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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CURSO DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA MÁBILY SARAIVA BATISTA

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CURSO DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA

MÁBILY SARAIVA BATISTA

O PAPEL DO/A EDUCADOR/A PARA O PROCESSO DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

JOÃO PESSOA-PB 2021

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MÁBILY SARAIVA BATISTA

O PAPEL DO/A EDUCADOR/A PARA O PROCESSO DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Pedagogia da Universidade Federal da Paraíba, como requisito parcial à obtenção do grau de Licenciada em Pedagogia.

Professora Orientadora: Prof.ª Drª Taisa Caldas Dantas

JOÃO PESSOA – PB 2021

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O PAPEL DO/A EDUCADOR/A PARA O PROCESSO DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Pedagogia da Universidade Federal da Paraíba, como requisito parcial à obtenção do grau de Licenciada em Pedagogia. Aprovado em 16/06/2021 BANCA EXAMINADORA Orientadora

Universidade Federal da Paraíba - UFPB

Prof. Convidado

Universidade Federal da Paraíba - UFPB

Prof.ª. Convidada

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Dedico este trabalho primeiramente a Deus, minha família, e a todos profissionais da Educação Infantil.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, que diante de sua infinita bondade tem me concedido paciência e sabedoria para conquistar os meus objetivos.

Ao meu esposo Carlos Germano que sempre me apoiou em todos os momentos; Aos meus pais, Maria Pereira e Edival Saraiva, que sempre incentivaram mostrando que o melhor caminho é através da educação me proporcionando o verdadeiro sentido da vida em família;

Aos meus queridos irmãos: Analina Saraiva, Soraya Saraiva, Suena Saraiva, Geraldo Saraiva e Karla Saraiva.

Aos parentes e amigos, especialmente as minhas colegas Luciana e Josedina, ao Prof. Dr. Amiraldo Alves da Silva e a Drª Ana Luisa Nogueira de Amorim por fazer parte de minha banca e a Drª Taisa Caldas Dantas por me ajudar na busca pelo o conhecimento e a todos que contribuíram de forma direta e indireta ao longo desta jornada.

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“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.”

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RESUMO

O presente trabalho tem como foco refletir sobre o papel do educador para o processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança. O objetivo geral da pesquisa é analisar a atuação dos professores da Educação Infantil de uma escola localizada na zona rural da cidade de Monte Horebe, no estado da Paraíba. Além disso, discutira importância do educador infantil enquanto profissional responsável por propiciar um conjunto de experiências para as crianças que as levem a desenvolver suas habilidades e capacidades. Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa de campo de caráter exploratório com abordagem qualitativa,onde seu embasamento teórico foi construído a partir de conceitos relevantes para a busca deste conhecimento. Os sujeitos desta pesquisa foram duas professoras que atuam na Educação Infantil e o instrumento de pesquisa utilizado foi um roteiro de entrevista semiestruturada. Como embasamento teórico para análise de dados da pesquisa foram utilizadas obras de autores como Costa e Mota (2011), Gil (1999), Oliveira (1995) Chaves, et al (2013), Veiga (2004), Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil (1998) e Vygotsky (1998), entre outros. Esta pesquisa aponta como principais resultados uma atuação satisfatória dos professores/as na educação infantil, uma vez que os mesmos utilizam uma abordagem lúdica em suas aulas, apresentam boa formação inicial e continuada, elaboram um planejamento rotineiro, a despeito das condições adversas como um alto número de alunos/as em sala e a falta de suporte pedagógico.

Palavras-chave: Aprendizagem; Desenvolvimento; Educação Infantil; O Perfil do Educador.

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ABSTRACT

The present work focuses on reflecting on the role of the educator for the child's learning and development process. The general objective of the research is to analyze the performance of Early Childhood Education teachers at a school located in the rural area of the city of Monte Horebe, in the state of Paraiba. In addition, discuss the importance of the child educator as a professional responsible for providing a set of experiences for children that lead them to develop their skills and abilities. This study is characterized as an exploratory field research with a qualitative approach, where its theoretical basis was built from relevant concepts for the search for this knowledge. The subjects of this research were two teachers who work in Early Childhood Education at a school in the countryside. As a theoretical basis for the analysis of research data, works by authors such as Costa and Mota (2011), Gil (1999) Oliveira (1995), Chaves, et al (2013), Veiga (2004), National Curriculum Reference for Early Childhood Education (1998) and Vigotsky (1998) were used, among others. This research points out as main results a satisfactory performance of teachers in early childhood education, since they use a playful approach in their classes, present initial and continued training, make a routine planning, despite adverse conditions such as a high number of students in the classroom and the lack of pedagogical support.

Keywords: Learning; Development; Early Childhood Education; The profile of the education.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

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LISTA DE TABELA

TABELA 1. Legenda demonstrativa a respeito dos sujeitos da pesquisa

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LISTA DE ABREV. ECA- Estatuto da Criança e do Adolescente

DCNEI- Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil

LDB- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 14

2 O DESENVOLVIMENTO NA INFÂNCIA... 17

2.1 A EDUCAÇÃO INFANTIL ... 19

2.2 O PERFIL DO EDUCADOR INFANTIL... 22

2.3 AS PRÁTICAS EDUCATIVAS PARA CRIANÇAS PEQUENAS ... 25

2.3.1 É brincando que se aprende... ... 25

2.3.2 Os jogos ... 28 3. PERCURSO METODOLÓGICO ... 30 3.1 O CAMPO DE PESQUISA ... 30 3.2 INSTRUMENTOS DE PESQUISA ... 32 3.2.1 Observação ... 32 3.2.2 Entrevista ... 33 3.3. SUJEITOS DA PESQUISA ... 33 3.4 ANÁLISE DE DADOS... 35 4 RESULTADOS E ANÁLISE ... 36

4.1 CARACTERÍSTICAS DE UM BOM EDUCADOR ... 36

4. 4 O PAPEL DO PROFESSOR ... 41

4.5 AS CONTRIBUIÇÕES DO EDUCADOR PARA O DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM DA CRIANÇA X PRÁTICAS PEDAGÓGICAS. ... 43

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...47

REFERÊNCIAS ... 49

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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho surge do contexto do significativo papel que o/a educador/a exerce na atuação no nível da educação infantil, a partir da seguinte questão: Quais as contribuições do educador infantil para a aprendizagem e desenvolvimento da criança? Buscamos compreender que o professor é a peça essencial para a construção do pensamento pedagógico infantil comprometendo - se com o desenvolvimento integral da criança em vários aspectos físico, intelectual, afetivo e social.

