• Nenhum resultado encontrado

Revista de Biologia e Ciências da Terra ISSN: Universidade Estadual da Paraíba Brasil

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Revista de Biologia e Ciências da Terra ISSN: Universidade Estadual da Paraíba Brasil"

Copied!
14
0
0

Texto

(1)

Revista de Biologia e Ciências da Terra ISSN: 1519-5228

revbiocieter@yahoo.com.br Universidade Estadual da Paraíba Brasil

dos Santos Martins, Flaviano; Ferreira Barbosa, Flávio Henrique; Penna, Francisco José; Rosa, Carlos Augusto; Drummond Nardi, Regina Maria; Neves, Maria José; Nicoli, Jacques Robert Estudo do potencial probiótico de linhagens de saccharomyces cerevisiae através de testes in vitro

Revista de Biologia e Ciências da Terra, vol. 5, núm. 2, segundo semestre, 2005, p. 0 Universidade Estadual da Paraíba

Paraíba, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=50050217

Como citar este artigo Número completo Mais artigos

Home da revista no Redalyc

Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto

(2)

REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 Volume 5- Número 2 - 2º Semestre 2005

Estudo do potencial probiótico de linhagens de saccharomyces

cerevisiae através de testes in vitro

Flaviano dos Santos Martins1, Flávio Henrique Ferreira Barbosa2, Francisco José Penna3, Carlos Augusto Rosa4, Regina Maria Drummond Nardi5, Maria José Neves6, Jacques Robert Nicoli7

RESUMO

Probióticos são definidos como microrganismos viáveis que exibem um efeito benéfico na saúde do hospedeiro quando eles são ingeridos. Atualmente a única levedura utilizada em vários países como probiótico é a Saccharomyces boulardii. Neste trabalho, doze linhagens de Saccharomyces cerevisiae isoladas de diferentes fontes (insetos, frutos tropicais, queijo, estuário e alambique de cachaça) foram testadas in vitro para avaliar uma possível capacidade probiótica. Nossos testes mostraram que a maioria das leveduras foi capaz de resistir a quase todos os estresses que um microrganismo com esta finalidade deve suportar no trato digestivo e que leveduras com um mesmo perfil molecular geralmente possuem um comportamento semelhante. Não foi observado antagonismo in vitro dos patógenos pelas leveduras.

Palavras-chave: leveduras, Saccharomyces cerevisiae, probiótico, testes in vitro.

ABSTRACT

Probiotics are defined as viable microorganisms that exhibit a beneficial effect on the host health when ingested. Nowadays Saccharomyces boulardii is the only yeast used in many countries as probiotic. In this work 12 Saccharomyces cerevisiae strains isolated from different micro-habitats (insect association, tropical fruit, cheese, estuary and “aguardente” production) were tested in vitro for the evaluation of a possible probiotic property. Our results showed that the majority of the yeasts were able to resist to almost all stress that a probiotic must support in the digestive tract. The yeasts with the same molecular profile generally presented the same comportment. No antagonisms in vitro against pathogens were observed.

Keywords: yeasts, Saccharomyces cerevisiae, probiotic, in vitro assay.

1- INTRODUÇÃO

Probióticos são definidos como microrganismos vivos (bactérias ou leveduras) que, quando ingeridos, exercem um efeito benéfico no hospedeiro (FULLER, 1989), ou mais recentemente, “uma preparação ou produto contendo determinado(s) microrganismo(s) viável(eis), em quantidades suficientes, que alteram a microbiota em um determinado compartimento do hospedeiro exercendo, deste modo pelo menos um efeito benéfico” (SCHREZENMEIR & DE VRESE, 2001). Estes microrganismos são mundialmente utilizados como preparações farmacêuticas ou produtos fermentados. Em adição ao seu

(3)

valor nutritivo, as leveduras parecem modular beneficamente os distúrbios do ecossistema gastrointestinal.

Saccharomyces boulardii é uma levedura não patogênica que tem sido extremamente

usada tanto como agente terapêutico quanto preventivo no tratamento de uma variedade de diarréias. Ela foi isolada de um pequeno fruto tropical (lichia) no Vietnam e, hoje em dia, é a única levedura mundialmente utilizada como probiótico de uso humano. Ela possui um ótimo crescimento a 37ºC e é utilizada principalmente em diarréias associadas ao uso de antibiótico (MCFARLAND & BERNASCONI, 1993). Ela tem sido usada no tratamento de diferentes tipos de diarréia como: diarréia associada ao uso de antibióticos (MCFARLAND et al., 1995), diarréia associada ao Clostridium difficile (ELMER et al., 1999; MCFARLAND et al., 1994; SURAWICZ et al., 1989; SURAWICZ et al., 2000), diarréia do viajante (SCARPIGNATO & RAMPAL, 1995), diarréia em pacientes com HIV (BORN et al., 1993; SAINT-MARC et al., 1991), por diversos mecanismos de ação (BRANDÃO et al., 1998; BUTS et al., 1990; CASTAGLIUOLO et al., 1999; CZERUCKA et

al., 1989; CZERUCKA et al., 1994; CZERUCKA & RAMPAL, 1999; GEDEK, 1999; NEVES et al., 2002; RODRIGUES et al., 2000).

Nas últimas décadas, muita atenção tem sido dada à modulação da microbiota intestinal normal por adjuvantes microbianos vivos chamados de probióticos. A grande vantagem da terapia com os probióticos é a ausência de efeitos secundários, como a seleção de bactérias resistentes. Os efeitos benéficos destes microrganismos são basicamente os mesmos da microbiota normal do corpo humano. O que se faz neste caso é a utilização, em grande quantidade, daqueles que possuem eficácia comprovada, podendo ser constituintes normais da microbiota, como é o caso das bifidobactérias e dos lactobacilos, ou não, como a levedura S. boulardii. Além do mais, uma das principais preocupações da Organização Mundial da Saúde é a implementação de novas terapias que não atuem como uma forte pressão seletiva, propiciando a geração de patógenos cada vez mais agressivos e resistentes.

