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Arquidiocese de Campo Grande Pastoral dos Servidores e Servidoras Do Santo Altar

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Arquidiocese de Campo Grande

Pastoral dos Servidores e Servidoras

Do Santo Altar

Oração de São Tarcisio

Glorioso São Tarcísio, mártir da Eucaristia, puro e humilde de coração, rogo pela pureza de minha pobre alma e de meu corpo. Por vossa angélica pureza, mártir de Cristo, rogo-vos que intercedas por mim ante o Cordeiro Imaculado: Jesus Cristo, e ante a Sua Mãe Santíssima, a Virgem das Virgens, e que me preservais de todo o pecado mortal.

Glorioso São Tarcísio, não permitas que eu seja manchado com alguma mancha de impureza, mas quando me virdes em tentação ou perigo de pecar, afastai do meu coração todos os pensamentos e afetos imundos e, despertando em mim a lembrança da eternidade e de Jesus Cristo Crucificado, imprimi profundamente em meu coração o santo sentimento do temor de Deus. Inflamai-me no amor divino, para que, imitando-vos aqui na terra, mereça gozar de Deus Convosco no Céu.

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Formação de Servidores e Servidoras

SUMÁRIO ORIENTAÇÕES ...03 1.LITURGIA ...06 2. ANO LITÚRGICO ...11 3. CORES LITÚRGICAS ...15

4. INTRODUÇÃO AOS SACRAMENTOS...15

5. ECLESIOLOGIA ...18 6. SACRAMENTO DA ORDEM ...21 7. ESPAÇO CELEBRATIVO ...25 8. OBJETOS LITÚRGICOS ...26 9. VESTES LITÚRGICAS ...28 10. INSÍGNIAS EPISCOPAIS ...30 11. SÍMBOLOS LITÚRGICOS ...31 12. POSIÇÕES ...32

13. MISSA PARTE POR PARTE ... 32

14. AS DIVERSAS FORMAS DE CELEBRAÇÃO DA MISSA ...42

15. MISSA COM O POVO ...43

16. FORMAS GERAIS ...48

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Arquidiocese de Campo Grande

Pastoral dos Servidores e Servidoras do Santo Altar

Orientações Paroquiais para a Pastoral de Servidores e Servidoras do Santo Altar

Para melhor organização da Pastoral de Servidores e Servidoras do Santo Altar, se faz necessário algumas normas e orientações para o melhor serviço de Deus no santíssimo Sacrifício da Missa e no testemunho de fé e amor a Cristo Eucarístico.

O QUE E SER SERVIDOR E SERVIDORA DO SANTO ALTAR?

Crianças ou jovens que realizam serviços similares aos dos Acólitos (Exceto na distribuição da Comunhão ou sua exposição para o Culto). Esse serviço mais ou menos eventual pode ser prestado por homens e mulheres. Em março de 1994, a congregação para o Culto Divino interpretou amplamente o código a esse respeito (CIC 230 &2), deixando ao parecer de cada bispo, ouvida a opinião própria Conferência Episcopal, a admissão ou não das mulheres no serviço do altar. 1

Para mais dignamente exercer as suas funções, deve o Servidor(a) participar da Sagrada Eucaristia cada dia com mais fervor e piedade, alimentar-se dela e adquirir a respeito dela um conhecimento cada vez mais elevado. Empenha-se em penetrar o sentido íntimo e espiritual das ações que realiza, de modo que todos os dias se ofereçam inteiramente a Deus e se entregue com sincero amor ao Corpo místico de Cristo.2

O QUE É CERIMONIÁRIO?

Para que uma celebração, mormente quando presidida pelo Bispo, brilhe pelo decoro, simplicidade e ordem, é preciso um mestre de cerimônias, que a prepare e dirija, em íntima colaboração com o Bispo e demais pessoas que têm por ofício coordenar as diferentes partes da mesma celebração, sobretudo no aspecto pastoral.

O mestre de cerimônias deve ser perfeito conhecedor da sagrada liturgia, sua história e natureza, suas leis e preceitos. Mas deve ao mesmo tempo ser versado em matéria pastoral, para saber como devem ser organizadas as celebrações, quer no sentido de fomentar a participação frutuosa do povo, quer no de promover o decoro das mesmas.

Procure que se observem as leis das celebrações sagradas, de acordo com o seu verdadeiro espírito, bem como as legítimas tradições da Igreja particular que forem de utilidade pastoral.

Deve, em tempo oportuno, combinar com os cantores, assistentes, ministros celebrantes tudo o que cada um tem a fazer e a dizer. Porém, dentro da própria celebração, deve agir com suma discrição, não fale sem necessidade; não ocupe o lugar dos diáconos ou dos assistentes, pondo-se ao lado do celebrante; tudo, numa palavra, execute com piedade, paciência e diligência. O mestre de cerimônias apresenta-se revestido de alva ou veste talar e sobrepeliz. No caso de estar investido na ordem de diácono, pode, dentro da celebração, vestir a dalmática e as restantes vestes próprias da sua ordem.3

1 CONGREGACIÓN PARA EL CULTO DIVINO Y LA DISCIPLINA DE LOS SACRAMENTOS, “Carta

circular a los Presidentes de las Conferencias Episcopales, sobre elservicio litúrgico de los laicos (15 de março de 1994)”. In notitiae 335/336, 1994, p. 502-504. Texto em castelhano em: Phase 2004 (1994), 502-504.

2

Cerimonial dos Bispo, 3ª Ed. Paulus, 2004

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ARTIGO: 1. REUNIÕES:

1.1. O coroinha deve comparecer em todas as reuniões, a fim de se manter informado de todos os assuntos e estar em plena comunhão com o grupo e respectivamente com a paróquia e o Padre; 1.2. Nas reuniões, o coroinha deve estar sempre atento aos formadores, participando dos debates, dinâmicas e realizando os trabalhos e exercícios que são preparados pela coordenação, a fim de buscar o seu desenvolvimento no grupo.

ARTIGO: 2. MISSAS:

2.1. O coroinha deve comparecer às missas em que se encontrar escalado pelo menos 30 minutos antes do seu início;

2.2. Assim que chegar à sacristia, o coroinha deve ocupar-se de sua respectiva função, dentro da celebração Eucarística para que nos minutos que antecede a mesma esteja com o coração voltado para o Mistério que irá celebrar, e assim, já possa vivenciar um espírito de oração e silêncio, aguardando o momento de oração com o Padre. Mesmo que haja um padre convidado que ele seja orientado (convidado) a esse momento de oração com todos que terão funções litúrgicas na missa;

2.3. Durante a missa, o coroinha deve permanecer sempre atento a celebração e participar corretamente. O silêncio dever ser observado falando apenas o necessário, por isso a necessidade de combinar tudo antes da Celebração Eucarística;

2.4. As coroinhas só poderão ajudar nas missas usando cabelos presos com coque. Todos estejam munidos de sapato fechado preto, blusa clara e calça preta

2.5. Não é permitido ajudar nas missas de shorts, bermuda, saia, calça, corsário, blusinhas sem mangas, sandálias, tamancos, tênis extravagantes e chinelos;

2.6. Não é permitido o uso de brincos, anéis, maquiagem, batons e esmaltes extravagantes; 2.7. Não é permitido o uso de colares, correntes, cordões ou similares por cima da túnica;

2.8. O coroinha que for ajudar na missa deve estar sempre com os cabelos limpos e penteados, as mãos limpas, a túnica limpa e passada, com os sapatos limpos. Não será permitido ajudar na missa com a túnica curta;

2.9. Em missas solenes terá uma escala própria que contemple os coroinhas de toda a paróquia (comunidades). Deve chegar ao local da celebração com 1 (uma) hora antes do inicio da missa; 2.10. Entende-se que o serviço do coroinha é feito unicamente pelo amor a Cristo Eucarístico de quem o faz, o não cumprimento dessas normas e orientações, pode acarretar não préstimos ao serviço do Santo Altar.

ARTIGO: 3 – FALTAS

3.1. Em missas, não é permitido falta sem que avise em tempo oportuno e assim possa ser colocado outro coroinha no lugar;

3.2. A ausência das reuniões sem justificativa plausível acarretará a não inclusão nas escalas posteriores;

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ARTIGO 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

4.1. O coroinha que já fez a 1° EUCARISTIA deve estar sempre preparado para receber a SAGRADA COMUNHÃO;

4.2. Ao chegar na Igreja, o coroinha deve primeiramente se dirigir a CAPELA DO SANTÍSSIMO, pois este é o sinal de respeito e amor ao Senhor que nós servimos;

4.3. O coroinha deve sempre procurar seguir as orientações do Padre, Seminaristas, coordenador paroquial, seus respectivos coordenadores ou quando tiver Cerimoniário, pois são eles, os responsáveis pelas ações do grupo;

4.4. O coroinha deve sempre participar dos momentos coletivos do grupo: encontros, adorações, vigílias, confraternizações, etc.;

4.5. O coroinha NÃO deve se esquecer de que é coroinha dentro e fora da Igreja, e por isso precisa ter um BOM comportamento;

4.6. O coroinha deve sempre procurar ser AMIGO e IRMÃO de todos os membros do grupo, pois servimos a um só Senhor e buscamos o mesmo objetivo.