Dentro desse contexto, a partir dos princípios e fundamentos teóricos metodológicos da Educação Infantil, buscamos analisar como ocorre a atuação de professoras no nível da educação infantil dentro de uma escola da zona rural do interior paraibano. Ademais, esta pesquisa tem como objetivos específicos conceituar o papel do educador Infantil para a aprendizagem e desenvolvimento da criança; compreender as habilidades que este profissional tem para educação observando que educador infantil exerce um papel significativo para atuação na primeira infância e para a construção de relações que facilitam o desenvolvimento de competências para que assim aconteça um aprazível progresso da criança.

O educador infantil dispõe da função de cuidar e educar podendo desenvolver práticas com princípios norteadores que tem como objetivos promover a aprendizagem da criança por meio das interações, vivências e brincadeiras, sendo assim, uma das figuras principais para o dia a dia de uma criança na instituição escolar. O professor deve, portanto, desenvolver constantemente suas habilidades com o fim de favorecer uma boa qualidade no processo de aprendizagem na educação infantil, a qual constitui uma das fases mais fundamentais do desenvolvimento do sujeito. Um bom professor de educação infantil deve ter uma preocupação específica de como lidar com as crianças no cotidiano em situações especiais, buscando estratégias, atitudes e comportamentos que favoreçam a interação e o desenvolvimento da criança no ambiente escolar (CAIADO, 2010).

A escolha deste tema é de grande relevância, pois nos remete a uma perspectiva sobre a valorização do educador infantil no interior paraibano e a discussão sobre quais habilidades esses profissionais deve ter para que ocorra a aprendizagem e o

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desenvolvimento da criança nos anos iniciais de escolarização reconhecendo, assim, o seu trabalho e suas contribuições como mediador do conhecimento.

Como sustentáculo para a pesquisa, optei pela metodologia de abordagem qualitativa, através da pesquisa de campo, realizada em uma escola pública do município de Monte Horebe – PB, com duas professoras da Educação Infantil. Utilizei como instrumentos para coleta de dados, a observação e um roteiro de entrevista semiestruturado. A pesquisa foi realizada nos meses de setembro e outubro no ano de 2019, durante o estágio realizado no curso de pedagogia.

A importância desta pesquisa remete a contribuição que essa temática traz para a reflexão sobre o papel do educador na Educação Infantil, enfatizando a sua influência para a formação da criança, uma vez que é fundamental a capacitação de qualidade dos professores, a busca de conhecimentos e estratégias para alcançar resultados positivos com atividades que estimulem as diferentes áreas do desenvolvimento da criança.

Este trabalho será dividido em três capítulos. No primeiro capítulo será abordada a fundamentação teórica da pesquisa, onde discutirei sobre o “O desenvolvimento na Infância”, a partir dos estudos de Fernandes e Kuhlmann Júnior, (2004), Ariès, (1981), Corsaro, (2003) e Veiga, (2004); depois abordarei o conceito de escolarização da criança ao longo da história e, por fim, abordarei sobre “O perfil do Educador Infantil”, onde refletireique o professor é uma das peças fundamentais para o desenvolvimento e aprendizagem da criança. Ademais, nos subtítulos o leitor poderá compreender o quanto os jogos e brincadeiras são de fundamental importância no trabalho educativo infantil.

No segundo capítulo será trazido o caminho metodológico, onde mostrarei todo trajeto para o desenvolvimento deste trabalho, bem tais como as características do campo de pesquisa, o tipo de pesquisa, a abordagem da pesquisa e os instrumentos utilizados para a coleta de dados.

No terceiro capítulo serão analisados os dados da pesquisa, a partir das seguintes categorias: características de um bom educador infantil; o planejamento na educação infantil; formação continuada; o papel do professor; as contribuições do educador para aprendizagem e desenvolvimento da criança x práticas pedagógicas.

Portanto, este estudo irá contribuir de maneira significativa, uma vez que esta temática é de grande relevância para educação, já que o papel do educador para aprendizagem e desenvolvimento da criança se reflete em toda a sociedade. Deste modo os educadores participam ativamente da formação dos cidadãos e desempenham um

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papel fundamental na difusão de conhecimentos científicos e desenvolvimento social das crianças.

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2 O DESENVOLVIMENTO NA INFÂNCIA

Ao longo da história, a forma de refletir sobre o conceito de infância vem sofrendo grandes transformações na sociedade em diferentes períodos, estabelecendo assim, novas visões que traduz a criança e as mudanças que vêm ocorrendo com ela durante a infância. Fernandes e Kuhlmann Júnior (2004, p. 29), destacam que

Os fatos relativos à evolução da infância, na pluralidade de suas configurações, inscrevem-se em contextos cujas variáveis delimitam perfis diferenciados. A infância é um discurso histórico cuja significação está consignada ao seu contexto e as variáveis de contexto que o definem.

Diante essa perspectiva, os estudos apontam que este período da vida ficou encoberto, ou seja, a criança foi ignorada, enquanto sujeito histórico, participante e contribuinte de uma cultura em seus aspectos específicos como o respeito às suas singularidades e individualidades na forma de expressar-se, vestir – se, viver em um lugar próprio e adequado.

