THESE,
QUE
APRESENTA
FACULDADE
DE MEDICINA DABAHIA,
E
DEFENDE
EM
NOVEMBRO DE
1868;IMB.l
OBTENÇÃO
DO
GB.ÍODE
DOUTOR
EM
MEDICINA:
0
NATURAL
D'EST
A
PROVÍNCIA,
ELPÍDIO
JOAOUIM
BARAU3A
qKÍIajG An cMjO:ubjQ ^.aac^wm ^,a\amva, n ^ojvyvvw^oà $Voy>
Ae %, dkrwxtx.
La femme,
quivadevenirmère, sedoit tout entière aufruit de ses
entrailles.
Rostan (Hygiènb)
BAHIA:
TYP.
—
CONSERVADORA
—
LADEIRA DO XISMENDES
N. 28.FACULDADE DE
MEDICINA
DA
BAHIA.
DIRECTOR
O EXM.
SR.CONSELHEIRO
DR.JOÃO
BAPTISTA DOS
ANJOS.VICE-DIKKCTOB
O EXM. SNR. CONSELHEIRO DR. VICENTE FERREIRA DE MAGALHÃES.
OSSRS. DOUTORES 1.°
ANNO.
MATÉRIAS QUELECCIONA» Cons. Vicente Ferreira deMagalhães. IPhy8 j?a
enigeraleparticularmenteemsuas ° •\ appheaçoes aMedicina.
FranciscoRodriguesdaSilva ChimicaeMineralogia.
Adriano AlvesdeLimaGordilho . . . Anatomiadescriptiva.
2."
ANNO.
Antoniode Cerqueira Pinto Chimicaorgânica.JerónimoSodré Pereira Physiologia.
Antonio Mariano doBomfim Botânica eZoologia.
Adriano AlvesdeLimaGordilho . . . Repetição deAnatomiadescriptiva.
3.o
ANNO.
Cons. Elias José Pedroza Anatomiageralepathologica. José deGóes Siqueira Pathologiageral.
Jerónimo SodréPereira Physiologia.
4.»
ANNO.
Cons.ManoelLadisláoAranhaDantas. . Pathologiaexterna.
Pathologiainterna.
Mathias Moreira Sampaio {
Parto
.
s
'molf)stiasde mulherespejadasede
r
\ meninosrecemnascidos.
5.»
ANNO.
Continuação de Pathologiainterna.
Joaquim Antoniod'01iveiraBotelho . . Matériamedica etherapeutica.
JoséAntoniode Freitas \ Anatomiatopographica,Medicina operato-5 ria,e apparelhos.
6.»
ANNO.
• . Pharmacia.
Salustiano Ferreira Souto Medicinalegal.
DomingosRodrigues Seixas . . . Hygiene,e HistoriadaMedicina.
Clinicaexterna do3.°e4.° anno.
Antonio Januário deFaria Clinica interna do5.°e6.°anno.
RozendoAprígio Pereira Guimarães
Ignacio JosédaCunha . .
PedroRibeirodeAraujo >Secção Accessoria. José Ignacio deBarrosPimentel.
Virgilio Clímaco Damazio . .
José Afíonso Paraizo deMoura. . . .\
Augusto Gonçalves Martins /
Domingos CarlosdaSilva > SecçãoCirúrgica.
DemétrioCyriaco Tourinho
j
Luiz Alvares dos Santos •>
Secção Medica. Joio Pedro da CunhaValle
\
SECRETARIO
O SR. DR. CINCINNATO PINTO DASILVA.
OEFICIAE
n
YSECRETARIA
O SR. DR. THOMAZ d'AQUINO GASPAR.
A
Facudade não approvanemreprovaasopiniões emittidas nastheses, que lhe sao apresentadas. ' ^DISSERTAÇÃO
HYGIÈNE DA
MULHER
EM
ESTADO DE
GRAVIDEZ.ESTADO em
que
seacha
amulher
desde omomento
da
concepção até o parto, é oque
sechama
gravidez,ou
gravidação. E'bem
interessante,diz—
Fournier,que
amulher
neste estado use de todas asprecau-ções,
que
a hygiène ensina para preservar-se deuma
multidão demoléstias,
que
contrahe sóporuma
cruelincúriaou
fatalimprudên-cia.
De
certonão ha
quem
ignore as tristes consequências deum
aborto;
não
ha
quem
não
saiba atéonde pôde
ellecomprometter a
existência
da mulher, condemnando-a
muitas vezes a perder parasempre
sua saúde ecom
ellaseus attractivos, eencantos!Porem
não
é só contra si
que
seusineptos caprichos são capasesdeacarretar osmais
desastrados successos: de suamaneira
de viverdepende
acon-servação de seu filho, por conseguinte
não
lhe é permittidomais
conduzir-se indifferentemente sob
pena
de aniquilar-lhe os tenrosdias.
Lembremos
os diversos agentes externos,que
por sua acçãoparticular
podem
malignamente
influir sobre asaúdeda mulher
durante
a
prenhez,bem
como
quaes os meios á seu alcance parasubtrahir-seáacção delles.
Atinospliera*
A
atmosphera,que
nos rodêa, sensivelmente amesma,
quanto
á
sua
composição chimica elementarem
todos os logaresdo
globo, eem
differentes alturas, émuita
vezcheiadevapôrd'agua
em
propor-ção variável, de acido carbónicosegundo
os logares, e as estações,e designado por ozona.