Todos os fatos acima citados, somados ao fato de existirem alguns trabalhos (CHIA et al., 1995; IZADNIA et al., 1998; KOVACS & BERK, 2000; SCHELLENBERG et al., 1994) mostrando a eficácia de leveduras de cervejaria e panificação, tanto em ensaios laboratoriais como em pacientes humanos, no combate às diarréias, nos fazem considerar que existe um grande espaço para um novo probiótico.

Neste trabalho, doze linhagens de Saccharomyces cerevisiae isoladas de diferentes fontes (insetos, frutos tropicais, queijo, estuário e alambique de cachaça) foram testadas

in vitro para avaliar uma possível capacidade probiótica.

2- MATERIAIS E MÉTODOS 2.1- Microrganismos

2.1.1- Linhagens bacterianas

As linhagens de Salmonella enterica serovar Typhimurium, Shigella flexneri e Escherichia

coli enteroinvasiva pertencem ao Laboratório de Ecologia e Fisiologia de Microrganismos

do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG. As linhagens de Vibrio cholerae (ATCC 9458), Clostridium perfringens tipo A (ATCC 13124) e Clostridium difficile (ATCC 9689)

(4)

foram cedidas pelo Laboratório de Materiais de Referência, do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ.

As linhagens bacterianas (S. Typhimurium, S. flexneri, E. coli patogênica e V. cholerae) foram conservadas em 0,2 ml de glicerina, esterilizada por calor seco, com 1ml da cultura de 18 horas crescida em caldo BHI (Brain Heart Infusion, DIFCO, Detroit, USA) a 37ºC. As bactérias C. difficile e C. perfringens foram crescidas durante 24-48 horas a 37ºC em caldo BHI-S (BHI suplementado com 0,5% de extrato de levedura, 0,1% de hemina e 0,1% de menadiona – HOLDMAN et al., 1977). Um ml desta cultura foi acrescido de 0,2 ml de glicerina estéril. Todas as amostras foram estocadas em tubos criogênicos de 2 ml a -86ºC.

2.1.2- Leveduras

As leveduras testadas foram gentilmente cedidas pelo Prof. Dr. Carlos Augusto Rosa e colaboradores, do Laboratório de Ecologia e Biotecnologia de Leveduras (Departamento de Microbiologia/ICB/UFMG) isoladas de diferentes fontes como Mata Atlântica (frutas e

Drosophila), queijo, alambiques de cachaça, estuários e quironomídeo. Todas

identificadas e classificadas como Saccharomyces cerevisiae (Quadro 1).

As linhagens foram mantidas em meio contendo 1% de extrato de levedura, 2% de peptona e 25% de glicerol e mantidas em freezer a -86°C em tubos criogênicos de 2 ml.

Quadro 1. Linhagens de Saccharomyces cerevisiae, isoladas de diferentes fontes, que foram utilizadas nos experimentos.

Linhagem de S. cerevisiae1 Microhabitat Referência

01 UFMG 20

02 UFMG 21

03 UFMG 22

Drosophila2

04 UFMG 23 Fruto tropical3

05 UFMG 24 Estuário4 MORAIS et al., 1992; RIBEIRO et al., 1999. 06 UFMG 829 07 UFMG 905 08 UFMG 2105 09 UFMG 2439 10 UFMG 2469

Alambique de cachaça5 PATARO, 2000.

11 UFMG B99.32.9 Queijo Canastra6 BORELLI, 2002.

12 UFMG CH4 Quironomídeo7

1

Todas as linhagens recebidas foram isoladas segundo métodos descritos por MORAIS et al. (1997) e PATARO et al. (2000), caracterizadas por métodos padrão (YARROW, 1998) e identificadas utilizando as

chaves de KURTZMAN & FELL (1998). 2Isoladas da Floresta Tropical e da Floresta da Tijuca, RJ. 3Isolada

de um pequeno fruto suculento coletado na Mata Atlântica, RJ. 4Isolada de estuário no Rio de Janeiro, RJ.

5

Isoladas de alambiques de cachaça do estado de Minas Gerais. 6Isolada de queijo minas curado produzido

na Serra da Canastra, MG. 7Larva de mosca.

2.2- Testes in vitro para seleção das leveduras 2.2.1- Simulação do ambiente gástrico

As células foram crescidas em caldo YPG (1% de extrato de levedura, 2% de peptona e 2% de glicose) a 30°C a 150 rpm. As células foram c oletadas na fase estacionária por

(5)

centrifugação (5 minutos a 3000 rpm), lavadas 2 vezes com salina tamponada estéril e incubadas no meio gástrico simulado a 37ºC a 150 rpm. Esta simulação foi feita utilizando pepsina (3g/l), NaCl (5g/l) e pH ajustado para 2,0 utilizando HCl 1M, conforme o método descrito por CHARTERIS et al. (1998). Foi mantido um controle em salina tamponada estéril nas mesmas condições (37ºC a 150 rpm). A simulação foi feita durante 60 minutos e, ao final uma alíquota foi retirada, diluída, plaqueada e incubada a 37ºC por 48-72 horas para contagem dos sobreviventes. Os resultados foram comparados com seus respectivos controles.

