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A magia da natureza em preto e branco por Ansel Adams

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Academic year: 2021

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A magia da natureza em preto e 

branco por Ansel Adams 

Por Caroline Lima dos Santos, aluna da Focus Escola de Fotografia 

    Ansel Adams ao piano em retrato de Martha Casanave     

“Quando o mundo se tornar confuso, me concentrarei em 

fotografias. Quando as imagens se tornarem inadequadas, me 

contentarei com o silêncio” ‐ Ansel Adams (1902‐1984)

    Ansel Adams nasceu em São Francisco, Estados Unidos, no dia 20 de Fevereiro de 1902,  foi um fotógrafo e ambientalista. Como uma criança hiperativa, Adams era mais curioso  e  menos  comportado  as  escolas  tradicionais  não  eram  capazes  de  aceitar  seu  comportamento então sua família decidiu por continuar sua formação em casa, o que  incluiu aulas de piano que foram fundamentais para despertarem o senso estético e a  disciplina nele, se dedicou a musica durante a adolescência e boa parte da vida adulta.  

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A música  foi  sua  primeira  paixão,  na  qual influenciou  sua  postura  em  relação  à  fotografia, instigando a importância do treino e da dedicação, Adams considerava que  registrar a imagem no negativo era como escrever uma partitura, enquanto a revelação  e ampliação eram como a interpretação dada por um maestro em um concerto. 

Um novo instrumento 

O  “namoro”  com  a  fotografia  começou  em  1916,  quando  visitou  pela  primeira  vez  o  Parque  Nacional  de  Yosemite  (um  parque  nacional  norte‐americano  localizado  nas  montanhas da Serra Nevada), e foi ali que tirou as primeiras fotos amadoras com uma  máquina fotográfica Kodak Bownie, um presente que ganhou do seu pai. “O esplendor  de Yosemite explodiu sobre nós de forma gloriosa … Havia luz em toda parte … Uma  nova era começou para mim.” Foi com esta experiência que Ansel Adams decidiu trocar  a  música  pela  fotografia,  determinando  assim  a  sua  verdadeira  direção  na  vida  e  fotografar freneticamente. Obteve muito mais reconhecimento como fotógrafo do que  como pianista. 

A experiência com as belezas do parque foi tão impactante que despertou em Adams  um profundo respeito pela natureza e o desejo de registrar e compartilhar o que via e  sentia. Começou a aprender técnicas fotográficas e de revelação, sempre voltando às  montanhas  para  retratá‐las,  tanto  no  inverno  quanto  no  verão,  desenvolvendo  a  resistência  e  habilidade  necessárias  para  fotografar  em  alta  altitude  e  em  condições  meteorológicas difíceis. 

A  principal  razão  de  seu  envolvimento  com  a  fotografia  foi  devido  ao  seu  amor  pela  natureza. Foi considerado um poeta da fotografia de paisagens em preto e branco. 

Sierra Club 

Em 1919, associou‐se ao Sierra Club, primeira ONG americana dedicada à preservação  do meio ambiente. Foi lá que publicou imagens de sua autoria pela primeira vez, em  1922, e realizou sua primeira mostra individual, em 1928.   A cada verão, o Sierra Club promovia viagens para Serra Nevada e os registros que Ansel  fazia dessas expedições permitia que ganhasse o bastante para sobreviver. Em 1934, foi  eleito  diretor  do  clube,  reconhecido  como  o  “artista  de  Serra  Nevada  e  defensor  de  Yosemite”. 

As fotos paisagísticas de Ansel Adams foram de vital importância para fins políticos e  ambientais.  Em  1936,  suas  fotos  dos  rios  King  e  Kern  foram  utilizadas  durante  o  congresso para viabilizar o Kings Canyon como parque nacional, durante discussões em  congressos organizados pelo Sierra Club. 

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O Explorador 

Adams  desenvolvia  sua  técnica  aprofundando  seu  conhecimento  da  região  e  seu  respeito pela a natureza. Em suas fotografias de paisagens, as montanhas são sempre  gigantescas, quase sobrenaturais. E o homem, em comparação, é um ser minúsculo que  se maravilha diante dessa beleza monumental.  

O ano de 1926 foi importante na carreira de Adams. Ele tirou uma fotografia no parque  Yosemite,  conhecida  como  Monolith,  a  Face  of  Half  Dome,  na  sua  primeira  grande  viagem.  Essa  imagem  constitui  uma  espécie  de  marco  inicial  do  reconhecimento  do  trabalho fotográfico de Adams. 

