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Encontro dos Comitês Estaduais Nordestinos da. 28 e 29 de novembro de Denise Carreira Ação Educativa

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Diversidades e desigualdades

nas políticas educacionais

nas políticas educacionais

Encontro dos Comitês Estaduais Nordestinos da Campanha Nacional pelo Direito à Educação Campanha Nacional pelo Direito à Educação

28 e 29 de novembro de 2010 Fortale a

Fortaleza

(2)

O Conceito de Diversidade

O Conceito de Diversidade

 A partir de diferentes concepções, a diversidade emerge nos

últimos vinte anos como objeto de vários documentos elaborados por organismos internacionais surgindo como parte da busca de por organismos internacionais, surgindo como parte da busca de respostas aos desafios dos processos de democratização e de enfrentamento das desigualdades em sociedades multiculturais.

 O conceito de diversidade na educação ganha força ao longo da década dos 2000 no Brasil e influencia desenhos institucionais no Ministério de Educação, SEPM, SEDH e órgãos de educação municipais e estaduais. Está na base da criação da Secad do Ministério da Educação, que se tornou o principal canal do MEC

d i t ã i t i i

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Reação ao discurso da inclusão

Reação ao discurso da inclusão

• A Diversidade também pode ser vista

como uma reação ao uso tradicional do

ç

conceito de “inclusão” nas políticas

educacionais muito forte nos anos de

educacionais, muito forte nos anos de

1990 e começo dos 2000, pautado pela

idéia da inclusão dos “diferentes” a um

idéia da inclusão dos diferentes a um

modelo de escola/educação constituído.

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Possibilidades e limites

Possibilidades e limites

 Em meio a muitos significados, do ponto de

vista dos movimentos sociais a diversidade

vista dos movimentos sociais, a diversidade

aparece

 ora como “guarda-chuva” que reúne demandas g q históricas de diferentes movimentos identitários

(negro, de mulheres, indígena, LGBT, pessoas com deficiências etc) e ambientalistas com relação às ) ç políticas educacionais, se constituindo em

possibilidade de construção de alianças entre diferentes agendas por direitos;

diferentes agendas por direitos;

 ora utilizada para diluir e nivelar as diferentes

(5)

Limites

Limites

“Se por um lado a utilização deste conceito pode revelar o surgimento de uma inflexão do pensamento social por surgimento de uma inflexão do pensamento social, por outro lado, a imprecisão ou uso irrestrito do mesmo

pode restringir-se ao simples elogio às diferenças, às l lid d di id d t d dilh pluralidade e diversidades, tornando-se uma armadilha conceitual e uma estratégia política de esvaziamento e/ou estratégia de apaziguamento das diferenças. e/ou es a ég a de apa gua e o das d e e ças

Dessa forma, o cujo componente diruptivo presente na diferença é abrandado de maneira que a diferença não faça diferença” (RODRIGUES/ABRAMOWICZ 2007) faça diferença . (RODRIGUES/ABRAMOWICZ, 2007)

(6)

O que há de diferente entre as

agendas?

• Níveis e tipos de conflitos e resistências por parte da sociedade e do sistema educacional.

• Diferentes formas e histórias de organização social e de luta política

• O impacto exigido no desenho implementação e • O impacto exigido no desenho, implementação e

avaliação da política.

• Níveis diferentes de institucionalização na agenda

d i l l l l l

educacional, que passa pelo marco legal, pela

existência de programas ou políticas de estado, pela estrutura/arranjo institucional, pela capacidade de j p p indução de políticas municipais e estaduais, pelo

impacto para dentro das macro políticas do MEC, pelo financiamento etc.

(7)

O que há de comum nas agendas?

O que há de comum nas agendas?

