• Nenhum resultado encontrado

Sociabilidade pública: o caso das praças Afonso Pena e Saens Peña (RJ).

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Sociabilidade pública: o caso das praças Afonso Pena e Saens Peña (RJ)."

Copied!
9
0
0

Texto

(1)

Amanda Fernandes de Carvalho Universidade Federal do Rio de Janeiro

amandaafdc@gmail.com

Sociabilidade pública: o caso das praças Afonso Pena e Saens Peña (RJ).

INTRODUÇÃO

As praças tem grande importância para a vida urbana. Concentram valores históricos e culturais e desempenham papel fundamental na interação social, o que as torna pontos estratégicos na cidade. Para Kevin Lynch (1997), a praça deve ser entendida como um foco das atividades, um “ponto nodal” que atrai diversos grupos de indivíduos e propicia o encontro entre eles. Por possuir tais características, as praças são espaços públicos exemplares que podem servir de espaços para ativação da sociabilidade. A sociabilidade pode ser interpretada como um sistema de comportamentos associados às trocas da vida cotidiana que envolvem um espaço comum entre pessoas que não dividem uma intimidade. E este mesmo sistema de comportamentos é também um sistema espacial, que condiciona lugares para sua ocorrência, logo é possível constatar a espacialidade deste fenômeno, que é o que interessa à Geografia e que, por tempos, tem sido um aspecto negligenciado e pouco debatido. Tal fenômeno ocorre em determinados lugares da cidade. Neste sentido, a sociabilidade, sistema de trocas de gestos e atitudes que regulam a vida social nos espaços de vida comum da metrópole (SIMMEL,2006), pode ser observada em termos do sistema de lugares ou espaços públicos que mobiliza em uma cidade. E cada um destes pontos ou espaços públicos possui um determinado arranjo espacial com padrões específicos de ocupação.

O objetivo do trabalho é analisar os padrões espaciais de sociabilidade nos espaços públicos e os fatores que condicionam os mesmos. Para este estudo, foram escolhidas duas praças da cidade do Rio de Janeiro situadas no bairro da Tijuca.

(2)

A Tijuca é um bairro tradicional da Zona Norte do Rio, o 5º maior bairro em população da cidade e possui um dos maiores IDHs de sua Zona. Faz parte da subprefeitura da Grande Tijuca que engloba ainda os bairros de Vila Isabel, Maracanã, Grajaú, entre outros. É um dos bairros do Rio de Janeiro mais conhecidos pelo caráter identitário de seus moradores, o “Tijucano”.

As praças Castilho França, mais conhecida como Praça Afonso Pena, e Saens Peña, dita como o “Coração da Tijuca” foram selecionadas para análise por serem espaços públicos urbanos importantes de mobilidade e lazer dos moradores da Tijuca.

A partir desta escolha é possível perguntar: A proximidade geográfica das duas praças faz com que esses padrões espaciais da sociabilidade se mantenham similares? Com o passar do dia, esses padrões mudam? Qual o público que ativa estes espaços públicos como espaços de sociabilidade?

AS PRAÇAS SAENS PENA E AFONSO PENA: ENCONTRO SOCIAL, LAZER E CIRCULAÇÃO

A Praça Saens Peña, exerce um papel central para as atividades comercial e de lazer para os moradores do bairro. Antes de ser reconhecida como Saens Peña, em 1820, o lugar onde hoje se localiza a praça era marcado pela presença de chácaras e pela Fábrica de Chitas, considerada uma das primeiras do Brasil. Próximo a fábrica se localizava o Largo da Fábrica a qual situava-se num encontro de dois caminhos, hoje conhecidos como a Rua Conde de Bonfim e Desembargador Isidro, vias principais de circulação do bairro até os tempos de hoje. Esse foi conhecido como Bairro da Fábrica das Chitas e se tornou o primeiro foco de núcleo urbanização da região, dominado por grandes propriedades essa fisionomia só iria mudar em tom considerável em 1840 com a cultura cafeeira do Vale do Paraíba.

Em 1911 o Largo das Fábricas das Chitas foi substituído pela Praça Saens Peña, a praça foi o primeiro projeto inspirado no paisagístico francês até que finalmente em 1940 a

(3)

Praça recebeu sua primeira versão do Lago que hoje preenche boa parte da praça. A praça chegou a ser conhecida como Nova Cinelândia pela grande quantidade de cinemas que surgiram aos seus arredores em meados dos anos 1920, mas agora todos os antigos cinemas deram lugar a outras instalações como lojas, drogarias e igrejas.

Também possuía o famoso Café Paleta, símbolo entre os moradores e ponto de encontros sociais. Hoje o Café ainda existe porém perdeu esta característica. A praça ainda recebia apresentações semanais de fantoches para as crianças e toda sexta e sábado realizava a “feirinha de artesanato” com barracas que oferecem artigos de vestuário e decoração que se mantém até hoje.

