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2017
RELATÓRIO DE ATIVIDADES E
CONTAS
2018
PROGRAMA DE ATIVIDADES E
ORÇAMENTO
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TEXTO
PÁG.1 - INTRODUÇÃO ...
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2 – ATUAÇÃO EM 2017 ...
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3 – EXECUÇÃO ORÇAMENTAL ...
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4 – ATIVIDADES PLANEADAS PARA 2018 ...
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2017
RELATÓRIO
DE ATIVIDADES E CONTAS
2018
PROGRAMA DE ATIVIDADES E ORÇAMENTO
1– INTRODUÇÃO
O Conselho Nacional da Água (CNA) é o órgão independente de consulta do Governo no domínio do planeamento e da gestão sustentável da água, tendo sido criado em 1994 (Decreto-Lei n.º 45/94, de 22 de Fevereiro). A sua composição, competências, regime de funcionamento e inserção orgânica estão definidas no Decreto-Lei n.º 166/97, de 2 de julho (com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 84/2004, de 14 de abril) e na Lei da Água (Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 130/2012, de 22 de junho).
No Conselho Nacional da Água estão representados a Administração Pública, os Municípios e as principais organizações científicas, económicas, profissionais e não governamentais ligadas aos diversos usos da água. O Conselho é presentemente constituído pelo presidente, pelo secretário-geral e por mais 64 membros.
O CNA constitui o fórum nacional de discussão transversal da política de gestão dos recursos hídricos portugueses, numa perspectiva integradora dos interesses sociais, económicos e ambientais envolvidos. Tem como principal objetivo acompanhar a elaboração e execução de planos e de projetos com relevância na utilização e protecção dos sistemas hídricos, abarcando as .águas de superfície - interiores, estuarinas e costeiras -, os respetivos leitos, margens e ecossistemas, assim como as águas subterrâneas. Mais especificamente, cabe ao CNA apreciar e acompanhar a elaboração do Plano Nacional da Água (PNA), dos Planos de Gestão de Região Hidrográfica (PGRH)
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e de outros planos e projectos relevantes para as águas. O CNA também formula ou aprecia opções estratégicas para a gestão sustentável dos recursos hídricos nacionais.
Cabe ao presidente do Conselho Nacional da Água, por inerência o Ministro do Ambiente, por iniciativa própria ou a solicitação do departamento governamental competente, remeter ao CNA os planos, projectos e demais matérias a apreciar, assim como convocar o Conselho.
O Relatório e Contas referente ao exercício de 2017, bem como o Programa de Atividades e Orçamento para 2018, que constituem o presente documento, inserem-se nas disposições dos diplomas que estruturam o CNA e respeitam também o ordenamento regimental e consuetudinário do Conselho, bem como os entendimentos estabelecidos no decorrer das reuniões plenárias e dos trabalhos preparatórios e complementares realizados.
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2 – ATUAÇÃO EM 2017
Em 2016 o CNA reuniu uma vez em plenário, no Salão Nobre do Ministério do Ambiente, na Rua de O Século, em Lisboa. A reunião (60.ª) teve lugar no dia 11 de julho e nela foram abordadas os seguintes assuntos, constantes da respectiva ordem de trabalhos:
Remoção de infraestruturas hidráulicas obsoletas. Convenção de Albufeira. Desenvolvimentos.
Durante a reunião foi exposta e debatida a versão inicial do documento sobre remoção de infraestruturas hidráulicas obsoletas produzido pelo Grupo de Trabalho constituído em resposta à solicitação contida no despacho ministerial n.º 15/MAMB/2016, de 30 de abril,
No âmbito do trabalho desenvolvido, o Grupo de Trabalho acompanhou os processos relacionados com a lista inicial de oito pequenas barragens candidatas a demolição contida no despacho ministerial, reviu a literatura e as experiências internacionais sobre a matéria, avaliou a informação disponível sobre as barragens e açudes existentes em Portugal e refletiu sobre a aplicação do conceito de obsolescência.
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Face à complexidade do tema e às lacunas de informação sobre as infraestruturas existentes, foi concluído não ser materialmente possível, nos prazos e com os recursos disponíveis, compilar uma listagem final de todas as infraestruturas obsoletas em Portugal, pela impossibilidade de atestar, sem avaliações adicionais incluindo trabalho de campo, a própria obsolescência.
De facto, embora bastante detalhada em relação às infraestruturas licenciadas de maior dimensão, a informação existente para a maioria das mais de 8000 infraestruturas identificadas em Portugal limitava-se à sua localização. Assim, o GT considerou ser prioritário desenvolver uma Estratégia Nacional de Remoção de Infraestruturas Hidráulicas Obsoletas, contendo o documento apresentado as bases dessa Estratégia.
