EPIDEMIOLOGIA DAS MENINGITES BACTERIANAS
NO
HOSPITAL
INFANTIL
JOANA
DE
GUSMÃO
-
FLORIANÓPOLIS
-
SC
(1994
-
1998)
Trabalho apresentado à Universidade
Federal de Santa Catarina, para a conclnsão no Curso de Graduação
em
Medicina.
FLORIANÓPOLIS
EPIDEMIOLOGIA DAS MENINGITES EACTERIANAS
No
HOSPITAL
INFANTIL
JOANA
DE
GUSMÃO
-
FLORIANÓPOLIS
-
sc
(1994
-
1998)
Trabalho apresentado à Universidade -Federal de Santa Catarina, para a conclusão no Curso de Graduação
em
Medicina.
. r
Presidente do Colegiado: Dr. Edson J. Cardoso
Orientadora: Dra. Sônia Maria de Faria
J
FLORIANÓPOLIS
Agradeço
aosmeus
pais,Pedro
(inmemoriam)
e Marguri, por acreditaremnos
meus
sonhos e possibilitaremque
se tornassem realidade. Principalmente àminha
mãe,
uma
grande mulher,que sempre
me
incentivou eme
ensinou anunca
desistir. 'Agradeço
àminha
orientadora, Dra. Sônia pela atenção, dedicação eincentivo
na
conclusão deste trabalho.Agradeço
aomeu
colega enamorado
Rodrigo
pelocompanherismo,
carinho e pela ajuda
no
témiino demais
uma
etapa.Agradeço
a todosque
dealguma forma
contribuíram para a conclusão deste trabalho: Paulo,Ana,
Prof. Paulo Freitas, Juliana, funcionáriosdo
SAl\/[Edo
HIJ
G.1.
INTRODUÇÃO
... ..1 2.OBJETIVO
... ..5 3.MÉTODO
... ..ó 4.RESULTADOS
... ..s 5.DISCUSSÃO
... ..15 6.CONCLUSÃO
... ..22 7.REFERÊNCIAS
... ..23RESUMO
... ..2óSUMMARY
... ...asAPÊNDICES
... ..~.z»...'29Meningite,
um
processo inflamatóriodo
espaço subaracnóideo e dasmembranas
leptomeningeasque
envolvem o
encéfalo e amedula
espinhal,pode
ser determinada por diversos agentes etiológicos (vírus, bactérias, protozoários, espiroquetas, helmintos e fungos). Entretanto,no
nosso meio, as bactérias, osvírus e
o
Mycobacterium
tuberculosis são os agentes etiológicosque
assumem
importância relevante
na
etiologia das meningitesna
infâncial.A
meningite bacteriana,embora
reconhecida nos escritos de Hipócrates,foi inicialmente descrita clinica e patologicamente
no
iníciodo
séculoXIX.
Durante
mais
deum
séculona
era pré-antibiótica, as observações clírlióäscaracterizavam a
doença
pelo seu potencialendêmico
e epidêmico, pela ocorrência predominanteem
crianças e pelo seu curso quase invariavelmentefzúzúl.
Embora
a terapia antimicrobiana tenhamelhorado
dramaticamenteo
prognóstico dos pacientes
com
meningite bacteriana, esta enfermidade continua sendouma
importante causa demorbidade
e mortalidadena
infância2'3.Em
países desenvolvidos a taxa de mortalidade das meningites bacterianas após
o
período neonatal varia de
1%
a5%,
sendoque
30%
a50%
das criançasque
sobrevivem
àdoença desenvolvem
sequelas neurológicas permanentesz,que
estão relacionadas a vários fatores: idade
do
paciente, agente causadorda
doença,
demora
para instituiçãoda
terapia antimicrobiana adequada, respostado
hospedeiro edo
tempo
necessário para esterilizaçãodo
liquido cefalorraquidiano (LCR)3.Em
paísesem
desenvolvimento, principalmente nas regiõesonde
osrecursos propedêuticos e terapêuticos são limitados, a taxa de mortalidade tende a ser
mais elevada”
_Em
crianças maiores de 2meses
de idade as meningites bacterianas gerahnente são devidas aoHaemophilus
influenzae tipo b, Streptococcuspneumoníae
ou
Neíssería meníngítídis2'3”6'7'8.A
mais
dramáticamudança
na
epidemiologia das meningites bacterianas desde
o
advento dos antibióticosdeve-se ao uso
da
vacina anti-H. influenzae tipo b.Nos
EstadosUnidos o
H. influenzaeb
era o principal causador das meningites bacterianas até a introduçãoda
vacina contra este agente.Após
a introdução desta vacina (fmalda década
de 80) a N. meningitidistem
sido relatadacomo
principal agente causadorda
doença, seguida pelo S.
pneumoníaew.
