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O Aumento da População Idosa no Brasil e o Envelhecimento nas Últimas Décadas: Uma Revisão da Literatura

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REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2018 JAN/MAR. V8 Nº 1 13

O Aumento da População Idosa no Brasil e o Envelhecimento nas Últimas Décadas: Uma Revisão da Literatura

The Increase of the Elderly Population in Brazil and Aging in the Last Decades: A Review of the Literature

El Aumento de la Población Idosa en Brasil y el Envejecimento en las Últimas Decidas: Una Revisión da la Literatura

Juliana Lindonor Vieira Mendes¹ ; Sara Cardoso da Silva² ; Gabriel Rumão da Silva³; Naira Agostini Rodrigues dos Santos4

1) Graduanda em Enfermagem, Faculdade do Futuro, Julianalindonor@gmail.com

2) Graduanda em Enfermagem, Faculdade do Futuro, SaracardosoSilva14@gmail.com 3) Graduando em Enfermagem, Faculdade do Futuro, gabrielru77@gmail.com

4) Mestre em Enfermagem, Docente Faculdade do Futuro, nairaagostini@yahoo.com.br

CONTATOS

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REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2018 JAN/MAR. V8 Nº 1 14

O Aumento da População Idosa no Brasil e o Envelhecimento nas Últimas Décadas: Uma Revisão da Literatura

The Increase of the Elderly Population in Brazil and Aging in the Last Decades: A Review of the Literature

El Aumento de la Población Idosa en Brasil y el Envejecimento en las Últimas Decidas: Una Revisión da la Literatura

Resumo

Objetivo: Descrever os trabalhos que abordam o aumento da população idosa no Brasil e seu

envelhecimento. Método: Baseou-se em uma pesquisa de revisão narrativa de literatura nas bases de dados Scielo e BVS com os estudos encontrados nas últimas décadas. Resultados: Observou-se que o país esta envelhecendo de forma rápida, embora seus recursos não estejam acompanhando essa proporção. Conclusão: Faz-se necessária uma maior produção de trabalhos acadêmicos relacionados ao aumento populacional e a elaboração de políticas públicas que vejam a população como um ser holístico, assim, desenvolvendo serviços de cuidado a longo prazo.

Descritores: Nível de saúde; envelhecimento.

Abstract

Objective: To describe the studies that address the increase of the elderly population in Brazil

and its aging. Method: It was based on a research of narrative review of literature in the databases Scielo and VHL with the studies found in the last decades. Results: It has been observed that the country is aging rapidly, although its resources are not keeping up with this proportion. Conclusion: It is necessary to increase the production of academic works related to the population increase and the elaboration of public policies that see the population with a holistic being, thus, developing care services in the long term.

Descriptors: Health status; aging.

Resumen

Objetivo: Describir los trabajos que abordan el aumento de la población anciana en Brasil y

su envejecimiento. Método: Se basó en una investigación de revisión narrativa de literatura en las bases de datos Scielo y BVS con los estudios encontrados en las últimas décadas.Resultados: Se observó que el país está envejeciendo de forma rápida, aunque sus recursos no están acompañando esa proporción Conclusión: Se hace necesaria una mayor producción de trabajos académicos relacionados al aumento poblacional y la elaboración de políticas públicas que vean a la población con un ser holístico, así, desarrollando servicios de cuidado a largo plazo.

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1. INTRODUÇÃO

O processo de envelhecimento é um percurso progressivo que ocorre durante a vida afetando todos os organismos, resultando em alterações dos padrões fisiológicos de um indivíduo, em uma relação mútua de fatores sociais, culturais, biológicos e psicológicos. O conceito de envelhecer pode ser entendido como algo subjetivo e de transformações biopsicossociais que modificam aspectos comuns em indivíduos saudáveis, levando-os a novas percepções de enfrentamento da vida (CANCELA, 2017).

