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Palavras-chaves: Empreendedorismo. Polo naval do Rio Grande. Probit.Logit Multinomial

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Academic year: 2021

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Área temática: Emprego e Mercado de Trabalho, Demografia Econômica

Determinantes do Empreendedorismo no Rio Grande do Sul: uma análise com ênfase no município do Rio Grande

Andréa Bento Carvalho1 Ana Carolina Borges Marques Ribeiro2 Paulo de Andrade Jacinto3

RESUMO: O objetivo deste artigo é analisar a probabilidade dos indivíduos do Rio Grande do Sul, com ênfase no município do Rio Grande, serem empreendedores. Foram empregados métodos de escolha discreta utilizando os dados dos Censos de 2000 e2010. As evidências apontam que homens, brancos casados, mais velhos são mais propensos a serem empreendedores no Rio Grande do Sul. A dummy para o município do Rio Grande indica uma relação negativa com a probabilidade de empreendedorismo, seja como empregador ou como trabalhador por conta própria. A contribuição deste estudo é empírica, atravésdas estimaçõesnos anos de 2000 e 2010foi possívelanalisar a evolução do empreendedorismo no município do Rio Grande. Conclui-se que as probabilidades de empreendedorismo tornaram-se ainda mais baixas em períodos posteriores aos investimentos iniciais no polo naval,indicando que tal investimento não estimulou o empreendedorismo no município.Uma possível explicação para este fato é que as expectativas dos indivíduos trabalharem no polo naval como trabalhadores assalariados pode ter influenciado na escolha ocupacional destes indivíduos.

Palavras-chaves: Empreendedorismo. Polo naval do Rio Grande. Probit.Logit Multinomial ABSTRACT: The objective of this article is to analyze the probability of the individuals of Rio Grande do Sul, with emphasis in the municipality of Rio Grande, to be entrepreneurs. We used discrete-choice methods using the data from the 2000 and 2010 Census. Evidence indicates that married, older white men are more likely to be entrepreneurs in Rio Grande do Sul. The dummy for the municipality of Rio Grande indicates a relationship negative with the probability of entrepreneurship, either as an employer or as a self-employed worker. The contribution of this study is empirical, through the estimations in the years 2000 and 2010 it was possible to analyze the evolution of entrepreneurship in the municipality of Rio Grande. It is concluded that the odds of entrepreneurship became even lower in periods after initial investments in the naval pole, indicating that such investment did not stimulate entrepreneurship in the municipality. One possible explanation for this fact is that the expectations of individuals working at the naval pole as salaried workers may have influenced the occupational choice of these individuals.

Keywords: Entrepreneurship. Naval pole of Rio Grande.Probit. LogitMultinomial JEL Classification: R11, R58

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Doutora em Economia do Desenvolvimento na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul PUCRS. E-mail: andreab.carvalho@yahoo.com.br

2Doutora em Economia do Desenvolvimento na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul PUCRS.

E-mail: carolbmribeiro@hotmail.com

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1 INTRODUÇÃO

O empreendedorismo e a inovação são vistos como processos interativos indutores de mudanças e rupturas essenciais ao desenvolvimento. Schumpeter definia o empreendedor como a pessoa que destrói a ordem econômica existente graças à introdução no mercado de novos produtos ou serviços, seja através da exploração de novos recursos e tecnologias ou através da criação de novas formas de gestão. O empreendedor seria a essência da inovação, tornando obsoletas as antigas maneiras de fazer negócios.

Canevern et al. (2011) aponta que o empreendedorismo vem sendo estudado pelo fato de trazer benefícios para o desempenho da economia e seu crescimento. Birch (1979) defende que pequenas empresas criam uma parcela desproporcional de empregos e por isso, o papel destas empresas no mercado de trabalho seria um tema de grande interesse.

De acordo com Menezes (2015) estudos que tratam do empreendedorismo na economia evidenciam que a maximização de uma função utilidade em um ambiente de incerteza é o balizador para os indivíduos escolherem sua ocupação (ser empreendedor ou assalariado).

Vieira e Jacinto (2013) comentam que o empreendedorismo é abordado por diversas perspectivas diferentes, tanto no âmbito da formação do empreendedor como na forma com a qual o empreendedorismo afeta o desenvolvimento econômico.

Caracterizando o empreendedorismo no âmbito regional, Parker (2009) explana que todas as grandes economias apresentam diferenças regionais nas taxas de empreendedorismo. Isto é verdade para as regiões, áreas do mercado de trabalho, cidades e bairros. A maioria das regiões empreendedoras dentro de um país pode ter taxas de formação de empresas entre duas a quatro vezes mais elevadas do que os observados nas regiões menos empreendedoras PARKER (2009).