Observação importante:

1 - Assim que possível estaremos providenciando túnicas PARA TODOS OS COROINHAS, essas túnicas serão VERMELHAS COM SOBREPELIZ BRANCA.

2 – O serviço de coroinha é uma oportunidade para uma experiência com Cristo através do Santo Sacrifício da Missa, e uma despertar a vocação sacerdotal e religiosa, por isso, para que possamos atender o desejo de um maior numero possível, estamos abaixando o limite de idade para 7 anos (esses precisam está inscrito e frequentes na catequese), até 18 anos.

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1. LITURGIA

1.2. O Termo Liturgia

O termo «liturgia» provém do grego clássico. A palavra grega leitourghía (verbo: leitourghéin; substantivo de pessoa: leitorgós) deriva da composição leit (de laós = povo) e érgon (obra). Traduzido literalmente leitourghia significa “serviço prestado ao povo” ou “serviço diretamente prestado para o bem comum”. Por «Liturgia» se entendia um serviço público feito para o povo por alguém de posses. Este realizava tal serviço ou de forma livre ou porque se sentia como que obrigado a fazê-lo, por ocupar elevada posição social e econômica. Neste sentido eram «Liturgias» a promoção de festas populares, dos jogos olímpicos ou o custeio de um destacamento militar ou de uma nave de guerra em momentos de conflitos.

Na época helênica a palavra conhece uma evolução no seu sentido e começa a designar seja um trabalho obrigatório realizado por um determinado grupo, como castigo por alguma desobediência ou como reconhecimento por honras recebidas, seja o serviço do servo para com seu senhor ou o favorzinho de um amigo para com o outro. E aqui vemos o termo perder aquele caráter de serviço público, para a coletividade, que é, como vimos, um seu componente essencial. Todavia, nesta mesma época helênica, começamos a ver o termo «Liturgia» sendo usado ao mesmo tempo e cada vez mais em sentido religioso-cultual, para indicar o serviço que algumas pessoas previamente escolhidas prestavam aos deuses. E é precisamente neste sentido que ele vai entrar no Antigo Testamento e, tempos mais tarde, será acolhido no mundo cristão.

De fato, no texto da Bíblia traduzida para o grego e chamada tradução dos LXX, «Liturgia» aparece cerca de 170 vezes, designando sempre o culto prestado a Javé, não por qualquer pessoa, mas apenas pelos Sacerdotes e pelos Levitas no Templo. Já quando os textos se referem ao culto prestado a Javé pelo povo, a palavra utilizada pelos LXX não é jamais «Liturgia», mas latría ou doulía. Isso por si só já nos indica que os tradutores dos LXX fizeram uma escolha consciente deste termo «Liturgia», dando-lhe um sentido técnico preciso para indicar de forma absoluta o culto oficial hebraico devido a Javé e realizado por uma categoria toda particular de pessoas especialmente destinadas a isso.

No Novo Testamento o termo vai aparecer apenas 15 vezes, mas uma só vez em sentido de culto ritual cristão (cf. At 13,2). E a razão de um tal desprezo dele pelo NT parece dever-se exatamente ao fato de «Liturgia» recordar de maneira muito clara e direta os sacrifícios realizados no Templo e que foram tantas vezes e de tantos modos duramente criticados pelos profetas de Israel, por não serem verdadeira expressão de amor e agradecimento a Deus pelos benefícios recebidos ou sinal de conversão dos pecados. Nestes sacrifícios, em geral, não aparecia o coração do homem; e este tipo de culto Deus não pode aceitar (cf. Sl 39,7-9; 49,14.23; 50,18-19; 68,31-32; 140,2; Is 1,10-20; Jr 7,3-11; Os 6,6; 8,11-13; Am 5,21-25).

No cristianismo primitivo o termo também resiste a aparecer. Os cristãos da origem adotando o «espiritualismo cultual», isto é, aquele tipo de culto realizado em “espírito e verdade”, não mais ligado às instituições do sacerdócio ou do templo, seja o de Jerusalém ou de Garizim (Jo 4,19-26), não sentem a necessidade de utilizar uma palavra que havia servido para identificar explicitamente um culto oficial, feito segundo regras precisas, tal qual era o sacrifício hebraico, vazio de espírito e rico de exterioridade. Mas já na Igreja pós-apostólica, «Liturgia» vai perdendo parte de seu aspecto negativo e começa a distinguir os ritos do culto cristão, como se vê em documentos como a Didaché (+- 80-90) e na I Carta de Clemente Romano aos Coríntios (+- 96).

No Oriente grego, o termo esteve sempre em uso para designar a ação ritual, muito embora hoje em dia indique, sobretudo a celebração da Eucaristia segundo um determinado rito, como por exemplo, a “Liturgia de São João Crisóstomo”, a “Liturgia de São Tiago” etc. No Ocidente latino, porém, o termo «Liturgia» será completamente ignorado e só vai aparecer no séc. XVI, por causa dos contatos criados entre o Renascimento e as antigas fontes gregas. Mas devemos aguardar a primeira metade do séc. XIX para vê-lo utilizado no linguajar eclesiástico oficial latino com Gregório XVI, o que continua com Pio IX e, sobretudo com Pio X. Por ocasião do Movimento Litúrgico do início deste século este termo será usado com grande força, sendo que o

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Concílio Vaticano II o consagrará nos seus diversos documentos, em especial na Constituição sobre a Liturgia SacrosanctumConcilium, entendendo sempre por «Liturgia» “o exercício do sacerdócio de Jesus Cristo” (SC 7), ou o “cume em direção ao qual se dirige toda a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, a fonte da qual sai toda a sua força” (SC 10).

1.3 Na Igreja das Origens

Como a Igreja, também a liturgia tem uma sua história, que se foi formando e se desenvolvendo no decurso dos séculos cristãos. Trata-se de uma longa história, toda ela marcada por encarnações, adaptações, criatividades e inculturações, pois o cristianismo não nasceu já adaptado e assimilado aos diversos povos, mas teve necessidade de ir se encarnando nas várias culturas com as quais entrou em contato.

Desta forma, a Igreja, que vai surgir como um pequeno grupo em meio ao ambiente judaico, de início esteve profundamente marcada pelos modos e costumes próprios do judaísmo. E quando começa a se espalhar pelo mundo, por vezes sente necessidade de renunciar a alguns elementos judaizantes e, outras vezes, obedece ao imperativo de se adaptar aos costumes dos povos com quem se relacionou. Mas além de se adaptar aos povos, ela também teve que se adaptar às várias épocas culturais, aos vários séculos na evolução desses povos. Por ser a liturgia um dos aspectos mais exteriores e representativos da Igreja, capaz de apresentá-la como estandarte aos de fora (cf. SC 2), será ela a primeira a ter que realizar essa encarnação e adaptação na vida das gentes e nas várias épocas culturais.

A liturgia cristã que foi se estruturando na origem da Igreja e que conheceu inúmeras vicissitudes no decorrer dos anos, que a partir do Concílio de Trento e ao longo de quatro séculos se tornou rígida e intocável e que atualmente sente dificuldades de se encarnar nas culturas, sobretudo naquelas emergentes, como mesmo esta liturgia se formou e se organizou na Igreja? Responder a esta questão significa, de certa forma, ir colocando as bases de reflexão para um possível processo de inculturação da liturgia no hoje.

As práticas litúrgicas da Igreja das origens, como a celebração da eucaristia e os ritos sacramentais, a oração em comum e a pregação, estão ligados ao exemplo ou à recomendação de Jesus. Tais práticas, porém, não foram criadas por ele do nada, mas Jesus as tomou do culto hebraico de sua época. A Igreja apostólica segue nesta linha, e para as fórmulas não realizadas por Jesus, busca inspiração no culto dos hebreus. Já nas comunidades cristãs oriundas do paganismo, pouco a pouco vão entrar elementos provenientes inicialmente da cultura e mais tarde também da religião helênica e romana. É possível identificar a origem de muitas dessas práticas. Vejamos a seguir que elementos na liturgia da Igreja provém do judaísmo, que outros provém do helenismo e o que nela é novo e original.