A
infecção pelo H. ínfluenzae tipob pode
ocorrerem
qualquer idade,embora
historicamente a maioria dos episódios se dê antes de 2 anos de idade.Em
crianças vacinadas contrao
H. ínƒluenzae tipo b,em
crianças maiores de 5anos de idade e adultos, a meningite bacteriana geralmente decorre
da
N. meningítídísou
S. pneumom'ae2'3'6'7. Alteraçõesda
defesado
hospedeiroelevam
o
riscoda
meningite causada por patógenosmenos
comuns,
como
aPseudomonas
aeruginosa, Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, Salmonella e Listeria monocytogenesó.Um
importante fator de risco para meningite bacteriana é a resposta imunológica atenuada contra patógenos específicos inerentes à baixa idade.De
forma
que, a meningite bacteriana ocorrequando
a virulênciada
bactéria supera osmecanismos
de defesado
hospedeiros.O
passo inicial parao
desenvolvimento
da doença
é a colonizaçãoda
nasofaringe peloorganismo
patogênico, logo após
o
agente invade os tecidos locaischegando
a correntesanguínea
onde
passa a se replicar. Posteriormente, atravessa a barreirarapidamente, pois as concentrações de
complemento
e anticorposdo
LCR
são inadequadas para conter a proliferação bacten`ana2”I°.As
manifestações clínicasdependem
basicamenteda
idade,do
agenteetiológico e
do
tempo
transcorrido entreo
início dos sintomas e o atendimento médico,podendo
terum
cursoagudo agudo
e fulminanteou
ser insidioso8*“.Nas
criançasmenores
de 2meses o
quadro clínico é inespecífico.Recusa
alimentar, apatia, irritabilidade, hipotennia, cianose e convulsões constituem os achadosmais
comuns
estando os sinais de irritaçãomeníngea
(Brudzinski,Kemig,
Lasègue
e rigidez de nuca) habitualmente ausentes.Nos
lactentes, febre,vômitos, irritabilidade, sonolência, convulsões e
abaulamento da
fontanelaanterior são os achados
mais
constantes, sendoque
os sinaismeníngeos
nem
sempre
estão presentes epodem
ser de dificil interpretação. Já nos pré-escolares e escolares ocorre febre, cefaléia, vômitos, fotofobia, sonolência, confusão mental e os sinaismeníngeos
quasesempre
estão presentes. Manifestações cutâneas (petéquias, sufusões hemorrágicas)podem
estar presentesem
metade
dos casos de N. meníngitidís,
embora possam
ocorrerem
meningites por H. influenzae eem
etiologias virais.Assim
como
o choque
séptico presentes nasmeningococcemias
também
pode
ser evidenciadoem
outras etiologiasbacterianas” 1.
O
diagnóstico e o tratamento precoce das meningites bacterianas sãofatores imprescindíveis para a redução
da morbidade
e mortalidade, sendoque
apunção lombar
com
coleta deLCR
deve ser realizadaem
qualquer criançaonde
há
suspeitada
doença, exceto sehouver
contra-indicações a esteprocedimentozfi.
Macroscopicamente
nas meningites bacterianaso
aspectodo
LCR
é turvo,porém
quando
límpido,o
diagnósticode
meningite bacteriananão pode
ser descartado;A
citologia específica evidenciaum
claropredomínio
de polimorfonucleares.Os
níveis de glicoseno
LCR
habitualmente encontram-sedirninuídos e os de proteína elevados.
O
encontro de bacterioscopia e culturado
LCR
positivasconfirmam o
diagnóstico,mas
dependem
deuma
série de fatores,como
a precocidade diagnóstica, uso prévio de antibiótico,exame
imediatodo
LCR
e qualidadedo
laboratório6”“.O
teste de aglutinação pelo látex é altamentesensível e rápido para diagnosticar certos patógenos, e de grande utilidade
quando o
paciente recebeu antibioticoterapia prévia apunção
lombar, pois estetratamento
não
altera a sensibilidadedo
método6'l2'13.Conhecer
a epidemiologia das meningites bacterianasem
diferentes áreasgeográficas é fundamental para
o
planejamento de estratégiasque visem o
controle
da doença
(exemplo: vacinas).Infelizmente,
no
Brasil os dados epidemiológicos são escassos, devidotanto a falhas de notificação quanto de processamento dos dados.
Até
recentemente, as meningites bacterianas
eram
notificadas aos serviços de saúde públicacomo
meningites menjngocócicas e meningites bacterianas de outras etiologiasn,o que não
nos permitia conhecer a real incidência de agentescomo
H. ínƒluenzae tipob
e S.pneumoniaej
Buscando
conhecer a epidemiologia das meningites bacterianasem
crianças
da
grande Florianópolis,optamos
por estudar a casuísticada doença
no
Hospital Infantil
Joana
deGusmão
(1-IIJ G),que
em
última análise, reflete asituação
da
região, jáque
éo
único hospital de Florianópolisque
dispõe de unidade de doenças infecto-contagiosas e portanto, constitui-se referência parao
2.
OBJETIVO
Conhecer
a epidemiologia das meningites bacterianasem
criançasna
3.
MÉToDo
3.1.
CASUÍSTICA
Foi realizado
um
estudo retrospectivo, descritivo,onde foram
analisados552
prontuários de criançascom
diagnóstico de meningite bacteriana internadasno
Hospital InfantilJoana
deGusmão
U~IIJG)
no
periodo de 01/01/1994
a 31/12/1998.Foram
incluidas nesta casuística400
crianças por .preencherem os seguintes critérios: idade entre 2meses
e 14 anos, procedentesda
188 Regionalde
Saúde
de Santa Catarina” (apêndice l)com
análisedo
LCR
compatívelcom
meningite bacteriana.
Foram
excluídas 152 crianças pela presença deum
ou mais
dos seguintesfatores: idade inferior a 2 meses, predisposição à meningite bacteriana devido à
doença
neurológicaou
sistêmica de base, tratamento prévio para meningite, dados laboratoriais imprecisos parao
diagnóstico de infecção bacteriana eprocedência
além
dos mtmicípiosda
18a Regional deSaúde
de Santa Catarina.3.2.
