadesque
surgiram espontaneamente,como
conseqüência das incursões religiosas que visavam à catequização dos indios.No
iníciodo
período colonial, entre 1501 e 1530, ogovemo
português estabeleceu feitorias na costa brasileira, para servirem de pontos de escala e entrepostos ao comércio de pau-brasil, ressaltando a evidência de seu caráter militar, devido à construção de paliçadasque
garantiam a segurança dos povoados.As
construções baseavam-seno
trabalho escravoe na baixa tecnologia.
A
tipologia das edificações caracterizava-se por casas térreasno
alinhamento das ruas.
Existem
cidades brasileiras que tiveram suas origensem
fortes militares, centros decatequese, antigos
povoados
indígenas, arraiais formados pelo bandeirismo minerador,engenhos
e usinas de açúcar, fazendas de gado, bairros rurais,agrupamentos
ao redor de igrejas, estações ferroviárias, mas, sobretudo o principal fator que deu origem as cidadesfoi o cruzamento de rotas comerciais.
Todas
estas diferençasem
sua criação, explicam osCapítulo 2 - Habitação:
uma
visão geral 11Com
os imigrantes europeus,no
século XVIII, o trabalho passou a ser remunerado e omaterial era importado de outros paises.
Ao
longo do tempo, passaram a ser fabricados,aqui
no
Brasil, tijolos e estruturas metálicas.Começaram
a surgir as Cartas Régias queimpunham
normas
para a execução de construções, garantindoque
as cidades da colôniamantivessem
o aspecto da metrópole.A
generalizaçãodo
usoda
energia elétricano
fim
do
séculoXIX,
entre outros fatores, fezcom
que as cidades alterassem seu tamanho, forma e função. 'O advento dalâmpada
incandescente edo
gerador elétrico, a substituição da tração animal e da iluminação pública a gás, impulsionaram oaumento do consumo
de energia elétrica forçando osurgimento das primeiras redes de abastecimento.
O
usoda
energia elétrica iniciou oprocesso de verticalização das cidades,
no
momento
em
que permitia o transporte verticalde pessoas e a elevação de água aos andares.
Em
finsdo
séculoXIX
e iníciodo
séculoXX,
no
período correspondente à RevoluçãoIndustrial, a construção civil se
mantém
poralgum tempo
nos padrões que vigoraramno
século passado,
mas
logocomeça
a aproveitar-se dos recursosda
industrialização. Esteperíodo foi o principal responsável pela
mudança
do
caráter construtivo das cidades.A
gradativa mecanização das lavouras dispensava a mão-de-obra e provocava o
abandono
docampo,
enquanto a expansão desenfreada das cidades originava a crise habitacional.Não
somenteno
Brasil,mas
em
todo omundo,
a partirdo fenômeno
da industrialização, ascidades de concepção mais antiga, regidas pela força centrípeta,
começam
a ceder espaçopara cidades
menos
compactas, regidas pela força centrífiiga.Nos EUA,
onde
esta situaçaotomou-se
mais visível, ametade
da população urbanamora
auma
distância que varia entre30
e80
km
do
centro da cidade. Neste país, a qualidade de vida foi associada ao automóvele a locais de moradia
com
baixa densidade populacional.A
questão da densidade populacionalvem
sendoamplamente
discutida,no
entanto relacionar baixas densidades aum
aumento
da qualidade de vida não é exatamente veridico.O
processo de industrialização dos grandes centros, é a intensa migração campo-cidade,conhecida
como
“êxodo_rural”, ocasionaramuma
elevação dos preços dos terrenos nascidades,
dando
origem à construção de grandes empreendimentos. Este período foimarcado
por fortes especulações imobiliarias.Segundo Mascaró [MAS75], “As
novasCapítulo 2 - Habitação:
uma
visão geral 12forças econômicas que controlavam a
formação
da cidade tinhamcomo
única finalidade oinvestimento de capitais
com
lucros os mais elevados possíveis, obtidos através da utilizaçãomáxima
das áreas e total liberdadeem
responder asnormas ou
obrigações dequalquer tipo.”