E li it ã d últi l d i ld d t

• Explicitação das múltiplas desigualdades presentes na educação (interseccionalidade) que silenciam/mobilizam diferentes conflitos/resistências

• Valorização das diversidades a partir do reconhecimento das identidades dos sujeitos e das histórias/realidades i i ibili d / d (dif t b t ) invisibilizadas/negadas (diferentes corpos, saberes etc) • Questionamento da função social da escola e do modelo

ainda predominante: branco eurocêntrico ainda predominante: branco, eurocêntrico,

heteronormativo, patriarcal, referenciado no sudeste e em padrões de normalidade;

(8)

Ponto de Partida

Ponto de Partida

• Não existe política governamental

“neutra”, historicamente, as políticas do

,

,

p

Estado brasileiro têm contribuído para a

manutenção e muitas vezes para o

manutenção, e muitas vezes, para o

aprofundamento de disparidades.

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Política universal e ação afirmativa

Política universal e ação afirmativa

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• Dois movimentos por parte da organizações e

redes de sociedade civil que atuam no campo

educacional:

educacional:

• Fortalecer políticas universais como políticas de Estado, superando o quadro de políticas de governo (com

financiamento adequado, gestão democrática, com metas de q , g , curto, médio e longo prazo etc);

• Defender, ampliar a consolidar ações afirmativas e

programas que tragam as agendas de diversidade para

d t d líti d i i

dentro das políticas educacionais.

• Necessidade de superar a abordagem que opõe

• Necessidade de superar a abordagem que opõe

(10)

A disputa dentro da política

universal

• É necessário ir além dos programas “específicos” e mexer nos paradigmas do que se entende por universal, tendo uma ousadia que vá além das

chamadas políticas de inclusão dos “diferentes” em um modelo escolar p constituído.

• Em jogo está: como a diversidade da sociedade - que na maior parte se traduz em desigualdades sexismos racismos intolerâncias e em práticas traduz em desigualdades, sexismos, racismos, intolerâncias e em práticas discriminatórias variadas - tensiona os paradigmas das políticas universais no sentido de ampliar a capacidade do Estado em reconhecer e valorizar essas diversidades (diferentes identidades, corpos, histórias e culturas, saberes etc) enfrentar desigualdades ancoradas em relações sociais e saberes, etc), enfrentar desigualdades ancoradas em relações sociais e garantir e promover os direitos humanos de todas as pessoas como base de uma sociedade efetivamente democrática.

• Afirmar o desafio como algo que vá além da ação reparatória a grupos discriminados, mas como constitutivo do direito humano à educação de todos e todas.

(11)

Balanço do governo Lula

Balanço do governo Lula

• O primeiro mandato do governo Lula (2003 2006) marca um • O primeiro mandato do governo Lula (2003-2006) marca um

momento importante de impulso da agenda da diversidade nas

políticas educacionais com a criação no Ministério da Educação da Secad – Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e ç , ç

Diversidade, articulando ações referentes às modalidades previstas na LDB, relações raciais, educação ambiental e ações educacionais complementares.

• A Secretaria nasce com a missão de desenvolver programas

próprios, transversalizar a questão no todo no conjunto da gestão do Ministério e manter proximidade com a sociedade civil

do Ministério e manter proximidade com a sociedade civil organizada. Nessa perspectiva, há uma aposta na ação

descentralizada, baseada na coordenação, articulação e indução de políticas nos três níveis de governo, e na construção de várias

p g , ç

câmaras técnicas, comissões e fóruns de diálogo com a sociedade organizada.

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Diluição

Diluição

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• “Tal estratégia de “concertação” é apresentada

como um importante canal de participação e

diálogo entre o MEC e os grupos sociais

diálogo entre o MEC e os grupos sociais

organizados na construção de uma agenda de

políticas de diversidade Contudo essa pode

políticas de diversidade. Contudo, essa pode

não ser a única função. É preciso atentar para a

possibilidade de esses mecanismos de

p

participação servirem também como meio de

atenuar as tensões e as constantes e

crescentes pressões que eventualmente recaem

sobre o governo.” (MOEHLECKE, 2009)

(13)

Balanço do governo Lula

Balanço do governo Lula

• o tema da diversidade está presente em um número considerável de programas e projetos do Ministério da p g p j Educação e orientou um novo desenho institucional de algumas de suas secretarias, algo inexistente no

governo anterior;

g ;