2.2.2- Resistência aos sais biliares

As células foram crescidas em agar Sabouraud Dextrose (DIFCO, Detroit, USA) a 30°C por 48 horas. Uma alíquota de cada amostra foi retirada, ressuspendida em salina tamponada estéril e replicada em placas de Petri contendo agar YPG suplementado com diferentes concentrações de sais biliares (0,01 mg/ml; 0,05 mg/ml; 0,10 mg/ml; 0,15 mg/ml; 0,20 mg/ml; 0,50 mg/ml; 1,00 mg/ml; 2,00 mg/ml; 5,00 mg/ml; 10,00 mg/ml) contendo 50% colato de sódio e 50% deoxicolato de sódio (SIGMA Chemical Co., St. Louis, USA) e incubadas a 30ºC e 37ºC durante 48-72 horas. Ao final, a resistência foi avaliada utilizando um fator que variava de 0 (ausência de crescimento) até 3 (crescimento intenso).

2.3- Curva de crescimento das leveduras

Para a curva de crescimento das leveduras, um pré-inóculo de cada linhagem foi crescido por 18 horas a 30ºC, 150 rpm, em meio YPG. A densidade ótica (D.O.) foi medida em espectrofotômetro e uma alíquota foi adicionada em 100 ml de meio YPG e a DO acertada para 0,15. A curva foi realizada em duas temperaturas (30ºC e 37ºC) a 150 rpm durante 48 horas e amostras foram retiradas em intervalos pré-determinados e diluições foram feitas, quando necessário, de modo que a leitura da D.O. flutuasse entre 0,2 e 0,8. 2.4- Amplificação aleatória de genomas polimórficos pela reação em cadeia da polimerase (RAPD-PCR)

Para obter a preparação de DNA, as leveduras foram crescidas em agar Sabouraud Dextrose (DIFCO, Detroit, USA) a 37ºC por 48-72 horas e estocadas a 4ºC overnight. As leveduras foram ressuspendidas em 100 µl de água MiliQ estéril (SIGMA Chemical Co., St. Louis, USA), congeladas em nitrogênio líquido e fervidas a 100ºC durante 10 minutos. As reações de PCR foram conduzidas em um termo-ciclador (PTC 100, MJ Research Inc., Watertown, USA). O primer EI1 usado continha seqüências complementares aos locais de splice do intron que tem como alvo regiões mutáveis do genoma de Saccharomyces. A seqüência de nucleotídeos usada foi 5'-CTGGCTTGGTGTATGT-3', onde os nucleotídeos sublinhados são conservados no local de splice do intron (BARROS LOPES et al., 1996). Cada PCR foi realizado em uma mistura de 30 µl contendo 1 µl de DNA, 3 µl de primer (10 µmol l-1) EI1, 3 µl do tampão de PCR 10X, 1,5 µl de dNTPs (2,5 mmol l-1 cada), e 0,6 µl de Taq DNA polimerase (5 U µl-1). As condições do PCR foram: 5 minutos a 95ºC, seguidos de 2 ciclos a 30ºC por 2 minutos, extensão por 30 segundos a 72ºC e desnaturação de 30 segundos a 95ºC. Após isso, 32 ciclos de anelamento durante 2 minutos a 40ºC, extensão por 30 segundos a 72ºC e desnaturação por 30 segundos a 95ºC. Após o último ciclo, houve um ciclo de anelamento por 2 minutos a 40ºC e um de extensão durante 5 minutos a 72ºC. Os produtos do PCR foram analisados em um gel de agarose a 1% em tampão TBE (Tris base 90 mmol l-1, ácido bórico 89 mmol l-1 e EDTA 2 mmol l-1) a 100 V por 1,5 hora. O gel foi corado com brometo de etídio e visualizado em

(6)

luz UV e escaneado (PATARO et al., 2000). A levedura S. cerevisiae S288c foi usada como padrão comparativo.

2.5- Teste de inibição in vitro

O teste in vitro para verificar a produção de substâncias inibitórias difusíveis foi realizado pelo método da dupla camada, adaptado a partir de NARDI et al. (1999) e SILVA et al. (2001). Um “spot” de 5 µl da cultura da levedura crescida em caldo YPG durante 24 horas, a 37ºC, foi colocado no centro da placa contendo agar Sabouraud Dextrose (DIFCO, Detroit, USA). Após incubação, a 37ºC, por 48 horas, em aerobiose, as placas foram colocadas em posição invertida e em cada tampa foi colocado 1 ml de clorofórmio. Depois de 30 minutos, as placas foram abertas para evaporação do clorofórmio residual e uma sobrecamada de 3,5 ml de agar BHI ou BHI-S (quando utilizada uma bactéria anaeróbica como reveladora) semi-sólido (0,7% de agar) acrescido de 10 µl de uma cultura da bactéria reveladora crescida por 18 a 24 horas a 37ºC em BHI ou BHI-S foi colocada sobre o agar. Após incubação a 37ºC por 24 horas, efetuou-se a leitura de possíveis halos de inibição. O critério de determinação dos resultados foi a presença ou ausência do halo de inibição, independente do seu tamanho. Todos os testes foram realizados em triplicatas.

3- RESULTADOS E DISCUSSÃO

A primeira barreira que um microrganismo deve atravessar após ser ingerido é o pH extremamente baixo do conteúdo intestinal. O efeito do suco gástrico simulado na viabilidade das leveduras está apresentado na Tabela 1. Todas as linhagens testadas apresentaram uma alta viabilidade (variando de 94 a 109%) quando comparadas com seus controles.

Tabela 1. Simulação gástrica realizada durante 1 hora, a 37ºC, em salina tamponada (controle) ou meio gástrico simulado (experimental).