A classificação da idade cronológica de um indivíduo como idoso sofre uma variação conforme a estrutura socioeconômica de um país. Países desenvolvidos possuem sua classificação de idosos aos 65 anos de idade, já, os países em desenvolvimento a classificação de idade para idosos é de 60 anos (MEIRELES, 2007).

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em seu relatório do ano 2015, traz o Brasil na 75ª posição no ranking de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) global. O programa avalia o desenvolvimento econômico e a qualidade de vida da população dos países, os quais implicam diretamente na qualidade do processo de envelhecimento e do suporte infraestrutural de um país para com a população emergente (PNUD, 2014).

Nesse contexto, a demografia brasileira tem sofrido drásticas mudanças nas últimas décadas, principalmente quanto à inversão da pirâmide etária, colocando os idosos em maior número. Esse aumento da população idosa é devido à redução da natalidade, fazendo com que o nível de idosos cresça proporcionalmente. Outro fator importante para esse evento são as novas descobertas na ciência com a elaboração de novas tecnologias e as descobertas de novas substâncias farmacológicas que possibilitam o prolongamento da vida confrontando as patologias. Nesse sentido, vemos o aumento do uso de medicamentos pela classe envelhecida, acompanhando proporcionalmente o aumento da faixa etária, principalmente para o controle das doenças não transmissíveis (MELO, 2017; FLORES, BENVEGNÚ, 2008).

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REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2018 JAN/MAR. V8 Nº 1 16 Segundo Renato Veras (2007):

“O Brasil é um jovem país de cabelos brancos. Todo ano, 650 mil novos idosos são incorporados á população brasileira, a maior parte com doenças crônicas e alguns com limitações funcionais. Em menos de 40 anos, passamos de um cenário de mortalidade próprio de uma população jovem para um quadro de enfermidades complexas e onerosas, úpicas da terceira idade, caracterizado por doenças crônicas e múltiplas, que perduram por anos com exigência de cuidados constantes, medicação contínua e exames periódicos. O número de idosos passou 3 milhões em 1960, para 7 milhões, em 1975, e de 17 milhões em 2006- um aumento de 600% em menos de cinquenta anos.”

O crescimento da população idosa é um fenômeno mundial, e, no Brasil, as modificações se dão de forma radical e bastante acelerada. As projeções mais conservadoras indicam que, em 2020 já seremos o sexto país do mundo em número de idosos com um contingente superior a 30 milhões de pessoas, chegando ao ano de 2050 como quinto maior país do planeta em número de habitantes com 253 milhões de pessoas, ficando abaixo apenas da Índia, China, EUA, Indonésia (CARVALHO, GARCIA, 2003; BRITO, 2008).

Assim sendo, o objetivo do presente trabalho é descrever os estudos que abordam o aumento da população idosa no Brasil e seu envelhecimento, a partir de uma metodologia de pesquisa de revisão narrativa de literatura sobre todos os artigos encontrados em relação ao envelhecimento da população idosa nas últimas décadas, utilizando as bases de dados BVS e Scielo.

2. MÉTODO

Utilizou-se uma pesquisa de revisão narrativa de literatura para descrever os estudos que abordam o aumento da população idosa no Brasil e seu envelhecimento nas ultimas décadas, (com artigos selecionados entre 1987 a 2016). Com enfoque na ascensão da classe geriátrica, tendo como características consideradas importantes ao trabalho, o aumento populacional especificamente dos idosos e o processo de envelhecimento que vêm ocorrendo no Brasil.

A fase de pesquisa teve duração de quarenta e quatro dias (13 de fevereiro a 31 de março de 2017), envolvendo seleção e leitura de artigos que compreendessem o tema, a fim de proporcionar estrutura referencial ao trabalho e um conhecimento ampliado sobre o assunto. A pesquisa foi realizada nas bases de dados BVS e Scielo e em ambas usadas as palavras- chave: idoso no mundo contemporâneo, população idosa, transição demográfica e característica dos idosos no Brasil. Fez-se necessário a utilização de palavras-chave além dos descritores, nível de saúde e envelhecimento, para alcançar o objetivo do estudo. A partir dos resultados encontrados nas bases de dados, BVS com 31.170 trabalhos e Scielo com 333