Sarmento (2005, p. 368) “ressalta que etimologia da palavra infância propõe um sentido negativo, ao caracterizar infância como a idade do não falante, remetendo a ideia do discurso inarticulado, desarranjado ou ilegítimo”. Através do entendimento do mesmo autor, a infância significa uma classe social de uma determinada geração e criança é o indivíduo que participa desta classe, sendo ele o ator social da classe pertencente.

Ariès (1981, p.156) ressalta que "na sociedade medieval a criança a partir do momento em que passava a agir sem solicitude de sua mãe, ingressava na sociedade dos adultos e não se distinguia mais destes". Isto é, eram representadas como adulto em miniatura, sendo vestidas e expostas aos mesmos costumes dos adultos, em que não tinham um tratamento diferenciado nem um mundo próprio, não existia neste período, o chamado sentimento de infância.

Nesse mundo adulto, aqueles que hoje chamamos crianças, eram educados sem que existisse ensino formal para eles. Tampouco existia, nessa época, a adolescência ou a juventude: os pequenos passavam diretamente de bebês a homens (ou mulheres) jovens - “não havia naqueles tempos, nenhuma ideia ou percepção particular ou específica de natureza da infância diferente da adultez”. (KOHAN, 2005, p. 64)

Partilhando da mesma noção de Ariès e Kohan, Corazza (2002), em seu estudo, constata que:

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Nas sociedades pré-modernas não havia a infância, pois não lhe era atribuída esta significação social e subjetiva que o período moderno lhe conferiu. As crianças são as grandes ausentes da história simplesmente porque, no chamado “passado” – da Antiguidade à Idade Média, não existia este objeto discursivo a que chamamos “infância”, nem essa figura social e cultural chamada “criança”, já que o dispositivo de infantilidade não operava para, especificamente criar o “infantil”... Não é que não existissem seres humanos pequenos, gestados, paridos, nascidos, amamentados, crescidos – a maioria deles mortos, antes de crescerem, mas é que a eles não era atribuída à mesma significação social e subjetiva [...]. (p.81).

Dessa maneira, essa nova percepção da criança passa a ganhar um lugar de destaque no seio familiar e, a partir disso, conferem-lhe o cuidado com a preservação da sua vida e um local próprio para sua educação. Logo, à medida que se constrói uma nova concepção onde as crianças são diferentes dos adultos e, que, portanto, precisam ser cuidadas e educadas, reconhece-se o papel das escolas, dentro da perspectiva iluminista em que era preciso educá-las para civilizá-las (VEIGA, 2003).

Por outro lado, é a partir de Áries (1981) que a criança é enxergada de maneira diferente. Essa percepção suscitou uma mudança na educação, ou seja, a criança passa a ser educada em instituições educacionais e ocorre uma maior aproximação da família em relação a essa criança uma vez que, a escola passa a exigir um maior envolvimento dos pais na educação.

Uma das características principais do desenvolvimento da infância com o surgimento da escola é o sentimento de cuidado que passa a se ter com as crianças, surgindo à necessidade de separá-la do mundo adulto. Nesse sentido, observa-se que o longo processo de institucionalização da escola deu-se, concomitantemente, com o surgimento de uma nova percepção da infância.

Os estudos de Ariès (1981) e dos demais teóricos referentes a esta temática, destacam que o aparecimento da noção de infância na sociedade moderna foi uma construção social. A partir desses estudos ficou evidente que as visões sobre a infância são construídas social e historicamente: “a inserção concreta das crianças e seus papéis variam com as formas de organização social” (KRAMER, 2003, p. 85- 86).

Apenas com a institucionalização da escola é que o conceito de infância começa lentamente a ser alterado, através da escolarização das crianças. Podemos então, a partir do desenvolvimento de uma pedagogia para as crianças, falar em construção social da infância (CORSARO, 2003). Deste modo, a construção social da infância se concretiza pelo estabelecimento de valores morais e expectativas de conduta para ela. Podemos falar de uma invenção social da infância a partir do século XVIII, em que há uma

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fundação de um estatuto para essa faixa etária, assim como a invenção da adolescência no fim do século XIX (CORSARO, 2003).

Para Montessori (1980) a fase da infância é uma espécie de fio condutor para a fase adulta, ela é o que norteia a fase adulta. A autora também afirma que “a infância constitui o elemento mais importante da vida do adulto: o elemento construtor (MONTESSORI1, 1980, p.10)”. Dessa forma, podemos dizer que a infância é uma fase peculiar na vida da criança, pois é vista como ser integral que precisa vivenciar situações que lhe possibilite evoluir e desenvolver novas habilidades e isso só ocorrerá por meio da educação.

A concepção de infância que possuímos hoje foi uma invenção da modernidade, sendo constituída historicamente pelas condições socioculturais determinadas. “A infância seria um conceito, uma representação, um tipo ideal a caracterizar elementos comuns a diferentes crianças” (FERNANDES; KUHLMANN JÚNIOR, 2004, p. 28). Partindo desse princípio, podemos considerar que a infância muda com o tempo e com os diferentes contextos sociais, econômicos, geográficos, e até mesmo com as peculiaridades individuais, pois é preciso ter consciência de que a infância faz parte de todo um contexto histórico cultural a qual precisa ser preservada, garantindo-lhes o direito de ser criança. E é neste contexto que nos deparamos atualmente onde educação e a infância passam a ser amparadas pelas leis que “atualmente emerge como uma nova concepção de criança como criadora, capaz de estabelecer múltiplas relações, sujeitos de direitos um ser sócio-histórico, produtor de cultura e nela inserida” (BRASIL, 2006, p. 10).

Portanto, as crianças de hoje não são iguais às crianças do passado, nem serão as mesmas que virão nos próximos anos. Assim, as transformações que acompanham a infância são fatores importantes para a construção e valorização da infância, estes que não deixam de estarem vinculados também as instituições escolares que é, por sua vez, espaço de construção social e integradora para a criança e suas descobertas.