A Estratégia integra uma avaliação dos vários aspetos relacionados com a remoção de infraestruturas obsoletas, faz, com base na informação disponível, um diagnóstico da situação atual relativamente à presença de açudes e barragens nas várias bacias hidrográficas e estabelece a informação a obter e os critérios a adotar para a seleção sistemática de infraestruturas a remover em Portugal. Deste modo, a aplicação da Estratégia contribuirá para a recuperação do estado dos ecossistemas fluviais, estuarinos e costeiros degradados. O documento elaborado inclui ainda uma aplicação preliminar da Estratégia a um conjunto de infraestruturas consideradas obsoletas em diversas bacias hidrográficas, que permitiu validar a sua aplicabilidade a casos concretos. Estes casos-piloto, que deverão ser objeto de estudos específicos para ser concretizados, poderão servir como exemplos a replicar noutras linhas de água no decurso da implementação da segunda e terceira geração de PGRH.
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Como é usual no Conselho, a sessão foi bastante participada, tendo os temas abordados sido introduzidos por documentação preparada e disponibilizada antecipadamente no sítio do CNA.
Durante 2017, foi organizado um worshop luso-espanhol sobre “Gestão da água nos rios internacionais: novos desafios e oportunidades". O worshop teve lugar no dia 28 de Novembro, no auditório da Sede da Região Norte da Ordem dos Engenheiros, e contou com a presença dos senhores ministros do ambiente de Portugal e de Espanha, bem como de membros dos conselhos nacionais da água dos dois países.
Durante o worshop, foram feitas várias apresentações, incluindo sobre um conjunto de projetos luso-espanhóis no domínio dos recursos hídricos partilhados, em curso ou em preparação para candidatura a financiamento. As apresentações efetuadas podem ser consultadas no sítio do CNA1.
Workshop sobre a "Gestão da água nos rios internacionais: novos desafios e oportunidades". Programa
Abertura
Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes
Ministra de Agricultura e Pesca, Alimentação e Ambiente, Isabel García Tejerina
20 anos da Convenção de Albufeira
09:45h – Perspetiva de Portugal, Pedro Serra 10:00h – Perspetiva de Espanha, Carlos Escartín
Cooperação transfronteiriça
10:45h – Enquadramento, Presidente da Agencia Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta Documento de coordenação internacional dos PGRH do 2º ciclo
10:55h – Metodologias, Diretora do Departamento de Recursos Hídricos da Agência Portuguesa do Ambiente,
Maria Felisbina Quadrado
11:05h – Coordenação internacional dos planos hidrológicos da região hidrográfica do Douro, Presidente da
Confederação Hidrográfica do Douro, Juan Ignacio Diego Ruiz Apresentação dos projetos da CADC aprovados pelo POCTEP:
11:15h – Prevenção de riscos de inundação e secas na bacia internacional do Minho-Lima (RISC MINHO-LIMA). Presidente da Confederação Hidrográfica do Minho-Sil, Francisco Marín Muñoz
11:25h – Proteção e conservação de peixes migradores no troço internacional do rio Minho e seus afluentes
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(MIGRA-MINHO). Administrador da ARH Norte, José Pimenta Machado
11:35h – Projeto de Valorização Ambiental e Gestão Integrada da Água e Habitats do Baixo Guadiana Transfronteiriço (VALAGUA). Administrador da ARH Alentejo, André Matoso
11:45h – Ações de controlo e eliminação do Jacinto de água no troço transfronteiriço do rio Guadiana (ACECA). Presidente da Confederação Hidrográfica do Guadiana, José Martínez Jiménez
11:55h – Projeto de candidatura conjunta para o controlo das massas de água partilhadas mediante a mobilização de fundos comunitários, Diretora general da Agua, Liana Ardiles
12:05h – Debate
Cenários de alterações climáticas e seu impacto nos recursos hídricos partilhados
12:20h – Perspetiva de Espanha, Federico Estrada
12:35h – Perspetiva de Portugal, Rodrigo Proença de Oliveira
12:50h – Debate
Encerramento
13:05h - Secretário-geral do Conselho Nacional da Água, Joaquim Poças Martins 13:20h - Secretário-geral do Conselho Nacional da Água, Víctor Arqued
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Refere-se ainda a participação do Secretário-Geral e do adjunto do CNA numa sessão na Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação da Assembleia da República, que teve lugar no dia 21 de Setembro com o objetivo de preparar a participação do Parlamento Português no Fórum Mundial da Água de 2018, no Brasil.
A organização e a coordenação das atividades do Conselho, durante e entre reuniões plenárias, foram asseguradas pelo Secretário-Geral, com recurso à estrutura de apoio prevista no Decreto-Lei n.º 166/97, que integra o adjunto Doutor Francisco Nunes Godinho e a secretária Dra. Fátima Marques.
O sítio do CNA na internet continua a evoluir nos conteúdos disponibilizados na área reservada, onde pode ser consultada toda a documentação apresentada nas reuniões plenárias. A este respeito, realça-se o considerável número de visitas ao sítio do CNA, nomeadamente às páginas da área “a água na escola”, o que confirma a pertinência do seu desenvolvimento e disponibilização no sítio do CNA.