A
temperaturae o pesoda atmosphera
sãovariáveis:
Os
ventos,que
seproduzem
na atmosphera
pela lutade
seus elementos, suas combinações, e deslocamento de
sua
massa
debaixo
da
influencia de correntes eléctricas, agitãoa
atmosphera,accumulão
em
si osmiasmas,
asemanações
vegetaes, eanimaes
detodaespécie; eis
mais do que
é precisopara alteraras fontesda
vida, epara trazer aoorganismo
perturbaçõesespeciaesem
relaçãocom
a
natureza
da
impressãomórbida
Quando
se vê cahirem
syncope amulher,
que
respira operfume
deuma
flor,equando
seconsideraa
cor pallidadas pessoas,
que sahem
deuma
reuniãonumerosa, onde
durante muitas horas o ar
não pôde
ser renovado, secomprehende
facilmente
quanto
influe aatmosphera
sobre a boa,ou
má
compo-sição do sangue, e sobre as operações orgânicas,
que
desua
craseresultão.
E' k influencia
da atmosphera
sobre a saúde,que
se deveat-tribuir ao
menos como
predisposição geral a frequênciade
um
certonumero
de moléstiasda
mesma
natureza,no
mesmo
momento,
enos
mesmos
logares.O
ar destinado á respiraçãopôde
pormuitos
principios sernocivo á mulher,predispol-aaoaborto, eprival-a
bem
vezesdasdelicias
da
maternidade. E' assimque
obraesse fluido,ou
quando
alterado poremanações
deletérias, áque
servede
vehiculo,ou quando
simplesmente modificadoem
suasqualidades physicas:por isso durante a gestação, seria
imprudência
expor-se à acção deuma
atmosphera nimiamente
fria, ehúmida,
enimiamente
quen-te, emenos
á súbitapassagem
deuma
temperatura á outra.A
at-mosphera nimiamente
húmida
efriaimpressionaa vitalidade;a acção prolongadapredispõe á todas asinflammações
catarrhaes:predispõeás phlegmasias pulmonares, aosengorgitamentos das glândulas
lym-phaticas, as hydropisiasetc.
A
atmosphera nimiamente quente
im-pressiona á seu
modo,
e deuma
maneira
directa a vida, e asfunc-ções dostecidos, edosórgãos, ella dilata, e relaxa ostecidos,
produ-sindo a expansão dosliquidos, ellafavoreceaperspiraçãocutânea, e
augmenta
a frequênciada
respiração.Em
consequência desua
viva, as urinas são raras,
sem
duvida
por serabundante
atranspi-ração.
A
circulação émais
activa, e as funcções cerebraes são lentase
embaraçadas.
A
impressão prolongadado
calôr predispõe ao desenvolvimentode congestões cerebraes, as
inflammações do
encephalo, e suasde-pendências, as moléstias
do
fígado, e das vias digestivas, as febreslocalisadas nos intestinos, a dysenteria, e as affecções dapelle.
O
frio
bem
como
o calor pela acção,que exercem
sobrea economia
animal,
além
de desagradável,podem
predispor ao aborto,ou
mes-mo
motival-o: o primeiro fazendo afíluir o sangueda
peripheriapara o útero, o
segundo
(comojá ficou dito,) relaxando os tecidos,provocando
copiosa e debilitadora transpiração.Os
ventos, causascfíicientes de moléstias, tornão-se predisponentesgeraespara o
abor-to,
ou
por sua natureza, e duração,ou
pela impressão lenta,que
ellesexercem
sobre a saúde.Os
trabalhos de E. Gaillard, Boeckel,Schoèinben
rezão de casos de febres intermittentes, epidemias,dy-senterias etc,
com
a presençada
ozonana
atmosphera.A
privação absolutada
luz inftuemuito
sobre a visão; os olhosá principio
mais
penetrantesna
obscuridade, acabão por tornar-segradualmente
mui
irritáveis, ao ponto denão
poder supportarmais
a luz
do
dia.A
observação doshomens
da scienciatem
pos'o fórade
duvida o poder positivoou
negativo da impressão luminosa:em
certas gruttas
da
America,onde
reinaobscuridadeeterna, os peixes,que
ahi vivem, apresentão estasingularidade, osolhos se destroem,e são substituídos por
um
coto opaco,como
se a funcção visualnão
podendo mais
ter logaro órgão fosseobrigado aseatrophiar, e ade-sapparecer.
A
ausênciamui
prolongadada
luztem
por effeito oen-fraquecimento das forças, o
empobrecimento do
sangue, (perda dehy-—
G
—
dropisia, e àshemorrhagias,e àtoda
forma
de escrophulas (Bouchut).
Pelo
que
aconselhamos amulher, que
não
resida,ou
permaneça
por
muito
tempo
em
logaresinteiramente privados de luz.Habitação.
Um
ar perfeitamentepuro
deve ser para amulher
da mais
ab-soluta necessidade. E' debaixo
da
relaçãoda
salubridadedesteagen-te,
que a
morada
do
campo
durante a prenhez tem-se tornadouma
indicação geralmenteprescripta: e
nãoé
indifferente preferiro asylocampestre perto
da
encostadeuma
collina descoberta, esclarecida,de temperatura
pouco
variável, á residência,que
ficapróxima
á ce-mitérios, hospitaes, prisões, pântanos,ou
nasimmediações
defume-gadores, cortumes, fabricas decolla, esterquilinios etc. D'ahi desses
logares insalubres se levantão emanações,
que
conspirão paradete-riorara saúde: outro tanto resulta
da
vivendaem
edifíciosnovamen-te construidos, caiados, pintados,
ou
em
casaspouco
aceiadas,hú-midas, baixas, nas quaes
não
penetrão osraiosdo
dia.Como
preju-diciaes á
mulher
gravida,damos
a residênciajunto à perfumantesjardins, e o uso de flores
eminentemeute
odoriferas,com
que
seadornão,
devendo
ser preferidas as flores artificiaes.Sedentesdestes preceitos julgamos
que
o zelo Religioso, deque
nimiamente
sãoanimadas algumas mulheres
para assistir nosTem-plos as missas, as festas, e as
demais
praticas Divinas,pôde
tra-zer-lhes grandes riscos.