No ano de 2005 no município do Rio Grande - RS houvea implantação de um polo naval e offshore, fruto de uma política de Estado. Tal cenário pode ser considerado como uma oportunidade de formação de empreendimentos, principalmente locais. Foram desenvolvidos vários cursos de aperfeiçoamento para empresas já consolidadas, bem como medidas de encorajamento ao empreendedorismo no município e naregião. Como exemplo destas medidas de fomento, podemos citar a Rede Petro4 que foi criada através do convênio entre

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Conglomerado formado por 15 redes atuantes em regiões específicas do país. Tem como objetivos desenvolver tecnologia no Rio Grande do Sul adequada as necessidades das empresas do setor de petróleo e gás natural, energia e mineração; ampliar as possibilidades de mercado para as empresas gaúchas; desenvolver recursos humanos possibilitando assim o acesso ao mercado e atendimento das demandas; aproximar a iniciativa

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PETROBRAS e SEBRAE e o próprio SEBRAE/RS com o Projeto Adensamento da Cadeia Produtiva do Petróleo, Gás e Energia5.

Assim o objetivo do presente trabalho é determinar as probabilidades dos indivíduos no Rio Grande do Sul, com ênfase ao município do Rio Grande, sede do referido empreendimento, serem empreendedores em relação a serem assalariados. Esta análise permitirá um primeiro olhar sobre se o processo de implementação do polo naval e offshore do Rio Grande será ou não totalmente exógeno ao município; ou seja,sepode haver ou não resposta do território no sentido de empreender empresarialmente.

Tal problemática é relevante considerando que a introdução de novos segmentos produtivos em uma determinada região, especialmente aquelas definidas como indústrias industrializantes ou motrizes, tendem a gerar grandes impactos socioeconômicos, muitas vezes excludentes a própria região, devido às escalas de produção e aos níveis de conteúdo tecnológico inerente a grandes projetos industriais.

Com vistas a alcançar os objetivos propostos e tentar responder à questão formulada, fez-se uso demétodos de estimação de escolha discreta.Com base na metodologia empregada e nos resultados alcançados, estruturou-se o trabalho nas seguintes seções: além da seção introdutória, na segunda seção realiza-se uma breve revisão de literatura sobre empreendedorismo. Na terceira seção apresentam-se os métodos probit e logit multinomial e a fonte de dados utilizadas para o alcance do objetivo do trabalho. Na quarta seção discutem-se os resultados encontrados. Por fim, as conclusões do estudo.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A definição de empreendedor não é consenso na literatura. Há uma corrente que define o empreendedor como pequeno empresário ou trabalhador individual, entretanto outra corrente, por exemplo, restringe a identificação do empreendedor como empregador (PARKER, 2009).

Parker (2009) citando estudiosos da área de negócios argumenta que nessa perspectiva define-se empreendedor como alguém que percebe uma oportunidade e cria uma organização a fim de retirar alguma vantagem da mesma. O autor ainda complementa que tal

privada dos centros de pesquisa gaúchos e desenvolvimento de tecnologia para o setor (REDE PETRO/RS, 2010).

5Tinha por finalidade promover a inserção competitiva e sustentável das micro e pequenas empresas neste

mercado, objetivando adequar a base de fornecedores ao que os investidores necessitam e estimular processos locais de desenvolvimento (SEBRAE, 2010).

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caracterização de empreendedor leva a criação de empresas sendo este o efeito esperado do empreendedorismo.

A Global Enterpreneurship Monitor (GEM) conceitua empreendedorismo, para a pesquisa o foco principal está no indivíduo empreendedor mais do que no próprio empreendimento, como qualquer tentativa de criação de um novo empreendimento. Por exemplo, uma atividade autônoma, uma nova empresa ou a expansão de um empreendimento existente.

De acordo com Menezes (2015) ao se analisara tomada de decisão do indivíduo pelo empreendedorismo na ótica econômicadeve-seutilizar as ferramentas microeconômicas, mais especificamente a maximização da utilidade esperada. O autor, citando Tamvada (2007), acrescenta que a decisão dos indivíduos em se tornarem empresários é geralmente modelada via maximização da utilidade, onde os retornos econômicos do empreendedorismo são comparados com os retornos de emprego assalariado.

Os modelos mais simples de escolha ocupacional, conhecidos como estáticos, atribuem a escolha do indivíduo entre ser assalariado e empreendedor em função do comparativo entre o salário (w) e lucro (π) advindos das duas ocupações respectivamente. Se w > π a decisão seria em ser um trabalhador assalariado, se ao contrário, o indivíduo optaria em se tornar um empreendedor, w = π seria a condição de equilíbrio neste caso. Os modelos dinâmicos incorporam algo desprezado pelos modelos estáticos de escolha ocupacional, o custo e os riscos inerentes à mobilidade dos indivíduos entre as duas ocupações. Parker (1996, 1997) propôs um modelo de escolha ocupacional dinâmico, sugerindo que se o crescimento do rendimento esperado for maior na atividade empreendedora em comparação ao emprego remunerado, e não haja nenhum risco na renda no trabalho assalariado, então o risco na renda da atividade empreendedora diminuirá inequivocamente a escolha dos indivíduos em aderir ao empreendedorismo. Se houver risco nas rendas geradas tanto pelo empreendedorismo quanto no trabalho assalariado, e ocorrer um aumento no risco da renda no empreendedorismo a escolhas dos indivíduos serão ambíguas, ou seja, podem gastar ainda mais tempo na atividade empreendedora (PARKER, 2009).