Número de células viáveis (log10 UFC/ml) durante a simulação gástrica e de viabilidade (%)

Linhagem

Controle* Experimental % Viabilidade

UFMG 20 5,83 5,88 107 UFMG 21 5,66 6,15 108 UFMG 22 5,82 5,98 103 UFMG 23 5,34 5,90 109 UFMG 24 6,15 6,06 99 UFMG 829 6,00 6,03 105 UFMG 905 6,01 5,92 98 UFMG 2105 5,79 5,64 97 UFMG 2439 5,80 5,90 102 UFMG 2469 6,03 5,90 98 UFMG B99.32.9 5,96 5,94 98 UFMG CH4 5,88 5,57 94

As leveduras foram crescidas, a 30ºC, durante 24 horas, a 150 rpm. Cem µl foi transferido para 10 ml de

salina ou meio gástrico simulado, incubado a 37ºC, durante 1 hora, a 150 rpm. * Salina tamponada.

Aproximadamente 2,5 litros de suco gástrico é secretado diariamente, com um pH de aproximadamente 2,0 e uma concentração de sal em torno 0,5% p/v (HILL, 1990). Essa secreção apresenta uma barreira enzimática e de pH que é letal à maioria dos microrganismos ingeridos durante a digestão e, age em conjunto com o suco pancreático, a bile e o peristaltismo, de modo a garantir que o restante do intestino delgado seja maciçamente colonizado apenas em condições de estase.

(7)

A Tabela 2 mostra a resistência das leveduras a diversas concentrações de sais biliares. As linhagens UFMG 905 e UFMG 2105 foram as que suportaram as maiores concentrações de sais biliares, a 37ºC. No entanto, essa diferença foi muito pequena quando comparada com a maioria das outras leveduras. Curiosamente, as linhagens UFMG 20 e UFMG 22 também suportaram a toxicidade dos sais biliares, mas apenas a 30ºC. À temperatura de 37ºC, as duas linhagens não apresentaram nenhum crescimento, mostrando que, neste caso, pode ter sido a temperatura, e não a presença dos sais biliares que inibiu o crescimento das duas linhagens. Este dado foi confirmado após realização de curvas de crescimento a 30ºC e a 37ºC (dados não mostrados), onde foi demonstrado que essas duas linhagens apresentaram apenas um pequeno crescimento à 37ºC. Este dado foi confirmado pela incapacidade de sobreviver no trato digestivo de camundongos isentos de germes (MARTINS et al., 2005). Entretanto deve-se ressaltar que em temperaturas mais elevadas, como a temperatura corporal dos mamíferos, a fluidez das membranas aumenta permitindo a entrada de maiores concentrações de sais biliares, o que também poderia explicar o fato de não haver crescimento destas duas linhagens. O mais provável é que esses dois fatores em conjunto tenham contribuído para a ausência de crescimento das duas linhagens.

O mecanismo de tolerância aos sais biliares ainda não é bem entendido e é difícil definir uma concentração máxima a que um microrganismo deva suportar para ser considerado bile-resistente, uma vez que a concentração desta substância não é estática, ela varia em função do tempo e em diferentes partes do intestino (MARTEAU et al. 1997). Após uma refeição, a concentração de sais biliares aumenta rapidamente no duodeno, alcançando uma concentração de aproximadamente 15 mmol/L e vai diminuindo progressivamente até 5 mmol/L. No jejuno, a concentração de sais biliares é de aproximadamente 10 mmol/L e, no íleo, cai para 4 mmol/L devido à sua absorção ativa nesta porção intestinal (HEATON, 1985; NORTHFIELD & MCCOLL, 1973). SUNG et al. (1993) argumentam que os sais biliares formam micelas com os fosfolipídios e, deste modo, possuem uma menor atividade antibacteriana que as soluções artificiais de sais biliares puras. Deste modo, torna-se perigoso tentar extrapolar os resultados encontrados in vitro para in vivo, pois os estresses sucessivos (suco gástrico, pH, sais biliares, temperatura, suco pancreático) agem em conjunto para exercer um efeito antimicrobiano mais potente que apenas um destes parâmetros analisados individualmente em experimentos in vitro.

Após a realização de um RAPD-PCR de todas as linhagens (Figura 1), foi observado que as linhagens UFMG 20 e UFMG 22 apresentaram um perfil semelhante e, curiosamente, essas duas leveduras têm um comportamento muito parecido nos experimentos in vitro, além de suas incapacidades de crescerem a 37ºC (apesar de resistirem a esta temperatura) e de colonizarem animais isentos de germes (MARTINS et al., 2005). As linhagens UFMG 21 e UFMG 23 também apresentaram um perfil muito parecido assim como as linhagens UFMG 829, UFMG 905, UFMG 2105, UFMG 2439 e UFMG 2469 entre si, que foram isoladas da mesma fonte. As linhagens UFMG B.99.32.9 e UFMG CH4 também apresentaram um perfil muito semelhante entre si e com as linhagens isoladas de alambique de cachaça, apesar de terem sido isoladas de fontes completamente diferentes. Apesar das linhagens UFMG 20, UFMG 21, UFMG 22 e UFMG 23 terem sido classificadas, por métodos convencionais, como S. cerevisiae, o RAPD-PCR mostrou que estas quatro linhagens apresentam um perfil diferente da S. cerevisiae S288c, que foi usada como padrão comparativo. A linhagem UFMG 24 também apresentou um perfil de bandas distinto.