O
ar,que
ahi se respira já alterado pelagrande
accumulação
de individuos, já pelos vapores exhaladosde matérias odoriferas
em
combustão, é realmenteum
agenteper-nicioso,
que pôde
abalar sua saúde, perverter aconformação
de seufructo e
comprometter
provavelmente a existência deste.Vestidos.
Os
vestidosdevem
manter moderada
temperaturasem
diminuir,—
7—
durante agravidação, as
mamas
são dotadas deuma
texturadelica-da, e por estreitas sympathiasligadas ao útero, e a
mulher
ésobeja-mente
accessivel á diversas impressões;não omittamos
por issoa
desconveniencia,
que pôde
accarrettar o luxo de ter quasidescober-tos os
membros
superiores, e o thorax: Sãomuito
de receiar-se asimtemperies atmosphericas
quanto
à exposição de órgãos tão confe-derados.Não
émenos
fecundoem
inconvenientes ojustilho, deque
seservem
asmulheres
desde ainfância para obtermaior
delgadeza,melhor
desenho de cintura, e talhe esbelto;quando
desenvolvidolivremente o peito, é
mais
vasto,mais
bello,mais
airoso,e ospul-mões, e o coração
mais
facilmente executão as funcções, deque
sãoagentes principaes.
A
constricção opposta aoabdómen
pôde,impe-dindo qne
o útero se incline para diante, forçal-o à seguir direcçãovertical,contrastarseu crescimentoregular,eproduziraccidentes
gra-ves, taes
como
por falta demovimento
dasvisceras,embaraço na
cir-culação dos fluidos, engorgitamento dos tecidos parenchymatosos,
digestões laboriosas, chylo de
má
qualidade, phlegmasiagastroin-testinal, desenvolvimento vicioso do producto
da
concepção, suamorte, e aborto
acompanhado
detodos os perigos.Comprehende-se
que
o vestidoexcessivamente apertadosobreopeito difficulta arespi-ração,
ea
circulação: e aestasedo
sangue determina suffocações,hemoptyses, tosse habitual, tubérculos, phtysica, eaneurismas
do
do
coração.As
mamas,
queforão
dadas àmulher
em
uma
posiçãoadmirável, e vantajosa para ter orecem-nascido debaixo das vistas
nos braços maternos,
muitas
vezes são levadas para os ladosdesvian-do osmamelões,
sequestradaa acção secretória das glândulas, eim-primindo
um
typo anormal, e informeem
todoocorpo. DizGeoffroy,Saint, Hilaire: os justilhos, e espartilhos determinão adherencias
entre diversos pontos
do
corpo,do
que
devem
resultar differentesespécies de anomaliassobre este.
As
monstruosidades por occlusão,dizem
Roche
e Sanson, trasemmuitas
vezes por origem compressõesDoè-—
8—
ring
teem
notado deslocamentodo
úteropor causas semelhantes.Bau-delocque refere o caso de
uma
mulher
gravida de tres mezes,de
constituição delicada,
na
qual deixarão-se vêrsymptômas
de
ple-thora, e
que
fôra infelismente assaltada deuma
hemorrhagia
nasal,por se haver fortemente estreitado
com
os seusvestidos:nada
bastoua
restabelecel-a, e ellasuccumbio
victima de suaimprudência
ao quinto emeio
mez
de sua gestação. Especialmente osmembros
in-feriores
na
articulação femuro-tibialnão
soífrão ligasmuito
aperta-das,porque
o útero exercitando sobre aorigem
dos vasos cruraes,favorece e expõenos engorgitamentos edematosos, e dilatações
vari-cosas. Alguns óleos, e
algumas
pomadas
aromáticas,com
que
seun-tao os cabellos, e certas agoas espirituosas,
com
que jperfumão
seusvestidos, são
na
verdade perniciosos neste estadoda mulher,
e porisso
devem
cahirem
desuso.Em
geralconvém
àmulher
gravida o uso de vestidos folgados,que
tenhãomangas,
que cubrão
os braçosatéo
punho,
oshombros
devem
seragasalhados porum
lençodeum
te-cido conveniente à temperatura
do
corpo:odelãaéutilna
estaçãoin-vernosa, o uso de meias lhes aproveita, o toucado
muito
se prestapara os
tempos húmidos,
e frios.E
quando
por elegância queirausar deflores nos cabellos, sejão preferidas as flores artiíiciaes, e
não
as naturaes pelo
aroma
tão activo,que algumas desprendem,
oque
pôde
ser prejudicial.Ha
aindaquem
tenhalembrado
o uso deuma
espécie decalças para resalvar durante a prenhez a face inferior
do
ventre das impressões
do
ar.Redes.