2.1 A EDUCAÇÃO INFANTIL

Sabe-se que a função da escola na sociedade tem a finalidade de instruir os alunos, oferecer a formação acadêmica. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da

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O elemento construtor destacado por Montessori tem como objetivo zelar pelos os direitos infantis e zelar como um todo pela a infância. Deixando claro que o desenvolvimento infantil como todo deve ser o foco das relações construtivistas.

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Educação Nacional (LDB - Lei 9.394/96), a educação básica deve ser obrigatória em todo o estado nacional. Isso inclui também a educação infantil, em sua seção II artigo 29 cita:

A Educação Infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. (BRASIL, 1996).

A Educação Infantil é uma fase muito importante, que requer um cuidado especial. Esse cuidado deve vir dos pais e responsáveis, dos coordenadores pedagógicos e dos professores. Além disso, os seus objetivos devem estar voltados ao desenvolvimento da criança. Esse não pode ser somente o desenvolvimento físico, mas precisa ser formada a consciência crítica visando à autonomia dessa criança.

A criança é um todo orgânico, físico e psicológico. A educação infantil coloca como seu objetivo-síntese o desenvolvimento integral da criança compreendendo com isso, os aspectos físicos, cognitivos e afetivos de sua personalidade (DIDONET, 1991, p. 93).

Dessa maneira, a criança começa a ser vista como dona de uma infância que exige maior compreensão e investimento, principalmente em relação aos aspectos que ela desenvolve ser de uma especificidade e individualidade única e importante para sua formação diante da sociedade, ela é agora vista como sujeito histórico e participante das transformações futuras.

Para Fortuna (2005), ainda é preciso fazer uma reinvenção da infância, a reconhecendo como fase de extrema importância dentro do desenvolvimento infantil, havendo vários desafios a serem superados diante de seus direitos e deveres, de modo que infância e inocência sejam mantidas como sinônimos de alegria e afetividade.

A Educação Infantil no Brasil tem seu auge com a elaboração da Constituição Federal de 1988, em que o atendimento da Educação Infantil passou a ser um direito da criança e um dever do estado (Artigo 208, inciso IV). Em 1990, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), também foi evidenciado esse direito ao atendimento a criança de 0 aos 6 anos de idade.

Segundo as Novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI, 2010), o Parecer CNE/CEB nº 20/09 e a Resolução CNE/ CEB nº 05/09, a função sociopolítica e pedagógica das instituições de Educação Infantil, se integra com a primeira etapa da Educação Básica, como diz a Lei nº 9.394/96 no Artigo 22, cuja

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finalidade é: desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. Estas finalidades devem ser adequadamente interpretadas em relação às crianças pequenas, pois nesta interação elas manifestam desejos e curiosidades em relação a tudo que se passa ao seu redor.

De acordo com o Referencial Curricular para a Educação Infantil (1998), a criança é um ser social e histórico que está em processo de formação, interagindo consigo mesmo e com o mundo. Em outras palavras, a criança está em um processo de desenvolvimento em que Educação Infantil proporciona o primeiro contato com o mundo fora da sua família, ampliação do conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas. Assim, a possibilidade de desde muito cedo efetuarem escolhas e assumirem pequenas responsabilidades favorece o desenvolvimento da autoestima, essencial para que as crianças se sintam confiantes e felizes (BRASIL, 1998, p.11).

Por outro lado, para Piaget (1972, p. 56) “a educação infantil, é aquela que deve possibilitar na criança um desenvolvimento amplo e dinâmico no período sócio-motor”. Porque a criança apesar de sua pouca idade é um indivíduo ativo que interage com a realidade a todo o momento. É a partir destes estímulos e interações que ela vai desenvolver a sua personalidade que é um elemento complementar para desenvolvimento absoluto da criança para meio social onde a criança vive.

As crianças possuem suas características próprias e observam o mundo e o comportamento das pessoas que a cercam de uma maneira muito distinta. Aprendem através da acumulação de conhecimentos, da criação de hipóteses e de experiências vividas (VYGOTSKY, 1994).

A educação infantil tem-se declarado essencial para uma eficaz aprendizagem, pois ela socializa a criança, desenvolve suas habilidades, prepara o aluno para um melhor desenvolvimento escolar futuro. A educação infantil se torna um alicerce para a construção de uma aprendizagem e de um desenvolvimento crítico.

O cotidiano na Educação Infantil fundamenta-se em uma rotina pré-estabelecida tendo em vista o desenvolvimento da criança que, num futuro próximo, compreenderá a importância dos valores morais, do partilhar, do apoio, da responsabilidade, dos direitos e deveres, tudo pelo fato de que nas pequenas atitudes é que se formam grandes cidadãos. A educação infantil é o período onde a criança interage e tem contato com o mundo, com outras crianças e adultos que estão a sua volta e consigo mesma.

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O desenvolvimento infantil está pautado na interação com o meio, segundo Vygotsky (1998) a criança aprende e depois se desenvolve, deste modo, o desenvolvimento de um ser humano se dá pela aquisição/aprendizagem de tudo aquilo que o ser humano construiu socialmente ao longo da história da humanidade.

A educação infantil não pode se resumir apenas em preparar a criança para enfrentar outra fase de sua vida. O verdadeiro sentido da educação infantil deve ser o de contribuir para o desenvolvimento da criança a fim de que esta realize todas as suas possibilidades humanas características do período de vida em que se encontra.

2.2 O PERFIL DO EDUCADOR INFANTIL

Ao conceber as instituições de Educação Infantil como espaços onde ocorre o processo educativo, processo este pelo qual os homens apropriam-se do desenvolvimento histórico-cultural da humanidade, através das relações que estabelecem entre si, todos os profissionais que atuam nessas instituições desempenham a função educativa.

O educador infantil tem a importante tarefa de ampliar a experiência da criança, oportunizando a esta o acesso e a apropriação de conhecimentos que não são constituídos espontaneamente no ser humano. Garantindo à criança a expressão de suas ideias e sentimentos, respeitando-a e não a concebendo como ser incapaz, mas identificando as suas capacidades, oferecendo possibilidades de que sejam ampliadas, sedimentadas, desenvolvidas na dimensão da individualidade e da participação cultural e social.