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REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2018 JAN/MAR. V8 Nº 1 17 trabalhos, beneficiou-se ainda de filtros com bases nacionais, idioma brasileiro, assunto principal: saúde do idoso e saúde integral do idoso. Obtendo 142 artigos na base da BVS e 48 artigos na Scielo, sendo selecionados apenas os estudos de relevância ao tema. Fez-se, ainda, a leitura e escolha dos trabalhos que essencialmente discorriam sobre assuntos conforme objetivo do presente estudo, selecionando 15 artigos lidos na íntegra.

Cabe salientar que foram utilizadas fontes auxiliares como sites do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), também as revistas RADIS (FIOCRUS), documentos como Fundo de População das Nações Unidas, Plano de Ação Internacional para o Envelhecimento, página do PNUD.

Após agregados todos os documentos necessários, iniciou-se a elaboração do estudo a partir de análise e interpretação dos achados, bem como a compreensão dos artigos.

Quadro 1- Relação dos artigos encontrados e a utilização de filtros

Base de dados

Estratégia de busca Artigos encontrados Filtros utilizados em cada estratégia de busca. Artigos após filtro Artigos selecionados para estudo BVS  Nível de saúde;  Envelhecimento;  Idoso no mundo contemporâneo;  População idosa. 23.521 7.109 06 534 Total: 31.170  Saúde do idoso;  Saúde integral do idoso;  Brasil;  Português. 43 44 06 49 Total: 142 03 03 01 01 Total: 08 Scielo  Nível de saúde;

 Envelhecimento;  Idoso no mundo contemporâneo;  População idosa;  Transição demográfica;  Característica dos idosos no Brasil. 10 10 0 01 23 289 Total: 333  Saúde do idoso;  Saúde integral do idoso;  Brasil;  Português;  Brasil;  Brasil. 01 04 0 01 21 21 Total: 48 01 03 0 01 01 01 Total: 07 Fonte: pesquisa

A pesquisa foi baseada em palavras que seguem a definição do DECS (Descritores Em Ciências da Saúde) para estratégia de busca dos estudos, sendo elas: nível de saúde, que engloba todo estado em que se encontra um indivíduo ou população quanto as suas funções

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REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2018 JAN/MAR. V8 Nº 1 18 físicas e mentais, independentemente do sistema de saúde local, e envelhecimento, que se caracteriza pelas mudanças graduais e irreversíveis na estrutura e funcionamento de um organismo que ocorrem como resultado da passagem do tempo. Foram utilizadas também, palavras-chave para complementar a busca de trabalhos e atingir o objetivo proposto, sendo elas: idoso no mundo contemporâneo, população idosa, transição demográfica e característica dos idosos no Brasil. Cabe salientar que os filtros utilizados: saúde do idoso, saúde integral do idoso, país Brasil e idioma português, foram beneficiados em cada estratégia de busca para todos os periódicos, compreendendo a mesma forma de aplicação da pesquisa em ambas as buscas dos dois periódicos utilizados. Foram selecionados 15 artigos para este estudo.

3. RESULTADOS

Dos estudos selecionados nas bases de dados Scielo e BVS, obtvemos uma relação de artigos descritos na tabela a seguir:

Tabela 1- Artigos selecionados para estudo

Nome do artigo Ano Local Periódico

Análise da percepção do estado de saúde dos idosos da

região metropolitana de Belo Horizonte 2012

Minas

Gerais BVS

Crescimento da população idosa no Brasil:

transformações e consequências na sociedade 1987 São Paulo BVS

Envelhecimento populacional e as informações de

saúde do PNADE 2007

Rio de

Janeiro BVS

Fatores determinantes do envelhecimento saudável em

idosos residentes em centro urbano 2003 São Paulo BVS

O envelhecimento da população brasileira: um enfoque

demográfico 2003

Rio de

Janeiro BVS

Perfil de morbidade e gastos hospitalares com idosos

no Paraná, Brasil, entre 2010 e 2012 2016 Paraná BVS

Perfil da utilização de medicamentos em idosos da

zona urbana de Santa Rosa, Rio Grande do Sul 2008

Rio Grande

do Sul BVS

Tendências nas condições de saúde e uso de serviços

de saúde entre idosos brasileiros 2007

Rio de

Janeiro BVS

Característica dos idosos em área de abrangência do Programa Saúde da Família na região Noroeste do Paraná