Por fim, os pressupostos de Kihlstrom e Laffont (1979) sobre a escolha ocupacional pretendem demonstrar que existe uma gama de agentes econômicos que só diferem entre si pela postura frente ao risco das duas atividades analisadas, nesse sentido apenas os indivíduos com menor aversão ao risco aderem ao empreendedorismo e quando os indivíduos são indiferentes entre o risco a situação seria um ótimo de Pareto (PARKER, 2009).

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Em termos gerais, os fatores que influenciam a criação de novas empresas podem ser classificados em econômicos, demográficos, culturais e amenidades.Considerando o fator demográfico, a propensão de assumir riscos e iniciar um novo negócio tende a estar localizada em regiões geográficas específicas. Em geral, os estudos empíricos confirmam esta heterogeneidade espacial do capital empreendedor. Por isso, políticas públicas para promover o empreendedorismo são mais complexas que para outros fatores tradicionais de produção (RIBEIROet al. 2016).

Menezes (2015) cita que a literatura sobre a economia do empreendedorismo tem enfatizado a importância do capital humano como determinante para o empreendedorismo. A educação formal está associada com habilidades sejam elas, previsão, imaginação, habilidades computacionais, comunicação (PARKER, 2009). Evans e Leighton (1989), Evans e Jovanovich (1989) e Rees e Shah (1986) não encontraram significância para esta variável na decisão do indivíduo tornar-se empreendedor. Porém há autores que encontram efeitos positivos da escolaridade na decisão de empreender, bem como outros autores enfatizam relações negativas. Holtz-Eakinet al. (1993) afirma que a idade do indivíduo reflete a experiência no mercado de trabalho, e por conseguinte, seu capital humano. No mesmo sentido, Parker (2009) pontua que a idade teria o efeito de aumentar a probabilidade de o indivíduo se tornar empreendedor em geral por três razões: - idosos são mais propensos a ter heranças recebidas e ter capital acumulado que pode ser usado para superar restrições ao crédito e criar uma empresa; o empreendedorismo poderia evitar a aposentadoria compulsória, presente no trabalho remunerado; melhores redes sociais ou networkings, maior controle sobre a quantidade e o ritmo do trabalho, tornando-se, por vezes, mais adequado para as pessoas mais velhas. Entretanto, a idade teria um efeito indutor positivo na decisão de empreender até certo ponto, dado que após certa idade indivíduos mais velhos seriam mais avessos ao risco em comparação a indivíduos mais jovens; além de provavelmente serem menos capazes de trabalhar longas jornadas.

Um dos principais resultados de Evans e Leighton (1989) é que a probabilidade de iniciar um negócio é independente da idade ou experiência laboral nos primeiros 20 anos de trabalho. O estudo também sugere que a experiência salarial tem um retorno muito menor no trabalho por conta própria6 do que no trabalho assalariado. Uma interpretação é que capital humano acumulado através do trabalho assalariado é muito menos valioso no trabalho por conta própria do que no trabalho assalariado. Já experiências de negócios têm quase o mesmo

6 Os trabalhadores por conta própria incluíam empresários individuais, proprietários de negócios individuais ou

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retorno, tanto no trabalho assalariado como no trabalho por conta própria. Além disso, homens com maior patrimônio líquido são mais propensos a se tornarem trabalhadores por conta própria, este resultado é consistente com a visão que empreendedores enfrentam restrições de crédito.

De acordo com Holtz-Eakinet al. (1993), o estado civil dos indivíduos e a quantidade de filhosapresentam efeitos diversos, tanto atuando como fatores estimulantes para a escolha em empreender, como desestimulando. Menezes (2015) citando Borjas (1986) sugere que indivíduos casados são mais propensos a empreender, dado que o cônjuge tenderia a ajudar no negócio. Ao considerar o tamanho da família, o autor cita Dolton e Makepeace (1990), que assinalamna redução da probabilidade de o indivíduo empreender, justificado pelo custo do insucesso do negócio, entretanto outros autores apontam efeito semelhante ao obtido pela ajuda do cônjuge no empreendimento.

Fuji e Hawley (1991) utilizando uma pesquisa de domicílios dos EUA feita em 1982 descobriram que a renda das esposas é mais importante para trabalhadores por conta própria do que para trabalhadores assalariados, provavelmente por que ganhos do esposo advindo do trabalho por conta própria são menos estáveis. E ainda que, quando a renda da esposa diminui, a probabilidade do esposo trabalhar por conta própria aumenta. Os autores também defendem que mantendo demais fatores constantes, homens com maior capital humano e financeiro são mais propensos a serem trabalhadores por conta própria.