Atualmente essa característica do lazer vem se modificando e a função de “local de passagem” e de ponto de referência para o transporte tem se sobressaído. Por ser localizada no seguimento da rua de principal circulação do bairro, diversos terminais de ônibus transitam por ali, além da estação de metro, inaugurada em 1982 em conjunto com as outras estações do bairro, São Francisco Xavier e Afonso Pena, e foi a estação terminal da Linha 1 do Metrô Rio até Março deste ano, quando foi inaugurada outra estação na Rua Uruguai, e que mesmo após a abertura de uma nova estação, não perdeu a centralidade e a importância para o bairro sendo a quarta estação mais movimentada de toda malha metroviária do Rio de Janeiro.

Já a Praça Afonso Pena, desde sua inauguração, se mantém como área de recreação e paisagismo, devido ao seu entorno predominantemente residencial. A principio era um terreno desnivelado pertencente ao Padro do Hipódromo Nacional, que se situava onde agora é a Rua Campos Sales, sendo ajardinada e chamada de praça pela primeira vez em 1908 e tendo seu projeto final, mantido até hoje em 1931. Mesmo após a inauguração da estação de Metrô e a intensificação do comércio nas ruas adjacentes, a função de lazer não apresentou retração, mas foi intensificada ao contrario da Praça Saens Peña.

(4)

Neste trabalho, a espacialidade da sociabilidade foi abordada segundo três dimensões

de análise: a dimensão morfológica, que diz respeito aos aspectos materiais e às

unidades morfológicas encontradas, a dimensão comportamental que trata dos deslocamentos e das concentrações observadas e, por fim, a dimensão das

significações que abrange a questão da centralidade e da identidade das praças dentro

da malha urbana.

Tais dimensões se fazem importantes para o estudo da espacialidade nas , pois por vezes condicionam, indicam e legitimam usos e padrões de distribuição nos espaços públicos e a fim de identificar e obter tais dados foram elaborados instrumentos específicos para cada uma das dimensões. Manuais de observação e registros imagéticos foram utilizados para a dimensão morfológica. O manual de observação funciona como um guia para descrição e categorização dos elementos dispostos nos espaços estudados, sendo o passo inicial para o levantamento de dados e possíveis hipóteses da pesquisa. Elementos como as características das edificações no entorno (densidade e verticalização, grau de conservação; funções; grau de heterogeneidade do padrão construtivo), a situação geográfica e os acessos às praças, o mobiliário fixo e removível, dispositivos que indicam usos, limites e restrições (como faixas, placas, indicações de usos, advertências, sinais) e o paisagismo, são detalhados neste momento enquanto os registros imagéticos representam tais observações.

Após uma observação preliminar, foi percebido que nos espaços estudados os indivíduos não possuíam uma uniformidade em sua disposição, ou seja, não havia uma homogeneidade na distribuição dos mesmos no espaço, e que além disso poderíamos dividir os indivíduos em duas categorias, a dos que ficavam estáticos no espaço e a dos que transitavam por ele. A partir disto, as categorias concentrações e deslocamentos foram criadas, dentro da dimensão comportamental, e que de forma mais direta correspondem, respectivamente, a agrupamentos, de dez ou mais pessoas, estáticos ou restritos a certo espaço e, aos principais deslocamentos percorridos pelas pessoas. Para o

registro destas categorias foram elaboradas fichas de observação específicas e

(5)

Já na dimensão das significações, a aplicação de questionários e entrevistas abertas com perguntas direcionadas a identificação da centralidade dos logradouros (perguntas como o bairro de origem de onde a pessoa veio de estar na praça e a frequência com a qual os indivíduos vêm ao local) e a identidade dos ocupantes do lugar (traçar os perfis desses frequentadores, quais as motivações deles para frequentar e qual a relação de afinidade com o lugar).

Por fim, dentro das dimensões morfologia e comportamentos, foi usado o conceito de

Ritmanálise (LEFEBVRE, 1992), onde ritmo é entendido como repetição de uma

medida em determinada frequência (cíclicos e lineares) e a análise do mesmo busca encontrar padrões para as ocupações dos espaços (deslocamentos e concentrações) de acordo com o mesmo.

Para a aplicação destes instrumentos foram realizados trabalhos de campo, em um dia de semana, um sábado e um domingo afim de obter maior diversidade de dados e buscar possíveis alterações nos padrões já encontrados.