0
uso das redes,que forma
as delicias dealgumas
mulheres, eà cujosbalançosentregão-sepor muitas horas,é
uma
violentainfrac-ção dos preceitos,
que
ellasdevem
religiosamente observar.lieito.
logaranteci-9
—
padamente
pintado, espaçoso; aceiado, e arejado, eno
qual chegue aclaridade: os colchões, e travesseiros sejão
mediocremente
duros. E'de
mister advertir,como
dealgum
interesse,que
a cabeça sejaap-plicada sobreo travesseiro paraimpedir durante o
somno
aascensãodo
sangue. Sejãodo
dormitório, removidas as flores, e fechadassejãoasjanellas; principalmente se
dão
paraalgum
jardim,ou
logar,on-de hajão vegetaes, estes à noite exhalão principios deletérios, cuja
invasão
convém
evitar.Ranhos.
O
liquido geralmenteempregado
para os banhos, é a agua-,sendo ella
mais
densado que
ar, fria contrahe os tecidosdo
corpo,esta espécie de adstricção despeja o systema capillar, faz refluir o
sangue paraos órgãos interiores,
onde
seuaccumulamento
estorva asfuncções; o coração para vencer a resistência,
augmenta
de esforços,a respiração torna-se opprimida, e difíicultosa: a perspiração é
im-terrompida; e d'ahi
provem
moléstias,como,
a cephalalgia,apople-xiasetc,
sempre
tristes, e muitasvezes funestas. Destemodo
actuam
também
osbanhos do mar,
em
que
a percussão das vagas suscitanovo
estimulo.A
necessidade de entreter o aceiodo
corpo,favore-cendo asfuncções
da
pelle, reclama obanho
de temperatura consen-tâneacom
ado
corpo, e a prenheznão
o contra-indica-, obanho
tépido
não
sejatomado
abusivamente,ea
mulher,quando
dellesa-hir, se envolva convenientemente
em
tecidos,que
forneção adupla
vantagem
de oppôr-se às alternativasdo
ar, e de prevenir oresfria-mento,
que
resultaria deuma
evaporação rápida, expondo-seim-mediatamente
à impressãodo
ar.Havendo
predisposição paraede-ma,
são contra-indicados osbanhos
mornos.Alimentação.
Um
regimen
em
demasia restricto, debilitante,ou
—
10-te vegetal, estimulante,
ou
inteiramente animal, edemasiadamente
succulento serião prejudiciaes.
A
natureza, a quantidade, ea
qua-lidade dos alimentos
devem
ser proporcionados ao habito, aoapeti-te, às necessidades reaes, e ao estado
do
estômago.As mulheres
de-vem
se limitar ao necessário, enão
julgar-sena
necessidadede
co-mer
em
duplicata. Eliasdevem
evitar as substancias preparadascom
profusão de adubos, e difficeis de digerir, e assimcomo
asque
causão flatuosidades.
A
privaçãoda
alimentação necessariamentenão
émenos
arris-cada, ella acabaria tornando a
mulher
magra,
inanida, eextrema-mente
apathica, e por conseguinte lhe causaria osmais
cruéissoffri-mentos: a excessivafraqueza é
uma
causa certa de aborto: e aIgrejaGatholica incessantementezelosa
da
prosperidade de seu pôvo,isen-tou dos jejuns a
mulher
em
quanto
gravida.Perversão
«Iafome.
Mulheres ha,
que
desejãocomer
substancias,que não
sãonu-tritivas, e
que
sãodesusadascomo
alimento,bem
como,
terra, giz,carvão, cacosde quartinha: etc. esta espécie de depravação de
fome
é o pica. Outras desejão
comer
alimentos demá
qualidade,ou
que
sabem que
lhes são prejudiciaes, só para satisfazeremuma
inclina-ção desarresoada, é o malacia.
Nem
sempre
estes desejosdevem
sersatisfeitos,
porque
o uso delles sendo prolongado,pode
termáo
re-sultado,
em
rasãoda
quantidade,eda
natureza dassubstancias,que
teem
sido introdusidasno
estômago.Bebitlas.
Dentre as bebidas, a
agua
pura, edebôa
qualidadeéa melhor,e por isso é preferivel.
O
vinho generosoem
dosemoderada,
eocca-sião opportuna estimula o estômago, concorre para
a
bôa
digestão,sem-—
11—
pre perigosos:
augmentão
instantaneamente a irratibilidade,pro-duzem
ao depois langor, epodem
oecasionar perdas, e aborto.As
infusões quentesteem
oduplo
inconveniente de excitar a acçãodo
systema nervoso, e de induzir os órgãos gástricos à debilidade.As mulheres
prenhes asdevem
evitar, principalmente aquellas,que
teem
a susceptibilidade nervosamuito
exaltada.As
preparaçõesfei-tas
com
gelo, lhes são nocivas, occasionãonão
raras vezes cólicas violentas, e abórto.Urinas,
e
feses.
A
retenção aturada das urinas, e das matérias fecaes,podem
por sua
maneira
de obrar, desafiaralém
de outrosincommodos,
do-res
na
região pelviana, congestões uterinas, e por fimaborto:do que
se
deduz
com
quanta
exactidão deve ser respeitadaa
regularidadede taesfuncções.
As
constipações obstinadas, deque costumão
soffreralgumas
mulheres,devem
ser combattidas por clysteres emollientes, enunca
pelos excitantes, emuito
menos
pelos purgativos drásticos,cujo
emprego
rara vezdeixa de ser funesto.Secreção
mamaria.