3 ESTRATÉGIA EMPÍRICA E DADOS

A maioria dos modelos econômicos trata a escolha ocupacional como uma decisão discreta e não contínua (PARKER, 2009). Dessa forma, para avaliar a probabilidade de um indivíduo ser empreendedor no estado do Rio Grande do Sul, com ênfase no município do Rio Grande - dado a implementação do polo naval e offshore do Rio Grandeno ano de 2005 – foram utilizados o modelo de escolha discreta probit e o modelo multinomial logit. A seguir segue uma apresentação formal do método probite logit multinomialde acordo com Parker (2009).

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Considere duas ocupações indicadas por j: E – empreendedorismo; P - trabalho remunerado. Cada indivíduo tem um vetor de características observadas Wie sua respectiva

função utilidade Uij =L (Wi; j) + Uij se eles trabalham na ocupação j, em que U(·; ) é a

utilidade que pode ser observada utilizando método econométrico e uij é utilidade não

observada idiossincrática. Definindo zi* como uma variável latenteque objetiva medir a

vantagem em termos de utilidade relativa obtida poriestar desenvolvendo a ocupação Eem relação a P. Isto é,

𝑍𝑖∗ = 𝑈(𝑊𝑖; 𝐸) − 𝑈 (𝑊𝑖; 𝑃) + 𝑈𝑖𝐸 − 𝑈𝑖𝑃

Se assumirmos que U (; ) é linear, tomando a forma L(Wi; j) = β’jWi, onde são βjsão

vetores de coeficientes, logo podemos reescrever a equação acima:

𝑍𝑖= 𝛼 + β’Wi + 𝑣 𝑖

Onde: β’: = β’E-β’P é outro vetor de coeficientes; α: = E[UIE-UIP] é um intercepto;e vi: =

UIE - UIP - α ~ IIN (0, σ2) é um termo de erro. O intercepto é incorporado em Wi como uma

coluna de números um então β será tratado como um conjunto completo de coeficientes. Nesse sentido, o indivíduo i irá escolher o empreendedorismo ao invés do trabalho remunerado se z* ≥ 0. Assim, a variável bináriade escolha ocupacional será:

𝑍𝑖∗ = {1 𝑠𝑒 𝑜 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑢𝑜 𝑖 é 𝑜𝑏𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑑𝑜 𝑒𝑚 𝐸, 𝑖𝑠𝑡𝑜 é, 𝑠𝑒 𝑍𝑜 𝑠𝑒 𝑜 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑢𝑜 𝑖 é 𝑜𝑏𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑑𝑜 𝑒𝑚 𝑃, 𝑖𝑠𝑡𝑜 é, 𝑠𝑒 𝑍𝑖∗ ≥ 0

𝑖∗ < 0

Por conseguinte, a probabilidade de que um indivíduo i seja observado em E em uma amostra representativa com características pessoais representadas por um vetor Wi, é:

𝑃𝑟(𝑍𝑖 = 1) = 𝑃𝑟( 𝑍𝑖≥ 0)

O modelo probit pressupõe que a distribuição do termo de erro VI é normal. Logo,

𝑃𝑟(𝑍𝑖 = 1) = 𝜙 (𝛽′𝑊𝜎 𝑖)e𝑃𝑟(𝑍𝑖 = 1) = 1 − 𝜙 (𝛽′𝑊𝜎 𝑖)

Onde ϕ (.) é a função de distribuição (cumulativa) da normal. O modelo é estimado numericamente por máxima verossimilhança.

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8 3.2 Logit Multinomial

O indivíduo i deve escolher entre j=1,...,J alternativas de ocupação. Definindo Zijigual a

um se individuo i escolher j, e zero caso contrário. Então o modelo propõe que a probabilidade i de escolher j é dado por:

Pr(𝑍𝑖𝑗|𝑊𝑖 , 𝑋𝑗) = exp { 𝛽 𝑗+ 𝑊𝑖 + 𝛾′𝑋𝑗} ∑ 𝑗 𝑒𝑥𝑝{ 𝛽 𝑗+ 𝑊𝑖 + 𝛾′𝑋𝑗 } Onde:

Wi = vetor de variáveis cujos valores variam entre os indivíduos

Xj = vetor de variáveis cujos valores variam de acordo com as ocupações

βj = varia em todas ocupações, ou não podem ser identificados

βj e γ = estimados por máxima verossimilhança

Como base de dados para as estimaçõesforam utilizados osCensos de 2000 e 2010. Alguns filtros foram realizados na referida amostra, tais como: exclusão de indivíduos com idade menor de 18 anos e maior de 65 anos, exclusão de indivíduos que apresentavam missing em alguma observação da renda.

