Marcelo Alvares Vicente
2011
Mar
◦ Desenvolvimento econômico mundial Espaço marítimo
Importante para a economia mundial globalizada – exploração do leito e subsolo
Compõe 73% da superfície do globo
◦ Comércio marítimo, frotas mercantes e rotas marítimas Fundamentais para o desenvolvimento de certas civilizações
antigas
Iniciou com a necessidade de sobrevivência dos povos
Necessidade de cruzar o mar em busca de suprimentos
Crescimento deu ensejo a criação de regulamentos (comércio, tráfego, tráfico e domínio marítimos)
Normas de direito da navegação
◦ Ampara os ramos do direito: marítimo e aeronáutico ◦ Direito marítimo
Origem costumeira – consagração pela prática reiterada
Primeiras regras escritas
Séc. XXII a.c.
A mais importante
“Leis de Rodes” – vigoraram no mediterrâneo entre os séc. VII e IX
Diversos ordenamentos foram criados desde a idade média
1ª tentativa de unificação mundial de normatização:
I Conferência das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM I) –também encontrado na literatura como “CNDUM”
CNUDM / UNCLOS
◦ I – Genebra, Suíça - 1958 86 Estados presentes
Não ratificada pelo Brasil e diversos outras potências ◦ II – Genebra, Suiça - 1960
◦ III – Montego Bay, Jamaica – 1973 a 1982
164 Estados presentes
117 Estados assinaram
Brasil ratificou a Convenção em 22/06/1995
Denomina-se “Constituição do Mar” Disponível em
http://www.un.org/depts/los/convention_agreements/texts/unclos/UNCLOS -TOC.htm
Fundamentos para o direito marítimo
◦ Fator econômico do caráter empresarial mercantil; regras de normatização da atividade empresarial e do tráfico
◦ Fator político, relacionado ao tráfego e à
intervenção dos Estados nas regras da navegação; jurisdição, soberania e segurança da navegação
Internacionalidade e unificação das regras
sobre tráfico e tráfego marítimo
◦ Tráfico (Direito privado, internacional privado) Comércio marítimo, atividade empresarial do
transporte marítimo; exploração do navio como meio de transporte; seguros, fretamentos, riscos,
contratos...
◦ Tráfego (Direito público, internacional público) Navegação sob a égide do trânsito dos navios ou
embarcações, deslocamento de um navio de um ponto a outro
◦ Internacionalidade
Necessidade de padronização das normas de tráfego e tráfico marítimos
Adoção de regras de tráfego internacional e de tráfico em alto mar
◦ Internacionalidade (aplicada no âmbito de cada soberania)
Recepção das normas pelo ordenamento jurídico de cada soberania
Ordenamento interno em consonância com as normas internacionais
Evita-se divergência e conflito de normas
Normas que têm a CNUDM III como base
◦ Regulamento internacional para evitar abalroamento no mar (RIPEAM)
◦ Convenção internacional para a salvaguarda da vida
humana (SOLAS)
◦ Convenções internacionais relativas a poluição marinha
◦ Normas aplicáveis no tráfico
Convenção de Bruxelas sobre abalroamento e assistência marítima (1910)
Regras de York-Amberes
Regras de York e Antuérpia
Regras de Haia/Visby
◦ Normas de tráfego marítimo (internas)
Regulamentam a jurisdição e o exercício da soberania por cada Estado, segurança da navegação, salvaguarda da vida humana, do navio, da carga
Codificação do Direito Marítimo no Brasil
◦ Código Comercial, Lei 556 de 25/06/1850
Parte II (não revogada, exceto alguns artigos revogados ou modificados por legislação mais recente)
Navios, proprietários, compartes e caixas (armadores gerentes)
Contratos de fretamento, conhecimentos marítimos e passageiros
Contratos a risco ou câmbio marítimo
Seguros marítimos
Naufrágio e salvados (revogados)
Arribadas forçadas e danos causados por abalroação
Abandono sub-rogatório
Avarias
◦ Outras normas
Constituição Federal de 1988, Código Penal, CLT, CPC