É de origem judaica, procedente do culto matutino da sinagoga, a Liturgia da Palavra

composta por leituras, homilia e canto de salmos. Também a grande oração de Intercessão (ou Oração Universal) que precede a liturgia Eucarística, e que vem da oração judaica «dos 18 pedidos». O ciclo da semana de seis dias e a festa semanal, transferida logo cedo do sábado para o domingo. A festa de Páscoa e Pentecostes e ainda a idéia de santificação do curso anual do tempo e das estações com uma série de festividades religiosas: o Ano Litúrgico. A oração da manhã e da tarde (depois chamadas de Laudes e Vésperas), as horas diurnas (Terça, Sexta e Nona), as orações noturnas e ainda a contagem do dia litúrgico de uma tarde a outra ou de véspera a véspera. Ainda o uso de salmos de louvor na oração da manhã e as exortações que antecedem algumas orações, como “Corações ao alto”, “Oremos”, “Demos graças ao Senhor nosso Deus”; as doxologias e o uso litúrgico do “Santo, santo, santo”, que é tirado de Is 6,3; aclamações litúrgicas como Amém, Aleluia, Hosana, E com o teu espírito. A oração paradigmática, que implora ajuda e salvação apelando aos grandes modelos (paradigmas) da História da Salvação. O

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importante gesto da imposição das mãos. E ainda as lavagens, as imersões e emersões, os “batismos”, que eram conhecidos tanto pelo AT, como pela comunidade de Qumrã. João Batista os utilizou, Jesus mesmo se deixou batizar e os cristãos o assumem "no nome do Senhor Jesus", para participar de sua morte e ressurreição.

De origem helênica, em especial das religiões mistéricas, proveio à ideia que levou ao

estabelecimento do rito da Iniciação Cristã com seus exorcismos, unções, celebração na noite pascal e, com isso, o uso das vigílias. Também a disciplina do arcano (isto é, não revelar aos de fora da Igreja o conjunto dos seus ritos e fórmulas sagradas). O submeter às fórmulas de oração às leis retóricas da simetria e conclusão rítmica do período. Expressões litúrgicas do tipo: eucaristia, eulogia, hino, vigília, anamnese, epiclese, mistério, prefácio, cânon, exorcismo, advento, ágape, epifania, doxologia, aclamação, e a própria palavra liturgia.

Outras expressões como: Deo gratias, Kyrie eleison, Dignum et iustum est; e aquelas que reclamam a eternidade: em eterno, de eternidade em eternidade etc. Orações do tipo da ladainha e, de acordo com o exemplo judaico de rezar voltado para o templo de Jerusalém, o uso de rezar em direção ao Oriente e a conseqüente orientação das igrejas naquela direção.

Mas a Igreja apostólica, também cria formas novas de expressão: o batismo “no nome

de Jesus”; a fração do Pão ou Ceia do Senhor, o memorial de sua morte; a imposição das mãos, mas com o sentido de conferir o Espírito, junto ao poder de presidir a comunidade eclesial; a unção dos enfermos.

Em resumo, na formação das primitivas expressões litúrgicas cristãs serviram como modelo, tipo e ponto de partida formas religiosas, rituais e culturais encontradas tanto no judaísmo, como no helenismo. Mas encontramos também formas novas, próprias dos cristãos. Por outro lado, algumas práticas do Antigo Testamento são abolidas, como o templo e os sacrifícios, o sábado, a circuncisão e muitas cerimônias. Assim pode-se dizer que a novidade do culto cristão não está na forma, mas no conteúdo. Muitas vezes conservando formas já existentes, os cristãos vão reinterpretá-las, dando-lhes um novo sentido. Este conteúdo, este significado diferente, encerra a novidade cristã. Jesus e cristãos tomando elementos do rito judaico e colocando-os para a comunidade cristã de “forma nova”, realizam uma verdadeira inculturação.

Ora, assim como a liturgia cristã se formou a partir de contribuições provenientes de tantas regiões, povos e épocas diversas e não passa pela cabeça de nenhum de nós a idéia de que os primeiros cristãos, acolhendo elementos já existentes ou realizando a adaptação do rito à cultura, foram infiéis ou irresponsáveis frente à Igreja que lhes foi confiada pelo Senhor, da mesma forma os cristão hoje, edificados por tão belos exemplos, podem a justo modo, após examinarem diligentemente e com prudência as várias situações e respeitando a “substancial unidade do rito romano” (cf. SC 38), proceder a uma profunda e frutuosa adaptação do rito às culturas e índole dos vários povos. E isso se faz tanto mais exigente quanto sabemos ser verdadeiro direito de toda Igreja local exprimir o culto cristão mediante formas culturais próprias. A liturgia é sempre ligada à expressão de uma Igreja local. Cada forma litúrgica é ligada a uma certa cultura, a um contexto cultural, e dentro deste contexto deve se exprimir. O desenvolvimento da forma litúrgica tem um valor relativo porque este desenvolvimento é contingente. Não se pode valorizar como imutável, definitivo, o que é simples resultante de um desenvolvimento.

Como “a liturgia consta de uma parte imutável, divinamente instituída, e de partes susceptíveis de mudança” (SC 21), trata-se de determinar aquilo que no rito romano constitui sua unidade substancial (e, portanto, não pode ser mudado) e aquilo que, por natureza, é passível de modificações, para atuarmos o necessário processo da inculturação litúrgica. Procedendo assim estaremos simplesmente sendo fiéis não só à inteira história da Igreja como, em especial, às exigências de inculturação já previstas pela reforma litúrgica do Vaticano II e resumidas nos artigos 37-40 da Constituição SACROSANCTUMCONCILIUM.

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1.4 Na Tradição Cristã

Como se deu a Inculturação da Liturgia ao longo dos séculos e em contato com os povos com os quais a Igreja se relacionou? acima, tratamos de como se formou na Igreja das origens os vários elementos que compõem a liturgia cristã. E vimos que a quase totalidade do seu complexo litúrgico proveio seja do culto dos judeus, seja da cultura e, um pouco mais tarde – quando não havia mais perigo de queda de cristãos na idolatria – também do culto dos pagãos. E isso bem indica que a Igreja já nas suas origens realiza uma verdadeira e própria inculturação. Ora, a partir de então e ao longo de toda a sua história a Igreja nada mais fez que ir se encarnando na existência das gentes com as quais se relacionou. Mas, como mesmo se deu tal processo? Vejamos a seguir alguns exemplos.

A Tradição Apostólica de Hipólito de Roma, escrita por volta de 220, nos oferece um exemplo de inculturação quando descreve o rito de Iniciação Cristã do que entra a fazer parte da Igreja. Este recebe no momento da comunhão, além das espécies eucarísticas, leite e mel para significar “a realização da promessa feita aos patriarcas, de que lhes daria uma terra em que corre leite e mel”. O neófito, atravessando o rio Jordão por meio do batismo, entra na terra prometida e passa a gozar de seus frutos. Mas tal costume de dar leite e mel ao recém nascido já era usado pelos romanos antes do cristianismo para indicar que a criança era bem-vinda na família e como proteção contra os espíritos malignos. Temos aí um importante testemunho de inculturação nesta época.

Muitas outras inculturações vão aparecer a partir do Edito de Milão de 313, pelo qual Constantino deu paz à Igreja. É o caso da Eucaristia, até então celebrada nas casas particulares dos cristãos ou domusEcclesiae, que passa, sobretudo às Basílicas, os edifícios públicos do império romano cedidos agora às novas necessidades de grandes espaços por parte da Igreja. Também os cerimoniais pontificais e as vestes litúrgicas passaram a ser uma adaptação daqueles utilizados na corte imperial. Mas não tardará a aparecer no Sacramentário Veronense, na oração de ordenação de bispos, presbíteros e diáconos, termos como grau, honra e dignidade, próprios do ambiente imperial romano. E ainda vemos a utilização pelos cristãos, mas só por algum tempo, do “refrigerium” dos pagãos, que consistia numa refeição realizada junto do túmulo, na qual uma quantidade de comida e bebida era reservada para o morto.

A Igreja desses primeiros séculos realiza a sua inculturação aos costumes dos povos seja pelo método da “assimilação” ou da “reinterpretação”, seja pelo da “substituição”. Pela “assimilação” ou “re-interpretação” ela simplesmente tomava práticas próprias dos pagãos nas quais podia inserir um significado cristão e as adotava na sua liturgia. Exemplos: o uso de orações do tipo das atuais ladainhas, provenientes do costume romano de invocar a divindade com muitas intercessões; o beijo do altar e de imagens sacras, derivadas de gestos de reverência pagãos; a utilização da veste branca e da vela batismal pelos recém-batizados, que deriva do uso desses símbolos pelos neófitos das religiões mistéricas; o costume de orar voltado para o Oriente, influenciado pelas religiões solares mediterrâneas.

