• Nenhum resultado encontrado

TECNOLOGIA ASSISTIVA NA ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO AEE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: CONHECIMENTO E USO NA PERSPECTIVA DO GESTOR

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "TECNOLOGIA ASSISTIVA NA ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO AEE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: CONHECIMENTO E USO NA PERSPECTIVA DO GESTOR"

Copied!
11
0
0

Texto

(1)

TECNOLOGIA ASSISTIVA NA ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO AEE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: CONHECIMENTO E USO NA PERSPECTIVA DO GESTOR

GABRIELY CABESTRÉ AMORIM1 – Unesp, CNPq FERNANDA MATRIGANI MERCADO GUTIERRES DE QUEIROZ2 – Unesp, CAPES RITA DE CÁSSIA TIBÉRIO ARAÚJO3 – Unesp LIGIA MARIA PRESUMIDO BRACCIALLI4 – Unesp DÉBORA DELIBERATO5 – Unesp

INTRODUÇÃO

O conceito de ajudas técnicas surge, no Brasil, em 1999, tendo como objetivo a superação de barreiras da comunicação e mobilidade da pessoa com deficiência conforme Decreto 3.298. Em 2004, a ABNT NBR 9050 apresenta a terminologia, definindo-a como “conjunto de técnicas, aparelhos, instrumentos, produtos e procedimentos que visam auxiliar a mobilidade, percepção e utilização do meio ambiente e dos elementos, por pessoas com deficiência”.

No ano de 2006, foi instituído, pela Portaria nº. 142, o Comitê de Ajudas Técnicas (CAT) que definiu o conceito de Tecnologia Assistiva (TA) como:

[...] área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (BRASIL, 2007).

A Tecnologia Assistiva possibilita a inclusão social e escolar, por meio de várias áreas, como a de comunicação suplementar ealternativa, de adaptações para acesso ao computador, atividades, brincadeiras, equipamentos para auxiliar déficits sensoriais e de postura (DELIBERATO, 2005).

1

Mestranda no Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus Marília. E-mail: gcabestre@gmail.com. Bolsista CNPq

2

Mestranda no Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus Marília. E-mail: fmmgq@hotmail.com. Bolsista CAPES

3

Professora Doutora Assistente do Programa de Pós-graduação da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus Marília. E-mail: ritac@marilia.unesp.br

4

Professora Doutora Adjunto do Programa de Pós-graduação da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus Marília. E-mail: bracci@marilia.unesp.br

5

Professora Doutora Adjunto do Programa de Pós-graduação da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus Marília. E-mail: delibera@marilia.unesp.br

(2)

Estudos têm voltado sua atenção à qualidade de vida das pessoas com deficiência (BRACCIALLI, 2007) e a Tecnologia Assistiva vem colaborar para a melhoria do desenvolvimento de competências e habilidades destas pessoas, oferecendo uma forma de compensação da deficiência para permitir a execução de tarefas e a participação em atividades de interesse do indivíduo (CIF, 2004).

Nesse sentido, a TA se aplica como alternativa para suprir a incapacidade que, segundo Verbrugge e Jette (1994), se apresenta na relação entre a capacidade funcional da pessoa e a demanda da tarefa.

Assim, o objetivo da TA é proporcionar melhor qualidade de vida, considerando a independência, inclusão, ampliação na comunicação, mobilidade e habilidade de seu aprendizado e trabalho (BERSCH, 2008).

É possível perceber, no próprio conceito de TA, que há uma diferenciação entre recursos e serviços, sendo considerados recursos todos e quaisquer itens, equipamentos, produtos, sistemas utilizados para manter ou melhorar a funcionalidade das pessoas com deficiência; e serviços as ações realizadas por profissionais às pessoas com deficiênciapara auxiliar na escolha e seleção de recursos (MIRANDA, 2008; SARTORETTO; BERSCH, 2013).

De acordo com a legislação brasileira, a Educação infantil faz parte da educação básica obrigatória e gratuita (Lei nº. 12.796/2013) e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 05 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade, estabelecendo-se nesse documento a obrigação do Estado na oferta de Atendimento Educacional Especializado (AEE) gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. O AEE é definido no Decreto nº. 6.571/08 como um conjunto de atividades, recursos de acessibilidades e pedagógicos, para complementar ou suplementar a formação no ensino regular (BRASIL, 2008).