Desde
que
amulher
foradvertidade seunovo
estado, (prenhez)se por ventura achar-se
amamentando alguma
criança; devesubtra-hir-se à similhante oceupação; separando-a
pouco
àpouco
do
seuseio.
A
prolongação deuma
lactação nestas condições é perigosa, erepugnante: ella perturba o
bem
estarda
criança,querecebe alacta-ção, e deteriora a saúde própria
da mulher,
eoppõe-seaodesenvol-vimento do
recente-fructo.Exercício.
—
12
—
saudáveis:
uma
vida activa fortalece os músculos,augmenta
osmo-vimentos orgânicos, acrescenta a nutricção, desperta, e dispõe a
vitalidade, fortifica, e equilibra a saúde
da mulher,
e favorece aomesmo
tempo
o desenvolvimentodo
féto.O
passeio á pé aolevantardo
sol,ou
aocahirda
tardeem
diasnão
chuvosos, é util àmulher,
com
tantoque
tal passeionão
seja levado à fadiga.O
exercicio àcarro,
ou
à cavallo; e a dansa sãomuitas
vezes causas de aborto,com
tudo este accidente dá-secom
aquellas,que
à isso sãopredis-postas,
ou
quando
essesdiversos exercicios seextendem
ao excesso.Bem
que
a equitaçãomoderada
possa sersem
perigo paraas pessoas a isso habituadas; a possibilidadedeumaquéda,
edeoutrosacciden-tes
exigem que
amulher
disto se abstenha. Se sejulgasse dos effeitosda dansa
pelaspessôas,que porhabitoàella se entregão,comoasdan-sarinasse poderia crêl-a
sem
perigo,porem
não
succede omesmo
àmulheres de
uma
outra profissão.Os movimentos,
que
adansa
exige, o cansaço
que
produz, o calor, e aviciaçãodo
ar,que
resul-tãoda
reunião demuitas
pessoasem
salas às vezes pequenas,emal
arejadas
devem
tornar asmulheres
mui
circumspectas para a todotranse evitar este praser,
ou
usar dellecom
restricção.Em
summa
inhibir-se
sempre
com
omaior
escrúpulo dos grandesmovimentos,
dos exercicios violentos,
da
acção de levantar,ou
de carregar fardospesados, é
um
excellenteconselho,qne
a hygiènenão
cessa depro-digar.
Copula.
Conhecida a prenhez, deve haver severacontinência nos
pra-zeres do
Hymenêo,
ou
grande moderação: assim pensava Zachias, eLevret observa
como
causa de muitos abortos as aproximaçõesse-xuaes,
porque
sãosempre accompanhadas
de agitações,movimentos
convulsivos, e irritação
no
útero, oque
augmenta
o fluxo doshu-mores
para este órgão. Platão julgava homicidio, pela desordem,—
13
—
coito, diz Jacquemier, é
uma
causa frequente de aborto durante ostres,
ou
quatro primeiros mesesda
prenhez, sobretudo nasrecem-casadas; durante o resto
da
prenheznão
seteem dado
casos tãofu-nestos;sia
mulher
porem,
for predisposta ao aborto, deveráabster-se
cuidadosamente
em
toda epocha.Inércia.
A
inércia, este estado,em
que
o physico, e omoral
sãomergu-lhados
na
inacção; durante a prenheztem
grandes inconvenientes.Observa-se
que
a deficiência de exercicio fraquêa osmovimentos,
torna a nutrição incompleta,
diminue
a fibra muscular,dá
uma
gordura consistente, e ílaccida, e leva o corpo ao abatimento;
sujei-ta aos accidentes nervosos,
que no
lapsoda
gravidez são invocados,e multiplicadospelos órgãos
da
sensibilidade, e expõe o corpoàsin-fluencias atmosphericas, e ao assalto de moléstias variadas pelo
me-nordesvio deste estado de torpor, a
que
setem
reduzido.Repouso.
O
exercicioconduz
ao repouso. As alternativas de vigília, edo
somno
sejãoem
tempo opportuno marcadas
pela naturesa.Durante
o dia, os órgãos dos sentidos são expostos à muitas impressões,
que
tornarião o
somno
pouco
profundo, epouco
reparador das forças.A
noite destinada aorepouso,a elle convidapela tranquillidade:
porem
não
deve osomno
ser prolongadoem
demasia.O
abusopelo calordo
leito,
pode
motivarsuóres debilitantes, metrorrhagias, e outrosacci-dentes.
Estácio
moral.
A
mulher
zelosa de si, edeseus deveresmaternaes, develeitu-ras,
que
narrando-lhe indiscretas aventuras, possão perturbar ase-nidade de sua alma.
Á
ella é conveniente evitar tudo,que
possa induzir o systema nervoso àum
abaloviolento.Assim
deve ellaar-redar de situdo,
que
possa excitar paixões,ou
emoções
vivas,como
a cólera, aafflicção,o susto, o ruido violento,e inesperado, a explo-são de
uma
arma
de fogo, odobredo
sinoannunciadôr da
morte, asemoções
penosas concentrada?, melancholicas, o temor, a saudade,os transportes de
immoderada
alegria, a imprevista noticiada
perdade
um
objecto querido,como,
amorte
deum
presado esposo,ou
deum
filho idolatrado.Emfim
amulher
durante agravidez deve sófruir
do que
seja compativel, ebem
seconforme
com
o seu estadomoral
SECÇÃO
MEDICA
DA
ERYSIPELA
CONSIDERADA
EM
GERAL.
I.