PROCEDIMENTOS
O
perfil epidemiológico destas400
crianças foi descrito de acordocom
o
sexo, idade, distribuição sazonal e distribuição por ano, procedência, análisedo
meningococcemia,
tratamento utilizado (corticoterapia, antibioticoterapia enecessidade de
intemação
em
unidade de terapia intensiva(U
TI)), assimcomo
apresença de complicações durante a intemação, as condições
da
criançana
altahospitalar (cura, sequela, óbito) e
o
tempo
de intemação.Após
a coleta dos dadosno
protocolo pré-estabelecido (apêndice 2), estesforam
processadosutilizando-se
o
programa
EPI-INFO
6.04, sendo feita a análise atravésda
frequência e tabulação cruzada das variáveis de interesse.
Foi considerado
como
critério diagnóstico de meningite bacteriana a presença de bactériasno
LCR
identificadas pela cultura (meios agar sangue,Thay
Martin, agar telurito e thioglicolato), e/ou bacterioscopiacom
método
deGram,
e/ou teste de detecção de antígeno pelo látex.Nas
meningitesonde não
foi identificadoo
agente porum
destes métodos, considerou-se as alteraçõescitoquímicas
do
LCR,
associadasou não
a hemocultura positiva.Como
alterações citoquímicas indicativas de meningite bacteriana
foram
consideradas: pleocitose liquóricamaior que 1000
células/mms,com
predomínio
de polimorfonucleares (maiorque 50%),
concentração de proteínasno
LCR
maior
que 100
mg/dl
e relação glicoseLCR/glicose
sangue inferior a 0.6.Meningite bacteriana associada à
meningococcemia
foi consideradaquando o
meningococo
foi identificadono
sangueou
LCR
porum
dosmétodos
bacteriológicos citados
ou quando
a meningite se associava a lesões de pele tipopúrpura
ou
sufusões hemorrágicas,com
ou
sem
sinais de choque.Não
foram
incluídos neste levantamento os casos demeningococcemia
sem
meningite.O
acesso a estes prontuários foi feito atravésdo
Serviço deArquivo
4.
RESULTADOS
Das
400
crianças incluídasno
estudo,228 (57%)
eram
do
sexo masculinoe 172
(43%)
do
sexo feminino.A
idade dos pacientes variou de 2meses
a 14anos,
sendo
amédia
3 anos e 9 meses, amediana
2 anos e 8 meses.A
distribuição de acordo
com
a faixa etáriapode
ser observadana
tabela I.TABELA
I-
Distribuição dos400
casos de meningite bacteriana admitidosno
HIJ
G,no
período de 1994-1998,segimdo
faixaetária,
em
meses
(m) e anos (a).Casos de meningite bacteriana Faixa etária
N
%
2m'¬óm
53 13,2óm
¬ 12m
55 13,712m ¬ ism
23 7,0iam ¬
24m
36 9,0 za¬
sa 124 31,1 sa¬
14a 104 26,0 Total 400 100A
frequência de casos de meningite bacteriana por ano, nestes cinco anos de estudo variou de60
a 111 casos/ano,com
média
de80
casos/ano (tabela II).Sendo que
os casosforam mais
frequentesno
inverno 125 (31,3%), seguido por 100(25%) na
primavera,99
(24,7%)no
outono e76 (19%)
no
verão.TABELA
II-
Distribuição dos400
casos de meningite bacteriana admitidosno
HIJG,
no
período de 1994-1998,segundo
ano.A
no Casos de meningite bacterianaN
%
1994 97 24,2 1995 111 27,9 1996 óo 15,0 1997 71 17,7 1998 61 15,2 Total 400 100Dos
municípiosda
18a Regional deSaúde
de Santa Catarina” (apêndice1), Florianópolis foi
o
responsável por 187 (46,8%) dos casos (tabela III).TABELA
III-
Distribuição dos400
casos de meningite bacteriana admitidosno
HIJ
G,no
período de 1994-1998,conforme
município de procedência. Casos de meningite MunicípioN
%
Florianópolis 187 46,8 São José 76 19,0 Palhoça 48 12,0 Biguaçu 21 5,2 Outros 68 17,0 Total 400 100O
agente etiológico foi identificadoem
268
(67,1%) casos,em
75 (l8,7%) casosnão
pode
serdefinido
e,em
57
(14,2%) casos foi relatadomeningite bacteriana associada à provável
meningococcemia,
considerando asos agentes etiológicos
foram
identificados a N. meningítídís foi a responsávelpor 191
(713%)
casos, sendo ossorogmpos
B
eC
osmais
frequentes.O
H.ínfluenzae tipo
b
foi responsável por48
(l7,9%) casos e S.pneumoníae
25
(9,3%).
Além
destes,foram
identificados4
(1,5%) agentesmenos
comuns:
Escherichia colí,
Pseudomonas
aerugínosa, Staphylococus aureus e Streptococcus Y-hemolítico (tabela IV).TABELA
IV- Distribuição dos400
casos de meningite bacteriana admitidosno
HIJ
G, período de1994-1998,confom1e
a etiologia._ _ Casos de meningite bacteriana
Agente etiológico
N
%
N. meningitídísB
80 20,3 N. meningitídisC
69 17,2 N. meningitidis ns* 39 9,7 N. meningítidisA
3 0,7 N. meníngitidis provável** 57 14,2 H. influenzae tipo b 48 12,0 S. pneumoniae 25 6,2 Outros 4 1,0 Indeterminado 75 18,7 Total 400 100* N. meníngitidis não sorotipada
** associada à meningococcemia
Meningite bacteriana
meningocócica
ocorreuem
191 casos, sendoacompanhada
demeningococcemia
em
104 (54.4%), destes,57
(54.8%)apresentaram choque.