Na maioria das escolas da rede pública de ensino o AEE é organizado principalmente nas salas de recursos multifuncionais que são definidas como:

(...) espaços da escola onde se realiza o atendimento educacional especializado para os alunos com necessidades educacionais especiais, por meio do desenvolvimento de estratégias de aprendizagem, centradas em um novo fazer pedagógico que favoreça a construção de conhecimentos pelos alunos, subsidiando-os para que desenvolvam o currículo e participem da vida escolar. (Alves et al, 2006, p.13).

Além disso, a Resolução nº. 4 de 02/10/2009 reforça que o AEE e TA devem andar lado a lado, visto que estão previstas como atribuições do professor “ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos alunos, promovendo autonomia e participação”. A Educação Infantil é uma etapa escolar cujo currículo favorece o desenvolvimento de competências básicas, para o aprendizado de funções superiores, exploradas e adquiridas nos ciclos subsequentes. Portanto, o uso da TA pelo AEE nessa etapa é importante na medida em que o currículo aborda competências fundamentais para o desenvolvimento da criança e que são pré-requisitos para o aprendizado de funções cognitivas superiores no decorrer das seriações

(3)

escolares. Outro ponto favorável à realização de estudos na temática está relacionado à escassez de pesquisas sobre programas inclusivos na Educação Infantil, com ênfase na aplicação da TA (MENDES, 2010; LAUAND; MENDES, 2008).

Diante deste contexto surgiu a idéia do desenvolvimento deste trabalho, cujo objetivo é descrever sob a ótica da Gestão Educacional dos municípios de Bauru e Marília como a Tecnologia Assistiva é contemplada na estrutura e organização do AEE, na Educação Infantil.

MÉTODO

Para descrever sob a ótica da Gestão Educacional dos municípios de Bauru e Marília como a Tecnologia Assistiva é contemplada na estrutura e organização do AEE na Educação Infantil, foram realizadas entrevistas semiestruturadas, com a Coordenação da Educação Especial da Rede municipal de ensino de Marília e com a Direção e a Coordenação da Educação Especial do Município de Bauru, sendo esses os participantes do presente estudo.

Foram escolhidos estes municípios por apresentarem, por um lado, semelhanças populacionais e de localidade, e por outro lado, diferenças na estruturação e organização do AEE na Educação Infantil. Em Marília foram implantadas as salas de recursos multifuncionais e em Bauru foi feita a opção de oferecer o serviço de professor itinerante nesta modalidade de ensino, devido à estrutura física das escolas.

Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, com aplicação de entrevista semiestruturada para a coleta de dados, adotando-se os critérios estabelecidos para o delineamento metodológico (TRIVIÑOS, 1987; MANZINI, 2003).

Foi elaborado um roteiro contendo os temas principais a serem abordados na entrevista. De acordo com Manzini: “Geralmente a entrevista semiestruturada está focalizada em um objetivo sobre o qual confeccionamos um roteiro com perguntas principais, complementadas por outras questões inerentes às circunstâncias momentâneas à entrevista” (1990/1991, p.154).

O roteiro de entrevista foi analisado por dois juizes externos para adequação das perguntas e identificação da possibilidade em atingir o objetivo da pesquisa (SEIDMAN, 1988; REA & PARKER, 2000; MANZINI, 2003).

No dia da realização da entrevista foi assinado o termo de consentimento livre e esclarecido e feito um rapport para acolhimento e introdução ao tema a ser abordado (BLEGER, 1980). Destaca-se a seguir a sequência de temas investigados por meio desta entrevista: conhecimento de Tecnologia Assistiva, capacitação de professores sobre TA, confecção e uso da Tecnologia Assistiva, envolvimento da família no uso da Tecnologia Assistiva e o gerenciamento dos recursos de Tecnologia Assistiva.

Para coleta de dados foram utilizados o roteiro de entrevista e um gravador e para a transcrição dos registros gravados foi utilizado o sotfware ”Express Scribe Pro”, sendo que a transcrição foi realizada de forma integral com ajustes / normas ortográficas.

Os dados foram analisados de forma qualitativa, identificando-se temas e subtemas de análise do conteúdo (BARDIN, 2011).