Na
década de 60, omercado
imobiliário sofreuuma
crisequando
os financiamentos paraempreendimentos
foram reduzidos, devido às altas taxas de inflação vigentesna
época.Em
1964, foi criado oBNH
(Banco
Nacional de Habitação) e,com
issohouve
um
aumento
generalizado
do número
de construções, evidenciando a necessidade da elaboração deregras para incorporação, tanto
em
obras públicas (concorrências),como
particulares.Os
critérios usados para tipificação e especificação traziam resultados desastrosos para aépoca.
Até
a década de 70, o setor da construção civil, teve o Estadocomo
um
grande agentepromotor
do seu desenvolvimento.A
partirdo
início da década de 80, o Estado brasileiroperdeu a capacidade de financiamento,
com
reflexos na indústria da construção, fazendocom
que fossem criadas altemativas visando substituir a participaçãodo
Estado.Os
recursos, então, foram buscados junto aos investidores interessados que
dispunham
decapital. Criaram-se alternativas, parcelamentos de poupança, financiamentos diretos e o
sistema da construção
em
condominio.Sentindo a importância de padronizar os critérios adotados para a Construção Civil,
interferindo e ordenando as relações entre os envolvidos
no
processo habitacional, oBNH
delegou à
ABNT
a responsabilidade de definir critérios a tipificar as habitações tanto fisicaquanto economicamente. Este esforço originou a
NB-140/65,
que determinaum
método
expedito de calcular o custo unitário por metro quadrado da construção civil, através da
adoção
de projetos típicos de edificações.Ressurge a Incorporação Irnobiliária
com
onome
deCondomínios
Fechados,Condominio
a Preço de Custo ou, simplesmente,
Condomínio,
segundo resoluçãodo
BNH,
R/BNH
ng54/80.
Os
condomínios exigiramuma
regulamentação própriaque
contemplasse as caracteristicas inerentes à essanova
relação entre proprietários.A
mais abrangente é a Leing 4591, de 16.12.1964, Lei
do Condomínio
e das Incorporações Imobiliárias, que versa osCapitulo 2 - Habitação:
uma
visão geral 13Imóveis, protegendo o investidor. Esta Lei teve
como
objetivo o registro obrigatório daIncorporação
no
Cartório de Registrovde Imóveis e vincula incorporador - condomínio,através de contratos
por
empreitadaou
administração, estabelecendo regras para daconstrução do ediñcio,
como
estimativa de custos e orçamentos[ABN65], [ABN92].
Nos
anos que se seguiram, foram criadas outras regulamentaçõescomo
a Lei ng4864
de29.11.1965, que dispõe algumas alterações sobre
documentos encaminhados
aosRGI
e asvagas de garagem; o Decreto ng 55.815 de 08.03.1965 que estabelece
normas
para aescrituração dos registros criados pela Lei n94.591.; e a Lei ng 6.015 de 31.12.1973.
Apesar
deste esforçoem
regularizar a situação, as inúmeras crises, choqueseconômicos
epoliticas sociais incorretas agravaram o *déficit habitacional enfrentado pela população.
Atualmente, o déficit habitacional varia entre cinco e treze milhões de moradias,
dependendo
da metodologia de cálculo empregada, representando algo entre20
a 52milhões de pessoas que não disporiam de habitações adequadas.
As
variações nasavaliações são decorrentes das divergências de critérios entre as metodologias ao
classificar o local
como
uma
habitação,devendo
este satisfazer certas condiçõesmínimas
para ser reconhecidocomo
tal[VAS96].
2.2
O
custo
global
da
habitação
A
mudança
nos padrões de vidado
homem
moderno
evidencia o verdadeiro conceito dehabitação
como
um
instrumento da interação entre o serhumano
e o ambienteem
que este se insere.É
sob esta ótica que o projetista, utilizandouma
das mais nobres qualidadesdo
homem,
a criatividade, deve cumprir o seu papel e desenvolver moradiasque
respeitemeste principio básico.
Buscando
o significado* -das palavras, custo, segundo Martins[MAR82],
éum
gastorelativo a
um
bem
ou
serviço utilizado na produção de outros bensou
serviços.A
palavra globalassume
o sentido de integralizarou
totalizar.Quando
se falaem
custo globalda
habitação,não
se refere apenas ao custo da parte fisicada construção,
normalmente
o único levadoem
consideração para a aquisição deum
Capitulo 2 - Habitação:
uma
visão geral _ 14O
tenno Habitação enfoca três dimensões: abrigo, acessibilidade e ocupação (J. Turner,em
Oliveira&
Handa
[OLI95a]).Em
abrigo, considera-se a parte fisica,boa
o suficientepara proteger das intempéries, proporcionar conforto e bem-estar.