(8)

T a b e la 2 . R e s is tê n c ia d a s l in h a g e n s d e l e v e d u ra s u ti liz a d a s n e s te e x p e ri m e n to à s d iv e rs a s c o n c e n tr a ç õ e s d e s a is b ili a re s . C o n c e n tr a ç ã o d e s a is b il ia re s ( e m m g /m l) 3 0 ºC 3 7 ºC L in h a g e m : 0 ,0 1 0 ,0 5 0 ,1 0 0 ,1 5 0 ,2 0 0 ,5 0 1 ,0 0 2 ,0 0 5 ,0 0 1 0 ,0 0 ,0 1 0 ,0 5 0 ,1 0 0 ,1 5 0 ,2 0 0 ,5 0 1 ,0 0 2 ,0 0 5 ,0 0 1 0 ,0 U F M G 2 0 3 3 3 3 2 2 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 U F M G 2 1 3 3 3 3 3 3 2 1 2 1 3 3 3 3 3 3 2 0 0 0 U F M G 2 2 2 2 2 2 2 2 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 U F M G 2 3 3 3 3 3 3 3 2 1 2 1 3 3 3 3 2 2 2 0 0 0 U F M G 2 4 3 3 3 3 3 3 0 0 0 0 3 3 3 3 3 3 0 0 0 0 U F M G 8 2 9 3 3 3 3 3 3 2 0 0 0 3 3 3 3 3 3 3 0 0 0 U F M G 9 0 5 3 3 3 3 3 2 2 2 2 1 3 3 3 3 3 3 2 1 0 0 U F M G 2 1 0 5 3 3 3 3 3 2 1 0 0 0 3 3 3 3 3 3 3 1 0 0 U F M G 2 4 3 9 3 3 3 3 2 2 0 0 0 0 3 3 3 3 3 3 2 0 0 0 U F M G 2 4 6 9 3 3 3 3 3 3 2 0 0 0 3 3 3 3 3 3 3 0 0 0 U F M G B 9 9 .3 2 .9 3 3 3 3 3 1 0 0 0 0 2 2 2 2 2 2 0 0 0 0 U F M G C H 4 3 3 3 3 3 2 0 0 0 0 3 3 3 3 3 3 2 0 0 0 P a ra a v a lia r o c re s c im e n to , u ti liz o u -s e u m a e s c a la v is u a l q u e v a ri a v a d e 0 ( a u s ê n c ia d e c re s c im e n to ) a 3 ( c re s c im e n to i n te n s o ).

(9)

Figura 1. RAPD-PCR, utilizando o primer EI1, das 12 leveduras testadas. Da esquerda para a direita, as bandas mostram: (PM) padrão de peso molecular (1 Kb ladder), (1) S. cerevisiae S288c, (2) UFMG 20, (3) UFMG 21, (4) UFMG 22, (5) UFMG 23, (6) UFMG 24, (7) UFMG 829, (8) UFMG 905, (9) UFMG 2105, (10) UFMG 2439, (11) UFMG 2469, (12) UFMG B.99.32.9 e (13) UFMG CH4.

O resultado dos testes de inibição do crescimento in vitro de patógenos pelas leveduras mostrou que não houve produção de nenhuma substância que inibisse o crescimento dos patógenos S. Typhimurium, S. flexneri, E. coli enteroinvasiva, Vibrio cholerae, C. difficile e

C. perfringens. Ao contrário do que é observado para alguns gêneros bacterianos, como

os Lactobacillus spp. (NARDI et al.,1999), Peptostreptococcus spp. (NICOLI & RAIBAUD, 1990; RAMARE et al., 1993; SILVA et al., 2001) e alguns outros gêneros (SILVA et al., 2001), as leveduras utilizadas como probióticos não possuem como mecanismo de ação, a inibição do crescimento de patógenos. Entretanto BACH et al. (2003) observaram que a

S. boulardii foi capaz de inibir o crescimento de E. coli O157:H7 em um fluido ruminal in vitro. ZBINDEN et al. (1999), utilizando culturas de células HeLa, observaram que S. boulardii foi capaz de reduzir consideravelmente o crescimento de S. typhimurium e de

inibir completamente a multiplicação de Yersinia enterocolitica. TASTEYRE et al. (2002), utilizando células VERO, também observaram inibição da aderência de C. difficile pela S.

boulardii.

Os principais mecanismos propostos para a ação da S. boulardii, a principal levedura utilizada como probiótico atualmente, são a imunomodulação (BUTS et al., 1990; CAETANO et al., 1986; QAMAR et al., 2001; RODRIGUES et al., 2000) e inibição da ação de toxinas (BRANDÃO et al., 1998; CASTAGLIUOLO et al., 1996; CASTAGLIUOLO et al., 1999; NEVES et al., 2002; POTHOULAKIS et al., 1993).

4- CONCLUSÕES

Dez das 12 linhagens testadas apresentaram uma alta viabilidade frente aos estresses in

vitro. Estes resultados serviram de base para a escolha de uma levedura para testes in vivo (MARTINS et al., 2005), onde foram observados capacidade de colonização de

animais e de proteção contra desafios com bactérias patogênicas. Atualmente estudos PM 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

(10)

vêm sendo realizados para desvendar os mecanismos de ação da levedura selecionada. Devido à escassez de trabalhos nacionais mostrando a utilização e a eficácia de probióticos, nosso grupo de pesquisa vem investindo há vários anos nesta linha de estudo, procurando estudar os componentes da microbiota com potencial probiótico e a utilização de microrganismos ambientais para a mesma finalidade.

4- BIBLIOGRAFIA

BACH, S.J.; MCALLISTER, T.A.; VIEIRA, D.M.; GANNON, V.P.J.; HOLLEY, R.A. Effects of a Saccharomyces boulardii feed supplement on Escherichia coli O157:H7 in ruminal fluid in vitro. Anim. Feed Sci. Technol., v. 104, p. 179-189, 2003.

BARROS LOPES, M.; SODEN, A.; HENSCHKE, P.A.; LANGRIDGE, P. PCR differentiation of commercial yeast strains using intron splice site primers. Appl. Environ.

Microbiol., v. 62, p. 4514-4520, 1996.

BORELLI, B.M. Quantificação dos indicadores higiênicos sanitários e da diversidade de

leveduras durante a fabricação do queijo minas curado produzido na Serra da Canastra, MG. Belo Horizonte, Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, 2002. (Dissertação,

Mestrado).