(4)

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados serão apresentados de acordo com os temas e subtemas estabelecidos pela análise do conteúdo (BARDIN, 2011), conforme a legenda: Participante 1 (P1); Participante 2 (P2) e Participante 3 (P3).

Na análise sobre o conhecimento de Tecnologia Assistiva que a gestão educacional do município possui, abarca os elementos do conceito do CAT (2007) como: produtos e recursos sejam eles de baixo ou alto custo, além da idéia de autonomia e qualidade de vida.

P1: [...] são todos os materiais, equipamentos, recursos que podem ser de baixo custo ou de alto custo que irão auxiliar os alunos com deficiência, principalmente os alunos que possuem uma deficiência e as suas limitações.

P2: [...] o que precisa ser disseminado é que [...] todo recurso, material, produto que pode facilitar a vida da pessoa com deficiência, sendo que esse produto seja adaptado ele pode ser considerado como uma tecnologia assistiva [...].

P3: Entendo que Tecnologia Assistiva, são equipamentos, serviços, materiais que de alguma forma auxiliam para que a pessoa possa ter acesso a alguma coisa, como alimentação, linguagem, a escrita. É um recurso que você acaba usando. Não só recursos como serviços também.

O entendimento dos gestores acerca da Tecnologia Assistiva abarca os elementos sinalizados na legislação no âmbito da sua definição e uso no AEE. Podendo-se inferir sobre as implicações favoráveis desses posicionamentos, na medida em que são pessoas formadoras, que disseminam conhecimentos aos professores. Ter essa compreensão é fundamental para quebrar paradigmas como descrito por Godinho (1999) “para a maioria das pessoas, a tecnologia torna a vida mais fácil, para uma pessoa com necessidades especiais, a tecnologia torna as coisas possíveis”.

Efetivamente, pensar em conhecimentos leva-nos a refletir sobre a formação e capacitação que promovem tal conhecimento. Desta forma, entramos na segunda categoria temática com enfoque na capacitação de professores sobre Tecnologia Assistiva.

No que tange à capacitação, os participantes informaram que o planejamento das ações do AEE incluem cursos com carga horária de 20 e 30 horas. Um dos participantes referiu que há preocupação do município com relação ao incentivo para a participação dos professores, e que diante de alguns entraves à participação maciça dos professores devido a sua jornada de trabalho, principalmente os atuantes na Educação Infantil, a administração procura marcar os cursos em horários convenientes para os professores para que alcancem o público alvo.

Ambos os municípios mantêm reuniões formativas periódicas para os professores do AEE e os gestores percebem o desenvolvimento dos professores na área devido a este acompanhamento nos encontros periódicos de formação.

Os participantes dos dois municípios comentaram que realizam parcerias com instituições externas. Um deles com a APAE e SORRI e o outro, parcerias com as universidades.

(5)

Sobre o uso da Tecnologia Assistiva na Educação Infantil os participantes expuseram que é perceptível o uso destes recursos e equipamentos no AEE, porém P3ressaltou uma utilização menor no ensino comum, dependendo do quanto o recurso vai requerer mudanças no gerenciamento da sala de aula, e menciona “a questão é, não é o recurso pelo recurso, mas que o professor veja realmente a necessidade da criança. Além de indicar, ele confecciona e depois em outras oportunidades vai ver se foi funcional ou não aquele recurso”.

Dentre as falas, é possível identificar que o uso de TA de baixo custo tem proporcionado bons resultados, conforme a seguir:

P2: [...] tem comprovações disso com os nossos professores de que coisas muito simples podem fazer uma diferença muito grande na vida do aluno. [...] temos professoras muito engajadas em confeccionar recursos com materiais reciclados, de baixo custo.

P1: Mas, tudo confeccionado por eles mesmos, tudo de baixo custo, coisas que dariam para comprar, mas... na sala de recurso ainda tem algumas coisas, mas na Educação Infantil não.

A literatura ressalta que o uso da tecnologia de baixo custo vem sendo pesquisada e apontada como eficaz para limitações funcionais, desta forma colaborando com a inclusão social e escolar (FRANÇANI; SIMÕES; BRACCIALLI, 2009).

Fica claro que os municípios têm utilizado com frequência a TA de baixo custo, sendo que onde há salas de recursos multifuncionais há um maior acesso de tecnologias de alto custo, do que onde há somente o serviço itinerante.