Já pelo método da “substituição”, os cristãos faziam coincidir a data de certas práticas do culto pagão, sobretudo festas, com festividades cristãs, até que a comemoração cristã aí inserida acabava por abolir a pagã. Grande exemplo desta tática foi a substituição da festa do deus sol invencível, celebrada pelos romanos em 25 de dezembro, pela festa do Natal do Senhor, posta pelos cristãos nesta mesma data. Também a festa da Cátedra de São Pedro, 22 de fevereiro, tomou o lugar de uma comemoração dos antepassados romanos, representados pela sua cadeira e a festa da Purificação de N. Senhora ou das Candeias substituiu as Lupercálias romanas, nas quais muitos giravam despidos e com tochas nas mãos numa corrida noturna que acabava em grandes excessos. Mas um precioso exemplo de respeito e abertura diante dos costumes litúrgicos dos outros povos nos é referido numa carta endereçada pelo papa Gregório Magno (590-604) a Agostinho de Cantuária († cerca 605), evangelizador da Inglaterra, como resposta a uma outra em que Agostinho se lamenta ao papa pela independência demonstrada pelos bispos da Gália, que não observam uniformidade com a Igreja de Roma quanto à celebração da missa. Na sua resposta o papa mostra bem que fidelidade às tradições litúrgicas não se confunde com fidelidade ao rito romano. Ele, na verdade, não só não censura as diferentes práticas encontradas

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e relatadas por Agostinho, como ainda convida aquele evangelizador a assumir seja de Roma, seja da Gália ou de outra Igreja qualquer, os usos e costumes que considerar dignos de enriquecer ainda mais a liturgia da recém criada Igreja inglesa, posta sob a sua direção.

A partir do séc. VIII dá-se a migração da liturgia romana para as terras franco-germânicas. Chegando lá esta liturgia prática, austera e breve dos romanos vai receber forte influxo daqueles povos, tornando-se uma liturgia dilatada e cheia de muitos simbolismos, bem ao gosto dos franceses e alemães de então. Voltando a Roma tempos mais tarde, tal liturgia ostentará um grande número de bênçãos, exorcismos, exposições, seqüências e, junto a isso, o declínio da participação ativa do povo, o hábito das missas privadas, devoções aos santos, orações pessoais, confissões durante a missa etc. A partir do séc. XIV e até o período do Barroco vai ainda marcar a liturgia o aparecimento em muitos países da Europa do drama litúrgico que, em meio à grande ignorância da liturgia, garante de qualquer modo uma certa catequese ao povo. Estas cenas, recitadas na igreja e até durante a Missa, interpretavam eventos comemorativos das festas litúrgicas, da Missa, do Ofício Divino etc. Mas quando cenas indecorosas começaram a aparecer, muitas dramatizações foram retiradas das igrejas e levadas para a praça pública. Algumas dessas cenas litúrgicas, através dos missionários espanhóis, alcançaram até mesmo a América Latina, onde sobrevivem ainda hoje.

Os séculos XVII e XVIII ofereceram também novidades a nível de desejo de uma maior participação do povo no culto. Foi o caso do Jansenismo, que apresentou uma certa retomada do conceito de assembléia e, entre outras coisas, lutou pelo uso da língua vernácula na liturgia. Identificado, porém, como um movimento atrás do qual se escondia a reforma protestante, foi desprezado e bem cedo condenado. Já o chamado Iluminismo católico, que teve a sua mais alta expressão no Sínodo de Pistoia (1786), lutou pela simplicidade e inteligibilidade dos ritos e dos textos e pelo valor da comunidade dos fiéis. Todavia, eivado de um exagerado racionalismo e de erros doutrinais, não só foi condenado, como também atrasou, por mais de um século e meio, o necessário processo de reformas, que enfim chegam com o Vaticano II.

Resumindo:

Liturgia é a ação do Povo de Deus, reunido em Jesus Cristo, na comunhão do Espírito Santo. É sempre uma celebração de Mistério Pascal, isto é, passagem da morte para vida, através de sinais, gestos e palavras. A liturgia é ação de Cristo na Igreja. O ponto culminante de uma comunidade eclesial é a celebração comunitária, onde todos expressam sua fé comum; ouvem o mesmo Senhor, Salvador e Libertador; agradecem os favores de Deus; cantam as mesmas canções. Aí todos louvam a Deus e os laços do amor fortalecidos. Cresce a fraternidade e o Povo de Deus se reanima, sobretudo nos Sacramentos, para continuar a luta pela construção do Reino. Nenhuma atividade pastoral pode realizar-se sem referencia à liturgia. Qualquer celebração tem sentido evangelizador e catequético. Toda ação pastoral terá como ponto de referencia a liturgia, na qual se celebra a memória e se proclama a atualidade do projeto de Jesus Cristo. (Conf. Doc. 38 —CNBB)

A celebração litúrgica, como a obra de Cristo Sacerdote, e da Igreja que é seu Corpo, é uma ação sagrada por excelência. Sua eficácia não é igualada por nenhuma outra ação da Igreja. (Cf. SC 7) Quando falamos de liturgia, temos presente:

 A Missa ou Celebração Eucarística;

 Celebração dos Sacramentos (batismo, crisma, eucaristia, penitencia, unção dos enfermos, ordenação, matrimonio);

 A Celebração dos Sacramentais (bênçãos, encomendação dos mortos...);

 A Celebração da Palavra ou Culto;

 A Liturgia das Horas;

 O Ano Litúrgico.

A necessária organização litúrgica

Todos sabem que nenhuma atividade na comunidade funciona sem um mínimo de organização. A liturgia não foge desta necessidade. Para que a dimensão celebrativa funcione

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bem. Para que haja participação de todos, se faz necessário que alguém, uma equipe pense, planeje, prepare com carinho e dedicação.

As celebrações das comunidades, das paróquias e das Dioceses precisam de um grupo de pessoas, de uma equipe ou de várias equipes que prestem esse serviço comunitário. O primeiro critério que esta equipe ou pessoas devem ter presente é o "Querer Celebrar Bem". Celebrar de tal modo que favoreça a participação de todos os presentes.

O Grupo litúrgico de nossas Paróquias tem como objetivos norteadores os de:

 Reunir e refletir melhor o verdadeiro sentido da liturgia em nossa paróquia;

 Estudar e aprofundar os temas litúrgicos;

 Aprimorar sempre nossas liturgias. E como objetivos específicos temos:

 Formar e animar equipes de Liturgia em cada pastoral;

 Escolher cantos adequados ao tempo litúrgico;

 Valorizar e resgatar nas celebrações os gestos de acolhida e de boas-vindas;

 Promover curso de canto pastoral, Caminhar junto com a equipe de liturgia arquidiocesana;

 Estudar documentos importantes da Igreja, tais como: constituição “Sacrosanctum Concilium”; Animação da Liturgia (CNBB) e outros;

 Despertar para a consciência da necessidade de uma liturgia inculturada; Valorizar as festas de cunho religioso, devocional e popular.

2. ANO LITÚRGICO

Você já deve ter aprendido, na escola ou em casa, que há vários tipos de “anos”: o ano escolar (período do ano que você vai à escola); ano civil (o ano oficial que começa em janeiro e termina em dezembro); o ano solar (período em que ocorrem os movimentos da Terra em torno do Sol) e outros.

Também a Igreja cristã tem seu “ano”: o ano litúrgico.

Vamos explicar melhor o que ele significa: todos os anos, a Igreja relembra em suas celebrações os principais acontecimentos da vida de Cristo.

Jesus nasceu, viveu e morreu como ira acontecer com todos nós. Quando criança, ele teve a vida de qual quer criança de seu tempo. Depois cresceu, tornou-se adulto e, percorrendo a Palestina com seus amigos, começou a ensinar e a pregar o Reino de Deus e fazer milagres em nome de seu Pai. Um dia, foi preso, julgado e condenado a morrer na cruz. Logo depois ressuscitou, apareceu aos seus amigos (os discípulos) e subiu ao céu, onde viverá para sempre com a humanidade.

Pois são todos esses acontecimentos da vida de Jesus que são relembrados nas celebrações litúrgicas da Igreja ao longo do ano. E, como sabemos, pela fé, que Jesus está vivo ao nosso lado, as cerimônias litúrgicas não são apenas lembranças, mas memória, isto é, são celebrações de uma realidade!

As etapas do ano litúrgico são, assim, a memória das passagens mais importantes da vida de Cristo. E na vida cristã está o próprio mistério de Jesus: ele foi crucificado, ressuscitou e continua vivo nas palavras do Evangelho, estando presente no altar, durante a missa, e entre as pessoas reunidas em nome Dele.