Dos
57
casos demeningococcemia
provável(sem
isolamento
do
agente) associada a meningite bacteriana,26
(45.6%) evoluíramTABELA
V-
Distribuição das meningites meningocócicas admitidasno HIJ
G,no
período de 1994-1998,segundo
ano.Agente etiológico 1994 1995 1996 1997 1998 N. meningitídis
B
N. meníngitidisC
N. meníngitidis ns* N. meningitidisA
18 21 12 17 12 19 36 7 5 2 8 6 6 8 9 2 1 Total 47 63 25 30 22*N. meningitidis não sorotipada
TABELA
VI- Distribuiçãodo
agente etiológico,segundo
faixa etária, nos400
casos de meningite bacteriana admitidos
no
HIJ
G, de 1994-1998,em
número
eporcentagem
(%).Etiologia
2m
¬
6m
6m¬
12m
12m-¬18m18m¬24m 2a¬
Sa 5a¬
14aN. meningítidis 25 (47,1) H. influenzae tipo b 7 (l3,2) S. pneumoniae 9 (17,0) Outros 3 (5,7) Indetenninada 9 (17,0) 25 (45,4) is (ó4,4) 21 (5s,4) ss (71,1) 71(ó5,2) 1s (32,9) 5 (17,s) 7 (19,4) 9 (7,2) 2 (1,9) 3 (5,4) 3 (1o,7) 1 (2,s) 3 (2,4) ó (s,s) 1 (1,s)
_
_
___
s (14,5) 2 0,1) 7 (19,4) 24 (19,3) 25 (24,2) Total ss (100) ss (100) 23 (100) só (100) 124 (100) 104 (100)A
culturado
LCR
foi realizadaem
313
casos, determinouo
agenteem
165 (6l,6%) e apresentou positividadeem
52,7%.A
hemocultura contribuiu detenninandoo
agenteem
7 (2,6%) casos. Jáo
testedo
látex foi feitoem
310
casos, positivo
em
112 (36,1%), sendoo
único testeque
identificou a bactériaem
53 (19,8%).A
bacterioscopia isoladamente determinouo
agenteem
43
(16%)
casos,no
entanto este teste foi realizadoem
todos os casos (400),sendo
positivoem
191 (47,7%) (tabela VII).TABELA
VII-Determinação do
agente etiológico, dos268
casos de meningite bacterianacom
agente identificado,segundo o
método
bacteriológico.
Agente etiológico Bacterioscopia Teste do látex Cultura LCR/sangue
N. meningitidís 34 24 133
H. ínfluenzae tipo b 4 18 26
S. pneumoniae 5 ll 9
Outros
_
4Total 43 53 172
Foi realizada corticoterapia (dexametasona)
em
374
(93,5%) crianças,sendo
que
otempo
de tratamento variou de 2 a 4 dias, tendocomo
média
3.5dias.
Em
relação a antibioticoterapia, das296
criançascom
idade igualou
inferior a 5 anos,
272
(9l,9%) criançasforam
tratadascom
cefalosporina deterceira geração, sendo a ceftriaxona utilizada
em
251
(84,8%) e a cefotaximaem
21 (7,l%). Já nas 104 criançascom
idade igualou
superior a 5 anoso
antibióticomais usado
foi a ampicilina ,em
68
(65,4%) crianças, seguida pelacefalosporina de terceira geração
que
foi utilizadaem
32
(30,8%).Intemação
em
unidade de terapia intensiva foi necessáriaem
139 (34,7%)casos, sendo
o
tempo médio
depermanência
igual a 2 dias.Complicações foram
relatadas
em
116(29%)
crianças,sendo o
total de l4l complicações (tabelaVIII).
As
sequelasda
meningite bacteriana detectadasno
momento
da
altahospitalar ocorreram
em
28 (7%)
crianças, sendoo
total de34
sequelas (tabela IX).Das 400
crianças incluídas neste estudo l8 (4,5%)foram
a óbito (tabela X).As
criançaspermaneceram
intemadas porum
periodominimo
de 5 emáximo
de42
dias, sendo amédia
8 dias, amediana
7 eo
desvio padrão 4.6TABELA
VIII-Complicações mais
frequentes nos400
casos de meningitebacteriana admitidos
no
HIJ
G,no
periodo de 1994-1998.Complicações
Número
PorcentagemChoque 93 66,1 Coleção subdural 15 10,6 Convulsões 1 1 7,8 Miocardiopatia 7 5,0 Ventriculite 5 3,5 Necrose de pele 5 3,5
Insuficiência renal aguda 2 1,4
Insuficiência respiratória aguda 2 1,4
Mielopatia cervical 1 0,7
Total 141 100
TABELA
IX- Sequelas de meningite bacteriana, nos casos admitidosno
HIJ
G,no
período de 1994-1998.Sequelas
Número
PorcentagemConvulsões 12 35,3 Déficit motor 6 17,6 Hidrocefalia 5 14,7 I-Iipoacusia 3 8,8 Atraso no
DNPM*
2 5,9 Ataxia de marcha 2 5,9 Miocardiopatia 2 5,9 Paralisia cerebral 2 5,9 Total 34 100 *desenvolvimento neuro-psíquico-motorTABELA
X-
Evolução
dos400
casos de meningite bacteriana admitidosno
HIJG,
no
período de 1994-1998,segundo
agente etiológico,em
número
eporcentagem
(%).Agente etiológico
Cura
Sequela Óbito TotalN. menzngzzzdzs 232 (93,ó) 6 (2,4) 10 (4,0) 24s (100) H. zzzflzzznzzze úpo b só (75) s (1ó.7) 4 (ss) 4s (100) s.
pneumomae
14 (só) 9 (só) 2 (s) 25 (100) outros 2 (50) 2 (50)_
4 (100) indeterminado 70 (933) 3 (4) 2 (27) 15 (100) Total 354 28 18 4005.