De acordo com a fala de P3:

“Embora a gente não saiba ainda se os recursos que estão lá são apropriados para todos os deficientes, ou seja, a gente não tem uma constatação de que é realmente funcional, a gente vê que é o uso de alta tecnologia no cotidiano da sala de recursos multifuncionais é o que favorece”.

Quanto à confecção dos recursos, em ambos os municípios são realizados pelo professor do AEE, sendo que onde há serviço itinerante acaba tendo maior adesão do professor do ensino comum ao uso do recurso com a criança com deficiência.

Na dissertação, ROCHA (2010) discute que a capacitação do professor é importante não só para a confecção do recurso, mas para o estabelecimento de estratégias em relação ao uso das tecnologias, além disso, é necessário ter em mente o contexto escolar, para então pensar no recurso como potencial pedagógico.

Em pesquisas encontramos a importância do trabalho em conjunto, “os professores devem trabalhar em equipe, cujas propostas ou funções são derivadas de uma filosofia comum e alcance de objetivos mútuos” (PEDRO, 2012, p. 15).

Deve ser destacada a importância da elaboração de materiais de acordo com a necessidade do aluno, além de estratégias a fim de mediar o uso da tecnologia assistiva (MANZINI; SANTOS

(6)

2002; DELIBERATO, 2005; MANZINI, DELIBERATO; BRACCIALLI, 2006; ROCHA; DELIBERATO; 2009a, 2009b; SAMESHIMA, 2011).

Em relação à categoria sobre o envolvimento da família no uso da tecnologia assistiva, é possível identificar na literatura a importância da família, no processo do uso da tecnologia, como uma oportunidade para os pais interagirem com seus filhos (SEVCIK; ROMSKI; ADAMSON, 2004). Nas falas abaixo, percebe-se que a gestão educacional valoriza a importância da família no uso da tecnologia, procurando estabelecer uma parceria entre escola e família.

P1: É, na verdade algumas professoras fazem um trabalho com os pais, então os pais também confeccionam o mesmo material que está sendo utilizado na escola, o pai faz isso, fazem em casa para trabalhar junto, por que é uma PARCERIA, não adianta a escola trabalhar, a entidade que atende trabalhar, se a família não tem o comprometimento, tem que envolver todo mundo.

Já P3 mencionou que se é um recurso de baixo custo, a professora do Atendimento Educacional Especializado confecciona e orienta a família na utilização, mas, se são recursos de alta tecnologia ainda não, mas há esta preocupação. Certamente a parceria entre escola e família é essencial no processo da aprendizagem, bem como a mobilização no uso de tecnologias, a favor da criança que a utiliza.

Estudos mencionam sobre o que pode acarretar o abandono do recurso pela falta de motivação do usuário para utilizar o dispositivo, falta de treinamento, dificuldade na manutenção, a aparência, peso, tamanho do dispositivo, além da falta de participação do usuário na escolha e confecção do recurso (BRACCIALLI, 2008; SCHERER et al., 2005).

Huang, Sugden e Beveridge (2009) reafirmam esta tendência em sua pesquisa apontando uma baixa frequência de uso do dispositivo de Tecnologia Assistiva em casa devido a diversos fatores como: a casa ser percebida como um lugar onde pudessem viver a vontade e no ambiente doméstico não receberem dos familiares o devido encorajamento.

Em relação ao gerenciamento dos recursos de Tecnologia Assistiva foi exposto que embora não tenha uma verba específica destinada para esta finalidade existem meios para a aquisição de recursos ou materiais para confeccioná-los.

Se a necessidade é de um recurso de baixo custo, ele é confeccionado pela professora do AEE com os materiais disponíveis na escola ou Secretaria da Educação. Agora, se é preciso um recurso de alto custo recorre-se ao PDDE Acessível que é o Programa Dinheiro Direto na Escola Acessível, do Governo Federal.

Outra possibilidade mencionada por P3 é a escola mandar um ofício para a Secretaria da Educação pedindo para que seja adquirido aquele material, que é comprado após a assessoria da equipe de Educação Especial, como afirma Pelosi (2006, p. 121), “Respeitar as diferenças é oportunizar os recursos necessários para que a criança aprenda”. E cada aluno pode precisar de um recurso diferenciado para melhorar sua aprendizagem, portanto é necessário possibilitar caminhos para adquiri-los.