Como
acessibilidadeconsidera-se a facilidade de obtenção de energia elétrica, rede de água eesgoto,
bem como
o acesso ao trabalho, escola, comércio e lazer.
A
palavraocupação
sugere otempo
depermanência na habitação, que deve ser longo o suficiente para
compensar
osinvestimentos realizados durante o ciclo de vida habitacional. Representa a garantia
do
usuário.Sendo
assim, o custo global da habitação sugere a quantificação de todos os gastosrelativos a bens e serviços envolvidos
no
conceito da expressão.Todas
dimensõesda
habitação necessitam estarem
conformidadecom
as condições financeirasdo
usuário.A
elas,
podem
ser associados atributos e sub-atributos que facilitam o entendimentodo
processo.Infelizmente,
no
Brasil eem
outros paises, estas dimensões sãopouco
consideradas.Normalmente,
as pessoas,quando
adquiremuma
moradia, nãolevam
em
consideração todas as suas necessidades e, conseqüentemente,deixam de
considerar todos os custosenvolvidos que,
embora
não sejam visíveis,podem
tornar-se onerososcom
o decorrerdo
tempo.
Conforme Luz
[LUZ97],
a necessidadedo
homem
em
organizar o espaçoocupado
pelosassentamentos urbanos deu origem ao planejamento ñsico-territorial e sua evolução
acompanha
o desenrolar da históriada
civilização, assumindo enfoques variadoscom
odecorrer
do
tempo.A
Carta de Atenas, elaboradaem
1933, conclui que as chavesdo
urbanismo se encontramnas funções habitar, trabalhar, recrear e circular. Mascarello, citado por
Luz
[LUZ97],
define
estas quatro funções como:“l)[habitar] assegurar aos
homens
alojamentos sadios, quer dizer, lugaresem
que o espaço, o ar puro e o sol, três condições da natureza, estejamamplamente
garantidas;2)[trabalhar] organizar os lugares de trabalho de
modo
que,em
vez de seruma
Capítulo 2 - Habitação: uma visão geral 15
3)[recrear] prever as instalações necessárias para
uma
boa
utilização de horas livres, fazendo-as benfeitosas e fecundas, e4)[circular] estabelecer o vinculo entre essas diversas organizações por
meio
deuma
rede circulatóriaque
assegure os intercâmbiossem
deixar de respeitar as prerrogativasde cada
uma
delas.” ~O
planejamento das cidades deve levarem
conta a satisfaçãodo
usuário na' habitação.A
relatividade da idéia
da
satisfaçãoemerge quando
moradorespodem
adaptar sua vida aoambiente e vice-versa, levando
em
conta suas necessidades básicas.É
necessáriauma
abordagem
pelo senso totaldo
conceito de habitação na formulaçãode
programas queigualem as condições
do
usuário epermitam
a flexibilidade para o ambiente construído.Oliveira
&
Handa
[OLI95a], Oliveira et al. [OLI95b] e. Oliveira [OLI96], apresentamdeficiências de alguns
modelos
de planejamento urbano.O
autor cita omodelo
de subúrbio norte-americano, osuburban
sprawl, que não considera por igual as necessidades dos usuários.Segundo
o autor, estes arranjos urbanos não são projetados para os pedestres eimpossibilitam
um
estilo de vida acessível para estes. “Neste arranjo, as áreas residenciaissão segregadas radicalmente das áreas comerciais e industriais.
Toda
e qualquer atividadedas pessoas dentro desses arranjos urbanos é mais dispendiosa
do que
seriaem
arranjos tradicionais, pois o transporte individual é imprescindível jáque
o coletivo ficainviabilizado;” [OLI96].