2007 Paraná Scielo

Epidemiologia do envelhecimento: dinamização,

problemas e consequências 2012 São Paulo Scielo

Idoso e o contexto atual de saúde 2010 João Pessoa Scielo

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Qualidade de vida e saúde: um debate necessário 2000 Rio de

Janeiro Scielo

Significados atribuídos ao envelhecimento: idoso,

velho e idoso ativo 2010 João Pessoa Scielo

Transição demográfica e desigualdades sociais no

Brasil 2008 São Paulo Scielo

Fonte: pesquisa

Após a análise dos estudos selecionados nas bases de dados Scielo e BVS, obtivemos um total de 190 artigos relacionados ao tema, destes somente 15 artigos foram utilizados para a construção do presente trabalho, que correspondem a 7,89 % do total de artigos após os filtros relacionados ao tema, sendo estes oito do periódico BVS, correspondendo a 53,33% dos 15 artigos selecionados e sete do periódico Scielo, correspondendo a 46,67%. Notou-se que nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo , Paraíba e Paraná obtiveram o maior número de artigos desse total, sendo respectivamente 26,7%, 33,3% e 13,3%, 13,3%, os demais sendo Rio Grande do Sul e Minas Gerais com 6,7% cada.

Na base de dados BVS foram encontrados muitos artigos sobre a saúde bucal dos idosos nas ultimas décadas, concluindo que esta é uma área muito estudada e abrangente em artigos. Já no periódico Scielo, observou-se grande quantidade de artigos que se direcionam ao saber das condições físicas dos idosos em atividades físicas. Estes foram descartados.

A construção do trabalho deu-se então por 6,7% de artigos da década de 80 (1987), 66,7% de artigos de 2000 a 2010, e 26,6% de artigos aos anos subsequentes ao ano de 2010. Concluímos que na década de 2000 a 2010 foram realizados mais estudos sobre o tema, enquanto as demais décadas apresentam poucos artigos.

Observou-se que este tema ainda não possui grande quantidade de trabalhos, sendo um campo aberto e de novas possibilidades de pesquisa e obtenção de informações para a criação de artigos que consigam suprir esta falta. Com o auxílio de fontes externas, foi possível perceber que o país está envelhecendo rápido, embora seus recursos não estejam acompanhando essa mudança demográfica. Sendo assim, o presente resultado desta pesquisa vem comprovar o aumento da população idosa no Brasil, como ocorreu este processo, a escassez de artigos e pesquisas que embasavam este fato.

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4. DISCUSSÃO

4.1 O aumento da população idosa no Brasil

A demografia brasileira tem sofrido elevadas alterações observadas desde 1970, onde ocorre a migração da clássica família da zona rural para a zona urbana e consequentemente uma mudança no estilo de vida da população, diminuindo o risco da mortalidade infantil e do número de pessoas em uma família. A partir da queda da natalidade, iniciam-se as modificações na estrutura etária da população brasileira. Com a vinda para cidade, as pessoas ingressaram em áreas trabalhistas, inclusive as mulheres, assim, com a expansão do mercado de trabalho e a possibilidade de uma maior renda familiar, gerou-se uma mudança econômica, podendo usufruir de melhores condições de saneamento básico, tratamento de água, aumentando a expectativa de vida a partir de uma boa nutrição, utilização de vacinas e antibióticos, prevenindo e tratando patologias que levavam ao óbito nas famílias menos favorecidas moradoras das zonas rurais (LEONE; MAIA; BALTAR, 2010; FELIX, 2007).