Lei 8.617/93 – dispõe sobre o mar territorial, zona contigua, zona econômica exclusiva e a plataforma continental brasileira
Lei 9.537/97 – Lei de segurança do tráfego aquaviário (LESTA)
Decreto 2.596/98 – RELESTA
Lei 9.966/00 – “Lei do óleo” – dispõe sobre a
prevenção, controle e fiscalização da poluição causada por óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional
◦ Outros aspectos objeto de regulamentação
Hipoteca naval
Organização dos portos
◦ Órgãos intervenientes
Diretoria de portos e costas
NORMAM - Normas da Autoridade Marítima (1 a 27)
Disponível em
https://www.dpc.mar.mil.br/normam/tabela_normam.htm Capitania dos portos
Tribunal marítimo
Convenções internacionais ratificadas pelo
Brasil
◦ Transportes marítimos (multilaterais e bilaterais)
◦ Poluição marinha
◦ Direito do mar
◦ Organização marítima internacional (IMO)
◦ Organização internacional do trabalho (OIT)
Convenções internacionais não ratificadas
pelo Brasil
◦ Diversas convenções não foram ratificadas, portanto suas regras não se aplicam no Brasil e o Estado brasileiro não está a elas submetido
Direito marítimo ◦ Conceito
Complexo de regras jurídicas que regulam a navegação pelo mar
Direito das relações jurídicas que têm como objeto o comércio marítimo
Complexo de instituições, categorias e regras escritas ou costumeiras autônomas, de caráter interdisciplinar, surgidas da navegação nos espaços marítimos
◦ Autonomia
A favor
Universalidade, uniformidade, origem costumeira
Internacionalidade, segurança da navegação
Caráter original, uniformidade e tradicionalismo
Institutos típicos
Contra
Fração/segmento do direito comercial
Sistema de Direito da navegação
◦ Teoria que compreende o direito marítimo e o
aéreo
Origem : Itália – Código de Navegação Italiano (1942) Direito público e privado, marítimo e aéreo
Outro exemplo: Argentina – Lei da Navegação ◦ Brasil
Direito da Navegação confundido com o marítimo
Regulamentação feita através de acordos
internacionais (direito público internacional); no direito público interno: Cco – 2ª parte e regulamentos; Código Brasileiro de Aeronáutica – CBA (Lei 7.565/86), decretos e regulamentos
◦ Necessidade de consolidação das normas
Adaptação das normas a modernização e aperfeiçoamento da navegação marítima e aérea
Reconhecimento da autonomia desse ramo do direito
Reconhecimento da força de atração exercida pelo direito marítimo sobre o aéreo
Natureza jurídica
◦ Direito público Marítimo Internacional marítimo ◦ Direito privado Marítimo Internacional marítimoFontes
◦ Remotas ou históricas X próximas ou modernas ou
atuais
◦ Formais ou de conhecimento
◦ Nacionais X internacionais
Fontes
◦ Remotas ou históricas
Usos e costumes, leis anteriores à Ordenação de Colbert (1681) até o Código Comercial Francês (Cód. Napoleônico), de 1807
◦ Atuais ou modernas
Cód. Napoleônico, legislação complementar, usos e costumes, doutrina e jurisprudência
◦ Formais ou de conhecimento
Direito positivo – imediatas, primárias; mediatas, secundárias
◦ Nacionais
Editadas no âmbito de uma soberania, ratificando um tratado internacional ou mesmo alheio às suas determinações
◦ Internacionais
Normas de direito estrangeiro
Usos e costumes internacionais
Doutrina, jurisprudência, princípios gerais de direito
Tratados internacionais não ratificados pelo Estado
Interferência das organizações internacionais na
codificação
◦ ONU - Organização das Nações Unidas e suas agências Tratados internacionais
Dependem, para terem caráter mandatório
Número mínimo de Estados signatários
Determinado percentual de tonelagem mundial representado pelos Estados
◦ IMO – Organização Marítima Internacional Organização especializada da ONU
Finalidades