Todos esses sinais são muito importantes para os cristãos e para você, coroinha, que participará ativamente das celebrações.

O ano litúrgico inicia-se com o Primeiro Domingo do Advento e termina com a festa de Cristo Rei. Os períodos os anos litúrgicos, Seguintes pelas Igrejas de todo mundo são:

Advento, Natal, Quaresma, Tríduo Pascal, Páscoa e Tempo Comum. Há ainda, além desses

períodos, outras ocasiões durante o ano em que a Igreja comemora e homenageiam Jesus, Maria, sua mãe, e outros santos: são as solenidades, festas e memórias.

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E, finalmente, valso repetir que, assim como o coroinha veste roupas especiais durante as celebrações que participa, também os sacerdotes, ao longo das vários períodos do ano litúrgico, usam roupas especiais, de cores diferentes conforme as épocas, chamadas de paramentos.

2.1. Advento: O período do Advento abre o ano litúrgico. Advento significa vinda, chegada. E o

tempo em que se espera o nascimento de Jesus, a vinda de Cristo. Tem início no fim de novembro ou começo de dezembro. Os quatro domingos que antecedem o Natal chama-se domingo do Advento.

No Advento celebra-se, pois, o mistério da vinda do Senhor, não apenas seu nascimento na gruta de Belém, mas também sua vinda entre nós hoje, por meio dos sacramentos, e sua futura vinda, no fim dos tempos.

O tempo do Advento é vivido, portanto pelos cristãos com alegria, com fé e com empenho.

Além das orações próprias desse período, costuma-se fazer a coroa do Advento (quatro velinhas dispostas numa coroa de folhas natural ou artificiais, que devem ser acesas uma a uma, nos quatro domingos)

Durante o Advento várias leituras importantes da Bíblia (do Antigo e do Novo Testamento) são feitas na igreja. Você também poderá ler trechos do Evangelho bem interessantes, nos quais certamente aprenderá muitas coisas, como os que falam de João Batista e de Maria: poderá ler ainda as profecias de Isaías, no Antigo Testamento.

É durante o Advento, no dia 8 de dezembro celebra a festa de Nossa Senhora, a Imaculada Conceição.

2.2. Natal: O tempo litúrgico do Natal inicia-se dia 24 de dezembro e termina com a festa do

Batismo do Senhor, uma data móvel, isto é, que varia anos.

Neste período, celebram-se duas grandes solenidades: o Natal e a Epifania. E ainda duas festas muito importantes: Sagrada Família e Santa Maria Mãe de Deus.

No Natal (25 de dezembro) comemora-se a vinda do Filho de Deus ao mundo, Jesus Cristo, para a salvação dos seres humanos. Na solenidade da Epifania, lembra-se como essa salvação, foi manifestada a todos os seres humanos, representados pelos santos reis.

Como a celebração do Natal dura oito dias, costuma-se falar em “oitava da páscoa” a festa da Sagrada Família convida as famílias cristã a viverem no amor e respeito, com Jesus, Maria e José e a festa da Santa Maria, Mãe de Deus (1º de janeiro, que também e o dia Mundial da Paz) relembra a maternidade de Maria. Encerrando o tempo litúrgico do Natal, celebra-se o Batismo de Jesus, evocando o dia em que Jesus foi batizado no rio Jordão por João Batista.

O Natal é um tempo de grande alegria para a Igreja e para todos os cristãos. Procure, então, coroinha festejar o Natal pensando no verdadeiro significado dessa festa o aniversario de Jesus. É O Menino Jesus que deve ser, portanto, o centro de toda festa não e a figura do Papai Noel, ou a preocupação com presentes, enfeites e outras coisas que às vezes deturpam o sentido do Natal.

Aproveite também para fazer, antes do Natal, uma novena em casa ou na igreja, com sua família e seus amigos, pedindo ao Menino Jesus a graça de um novo ano cheio de saúde, paz e um bom trabalho para você na comunidade.

2.3. Quaresma: Na Bíblia, o número quarenta é citado várias vezes, como por exemplo nos

quarenta anos que os hebreus permaneceram no deserto, nos quarenta dias em que Elias caminhou e nos quarenta dias em que Jesus jejuou.

A Quaresma é um tempo muito especial para os cristãos. É um tempo muito especial para todos os cristãos. É um tempo de renovação espiritual, de arrependimento, de penitência, de perdão, de muita oração e principalmente da fraternidade. Por isso, no Brasil, desde 1964, durante a Quaresma, a Igreja convida os cristãos a viverem a Campanha da Fraternidade, que cada ano apresenta um tema especifico.

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Aproveite, portanto, esse tempo de graça e renovação e prepare-se o melhor possível para celebração da Páscoa. Procure fazer tudo o que puder para ajudar as pessoas, principalmente as mais necessitadas.

Com o Domingo de Ramos inicia-se a Semana Santa.

2.4. Tríduo Pascal: As celebrações mais importantes de todo ano litúrgicos sem dúvida são as do

Tríduo Pascal. Tríduo Pascal quer dizer “três dias” e pascal significa “da Páscoa”. Inicia-se na Quinta-feira Santa e termina e termina no Sábado Santo, com a Vigília Pascal.

2.5. Quinta-feira Santa: Na tarde desse dia, comemora-se a último dia de Jesus, ocasião em que

ele tomou o pão e o vinho, abençoou-os e deu-os aos seus discípulos, dizendo tratar-se de meu corpo e de meu sangue: assim ele instituiu o sacramento da Eucaristia, estabelecendo com o povo uma Nova Aliança, por meio do seu sacrifício. Foi também durante a última ceia que Jesus lavou os pés dos discípulos, demonstrando humildade, serviço e amor ao próximo. A celebração na igreja é feita geralmente á noite.

2.6. Sexta-feira Santa: Nesse dia a Igreja relembra a Paixão e Morte de Jesus Cristo, numa

celebração muito especial á tarde, pois foi por volta das 15 horas que Jesus morreu. Na Sexta-feira Santa não há celebração de missas.

2.7. Sábado Santo: Este é um dia de recolhimento, reflexão e muito silêncio: é o dia em que Jesus

permaneceu em seu sepulcro. Na noite do Sábado Santo, renova-se a memória do acontecimento mais importante de nossa fé cristã: a Ressurreição. Há então em todas as igrejas uma celebração muito significativa, a mais importante de toda a liturgia, que é a Vigília Pascal.

Reunidos nas igrejas, os cristãos de todo o mundo comemora a ressurreição de Jesus Cristo, triunfando sobre a morte. A cerimônia divide-se em quatro partes:

a) Liturgia da Luz: acende-se uma grossa vela, chamada círio pascal, que simboliza a luz de

Cristo que vence as trevas da morte;

b) Liturgia da Palavra: as pessoas relembram, por meio de leituras bíblicas, os fatos

importantes realizados por Deus ao longo da História;

c) Liturgia Batismal: recordando que Batismo é a nossa Páscoa, ou seja, nossa “passagem” para

a vida cristã, renovamos nessa noite as promessas feitas em nosso batismo confirmando nossa vida em Cristo;

d) Liturgia Eucarística: celebra-se finalmente o sacrifício de Cristo, mas com grande alegria,

porque Jesus está vivo e nos salvou.

É bom que você, coroinha compareça a todas as celebrações do Tríduo Pascal sempre com muito respeito e muito empenho de realizar suas tarefas junto ao altar. E, ao terminar a Vigília Pascal, cumprimente sua família, seus amigos, as pessoas que estiverem na igreja e os sacerdotes, manifestando sua alegria de cristão nessa alegre e grandiosa manifestação.

2.8. Páscoa: Você sabe o quer dizer “Páscoa”? Em hebraico que é a língua que foram escritas as

primeiras versões Bíblia, Páscoa significa “passagem”, rememorando a passagem de Moisés, com todo o povo hebreu, ao retirar do Egito e libertar-se da escravidão.Também Jesus, ao ressuscitar, “passou” da morte para a vida, da escuridão para á luz. E nós, na Páscoa, somos convidados a realizar essa mesma passagem, isto é, a ressuscitar com Jesus para o amor e a serviço ao próximo.

A Páscoa é um longo período litúrgico: além dos oito dias (a oitava da Páscoa), prolonga-se por mais de prolonga-seis domingos.

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O tempo pascal termina com duas importantes solenidades a festa da Ascensão de Jesus ao céu e a festa de Pentecostes que relembra a decida do Espírito Santo sobre os apóstolos, que foi o inicio da Igreja.