Número de sessões semanais no sítio do CNA durante 2017 (fonte: Google Analytics)
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3 – EXECUÇÃO ORÇAMENTAL
O Conselho Nacional da Água dispôs no ano findo de dotações financeiras que permitiram suportar os encargos normais de funcionamento. Do montante total orçamentado (75 000,00 €) foram congelados 12 657,00 € e efetivamente gastos 61 929,46 Euros.
Conforme disposto no artigo 11º do Decreto-Lei n.º 166/97, o apoio logístico ao Conselho é assegurado, na generalidade das situações, pela Secretaria-Geral do Ministério do Ambiente (MAMB). O Conselho está sediado no MAMB, na Rua de O Século, n.º 5 1, local onde decorrem a maior parte das reuniões plenárias do CNA.
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4 – ATIVIDADES PLANEADAS PARA 2018
A situação de seca registada em Portugal durante 2017 realçou a necessidade de manter a gestão sustentável dos recursos hídricos no topo das preocupações da política de ambiente portuguesa, justificando-se assim uma atuação continuada do Conselho Nacional da Água, cujo plenário deverá reunir trimestralmente.
A intervenção do Conselho em 2018 deverá prosseguir a abordagem de temas cuja importância política, social e técnica avulte.
Com este enquadramento, identificam-se alguns temas que poderão merecer particular atenção e cujo interesse e oportunidade se avaliarão ao longo do ano, a par daqueles que o calendário político da água venha a recomendar, nomeadamente:
(1) Acompanhamento da implementação dos planos de recursos hídricos: Plano Nacional da Água; Planos de Gestão de Bacia Hidrográfica de segunda geração (2016-2021) e Planos de Gestão dos Riscos de Inundações;
(2) Situações hidrológicas extremas (secas, cheias, inundações) e adaptação às alterações climáticas;
(3) Acompanhamento da implementação do Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água;
(4) Aplicação e desenvolvimento da Convenção sobre a Protecção e o Aproveitamento sustentável das bacias hidrográficas luso-espanholas partilhadas;
(5) Acompanhamento da implementação do PENSAAR 2020 e da reforma do setor dos serviços de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais;
(6) Acompanhamento da elaboração dos Programas da Orla Costeira e dos Planos de Ordenamento de Estuários;
(7) Monitorização dos recursos hídricos, nomeadamente no rio Tejo (quantidade e qualidade da água, incluindo a ecológica);
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(9) Articulação da gestão da água com as políticas sectoriais (biodiversidade, agricultura, industria, produção hidroelétrica, navegação, turismo) e com o ordenamento do território; e
(10) Controlo e gestão de infestantes aquáticas.
Quando justificado e em complemento da atuação do secretariado do Conselho, as atividades em plenário apoiar-se-ão na intervenção prévia de grupos de trabalho, no intuito de fundamentar as recomendações e os pareceres prestados.
O CNA continuará a diligenciar o intercâmbio com instituições congéneres de outros países com quem mantém particulares afinidades no domínio hídrico, nomeadamente com Espanha, assim como a desenvolver acções que incentivem a imprescindível interacção entre a Administração Pública e a Sociedade Civil na gestão integrada da água em Portugal.
Tendo em conta a pluralidade e o profundo conhecimento dos mais de 60 Conselheiros do CNA e na sequência da publicação comemorativa dos 20 anos de atividade do Conselho, continuar-se-á a estimular a produção e edição de documentos de reflexão estratégica sobre os temas mais importantes e atuais no domínio da água em Portugal.
O sítio do CNA na internet prosseguirá a sua evolução, nomeadamente através da atualização da área dedicada à educação.
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5 – ORÇAMENTO PARA 2018
As verbas com cobertura orçamental destinadas a custear o desenvolvimento das atividades do Conselho em 2018 estão incluídas no Orçamento de Estado, totalizam 75 000,00 € e constam das seguintes rubricas orçamentais:
Designação Classificação económica Dotação (€)
1 – Remunerações 01.01.09; 01.01.13; 01.01.14 48 900,00
2 – Segurança social 01.03.01; 01.03.05 11 400,00
3 – Aquisição de bens e serviços
02.01.04, 02.01.08, 02.01.18, 02.01.21, 02.02.15; 02.02.19,
02.02.20, 02.02.25
11 146,00
5 – Representação, deslocação e estadas 02.02.10, 02.02.11 e 02.02.13 3 554,00
TOTAL ANUAL --- 75 000,00
Considera-se que o montante global orçamentado para o exercício de 2018 permitirá prosseguir os objectivos do CNA e mobilizar os meios operacionais necessários.
Lisboa, 10 de janeiro de 2018
O Secretário-Geral do CNA