As variáveis utilizadas nas estimações são apresentadas em detalhe no Apêndice, tabela 1A. A tabela 1 apresenta as estatísticas descritivas da amostra por tipo de ocupação no Rio Grande do Sul.

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Através da tabela 1 observamos que no estado do Rio Grande do Sul há um maior número de trabalhadores não empreendedores, seguido de empreendedor por conta própria, e um menor número de indivíduos empregadores, a mesma tendência é observada para os residentes no município do Rio Grande. Além disso, observa-se que os empregadores são em média, mais escolarizados e com maior renda do trabalho principal, seja em 2000 ou 2010.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Primeiramente foi estimado um modelo probit para analisar os fatores associados ao empreendedorismo no estado do Rio Grande do Sul, em especial o fato do indivíduo residir no município do Rio Grande. Os coeficientes e os efeitos marginaisassociados a cada variável são apresentados na tabela 2.

Os resultados apresentados na tabela 2 indicam que, no Rio Grande do Sul, indivíduos da cor branca têm maior chance de serem empreendedores (12%) quando comparado aos não brancos, seja no ano de 2000 ou 2010.No tocante ao sexo do indivíduo, homens têm maior probabilidade de se tornarem empreendedores em comparação as mulheres. Porém observa-se uma redução da probabilidade quando se compara os anos de 2000 a 2010.

Conta própria Empregador Conta própria Empregador

Residentes no município de Rio Grande 3.581 1.441 156 4.416 1.655 147

Idade 35 41 42 36 42 43

Idade por categoria

Menor que 25 anos 0 0,09 0,04 0,23 0,10 0,06

De 26 a 33 anos 0,25 0,18 0,18 0,25 0,15 0,18 De 34 a 41 anos 0,38 0,42 0,50 0,34 0,36 0,42 De 42 a 55 anos 0,10 0,18 0,18 0,13 0,22 0,21 De 56 a 65 anos 0,04 0,13 0,10 0,05 0,17 0,14 Branco 0,86 0,92 0,97 0,85 0,89 0,96 Homem 0,57 0,25 0,75 0,54 0,64 0,68 Chefe 0,49 0,67 0,73 0,44 0,52 0,61 Casado 0,49 0,66 0,72 0,41 0,59 0,61 Número de dependentes 0,82 0,86 0,89 0,82 0,98 1,05 Nível de Escolaridade

Sem instrução até ensino fundamental incompleto 0,04 0,49 0,02 0,28 0,56 0,19 Ensino fundamental completo ou médio incompleto 0,58 0,72 0,33 0,20 0,19 0,16

Ensino médio completo ou superior incompleto 0,29 0,20 0,36 0,38 0,19 0,41

Ensino Superior 0,12 0,08 0,31 0,14 0,06 0,25

Renda do trabalho principal 528 645 2556 1200 1232 3850

Número de observações 256.459 133.196 16.317 327.423 196.421 15.545

Fonte: Elaboração própria com dados do Censo de 2000 e 2010.

Ano 2010

Não emprendedor Empreeendedor Empreeendedor

Tabela 1: Estatística descritiva dos indivíduos residentes no Rio Grande do Sul Não emprendedor

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Cada ano a mais de idade aumenta em 1,39% a probabilidade de o indivíduoser empreendedor, já a variável idade ao quadrado (construída a fim de captar os rendimentos marginais decrescentes advindos da idade) apresenta uma relação negativa com o empreendedorismo, diminuindo a probabilidade do indivíduo a partir de certoponto do seu ciclo de vida ser empreendedor. As duas relações acima, idade e idade ao quadrado, estão em conformidade com o encontrado na literatura. Parker (2009) cita que pessoas mais velhas são mais propensas ao empreendedorismo, dado a experiência acumulada em relação aos jovens, fuga de aposentadoria compulsória ou ainda relações e contatos de negócios mais estabelecidos também em comparação com os mais jovens, porém o autor pondera que esta influencia diminui à medida que a idade avança tornando os indivíduos, por exemplo, mais sensíveis ao risco inerente a atividade.

Tabela 2: Probit - Determinantes do Empreendedorismo para o RS

Coeficiente Efeito marginal Coeficiente Efeito marginal

Residentes no município de Rio Grande -0.160*** -0,0542*** -0.213*** -0,0724*** (0.0196) (0,0067) (0.0179) (0,0061) Idade 0.0411*** 0,0139*** 0.00722*** 0,00246*** (0.00135) (0,00045) (0.00109) (0,00037) Idade2 -0.0161*** -0,0055 0.0208*** 0,00709*** (0.00166) (0,00056) (0.00133) (0,00045) Branco 0.373*** 0,1270*** 0.373*** 0,1271*** (0.00694) (0,002331) (0.00559) (0,00188) Homem 0.491*** 0,1666*** 0.261*** 0,0889*** (0.00555) (0,00183) (0.00412) (0,00139 Chefe -0.0158*** -0,00535*** -0.0366*** -0,0125*** (0.00560) (0,00190) (0.00410) (0,00137) Casado 0.166*** 0,05629*** 0.218*** 0,0741*** (0.00470) (0,00519) (0.00406) (0,00137) Número de dependentes 0.00886*** 0,00301*** -0.00143 -0,00049 (0.00228) (0,00077) (0.00195) (0,00066) Nível de Escolaridade