Estas modificações estão ocorrendo de forma demasiadamente acelerada. Consequentemente, ocorreu a falta de tempo e o deslumbre de uma vida melhor, causando uma drástica queda da fecundidade, resultante da nova figura da mulher na sociedade, sendo ela, uma atuante no mercado de trabalho por um aumento do nível de educação e junto às mudanças ocorridas no paradigma do casamento tradicional. Com essa ampliação no campo feminista da sociedade, as mulheres representam a maior porcentagem dos idosos em gênero no Brasil, isso devido ao maior cuidado desse gênero com o corpo, alimentação e saúde com um acompanhamento médico. Em contra partida, os homens se tornam menos zelosos em manter uma boa qualidade de vida e saúde, sem contar que, o maior número por mortes violentas é representado por eles. Os avanços tecnológicos ocorridos no campo da saúde também corroboram nessas alterações, com a formulação de novas drogas e o desenvolvimento de máquinas e equipamentos que proporcionam uma manutenção do estado de saúde das pessoas, culminando na longevidade (MIRANDA, MENDES, SILVA, 2016; FELIX, 2007; KUCHEMANN, 2012).

O gráfico abaixo mostra a queda nas taxas de fecundidade já sentidas nos anos de 1970 e com uma notada queda nos anos subsequentes.

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REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2018 JAN/MAR. V8 Nº 1 21 Fonte:

http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/imprensa/ppts/00000008473104122012315 727483985.pdf

Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) revelam que as estimativas para o Brasil, a partir do ano de 2025, irão considerá-lo o sexto país do mundo com o maior número de idosos em sua população, sendo que a estrutura da população brasileira apresentada pelos Censos Demográficos feitos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) á anos anteriores, até 1980, era de uma população mais jovem em relação à sociedade (FELIX, 2007).

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) realiza pesquisas onde se pode notar significativamente esse aumento populacional nas últimas décadas. São feitas, também, projeções da população para os próximos anos. Os gráficos apresentados abaixo mostram as alterações sofridas na faixa etária da sociedade:

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REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2018 JAN/MAR. V8 Nº 1 22

Fonte: http://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/

4.2 O envelhecimento da população idosa nas ultimas décadas

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), um indivíduo, para ser classificado como idoso, deve-se levar em consideração o suporte e desenvolvimento do seu país. Em países desenvolvidos, as pessoas são consideradas idosas aos 65 anos, já nos países que se encontram em desenvolvimento, as pessoas envelhecem mais cedo, aos 60 anos de idade (MIRANDA, MENDES, SILVA, 2016).

O gráfico a seguir mostra não só o aumento populacional como também uma maior representação feminina nessa população:

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REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2018 JAN/MAR. V8 Nº 1 23 O aumento demográfico, juntamente com a inversão na faixa etária da população, traz consigo desafios no processo de envelhecer. Quando não associado a uma patologia, este processo se traduz em um bom nível de saúde, sendo considerado como um fator fisiológico que ocorre em todo organismo vivo ao passar pelas modificações e alterações decorrentes da evolução de uma contínua linha finita representada pela vida. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o envelhecimento populacional é um das maiores conquistas da humanidade nos dias atuais, por conseguinte, enfrentando grandes desafios para preservar essa população com bons níveis de saúde (MIRANDA, MENDES, SILVA, 2016).

O fato de que a população idosa está aumentando não significa especificamente uma melhora na qualidade de vida das pessoas, e sim, do reflexo de uma mudança cultural, como melhoria na qualidade de educação, reconhecimento da mulher no mercado de trabalho, redução na natalidade em decorrência de famílias mais contemporâneas e menos conservadoras. Com essa transformação sociocultural, entra em questão a possibilidade do acometimento de doenças não transmissíveis nessa população, por serem doenças crônicas e degenerativas, tornando os indivíduos frágeis e debilitados para exercerem sua independência/autonomia (KUCHEMANN, 2012; MIRANDA, MENDES, SILVA, 2016).