2.9. Tempo Comum: Como já dissemos, a vida de Jesus foi cheia de acontecimentos, assim como

é hoje a nossa vida. É claro que houve momentos muito especiais, como o seu nascimento, a ressurreição, a ascensão. Mas houve também muitos episódios na nossa vida de Jesus que a Igreja fez questão de recordar. E isso é feito durante o Tempo Comum.

O Tempo Comum abrange quase todo o ano inteiro. São 34 domingos, divididos em duas partes a primeira compreende de seis a nove domingos, iniciando-se depois do Tempo do Natal e terminando na Quaresma e o segundo começa após o Tempo Pascal e vai até o fim de novembro, mais precisamente até a festa de Cristo Rei, que encerra também o ano litúrgico.

A segunda parte do Tempo Comum abre-se com uma festa muito bonita: a solenidade da Santíssima Trindade. E, poucos dias depois, há a festa de Corpus Christi, quer dizer Corpo de Cristo. Em geral nesta última data, as igrejas fazem belas procissões.

O Tempo Comum, ao longo de todos seus domingos, mostra-nos a própria vida de Cristo, com seus ensinamentos, seus milagres, suas orações. Com Jesus e seus exemplos, aprendemos a viver na verdadeira vida cristã, uma vida a serviço, respeito e amor e a todas as coisas criadas por Deus. Cada um desses domingos é um novo encontro com Jesus, que nos leva cada vez mais para perto do Pai.

No último domingo do Tempo Comum, com já dissemos, celebra-se a festa de Cristo Rei. Jesus não foi um rei como alguns que já tivemos ao longo da História, dominadores e autoritários. Jesus é rei porque tem o poder divino sobre todas as coisas do mundo se torne uma família, um único Pai: Deus.

2.10. Solenidades, festas, memória: Durante o ano, a Igreja não comemora apenas festas

litúrgicas. Há muitas outras datas celebradas para louvar o Senhor, para homenagear Maria, a mãe de Jesus, para venerar os santos (alguns destes, mártires), agradecendo a Deus por suas belas virtudes.

Dentre essas celebrações, as mais importantes são as solenidades, como por exemplo, a do Sagrado Coração de Jesus, a Anunciação do Senhor, a Assunção de Maria, Todos os Santos, São José, São Pedro e São Paulo e outras.

Há também as chamadas festas, como por exemplo, de Santo Estevão, a dos arcanjos Miguel, Rafael e Gabriel a natividade de Nossa Senhora a Conversão de São Paulo e outras. E, finalmente, a Igreja celebra também a memória, isto é, lembrança de alguns santos que se distinguiram por sua vida e seu exemplo. Todos os santos do calendário romano têm seu dia de memória. Os santos são padroeiros das pessoas, comunidades e cidades que têm nome.

Você já tinha pensado nisso? Veja então se encontra o dia do santo que tem seu nome. E, nesse dia, comemore com seus amigos, fazendo também uma oração especial e esse santo, pedindo-lhe paz e saúde.

Queríamos dizer ainda a você, coroinha, que, para viver bem o ano litúrgico, além de ir á igreja aos domingos e dias santos, é preciso também comportar-se com muito respeito e consideração em relação á sua família, seus amigos e seus colegas.Tenha sempre muita fé e esperança em Jesus e procure fazer tudo o que puder para ajudar os que precisam de você.

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3. CORES LITÚRGICAS

A respeito das cores litúrgicas, seguimos as orientações do Missal Romano (cf. Instrução Geral sobre o Missal Romano 308-310)

Branco: simboliza a vitória, a paz, a alegria. É usado nos ofícios e missas do tempo

pascal e no Natal: nas festas e memória do Senhor, exceto as da Paixão; nas festas e memória da Bem-aventurada Virgem Maria, dos Santos Anjos, dos Santos não mártires, na festa de Todos os Santos, são João Batista. Cátedra de São Pedro e Conversão de São Paulo.

Vermelho: simboliza o fogo, o sangue, o amor divino, o martírio. É usada no domingo

da Paixão (= domingo de Ramos) e na Sexta-feira santa: domingo de Pentecostes, nas celebrações da Paixão do Senhor, nas festas dos Apóstolos e Evangelistas e nas celebrações dos Santos mártires.

Verde: é a cor da esperança. É usado nos ofícios e missas do tempo comum.

Roxo: simboliza a penitência. É usado no tempo do advento e na quaresma. Pode

também ser usado nos ofícios e missas pelos mortos.

Preto: é símbolo de luto. Pode ser usado nas missas pelos mortos.

Rosa: simboliza a alegria. Pode ser usado no III domingo do Advento e no IV

domingo da Quaresma.

4. OS SACRAMENTOS

A palavra latina "sacramento" significa etimologicamente, algo que santifica e equivale em grego ao vocábulo mistério (coisa sagrada, oculta ou secreta) partindo desta definição nominal se vê que o sentido da palavra é muito amplo: qualquer coisa sagrada ou religiosa; o que inclui como sacramentos as realidades sagradas do Antigo testamento anteriores à vinda de Cristo. (por exemplo: o cordeiro pascal, sacrifícios, circuncisão, etc.). No entanto, essas realidades diferem essencialmente da nova lei, porque não produzem a graça, mas apenas figurarem aquele que havia de vir mediante a paixão de Cristo. Neste sentido lato, a palavra sacramento também pode ser aplicada à igreja, como ensina o Concílio Vaticano II: "a Igreja é em Cristo, como que sacramento ou sinal, e também instrumento da união íntima com Deus e da unidade de todo o gênero humano" (LG1).

4.1. INSTITUIÇÃO E NÚMERO DOS SACRAMENTOS

Cristo instituiu direta e pessoalmente todos os Sacramentos e determinou tanto o sinal externo respectivo quanto a graça que dele derivaria. A Igreja definiu como verdade de fé que todos os Sacramentos do Novo Testamento foram instituídos por Jesus Cristo. Declarou-o pronunciando-se contra a heresia protestante, que os considerava, na sua maior parte como invenção humana. A instituição do Batismo (Mt 28, 19; Mc 16,16; Jo 3,5), da Eucaristia e da Ordem (Mt26, 29; Mc 14,22-25; Lc 22,19-20; I Cor 11,23-25) e da Penitência (Jo 20, 23) é mostrado com clareza na Sagrada Escritura. Embora a instituição dos restantes não apareça destacada foi Cristo quem o fez com seu poder supremo. Assim o atesta a Tradição. Desde os primeiros momentos os Apóstolos batizam os que aceitam o Evangelho (Atos 2, 41) e depois

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confirmam os batizados (Atos 8, 17). São Tiago fala da Unção dos Enfermos como algo perfeitamente sabido por todos (Tg 5, 14-15) e recomenda e promulga o estabelecido por Jesus Cristo. É clara instituição do Sacerdócio na Última Ceia, quando Jesus diz: Fazei isto em minha de Caná (Jo 2, 1-11) e o próprio Cristo reafirma a unidade e indissolubilidade da instituição originária (Mt 19, 1-9). Nenhum Sacramento, portanto foi instituído pela Igreja, visto que a autoridade eclesiástica não tem poder para tal.

4.2. DEFINIÇÃO REAL

O mistério de Cristo pervive na Igreja especialmente através dos sinais por Ele instituídos, que significam e produzem o dom da graça e são designados com o nome de sacramentos. Sacramento é, portanto, um sinal sensível e eficaz da graça instituído por Jesus Cristo, para santificar as nossas almas.

Quatro elementos incluem a noção de sacramento:

1. Ser uma "coisa" sensível - possa ser percebido pelos sentidos corporais. Ex: água-batismo; pão e vinho-Eucaristia

2. Essa coisa sensível, ser, além disso, sinal de outra realidade (graça). Por isto "coisa" recebe o nome de sinal sacramental.

3. Ter sido instituído por Jesus Cristo em sua vida terrena.

4. Ter eficácia sobrenatural para produzir a graça na alma de quem o recebe. Não apenas significar a graça, mas, sobretudo, produzi-la de fato (ver C.I. C, n.1115, 1116, 1131).

4.3. OS ELEMENTOS DO SINAL SACRAMENTAL:

O Senhor podia nos ter comunicado a graça diretamente, sem necessidade de recorrer a qualquer elemento sensível. Às vezes ele assim o faz; Mas Deus, criador da natureza humana, quis adaptar-se a ela ao dar-nos a sua graça. Jesus, geralmente, ao fazer os milagres servia-se de elementos materiais, gestos e palavras. Ex.: "tocou com a mão no leproso, e disse-lhe: "Quero sê limpo" (Mt.8,3); "untou com lodo os olhos do cego de nascença" (Jo.20,22); "dizendo isto, soprou e disse-lhes: recebei o Espírito Santo(Jo.20,22).

Jesus quis nos sacramentos, unir a sua graça a sinais exteriores, nos quais a ação invisível do Espírito Santo encarna e se materializa.

