Teoria da comunicação e semiótica
* Cláudio Henrique da SilvaExistem inúmeras teorias da comunicação. Perguntas preliminares: o que é língua? O que é fala? O que é linguagem?
Língua
Sons e ruídos combinados (sonora, tônica + sentido). Cada uma tem uma articulação própria.
Com as palavras CASA e HOUSE nos chegam as cadeias sonora e sentido. A palavra MURICI nos chega, pelo menos inicialmente, somente a cadeia sonora. Nos falta o sentido.
A língua é um fenômeno coletivo. Pertence a um grupo. Está relacionado ao aprendizado.
Fala
Pertence ao indivíduo ! expressão.
Linguagem
Sistema de signos. Os signos estão interrelacionados. Não são um agrupamento de elementos.
É um sistema socializado mais amplo que a língua. Ex.: linguagem cinematográfica. Os elementos que a compõem estão mais próximos da abstração. É a matéria que pode dar forma à criação.
Comunicação é o ato ou efeito de emitir,
transmitir, receber, trocar mensagens através de métodos e processos convencionados, como a linguagem.
Todo o processo de comunicação pressupõe um sistema de significação como condição necessária.
Comunicar é a transformação de um sistema em outro sistema. Como um
organismo vivo.
*Este texto são anotações de um curso que fiz na pós-graduação em Design de Hipermídia em 2001, na Anhembi Morumbi. cor forma textura som composição
Linguagem e representação
Signo: uma coisa que representa uma outra coisa. Representação: “estar no lugar de”.
Signo, do grego seme. Semeion (natureza) e symbolon (cultura).
Santo Agostinho: o primeiro a lançar mão da
palavra signo (signum).
John Lock: visão lógica da análise do signo.
Ferdinand Saussure (1857-1913): fundador da lingüística (estruturação da
língua: fonemas, etc). Apresenta, em seguida, a semiologia (estudo dos signos). 1º - A linguagem é a mais importante 2º - A lingüística é a mais avançada de todas as semiologias.
3º - Nada mais adequado que a língua para compreender o sistema semiológico.
Signo: significante e significado.
A idéia de signo é bilateral. O significado está relacionado ao conceito. O significante é acústico. Nada existe fora deste sistema de signo.
Quando se trata de linguagem, os conceitos são oriundos de Sausurre. Linguagem
Sintagma – cadeias (as frases que construo) Paradigma – a própria língua (modelo)
Semiologia: a teoria geral dos signos relacionados à língua dentro da relação sintagma-paradigma.
Hjelmslev (1899-1965) – Glossemática
Principal seguidor de Saussure. Acrescenta os signos não lingüísticos. Permanece a ênfase nos signos lingüísticos, continua a discussão a partir da linguagem. O sistema semiótico é formado por esquema (língua), uso (fala) e norma (as palavras mais usuais).
Signo
Expressão (significante) Conteúdo (significado)
A tentativa de Hjelmslev é chegar aos signos não verbais dando um salto em relação à teoria de de Saussure.
interpretante
objeto signo
Psicologia Geral
Psicologia social Psicologia individual
Semiologia
Lingüística Escritura Outros signos não verbais . . .
Forma – Substância – Matéria: a substância toma forma a partir da matéria. Substância: estrutura específica da matéria, depende da forma. Matéria: massa de pensamento amorfa constituída de várias línguas.
O signo possui subsistemas ! figuras. Os signos não lingüísticos não podem ser decompostos nestes termos.
Outros pensadores: Buyssens (1943) – Pietro (1966, 1968) – Eco (1968, 1976) – Mounnir
Estruturalismo Semiótico
Escola de Praga – 1926 – Roman Jakobson
A palavra chave é relação (relação – objetivo – finalidade). O elemento semiótico (signo) é o elemento de comunicação.
Abordagem científica na literatura e na arte. Que recurso está sendo utilizado para comunicar?
A literatura e a arte vêm provocar um estranhamento, renovar a percepção, uma nova forma de olhar.
Salto nesta teoria: a questão poética ! fenômeno semiótico, presente em tudo, inclusive na literatura e na arte. Se apresenta em diversos graus.
Sugestão de leitura: Pignatari, Décio
Semiótica da Arte e da Arquitetura São Paulo: 1971, Ed. Cultrix
Lacan Focault
Roland Barthes (mitologias)
Humberto Eco – Semiótica = Teoria da Cultura – Livros: Obra Aberta, Definição
da Arte (1978), Estrutura Ausente – questionamentos sobre estruturalismo. CONTEXTO
(função referencial) EMISSOR
(emotiva) MENSAGEM (poética) (conotativa) RECEPTOR
CONTATO (tácita)
CODIGO (metalingüística)
Sugestão de leitura: Eco, Humberto
Seis passeios pelos bosques da ficção São Paulo: Companhia das Letras, 1994
Charles Sanders Pierce
Indução (“testagem”) — dedução — abdução (“insight”)
Não se tem o objeto na sua totalidade, mas índices, fragmentos. Signo é uma representação de algo para alguém.
Três tipos de raciocício:
• Abdução: como as idéias surgem (possibilidades)
• Indução: testagem das hipóteses
• Dedução: conclusão das hipóteses Categorias:
• Primeiridade
• Secundidade
• Terceiridade
Por que signo? Por que posso recortar um objeto e interpretá-lo?
A informação que tenho do objeto me escapa na sua totalidade, sou falível na minha percepção.
Semiose: ação do signo (possibilidade de ação, do movimento que o signo pode ter).
O objeto que se observa é imediato e não dinâmico, não é sobre a totalidade. Capacidade de estabelecer relações.
Primeiridade súbito abdução -Secundidade choque, testagem indução -Terceiridade conceito, sentido “aquilo que possa ser”
dedução
-signo
signo objeto interpretante dinâmico imediato imediato dinâmico final1º 2º 3º
Signo consigo mesmo Signo com seu objeto Signo com seu interpretante QUALISIGNO Ícone Rema ! possibilidade
SIM-SIGNO Índice Dicente ! testagem LOGI-SIGNO Símbolo Argumento ! lei