BORN, P.; LERSCH, C.; ZIMMERHACKL, B.; CLAASSEN, M. The Saccharomyces

boulardii therapy of HIV-associated diarrhea (letter). Dtsch. Med. Wochenschr., v. 118, p.

765, 1993.

BRANDÃO, R.L.; CASTRO, I.M.; BAMBIRRA, E.A.; AMARAL, S.C.; FIETTO, L.G.; TROPIA, M.J.M.; NEVES, M.J.; SANTOS, R.G.; GOMES, N.C.M.; NICOLI, J.R. Intracellular signal triggered by cholera toxin in Saccharomyces boulardii and

Saccharomyces cerevisiae. Appl. Environ. Microbiol., v. 64, p. 564-568, 1998.

BUTS, J.P.; BERNASCONI, P.; VAERMAN, J.P.; DIVE, C. Stimulation of secretory IgA and secretory component of immunoglobulins in small intestine of rats treated with

Saccharomyces boulardii. Dig. Dis. Sci., v. 35, p. 251-256, 1990.

CAETANO, J.A.M.; PARAMÉS, M.T.; BABO, M.J.; SANTOS, A.; FERREIRA, A.B.; FREITAS, A.A.; COELHO, M.R.C.; MATEUS, A.M. Immunopharmacological effects of

Saccharomyces boulardii in healthy volunteers. Int. J. Immunopharmacol., v. 8, p.

245-259, 1986.

CASTAGLIUOLO, I.; LAMONT, J.T.; NIKULASSON, S.T.; POTHOULAKIS, C.

Saccharomyces boulardii protease inhibits Clostridium difficile toxin A effects in the rat

ileum. Infect. Immun., v. 64, p. 5225-5232, 1996.

CASTAGLIUOLO, I.; LAMONT, J.T.; NIKULASSON, S.T.; POTHOULAKIS, C.

Saccharomyces boulardii protease inhibits Clostridium difficile toxin A effects in the rat

ileum. Infect. Immun., v. 64, p. 5225-5232, 1996.

CASTAGLIUOLO, I.; RIEGLER, M.F.; VALENICK, L.; LAMONT, J.T.; POTHOULAKIS, C.

Saccharomyces boulardii protease inhibits the effects of Clostridium difficile toxins A and B

(11)

CHARTERIS, W.P.; KELLY, P.M.; MORELLI, L.; COLLINS, J.K. Development and application of an in vitro methodology to determine the transit tolerance of potentially probiotic Lactobacillus and Bifidobacterium species in the upper human gastrointestinal tract. J. Appl. Microbiol., v. 84, p. 759-768, 1998.

CHIA, J.K.S.; CHAN, S.M.; GOLDSTEIN, H. Baker's yeast as adjunctive therapy for relapses of Clostridium difficile diarrhea. Clin. Infec. Dis., v. 20, p. 1581, 1995.

CZERUCKA, D.; NANO, J.L.; BERNASCONI, P.; RAMPAL, P. Response to cholera toxin of 2 epithelial intestinal cell lines. Effect of Saccharomyces boulardii. Gastroenterol. Clin.

Biol., v. 13, p. 383-387, 1989.

CZERUCKA, D.; RAMPAL, P. Effect of Saccharomyces boulardii on cAMP - and Ca2+ - dependent Cl- secretion in T84 cells. Dig. Dis. Sci., v. 44, p. 2359-2368, 1999.

CZERUCKA, D.; ROUX, I.; RAMPAL, P. Saccharomyces boulardii inhibits secretagogue-mediated adenosine 3’,5’-cyclic monophosphate induction in intestinal cells.

Gastroenterology, v. 106, p. 65-72, 1994.

ELMER, G.W.; MCFARLAND, L.V.; SURAWICZ, C.M.; DANKO, L.; GREENBERG, R.N. Behaviour of Saccharomyces boulardii in recurrent Clostridium difficile disease patients.

Aliment. Pharmacol. Ther., v. 13, p. 1663-1668, 1999.

FULLER, R. Probiotics in man and animals. J. Appl. Bacteriol., v. 66, p. 365-378, 1989. GEDEK, B.R. Adherence of Escherichia coli serogroup O 157 and the Salmonella

typhimurium mutant DT 104 to the surface of Saccharomyces boulardii. Mycoses, v. 42, p.

261-264, 1999.

HEATON, K.W. Bile salts. Page 277, 1985. In Liver and Biliary Disease: Pathophysiology,

Diagnosis, Management. Wright, R.; Millward-Sadler, G.H.; Alberti, K.G.M.M.; Karran, S.

Ed. Baillère Tindall, W. D. Saunders Co., Philadelphia, PA.

HILL, M.J. Factors controlling the microflora of the healthy upper gastrointestinal tract. In

Human Microbial Ecology, ed. HILL, M.J. & MARSH, P.D., cap. 2, p. 57-85, 1990. Boca

Raton, Florida: CRC Press.

HOLDMAN, L.V.; CATO, E.P.; MOORE, W.E.C. Anaerobe Laboratory Manual. The Virginia Polytechnic Institute and State. University Anaerobe Laboratory, 156p., 1977. IZADNIA, F.; WONG, C.T.; KOCOSHIS, S.A. Brewer’s yeast and Saccharomyces boulardii both attenuate Clostridium difficile-induced colonic secretion in the rat. Dig. Dis. Sci., v. 43, p. 2055-2060, 1998.

KOVACS, D.J.; BERK, T. Recurrent Clostridium difficile-associated diarrhea and colitis treated with Saccharomyces cerevisiae (baker’s yeast) in combination with antibiotic therapy: a case report. J. Am. Board Farm. Pract., v. 13, p. 138-140, 2000.

KURTZMAN, C.P.; FELL, J.W. The Yeasts: a Taxonomic Study. 4th ed. Elsevier Science Publishers, Amsterdam, 1998.

