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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE

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Academic year: 2021

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE _________

PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA DE CÁRATER ANTECEDENTE – Art. 303 do CPC

Nome e prenome da requerente, nacionalidade, estado civil (a existência de união estável), profissão, portador do RG/SP n. __________, inscrita no CPF/MF sob nº __________, endereço eletrônico, residente e domiciliado na Rua ___________ n. ___, bairro __________, CEP__________, nesta Capital, por intermédio de seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato incluso), vem, mui respeitosamente, perante Vossa Excelência requerer PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA EM CARÁTER ANTECEDENTE com base nos artigos 303 e 304 do CPC em face de Nome e prenome da requerida, CNPJ n. __________, endereço eletrônico, sediada na Rua __________ n. ____, no bairro de ___________, CEP __________, nesta Capital, pelos motivos de fato e de direito abaixo articulados:

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1. A requerente é beneficiária titular do plano de saúde oferecido pela requerida desde ___/___/___, cujo plano é classificado como __________, com acomodação na enfermaria. Saliente-se que ela sempre cumpriu pontualmente com o pagamento das mensalidades, estando em dia com as obrigações financeiras frente à requerida.

2. Em ___/___/___, a requerente submeteu-se à cirurgia bariátrica, porquanto sofria de obesidade mórbida. Depois da cirurgia, a requerente foi informada de que os demais procedimentos cirúrgicos, a saber, mamoplastia, branquioplastia e dermalipedomia crural seriam realizados depois de sua recuperação que se daria em aproximadamente 03 (três) meses.

3. Nos meses de março e julho deste ano, a requerida solicitou a continuidade do tratamento da obesidade mórbida, juntando 2 (dois) laudos de seu médico assistente, Dr. _____ – Cirurgião Plástico CRM ______ – o qual indicou a necessidade da cirurgia plástica/reparadora. Entretanto, a requerida negou-lhe a continuidade do tratamento que lhe havia prometido. Ressalte-se que foram várias solicitações e várias negativas, conforme demonstram os documentos em anexo.

4. A requerida insiste em afirmar que a cirurgia epitelial é estética e não pode ser considerada extensão do tratamento. Além disso, afirma que a requerente precisa arcar com o custo da mamoplastia, branqioplastia e dermalipedomia crural.

5. Razão não assiste à requerida, porque a mamoplastia, a branquioplastia e a dermalipedomia crural não são tratamentos estéticos, visto que é extensão do tratamento do tratamento da obesidade mórbida. Essas cirurgias, inclusive com prótese, a branquioplatia e a cruroplastia consistem no tratamento indicado contra infecções e manifestações propensas nas regiões em que a pele dobra sobre si mesma, afastando a tese defensória dos planos de que essas cirurgias possuem finalidade estética.

6. Muitas vezes, o questionamento que se faz é este: qual a diferença entre cirurgia plástica estética e reparadora? O professor Gustavo

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Borges, especialista em Direito Médico, explicita a diferença da cirurgia estética e reparadora:

“A cirurgia plástica divide-se, didaticamente, em duas espécies: cirurgia plástica reparadora, ou reconstrutiva, e cirurgia plástica estética ou cosmética. A primeira destinada para correção de defeitos congênitos ou que sejam adquiridos, com finalidade curativa e traços morfológicos e psíquicos; já a segunda, objetiva precisamente o embelezamento, tendo como consectário a melhora da autoestima. Em resumo, a cirurgia plástica estética objetiva melhorar a forma, enquanto que (sic) a cirurgia plástica reparadora visa a restaurar a função e a forma.” Erro médico nas cirurgias plásticas. - - São Paulo: Atlas, 2014, p. 129). 7. A definição dada para cirurgia plástica estética ou cosmética não se aplica ao caso “sub judice”, visto que os procedimentos médicos solicitados para a requerente não objetivamm o embelezamento, mas melhorar a “forma”, enquanto a reparadora tem como origem uma cirurgia que necessita de correção que foram adquiridos com “a finalidade curativa”.

8. A cirurgia plástica estética é considerada atividade fim, porquanto os pacientes não estão enfermos. Eles pretendem apenas melhorar a estética, aperfeiçoar o que, muitas vezes, já é “belo”. A cirurgia plástica reparadora ou reconstrutiva tem finalidade curativa, inclusive, sanar efeitos psíquicos.

9. Demandas desta natureza já foram enfrentadas pelo Poder Judiciário. As decisões são majoritárias no sentido de que a cirurgia epitelial ou qualquer outro tratamento originário da cirurgia bariátrica prescrito pelo médico assistente do paciente é classificado como cirurgia reparadora, inclusive como extensão do tratamento. Nesse sentido:

"PLANO DE SAÚDE - Cirurgia plástica posterior à cirurgia bariátrica em razão de excesso de pele. Negativa de cobertura pela operadora. Ação julgada procedente, para determinar o custeio do procedimento e indenização por danos morais, face à recusa indevida. Decisão acertada. Procedimento complementar necessário, de natureza reparatória e não estética. Súmula 97 do TJSP. Danos morais razoavelmente arbitrados. Sentença mantida. Recurso desprovido. (Apelação: 1053566-47.2014.8.26.0100).”

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10. Há de se considerar também que o pleito da requerente está amparado nas Súmulas do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Em primeiro lugar, há de se ressaltar que a requerida autorizou a realização da cirurgia bariátrica. Os demais procedimentos devem ser cobertos, uma vez que fazem parte do tratamento original, sobretudo porque a mamoplastia, a branquioplastia e a dermalipedomia crural têm “expressa indicação médica”. Quando o médico assistente indica o tratamento, o plano de saúde não pode negá-lo. Nesse sentido, a Súmula 96 do TJSP é de clareza meridiana: “Havendo expressa indicação médica de exames associados a enfermidade coberta pelo contrato, não prevalece negativa de cobertura do procedimento.”