Em abril de 2002 foi realizada a II Assembleia Mundial Sobre o Envelhecimento por meio da Organização das Nações Unidas (ONU) em Madri, que colocou em pauta os desafios já sentidos naquele ano perante o rápido envelhecimento populacional, sendo proposto o comprometimento dos governantes nacionais e internacionais, bem como a sociedade civil, de se readequar as realidades demográficas do século XXI com esforços integrais, investindo no envelhecimento desde o nascimento, o que gera um custo benefício para seu orçamento, além de possibilitar avanços concretos na sociedade. Elaborou-se, então, o segundo documento sobre o aumento da expectativa de vida, - o Plano de Ação Internacional Sobre o Envelhecimento- este visa integrar envelhecimento e desenvolvimento, promoção à saúde e bem-estar da população idosa e a qualificação de ambientes que promovam a autonomia e o desenvolvimento de um envelhecimento ativo. O Brasil, no ano de 2003, adota o Plano de Ação Internacional Sobre o Envelhecimento com o objetivo de fazer cumprir todas as orientações do documento elaborado pela ONU (UNFPA, 2012; BRASIL, 2003).

O país possui programas, dentre outros, o Estatuto do Idoso, Política Nacional do Idoso e programas da atenção primária voltados para terceira idade, os quais ainda se apresentam insuficientes para estabelecer um cuidado de longa duração e atenção integral para com a terceira idade (KUCHEMANN, 2012; MIRANDA, MENDES, SILVA, 2016).

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REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2018 JAN/MAR. V8 Nº 1 24 Essa cobertura de promoção de serviços básicos à saúde ainda é deficiente, visto por um aspecto mais amplo. As necessidades, a longo prazo, são esquecidas, principalmente se tratando de infraestrutura assistencial para prestação de serviços de saúde no cuidado e reabilitação em um tempo indeterminado, atendendo a todas as necessidades físicas e psicossociais de uma população que inspira maiores atenções. Nessa etapa da vida surgem as doenças crônicas e/ou degenerativas, que mesmo tendo meios para tratá-las, faz-se necessário, além de uma atenção especializada, o cuidado a longo prazo e serviços de assistência integral que atendam a todas as necessidades da pessoa idosa (KUCHEMANN, 2012).

Felix (2007) aponta que, países em desenvolvimento, assim como o Brasil, estão envelhecendo antes mesmo de enriquecerem e montarem uma estrutura adequada de suporte aos idosos, fazendo o contrário dos países desenvolvidos, que, com tempo e recurso aumentam as suas populações idosas com qualidade, como é o caso da França.

5 .CONCLUSÃO

Pode-se observar que, o número de pessoas idosas no país esta aumentando significativamente, e que mesmo possuindo algumas políticas públicas em favor do processo de envelhecimento e da velhice em si, estas ainda se mostram insuficientes para cobrir de forma homogenia toda a população idosa presente na sociedade. Esse crescente aumento da população geriátrica na sociedade Brasileira requer uma reorganização e planejamento do país com foco na longevidade a longo prazo, dispondo de serviços integrais à atenção ao idoso e formas de políticas especializadas que atendam as necessidades patológicas e ocupacionais da população, possibilitando um envelhecimento saudável. A inovação das novas formas de atenção à população da terceira idade torna o Estado mais bem preparado para as próximas décadas no apoio à assistência integral e cuidado a longo prazo, promovendo longevidade com qualidade.

Perante as notadas alterações, é necessário um maior aprofundamento de trabalhos acadêmicos, pontuando o aumento populacional dos idosos no país, dando-se a devida importância à massa populacional presente na sociedade. Sendo necessário também, uma maior aplicabilidade das políticas já existentes e a formulação de outras novas com foco no aumento da sobrevida da população, bem como, a capacitação profissional para assistir de forma integral a essa massa populacional.

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REV. EDUC. MEIO AMB. SAÚ. 2018 JAN/MAR. V8 Nº 1 25

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