A
erysipela éuma
inílammação exanthem
atiça, extensiva,ca-racterisada por
uma
vermelhidãomais
ou
menos
vivada
pelle,com
dureza, e inchaçãodesta
membrana,
terminando-se geralmente pelaresolução, e descamação,
porem
seguidaalgumas
veses desuppura-cão, e
raramente
de gangrena.II.
No
cadáver a porçãoda
pelle,que
foi atacadapela erysipelaapresenta
uma
cor anegrada,ou
violácea; aepiderme
éenrugada
ese destaca
com
facilidade: oderme
éalgumas
veses injectado,violá-ceo,
como
que ecchymosado, mais húmido,
espessado, eum
pouco
friável.O
tecido cellularsubcutâneoémuitas
vesesedematoso,algu-mas
veses encontra-sepus
infiltrado,ou
reunidoem
foco:emfim
apelle, e o tecido cellular
podem
ser mortificadosem
uma
extensãomais ou
menos
considerável.
III.
À
erysipela é quasisempre
precedida de algunsphenomenos
precursores, taescomo, displicência, fadiga,cephalalgia, febre,
ano-rexia,
boca amarga,
vómitos, etc,porem
um
dossymptômas
mais
notáveis, e
mais
communs
da
erysipela é o engorgitamento dolorosodos ganglions lymphaticos,
que
recebem
os vasos provenientesda
—
16
—
pelle
não
apresenta aindauma
modificação apreciávelem
suacolo-ração,
em
suaespessura,em
sua temperatura, eem
suasensibilidade.IV.
Este engorgitamento dosganglionsprecede
um,
dous, tres diasao desenvolvimento
da
erysipela; e as veses sete, oito,nove
dias: onumero
dos ganglions aífectados, sua tumefacção, sensibilidade sãoproporcionados à gravidade, e extensão,
que
trouxer a erysipela.Entretanto
ha
à esteassumpto
numerosas
excepções.V.
Com
o desenvolvimentoda
erysipela, a sensibilidademórbida
dos ganglions diminue, e
muitas
vesesdesapparece: equando
aery-sipela é
bem
constituida tem-se visto desapparecer integral, erapi-damente
ganglions,que
se acharão volumosos, emui
sensiveis.VI.
À
erysipelaem
seucomeço
é caracterisada poruma
vermelhi-dão
mais,ou menos
circumscrita, cuja cor varia desde a corderosaaté o
vermelho
intenso: a vermelhidão desapparece,ou
diminue
aomenos momentaneamente
pela pressão do dêdo. VII.Ao
nivelda
vermelhidão a pelle é estendida, luzidia,manifes-tamente espessada, e tumefeita. Passando-se o
dedo
pelos limitesda
vermelhidão, sente-se neste ponto
um
pequeno
bordelête. a pelleaffectada de erysipela é séde de
uma
dorviva, tensiva,ou
prurigino-sa,
que
se exasperacom
apressão.VIII.
A
erysipelatendesempre
ainvadirnovas superfícies; é esteum
—
17—
aos pontos,
que
ella occupava.Na
maioria dos casos vaeganhando
novo
terreno: esta é a erysipelachamada
serpiginosa, e assimpôde
invadir toda asuperfície
do
corpo.A
erysipela échamada
ambulan-te,quando
passa paraum
ponto mais,ou
menos
distante,respeitan-do
as partes intermédias.IX.
A
maior
parte das erysipelas se termina pela resolução.A
epi-derme
se separa então debaixoda fórma
deplacas,ou
defarellos; apclle fica azulada,
ou
avermelhada, os tecidos sãomais ou
menos
infiltrados, e só depoisdeduas
à tressemanas
voltãoao seu estado primitivo.X.
A
erysipela éuma
affecçãosempre
aguda, e segueuma
marcha
continua exarcebante.
Sua
duração é variável; seu praso é dequin-se dias mais,
ou
menos;
se si trata deum
primeiro ataque, e paraos ataques subsequentes, o prazo é
um
pouco mais
curto.XI.
Dentre as moléstias agudas, aerysipela é
uma
das moléstiasmais
sujeita à reincidências: n'estas reincidências a moléstiatem
commummente
menos
agudeza, afebre émenos
intensa, e a dura-ção sensivelmentemenos
longa.XII.
A
erysipela offerece variedadesnumerosas quanto
aospheno-menos
locaes, aossymptomas
geraes, e sympathicos,quanto
a séde,quanto
as consequências, e osmodos
de terminação.mm
CIRÚRGICA
QUEIMADURAS.
PROPOSIÇÕES.
i
As queimaduras
sãolesões physicas,que
partecipãoda
nature-za
da inílammação,
das feridas, eda
mortificação: ellas sãoprodu-zidas pela irradiação
do
calórico, pela acção directada
chamma,
epelos corpos fortemente aquecidos,
ou
em
ignição.II.
As queimaduras
produsidas pelos liquidosem
ebulliçãonão
teem a
mesma
energia,porque
todosnão
fervemna
mesma
tempe-ratura,^ por conseguinte
não queimão
com
amesma
força, eassim asqueimaduras
peloleite, pelo assucar, e pelas gorduras sãomais
pro-fundas,
do que
as produsidaspelo ether, e pelo álcoolinflammados.III.
Igualmente
profundas são asqueimaduras
produsidas pelos só-lidos, principalmente sea combustão
émui
rápida; sirvãodeexem-plo as
queimaduras
occasionadas pelo phosphoro, enxofre; e pelasresinas: a rasãodisto é
porque
delles selevanta,em
um
tempo
dado,mui
grandequantidade de
calórico.IV.