D1scUssÃo
Dos
400
casos de meningite bacterianaintemados
no HIJ
G
no
período de cinco anos (1994-1998), a maioria(57%)
ocorreuno
sexo masculino.A
literatura refere
predomínio
desta enfermidade neste sexo,sem
associaruma
causa específica para este fato2*4”5*8*13.
Em
relação a idadehouve
um
predomínio da doença
em
criançascom
menos
de 5 anos (74%), sobretudo naquelasmenores
2 anos (42,9%). Estes dadosconcordam
com
a literatura,que demonstra
nítidopredomínio
das meningites bacterianasem
crianças de baixa idade2'3”4'6'8'l2.Segundo
Feigin ePearlmanz a imaturidade fisiológica
do
sistema de defesado
hospedeiropode
explicar a
maior
incidênciada
enfennidadeem
lactentes jovens.Como
fatoresassociados à esta imaturidade citam-se: diminuição
da
capacidade bactericida efagocitária dos leucócitos polimorfonucleares, diminuição
da
atividade leucocitária aos fatores quimiotáticos, capacidade de opsonização deficiente,além
de alteraçõesna
morfologia dos leucócitos levando a motilidade debilitadadestes.
Deficiência
decomponentes do
sistemacomplemento
( Clq,C3
e C5),baixos níveis séricos de properdina e baixas concentrações de imunoglobulinas
A
eM
também
contribuem paramaior
incidência nestegrupo
etário.Quanto
a distribuição sazonal foi observadono
estudoum
predomínio
dos casos nosmeses mais
friosdo
ano,que pode
estar relacionadacom
amaior
frequência de infecções de vias aéreas superiores nesta
época do
ano, predispondo a invasãoda
mucosa
da
nasofaringe por qualquerum
dos patógenos envolvidosna
etiologia das meningites bacterianas7.Quando
observa-se a distribuição dos casos por ano, nota-seuma
reduçãono
número
de casos nos últimos três anos,que
pode
estar associada ao usoda
vacina contra a N. meningitidis C, realizada
no
início de 1996,em
funçãodo
aumento do
número
de casos por este sorogrupono
período de1994-1995
(tabela V).Segundo
dadosda
Secretária de Estadoda Saúde
de Santa Catarina”,no
estado, de 1981 a 1993 N. meningitidisB
foio
principal agente envolvidona
causa das meningites bacterianas, nos anos de 1994 e 1995
houve
um
predomínio
do
sorogrupo C, quemotivou o
usoda
vacina contra este agenteA
meningitemeningocócica pode
ocorrer deforma
esporádica,endêmica
ou
epidêmica, sendoo grupo
B
envolvido nos casos esporádicos, enquanto os gruposA
eC
são os responsáveis pelas epidemiasó. Atualmente, nos Estados Unidos, os gruposB
eC
são os mais prevalentes, enquanto oA
tem
sidorelatado
em
outras partesdo
mundo”.
No
presente estudo,o
número
de casos/ano variou de60
a 111, sendo amédia
de80
casos/ano. Nestes cinco anos ocorreramem
Santa Catarina3014
casos de meningite bacteriana”, sendo estes
400
casosdo
estudo responsáveis por13,3%
.Dos
municípiosda
18” Regional deSaúde
de Santa Catarina” (apêndice1), Florianópolis foi responsável por
aproximadamente metade
dos casos, poisgeograficamente
éo
municípiocom
maior
número
de habitantes desta região.O
agente etiológicopode
serdefmido
em
67,1%
(268) dos casos, sendo aN.
meningitidis responsável por71,3%
deles, seguida pelo H. influenzaeb
e pelo S.pneumoniae.
Como
observado por outros autores2”4”5”l2'l5*16'", estes são osprincipais agentes responsáveis pela meningite bacteriana após o período
neonatal.
Embora
o
H. influenzae tipob
sejao
principal agente etiológicoem
outras regiões2'4”5'12'¡5'l6,em
estudo realizadono
Instituto de Infectologia ErnílioRibas (São
Paulo)"
foi observadotambém
um
nítidopredomínio da
N. meningitidis (70,5%) sobre os outros agentes.Quanto
aos casos de meningite bacteriana devido ao H. influenzae b,mais
da metade
ocorreramno
primeiroano
de vida (52%), regredindoprogressivamente, e apenas
4%
ocorreram após 5 anos,mostrando
a importânciadeste agente
em
baixas faixas etárias2'l3°l7.No
presente estudoo
H. influenzaeb
foi responsável por48 (12%)
casos.A
incidência de meningites por este agente declinou dramaticamente nos paísesonde
a vacina anti-H. influenzaeb
foi incorporada ao calendário vacmal2'9'13'18. Infelizmente,no
período estudado a vacina aindanão
estava disponívelno nosso
meio
parauso
rotineirona
rede pública,o
que
pode
explicar ainda o considerávelnúmero
de casos de meningite por H. influenzaeb
ocorridos.A
vacina
tem
semostrado
imunogênica, segura e eficaz,com
uma
relação custo beneficio francamente favorável ao seu uso”.Em
países desenvolvidos a determinaçãodo
agente etiológico ocorreem
aproximadamente
100%
dos casosmilg.Em
outros estudos feitosno
Brasilo
agente
pode
ser detenninadoem
72%
a81%
dos casos4'5'l6, destaforma
osresultados encontrados neste estudo estão
aquém
do
ideal.Quanto
aosmétodos
bacteriológicos para a determinação dos agenteso
padrão ouro é a cultura
do
LCR,
sendo a sua positividadeem
paísesdesenvolvidos
acima
de90%,
na
ausência de antibioticoterapiapréviams
. Estudos realizadosno
Brasil referemuma
positividadeda
cultura entre67%
e78%4”16, sendo
que
no HIJ
G
a positividade destemétodo
foiem
tomo
de 52,7%.A
detecçãodo
antígeno pelométodo
do
látex nos EstadosUnidos
apresenta positividade de
70%
a100%,
sendo de grande utilidadequando houve
o uso
de antibióticos previamente àpunção
lombar, pois estemétodo
mantem
asensibilidade
mesmo
apóso
uso desta droga2”l2'l3.Os
resultados encontrados contrariam a literatura, poiso
testedo
látex neste estudo foio
método
que
Nos
Estados Unidos,em
pacientessem
tratamento antimicrobiano prévio,a bacterioscopia
do
LCR
pelométodo
deGram
tem
identificado o agenteem
mais
de70%
dos casos3'12.Lucena
et al.4em
estudo realizadona Bahia
referempositividade por este
método
em
torno de63%.