É de grande relevância destacar o pressuposto de que aqueles que atuam em instituições educativas desempenham as funções indissociáveis de educar – cuidar. Conforme afirma Felipe Jane (1998, p. 8):

As pessoas, que têm a responsabilidade de cuidar/ educar crianças nesta faixa etária, desempenha um papel fundamental no processo de desenvolvimento infantil, pois servem de intérpretes entre elas e o mundo que as cerca. Ao nomearem objetos, organizarem situações, expressarem sentimentos, os adultos estão cooperando para que as crianças compreendam o meio em que vivem e as normas da cultura na qual estão inseridas. Portanto, os diferentes profissionais envolvidos na Educação Infantil têm uma importante tarefa a cumprir, na tentativa de contribuir para um desenvolvimento agradável e sadio. São, portanto, mediadores entre a criança e o meio.

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Diante essa perspectiva, o educador infantil deve ser visto como um mediador entre a criança e o conhecimento que desenvolve práticas educativas que são essenciais para o desenvolvimento. Por outro lado, a Educação Infantil incorpora de maneira integrada a funções do cuidar e educar de modo que os pequenos potencializem suas aprendizagens, de forma que a educação contribua para o processo e crescimento do aprendiz como um ser humano, compreendendo assim, suas singularidades e respondendo as suas necessidades.

De acordo com o RCNEI (Referencial Curricular para a Educação Infantil) (1998, p. 25), evidencia que

Para cuidar é preciso antes de tudo estar comprometido com o outro, com sua singularidade, ser solidário com suas necessidades, confiando em suas capacidades. Disso depende a construção de um vínculo entre quem cuida e quem é cuidado (BRASIL, 1998. p. 25).

Deste modo, observamos que o binômio cuidar e educar não podem ser compreendidos de maneira separada, pois em todos os momentos da sala de aula as crianças estão em constante aprendizado. Ainda mais quando os momentos são caracterizados de cuidado ou de aprendizagens, as crianças situam-se em pleno desenvolvimento educativo, psicológico e de aquisição do saber. Kramer (1994) afirma que a Educação Infantil fundamenta – se no binômio do cuidar/educar e consequentemente, a formação dos profissionais também deve pautar-se nele.

Por outro lado, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), Lei nº 9.394/96, em seu artigo 62, admite como formação mínima aquela oferecida em nível médio, na modalidade Normal para professores que atuam na educação infantil.

A formação de docente para atuar na Educação Básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida como formação mínima para o exercício do magistério na Educação Infantil e nas quatro primeiras séries do Ensino Fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. (BRASIL, 1996).

O artigo deixa claro que, com o magistério pode-se atuar na educação infantil, mas preferencialmente volta-se para o curso em nível superior, em específico a Pedagogia, que apresenta fundamentação teórica e prática na área, além de estudos e pesquisas sobre este campo de atuação. É nesse universo da década de 1990 que surge paralelo à LDB (BRASIL, 1996), as discussões em torno da formação inicial desse

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profissional, assim como, a formação continuada, posteriormente trazendo à tona, o professor enquanto um intelectual transformador.

De acordo com Chaves, et al (2013, p. 13), a formação de professores para a educação infantil é entendida como um processo permanente que acontece dentro e fora da escola, articulando conhecimentos formalmente estruturados e saberes adquiridos com a prática. Essa concepção enfatiza o caráter histórico e cultural do conhecimento possibilitando uma formação articulada com as necessidades sociais, promovendo a auto realização e o desenvolvimento dos professores com ela envolvidos.

Em contrapartida, para que haja uma prática docente de qualidade é importante e necessário considerar dois aspectos, o de organização e o de planejamento, pois é o cotidiano na sala de atividades que sinaliza ao professor os acertos e erros. “Tratar dos aspectos organizacionais é, afinal, tratar das condições que devemos levar em conta para conseguir desempenhar uma tarefa educativa”. (BASSEDAS, HUGUET; SOLÉ, 1999, p. 93).

O professor da Educação Infantil necessita compreender que a vulnerabilidade e dependência infantil, próprias desta fase de desenvolvimento, exigem dele, dos demais profissionais e dos responsáveis pela criança, atitudes de cuidado noeducar.

Garanhani (2010, p. 196) aponta que

Ser docente na Educação Infantil, com base no perfil apresentado, é ter sempre uma atitude investigativa da própria prática e, consequentemente, fazer a sua elaboração por meio de um processo contínuo de formação. É ter o compromisso com a profissão escolhida e consciência de que suas intenções e ações contribuem na formação humana de nossas crianças ainda pequenas. Formação humana que se faz pelo acesso aos saberes, conceitos e práticas de nossa sociedade e que se apresentam como ferramentas de trabalho, pelo respeito às condições de aprendizagem que se faz pela oferta de possibilidades educacionais e, por fim, a clareza de que a professora da pequena infância é uma das profissionais responsáveis por proporcionar a conquista da autonomia e da construção de identidades das crianças pequenas do nosso país.

Deste modo, o educador infantil deve promover e compreender a necessidade de um período de adaptação das crianças ao espaço e às pessoas; assumindo o papel de mediador, organizando e proporcionando espaços e situações de aprendizagens, sempre valorizando e respeitando o contexto no qual seu aluno está inserido. A aprendizagem é fruto da interação entre aluno e educador, sendo este responsável pela organização desse processo para desenvolver simultaneamente o aspecto intelectual e as aptidões sociais.

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Assim, para se tornar um professor é preciso fazer parte de um processo plural, no qual se leva em consideração o tempo e espaço em que o mesmo está inserido. Dessa maneira, o perfil comporta além da formação escolar e profissional, aspectos como idade e sexo de cunho pessoal, que dão possibilidade para perceber alguns aspectos de seu perfil (UNESCO, 2004).