Superficiaes são as
queimaduras
occasionadas pelos gazes—
20
—
muito
extensas:porque
estes gazesextendem
instantaneamente sua acção sobre grandes superfícies.V.
Relativamente aos diversos gràos
da queimadura,
Marjolin, e Ollivier são de opinião,que
consideradosem
geral os effeitos dasqueimaduras
poderião se referir àduas
ordens, ainílammação
e ndesorganisação
immediata.
VI.
Tres são os gráos de
queimadura
para Boyer, o qual abraçaa
classificação de Fabrício de Hilden,
a
saber, 1.° grão, simplesrube-fação
da
pelle. %.° gráo, o estado erysipelatosocom
phlyctenas.3.° gráo, a escara. *
Dupuy
tren admitte6
gráos.VII.
* Primeiro gráo.
(Forma
erythematosa. Rayer.)E
diz oExm.
Sr. Cons. Dr.
Manoel
L.Aranha
Dantasno
seucompendio
dePa-thologia externa, ao qual Sr.
pedimos
licença para nos servirde suas próprias palavras nesta classificação. Neste gráo
da
queima-dura, manifesta-se
uma
vermelhidão viva,não
circumscrita,que
desapparece
momentaneamente
pela pressão:accompanhão-na
pou-ca inchação,calor, e dôr pungente. Dentro de
algumas
horas,ou
dedous
ou
de tresdias dissipão-se estessymptomas,
eno
ultimo casoha descamação da
epiderme.VIII.
*
Segundo
gráo.(Forma
vesiculosa,ou
bolhante.Rayer.) Nestegráo a causa é
mais
enérgica,ou
sua acçãodurou mais tempo.
Ha
formaçãoimmediata
de phlyctenas,ou
essas levantão-se apósalgu-mas
horas: engrossão a medida,que
para a parte affluem os—
21
—
IX.
* Terceiro gráo.
(Forma
gangrenosa. Rayer.Assim
como
os#ráos seguintes.) Escara delgada debaixo
da forma
demanchas
par-das, amarellas,
ou
escuras, molles, insensíveis, ao tocal-as de leve;comprimidas
com
mais
força desenvolve-se dôr nos pontos, sobreque
ellas assentão. E' o corpomucoso
mortificado. Muitas vesesphlyctenas
cobrem
asmanchas
gangrenosas, eentãouma
serosidadeescura, lactescente,
ou
sanguinolenta,é
que
levanla a epiderme.Necessariamente
ha
de haver cicatrises,quer
a escara caiaem
massa,quer
aos pedaços.X.
*
Quarto
gráo.No
antecedente estava mortificado o corpomu-coso só; neste a espessura toda
da
pelle está privada de vida, e asvezes
com
ellauma
pequena
camada
do
tecidocellularsub-cutaneo.A
escara émais
trigueira,mais
secca, emais
dura, seuencoscora-mento
franzeem
raiosapelle sãa,que
acircumda.XI.
*
Quinto
gráo.A
mortificação ferio todos os elementosorgâni-cos, tecido cellular, aponevroses, músculos, vasos, nervos, afora os
ossos.
As
escaras são negras, deprimidas, friáveis:quando
forãooc-casionadas por
um
liquido ferventeformão
uma
massa
molle, parda,ou
grisalha insensivel, deixando-se deprimir pelo dedosem
causardôr.
XII.
* Sexto gráo. Para caracterisareste gráo,
Dupuytren
citao casode
um
individuo,que
percorrendouma
fundição, pusérainadver-tidamente o pé
n'um
rego, poronde
havia de passar o metalem
—
22
—
fusão: foi
apanhado
pelo metal fundido, e deste arroyo de fogo, dizDupuytren,
não
safoumais
que
um
membro,
ao qual faltavão o pé, e a extremidadeda
perna,sem
sentir dornenhuma,
nem
tercons-ciência de
quando
soífrêra essa horrível mutilação.A
carbonisaçãocompleta de
um
membro,
éque
constitue o derradeiro gráo de Du-puytren.XIII.
Todos estes
6
gráospodem
ser redusidos à 3, ejulgamos não
haver inconveniente
em
admittir-se a classificação de Fabrício de Hilden, postoque não
seja tão analyticacomo
a deDupuytren.
mm
mm
VINHOS
MEDICINAES.
PROPOSIÇÕES.
i.
Todo
vinho,que contém
em
dissoluçãoum,
ou
muitos princi-pios medicamentosos, échamado
medicinal.II.
Os
vinhosteem
como
as tincturas alcoólicas avantagem
de apresentar aomedico
soluções todas promptas;os vinhos medicinaes sendomenos
carregados de principios medicamentosos,do
que
astincturas, seos
empregando
em
maior
dóse, a sua acçãose fazsem-pre sentir.
III.
Muitas são as qualidades de vinhos
empregados
em
medicina;
com
tudopodem-se
distinguir tres espécies principaes, os vinhostinctos, os vinhosbrancos, e os vinhos de licor.
IV.
Agua,
álcool; glycerina, acido tartrico, succinico, enanthico eacético, tartrato acido de potassa, tartrato de cal,
uma
matériaex-tractiva, tannino,
uma
matéria coranto amarella,uma
matéria corante azul,que
toma
uma
corvermelha
pelos ácidos, eque
étida
em
dissolução pelo acool; etambém
uma
matéria—
14
—
corpos,
que
se encontrãono
vinho tincto, esegundo
Batillattambém
se encontrão a rosita, e a purprita.
