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Revista Base (Administração e Contabilidade) da UNISINOS E-ISSN: Universidade do Vale do Rio dos Sinos Brasil

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Academic year: 2021

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Revista Base (Administração e Contabilidade) da UNISINOS

E-ISSN: 1984-8196 cd@unisinos.br

Universidade do Vale do Rio dos Sinos Brasil

KRONBAUER, CLÓVIS ANTÔNIO

CONSOLIDAÇÃO E DIVULGAÇÃO DA TEORIA CONTÁBIL: CONTRIBUIÇÃO DE HENDRIKSEN E VAN BREDAS

Revista Base (Administração e Contabilidade) da UNISINOS, vol. 6, núm. 3, septiembre-octubre, 2009, pp. 275-277

Universidade do Vale do Rio dos Sinos São Leopoldo, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=337228639008

Como citar este artigo Número completo Mais artigos

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COMENTÁRIO

CLÓVIS ANTÔNIO KRONBAUER

clovisk@unisinos.br

Um dos objetivos da regulação contábil é encontrar um adequado suporte teórico para as re-gras que regem a prática, afastando, desta forma, deduções irracionais ou meramente apoiadas em critérios tais como a aceitação generalizada de uma norma. Assim, ao estabelecer os fundamentos conceituais nos quais se apoia a elaboração de informações fi nanceiras, se estabelece um itinerário lógico e dedutivo que guia, sequencial e organizadamente, a prática contábil (Iudícibus, 2006).

O grande desenvolvimento do mercado de capitais norte-americano no início do Século XX, causado, em grande parte, pela ascensão das grandes companhias, impulsionou o cres-cimento da bolsa de valores de Nova Iorque. Contudo, a grande crise de 1929, que causou um abalo sem precedentes no mercado de capitais, e o consequente crash na principal bolsa norte-americana, evidenciaram a necessidade da regulação do mercado e da padronização das práticas contábeis. Essa necessidade regulatória impulsionou a pesquisa contábil nos Estados Unidos, e, desta, surgiram os princípios contábeis ampla e geralmente aceitos e toda normativa contábil norte-americana, cuja responsabilidade de emissão se encontra, hoje, a cargo do Financial Accounting Standards Board (FASB) (Schmidt, 2000).

A pesquisa contábil desenvolvida pelos pesquisadores norte-americanos, além de gerar normas contábeis, origina um conhecimento teórico até então pouco explorado, em relação à prática contábil. Todo este arcabouço conceitual está reunido na obra de Hendriksen e Van Breda, que teve sua primeira publicação no ano de 1965, pela Richard d. Irwin, Inc. A obra Accounting Theory, objeto deste comentário, tornou-se um referencial para contadores e pesquisadores da área no mundo todo e foi traduzido para vários idiomas, como o Espanhol e o Português, por exemplo.

Nos países latino-americanos, nos quais a pesquisa contábil está em fase de desen-volvimento, como é o caso de Brasil e do México, a Teoria da Contabilidade dos autores citados transformou-se em um guia presente em dissertações, teses e artigos, especialmente naqueles que se ocupam de temas relacionados à elaboração e divulgação de informações contábeis para usuários externos.

No conjunto da obra de Hendriksen e Van Breda, merecem especial destaque alguns temas em particular, conforme se descreve a seguir.

CONSOLIDAÇÃO E DIVULGAÇÃO DA TEORIA

CONTÁBIL: CONTRIBUIÇÃO DE HENDRIKSEN

E VAN BREDAS

ACCOUNTING THEORY CONSOLIDATION AND DISCLOSURE: HENDRIKSEN AND VAN BREDA CONTRIBUTION BASE – Revista de Administração e Contabilidade da Unisinos

6(3):275-278, setembro/outubro 2009

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BASE – REVISTA DE ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE DA UNISINOS

