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MULHERES DA PERIFERIA EM MOVIMENTO: UM ESTUDO SOBRE OUTRAS TRAJETÓRIAS DO FEMINISMO

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MULHERES DA PERIFERIA EM MOVIMENTO: UM ESTUDO SOBRE OUTRAS TRAJETÓRIAS DO FEMINISMO

Ana Paula Correia1

Resumo: Este texto tem como objetivo discutir os desdobramentos da pesquisa “Mulheres da

periferia em movimento: um estudo sobre outras trajetórias do feminismo”. Dedica-se a realizar

discussão teórica a partir das reflexões construídas na pesquisa como também apontar as críticas realizadas no âmbito acadêmico, discutindo o porquê de utilizarmos como base teórica a epistemologia feminista, e através dela o feminismo negro, como principal lente e fonte para analisar e construir os saberes.

Palavras-chave: Mulheres da Periferia. Epistemologia Feminista. Raça. Feminismo Negro.

Introdução

Este estudo que se apresenta é fruto da pesquisa de mestrado: “Mulheres da periferia em

movimento: um estudo sobre outras trajetórias do feminismo”. A referida pesquisa teve como

objetivo discutir feminismo com base em organizações de mulheres na periferia da Zona Leste de São Paulo. Registrou as experiências e práticas de grupos de mulheres, iniciando com os Clubes de Mães e Associação de Mulheres da Zona Leste até chegar ao movimento que se institucionalizou nos Centros de Defesa e Convivência da Mulher do Lajeado e Cidade Tiradentes. Com esse objetivo entrevistamos feministas e/ou participantes do movimento de mulheres moradoras da região e em contextos históricos diferentes, mas que de alguma forma se entrelaçam em um novelo de lutas diversificadas.

A pesquisa também se esforça para dar visibilidade às subjetividades das mulheres negras e da periferia, as quais apesar das desigualdades, silenciamentos e omissões em relação às suas vivências sempre estiveram nos movimentos, nas organizações, construindo espaços de fortalecimento e de luta. Damos lugar às subjetividades de ativistas integrantes das organizações e também, àquelas que ainda estão nos processos de emancipação. Histórias de mulheres excluídas e ignoradas pelas narrativas históricas tradicionais, de modo geral, e também, pela literatura feminista. Práticas presentes em nossa sociedade desde o período escravagista até os dias de hoje, indicam que para estas mulheres, o cotidiano da vida e do trabalho doméstico, ou mesmo a separação entre espaço público e privado nunca tiveram a mesma significação que para as mulheres brancas das elites (CARDOSO, 2012; BIDASECA, 2011; CARNEIRO, 2003; DAVIS, 2013).

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No caminho para a construção da pesquisa citada muitos foram os questionamentos e indagações dentro da academia com relação à abordagem realizada, na qual a pesquisadora se insere na pesquisa e também com relação ao marco teórico. Na qualificação e também na defesa fui indagada quanto à relevância das autoras que são a base teórica da pesquisa, e advertida de que eu deveria usar “os autores clássicos”, haja vista que as autoras escolhidas tinham o problema, para a academia, de serem “militantes”. Além disso, também fui indagada sobre a relevância de se falar em um feminismo que parte da periferia, sobre as contribuições das mulheres na periferia ou mesmo as suas lutas e resistência, pois segundo estes questionamentos estas mulheres apenas reproduziam a agenda feminista proposta pelo feminismo hegemônico, ou seja, considerado aquele que parte da experiência de um grupo social, de uma classe privilegiada, e o torna universal, desconsiderando ou invisibilizando as diferenças entre as mulheres, impõe que todas as mulheres têm uma experiência de opressão comum.

Para responder tais questões trago a seguir a motivação e os referenciais que me fizeram elaborar tal pesquisa. E para iniciar essa discussão é importante refletirmos sobre o questionamento

apontado por feministas que atuam na esfera da academia, como Carla2 Garcia, 2011; Ana Cláudia

Pacheco, 2011; bell hooks3, 1995; Lélia Gonzales, 1979. Seria possível a produção de

conhecimento transformador e não reprodutor das desigualdades a partir do universo acadêmico, historicamente estruturado com base em hierarquias de gênero, raça e classe?

Negra, intelectual e ativista

O interesse por estudar o feminismo pela ótica de mulheres organizadas em instituições e movimentos feministas populares na periferia da Zona Leste de São Paulo surgiu a partir do contato com o universo de histórias de mulheres que organizaram alguns dos importantes movimentos sociais na região da Zona Leste. O contato que motivou essa pesquisa foi possível através da minha vivência nos movimentos populares de mulheres e também como moradora da mesma região. Desse modo, insiro-me na pesquisa, uma vez que a temática tem para mim uma importância singular como cientista social, feminista negra e moradora de região periférica de São Paulo. E

2 É importante para este artigo deixar explícito o primeiro nome das autoras, mesmo que não respeite as normas técnicas

vigentes de normalização de trabalhos acadêmicos. Mas, vem de encontro à necessidade de mudar o imaginário coletivo que nega às mulheres, principalmente negras, a capacidade de desenvolverem um trabalho intelectual, ideia produzida pelas condições históricas de dominação.