 

 

Monolith, the Face of Half Dome, Yosemite National Park, 1927 

 

Monolith, the Face of Half Dome, foi a primeira foto em que conseguiu realizar o que  desejava, não retratando o objeto real, mas a sua percepção dele. Nas suas melhores  fotos, se pode sentir a temperatura do lugar, o horário, a umidade, a qualidade da luz. 

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“Eu fui capaz de realizar uma imagem como desejava: não a forma como aparecia na  realidade, mas como eu a senti e deveria aparecer na impressão final.” 

Influencias 

Ansel teve duas grandes influências na época. A primeira foi um rico mecenas de São  Francisco,  Albert  M.  Bender,  que  não  apenas  o  encorajou  como  garantiu  segurança  financeira  para  uma  drástica  mudança  de  vida,  com  influencia  deste,  começou  a  experimentar técnicas fotográficas do movimento pictorialista, que propunha igualar a  fotografia à pintura impressionista. Em 1930 Ansel Adams conheceu o fotógrafo Paul  Strand,  cujas  imagens  lhe  provocaram  um  poderoso  impacto  e  o  ajudaram  a  sair  do  estilo pictorial. Adams começou a buscar um estilo fotográfico em que a claridade das  lentes  era  enfatizada,  e  a  cópia  final  ficava  sem  a  aparência  do  início,  pois  era  manipulada na câmera ou na câmara escura.  

 

f/64 

Em  1932,  Ansel  Adams  participou  de  um  grupo  chamado  f/64,  Junto  com Edward  Weston,  Willard  Van  Dyke,  Imogen  Cunningham,  e  outros  para  promover  uma  “fotografia  reta”.  Enfatizavam  uma  fotografia  pura,  imagens  nítidas,  máxima  profundidade  de  campo,  papéis  fotográficos  com  baixo  brilho,  concentrando‐se  unicamente nas qualidades do processo fotográfico. A concepção de fotografia do f/64  influenciou muito a carreira de Ansel Adams. Os objetivos do grupo f/64 refletiam muito  do  esforço  obsessivo  de  Adams  por  aperfeiçoar  tanto  a  estética  quanto  as  técnicas  fotográficas.  Os  resultados  deste  esforço  se  apresentam  em  fotografias  dramáticas  como Clearing Winter Storm, de 1935, que com sua riqueza de detalhes nos diferentes  planos,  suas  inúmeras  variações  de  tons  e  texturas,  seria  um  grande  desafio  para  qualquer fotógrafo realizá‐la e demonstra o grau de excelência que Adams atingira e o  conhecimento que tinha sobre todos os elementos que compunham suas fotografias.  Conhecimento  que  ele  tinha  prazer  em  compartilhar  e  transmitir.  Um  trecho  do  manifesto  do  grupo  f/64  nos  ajuda  a  compreender  um  pouco  da  obra  fotográfica  de  Adams: 

"

O nome deste grupo deriva de um número do diafragma das lentes fotográficas. Isso  significa um largo alcance de qualidades da claridade e definição da imagem fotográfica  que é um importante elemento no trabalho dos membros deste grupo." 

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                                    Clearing winter storm, Yosemite National Park, California' 1935         

Sistema de Zonas 

 

O chamado Sistema de Zonas foi criado por Ansel Adams em parceria com Fred Archer.  É nada mais que um método fotográfico, com a idéia de criar uma nomenclatura  adequada para a luz, uma técnica fotográfica para determinar a exposição ideal do  filme e seu processamento fotográfico.  Era uma tecnologia inovadora e de baixo custo. Qualquer fotografia contém menos  detalhes que o olho humano vê, daí surge a necessidade de se medir a luz sobre o  assunto fotografado. Utiliza‐se o fotômetro, que é um instrumento que permite  combinar a abertura do diafragma e velocidade do obturador.  A capacidade dos filmes negativos em registrar tons fica restrita a 10 tons diferentes  que vão do preto até o branco da base do papel.  O espectro tonal do filme foi dividido  em dez zonas e para cada uma destas zonas foi atribuída uma definição de como ela  deveria ser representada na ampliação.   

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    0/‐ 5.0 – Preto máximo do papel fotográfico. Preto puro.  I /‐4.0 – Tom percebido com o preto, levemente diferenciado do –3.0.  II/‐ 3.0 – Cinza escuro, limite entre o visível e invisível de texturas.  III/‐ 2.0 – Primeiro tom de cinza escuro.  IV /‐1.0 Cinza Intermediário.  V 0 Cinza médio padrão. Índice de reflexão 18%.  VI/ +1.0 Cinza claro.  VII/ +2.0 Tom de cinza mais claro, com percepção definida das texturas.  VIII/ +3.0 Último tom de cinza claro, onde as texturas não são mais reconhecidas.  IX/ +4.0 Branco máximo do papel fotográfico. Branco puro.       