Dessa forma, a profissão docente comporta, segundo Imbernón (2011) e Tardif (2012), conhecimentos polivalentes, advindos das diversas áreas, que contribuem com a prática pedagógica. Esses conhecimentos e saberes contribuem para o desenvolvimento profissional, não só pedagógico, mas para a compreensão de si e da educação.

Portanto, o professor para mediar a aprendizagem infantil deve desenvolver competências, saberes que o permitam entender como se processa a educação da criança e assim, propor situações de aprendizagem, planejadas, evitando a improvisação. Para tanto, investir em sua formação continuada é condição imprescindível.

2.3 AS PRÁTICAS EDUCATIVAS PARA CRIANÇAS PEQUENAS

2.3.1 É brincando que se aprende...

A educação infantil, em sua especificidade de primeira etapa da educação básica, exige ser pensada na perspectiva da complementaridade e da continuidade. Os primeiros anos de escolarização são momentos de intensas e rápidas aprendizagens para as crianças.

Assim sendo, as instituições de Educação Infantil (creches e pré-escolas) devem integrar as funções de educar e cuidar, comprometidas com o desenvolvimento integral da criança nos aspectos físico, intelectual, afetivo e social, compreendendo a criança como um ser total, completo, que aprende a ser e conviver consigo mesma, com o seu semelhante e com o ambiente que a cerca.

De acordo com a Resolução CNE/CEB 5/2009, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, as interações e a brincadeira devem constituir os eixos norteadores das práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular das creches e pré-escolas brasileiras. Por meio das interações e da brincadeira, as crianças de 0 a 6 anos que frequentam esses espaços educativos deverão experimentar situações que promovam o conhecimento de si mesmas e do mundo,

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favoreçam sua imersão nas diferentes linguagens, permitam seu contato com diferentes grupos e manifestações culturais e garantam seu desenvolvimento integral.

Segundo Kishimoto (2010), o brincar é excelente recurso para observação dos interesses e ações da criança. Pelo brincar, a criança evidencia saberes e interesses, além de propiciar condições para aprendizagens incidentais. É na brincadeira que a criança pode pensar e experimentar situações novas ou mesmo do seu cotidiano, ressignificando.

A criança faz da brincadeira um meio de comunicação, de prazer e de recreação e, muitas vezes, nesse momento há a elaboração de um sistema de representação dos diversos sentimentos, das emoções e das construções humanas. É necessário que haja uma capacidade de criar e aprender e a brincadeira constitui um dos meios que pode levar a criança a um crescimento imensurável.

Para Sarmento (1997), as culturas da infância exprimem a cultura da sociedade em que se inserem, mas fazem-no de maneira distinta das culturas adultas, ao mesmo tempo em que veiculam formas especificamente infantis de inteligibilidade, representação e simbolização do mundo. Continua ainda o autor a ressaltar que existem quatro eixos estruturadores das culturas da infância: a interatividade, a ludicidade, a fantasia do real e a reiteração. Sarmento (1997) destaca que:

A ludicidade constitui um traço fundamental das culturas infantis. Brincar não é exclusivo das crianças, é próprio do homem e uma das suas atividades sociais mais significativas. Porém, as crianças brincam, continua e abnegadamente. Contrariamente aos adultos, entre brincar e fazer coisas sérias não há distinção, sendo o brincar muito do que as crianças fazem de mais sério. (SARMENTO, 1997, p.12).

A respeito do desenvolvimento proporcionado pelo lúdico, afirma Moyles (2002, p.21) que “a estimulação, a variedade, o interesse, a concentração e a motivação são igualmente proporcionados pela situação lúdica...”, subsídios estes imprescindíveis para praticar habilidades físicas e mentais, criar, imaginar, se comunicar, cooperar, respeitar, desenvolver a organização espacial, aumentar a atenção, a concentração, ampliar o raciocínio lógico, dentre outras competências, ou seja, aprender a viver por meio do lúdico e da brincadeira.

Os brinquedos podem possuir tanto a função lúdica quanta a função educativa possibilitando às crianças a apreensão de novos saberes e também regras socialmente constituídas.

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Ao assumir a função lúdica e educativa, o brinquedo educativo merece algumas considerações: 1. Função lúdica; o brinquedo propicia diversão, prazer e até desprazer, quando escolhido voluntariamente; e 2. Função educativa: o brinquedo ensina qualquer coisa que complete o indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo. (KISHIMOTO, 2002 p. 37).

A relevância do lúdico passou ater destaque no interior das instituições de ensino, sustentadas pelas políticas públicas, como proposta em referências para a educação nacional como contempla o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil - RCNEI (1998):

Jogos de escuta dos sons do ambiente, de brinquedos, de objetos ou instrumentos musicais; jogos de imitação de sons vocais, gestos e sons corporais; jogos de adivinhação nos quais é necessário reconhecer um trecho de canção, de música conhecida, de timbres de instrumentos etc.; jogos de direção sonora para percepção da direção de uma fonte sonora; e jogos de memória, de improvisação etc. são algumas sugestões que garantem às crianças os benefícios e alegrias que a atividade lúdica proporciona e que, ao mesmo tempo, desenvolvem habilidades, atitudes e conceitos referentes à linguagem musical. (BRASIL, p. 72).

Nessa perspectiva, as crianças, em plena liberdade de se expressar e desenvolver suas habilidades, são agentes sociais, ativos e criativos, portanto produtoras de cultura. “[...] O brinquedo coloca a criança na presença de reproduções: tudo o que existe no cotidiano, a natureza e as construções humanas. Pode-se dizer que um dos objetivos do brinquedo é dar a criança um substituto dos objetos reais, para que possa manipulá-los”. (KISHIMOTO, 2010, p. 21).

