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FATORES DETERMINANTES DA UTILIZAÇÃO DE APLICATIVOS EM DISPOSITIVOS MÓVEIS: UM ESTUDO DA PERCEPÇÃO DOS MORADORES DO DISTRITO FEDERAL

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Simpósio de Engenharia de Produção Universidade Federal de Goiás – Regional Catalão 09 a 11 de agosto, Catalão, Goiás, Brasil

FATORES DETERMINANTES DA UTILIZAÇÃO DE APLICATIVOS EM

DISPOSITIVOS MÓVEIS: UM ESTUDO DA PERCEPÇÃO DOS

MORADORES DO DISTRITO FEDERAL

Ari Melo Mariano, Universidade de Brasília, arimariano@unb.br

Guilherme T. Baptista Coutinho, Universidade de Brasília, guilhermetbcoutinho@gmail.com João Tiago Telles de Moraes, Universidade de Brasília, joaotelles92@gmail.com

Munir Azar, Universidade de Brasília, munir.unb@gmail.com

Resumo: O intuito do presente trabalho foi conhecer em que nível os fatores influem na aceitação

da utilização de aplicativos móveis e para chegar neste objetivo, usou-se o método de estudo descritivo quantitativo por meio de equações estruturais, tendo como modelo a escala UTAUT 2 que foi validada no presente estudo por apresentar Confiabilidade Composta superior a 0,7. O questionário foi aplicado a 105 pessoas, de maneira online, obtendo 88 respostas validadas, procurando responder quais são os fatores que mais influenciam os moradores do Distrito Federal em relação a aceitação da utilização de aplicativos em dispositivos móveis e em que grau cada um deles incidem na intenção de uso. O resultado encontrado com o presente estudo foi que todos os fatores encontrados dentro aqueles que influenciam os moradores de Brasília, obtiveram uma porcentagem de 61,6% de correlação a respeito da intenção de uso de aplicativos móveis, e que dentro dos constructos, os que mais foram levados em consideração e apresentaram maior relevância no público da pesquisa, foram a expectativa de rendimento e a motivação hedonista.

Palavras-chave:Aplicativos móveis, UTAUT2, equações estruturais 1. INTRODUÇÃO

A internet está cada vez mais presente na vida do brasileiro. Isso vem gerando mudanças na forma de trabalhar, de estudar, comunicar e, até mesmo, de se relacionar. Segundo dados do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (CETIC) em 2005 apenas 12,93% dos lares brasileiros possuíam acesso à internet, tal panorama mudou radicalmente no decorrer dos anos, a ponto de em 2014 mais de 50% das casas possuírem acesso à rede mundial de computadores. Outra grande mudança ocorrida no contexto brasileiro foi em relação aos canais utilizados para acesso à internet. A população brasileira tem cada vez mais acessado a internet através do celular o que acabou por torna-lo o principal meio de acesso. Segundo o relatório TIC Domicílios 2015, 89% dos usuários de internet acessam através de celulares, enquanto o computador é utilizado por 65% dos internautas, um dos destaques do referido relatório é o fato de ter crescido o percentual de pessoas que utilizam a internet exclusivamente pelo celular, representando cerca de 35% dos usuários em 2015.

Pode-se sugerir como fatores que impulsionaram a preferência dos usuários pelo dispositivo móvel o fato da comodidade associada, posto que o aparelho está sempre ‘a mão’. Além disso, a popularização e consequente redução de preço de Smartphones, associado a redução dos custos relacionados ao uso da internet móvel ajudaram a construir tal panorama. Mariano et al., (2016) aponta que a utilização da tecnologia por meio da internet móvel possibilitou o desenvolvimento de outras plataformas, dentre elas, os aplicativos móveis. Para Silva e Vilhegas (2015), observou-se um aumento relativo no desenvolvimento de aplicativos mobile impulsionado pelo aumento nas vendas de dispositivos móveis no Brasil. Tais aplicativos tem por objetivo oferecer praticidade ao usuário, entregando funcionalidades que auxiliam do trabalho ao entretenimento.