• não se conseguiu transversalizar a perspectiva de diversidade para o conjunto das secretarias do

ministérios São poucos os programas do MEC que ministérios. São poucos os programas do MEC que conseguiram desenvolver ações articuladas para os vários públicos (mulheres, negros(as), indígenas,

deficientes LGBTs etc) A maioria realiza um trabalho deficientes, LGBTs, etc). A maioria realiza um trabalho separado para cada grupo. Predomina a fragmentação e a não-articulação entre programas;

(14)

Balanço do governo Lula

Balanço do governo Lula

i t di t t dif t j t d i i • existem disputas entre diferentes projetos educacionais

dentro do próprio MEC, há áreas que consideram as

políticas de diversidade antagônicas ou concorrentes às

p g

políticas educacionais de inclusão social;

• ainda prevalece o dualismo no debate entre políticas i i líti ti l i t ité i i i universais e políticas particularistas ou critérios sociais aos étnico-culturais;

• a fragilidade e ambigüidade da ação pública em torno • a fragilidade e ambigüidade da ação pública em torno

das diversidades também estão refletidas no limitado

nível de institucionalização. A maioria dos programas do MEC ã l L i l ti f d

MEC não passou pelo Legislativo fazendo com que dependam, em grande parte, das pessoas à frente da gestão, o que cria incertezas quanto à sua continuidade. gestão, o que cria incertezas quanto à sua continuidade.

(15)

Significados em disputa

Significados em disputa

t ê i ifi d d di id d t líti

• três significados de diversidade presentes nas políticas educacionais do governo Lula:

– o primeiro relaciona diversidade e inclusão social, tendo comoo primeiro relaciona diversidade e inclusão social, tendo como foco o econômico e a pobreza enquanto uma dimensão

fundante da desigualdade.

– o segundo como política de ação afirmativa de carátero segundo como política de ação afirmativa, de caráter

temporário, que considera que há formas de discriminação que veiculam imagens depreciativas de determinados grupos,

contribuindo para as desigualdades de oportunidades no acesso contribuindo para as desigualdades de oportunidades no acesso a bens e serviços na sociedade

– a terceira perspectiva, a diversidade surge como direito à diferença e se vincula à luta dos movimentos identitários diferença e se vincula à luta dos movimentos identitários. Demanda pelo igual reconhecimento do direito das diversas culturas de se expressar e de atuar na esfera pública

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Conclusão

Conclusão

Além de, muitas vezes, ser usada para diluir

especificidades e conflitos, a diversidade

ainda não conseguiu se afirmar com a força

política necessária para impactar

estruturalmente o desenho das

macro-líti

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políticas educacionais de currículo, material

didático, formação inicial e continuada de

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profissionais de educação, financiamento,

gestão democrática e etc.

(17)

Próximos passos

Próximos passos

P

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j

• Pactuar um conceito de diversidade que seja

interessante para a luta política travada pelos

movimentos e organizações pela

movimentos e organizações pela

implementação da agenda de direitos, visando a

constituição de alianças e estratégias em prol

constituição de alianças e estratégias em prol

da transformação da educação;

• Fortalecer os marcos legais de cada

Fortalecer os marcos legais de cada

recorte/modalidade;

• Tensionar para que os espaços de participação

Tensionar para que os espaços de participação

existentes sejam, de fato, espaço de influencia

na política (publicizar e expô-los mais);

p

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);

(18)

Próximos passos

Próximos passos

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• Incidir – de forma organizada – no Plano

Nacional de Educação;

• Incidir na construção da Política Nacional

de Formação dos Profissinais de

ç

Educação pela Capes;

• Refletir e atuar pelo fortalecimento das

• Refletir e atuar pelo fortalecimento das

estruturas do MEC responsáveis por

essas agendas (mais poder para entrar na

essas agendas (mais poder para entrar na

disputa das macro-políticas educacionais).

(19)

Contato

Contato

• Denise Carreira

denise@acaoeducativa org

denise@acaoeducativa.org

Referências

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