RESULTADOS PRELIMINARES

A pesquisa encontra-se em seu estágio inicial e seus primeiros resultados apontam semelhanças e diferenças significativas entre os espaços selecionados. Na dimensão morfológica foi visto que ambas as praças apresentam elementos semelhantes na sua morfologia, dado a presença de equipamentos e instalações análogas, como áreas para recreação de crianças com brinquedos, academias da terceira idade, “coretos” e bancos de concreto. Porém a própria configuração das praças indica diferenças nos padrões de uso de cada uma, a Praça Saens Peña é circundada por três vias, formando um triângulo enquanto a Praça Afonso Pena é criada pela intercessão de quatro vias, formando um quadrado. A forma retangular sugere uma ideia de maior circulação dentro da praça enquanto a forma quadrada uma ideia de praça mais “fechada”. No caso da Praça Saens Peña, pela localização geográfica, a questão da mobilidade é muito forte, como já ressaltado a estação do metro e os terminais de ônibus se encontram espalhados em toda

(6)

a praça facilitando os fluxos em toda a sua extensão assumindo o papel de local de passagem.

Figura 1: Croqui esquemático da Praça Saens Peña Figura 2: Croqui esquemático da Praça Afonso Pena

Na dimensão comportamental e das significações, foi observada grande diferenç

os momentos de maior afluxo de pessoas e de utilização das praças, nos períodos diurnos e noturnos, e como as atividades ali praticadas, mudam também de acordo com dia da semana.

Foi encontrada, nos períodos diurnos e vespertinos, uma predominância

idoso, em ambas as praças, que pode ser justificada pela proporção de idosos que vivem no bairro, segundo o Censo de 2010 do IBGE, a Tijuca é o terceiro bairro com mais idosos do Rio de Janeiro.

Quanto às outras faixas etárias, é possível pe

nas praças. Na Praça Afonso Pena, os horários de saída das instituições de ensino presentes nas ruas adjacentes, influencia muito nas concentrações da praça. Muitos estudantes utilizam a praça para ponto de encontro

vezes extenso. No período da noite, ainda vemos mais nitidamente os núcleos que se a praça facilitando os fluxos em toda a sua extensão assumindo o papel de local de

Figura 1: Croqui esquemático da Praça Saens Peña Figura 2: Croqui esquemático da Praça Afonso Pena

ensão comportamental e das significações, foi observada grande diferenç

os momentos de maior afluxo de pessoas e de utilização das praças, nos períodos diurnos e noturnos, e como as atividades ali praticadas, mudam também de acordo com

Foi encontrada, nos períodos diurnos e vespertinos, uma predominância

idoso, em ambas as praças, que pode ser justificada pela proporção de idosos que vivem no bairro, segundo o Censo de 2010 do IBGE, a Tijuca é o terceiro bairro com mais

Quanto às outras faixas etárias, é possível perceber uma variação maior de permanência nas praças. Na Praça Afonso Pena, os horários de saída das instituições de ensino presentes nas ruas adjacentes, influencia muito nas concentrações da praça. Muitos estudantes utilizam a praça para ponto de encontro, com tempo de permanência muitas vezes extenso. No período da noite, ainda vemos mais nitidamente os núcleos que se a praça facilitando os fluxos em toda a sua extensão assumindo o papel de local de

Figura 1: Croqui esquemático da Praça Saens Peña Figura 2: Croqui esquemático da Praça Afonso Pena

ensão comportamental e das significações, foi observada grande diferença entre os momentos de maior afluxo de pessoas e de utilização das praças, nos períodos diurnos e noturnos, e como as atividades ali praticadas, mudam também de acordo com

Foi encontrada, nos períodos diurnos e vespertinos, uma predominância de um público idoso, em ambas as praças, que pode ser justificada pela proporção de idosos que vivem no bairro, segundo o Censo de 2010 do IBGE, a Tijuca é o terceiro bairro com mais

rceber uma variação maior de permanência nas praças. Na Praça Afonso Pena, os horários de saída das instituições de ensino presentes nas ruas adjacentes, influencia muito nas concentrações da praça. Muitos , com tempo de permanência muitas vezes extenso. No período da noite, ainda vemos mais nitidamente os núcleos que se

(7)

formam destes jovens ao longo de toda a praça, e como a uma dispersão de núcleos de acordo com a faixa etária e atividade praticada.

Enquanto na Afonso Pena há uma variação maior entre as concentrações de indivíduos ao longo do dia, na Saens Peña a variação maior é encontrada nos deslocamentos. As trajetórias mais comuns durante a semana são de uma das extremidades da praça até a estação do metrô, da praça até as lojas e do metrô e pontos de ônibus, para as próprias instalações da praça, enquanto nos fins de semana a rotatividade da praça diminui e os deslocamentos passam a ter “paradas”, nos bancos e no caso de Sábado, nas barraquinhas de artesanato da feirinha instalada na praça.