Estes
modelos
urbanos se caracterizam pela presença de grandes avenidas e super-quadras,aumentando
as distâncias a serem percorridas e a dificuldadeem
se fazer retomos.As
casas são projetadascom
grandes garagens na frente, extraindo-seum
pouco
dahumanidade
que a habitação deveria manifestar. Segundo. Oliveira [OLI96], “Istotem
refiexos significantes
no
custo da habitação,bem como
na qualidade de vida eno
desempenho
da economia, dpois, assimcomo
mais caros de serem construídos, esses sistemas são os mais caros de manter econsomem
maistempo
de seus moradores”.Como
resultado destas cidades planejadas, não seobservam
pessoasandando
nas calçadas,os carros
passam
a ser imprescindíveis.As
crianças nãotêm onde
brincar etomam-se
extremamente
dependentes dos adultos para ir ate' a casa dealgum amigo ou
à escola; asCapítulo 2 - Habitação:
uma
visão geral 16ser mais produtivas.
Os
mais idosostambém
tornam-se dependentes, pois, para chegar aocomércio
sem
um
automóvel, são longas as distâncias a serem percorridas e não existemlocais para lazer
próximos
às residências.O
piorde
tudo éque
estesmodelos
estão sendo, insensatamente, importados para países mais pobres.No
Brasil,temos
oexemplo
da cidadede
Brasilia. -Holanda
e Paviani, citados por Rio [RIO90], referem-se a Brasíliacomo
um
ambienteurbano
muito pobre.Segundo
os autores, “nestanova
cidade,rompendo
com
as tradiçõesque 0
urbanistanão
considerou dignasde permanecerem
reproduzidas, não existe apossibilidade para ambientes urbanos mais semelhantes ao que a população espera de vantajoso
em
uma
cidade normal: variedade, flexibilidade, oportunidades múltiplas, distâncias faceis para o pedestre, tipologias arquitetônicas variadas e elementos sócio-culturalmente vitais,
como
esquinas, botequins, praças e ruascom
usos mistos e bastanteanimação
urbana.”Nos
paisesem
desenvolvimento, a criseda
habitação é vista apenascomo
uma
carência demoradia
e se pesquisam novas tecnologias para redução de custos. Isto não é suficiente.É
necessario planejar
o
espaço urbano paraque
não existam areas super valorizadas,que
setomem
estratégicas devido à proximidade de escolas, áreas comerciais e trabalho. Este fatogera
uma
população carente e marginalizada dos centros urbanos, refugiadaem
áreas maisacessíveis à sua condição econômica, por
uma
questão de sobrevivência eacabam
sofrendo as conseqüências.
A
quantificação dos custos associados às três dimensõesda
habitação é importante para odesenvolvimento de novas idéias sobre planejamento urbano,
desempenho
habitacional,qualidade e custos
da
habitação sobre o enfoquedo
usuário. .2.2.1
A
Dimensão
Abrigo
Por
abrigo, entende-se a parte fisica da construção,que
tem como
função resguardar oespaço interior das intempéries, agir
como
uma
barreira climática e acústicaCapítulo 2
-
Habitação:uma
\dsão geral 17Nesta dimensão estão inseridos alguns dos aspectos que
assumem
grande importânciano
custo global
da
habitação.Não
hácomo
falar sobre estadimensão
sem
reportar-se à construção civil, tendoem
vista ser este o setor da indústria responsável pela elaboração deste produto. `'
2.2.1.1
As empresas
A
produção da habitação toma-se viável através deum
processo.Segundo
oGAV
-
Grupo
de Análise
do
Valor[GAV97],
“o processo é -constituído deum
grupo
de atividades interrelacionadas e caracterizadas porum
conjunto de entradas específicas.” Obtidoum
macroprocesso (visão geral), pode-se subdividi-loem subprocessos relacionados de
uma
forma
lógica e, consecutivamente, continuar a detalhá-loem
nívelde
atividades e tarefas(Figura 2.1). ;¿;iâ§z§2|2.Rocssso.šiââfâ ._.⧧âf§â¿zâf.;âfffz~- _ i'ÍÍiiÂÇÍÍÍÍÍÊfifÍÍ'í ;i;;§šííÉš;?§$U3PR0CE$$Q$šÊͧÊÉÍÊÊÍÍ'fʧ§*f§' ÊÍÊÍÊÊÊÊÊÊ Í. . ÊÉÊÊÊÊÊÊÊÊÍ:;¡Í553Í3:1:1:¡:Í:f:fz...ͧʧʧʧʧE;z -'z55ÊÍ'ÊÍÊ5`Ê55Ê€ÊÊÊÊÍÍÊ 1. ..