Ensino fundamental completo ou médio incompleto 0.107*** 0,0366*** -0.231*** -0,0844*** (0.0341) (0,01150) (0.00513) (0,00187) Ensino médio completo ou superior incompleto -0.0719** -0,0240*** -0.460*** -0,1630*** (0.0343) (0,01160) (0.00490) (0,00175) Ensino Superior -0.122*** -0,0403*** -0.470*** -0,1665*** (0.0349) (0,01178) (0.00718) 0,00246) Ln da Renda 0.0266*** 0,0090*** -0.142*** -0,0484 (0.00277) (0,00094) (0.00277) (0,000934) Número de observações 405.616 405.616 539.389

Log lik elihood -241.929 -322.656

Pseudo R² 0.0938 0.1073

Fonte: Elaboração própria com dados do Censo 2010.

2000 2010

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Variáveis relacionadas ao nível de instrução dos indivíduos apresentaram relações, em geral, negativascom o empreendedorismo. Fragmentando o nível de estudo em quatro categorias para melhor entender seus impactos, temos que indivíduos que completam o ensino médio registram menor probabilidade de se tornarem empreendedores, o mesmo acontece quando o indivíduo apresenta o ensino superior completo, a probabilidade de ser empreendedor diminui em 16,65% em 2010. Os resultados encontrados para a relação entre níveis de instrução e empreendedorismo diferem entre autores que estudam o tema. Parker (2009) pontua tal discrepância entre estudos econométricos contrapondoprincipalmente as diferenças encontradas em países desenvolvidos e países em desenvolvimento. Os primeiros tenderiam apresentar relações positivas e significantes, já economias em desenvolvimento tendem a exibir relações negativas para níveis mais altos de instrução7, tais como as deparadaspelo presente trabalho, pessoas com maior nível de estudo tendem a procurar trabalho assalariado ao invés de empreender8.

Quanto ao estado civil, indivíduos casados tendem a apresentar maior probabilidade de serem empreendedores. A relação positiva e significante encontrada pelo trabalho esta de acordo com a literatura, já que pessoas casadas contariam com a ajuda do cônjuge para desempenhar tal atividade, esta ajuda reduziria a aversão ao risco do indivíduo em empreender, outro fator impulsionador para o empreendedorismo que impacta na diminuição do risco deve-se ao cônjuge possuir rendimento de outro trabalho.

A variável chefetraz uma relação negativa seja em 2000 ou 2010, indicando uma diminuição na probabilidade de empreender caso o indivíduo seja o responsável pelo domicílio. Esta relação está de acordo com a discutida por Holtz-Eakin et al. (1993) em que o indivíduo enquadrado como o principal responsável pela família torna-se mais sensível ao risco, logo tendendo a ser um trabalhador assalariado.

Em relação aonúmero de dependentes, não há significância estatística desta variável estar associada com a probabilidade de o indivíduo ser empreendedor no ano de 2010.

A dummy regional RG foi inserida na estimação para captar a probabilidade de escolha individual ocupacional dos residentes no município do Rio Grande. Inserido em uma estratégia de desenvolvimento regional, o estabelecimento do citado polo naval pode ser enquadrado em uma política chamada Top Down, ou “de cima para baixo”, tendo esta

7

Menezes (2015) cita que estes resultados evidenciam uma propensão maior ao empreendedorismo por necessidade. Parker (2009) conceitua empreendimento por necessidade como aquele em que não há alternativa melhor para trabalhar do que o empreendedorismo.

8 Resultados na maioria para países mais pobres, onde predomina a agricultura e as taxas de alfabetização são

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estratégia como característica a indução por políticas públicas, ou seja, uma estratégia de governo em que o território serve de receptor. Contudo, este pode se engajar ao processo que está sendo implantado através das janelas de oportunidades que advêm destas implantações políticas. Neste caso, pode-se considerar a inserção de fornecedores locais nesta cadeia da indústria naval como uma janela de oportunidade, levando em conta, por exemplo, a excelência do estado do Rio Grande do Sul no segmento metalmecânico e eletroeletrônico (CARVALHO, 2011). Contudo, a variável RG indica queno município do Rio Grande os indivíduos apresentam uma diminuição de 5,42%na probabilidade de ser empreendedorno ano de 2000 e de 7,24% no ano de 2010. Elencamos possíveis explicações para o resultado encontrado. Primeiramente, ser trabalhador assalariado nopolo9possivelmente estaria mostrando uma maior utilidade esperada para os indivíduos em comparação com o empreendedorismo, considerando que este abriu milhares de vagas de emprego10diretas e indiretas nos mais diversos setores. Além do fato anterior, o desenvolvimento dos empreendimentos navais no município do Rio Grande no período 2005 a 2010 era por deveras recente, contam-se apenas cinco anos, e de acordo com Carvalho etal. (2010), existia a incerteza da real maturidade dos projetos, dessa forma aumentando a percepção de risco nos indivíduos.