Visto o avanço do uso de tecnologia, vários autores propuseram modelos que buscavam explicar os fatores antecedentes ao uso da tecnologia, buscando assim explicar seus fatores de aceitação. São

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Simpósio de Engenharia de Produção Universidade Federal de Goiás – Regional Catalão 09 a 11 de agosto, Catalão, Goiás, Brasil alguns modelos: A Teoria da Ação Racional (FISHBEIN e AJZEN, 1975); Modelo de Aceitação de Tecnologia (DAVIS, 1989); Modelo Motivacional (VALLERAND, 1997); Teoria Unificada de Aceitação e Uso da Tecnologia (VENKATTESH et al., 2003). Descobrir tais fatores antecedem a intenção de uso de determinada tecnologia proporciona uma vantagem competitiva para as empresas, o que mostra a importância dos estudos realizados.

Desse modo, o presente estudo busca explicar a seguinte questão: Quais os fatores que mais influenciam as pessoas a utilizarem aplicativos em dispositivos móveis? Posto isso, o objetivo geral é identificar e mensurar quais fatores influenciam a utilização de aplicativos em dispositivos móveis. Os objetivos específicos são: descrever o modelo a ser utilizado, que se trata de uma variação do modelo UTAUT2 elaborada por Mariano et al. (2016); evidenciar quais as variáveis que exercem influência na aceitação de aplicativos mobile segundo o modelo escolhido; e mensurar estatisticamente as variáveis utilizando equações estruturais.

Trata-se, portanto, de um estudo exploratório do tipo quantitativo, utilizando equações estruturais e PLS (partial least squares). Foi realizado uma revisão bibliográfica, aplicado a metodologia e posteriormente foram feitas as análises do modelo e considerações finais.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Aplicativos em dispositivos móveis

O desenvolvimento dos celulares e smartphones possibilitou os diversos meios de utilização de aplicativos móveis, tornando-os muitas vezes um meio de facilitação para a sociedade e para aqueles que os utilizam (MARIANO et al., 2016, p.4). Algumas funções que antes ficavam divididas entre despertadores, cronômetros, caixa-eletrônico, rádio, agendas, GPS, televisão, entre outros, agora podem ser facilmente desempenhadas com o auxílio de um smartphone e seus aplicativos de forma mais rápida e prática. Dado seu portfólio diverso de utilidade, os aplicativos móveis estão tornando-se cada vez mais presentes em nosso cotidiano.

Tomando por base o setor bancário brasileiro, um dos setores que mais investem em tecnologia, pode-se observar um crescente investimento em aplicativos móveis por parte das instituições financeiras, o que tem sido bem aceito pelos clientes, visto o crescente número de usuários de tais ferramentas. Segundo a Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2017, os aplicativos bancários já são a forma preferida dos clientes efetuarem transações, totalizando 21,9 bilhões de transações em 2016, isso representa uma alta de 96% em relação ao ano anterior.

Pinochet et al. (2017) destaca que os aplicativos móveis vão além do aspecto utilitário orientado para determinadas tarefas. Por isso, os fatores que precedem seu uso podem ser os mais variados. Pois, devido à grande evolução, os aparelhos celulares possibilitam o oferecimento de aplicativos com várias opções de serviços e funções para o usuário. Assim, os aplicativos são adquiridos a fim de resolver um problema ou satisfazer uma necessidade, seja de informação ou de entretenimento (WOOLDRIDGE e SCHNEIDER, 2012).