Promover a cooperação e troca de informações no campo internacional a respeito de assuntos técnicos de navegação comercial; desenvolver a segurança no mar e reunir conferências sobre navegação
◦
OIT – Organização Internacional do Trabalho
Possui convenções e resoluções específicas para
o direito marítimo
Mais importanteConvenção 147 (1976)
Normas mínimas para a Marinha Mercante Ratificada pelo Brasil em 1992
Fiscalização do trabalho e da vida a bordo
Recomendação 155 (1976)
Estabelecimento dos salários dos marítimos
◦ International Marine Purchasing Association (IMPA)
◦ International Chamber of Shipping (ICS)
◦ International Shipping Federation (ISF)
◦ International Shipowners Association (INSA)
◦ International Transport Federation (ITF)
◦ Baltic & International Maritime Council (BIMCO)
◦ Clubes P & I (Protection and Indemnity)
Clubes de seguro de RC do armador, adicional ao seguro-casco
Conceito: sociedades de seguro mútuo, formadas pelos armadores, destinadas a cobrir riscos não cobertos pelo seguro a prêmio e outras responsabilidades
Origem: associações de armadores (Mutual Hull Clubs) do início do século XIX destinadas a segurar riscos sobre o casco, evitando-se a contratação de seguradores (terceiros) que cobravam altos prêmios; base não lucrativa
Regulamentação do transporte marítimo no Brasil
◦ Ministério dos Transportes (MT)
Secretaria dos Transportes Aquaviários (STA)
Departamento da Marinha Mercante (DMM)
Departamento de portos e costas (DPC)
◦ Ministério da Marinha Tribunal Marítimo (TM)
◦ Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP/PR) criada por meio da Medida Provisória n° 369 de 07/05/2007;
Lei 11.518/2007 - consolidou o funcionamento da SEP/PR e o novo modelo de gestão do setor portuário com a revogação das leis, decretos-lei e dispositivos legais diversos
◦ Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ criada pela Lei nº 10.233, de 05/06/2001, vinculada ao
Ministério dos Transportes e a Secretaria de Portos da
Bibliografia
◦ Martins, Eliane Maria Octaviano.
Curso de direito marítimo – Vol. I / Eliane Maria Octaviano Martins. -- Barueri, SP : Manole, 2005.
◦ Gibertoni, Carla Adriana Comitre.
Teoria e prática do direito marítimo - Rio de Janeiro: Renovar, 1998
◦ Lacerda, J. C. Sampaio de
Curso de direito privado da navegação, Vol. I – Direito Marítimo - Edição 3. Ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1984
◦ Castro Jr., Osvaldo Agripino de (coord.)
QuestõesQuestõesQuestõesQuestões
◦ Em que aspecto pode-se afirmar que uma embarcação pertencente a marinha mercante brasileira, para poder ingressar em determinados portos estrangeiros, deve se adaptar à exigências da MARPOL/78, sabendo-se que a República Federativa do Brasil não aderiu a tal convenção? ◦ Pesquise qual organização internacional possui como uma
de suas funções “elaborar projetos de convenções, acordos e demais instrumentos apropriados, recomendá-los aos Governos e às Organizações intergovernamentais e convocar as conferências que julgar necessárias”. ◦ Pesquise sobre a situação (internacional e no Brasil) da
Convenção da IMO, respondendo: data da adoção; data de entrada em vigor internacionalmente; data de sua aprovação no Brasil, espécie e número da norma de aprovação; data da ratificação e; data, espécie e número da norma de promulgação.
◦ Elaborado por
Marcelo Alvares VicenteMarcelo Alvares VicenteMarcelo Alvares VicenteMarcelo Alvares Vicente Advogado
Mestre em Direito Tributário pela PUC/SP
Professor Universitário – graduação e pós-graduação
Despachante Aduaneiro credenciado pela 8ª RF/RFB
Responsável pelo portal TributarioTributarioTributario.proTributario.pro.pro.pro Disponível em www.tributario.pro.br/aulas © 2011