Nos Domingos, que vemos a diferença crucial entre as duas praças. Vemos como a Praça Afonso Pena se concretiza como espaço puramente de lazer e da família, com a instalação de outros brinquedos além dos já fixos, a partir da manhã até o anoitecer a praça fica lotada de crianças. Esse padrão de ocupação é único deste dia, não sendo repetido aos sábados por exemplo. Ao mesmo tempo em que, na Praça Saens Pena, a atividade e o fluxo de pessoas é mínimo, durante todo o dia, até mesmo pelos moradores do entorno.

A respeito do raio de atração das praças, ambas tem uma diversidade grande. Indivíduos de bairros vizinhos a Tijuca costumam frequentar as praças, mas o que prevalece, durante o período da manhã e tarde, é dos indivíduos moradores das redondezas na Afonso Pena e da diversidade de origens dos indivíduos na Saens Pena. Durante a noite esses padrões costumam mudar, mas mantendo a origem dos indivíduos em sua maioria, em bairros da Zona Norte do Rio de Janeiro.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi possível constatar que apesar da proximidade geográfica entre as praças, o fenômeno da sociabilidade não ocorre da mesma forma em ambas. As diferenças entre a densidade de concentrações e de deslocamentos mostram as particularidades que as praças têm dentro do mesmo bairro. Explorar as raízes dessas particularidades e buscar outros padrões dentro delas farão parte das próximas etapas da pesquisa.

(8)

Outros próximos passos serão procurar aprofundar e entender melhor o perfil dos indivíduos ocupantes de ambas as praças, identificar possíveis conflitos e negociações gerados pela co-presença de diferentes indivíduos, grupos e interesses no mesmo espaço e esquematizar todos os dados obtidos em campo.

BIBLIOGRAFIA

GOFFMAN, Erving. “Comportamentos em lugares públicos” Ed. Vozes Ltda: Petrópolis, 2010. (livro);

_______________.” A representação do Eu na vida cotidiana”

GOMES, P. C. C “A condição urbana: Ensaios de geopolítica da cidade”- 3ª ed.- Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010.(livro)

_____________ “O lugar do olhar: Elementos para uma geografia da visibilidade”- Rio de Janeiro:Bertrand Brasil,2013.(livro)

_____________ “O Silêncio das Cidades: Os Espaços públicos sob Ameaça, a Democracia em Suspensão.” In: Cidades 4:p.249-266. Presidente Prudente, 2008. (artigo);

LEFEBVRE, Henri. “Elements of Rhythmanalysis” Ed.Continuum: New York, 2004.(livro)

LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1997, p. 51-87.

THRIFT, Nigel. “An Introduction to Time Geography” in: Concepts and Techniques in Modern Geography, 1977.]

IBGE (Censo 2010)

RIBEIRO, Zenilda Lopes. “Praças e Lazer: dinâmica de uso e apropriação de espaços públicos em Sorriso – MT”. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Mato

(9)

Grosso,Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Departamento de Geografia, Pós-graduação em Geografia, 2008. Orientador: Prof.ª Dr.ª Marinete Covezzi

BARROS, R. C. S. “Sociabilidade em Espaços Públicos: um estudo de caso da Praça da República e da Praça Alencastro na cidade de Cuiabá-MT”. In: XVI Encontro Nacional de Geógrafos "Crises, Práxis e Autonomia: Espaços de Resistência e de Esperanças", 2010, Porto Alegre-RS. XVI Encontro Nacional de Geógrafos "Crises, Práxis e Autonomia: Espaços de Resistência e de Esperanças", 2010.

Referências

Documentos relacionados

Foram feitas, ainda, aproximadamente 200 prospecções com trado para descrição dos solos em diferentes pontos da folha, além da consulta de seis perfis de solos descritos no

O aumento no número de neurônios da camada intermediária, assim como, a inclusão de uma segunda camada não favoreceu melhores ajustes, enquanto o aumento no número de

1.Possibilitar o planejamento, programação, orientação e supervisão das atividades, prestando assistência técnica de enfermagem, excetuadas aquelas privativas do ocupante do cargo

Como principais limitações deste estudo, pode-se citar a falta de uma análise aprofundada sobre os fatores externos determinantes do potencial turístico das

Inicialmente cumpre referir que o denunciado sequer compareceu em juízo para apresentar sua defesa, demonstrando, assim, total indiferença ao processo. A ofendida

O SAISP é uma medida não estrutural e se baseia num sistema de monitoramento em tempo real (radar meteorológico e rede telemétrica), para processar modelos de previsão meteorológica

O tempo de serviço anterior será somado ao posterior para fins de composição do período aquisitivo de férias nos casos de licença para tratar de interesse particular de até

negócio e qual a rede social mais utilizada pelo nosso público.... O Facebook não é só a rede social mais importante do mundo ocidental, como detém