(7)

No outro município não foi mencionado como é realizado o gerenciamento dos recursos, apenas ficou claro que na Educação Infantil por não possuir as salas de recursos multifuncionais, os recursos acabam sendo de baixo custo, confeccionados pelos próprios professores itinerantes que realizam o AEE. Quando indagados sobre a confecção ou compra desses recursos, houve indícios de que são utilizados materiais reciclados, cuja responsabilidade é do próprio professor para promover uma qualidade de vida no âmbito escolar.

Nota-se, a partir da fala dos entrevistados que estes municípios, como outros do Brasil estão analisando e estruturando qual a melhor forma de Atendimento Educacional Especializado de acordo com a perspectiva da educação inclusiva, como mencionado por Castro et al. (2012) em sua pesquisa. E desta forma procurando atender às especificidades de sua clientela de uma maneira viável dentro do planejamento escolar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se concluir que em ambos os casos a gestão municipal tem conhecimento dos elementos que definem a TA.

Em ambos os municípios a gestão educacional promove cursos de capacitação sobre TA, além de disseminar tais conhecimentos aos professores sejam do AEE ou do ensino comum.

Sob a ótica da gestão há a confecção e uso de TA na Educação Infantil, sendo que num determinado município a utilização desses recursos ocorredurante o AEE e na sala comum, visto que não há sala de recursos para essa etapa escolar, desta forma o recurso utilizado acaba sendo predominantemente de baixo custo, confeccionado com materiais reciclados, realizando adaptações como engrossamento de lápis, prancha de leitura, entre outros. Já no outro município o uso acaba sendo durante o AEE dentro das salas de recursos, neste caso encontra-se uso de tecnologia de alto e baixo custo, já que as salas são equipadas com recursos, equipamentos e materiais diversificados. Essa seria uma diferença entre os municípios.

Há diferenciação no atendimento, sendo que município é por itinerância, sendo professores concursados, onde escolhem as escolas que realizarão o AEE, podendo ter mais de uma escola, entretanto tal serviço é realizado no mesmo turno em que a criança está matriculada, e na maioria dos casos ocorre durante a aula com seus colegas de classe e professor comum. No outro município ocorre nas salas de recursos multifuncionais no contraturno, ou seja, no horário inverso em que freqüenta a aula do ensino comum.

Para estudos futuros devem-se aprofundar as questões da utilização da TA no AEE numa outra perspectiva, como por exemplo, na ótica dos professores de classe e dos que realizam o AEE, além de adentrar no campo familiar, para compreender melhor como se dá a relação família e escola, no contexto do AEE e no da aplicação da TA. Desta forma seria possível perscrutar alguns fatores que envolvem esse tema.

(8)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, D.O. et al Sala de recursos multifuncionais: espaços para atendimento educacional especializado/ elaboração ALVES, D.O., et al. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2006.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS E TÉCNICAS. NBR 6023:2002: Informações e documentação – Referencias – Elaboração. Rio de Janeiro, 2002. 24f. Disponível em: < http://www.habitus.ifcs.ufrj.br/pdf/abntnbr6023.pdf>. Acesso em: 5 jul. 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS E TÉCNICAS. NBR 9.050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2004.

BARDIN, L. Análise de conteúdo (L. de A. Rego & A. Pinheiro, Trads.). Lisboa: Edições 70, 2011 (Obra original publicada em 1977).

BERSCH, Rita. Introdução à tecnologia assistiva. Porto Alegre: CEDI, 2008.

Disponível em: <http://www.assistiva.com.br/Introducao%20TA%20Rita%20Bersch.pdf>. Acesso em 10/07/2013.

BLEGER, J. Temas de Psicologia: Entrevista e grupos, tradução Rita M. Moraes, Martins Fontes, 1980.

BRACCIALLI, L.M.P. Tecnologia assistiva: perspectiva de qualidade de vida para pessoa com deficiência. In: VILARTA, R. et al. (Org.). Qualidade de vida e novas tecnologias. Campinas: Ipes Editorial, 2007. p. 105-114.

BRACIALLI et al. Influência do assento da cadeira adaptada na execução de uma tarefa de manuseio. Revista Brasileira de Educação Especial. Marília: ABPEE, v. 1, n.14, p. 141 – 154, 2008. Quadrimestral.