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também para indicar que minhas experiências, enquanto mulher negra e moradora da periferia, trazem diferentes perspectivas e olhares sobre a sociedade na qual me insiro. Seguindo as orientações teóricas de Sandra Harding (1998), segundo a qual, todos “os pressupostos de classe, raça, cultura, e gênero, as crenças e os comportamentos da própria pesquisadora devem ser colocados dentro da moldura do quadro que pretende descrever”, pois, desta forma, aparece “não como uma voz de autoridade invisível ou anônima, mas como um indivíduo real, histórico, com desejos e interesses concretos” (HARDING, 1998 apud CARDOSO, 2012, p. 21).

Quando temos acesso à história do movimento feminista no Brasil, é comum encontrarmos em destaque apenas a luta das mulheres da elite pela cidadania, que culminou com o direito à educação e ao voto. Embora esse seja de fato o que vem sendo entendido como "o movimento feminista", é importante ressaltar que é apenas uma parte da história. Por todo o mundo, negras e indígenas lutaram para sobreviver à dominação imposta pela construção do Estado Moderno e, embora, por vezes, essas lutas não tivessem um vínculo direto com o movimento feminista, dar visibilidade a elas é fundamental para compreendermos os desafios presentes no feminismo atualmente.

Quando falamos Mulheres da periferia em movimento: um estudo sobre outras trajetórias

do feminismo é para contar e nos debruçar sobre essa parte da história pouco visível, ainda que traga

importantes contribuições para o debate feminista brasileiro, assegurando a diversidade de contextos, realidade e culturas que fazem das mulheres um sujeito plural. Para alguns trata-se de uma história nova, para nós essa história é tão antiga quanto o próprio feminismo, mas ganha o lugar de “outras trajetórias” pelo fato de ainda ser pouco documentada e/ou produzida ativamente como uma realidade “não existente, como uma alternativa não crível, como uma alternativa descartável, invisível à realidade hegemônica do mundo” (SANTOS, 2007, p. 29).

Diante disso, como ponto de partida para a leitura da realidade observada, utilizamos a epistemologia feminista, e através dela o feminismo negro, como principal lente e fonte para analisar e construir nossos saberes. Entendemos que a base conceitual da teoria feminista negra seja a intersecção entre os diversos sistemas de dominação (racismo, sexismo, classismo, heterosexismo). Introduzindo teorias e conhecimentos que apontam a diversidade da teoria feminista a partir de saberes localizados, e também da crítica ao feminismo hegemônico, apostando na construção de um pensamento próprio confirmado por experiências concretas das mulheres negras, pobres, indígenas, lésbicas e do terceiro mundo.

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Minha opção teórica foi de reconhecimento e de resistência, ao me apropriar do pensamento das feministas negras, e do feminismo latino que são autoras pouco ou nada reconhecidas no Brasil, haja vista, não são citadas e publicadas no Brasil. Autoras como Angela Davis, Audre Lorde, Gloria Anzaldúa, Gayatri Spivak, bell hooks e outras, que há décadas produzem, escrevem livros e há pouquíssimo tempo foram conhecidas no Brasil. Além das brasileiras como Lélia Gonzalez, Beatriz Nascimento, Sueli Carneiro, Jurema Wernerk, Nilma Gomes, Luiza Barros, Ana Pacheco, Cláudia Cardoso entre tantas outras. Apesar da vasta produção intelectual das autoras negras citadas e de outras nas últimas décadas elas continuam marginalizadas nas academias brasileiras.

A autora bell hooks, professora acadêmica, feminista negra e ativista social analisa as condições históricas dos sistemas de dominação, como raça, gênero e classe estruturam e produzem um imaginário social que associa as mulheres negras ao servilismo doméstico e sexual, como consequência do pensamento escravagista que as percebe como apenas corpo sem mente. Segundo a autora:

[...] O sexismo e o racismo atuando juntos perpetuam uma iconografia de representação da negra que imprime na consciência cultural coletiva a ideia de que ela esta neste planeta principalmente para servir aos outros. Desde a escravidão ate hoje o corpo da negra tem sido visto pelos ocidentais como o símbolo quintessencial de uma presença feminina natural orgânica mais próxima da natureza animalística e primitiva. (bell hooks, 1995, p. 468)

bell hooks já publicou mais de trinta livros, e a partir de seu pensamento Ana Pacheco (2011), cientista social e ativista social, reforça:

As formulações da autora [bell hooks] são interessantes para entendermos como as hierarquias raciais e de gênero e outras, produzidas historicamente, podem delinear alguns lugares sociais vistos como naturais a nós mulheres negras e como tais representações simbólicas informam como nos situamos no meio acadêmico, isto é, como somos vistas? Como nos percebem? Quais os caminhos percorridos? Como vivenciamos as experiências do racismo, do sexismo e de outras formas de dominação no meio social e na academia brasileira? Será que somos reconhecidas como intelectuais? [...] (PACHECO, 2011, p. 02)

Essas autoras sempre estiveram nas universidades e nos movimentos sociais, elas não separam a academia e a militância. Para nós mulheres negras não há separação entre a teoria que construímos e as mulheres que pesquisamos. Somos parte da matéria investigada, não há o olhar distanciado, o que nos faz receber muitas críticas de falta de objetividade. No entanto, segundo Patricia Collins uma longa tradição feminista entre as mulheres negras estão em torno de cinco aspectos fundamentais: 1º) o legado de uma história de luta; 2º) a natureza interligada de raça, gênero e classe; 3º) combate aos estereótipos; 4º) atuação como mães, professoras e líderes comunitárias; e 5º) a política sexual (COLLINS apud BAIRROS, 1995). Collins critica os critérios

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epistemológicos que negam a experiência como base legítima para a construção do conhecimento. Para ela o ponto de vista das mulheres negras é definido a partir da opressão vivida por elas, isto é, a partir do lugar que ocupam na estrutura social.

A intelectual negra bell hooks afirma que tem como um dos elementos importantes de sua produção enfatizar a relação entre produção intelectual e experiência pessoal. Para ela o pessoal é o ponto de partida para conectar politização e transformação da consciência. Dessa perspectiva o feminismo passa a ser a lente, através da qual, diferentes experiências das mulheres podem ser analisadas criticamente, no sentido de reinventar as relações sociais entre homens e mulheres fora dos padrões que estabelecem inferioridade de um em relação ao outro. (bell hooks, 2013)

A pesquisa elaborada a partir de uma crítica feminista é um jeito diferente de olhar o mundo, pensamos em uma epistemologia capaz de considerar a experiência das mulheres as margens dos cânones do saber como base legítima para a construção do conhecimento. Acreditamos que para aceitar, valorizar a investigação feminista contra-hegemônica, ou seja, dos feminismos negros, latinos, indígenas, precisamos aprender a confiar nas biografias pessoais e culturais daqueles que estão à margem dos conhecimentos, que se pressupõem como o centro ou hegemônicos, como importantes fontes de conhecimento.

Para escritora e ativista social Audre Lorde a academia tem a peculiar arrogância de empreender debates sobre teorias feministas sem analisar nossas numerosas diferenças e sem conceder espaço às significativas contribuições das mulheres pobres, negras, do terceiro mundo e lésbicas (LORDE, 1982). Em contraste, a pesquisa realizada dialoga com as teóricas do feminismo que lutam por incluir na perspectiva feminista experiências das mulheres situadas à margem das discussões hegemônicas, e também, com as várias feministas nos movimentos de mulheres e das instituições feministas na região da Zona Leste.

Para realizar o debate do feminismo na periferia da Zona Leste é necessário pensar outra epistemologia, ou seja, outras formas de construir o conhecimento que não estejam pautadas nas teorias de dominação. Os estudos de gênero no âmbito acadêmico nos colocam no lugar do outro, vistas como vítimas e incapazes de emancipação sob a tutela do feminismo branco ocidental, conforme intelectuais de grupos privilegiados apontaram na defesa da citada pesquisa afirmando que as feministas da periferia reproduzem a agenda do feminismo hegemônico. Como se nossas lutas não fossem pautas das nossas vivências, ou que não buscássemos saídas para as formas de opressão; produzimos resistências e isso é conhecimento, um conhecimento sem espaço, sem visibilidade nos centros do saber.

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Nesse sentido as mulheres negras, as lésbicas, as indígenas, as mulheres da periferia do mundo em geral, aparecem na academia como objeto de estudo, e não como sujeitos da história. Ao colocar, nós mulheres negras como vítimas e dependentes, apagam ou silenciam nossas histórias de luta, de resistência e as nossas contribuições.

Audre Lorde, feminista negra, dizia ser preciso questionar a produção do conhecimento científico a partir do ponto de vista de quem, até então, permaneceu excluída dos círculos

acadêmicos (LORDE, 1984)4. Trata-se nessa perspectiva de combater as causas que produzem a

invisibilidade das mulheres tradicionalmente deixadas à margem. Tratam-se nesses casos de olhares com pouco reflexo nos círculos acadêmicos, mas que nos serviram de moldura para analisar o ponto de vista em relação ao feminismo e aos direitos de mulheres da periferia da Zona Leste em contextos históricos diferentes.