CONSOLIDAÇÃO E DIVULGAÇÃO DA TEORIA CONTÁBIL: CONTRIBUIÇÃO DE HENDRIKSEN E VAN BREDA

Em primeiro lugar, o livro enfatiza os enfoques da Teoria Contábil, adotados para solução dos problemas que envolvem a prática contábil, ou seja, os enfoques fi scal, legal, ético, econômico, comportamental e estrutural. A partir destes, é dedicada atenção à classifi cação das Teorias da Contabili-dade, que podem ser categorizadas de diferentes maneiras. A caracterização pode ser feita, segundo o critério nível, em: sintático, semântico e pragmático; de acordo com o critério tipo de raciocínio, em: dedutivo ou indutivo; e, conforme a atitude postulada, em: normativa ou positivista. É importante ressaltar que cada enfoque dado à defi nição teórica requer um método distinto de verifi cação das teorias contábeis.

Ao referir os aspectos históricos da contabilidade, os auto-res de Accounting Theory dedicam especial atenção aos antece-dentes sociais, culturais e tecnológicos que foram determinantes do nascimento e do desenvolvimento da contabilidade, os quais permitiram sua classifi cação no campo das ciências sociais, e não das ciências exatas, como alguns teóricos pretendiam. Além disso, os autores analisados percorrem a história das origens e do desenvolvimento da regulamentação fi nanceira no mercado norte-americano, que começou com as estradas de ferro em 1887, ano em que foi fundado o American Institute of Certifi cate Public Accountants (AICPA), órgão que teve o papel de emissor de normas contábeis, substituído pelo Financial Accounting Standards Board (FASB) somente na década de 1970.

Com grande relevância para o tema, são abordadas na obra a busca e o desenvolvimento dos princípios contábeis, que, apesar da complexidade intrínseca à teoria contábil, devem ser formulados para que haja relevância e signifi cância conceitual nas eleições de critérios contábeis de classifi cação, mensuração e divulgação dos fatos econômicos. Com relação aos princípios contábeis, os autores destacam:

Conceitos amplos sejam eles chamados de princípios, postulados ou padrões, fazem necessariamente, parte da contabilidade. Não obstante, jamais se pode esquecer que, como ciência social, a contabilidade depende da sabedoria, do julgamento e da integridade dos contadores (Hendriksen e Van Breda, 1999, p. 72).

O estabelecimento de um referencial conceitual também merece atenção específi ca. Este referencial, que serve como marco para a elaboração das demonstrações contábeis, deve considerar os objetivos da contabilidade, as características qualitativas e os conceitos fundamentais, que incluem a noção de entidade e o pressuposto de empresa em funcionamento, além das características qualitativas da informação contábil.

Afi rmando a importância de um marco conceitual para a contabilidade, o International Accounting Standards Board (IASB), refere que este marco deve estabelecer os conceitos relacionados com a elaboração e a apresentação das demons-trações fi nanceiras destinadas aos diversos interessados, com especial relevância aos usuários externos (Crespo, 2004).

Na sequência deste comentário sobre as contribuições da obra de Hendriksen e Van Breda, merece consideração a análise do ambiente econômico em que se desenvolve a con-tabilidade, especialmente na economia capitalista privada do ocidente. Neste ambiente, torna-se relevante a defi nição clara dos usuários das demonstrações contábeis e a importância do mercado de capitais e sua efi ciência, num contexto que requer muitas informações, como aquelas relacionadas à avaliação de ativos, para que os agentes possam tomar decisões racionais com amparo em informações econômicas relevantes.

O foco da informação contábil deve ser dirigido à sua uti-lidade para a tomada de decisões. Neste aspecto, enfatizam-se os enfoques adotados nas decisões, isto é: o enfoque prescritivo, no qual se busca identifi car como as decisões são tomadas; o enfoque descritivo, no qual se busca entender como as pessoas tomam as suas decisões; e o enfoque ético, que considera como tomar a decisão correta.