A fim de trazer mais informações a respeito dos fatores associados ao empreendedorismo no Rio Grande do Sul, com ênfase ao município do Rio Grande, foi estimado um modelo logit multinomial desagregando a categoria empreendedor em duas – conta própria eempregador– comparando com a categoria de trabalhadores assalariados (categoria base).São apresentados os efeitos marginais da associação de cada uma das variáveis a probabilidade de ser trabalhador por conta própria ou ser empregador.

Os resultados apresentados na tabela 3 indicam que, no Rio Grande do Sul, indivíduos da cor branca e do sexo masculino têm maiores chances de serem tanto empreendedores empregadores quanto conta-própria quando comparados aos assalariados. A idade aumenta aprobabilidade dos indivíduos serem empreendedores por conta própria, já para os empregadores a idade parece ser relevante somente no ano de 2010. A idade ao quadrado apresenta diferente relação entre as probabilidades dos indivíduos tornarem-se

9O polo naval e offshore do Rio Grande tiveram sua primeira encomenda de plataforma (P-53) realizada no ano

de 2006 em um investimento de U$S 370 milhões. Desde então até o ano de 2013 três plataformas (P-55, P-58, P-63) foram encomendadas com investimentos de U$S 7 bilhões. Ainda houve encomendas de oito cascos no valor de U$S 4 bilhões (Gonçalves e Teixeira (2014). O município do Rio Grande contava, até o ano de 2015, com dois estaleiros operantes.

10 De acordo com Gonçalves e Teixeira (2014) houve um aumento no contingente de emprego formal de 28,16%

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empreendedores. Analisando o empregador observamos uma relação negativa diminuindo a probabilidade do indivíduo empreender nesta categoria, entretanto ao analisarmos empreendedorismo por conta-própria no ano de 2010 o resultado não apresenta significância estatística.

Os níveis de instrução, fundamental completo ou médio incompletopossuem significância estatística e relação positiva como a probabilidade de ser empreendedor seja por conta própria ou empregador, indicando aumentos de probabilidade de 8,72% e 1,021%, respectivamente, noano de 2010.Para os empreendedores empregadores completar o ensino médio diminui a probabilidade de tornar-se empreendedor em 17,63% em 2000 e 2,11% no ano 2010. Para o ensino superior a relação é negativaem 2000 (17,86%) e positiva em 2010, porém quantitativamente pequena (0,08%). Os resultados encontrados para a relação entre os

Tabela 3: Logit multinomial - Determinantes do Empreendedorismo em efeitos marginais

2000 2010 2000 2010

Residentes no município de Rio Grande -0,0445*** -0,0636*** -0,0111*** -0,0097*** (0,00640) (0,00618) (0,00286) (0,00228) Idade 0,0137*** 0,00159*** 0,00141 0,0016*** (0,00055) (0,00036) (0,00022) (0,00015) Idade2 -0,00615*** 0,00711 -0,00108*** -0,00127*** (0,000556) (0,00044) (0,00026) (0,00018) Branco 0,1062*** 0,1117*** 0,0310*** 0,0199*** (0,00234) (0,00185) (0,000164) -0,00105 Homem 0,1675*** 0,0867*** 0,00049 0,00260*** (0,00182) (0,00136) (0,000824) -0,00053 Chefe -0,0072*** -0,0147*** 0,00114 0,00151*** (0,000188) (0,00133) (0000083) -0,0005 Casado 0,0480*** 0,0705*** 0,00847 0,00324*** (0,00155) (0,00133) (0,00068) -0,00049 Número de dependentes 0,00085 -0,0028*** 0,00138*** 0,00202*** (0,00074) (0,00064) (0,00033) -0,00023 Nível de Escolaridade

Ensino fundamental completo ou médio incompleto 0,0345*** 0,0872*** 0,0254*** 0,01021*** (0001082) (0,00184) (0,00456) (0,00066) Ensino médio completo ou superior incompleto -0,0372*** -0,1763*** 0,04107*** 0,02115***

(0,01091) (0,00174) (0,00458) (0,00062) Ensino Superior -0,0591*** -0,1786*** 0,02768*** 0,00826*** (0,01110) (0,00249) (0,004582) (0,00070) Ln da Renda -0,0376*** -0,0836*** 0,04051*** 0,0274*** (0,00087) (0,00097) 0,000372) (0,00034) Número de observações 405.616 539.389 405.616 539.389

Log lik elihood -279.249,1 -364.295 -279.249,1 -364.295

Pseudo R² 0,1233 0,1264 0,1233 0,1264

Fonte: Elaboração própria com dados do Censo 2010.