2.2. Modelo de aceitação de tecnologia

No decorre dos anos, vários modelos se propuseram a explicar os fatores que antecedem a aceitação de determinada tecnologia. Para o presente estudo, utilizou-se o modelo UTAUT2 adaptado de Mariano et al. (2016). A escolha do UTAUT2 para esta pesquisa ocorreu pois trata-se do modelo que apresenta o maior potencial para explicar a adoção de serviços móveis de internet (RONDAN-CATALUÑA et al., 2015). Inicialmente, Venkatesh et al. (2003) se propõe a elaborar uma teoria unificada que explicasse a aceitação de tecnologia, para isso eles extraíram construtos de alguns modelos já existentes, sendo eles: TRA – Teoria da Ação Racional; TAM - Modelo de Aceitação de Tecnologia; MM – Modelo Motivacional; TPB – Teoria do Comportamento

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Simpósio de Engenharia de Produção Universidade Federal de Goiás – Regional Catalão 09 a 11 de agosto, Catalão, Goiás, Brasil Planejado; TAM-TPB – Modelo combinado TAM-TPB; MPCU – Modelo de Utilização do PC; Teoria da Difusão da Inovação; e a Teoria Social Cognitiva. A partir desses modelos foi criado a Teoria Unificada de Aceitação de Tecnologia – UTAUT. A fim de explicar a intenção de uso, ela propõe como fatores antecedentes os construtos expectativa de performance, expectativa de esforço, influência social e condições facilitadoras.

Posteriormente, Venkatesh et al. (2012) constrói um novo modelo adicionando ao UTAUT os construtos Motivação Hedônica, Valor do Preço, e Hábito. Assim foi formado o modelo mais consolidado existente para analisar a aceitação de tecnologia onde calcula-se o percentual de predição da intenção de uso e do comportamento de uso de certa tecnologia. Mariano et al. (2016) busca avaliar em seu modelo apenas a intenção de uso de aplicativos móveis.

2.3. Equações estruturais

A técnica de Equações Estruturais oferece ao pesquisador a possibilidade de investigar quão bem as variáveis previstas explicam a variável dependente e mensura qual das variáveis previstas é a mais influente (FARIAS e SANTOS, 2000). Para Maruyama (1998), os métodos de modelagem por equações estruturais devem partir de um modelo conceitual que cite as relações entre um conjunto de variáveis. Desse modo, é possível verificar uma teoria de relação causal entre um conjunto de variáveis (FARIAS e SANTOS, 2000). A utilização de equações estruturais no presente estudo mostrou-se adequada visto a sua capacidade de examinar simultaneamente várias relações de dependência em uma análise simples, sistemática e compreensiva (RAMIREZ et al., 2014). Já o PLS trata-se de uma robusta técnica baseada no cálculo dos mínimos parciais. O PLS é um método não-paramétrico, portanto, pode ser usado mesmo quando os dados não apresentem uma distribuição normal (HAIR et al., 2016). Para Chin (1998), trata-se de uma ferramenta de análise multivariada de segunda geração pois é capaz de representar conceitos não-observáveis. Ramirez et al. (2014), descreve as fases da metodologia para utilização do PLS, sendo elas: Descrição do Modelo onde é feito a montagem gráfica, é também construído as relações causais entre os construtos; Validação do Modelo onde, a partir de cálculos estatísticos, é verificado se o modelo está dentro dos parâmetros aceitáveis; e Valoração do Modelo onde se apresenta quanto o modelo e variáveis explicam o problema especificado.

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Figura 1: Modelo proposto (Fonte: Adaptado de Ramírez-Correa et al. (2015))

Deste modo, as hipóteses deste estudo são:

•H1: Há uma relação positiva entre as condições facilitadoras e a intenção de uso de aplicativos móveis por moradores do Distrito Federal.

•H2: Há uma relação positiva entre a expectativa de rendimento e a intenção de uso de aplicativos móveis por moradores do Distrito Federal.

•H3: Há uma relação positiva entre a expectativa de esforço e a intenção de uso de aplicativos móveis moradores do Distrito Federal.

•H4: Há uma relação positiva entre a influência social e a intenção de uso de aplicativos móveis por moradores do Distrito Federal.