Influencia na atualidade 

Ansel  Adams  faleceu de  ataque  cardíaco  no  dia  22  de  abril  de  1984,  e  deixou  uma  importante  contribuição  para  a  fotografia  de  natureza,  que  hoje  é  vista  como  importante ferramenta de divulgação no que diz respeito aos temas ambientais. Com  certeza ele foi um dos fotógrafos precursores na defesa do meio ambiente, que cresce  a cada dia mais. 

A  fotografia  preto  e  branco  inspirou  e  inspira  até  hoje  vários  fotógrafos,  devido  a  qualidade no contraste e nas formas que a imagem pode ter, fatores que na fotografia  colorida podem passar despercebidos.  

A  câmera  é  apenas  uma  parte  do  processo  fotográfico,  Adams  mostrou  o  seu  rigor  técnico na produção fotográfica. Processo esse que começa com a escolha da máquina  correta,  com  seus  ajustes  precisos  em  função  daquilo  que  o  fotográfico  visualizou,  aprender a operar o equipamento de forma que ele reproduza no negativo aquilo que  o fotógrafo apreendeu na visualização, não necessariamente uma representação fiel da  realidade.  É  na  reprodução  da  visualização  que  o  fotógrafo  tem  que  possuir  o  conhecimento técnico capaz de dotá‐lo de certa magia: produzir imagens espetaculares  a partir do seu olhar, do seu espírito. A técnica, assim entra como um instrumento que  flexibiliza  o  olhar  permite  que  o  artista  veja  mais  além,  produza  as  imagens  que  sua  mente visualiza a partir de uma cena. 

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Algumas fotografias de Ansel Adams 

 

Evening, McDonald Lake, Glacier National Park 

 

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Mirror Lake, Morning, Yosemite National Park, 1928 

 

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Half Dome, Apple Orchard, Yosemite 

 

 

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  Canyon de Chelly 

 

  Farm workers and Mt. Williamson 

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  The Tetons and the Snake River 

 

 

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Church Taos Pueblo 

 

 

 

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  Nevada fall 

 

   Rose and Driftwood 

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Oak tree snowstorm 

 

 

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Aspens vertical   

   Moonrise, Hernandez, New Mexico, 

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  El capitan 

 

  Half Dome, Merced River, Winter 

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White House Ruin 

 

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“Um fotógrafo não faz uma fotografia apenas com sua câmera, mas com os livros  que leu, os filmes que assistiu, as viagens que fez, as músicas que ouviu, as pessoas  que amou.” Ansel Adams (1902‐1984) 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS    Disponível em:< http://www.fhox.com.br/portfolio/autoral/na‐busca‐por‐uma‐ fotografia‐pura‐ansel‐adams‐retratava‐o‐mundo‐com‐nitidez/>. Acesso em: 03 de  Novembro de 2017.    Disponível em:< http://www.riguardare.com.br/riguardare/ansel.html/ >. Acesso em:  03 de Novembro de 2017.    Disponível em:<http://photos.com.br/ansel‐adams‐em‐preto‐e‐branco/>. Acesso em:  03 de Novembro de 2017.    Disponível em:<http://foto.espm.br/index.php/sem‐categoria/mestres‐da‐fotografia‐ ansel‐adams/>. Acesso em: 03 de Novembro de 2017.    Disponível em:<https://www.jornaldafotografia.com.br/perfis/natureza‐de‐ansel‐ adams‐parte‐1/#>. Acesso em: 03 de Novembro de 2017.    Disponível em:<http://arteref.com/fotografia‐1/a‐historia‐por‐tras‐da‐fotografia‐que‐ fez‐ansel‐adams‐famoso/>. Acesso em: 03 de Novembro de 2017.    Disponível em:<https://pt.wikipedia.org/wiki/Ansel_Adams 03>. Acesso em: 03 de  Novembro de 2017  Disponível em:<http://www.soufotografo.com.br/ansel‐adams/>.Acesso em: 04 de  Novembro de 2017  Disponível em:<https://20x200.com/products/evening‐mcdonald‐lake‐glacier‐ national‐park >.Acesso em: 04 de Novembro de 2017  Disponível em:<http://anseladams.com/>.Acesso em: 04 de Novembro de 2017  Disponível em:<http://memoriasimagens.blogspot.com.br/2014/01/algumas‐ fotografias‐de‐ansel‐adams.html>.Acesso em: 04 de Novembro de 2017 

 

Referências

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