Nossos
resultados apresentaramuma
positividadeem
tomo
de48%
para este método.Infelizmente, neste estudo
não
pudemos
avaliaro
uso de antibióticospreviamente a
punção
lombar,uma
vezque
a práticada
auto-mediação éfrequente
no
nosso meio. Esse fato associado a errosna
coletado
LCR,
quantidade insuficiente dos materiais enviados para
exame,
demora
para análisedo
material, dificuldades de recursos técnicos ehumanos
adequados
nos nossoslaboratórios,
podem
justificar a alta frequência de meningites bacterianassem
aidentificação
do
agente.A
corticoterapia (dexametasona) foi realizadaem
mais
de90%
dos casos.As
sequelas neurológicasda
meningite bacterianatêm
sido relacionadas à resposta inflamatória à infecção, destaforma o uso
deste anti-inflamatório reduz a agressãodo
tecido nervoso duranteo
cursoda
doença2'l3°2°.Além
disso,estudos
demonstram
reduçãoda
perda auditiva e redução de sequelas neurológicasem
pacientescom
infecção pelo H. influenzaeb que receberam
dexametasona. Tais beneficios
não
são claramente demonstradosem
pacientes infectados por S.pneumoniae
ou
N. meningítidísu.O
Comitê
deDoenças
Infecciosasda
Academia Americana
de Pediatria”,recomenda
que o
uso dedexametasona deva
ser consideradoquando
a meningite bacteriana for altamente suspeita, principalmente seo
agente for o H. influenzaeb,
não
contra-indicandoo
usoem
outras etiologias bacterianas. Esta drogadeve
ser
usada
em
criançasacima
de seissemanas
e previamente a terapiaantimicrobiana, sendo administrada via
endovenosa
durante dois dias.Até
fmaldois dias
em
1998,com
baseem
estudos recentesque
mostraram
respostasimilar
com
doisou
quatro dias de tratamento”.O
tratamento precoceda
meningite bacterianacom
antibiótico apropriado é essencial.Por
muitos anos ampicilina e cloranfenicolforam
a terapia empírica preferida para crianças maiores de 3meses
com
suspeita de meningitebacteriana.
O
desenvolvimento denovas
cefalosporinas e outros antibióticoscom
atividade bactericidano
LCR
contra os agentes etiológicosmais
comuns
tem
mostrado
várias altemativas para esta terapia inicial, sendo o tratamentocom
cefalosporinas de terceira geração (ceftriaxonaou
cefotaxima) a primeira escolhana
maioria dos centrosmédicos
atualmente2'6,21'22.A
dose de ceftriaxonarecomendada
é 100 mg/kg/dia, dose única diáriaou 50 mg/kg/dose
de 12/12horas.
A
dose de cefotaxima é200
a300
mg/kg/dia, a cada6
horasz.As
cefalosporinas de terceira geração são antibióticoscom
excelenteatividade contra as bactérias
que
frequentementecausam
meningitena
criança, esterilizam rapidamenteo
LCR
(primeiras24
horas de tratamento) e apresentampoucos
efeitos adversos. Outravantagem
sobreo
esquema
convencional(ampicilina e cloranfenicol) é a administração
medicamentosa,
sobretudocom
o
emprego
da
ceftriaxona, cuja meia-vidamais
prolongada permite a aplicação deuma
única dose diária, diminuindo os gastos hospitalarescom
o
tratamento epossibilitando a alta
mais
precocedo
paciente22.A terapia antimicrobianadeve
serusada
de 7 a 10 dias seo
agente for S.pneumoniae
ou o
H. influenzae b,no
caso
da
N. meningitidis 5 a 7 dias de antibioticoterapiaadequada
são suficientes parao
tratamento.A
terapiapode
se tornarmais
prolongadana
vigência decomplicações2”B'21.
No
presente estudoo
antibióticomais
utilizadoem
criançascom
idademenor
ou
igual a 5 anos foi a cefalosporina de terceira geração,como
recomenda
a literatura.Nas
criançascom
mais
de 5 anos,onde o
H. ínfluenzaeb
não
é agente frequente, a ampicilina foio
antibióticomais
administrado.Nos
últimos dois anos as cefalosporinas de terceira geração
passaram
a ser a tratamentomais usado
em
todas as faixas etárias, de acordocom
o
que
recomenda
a literatura internacional.Os
primeiros 3 a 4 dias de tratamento sãomuito
importantes, pois ascomplicações
da
septicemia eda
meningiteocorrem
com
maior
frequência neste período.Na
vigência de complicações, eventuahnente são necessários cuidados de terapia intensivag. Neste estudoaproximadamente
35%
das criançasnecessitaram de internação
em
UTI, permanecendo
em
média
2 dias.Na
regiãoda
grande Florianópolis e sul de Santa Catarinao
HIJG
éo
únicoque
possuiUTI
infantil e destaforma
asseguramelhor
tratamento para as criançasgravemente
enfermas.É
recomendada
avaliação diáriado
pacientecom
meningite bacterianaatravés de
exame
fisico e neurológico paraque
as complicaçõessejam
notadas eprontamente corrigidas.