E---*f¡..¡.
...Í`Íz>,IEEfE55Eš` lg ^ 5 -_ "=E=š=E=E1515=E1šfi%iz=zI:1z2:2z2š2§2š -z; z-jff5;,§;';;j;';;¿_;;§j'l=II *I--1âzzi§;âf'=§z â§â.;if1§â;T-AREFA:siz.zzâ_Figura 2.1: Hierarquia dos processos.
Fonte:
GAV
[GAV97].Para gerir o processo, a empresa/organização necessita estar integrada
deforma
sistêmica.Organização é
um
vocábulo quepode
apresentar-secom
váriossentidos.Da
etimologia dapalavra, seu radical grego
organon
significa instrumento.Sendo
assim, organização é aação de criar
um
sistema estável de relações entre diversos elementos, capaz dedesempenhar
determinada funçãoou
produzir determinado efeito.Num
outro sentido, significatambém
a instituição que resulta desta ação criadora.Capitulo 2 - Habitação:
uma
visão geral 18As
empresaspossuem
um
ciclo de vidaque
pode
sercomparado ao
de organismos vivos.Elas nascem, crescem e
morrem,
sendo que, durante estas etapas, apresentam problemastípicos que
devem
ser superados, afim
de evitaruma
morte prematura.As
etapasdo
ciclode vida das organizações, de acordo
com
Adizes [ADI90], são:Namoro,
Infância, Toca-Toca, Adolescência, Plenitude, Estabilidade, Aristocracia, Burocracia Incipiente,
'Burocracia e Morte.
Para
que
a organizaçãodesempenhe
sua fiinção, produzindoo
efeito desejado, é necessárioservir-se de recursos
que ajudem
a controlar todo o sistema, atuandoem
todas as fasesdo
processo, identificando desvios
em
sua rota e agindoem
suas causas para evitar quevoltem
a acontecer.
O
importante é evitar falhasno
processo, originadas por decisões equivocadas, ausência de planejamento e controle. Estas falhasaumentam
os custos,que
conseqüentementeserão repassados ao
consumidor
final.A
etimologia da palavra controle teveorigem
na Françano
séculoXV,
onde
rôle e contrerôle designava o ato
do
registro dedocumentos
e, para confirmação da operação, o contra-registro.
Mais
tarde, esta palavra assumiuo
sentido de vigilância.Na
Inglaterra, control significava dirigir, guiar, levar algo aalgum
lugar, notando-se aquium
resquíciodo
que hojechamamos
planejar.O
conceito de controlevem
evoluindo.Anthony
(apud Iudicibus et al. [IUD80]),em
1960,definiu controle
como
sendo“....um processo pelo qual a administração se certifica, namedida do
possível-, de que a organização está agindo de conformidadecom
os planos epolíticas traçados pela administração.” Para Silva [SlL90],
em
1987, “Controle é oprocesso administrativo que consiste
em
verificar se tudo está sendo feito de acordocom
o
que
foi planejado e as ordens dadas,bem como
assinalar as faltas e erros, a fim de repara-los e evitar sua repetição” e, para Salas [SAL97],
em
1997, “Controle,.., é necessáriocomo
instrumentoque
possa auxiliar osmembros
da organização a desenvolverem açõescongruentes
com
os interesses das partes.” «Note-se,
no
primeiro conceito, a ênfasena
conformidade;no
segundo, a importâncianao
está somente na conformidade,
mas
sim, na ação corretiva e,no
último, prevalece aintegração,
onde
toma-se importante conciliar os interesses de todos, enfatizando osCapítulo 2 - Habitação:
uma
visão geral 19evolução
do
controle para o autocontrole, deixando de lado a praga semântica da palavra,pois a idéia que se faz
do
controle é deuma
ação externa exercida sobrevocê
e não porvocê.
Para
Megginson
et al.[MEG86],
um
controle será efetivo apenasquando
a atenção foroportunamente dedicada à atividades apropriadas, os beneficios
forem
maioresque
oscustos, as medidas de controle exatas e devidamente aceitáveis para as pessoas controladas.