Ao abordar os aspectos relativos à fi xação de políticas contábeis, os autores reportam-se à maneira pela qual uma em-presa divulga sua situação fi nanceira. Algumas dessas políticas são defi nidas por autoridades reguladoras e outras, pela própria empresa. A conclusão alcançada é que algumas políticas contá-beis podem ser defi nidas em termos técnicos e outras, por meio de conciliações. Contudo, as escassas políticas que continuam em debate devem ser defi nidas pelo sistema político, devido a seu efeito potencial sobre o bem-estar dos indivíduos.

As bases teóricas devem ser aplicadas à defi nição de elementos como o caixa, o capital e o lucro. Além disso, cabe estabelecer uma discussão conceitual sobre lucros para fi ns de divulgação fi nanceira, o que enseja o entendimento do que venham a ser receitas, despesas, ganhos e perdas.

Hendriksen e Van Breda (1991) apresentam toda a estru-tura conceitual relacionada à divulgação da Demonstração da Posição Financeira, também conhecida como Balanço. Para uma adequada apresentação desta demonstração, deve haver clareza quanto aos conceitos, formas de mensuração e reconhecimento de ativos e passivos. Há uma variedade de regras, que distinguem ativos e passivos contábeis de um conjunto mais amplo de recur-sos e obrigações em termos econômicos. Contudo, o domínio dos conceitos e das regras que envolvem a preparação do balanço é fundamental para que este expresse a imagem fi el do patrimônio, e, por conseguinte, a posição fi nanceira da entidade.

Na avaliação dos elementos patrimoniais, os autores dedi-cam especial atenção às várias formas de mensurar os elementos do ativo. A escolha de critérios e medidas para mensurar ativos deve estar orientada pelos objetivos da divulgação fi nanceira decorrentes da estrutura da contabilidade, do desejo de ser capaz de interpretar demonstrações fi nanceiras em termos econômicos ou de seu valor para os usuários. Os critérios de mensuração e classifi cação de passivos são também fatores preponderantes na determinação do valor da empresa, pela sua interferência direta na apuração do patrimônio dos acionistas, concebido como a sobra, após se subtraírem os passivos dos ativos.

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VOLUME 6 · Nº 3 · SETEMBRO/OUTUBRO 2009

CLÓVIS ANTÔNIO KRONBAUER

CLÓVIS ANTÔNIO KRONBAUER

UNISINOS

Av. Unisinos, 950, Cristo Rei 93022-000, São Leopoldo, RS, Brasil Para concluir este comentário, cabe destacar a

contribui-ção da obra de Hendriksen e Van Breda para a contabilidade, especialmente no continente americano. O maior mérito dos autores não é o de formular teorias sobre a contabilidade, mas o de reunir, em uma única obra, bases conceituais sobre todos os aspectos da prática contábil. Essas teorias encontram am-paro em enunciados e caracterizações adequadas e sufi cientes ao perfeito entendimento dos procedimentos de mensuração, registro e evidenciação de informações contábeis, para que, por sua inteligibilidade, integridade e relevância, sejam aceitas pelos usuários como base segura nas suas decisões econômicas.

REFERÊNCIAS

CRESPO, P. 2004. Marco Conceptual. In: O. AMAT; J. PERRAMON,

Normas Internacionales de Contabilidad. Barcelona, Ediciones

Gestión 2000, p. 35-59.

HENDRIKSEN, E.S.; VAN BREDA, M.F. 1991. Accounting Theory. 5ª ed., Boston, Richard D. Irwin, Inc., 905 p.

HENDRIKSEN, E.S.; VAN BREDA, M.F. 1999. Teoria da Contabilidade. 5ª ed., São Paulo, Atlas, 550 p.

IUDÍCIBUS, S. de. 2006. Teoria da Contabilidade. 8ª ed., São Paulo, Atlas, 344 p

SCHMIDT, P. 2000. História do Pensamento Contábil. Porto Alegre, Bookman, 231 p.

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