Conta-própria Empregador

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níveis de instrução e empreendedor por conta própriaestão de acordo com a literatura e reflete o empreendedorismo por oportunidade, característico desta categoria.

Quanto ao estado civil, empreendedores casados tendem a apresentar maior probabilidade de seremempregadores, ou trabalhadores por conta própria. A variável chefeindica um aumento na probabilidade de empreender do empregador, relação inversa encontrada para o empreendedor por conta própria, cuja probabilidade diminui. Em relação aos dependentes há evidência de uma relação negativacom a probabilidade do indivíduo ser empreendedor do tipo conta própria, já para os empregadores a relação se mostra positiva e significante.

A dummy regional RG indica que para os indivíduos residentes no município do Rio Grande há diminuição na probabilidade de empreender em ambas as categorias, 6,3% para conta própria e 0,09%para empregador no ano de 2010. Valores menores quando comparados ao ano de 2000. Os efeitos estão de acordo com a estatística descritiva apresentadas na tabela 1, onde os indivíduos são mais propensos ao trabalho assalariado. Possivelmente por conta do polo naval, dado o grande contingente de empregos formais gerados e a remuneração, em muitos casos, acima da média.

A pequena variação na categoria empregadores de 2000 a 2010 mostra que mesmo havendo investimentos volumosos no município, eles não refletiram um aumento do empreendedorismo local.

5 CONCLUSÕES

O método de escolha discreta probit possibilita avaliar a escolha ocupacional individual, no presente caso definir as probabilidades dos indivíduos no Rio Grande do Sul, e em especial os residentes no município do Rio Grande, serem empreendedores ou assalariados.

Segundo o método probit, homens brancos, casados, mais velhos e com menor nível educacional, que não são responsáveis pelo domicílio, apresentaram maior probabilidade de serem empreendedores. A variável binária que descreve o residente no município do Rio Grande indicouuma redução na probabilidade de empreender seja antes ou depois da instalação do polo naval. Uma possível justificativa é o fato de esses indivíduos preferirem trabalhar no polo naval ao invés de empreender.

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Ao desagregarmos a categoria empreendedor em duas – conta própria ou empregador – através da utilização do método logit multinomial, as probabilidades dos indivíduos residentes em Rio Grande serem empregadores ou trabalhadores por conta própria) permaneceram negativas. As estimações mostram quehomens, brancos, casados, mais velhos, apresentaram probabilidade positivas e significantes para serem empregadores ou trabalhadores por conta própria. Quando se analisam os níveis de escolaridade, observam-se efeitos positivos e significantes para o empregador e efeitos negativos de maior escolaridade para os trabalhadores autônomos, sugerindo um empreendedorismo por necessidade.

Para a dummy RG, foi encontrado resultado semelhante na estimação do probit com redução na probabilidade de empreender nas duas categorias seja no ano de 2000 como no ano de 2010. Assim observa-se que mesmo havendo grande volume de investimentos no município, devido ao polo naval, não se evidência um comportamento empreendedor de seus residentes. Neste sentido em estudos futuros pode se analisar que políticas foram implementadas para desenvolvimento do empreendedorismo local e porque elas não tiveram efeitos positivos. Aspectos institucionais e burocráticos podem ser grandes empecilhos para o desenvolvimento de negócios no Brasil.

Destaca-se a contribuição deste estudo que atravésdas estimações em dois pontos do tempo, nos ano 2000 e 2010 permitiu avaliar a evolução do empreendedorismo no município do Rio Grande, concluindo que as probabilidades de empreendedorismo tornaram-se ainda mais baixas em períodos posteriores aos investimentos iniciais no polo naval,indicando que tal investimento não estimulou o empreendedorismo no município.

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Tabela 1A: Definição das variáveis independentes

1 se residente no município de Rio Grande 0 caso contrário 0 se idade<=25 1 se idade>=26 e idade<=33 2 se idade>=34 e idade<=41 3 se idade>=42 e idade<=55 4 se idade>=56 e idade<=65 1 declarou ser branco 0 caso contrário 0 mulher 1 homem

1 declarou ser o responsável pelo domicílio 0 caso contrário

1 estado civil casado 0 caso contrário

1 declarou ter filho ou enteado entre 0 e 16 anos 0 caso contrário

0 Sem instrução e Ensino fundamental incompleto 1 Ensino Fundamental completo e médio incompleto 2 Ensino Médio completo e superior incompleto 3 Ensino Superior completo

Ln renda Logaritmo natural da renda do trabalho principal Escolaridade Casado Dependentes RG Variáveis independentes Homem Branco Chefe Idade dos cônjuges

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