•H5: Há uma relação positiva entre a motivação hedonista e a intenção de uso de aplicativos móveis por moradores do Distrito Federal.

•H6: Há uma relação positiva entre o preço/valor e a intenção de uso de aplicativos móveis por moradores do Distrito Federal.

•H7: Há uma relação positiva entre o hábito e a intenção de uso de aplicativos móveis por moradores do Distrito Federal.

4. METODOLOGIA

Foi realizado um trabalho de pesquisa científica descritiva com caráter quantitativo, que segundo Gil et al. (1999) é uma abordagem que busca identificar a existência de relações entre variáveis descrevendo características de determinada população ou fenômeno.

Por meio da base teórica e do modelo adaptado por Ramírez-Correa et al. (2015), foi desenvolvido um questionário de 26 perguntas obedecendo a escala Likert de 7 pontos, sendo eles: discordo totalmente, discordo, discordo moderadamente, neutro, concordo moderadamente, concordo e concordo totalmente. O questionário foi aplicado de maneira online entre os dias 4 de junho de 2017 e 7 de junho de 2017 em que alguns fatores limitantes como a idade, sexo, cidade e renda familiar foram estabelecidos.

Foram encontradas 105 respostas com 53% dos respondentes mulheres e 47% homens, sendo que a maioria é formada por jovens entre 18 e 25 anos. Para ter um conhecimento mais específico

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Simpósio de Engenharia de Produção Universidade Federal de Goiás – Regional Catalão 09 a 11 de agosto, Catalão, Goiás, Brasil da região do Distrito Federal, foram consideradas 88 respostas organizadas em uma planilha no Excel para posterior uso do programa SmartPLS e trabalho de análise multivariada.

As 26 perguntas aplicadas compõem as 8 variáveis latentes propostas pelo modelo apresentado conforma a fig. (1). Para tornar o modelo, cada item que compõe uma variável necessita apresentar um valor acima de 0,707 (RAMÍREZ e MARIANO, 2014).

5. RESULTADOS

Dentre os questionários validados, 40 entrevistados eram do sexo masculino e 48 do sexo feminino, sendo que cerca de 58% encontravam-se na faixa etária entre 18 e 25 anos e aproximadamente 20% na faixa de mais de 45 anos. Ainda foi possível verificar que 60 dos entrevistados utilizam do sistema operacional Android em seus dispositivos móveis, enquanto 27 operam o sistema IOS e apenas 1 dos entrevistados utiliza o sistema operacional Windows Phone.

5.1. Confiabilidade Individual

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Simpósio de Engenharia de Produção Universidade Federal de Goiás – Regional Catalão 09 a 11 de agosto, Catalão, Goiás, Brasil De acordo com os resultados apresentados na Fig. (2), o item HT03 da variável “hábito”, o item CF04 da variável “condições facilitadoras”, o item ER03 da variável “expectativa de rendimento” e o item EE04 da variável “expectativa de esforço” foram retirados do modelo devido à baixa fidedignidade individual apresentada por estes elementos. Esteprocedimento é intitulado, segundo Chin (1998) de depuração de item e consiste na retirada de índices inferiores a 0,707, em estudos consolidados, e da remoção de índices inferiores a 0,6 em estudos inicias sobre determinado tema. Como o presente assunto já é considerado um estudo consolidado (VENKATESHETAL, 2003), optou-se por eliminar os elementos com valores menores que 0,707. Atestando, dessa maneira, a confiabilidade de todas as questões de cada um dos constructos no modelo utilizado.

5.2. Confiabilidade Composta, Validade Interna e Variância Média Extraída

A confiabilidade composta é um índice que apresenta a correlação existente entre todos os indicadores apresentados em relação a variável latente de cada um deles. Uma vez que a confiabilidade individual é o elementoencarregado por mensurar a qualidade das questões do questionário, a confiabilidade compostaé o índice responsável pelo o ajuste da qualidade correta dos itens. De acordo com Nunnally (1978) para que a pesquisa possuavalidade é necessário que a confiabilidade composta assuma valores superiores a 0,7.