Convulsões
ocorrem
em
20
a30%
dos pacientes antesda
admissão hospitalar,sem
relaçãocom
pior prognóstico.No
entanto,quando
se apresentam deforma
generalizada apóso
3°ou
4° dia de tratamentosugerem
alterações neurológicas. Coleções subdurais geralmente são assintomáticas eresolvem
espontaneamente, sendomais
frequentesem
criançasmenores
deum
anos.
Gomes
et al.5 referem presençade
complicaçõesem
aproximadamente
58%
dos casos, sendo asmais
frequentes: diminuiçãoda
consciência,convulsões e coleções subdurais.
Nesse
estudo, as complicaçõesmais
relatadasforam o choque
séptico (devido a alta frequência de meningococcemias), ascoleções subdurais e convulsões, de
forma que
29%
dos pacientes estudados apresentaramalgum
tipo de complicação durante a internação.O
pior prognósticoda doença
está relacionadocom
a baixa idadedo
hospedeiro, instalação súbita
do
quadro,mais
de 106 unidades formadoras de colônias de bactérias/mlno
LCR,
convulsões após o 4° dia de antibioticoterapia,presença de
coma
ou
sinais neurológicos focaisno
momento
da
intemação e S.pneumoniae
como
agente etiológico2”6”7.A
taxa de mortalidade devido meningite bacterianaem
criançasalém do
período neonatal nos Estados
Unidos
situa-se entre 1-5%, eaproximadamente
30-50%
dos sobreviventes apresentam sequelas neurológicasda
doençaz.A
perda auditiva constitui a sequela neurológica
mais
comum,
sendoo
S.pneumoníae
o
agentemais
envolvido2'3'6'13. Alteraçãoou
retardona
aquisiçãoda
fala , anormalidades motoras, retardo mental, convulsões,
défices do
quocienteintelectual são outras sequelas frequentes.
No
entanto, estudosmostram
que no
momento
da
alta a frequência destas alteraçõespodem
estarem
torno de32%
eapós 5 anos
da
ana
11%?
Dos
400
casos analisados,7%
apresentaram sequelasno
momento
da
alta,resultados
muito
aquém
da
literatura.Mas
evidenciou-seo
S.pneumoniae
como
agente principal
na
causa de sequelas.A
deficiência auditivano
momento
da
alta foi notada apenas
em
3 casos.Supõem-se que
esteja subdiagnosticada, poisestudos
que
mostram
esta sequelacomo
uma
dasmais
frequentessubmetem
os pacientes a váriosexames
audiométricos2'l5°19,que
infelizmentenão dispomos
em
nosso serviço.Além
disso, a literatura mostraque
a frequência de complicações e sequelasem
meningite bacterianapode
sermelhor
avaliadaem
estudos prospectivos avaliandoo
paciente durante a internação e após a alta2”l5.A
taxa de mortalidade de4,5%
nos400
casos estudados neste trabalho seassemelha àquelas presentes
em
países desenvolvidos2'3'23.Nos
casosonde o
agente identificado era
o
S.pneumoniae
a literatura internacional apresenta taxas de mortalidade entre19%
a 46%2*1°.Em
São
Paulo, Farhat et al. 17 referem índicede
12,8%
entre 1995-1996, os nossos resultados notavehnenteforam
inferiores aestes (8%).
Em
relação às taxas de mortalidade pela N. meningitídís e H. influenzaeb
a literatura internacional refere variações entre3%
a17%
e3%
a6.
coNcLUsÕEs
1.
A
doença
prevaleceuno
sexo masculino (57%).2.
A
faixa etáriamenor
que
5 anos completos foi a mais acometida (74%),com
maior
número
de casosno
primeiroano
de vida (26,9%).3.
Os
casos de meningite bacterianatêm
apresentado discreta diminuiçãono
últimos 3 anos,
sendo mais
frequentesno
invemo
(31,3%).4.
O
agente etiológico foi identificadoem
67,1%
dos casos (bacterioscopia,látex, cultura).
5.
Dos
casosonde o
agentepode
ser identificado a Neísseria meningítídis foi aresponsável por
71,3%
dos casos, seguida peloHaemophilus
influenzaeb
(17,9%).
6.
A
taxa de mortalidade foi de4,5%
e7%
dos pacientes apresentaramalgum
7.
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bacterial meningitis. PediatrAnn
RESUMO
Objetivo:
Conhecer
a epidemiologia das meningites bacterianasna
regiãoda
grande Florianópolis.Método:
Foram
analisados400
prontuários de criançascom
idade entredois
meses
e 14 anos, procedentesda
grande Florianópolis, internadasno
Hospital InfantilJoana
deGusmão
com
diagnóstico de meningite bacterianaentre 01/01/94 e 31/12/98.