O
insucessono
controle se deve à ausência de técnicas e principios eficazes, falta de informatização e/ou sistematização e, muitas vezes, excesso de controle.'
Apesar
da evoluçãodo
controle, neste setor e, consequentemente, de suas atividadesassociadas, mostrar-se insuficiente
em
muitos aspectos, pode-se notar grandes progressosem
vários sentidos. Percebe-se a aproximação demudanças
para o setor da construçãocivil, que não passou
por
muitas transformações durante os últimos séculos,como
aconteceu
com
as demais indústrias. Inegávelporém
é a constatação da importância daaplicação do controle de gestão para garantir o
bom
desempenho
da empresa e daqualidade
do
produto final.Seja qual for o setor da indústria, o controle sobre a organização toma-se de fundamental
importância. Isto não quer dizer
que
esta atividade, inserida dentro das fiinções daadministração, deva ser imposta àqueles que serão controlados.
Os
novos
tempos, achamada
Erado
Conhecimento, indicamum
controle estratégicobem
mais flexível, o quenão
implicaem
perda na precisão,mas
simnuma
nova filosofia que
culmina naparticipação de todos, através
do
estabelecimento de sistemas de crenças (valores essenciais para a organização), de limites (riscos a serem evitados), de controle dediagnóstico (estabelecimento de variáveis criticas para o
desempenho)
e de controle interativo (incertezas estratégicas).As
novas tecnologias emudanças no
perfil mercadológico, quesurgem
rapidamenteno
final deste século,
vêm
provocar alteraçõesno
ciclo de vida das organizações. Estasmodificações
podem
serdenominadas
de segunda curva, conceituada por Morrison[MOR97], como
sendo “...o futuro, aquela representada pelas novas tecnologias, pelosnovos
consumidores enovos
mercados, que virão associar-se para geraruma
transformação abrangente e inexorável dos
métodos
de organização edo
funcionamento decapítulo 2 - rizbâzzzçâoiz
uma
visâo geral 20A
construção civil não constitui exceção à regra, cada vez maissurgem
tecnologiasque
tendem
a modificar o processo e a maneiracomo
ele é visto.Os
usuários estão cada vezmais exigentes e conscientes de seu papel: coletivamente e individualmente, influenciar a
indústria da construção. Eles fornecem incentivo
ou
desmotivação para a' inovação, eficiência e qualidade na construção.Uma
segunda curva aproxima-se da construção e,assim
como
ocorre o surgimento desta, curvas sucessivaspodem
consolidar-se a partir degrandes mudanças. A A segunda curva \< z - ` ` \ A próxima curva \ rgaitização \ \\ \ I \ I II / I /I ,I
I
/ -- /z' 1/ Flexibildade da o //'/
II' lÍ
I II
I | | | |_Í
"§
` _ _ _ __A primeira curva COYLÍUHYO de
`
mudanças
-J
Crescimento i Envelhecimento
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Ciclo de vida da organização
Figura 2.2:
A
segunda curva.Fonte adaptada: Morrison [MOR97].
Hoje, as empresas já
nascem
pulando etapasdo
ciclo de vida.Com
vultuoso capital,hardware, software e
humanware.
As
organizações estão saltando da primeira para asegunda curva, à
medida
que semovem
da estrutura hierárquica tradicional decomando
econtrole para a dinâmica mais fluida da organização descentralizada
que
dá poderes apequenos grupos para responder de maneira rápida e flexível, seja ela
um
chaord
[MOR97],
uma
rede de pescaou
uma
aliança de risco compartilhado.Mas,
apenas atitudes inovadoras não garantemum
bom
desempenho
e paraque
uma
empresa
obtenha sucesso dentro domercado
em
que
atua, esta fonnula as metas eobjetivos para o seu sistema produtivo e,
em
decorrência disto, planeja, direciona a açãodos recursos
humanos
integrados aos recursos fisicos eacompanha
estas ações para que possiveis desvios sejam percebidos e imediatamente corrigidos. Dentro da função planejar,estabelecem-se estratégias corporativas (definem estratégias globais), estratégias de
unidade de negócio ( áreas de negócio, organização e distribuição de recursos) e estratégias
funcionais.