A validade interna mede a confiança das variáveis latentes, ou seja, se elas explicam o que se propõem a explicar. Este resultado é expresso através da inflação da variância (VIF) que, para Myers (1990), deve estar entre 1 e 5.

Concluindo, deve-se analisar a variância média extraída. Ela diz respeito ao grau em que os indicadores se correlacionam com sua variável e não com as demais. Segundo Fornell e Larcker (1981) deve-se almejar que exista uma diferenciação de no mínimo 50% para que assim todos indicadores sejam válidos para a sua respectiva variável e não para as demais. Dessa maneira, Ramírez e Mariano et al. (2014) afirmam que o valor da AVE deve ser superiorou igual a 0,5.

A Tabela (1), a seguir, mostra que os valores de confiabilidade composta (CC), inflação da variância (VIF) e Variância Média Extraída (AVE) satisfazem as condições requisitos exigidas anteriormente, sendo assim, satisfatórios para o presente modelo.

Tabela 1: Coeficientes de confiabilidade e validade (Fonte: Adaptado de software SmartPLS 3.2.6 em junho de 2017)

Variáveis CC VIF AVE

Condições Facilitadoras 0,927 1,862 0,809 Expectativa de Esforço 0,936 1,750 0,830 Expectativa de Rendimento 0,921 2,709 0,854 Hábito 0,945 2,849 0,897 Influência Social 0,935 1,262 0,827 Intenção de Uso 0,921 - 0,796 Motivação Hedonista 0,916 2,350 0,785 Preço/Valor 0,942 1,205 0,845 5.3. Validade Discriminante

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Simpósio de Engenharia de Produção Universidade Federal de Goiás – Regional Catalão 09 a 11 de agosto, Catalão, Goiás, Brasil A validade discriminante diz respeito ao grau em que uma variável latente é distinta de outra. Este índice é calculado comparando a raiz quadrada de AVE com as correlações das outras variáveis. Espera-se que o valor da raiz quadrada de AVE seja superior as correlações das outras variáveis abaixo de sua posição na tab. (2).

Tabela 2: Validade Descriminante (Fonte: Adaptado de software SmartPLS 3.2.6 em junho de 2017)

Observando que o modelo cumpre com os critérios de confiabilidade e validade, pode-se sugerir que o modelo é válido e o questionário está validado, podendo-se realizar a valoração do modelo estrutural.

5.4. Valoração do Modelo Estrutural

Nessa etapa, o modelo estrutural deve ser validado. Com o estudo metodológico proposto por Ramírez et al. (2014), o modelo pode ser valorado pelo R2 que indica a porcentagem em que um construto anterior prediz uma variável dependente e o Beta que, segundo Cepeda e Roldán (2004) representa o coeficiente path ou peso de regressãopadrão, que são observados no modelo pelas flechas que ligam cada constructo. Dessa forma, Falk e Miller (1992), afirmam que os valores de R2 precisam ser maiores que 0,1 ou 10% e, portanto, explicar o quanto as variáveis latentes influenciam a intenção de uso. Além disso, Chin (1998) aponta que o mínimo valor do Beta deve ser 0.2 sendo que para ser considerado ideal seria acima de 0.3. Caso os valores de beta sejam negativos, a proporção se comporta no mesmo sentido matemático, porém inversamente proporcional a relação utilizada.