(12)

MARTEAU, P.; MINEKUS, M.; HAVENAAR, R.; HUIS IN'T VELD, J.H. Survival of lactic acid bacteria in a dynamic model of the stomach and small intestine: validation and the effects of bile. J. Dairy Sci., v. 80, p. 1031-1037, 1997.

MARTINS, F.S.; NARDI, R.M.D.; ARANTES, R.M.E.; ROSA, C.A.; NEVES, M.J. AND NICOLI, J.R. Screening of yeast as probiotic based on capacities to colonize the gastrointestinal tract and to protect against enteropathogen challenge in mice. J. Gen.

Appl. Microbiol., v. 51, n. 2, p. 83-92, 2005.

MCFARLAND, L.V.; BERNASCONI, P. Saccharomyces boulardii: A review of an innovative biotherapeutic agent. Microb. Ecol. Health Dis., v. 6, p. 157-171, 1993.

MCFARLAND, L.V.; SURAWICZ, C.M.; GREENBERG, R.N.; FEKETY, R.; ELMER, G.W.; MOYER, K.A.; MELCHER, S.A.; BOWEN, K.E.; COX, J.L.; NOORANI, Z. A randomized placebo-controlled trial of Saccharomyces boulardii in combination with standard antibiotics for Clostridium difficile disease. J. Am. Med. Assoc., v. 271, p. 1913-1918, 1994.

MCFARLAND, L.V.; SURAWICZ, C.M.; GREENBERG, R.N.; ELMER, G.W.; MOYER, K.A.; MELCHER, S.A.; BOWEN, K.E.; COX, J.L. Prevention of beta-lactam-associated diarrhea by Saccharomyces boulardii compared with placebo. Am. J. Gastroenterol., v. 90, p. 439-448, 1995.

MORAIS, P.B.; HAGLER, A.N.; ROSA, C.A.; MENDONÇA-HAGLER, L.C.; KLACZKO, L.B. Yeasts associated with Drosophila in tropical forests of Rio de Janeiro, Brazil. Can. J.

Microbiol., v. 38, p. 1150-1155, 1992.

MORAIS, P.B.; ROSA, C.A.; LINARDI, V.R.; PATARO, C.; MAIA, A.B.R.A. Characterization and succession of yeast populations associated with spontaneous fermentations during the production of the Brazilian sugar-cane aguardente. World J.

Microbiol. Biotechnol., v. 13, p. 241-243, 1997.

NARDI, R.D.; SANTOS, A.R.M.; CARVALHO, M.A.R.; FARIAS, L.M.; BENCHETRIT, L.C.; NICOLI, J.R. Antagonism against anaerobic and facultative bacteria through a diffusible inhibitory compound produced by a Lactobacillus sp. isolated from the rat fecal microbiota.

Anaerobe, v. 5, p. 409-411, 1999.

NEVES, M.J.; ETCHEBEHERE, L.; BRANDÃO, R.L.; CASTRO, I.M.; LIMA, M.E.; NICOLI, J.R. Partial characterization of cholera toxin binding on membranes of Saccharomyces

boulardii. Microecol. Ther., v. 29, p. 185-190, 2002.

NICOLI, J.R.; RAIBAUD, P. In vivo and in vitro antagonistic effect against Clostridium

perfringens of a diffusible compound produced by a Peptostreptococcus sp. from human

intestinal flora in mice. Microecol. Ther., v. 20, p. 141-146, 1990.

NORTHFIELD, T.C.; MCCOLL, I. Postprandial concentrations of free and conjugated bile acids down the length of the normal human small intestine. Gut, v. 14, p. 513-518, 1973. PATARO, C. Comunidade de leveduras associadas com a fermentação espontânea

durante a produção da cachaça de alambiques de Minas Gerais. Belo Horizonte, Instituto

(13)

PATARO, C.; GUERRA, J.B.; PETRILLO-PEIXOTO, M.L.; MENDONÇA-HAGLER, L.C.; LINARDI, V.R.; ROSA, C.A. Yeast communities and genetic polymorphism of

Saccharomyces cerevisiae strains associated with artisanal fermentation in Brazil. J. Appl. Microbiol., v. 89, p. 24-31, 2000.

POTHOULAKIS, C.; KELLY, C.P.; JOSHI, M.A.; GAO, N.; O'KEANE, C.J.; CASTAGLIUOLO, I.; LAMONT, J.T. Saccharomyces boulardii inhibits Clostridium difficile toxin A binding and enterotoxicity in rat ileum. Gastroenterology, v. 104, p. 1108-1115, 1993.

QAMAR, A.; ABOUDOLA, S.; WARNY, M.; MICHETTI, P.; POTHOULAKIS, C.; LAMONT, J.T.; KELLY, C.P. Saccharomyces boulardii stimulates intestinal immunoglobulin A immune response to Clostridium difficile toxin A in mice. Infect. Immun., v. 69, p. 2762-2765, 2001.

RAMARE, F.; NICOLI, J.R.; DABARD, J.; CORRING, T.; LADIRE, M.; GUEUGNEAU, A.M.; RAIBAUD, P. Trypsin-dependent production of an antibacterial substance by a human Peptostreptococcus strain in gnotobiotic rats and in vitro. Appl. Environ. Microbiol., v. 59, p. 2876-2883, 1993.

RIBEIRO, M.J.S.; LEÃO, L.S.C.; MORAIS, P.B.; ROSA, C.A.; PANEK, A.D. Trehalose accumulation by tropical yeast strains submitted to stress conditions. Antonie Van

Leeuwenhoek, v. 75, p. 245-251, 1999.