11. Repise-se também que a cirurgia epitelial e outras cirurgias afins originárias da cirurgia bariátrica não são consideradas cirurgias estéticas e reparadoras. Nesse diapasão, assevera a Súmula 97 do TJ/SP: “Não pode ser considerada simplesmente estética a cirurgia plástica complementar de tratamento de obesidade mórbida, havendo indicação médica.” A requerente juntou relatório do seu médico, afirmando peremptoriamente, que as cirurgias são complementares ao tratamento da cirurgia bariátrica.

12. No sentido de que a cirurgia epitelial e demais cirurgias originárias da bariátrica são de responsabilidade do plano de saúde, o Superior Tribunal de Justiça assentou jurisprudência no sentido da obrigatoriedade do tratamento:

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO CONTRA A INADMISSÃO DE RECURSO ESPECIAL. CIVIL. PLANO DE SAÚDE. TRATAMENTO DE OBESIDADE MÓRBIDA. PACIENTE SUBMETIDO À CIRURGIA BARIÁTRICA. INTERVENÇÃO CIRÚRGICA CORRETIVA. CIRURGIA DE

RECONSTRUÇÃO MAMÁRIA. PROCEDIMENTO

NECESSÁRIO E COMPLEMENTAR AO TRATAMENTO. COBERTURA DEVIDA. PRESERVAÇÃO DA FINALIDADE CONTRATUAL. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. Esta Corte de Justiça já teve a oportunidade de perfilhar o entendimento de que, tendo sido o segurado em tratamento de

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obesidade mórbida, com cobertura da seguradora, submetido à cirurgia bariátrica, deve a operadora do plano de saúde arcar com os tratamentos necessários e complementares ao referido ato cirúrgico, destinados à cura da patologia. 2. No caso em exame, o Tribunal “a quo” enfatizou que o procedimento cirúrgico pleiteado pela segurada (reconstrução mamária) não se enquadra na modalidade de cirurgia estética, tratando-se de intervenção necessária à continuidade do tratamento e indispensável ao pleno restabelecimento de sua saúde. 3. "As cirurgias de remoção de excesso de pele (retirada do avental abdominal, mamoplastia redutora e a dermolipoctomia braçal) consistem no tratamento indicado contra infecções e manifestações propensas a ocorrer nas regiões onde a pele dobra sobre si mesma, o que afasta, inequivocamente, a tese sufragada pela parte ora recorrente no sentido de que tais cirurgias possuem finalidade estética. Considera-se, assim, ilegítima a recusa de cobertura das cirurgias destinadas à remoção de tecido epitelial, quando estas se revelarem necessárias ao pleno restabelecimento do paciente-segurado, acometido de obesidade mórbida, doença expressamente acobertado pelo plano de saúde contratado, sob pena de frustrar a finalidade precípua de tais contrato " (REsp 1.136.475/RS, Terceira Turma, Rel. Min. MASSAMI UYEDA, DJe de 16/3/2010). 4. Agravo regimental a que se nega provimento.

13. Como se pode observar, não assiste razão à requerida de obstar a continuação do tratamento da requerente sob a alegação de que se trata de tratamento estético. Como se provou, trata-se efetivamente de extensão no tratamento cujo direito assiste à requerente.

14. É importante ressaltar que a requerente necessita da cirurgia em caráter de urgência, pois não pode aguardar o julgamento final da lide para obter um direito que lhe pertence em razão de contrato firmado com a requerida. Dessa forma está caracterizado o “periculum in mora”.

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Diante do exposto, requer a Vossa Excelência que se digne de conceder, liminarmente, de forma inaudita altera parte, a tutela provisória de urgência, em caráter antecedente a fim de determinar, nos termos do artigo 297 do Código de Processo Civil, a realização da mamoplastia, branquioplastia e dermatologia crural, dispensando-se a caução, nos termos do artigo 300, § 1º, do Código de Processo Civil, uma vez que a requerente é economicamente hipossuficiente e não pode oferecê-la.

Requer-se a citação do réu pelo correio, nos termos dos artigos 246, inciso I, 247 e 248 todos do Código de Processo Civil, ou por meio do cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, nos termos do artigo 246, § 1º, do Código de Processo Civil, sob pena de sua estabilização, o que desde já se requer nos termos do artigo 304 combinado com o artigo 303, § 6º, do Código de Processo Civil.

Com a concessão liminar da tutela antecipada de urgência, nos termos do artigo 303, § 1º, inciso I, do Código de Processo Civil, requer aditamento da petição inicial, com a complementação de sua argumentação, juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar, visto que pleiteará também indenização por dano moral “in re ipsa” em razão da negativa da autorização da cirurgia aqui pleiteada.

Requer também a Vossa Excelência que seja fixado valor a título de multa diária em face da requerida em caso de descumprimento da tutela antecipada de urgência cujo valor deverá ser estabelecido por esse juízo.

Se os réus não recorrerem da tutela de urgência de natureza antecedente, requer a Vossa Excelência que se digne de declarar sua estabilização, nos termos do artigo 304 do Código de Processo Civil.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, especialmente pelo depoimento pessoal do réu, sob pena

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de confissão, oitiva das testemunhas, juntada de novos documentos e outras provas que se fizerem necessárias para o deslinde da demanda.

Nos termos do artigo 303, § 4º, do Código de Processo Civil, dá-se à causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para efeitos de alçada.

Nestes termos,

pede deferimento.

Local e data.

Referências

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