Ele quis comunicar ao homem a graça sobrenatural através das mesmas realidades materiais que usamos diariamente dando-lhes um significado mais alto e uma eficácia que por si não tem nem podem ter.

Deus escolheu uma realidade material cujo fim fosse semelhante àquele que Ele quer produzir no plano sobrenatural. Ex: água, para lavar, pão para alimentar, óleo para fortalecer, etc. e determinou também que, mediante palavras pronunciadas com a sua própria autoridade, essas realidades e significassem um efeito santificador, ex: a água lava a nódoa do pecado na alma.

4.4. MATÉRIA, FORMA E GRAÇA SACRAMENTAL DOS 7 SACRAMENTOS

Matéria do sacramento: é o alimento material

-Forma do sacramento: palavras que o completam e dão a matéria a sua eficácia. -Quando a forma é pronunciada pelo ministro com a intenção de fazer o que a Igreja faz. Deus confere a sua graça através do sacramento, que é o instrumento de que se serve para nos santificar.

A matéria e a forma constituem a essência do Sacramento e não podem ser modificadas, pois foram determinadas por instituição divina. A Igreja, ao estabelecer modificações nos ritos nunca altera essa parte essencial. (Ef 5,26; Mt 26,26s; At 6,6).

O Sacramento tendo sido instituído por Cristo contém realmente o que significa operam sempre e verdadeiramente aquilo que significam e do modo infalível em quem os recebe com as devidas disposições. Eles operam "ex opere operato" independentemente das pessoas e na absoluta dependência da vontade divina que os instituiu.

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BATISMO:

Matéria – água

Forma – “Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.”

Graça – Apaga o pecado original – nos torna filhos de Deus – é o nascimento espiritual.

CRISMA:

Matéria – o óleo sagrado chamado Santo Crisma.

Forma – “Eu te marco com o Sinal da Cruz e te Confirmo com a Crisma da Salvação, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.”

Graça – Nos confirma na Fé, nos torna Soldados de Cristo – é o crescimento espiritual.

EUCARISTIA:

Matéria - O pão e o vinho consagrados na Santa Missa

Forma - "Isto é o meu Corpo" - para a consagração do pão; "Este é o cálice do meu sangue, do sangue da nova e eterna aliança, mistério da Fé, que será derramado para vós e para muitos para o perdão dos pecados" -, para a consagração do vinho.

Graça - É a presença do próprio Jesus Cristo na nossa alma, com seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade - é o alimento espiritual.

CONFISSÃO:

Matéria - Os pecados confessados diante do Padre.

Forma - "Eu te absolvo dos teus pecados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém." Graça - O perdão dos pecados - devolve a graça santificante - é o remédio espiritual.

UNÇÃO OS ENFERMOS:

Matéria - O óleo sagrado chamado Óleo dos Enfermos.

Forma - "Por esta santa unção, que o Senhor te perdoe todos os pecados que fizeste pela... (a unção é feita nos olhos, boca, ouvido, nariz, mãos e pés)."

Graça - Prepara nossa alma para ir para o Céu - apaga os pecados veniais, as imperfeições e até pecados mortais - reanima o corpo doente.

ORDEM:

Matéria - A imposição das mãos pelo Bispo.

Forma - A oração consecratória na ordenação sacerdotal.

Graça - Dá ao Padre o poder de celebrar a Missa e outros Sacramentos.

MATRIMÔNIO:

Matéria - O contrato entre os noivos.

Forma - A aceitação pública do contrato - o "sim". Graça - Capacidade de ter e educar os filhos, viverem juntos em harmonia, e buscando a vida eterna

4.5. NECESSIDADE DOS SACRAMENTOS

A graça pode chegar ao homem não apenas necessariamente através dos sacramentos: Deus pode comunicá-la de maneira principalmente espiritual, pois como ensina São Tomás "o poder de Deus não está ligado aos Sacramentos". Mas para o homem, tal instituição é muito conveniente, pois assim somos levados a participar do invisível mediante o visível. Nem todos os Sacramentos são necessários para toda pessoa, mas, como Cristo vinculou a eles a comunicação da graça, todos os homens têm necessidade de alguns deles para se salvarem. Para todos é absolutamente necessário receber o Batismo, e para os que pecaram mortalmente depois do Batismo, é também imprescindível receber o sacramento de penit6encia ou reconciliação. A recepção da eucaristia é também necessária para os batizados que chegarem ao uso da razão.

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A recepção real ou efetiva destes sacramentos pode ser substituída em certos casos pelo desejo de receber o sacramento (votumsacramenti).

Os outros sacramentos são necessários na medida em que , com eles, é mais fácil conseguir a salvação.

4.6. A EFICÁCIA SACRAMENTAL

Os Sacramentos são por vontade de Cristo, a continuação das mesmas ações salvíficas realizadas pelo Senhor durante a sua vida terrena. Por isso é que são meios de santificação dotados da mesma eficácia infalível que possuía a santíssima Humanidade de Cristo. Atuam comunicando sempre a graça, quando o rito é realizado corretamente e o sujeito não põe obstáculo.

Ou seja, os sacramentos atuam pelo próprio fato de si realizarem, mas conferem a graça em virtude do rito sacramental que se realiza.

Eles são, com efeito, uma presença misteriosa de Cristo invisível, que atua de modo visível através desses sinais eficazes. Para quem ministra o Sacramento é necessário apenas que se tenha a intenção de fazer o que faz ou preceitua a Igreja. A eficácia não depende dele, mas do próprio sacramento pela força com que Cristo o dotou.

O efeito do sacramento também não provém da atitude de quem o recebe: a graça é conferida a quem não põe obstáculo, pelo próprio fato de se realizar o rito sacramental. No entanto, a maior ou menor abundância da graça depende das disposições da pessoa que o recebe. Não são as disposições do sujeito a causa de que os Sacramento produza a graça; mas condicionam a medida em que o sujeito a recebe.

4.7. EFEITOS DO SACRAMENTO

Os Sacramentos nos identificam com Jesus Cristo: "por eles somos incorporados nos mistérios de Sua vida, configurados com Ele mortos e ressuscitados, até chegarmos e reinar com Ele" (LG n.7).

a) Graça santificante: pode ser infundida onde não existia (alma em pecado mortal ou com pecado original, privada da vida sobrenatural) ou aumentada, na alma que já a possua ocasionando enriquecimento e desenvolvimento da vida sobrenatural.

b) Graça sacramental: específica de cada Sacramento, proporciona ao cristão, nas diversas situações de sua vida espiritual e em tempo oportuno as graças atuais necessárias ao cumprimento de seus deveres. Ex: Sacramento de Matrimônio: confere aos pais a graça de aceitarem e educarem os filhos cristãmente.

Cada Sacramento confere uma garça sacramental específica, diferente em cada um deles, a qual acrescenta à graça santificante um certo auxilio divino cujo o fim é ajudar a conseguir a finalidade específica do Sacramento

c). Caráter: é impresso na alma por três dos Sacramentos: Batismo, Confirmação, Ordem. Quem os recebe fica para sempre selado por Cristo; trará consigo os traços de Cristo, tal como o filho traz os traços do pai de modo indestrutível. Os pecados podem desfigurar esses traços, mas não aniquilá-los. O batizado que se condene, permanece com eles. É uma marca espiritual indelével que faz com estes três Sacramentos não possam ser recebidos mais de uma vez. É verdade de fé. Segundo a teologia dos padres da Igreja o caráter permite aos batizados serem reconhecidos no céu, tal como a circuncisão permitia reconhecer os descendentes de Abraão. Por isso, receberam o selo é garantia e penhor da vida eterna.

5. ECLESIOLOGIA

A IGREJA É UNA, SANTA, CATÓLICA E APOSTÓLICA

“Esta é a única Igreja de Cristo que, no Símbolo, confessamos una, santa, católica e apostólica.”

Esses quatro atributos, inseparavelmente ligados entre si, indicam traços essenciais da Igreja e de sua missão. A Igreja não os tem de si mesma; é Cristo que, pelo Espírito Santo, dá a sua Igreja o ser uma, santa, católica e apostólica, e é também ele que a convida a realizar cada uma dessas qualidades.

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Só a fé pode reconhecer que a Igreja recebe estas propriedades de sua fonte divina. Mas as manifestações históricas delas constituem sinais que falam também com clareza à razão humana. "A Igreja - lembra o Concílio Vaticano I -, em razão de sua santidade, de sua unidade católica, de sua constância invicta, é ela mesma um grande e perpétuo motivo de credibilidade e uma prova irrefutável de sua missão divina."