RODRIGUES, A.C.; CARA, D.C.; FRETEZ, S.H.G.G.; CUNHA, F.Q.; VIEIRA, E.C.; NICOLI, J.R.; VIEIRA, L.Q. Saccharomyces boulardii stimulates sIgA production and the phagocytic system of gnotobiotic mice. J. Appl. Microbiol., v. 88, p. 1-12, 2000.

SAINT-MARC, T.; ROSSELLO-PRATS, L.; TOURAINE, J.L. Efficacy of Saccharomyces

boulardii in the treatment of diarrhea in AIDS (letter). Ann. Med. Intern., v. 142, p. 64-65,

1991.

SCARPIGNATO, C.; RAMPAL, P. Prevention and treatment of traveler’s diarrhea: a clinical pharmacological approach. Chemotherapy, v. 41, p. 48-81, 1995.

SCHELLENBERG, D.; BONINGTON, A.; CHAMPION, M.; LANCASTER, R.; WEBB, S.; MAIN, J. Treatment of Clostridium difficile diarrhea with brewer`s yeast. Lancet, v. 343, p. 171-172, 1994.

SCHREZENMEIR, J.; DE VRESE, M. Probiotics, prebiotics and symbiotics – approaching a definition. Am. J. Clin. Nutr., v. 73, p. 361S-364S, 2001.

SILVA, S.H.; VIEIRA, E.C.; DIAS, R.S.; NICOLI, J.R. Antagonism against Vibrio cholerae by diffusible substances produced by bacterial components of the human faecal microbiota. J. Med. Microbiol., v. 50, p. 161-164, 2001.

SUNG, J.Y.; SHAFFER, E.A.; COSTERTON, J.W. Antibacterial activity of bile salts against common biliary pathogens. Effects of hydrophobicity of the molecule and in the presence of phospholipids. Dig. Dis. Sci., v. 38, p. 2104-2112, 1993.

(14)

SURAWICZ, C.M.; MCFARLAND, L.V.; ELMER, G.; CHINN, J. Treatment of recurrent

Clostridium difficile colitis with vancomycin and Saccharomyces boulardii. Am. J. Gastroenterol., v. 84, p. 1285-1287, 1989.

SURAWICZ, C.M.; MCFARLAND, L.V.; GREENBERG, R.N.; RUBIN, M.; FEKETY, R.; MULLIGAN, M.E.; GARCIA, R.J.; BRANDMARKER, S.; BOWEN, K.; BORJAL, D.; ELMER, G.W. The search for a better treatment for recurrent Clostridium difficile disease: use of high-dose vancomycin combined with Saccharomyces boulardii. Clin. Infect. Dis., v. 31, 1012-1017, 2000.

TASTEYRE, A.; BARC, M.C.; KARJALAINEN, T.; BOURLIOUX, P.; COLLIGNON, A. Inhibition of in vitro cell adherence of Clostridium difficile by Saccharomyces boulardii.

Microb. Pathog., v. 32, p. 219-25, 2002.

YARROW, D. Methods for the isolation, maintenance, classification and identification of yeasts. In KURTZMAN, C.P.; FELL, J.W. The Yeasts: a Taxonomic Study. 4th ed. Elsevier Science Publishers, Amsterdam, p. 77-100, 1998.

ZBINDEN, R. GÖNCZI, E.E.; ALTWEGG, M. Inhibition of Saccharomyces boulardii (nom. inval.) on cell invasion of Salmonella typhimurium and Yersinia enterocolitica. Microb.

Ecol. Health Dis., v. 11, p. 158-162, 1999.

________________________________________________________________________ [1] MSc, Doutorando, Departamento de Pediatria, Faculdade de Medicina, Departamento de Microbiologia, Instituto de Ciências Biológicas, UFMG, CDTN/CNEN. E-mail: flavianosmartins@yahoo.fr.

[2] Mestrando, Departamento de Microbiologia, Instituto de Ciências Biológicas, UFMG. [3] Doutor, Professor Titular, Departamento de Pediatria, Faculdade de Medicina, UFMG. [4] Doutor, Professor Adjunto, Departamento de Microbiologia, Instituto de Ciências Biológicas, UFMG.

[5] Doutor, Professor Adjunto, Departamento de Microbiologia, Instituto de Ciências Biológicas, UFMG.

[6] Doutor, Pesquisador Titular, Laboratório de Radiobiologia, Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear/Comissão Nacional de Energia Nuclear (CDTN/CNEN).

[7] Doutor, Professor Titular, Departamento de Microbiologia, Instituto de Ciências Biológicas, UFMG.

Referências

Documentos relacionados

AGENDA 2 Objetivo Tendências Tecnologias em desenvolvimento Matérias Primas Químicos Renováveis Captura e Conversão de CO 2... AGENDA 3 Objetivo Tendências Tecnologias

E, o propósito dos anabatistas preocupados com reformas ainda mais radicais, foi voltar a Igreja Apostólica para obter seus padrões, rejeitado inteiramente não

- Beneficiários: parte da população selecionada alcançada pelo projeto de melhorias e legitimação da posse. As obras que eliminarão as deficiências construtivas das habitações

O programa para melhoramento genético da raça é hoje executado pela Associação Brasileira de Criadores de Girolando, sempre com apoio técnico da Embrapa Gado

[…] o discurso e a prática da f lexibilização e desregulamentação do Direito do Trabalho vigentes no Brasil, ao propiciarem maior autonomia de negociação direta

Apesar de Saussure ter chamado a atenção para o aspecto social da língua, os estudos voltados à variação e à diversidade linguística tiveram como pioneiros

No entanto, relativamente a estes trabalhadores, os Estados-Membros beneficiam da faculdade de derrogar os artigos 3.º, 4.º, 5.º, 8.º e 16.º e prever, pela via legislativa

VS26G: Válvula spool sem vedação, atuada por piloto solenóide VS26S: Válvula spool softseal, atuada por piloto solenóide Montagem:.. Sub-base