Condições Facilitadoras Expectativa de Esforço Expectativa de Rendimento Hábito Influência Social Intenção de Uso Motivação Hedonista Preço/Valor Condições Facilitadoras 0,9 Expectativa de Esforço 0,599 0,911 Expectativa de Rendimento 0,213 0,207 0,924 Hábito 0,395 0,284 0,731 0,947 Influência Social 0,095 -0,049 0,314 0,154 0,91 Intenção de Uso 0,192 0,218 0,671 0,612 0,376 0,892 Motivação Hedonista 0,265 0,305 0,664 0,654 0,321 0,716 0,886 Preço/Valor 0,205 0,028 0,147 0,231 0,221 0,316 0,316 0,919

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Simpósio de Engenharia de Produção Universidade Federal de Goiás – Regional Catalão 09 a 11 de agosto, Catalão, Goiás, Brasil

Figura 3: Modelo final de equações estruturais (Fonte: Software SmartPLS 3.2.6 em junho de 2017)

De acordo com o resultado expresso na Fig. (3), as variáveis latentes preço/valor, hábito, expectativa de rendimento, influência social, condições facilitadoras, motivação hedonista e expectativa de esforço explicam a intenção de uso em 0.616, obedecendo então os padrões do R2. Esse valor é considerado alto e explicita o quanto o modelo do UTAUT 2 já está bem definido na literatura.

Pode-se observar que a Motivação hedonista é o fator que possui maior grau de influência na intenção de uso de aplicativos móveis, ou seja, a diversão e a satisfação gerada pelo aplicativo são capazes de atrair esse tipo de público. Além disso, a Expectativa de Rendimento aparece com um valor de 0.262 o que é significante e demonstra que o uso de redes sociais, por exemplo, traz informações cada vez mais selecionadas e úteis ao cotidiano dos jovens e com isso aumentar a produtividade e o próprio conhecimento.

Assim, das hipóteses apresentadas, as que são mais significantes são a motivação hedonista e a expectativa de rendimento.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse trabalho teve como objetivo apresentar um modelo de intenção de uso de aplicativos móveis. Percebe-se que o modelo do trabalho foi validado segundo todos os aspectos estatísticos

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Simpósio de Engenharia de Produção Universidade Federal de Goiás – Regional Catalão 09 a 11 de agosto, Catalão, Goiás, Brasil citados nos resultados e com isso alcançando o objetivo delimitado. As hipóteses que mais influenciaram a intenção de uso foram: Motivação Hedonista e Expectativa de Rendimento

A motivação hedonista pode ser explicada como variável com valor ideal pelo fato dos jovens estarem utilizando os aplicativos como uma forma de busca de prazer e satisfação e assim, aumentando a sua felicidade. A expectativa de rendimento pode ser explicada pela simples ideia de que utilizar aplicativos traz algum tipo de utilidade no cotidiano do jovem, pois ao usar aplicativos, como redes sociais, é possível filtrar todo o tipo de informação que interessa a pessoa e também ser levado a algum outro tópico ao qual pode acabar se tornando um novo conhecimento.

Entretanto, as outras variáveis não apresentaram influência significativa em relação ao uso e assim as hipóteses apresentadas H1, H3, H4, H6 e H7 foram rejeitadas. Dessa forma, responde o objetivo da pesquisa demonstrando que os fatores motivação hedonista e expectativa de esforço possuem maior interação e a hipótese H2 (Há uma relação positiva entre a expectativa de rendimento e a intenção de uso de aplicativos móveis por moradores do Distrito Federal) é o principal fator que explica o uso de aplicativos móveis no DF.

Através dessa análise de dados é possível perceber que ao desenvolver um aplicativo, principalmente para jovens entre 18 e 25 anos, é fundamental que principal valor gerado seja o prazer e a diversão. Construir interfaces entre o usuário e o aplicativo em que uma determinada pessoa seja capaz de interagir e despertar o interesse e entretenimento é uma chave para o sucesso. Ademais, investir em redes sociais que indague o usuário a buscar informações úteis para ele se torna relevante para ganhar o mercado.

Para próximos trabalhos, sugere-se que a pesquisa seja realizada com uma amostra maior e alguns pontos como a renda familiar possa ser observada e assim, medir se os valores encontrados são diferentes ou não.

Para agenda futura sugere-se um trabalho mais profundo para saber o motivo das hipóteses não validadas e ampliação de pessoas participantes.

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