A Igreja é una por sua fonte: "Deste mistério, o modelo supremo e o princípio é a unidade de um só Deus na Trindade de Pessoas, Pai e Filho no Espírito Santo". A Igreja é una por seu Fundador: "Pois o próprio Filho encarnado, príncipe da paz, por sua cruz reconciliou todos os homens com Deus, restabelecendo a união de todos em um só Povo, em um só Corpo". A Igreja é una por sua "alma": "O Espírito Santo que habita nos crentes, que plenifica e rege toda a Igreja, realiza esta admirável comunhão dos fiéis e os une tão intimamente em Cristo, que ele é o princípio de Unidade da Igreja". Portanto, é da própria essência da Igreja ser una: Que estupendo mistério! Há um único Pai do universo, um único Logos do universo e também um único Espírito Santo, idêntico em todo lugar; há também uma única virgem que se tornou mãe, e me agrada chamá-la Igreja.

Contudo, desde a origem, esta Igreja una se apresenta com uma grande diversidade, que provém ao mesmo tempo da variedade dos dons de Deus e da multiplicidade das pessoas que os recebem.

Na unidade do Povo de Deus se congregam as diversidades dos povos e das culturas. Entre os membros da Igreja existe uma diversidade de dons, de encargos, de condições e de modos de vida; "na comunhão eclesiástica há, legitimamente, Igrejas particulares gozando de tradições próprias". A grande riqueza desta diversidade não se opõe à unidade da Igreja. Todavia, o pecado e o peso de suas conseqüências ameaçam sem cessar o dom da unidade. Assim, o apóstolo tem de exortar a "conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz" (Ef 4,3). Quais são estes vínculos da unidade? "Sobre tudo isso [está] a caridade, que é o vínculo da perfeição" (Cl 3,14). Mas a unidade da Igreja peregrinante é também assegurada por vínculos visíveis de comunhão:

- profissão de uma única fé recebida dos Apóstolos;

- a celebração comum do culto divino, sobretudo dos sacramentos;

- a sucessão apostólica, por meio do Sacramento da Ordem, que mantém a concórdia fraterna da família de Deus.

"A única Igreja de Cristo (...) é aquela que nosso Salvador depois de sua Ressurreição, entregou a Pedro para que fosse seu pastor e confiou a ele e aos demais Apóstolos para propagá-la e regê-la... Esta Igreja, constituída e organizada neste mundo como uma sociedade, subsiste na (“ subsistit in") Igreja Católica governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele":

5.1. A IGREJA É SANTA

A Igreja... é, aos olhos da fé, indefectivelmente santa, pois Cristo, Filho de Deus, que com o Pai e o Espírito Santo é proclamado o 'único Santo', amou a Igreja como sua Esposa. Por ela se entregou com o fim de santificá-la. Uniu-a a si como seu corpo e cumulou-a com o dom do Espírito Santo, para a glória de Deus." A Igreja é, portanto, "o Povo santo de Deus", e seus membros são chamados "santos. A Igreja, unida a Cristo, é santificada por Ele; por Ele e nele torna-se também santificante. Todas as obras da Igreja tendem, como seu fim, "à santificação dos homens em Cristo e à glorificação de Deus". É na Igreja que está depositada "a plenitude dos meios de salvação". É nela que "adquirimos a santidade pela graça de Deus". "Já na terra a Igreja está ornada de verdadeira santidade, embora imperfeita." Em seus membros, a santidade perfeita ainda é coisa a adquirir: "Munidos de tantos e tão salutares meios, todos os cristãos, de qualquer condição ou estado, são chamados pelo Senhor, cada um por seu caminho, à perfeição da santidade pela qual é perfeito o próprio Pai ". A caridade é a alma da santidade à qual todos são chamados. Ela "dirige todos os meios de santificação, dá-lhes forma e os conduz ao fim”.

"Compreendi que a Igreja tinha um corpo, composto de diferentes membros, não lhe faltava o membro mais nobre e mais necessário (o coração). Compreendi que a Igreja tinha um Coração, e que este Coração ARDIA de AMOR. Compreendi que só o amor fazia os membros da

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Igreja agirem, que, se o Amor viesse a se apagar, os Apóstolos não anunciariam mais o Evangelho, os Mártires se recusariam a derramar seu sangue... Compreendi que O AMOR ENCERRAVA TODAS AS VOCAÇÕES, QUE O AMOR ERA TUDO QUE ELE ABRAÇAVA TODOS OS TEMPOS E TODOS OS LUGARES... EM UMA PALAVRA, QUE ELE É ETERNO!”

"Mas enquanto Cristo, 'santo, inocente, imaculado', não conheceu o pecado, mas veio apenas para expiar os pecados do povo, a Igreja, reunindo em seu próprio seio os pecadores ao mesmo tempo santa e sempre necessitada de purificar-se, busca sem cessar a penitência e a renovação." Todos os membros da Igreja, inclusive seus ministros, devem reconhecer-se pecadores. Em todos eles o joio do pecado continua ainda mesclado ao trigo do Evangelho até o fim dos tempos . A Igreja reúne, portanto, pecadores alcançados pela salvação de Cristo, mas ainda em via de santificação.

A Igreja é santa, mesmo tendo pecadores em seu seio, pois não possui outra vida senão a da graça: é vivendo de sua vida que seus membros se santificam; é subtraindo-se à vida dela que caem pecados e nas desordens que impedem a irradiação da santidade dela. É por isso que ela sofre e faz penitência por essas faltas das quais tem o poder de curar seus filhos, pelo sangue de Cristo e pelo dom do Espírito Santo. Ao canonizar certos fiéis, isto é, ao proclamar solene que esses fiéis praticaram heroicamente as virtudes e viveram na fidelidade à graça de Deus, a Igreja reconhece o poder do Espírito de santidade que está em si e sustenta a esperança dos fiéis, propondo-os como modelos e intercessores. "Os santos e as santas sempre foram fonte e origem de renovação nas circunstâncias mais difíceis da história da Igreja."

Com efeito, "a santidade é a fonte secreta e a medida infalível de sua atividade apostólica e de seu clã missionário". "Enquanto na beatíssima Virgem a Igreja já atingiu a perfeição, pela qual existe sem mácula e sem ruga, os cristãos ainda se esforçam por crescer em santidade, vencendo o pecado. Por isso elevam seus olhos a Maria" ela, a Igreja é já a toda santa.

5.2. A IGREJA É CATÓLICA QUE QUER DIZER "CATÓLICO"?

“A palavra “católico” significa “universal” no sentido de segundo a totalidade” ou "segundo a integralidade". A Igreja é católica em duplo sentido. Ela é católica porque nela Cristo está presente. "Onde está Cristo Jesus, está a Igreja católica." Nela subsiste a plenitude do Corpo de Cristo unido à sua Cabeça o que implica que ela recebe dele "a plenitude dos meios de salvação" que ele quis: confissão de fé correta e completa, vida sacramental integral e ministério ordenado na sucessão apostólica. Neste sentido fundamental, a Igreja era católica no dia de Pentecostes e o será sempre, até o dia da Parusia. Ela é católica porque é enviada em missão por Cristo à universalidade do gênero humano. Todos os homens são chamados a pertencer ao novo Povo de Deus. Por isso este Povo, permanecendo uno e único, deve estender-se a todo o mundo e por todos os tempos, para que se cumpra o desígnio da vontade de Deus, que no início formou uma natureza humana e finalmente decretou congregar seus filhos que estavam dispersos... Este caráter de universalidade que marca o Povo de Deus é um dom do próprio Senhor, pelo qual a Igreja Católica, de maneira eficaz e perpétua, tende a recapitular toda a humanidade com todos os seus bens sob Cristo Cabeça, na unidade do seu Espírito.

5.3. A IGREJA É APOSTÓLICA

A Igreja é apostólica por ser fundada sobre os apóstolos, e isto em um tríplice sentido: ela foi e continua sendo construída sobre "o fundamento dos apóstolos" (Ef 2,20), testemunhas escolhidas e enviadas em missão pelo próprio Cristo; ela conserva e transmite, com a ajuda do Espírito que ela habita, o ensinamento, o depósito precioso, as salutares palavras ouvidas da boca dos apóstolos; ela continua a ser ensinada, santificada e dirigida pelos apóstolos até a volta de Cristo, graças aos que a eles sucedem na missão pastoral: o colégio dos bispos, "assistido pelos presbíteros, em união com o sucessor de Pedro, pastor supremo da Igreja ".

"Pastor eterno, vós não abandonais o rebanho, mas o guardais constantemente pela proteção dos Apóstolos. E assim a Igreja é conduzida pelos mesmos pastores que pusestes à sua frente como representantes de vosso Filho, Jesus Cristo, Senhor nosso".

Referências

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