Cito na pesquisa autoras que se fizeram primordiais como vozes críticas dos pressupostos racistas do feminismo colonial branco. Estas autoras forçaram o gênero a pensar em sua relação constitutiva com as diferenças geopolíticas de raça, classe, migração e de tráfico de pessoas. Essa literatura permitiu mudar minha perspectiva de falar de mulher na periferia e do feminismo, contribuíram para que eu pensasse em novas formas de ver o feminismo, diferente daquela que considerava apenas o de alcançar a igualdade jurídica da mulher branca, de classe média, ocidental, heterossexual.

Considerações finais

A percepção e o reconhecimento da subjetividade e do potencial de resistência das mulheres da periferia são possíveis quando partimos de uma teoria que não apaga nossas diferenças e que reconhece o impacto da raça e da classe social como fatores que moldam a identidade feminina. Dessa maneira, utilizamos para construir a pesquisa teorias que não se rendem a uma definição de feminismo que ainda torna a maioria de nós invisíveis, introduzindo teorias e conhecimentos que apontam a diversidade da teoria feminista a partir de saberes localizados, e também da crítica ao feminismo hegemônico, apostando na construção de um pensamento próprio confirmado por experiências concretas das mulheres negras, pobres, indígenas e lésbicas.

A teoria do feminismo negro nos auxilia a identificar as especificidades das opressões, a compreender a articulação das opressões, nos convidam a construir modelos de articulação política

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que modifiquem posições estáticas em um diálogo contínuo, entendendo as diferenças, sem hierarquizar ou fixar conceitos unitários e excludentes de vítimas e opressores.

Sabemos o quanto mudar o foco e a localização da produção do conhecimento, e de quem produz esse conhecimento, ameaça privilégios historicamente demarcados, traz elementos novos de análise e novas disputas nos espaços de poder acadêmico. E, também é visto sob suspeita por aqueles que ainda acreditam na possibilidade de produção de uma ciência neutra e descolada dos sujeitos que a produzem.

Buscamos a partir da teoria feminista negra visibilizar as subjetividades ausentes; cito as mulheres negras e da periferia que apesar das desigualdades, silenciamentos e omissões em relação às suas vivências, sempre estiveram ativas nos movimentos sociais, nas organizações, construindo espaços de fortalecimento e de luta.

O nosso papel, das feministas negras e também das/os intelectuais negras/os, politicamente posicionados/as, tem sido questionar a produção do conhecimento acadêmico e o lugar ocupado pelo “outro” ao produzir conhecimento não mais a partir de um olhar distanciado e neutro sobre o fenômeno do sexismo e das desigualdades raciais, mas uma análise e leitura crítica de alguém que o vivencia em sua trajetória pessoal e coletiva, inclusive nos meios acadêmicos. Reafirmando assim, um olhar marcado pela condição de classe, raça e gênero, além de questionar a visão de conhecimento científico desconectada da realidade social e política do país e das demandas colocadas pelos movimentos sociais.

A pesquisa “Mulheres da periferia em movimento: um estudo sobre outras trajetórias do

feminismo” traz essa perspectiva de exigir o reconhecimento das narrativas situadas à margem,

reivindica o direito de que as mulheres negras possam narrar suas experiências, suas memórias, suas insurreições, o investimento é na luta pelo controle da narrativa histórica, ou seja, contra as tentativas do dominador de silenciar a versão do oprimido e as estratégias desse para desmascarar a versão dominante que se pretende fixar como verdadeira.

O meu (o nosso) interesse é contribuir para a visibilização de nossas diferenças de forma positivada, uma consequência imediata desse investimento é o fortalecimento e legitimação de nossas lutas. Além de buscar compreender o processo em que se configuram as múltiplas opressões que recaem sobre nós mulheres, em maioria, negras, desejamos produzir conhecimentos que contribuam para a alteração do quadro de desigualdades.

Finalizo citando bell hooks (2013) que diz que nossa luta é pelo direito como sujeito de resistência para definir nossa realidade e, desmitificar um imaginário coletivo que nega a

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diversidade de experiências sociais e descredibiliza experiências que estão situadas à margem do modelo hegemônico.

Referências

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Women of the periphery in movement: black, intellectualand activists

Abstract: Based on the research entitled "Women from the periphery in movement: a study on other trajectories of feminism", which discussed feminism based on women's organizations in the periphery of the East Zone of São Paulo, recording the experiences and practices of Groups in different historical contexts. As a theoretical basis feminist epistemology, and through it black feminism, was used as the main lens and source for analyzing and building knowledge. This research clipping aims to discuss the developments of the research cited as the criticisms made in the academic field.

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