As
variáveis analisadas foram: sexo, idade,procedência, distribuição anual e sazonal , líquido cefalorraquidiano, tratamento,
intemação
em
unidade de terapia intensiva (UTI), complicações ,evoluçãoclínica (cura, sequela, óbito) e
tempo
de intemação.Resultados:
O
sexo masculino foimais acometido
(57%).A
doença
predominou
em
menores
de cinco anos (74%),com
pico de incidência nosmenores
deum
ano
(26,9%).Em
média
ocorreram80
casos/ano, a maioriano
invemo
(3l,3%) .A
Neissería meníngítídís foi identificadaem
47,9%
dos casose
em
14,2%
foio
provável agente. Identificou-seo Haemophilus
ínfluenzaeb
em
12%
, Streptococcuspneumoniae
em
6,2%
e outros agentesem
1%
.Em
75casos (18,7%) a etiologia
não
foi defmida.A
maioria (93,5%) utilizoudexametasona. Cefalosporina de 3” geração foi
o
antibióticomais usado
nosmenores
de cinco anos e a ampicilina após esta idade.Intemação
em
UTI
foinecessária
em
34,7%
dos casos.Complicações
ocorreramem 29%
dos intemados, sequelasforam
relatadasem
7%
e a letalidade foi de 4,5%.O
tempo
Conclusão:
A
enfermidade foimais
frequenteem
menores
de 5 anos ena
etiologiapredominou
a Neísseria meníngitidís.A
maioria evoluiu para cura e aSUMMARY
Objective:
To
study the epidemiology of bacterial meningitis in the areaof
Greater Florianópolis, Santa Catanna, Brazil.
Method:
Some
400
medical records of childrenbetween
2months and
14 yearsof
agewho
were intemed
inJoana
deGusmão
Children”s Hospitalbetween
1” January 1994and 31”
December
1998 with diagnosisof
bacterial meningitiswere
studied.The
variables analysed were: sex, age, cityof
origin, distributionof
casesby
yearand
by
season, cerebrospinal fluid, treatment,permanence
in Intensive Care Unit (ICU), complications, clinical evolution (cure, sequelaeand
deaths)and
periodof
time that the children stayed in hospital.Results:
The
male
sexwas
affectedmore by
the disease (58%).Most
of
caseshappened
in childrenyounger
than 5 years (74%), with apeak
incidence in thoseyounger
than l year (26,9%).An
averageof 80
cases occurred per yearand
most
of
them
in winter (3 1,3%).The
Neíssería meníngitidíswas
identified in47,9%
of
cases
and
in14,2%
itwas
the probable etiologic agentHaemophilus
influenzaeb
was
identified in12%,
Streptococcuspneumoniae
in6,2%
and
other agents in1%.
The
etiologic agentwas
not defined in 75 cases (18,7%).Most
of
the children (93,5%) receiveddexamethasone
therapy.The
third-generationcephalosporins
were
the antimicrobial agentsmore
used in childrenyounger
than5 years
and
ampicillinwas
themost
used
after this age.From
the total cases,34,7%
were
interned inICU.
The
complicationsof
the disease occurred in29%,
sequelae
were
reported in7%
and
the mortality ratewas
4,5%.The
average periodof
treatment in hospitalwas
8
days.Conclusion:
The
diseasewas more
frequent in childrenyounger
than 5 yearsand
the Ne11sser1`a.mem`ngitid1;vwas
themost
common
etiologic agent.Most
ofthe patients
were
cured and the mortality rate is similar to thoseof
develo_pe.dAPÊNDICE
1 Municípiosda
18a Regional de Saúde:Águas
Mornas,
Alfiedo
Wagner,
Angelina, Anitápolis,Antônio
Carlos,Biguaçu, Canelinha, Florianópolis, Garopaba,
Governador
CelsoRamos,
Leoberto Leal,
Major
Gercino,Nova
Trento, Palhoça, Paulo Lopes,Rancho
Queimado,
SantoAmaro
da
Imperatriz,São
Bonifácio,São
João Batista,São
José,São Pedro
de Alcantara, Tijucas.N° protocolo : ... ._ N° prontuário : ... ..
Data da intemação: / /
Nome
: ... ..Idade (meses): ... ..
Protocolo - Meningites bacterianas
Sexo:( )Masc. ( )Fem.
Cor:( )Br (
)Ng
( )OutrosProcedencia : ... ..
Líquido cefalorraquidiano (18 amostra):
#Citoquímica: -células totais:
PMN:
... ..LMN:
... .. -proteínas: ... .. . . . . . . . « . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . - . . . - . . . . . . . - . . . . . . .- . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . - . . . . . . . . . - . . . . . . . . . . . . . . . . . . . - . . . . . . . . . ..-glicose: ... ..glicose sérica: ... ..
-LDH: ... ._ . . . . . . . . . . . . - . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..
¢Hemograma (acidente de punção):
-número de hemáceas: ... .. -níunero de leucócitos: ... .. #Bacten`oscopia do LCR: ( )Posit:iva. Qual? ... ._ ( ) Negativa #Látex ou contraimunoeletroforese: ( )Negativo ( )positivo. #Cultura do LCR: ( ) Negativo ( ) positivo. Tratamento: f'~×/\f"«,-` r¬f¬r\f` ) H. inƒluenzaeb )N. meningitidis . Sorotipo: ... _. )S. pneumoniae )omr‹›s. Quan ... .. ) H. inƒluenzae b )N. meningitidis. Sorotipo: ... .. ) S. pneumoniae )ouú0s. Qual? ... ..
#Corticóide: ( )Não ( ) Sim - ... ..dias
#Antibiótico: ( ) Sim. Qual? ... ..
( ) Não Complicação: ... .. Evolução: ( )alta-cura ( )alta-sequela Qual? ... .. ( )óbi¢<›. U.T.1.z ( )Não ( )Sim- ... ..dias Datadaalta: .... ../ ... ../ .... .. Datadoóbito: .... ../ .... ../ ......
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