Assim sendo, a brincadeira e a aprendizagem são concebidas como fonte para o desenvolvimento da criança seguindo a premissa de que “[...] o único bom ensino é o que se adianta ao desenvolvimento [...]” (VYGOTSKY, 1991, p.12). Os processos de aprendizagem são concebidos como processos de apropriação por meio dos quais, segundo Leontiev (1991, p.67), a criança “assimila e se apropria das conquistas das gerações humanas anteriores”.

Portanto, as brincadeiras têm um ponto central nessa etapa da educação infantil, ela ajuda as crianças a terem o respeito às regras, a si mesmo e aos outros. Ademais, a convivência social se desenvolve na criança também através da brincadeira. Elas aprendem a expressar-se, a ouvir, concordando ou discordando das opiniões dos colegas, respeitando-as.

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2.3.2 Os jogos

O jogo é uma ferramenta que contribui na formação corporal, afetiva e cognitiva, por ter uma característica lúdica se torna mais atrativa e eficiente em seu desenvolvimento, preparando sua inteligência e caráter, tendo conhecimento de quantidade e de espaço.

Aliar atividades lúdicas ao processo de ensino e aprendizagem pode ser de grande valia para o desenvolvimento do aluno, um exemplo de atividade que desperta e muito o interesse do aluno é o jogo, sobre o qual nos fala Kishimoto (1994, p. 13):

O jogo como promotor da aprendizagem e do desenvolvimento passa a ser considerado nas práticas escolares como importante aliado para o ensino, já que colocar o aluno diante de situações lúdicas como jogo pode ser uma boa estratégia para aproximá-lo dos conteúdos culturais a serem veiculados na escola.

Nos jogos, a criança precisa ter autonomia para criar suas regras de acordo com o momento da brincadeira. Em relação ao jogo, Kishimoto (1997, p.36) acrescenta que:

Ao permitir a ação intencional (afetividade), a construção de representações mentais (cognição), à manipulação de objetos e o desempenho de ações sensório-motoras (físico) e as trocas nas interações (social), o jogo contempla várias formas de representação da criança ou suas múltiplas inteligências, contribuindo para a aprendizagem e o desenvolvimento infantil.

Os jogos na educação infantil são recursos que devem ser utilizados pelo educador nos momentos de ensino. Acredita-se não haver problemas de alfabetizar a criança antes do ensino fundamental, o importante é lembrar que elas necessitam de um cuidado especial e agir de acordo com a disposição de cada criança em aprender, lembrando sempre que o lúdico é uma ferramenta essencial nesse processo.

De acordo com o Referencial Curricular Nacional Para Educação Infantil:

As brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de construção e aqueles que possuem regras, como os jogos de sociedade (também chamados de jogos de tabuleiro) jogos tradicionais, didáticos, corporais, etc., propiciam a ampliação dos conhecimentos da criança por meio da atividade lúdica. (BRASIL, l998, v1. p.28).

Desse modo, a partir dessas definições constatamos que o lúdico está relacionado a tudo o que possa nos dar alegria e prazer, desenvolvendo a criatividade, a imaginação e a curiosidade, desafiando a criança a buscar solução para problemas com renovada motivação.

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Ressaltando que segundo Novaes (1992, p.28) “O ensino, absorvido de maneira lúdica, passa adquirir um aspecto significativo e efetivo no curso de desenvolvimento da inteligência da criança”.

O jogo é uma fonte de prazer e descoberta para a criança, o que poderá contribuir no processo ensino e aprendizagem; porém tal contribuição no desenvolvimento das atividades pedagógicas dependerá da concepção que se tem do jogo.

Os jogos não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar a energia das crianças, mas meios que enriquecem o desenvolvimento intelectual e que podem contribuir significativamente para o processo de ensino e aprendizagem e no processo de socialização das crianças.

Assim, é de suma importância que os educadores saibam como usar os jogos para ajudar o aluno no desenvolvimento, pois o lúdico pode estar presente na aprendizagem e no desenvolvimento, sem esquecer que a sua principal importância é conhecer sua aplicação na escola.

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3. PERCURSO METODOLÓGICO

Neste capítulo, trago o caminho metodológico percorrido na pesquisa para as descobertas e reflexões sobre o tema, através do qual busquei compreender o papel do educador infantil para o processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança, a partir da experiência de educação infantil vivenciada por uma escola pública do município de Monte Horebe - PB.

Realizar uma pesquisa requer, necessariamente, um olhar mais apurado de investigador da situação que se quer estudar. Deste modo, essa ação em situação de principiante não é fácil e se constituiu em um grande desafio, por isso sabemos dos limites, lacunas e múltiplas possibilidades que nosso trabalho aponta.

Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa exploratória com abordagem qualitativa, onde seu embasamento teórico explorou conceitos relevantes para a concretização da pesquisa. De acordo com Gil (1999), a pesquisa exploratória tem como objetivo principal desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. Segundo o autor, estes tipos de pesquisas são os que apresentam menor rigidez no planejamento, pois são planejadas com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato.

Gil (1999) também ressalta que o uso da abordagem qualitativa propicia o aprofundamento da investigação das questões relacionadas ao fenômeno em estudo e das suas relações, mediante a máxima valorização do contato direto com a situação estudada, buscando-se o que era comum, mas permanecendo, entretanto, aberta para perceber a individualidade e os múltiplos significados. Nesta pesquisa, o caráter qualitativo e exploratório qualifica a importância da atuação do educador infantil como mediador da aprendizagem e do desenvolvimento. Ademais, este estudo busca refletir a ação pedagógica, através da qual deve-se compreender o trabalho do professor no processo educativo.

3.1 O CAMPO DE PESQUISA

O lócus da pesquisa foi a Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Santa Terezinha que fica situada no Sítio Capim Zona Rural de Monte Horebe – PB. Tem como gestora Hiélia Saraiva Ferreira.