BRASIL. Decreto Federal nº 3.298/99, de 20 de dezembro de 1999. Regulamenta a Lei n° 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências, Brasília, 1999.

BRASIL. Secretaria dos Direitos Humanos. Comitê de Ajudas Técnicas. 2007. Ata da III reunião do Comitê de Ajudas Técnicas – CAT. Disponível em:

(9)

BRASIL. Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008. Dispõe sobre o atendimento educacional especializado. Presidência da República/Casa Civil/Subchefia para Assuntos Jurídicos. Brasília. 2008.

BRASIL/ RESOLUÇÃO Nº 4, DE 2 DE OUTUBRO DE 2009 Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. Ministério da Educação/Conselho Nacional de Educação/ Câmara de Educação Básica. 2009.

BRASIL, Lei nº 12.796/2013. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para dispor sobre a formação dos profissionais da educação e dar outras providências, 2013.

CASTRO, S.F. et.al. O Atendimento Educacional Especializado (AEE) nas Políticas Públicas Brasileiras: Funcionamento, Formação de Professores e Avaliação. In: Anais... V Congresso Brasileiro de Educação Especial, São Carlos, 2012.

DELIBERATO, D. Seleção, adequação e implementação de recursos alternativos e/ou

suplementares de comunicação – v. 1. In: PINHO, S. Z.; SAGLIETTI, J. R. C. (Org.). Núcleo de ensino, vol 1., Universidade Estadual Paulista – Publicações, 2005b. p. 505-519.

FRANÇANI, C. O.; SIMÕES, E. M.; BRACCIALLI, L. M. P. Tecnologia assistiva: desenvolvimento de recursos de baixo custo. Rev. Ciênc. Ext. v.5, n.2, p.108, 2009. GODINHO, F. On line: Internet para necessidades especiais, 1999. Disponível em: <www.acessibilidade.net/web/ine/livro.html>. Acesso em: 10 jul. 2013.

HUANG, I.C, SUGDEN, D, BEVERIDGE, S. Assistive devices and cerebral palsy: factors influencing the use of assistive devices at home by children with cerebral palsy, In: Child: care, health and development, Volume 35, p. 130-139, 2009.

LAUAND, G. B. do A.; MENDES, E. G. Fontes de informação sobre tecnologia assistiva para indivíduos com necessidades educacionais especiais.. in: MENDES, E. G.; ALMEIDA, M. A.; HAYASHI, M.. C. P. I. (Org.).. temas em educação especial:

conhecimentos para fundamentar a prática. Araraquara:Junqueira&Marin; Brasília, DF: CAPES - PROESP, 2008. p. 125-133.

MANZINI, E.J. A entrevista na pesquisa social. Didática, São Paulo, 1990/1991. MANZINI, E. J. ; SANTOS, M. C. F. Portal de ajudas técnicas para a educação:

(10)

equipamento e material pedagógico para educação, capacitação e recreação da pessoa com deficiência - recursos pedagógicos adaptados. 1. ed. Brasília: MEC, . v. 1, 2002, 56 p.

MANZINI, E. J. Considerações sobre a elaboração de roteiro para entrevista semiestruturada. In: MARQUEZINE, M. C.; ALMEIDA, M. A.; OMOTE; S. (Org.). Colóquios sobre pesquisa em Educação Especial. Londrina: Eduel, 2003b. p.11-25.

MANZINI, E. J. ; DELIBERATO, D. ; BRACCIALLI, L. M. P. . Recursos e estratégias utilizadas no atendimento educacional especializado numa perspectiva inclusiva (2004-2006). In: FREITAS, S. N. (Org.). Diferentes contextos de educação especial/inclusão social. 1 ed. Santa Maria: Palloti, 2006, v. 1, p. 81-86.

MENDES, E. G. Inclusão marco zero: começando pelas creches. Araraquara, SP: Junqueira & Marin, 2010.

MIRANDA, T. G. Aplicação das tecnologias assistivas de informação e de comunicação em educação especial. In: MENDES, Enicéia Gonçalves et.al. (Org.). Temas em Educação Especial: conhecimentos para fundamentar a prática. 1. ed.

Araraquara - SP: Junqueira e Marin, 2008. p. 134-144.

NCH SOFTWARE. Express Scribe. Disponível em: <http://www.nch.com.au/scribe/index.html>. Acesso em: 20 jun. 2013.