V.
O
vinho brancotem
amesma
composiçãoque
o vinho tincto,porem
o tannino, e a matériacorante sãoem
proporçõesmais
fracas.Os
vinhos delicor provindo de uvasmui
assucaradas,contém
mui-to álcool,pouco
tártaro, e assucar:na
sua fabricação a fermentatãose detém, antes
que
se destrua todo o assucar,porque
o licortorna-do
sufficientementealcoólicotem
coagulado,eprecipitadoo fermento.VI.
A
agua, os alcalis, o lythargirio, as matérias corantesestra-nhas, a perada, as matérias assucaradas, o álcool, são os corpos
addicionados
mais
ordinariamente ao vinho para emprestar-lhe a parecença de qualidades,que
ellenão
possue,ou
paradisfarçarseusdefeitos.
VIL
Todo
vinhocontém além da
agua, edo
álcool, tártaro, ematé-ria corante, tannino, e alguns saes.
Todos
estes elementosteem na
preparação dos vinhos medicinaes
uma
acção especial,que
émodi-licada
não
só porsua porporçãorelativa,mais
também
pelanaturezaparticular dasmatérias, sobre as quaes elles obrão.
VIII.
Se
emprega na
preparação dos vinhos medicinaes, vinhos bran-cos,ou
tinctos, seccos,ou
assucarados. E' necessárioque
estesvinhos sejão debôa qualidade,
porque obrando
elles sobre asmaté-rias orgânicas, são dispostos à soffrer
uma
alteração nos seusprin-cipios constituintes, a qual étanto
mais
pronunciada,quanto
menos
—
25
—
IX.
Não
é indiíTerente a escolha desteou
d'aquelle vinho. Deve-seter
em
mira
a natureza das substancias, sobre as quaes se deverea-gir: assim os vinhos de licor serão escolhidos para as substancias
ricas
em
principieseminentemente
alterantes,como,
ascylla, oopio,d açafrão etc.
X.
O
uso eo
caprichoteem
sidoem
muitos casos a causa real dapreferencia
dada
à este,ou
àquelle vinho,porem
circumstanciasha,nas
quaes não
é livre aescolha.Devemo-nos
guiar pelasproprieda-des chimicas, sob
pena
de apresentarmosum
medicamento
demà
qualidade.
XI.
Os
vinhos generososmui
pouco
carregados de tártaro, seriãopouco
convenientes para a preparaçãodo
vinho chalybeado, e dovinho
emético, os quaescontém
ferro, eantimonio, por causa dosácidos:
porem
aquelles vinhosmerecem
a preferencia paraosvinhosmuito
activos,que
seempregão
porgottas,ou
àpequenas
colheradas.XII.
Devem
serempregadas
seccas as matérias destinadas àfabrica-rão dos vinhos medicinaes: as substancias sendofrescas
enfraquecem
o vinho, e
augmentãoas
probabilidades deuma
deterioração. Sóno
caso dos vegetaes
perderem
suas propriedades pela dissecação, sede-verá usar de substancias frescas; por exemplo, as plantas
anti-scor-buticas.
XIII.
Dous
são os processos diíFerentes para a preparação dosvinho
medicinaes: a maceração, e as tincturas alcoólicas.
0
modo
ordiná-rio
da
preparação dos vinhos medicinaes é a maceração; e é opro-cesso
mais empregado,
e quasisempre
o melhor.XIV.
Quando
o vinho é deboa
qualidade, elle experimentapom
aalteração por seu contacto à frio
com
os corpos,não
succederia omesmo
se si elevasse a temperatura: depois de ter prolongado ocontacto
mais ou
menos
tempo,em
rasãoda
densidade dasmatérias,se passa
com
expressão, e se filtra.As
substanciasdevem
sercon-venientemente divididas para auxialiarafaculdade dissolvente
do
nvppocRATis
irainisui.
I.
Mulieri
menses
deeolores,ne que
secundum eadem
seraperpro deuntes, purgationeopus
significant.Secí. 5.a A.ph. 36.
II.
Quoe verò mediocritercorpus habentes abortiuntbimestreset
tri-mestres, sinecausamanifesta, his uteri acetabula
muco
plena sunt,et
non
possuntcontinere fcetum, prce gravitate, sedabrumpuntur.
Sect. 5,aAph.
45.III.
Mulieri inúterogerentisi
multum
lactisexmammisíluxerit,in-lirmum
foetum signiíicat. Siveròsolidce fuerintmammoe,
sanioremínj
tum
significai.
Sect. 5.a
Aph.
52. IV.Quoe perdituroesuntfoetus, bis
mammoe
graciles fiunt, Si veròrursusduroe fiant,dolorerit,autin
mammis,aut
incoxis, autinocui-is.autingenibus, et
non
perdunt.Sect. 5.a
Aph.
53. V.Quoe
cumque
inútero gerentes afebribus corripiuntur, etvehe-menter
attenuantur,absque
manifesta occasione; difficulter,etperi-riculose pariunt, autabortientespericlitantur.
Sect. 5.8
Aph.
55. VI.Mensibus
copiosoribus pro deuntibus,morbi
contingunt,non
prodeuntibus,
ab
útero fiunt morbi.Sect. 5.a
Aph.
57.<w«
2SD&
«feusitó de 18êB.*£y!i. (âMivcVvvoÀa c5ajy\íq.
J.