PEDRO, K. M. Softwares educativos para alunos com deficiência intelectual: planejamento e utilização. 2012. Dissertação (Mestre em Educação) - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de Filosofia e Ciências, Marília, 2012.

PELOSI, M. B. Por uma escola que ensine e não apenas acolha: recursos e estratégias para a inclusão escolar. In MANZINI, E. J. Inclusão e Acessibilidade, ABPEE, Marília, 2006.

REA, L. M.; & PARKER, R. A. (2000). Metodologia de pesquisa: do planejamento à execução. (Trad. Nivaldo Montigelli Jr.). São Paulo, SP: Pioneira.

ROCHA, A. N. D. C. Processo de prescrição e confecção de recursos de tecnologia assistiva na educação infantil, 2010. Dissertação (Mestre em Educação) - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de Filosofia e Ciências, Marília, 2010.

ROCHA, A. N. D. C.; DELIBERATO, D. O uso de recursos de tecnologia assistiva como instrumento facilitador de atividades pedagógicas de crianças com encefalopatia crônica não progressiva In: CONGRESSO BRASILEIRO DE COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA -

(11)

ISAAC/BRASIL, 3., 2009, São Paulo. Anais – III Congresso Brasileiro de Comunicação Alternativa – ISSAC/Brasil. Marília: ABPEE, 2009a. p.1 – 9.

______. A tecnologia assistiva como instrumento facilitador da inclusão escolar de alunos com deficiência física. In: CONGRESSO BRASILEIRO MULTIDISCIPLINAR DE

EDUCAÇÃO ESPECIAL, 5., 2009, Londrina. Anais V Congresso Brasileiro Multidisciplinar de Educação Especial. Londrina: ABPEE, 2009b. v.1. p.1150 – 1158.

SAMESHIMA, F. S. Capacitação de professores no contexto de sistemas de comunicação suplementar e alternativa. 2011. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Faculdade de Filosofia e Ciências, Marília, 2011. SARTORETTO, M. L.; BERSCH, R. Assistiva tecnologia e educação. Disponível em: < http://www.assistiva.com.br/tassistiva.html> Acesso em 10/07/2013.

SEIDMAN, I. Interviewing as qualitative research. 2.nd edition. New York: Teachers College Press, 1988.

SCHERER, M. J. et al. Predictors of assistive technology use: The importance of personal and psychosocial factors. Disability and Rehabilitation, v.27, n. 21, p.1321-1331, 2005.

SEVCIK R. A; ROMSKI M. A.; ADAMSON L. B. Research directions in augmentative and alternative communication for preschool children. Disabil Rehabil. 2004 Nov 4-18;26(21-22):1323-9.

TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.

VERBRUGGE, L.M.; JETTE, A.M. The disablement process. Soc. Science. Med, 38: 1-14, 1994.

Referências

Documentos relacionados

As óperas de Wilson, com música minimalista de Philip Glass (1937), também têm duração longa, podendo se expandir por vários dias. Por meio dessa experiência de em uma

Entre as atividades, parte dos alunos é também conduzida a concertos entoados pela Orquestra Sinfônica de Santo André e OSESP (Orquestra Sinfônica do Estado de São

xạ thì không có đầy dủ các khâu của 1 phản xạ vì vậy sự co cơ đó chỉ là sự cảm ứng của của các sợi thần kinh và tế bào cơ đối với sự kích thích. - Trao đổi

Ao correlacionarmos a geometria das plumas de contaminação em fase vapor e da pluma de contaminação em fase livre pode-se concluir que, a pluma de contaminação em fase livre

Para ilustrar essa reflexão Dias e Schwartz (2005) mostram em seus estudos, centrados na perspectiva de identificar como se dá a participação do indivíduo idoso nas atividades

174-18969 apresentaram valores médios de deslocamento químico para sistema ABX do ciclo pirazol compatíveis com o esperado para esses compostos, principalmente o efeito de

Os peixes foram alojados em lotes homogêneos de 10 peixes por caixa, com duas refeições diárias (9hrs-17hrs) até saciedade aparente; Ao final dos 60 dias foram submetidos a

Basicamente, pelo estudo da casuística, destacam-se os seguintes principais pontos: 1 a condenação dos Estados Unidos à revisão e reconsideração das sentenças de morte; haja vista