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A escola possui as seguintes dependências físicas: 1 secretaria, 1 sala de informática, 4 salas de aula sendo uma exclusivamente e adaptada para a educação infantil; 1 biblioteca, 1 cantina, 1 almoxarifado, 1 banheiro masculino e 1 feminino, totalizando 11 ambientes. A escola possui diversos recursos eletrônicos, entre eles: TV e aparelho de DVD, computadores, impressoras e aparelho de som. A escola também possui materiais lúdicos como livros de histórias próprias para Educação Infantil, jogos, fantoches, etc.

A Instituição foi construída especialmente para o seu funcionamento há exatamente 38 anos. O espaço já passou por algumas reformas no decorrer desses anos para que possa atender as necessidades dos alunos da melhor forma. No momento atual são atendidos ao todo pela escola 175 alunos. As etapas de ensino oferecidas são: Educação Infantil, Ensino Fundamental (anos iniciais) e a Educação de Jovens e adultos (EJA).

FIGURA 1

Fonte: Imagem retirada do Facebook da escola.

O projeto pedagógico desta instituição busca trocar e analisar experiências, bem como enfatizar por meio de conhecimentos científicos trabalhados e a aplicação destes, a vivência de práticas inclusivas e emancipadoras, onde o aprendizado subsidiará a consciência do educando na produção das relações sociais. A escola tem uma boa relação com os pais dos alunos atendendo-os sempre que preciso. Todos os profissionais

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que atuam na escola procuram sempre ter a melhor relação possível, uma boa relação profissional e até amigável, inclusive com a equipe gestora; da mesma forma também acontece entre funcionários e alunos.

São muitos os motivos de ter escolhido a EMEIF Santa Terezinha para ser campo deste estudo, uma vez que já estudei na escola e lecionei por um tempo como professora substituta. Assim, tenho familiaridade com todos da instituição. Contudo, as minhas experiências como docente são de grande valor para minha formação na educação. Vale ressaltar que os saberes adquiridos caracterizam um bom professor, pois estes saberes, segundo Tardif (2010, p. 39) “são à base de conhecimentos para o exercício da profissão docente”. Dessa maneira, o docente deve procurar desempenhar suas funções utilizando da melhor forma os saberes adquiridos, assim, conseguirá maior resultado nas práticas de atividades.

A pesquisa foi realizada nos meses de setembro e outubro no ano de 2019, durante o estágio realizado no curso de pedagogia. A partir daí surgiu o interesse de aprofundar os meus conhecimentos sobre esta temática. Por outro lado, no momento presente a EMEIF Santa Terezinha, assim, como outras instituições públicas do Brasil estão experimentando uma nova realidade escolar. Deste modo, alguns dados foram atualizados para melhor compreensão deste estudo.

Com o contexto em que estamos vivendo a EMEIF Santa Terezinha está exercendo as suas práticas educativas por meio das aulas remotas, mesmo com a pandemia, são 39 alunos matriculados no ensino regular e cinco turmas. As atividades com os discentes acontecem via Google Meet e impressas para que não possui acesso a internet, além disso, as educadoras enviam vídeos educativos para que os pequenos possam interagir.

3.2 INSTRUMENTOS DE PESQUISA 3.2.1 Observação

A coleta de dados foi realizada a partir de algumas ações, onde iniciei pesquisando em livros e artigos sobre o tema a ser abordado. Depois comecei a observar as aulas das professoras por uma semana. Segundo Cervo & Bervian (2002, p. 27), “observar é aplicar atentamente os sentidos físicos a um amplo objeto, para dele adquirir um conhecimento claro e preciso”. Para esses autores, a observação é vital para

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o estudo da realidade e de suas leis. Sem ela, o estudo seria reduzido a “[...] à simples conjetura e simples adivinhação” (p.27).

Dessa forma, a prática de observação é de suma importância para a compreensão da realidade da escola e de como é realizado o trabalho do educador com os pequenos, principalmente as práticas que as professoras utilizam durante este percurso para ministrar suas aulas, considerando que as crianças podem desenvolver aprendizagens significativas em vários aspectos.

3.2.2 Entrevista

A entrevista semi- estruturada foi escolhida como principal técnica neste estudo, por se tratar de um instrumento flexível para a coleta de dados. As entrevistas semi - estruturadas podem ser definidas como uma lista das informações que se deseja de cada entrevistado, mas a forma de perguntar (a estrutura da pergunta) e a ordem em que as questões são feitas irão variar de acordo com as características de cada entrevistado. Geralmente, as entrevistas semi-estruturadas baseiam-se em um roteiro constituído de “[...] uma série de perguntas abertas, feitas verbalmente em uma ordem prevista” (LAVILLE & DIONNE, 1999, p.188). Assim, esta técnica de coleta de dados é bastante adequada para a obtenção de informações acerca do que as pessoas sabem, creem, esperam e desejam, assim como suas razões para cada resposta.

O roteiro utilizado nesta pesquisa foi de perguntas fechadas, no qual tinham seis questões. Além disso, foi elaborado de acordo com a observação das aulas. Uma vez que a pesquisa foi presencial e realizada nos meses de setembro e outubro no ano de 2019, durante o estágio realizado no curso de pedagogia.

3.3. SUJEITOS DA PESQUISA

As participantes desta pesquisa foram duas (2) professoras que atuam na Educação Infantil da EMEIF Santa Terezinha, as quais podem ser identificadas através dos códigos que constam nas tabelas abaixo:

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TABELA I

SUJEITO CÓDIGO

Professora maternal Prof.ª M

Professora pré - 1 Prof.ª pré 1

Sobre características e maiores especificidades dessas professoras, segue abaixo uma tabela com algumas informações que nos ajudam a construir o perfil dessas docentes:

TABELA II

Como podemos perceber nos quadros acima, apenas uma das professoras entrevistadas não possui formação em Pedagogia, e todas atuam há mais de uma década na área educacional. Em conversa durante a entrevista, foi constatado que as entrevistadas também possuem o Curso Normal, o qual é o que dá “subsídio” para a professora do pré – 1 poder atuar, apesar do Curso em Pedagogia ser o mais recomendado, conforme a LDB n 9.394/96, que orienta o docente que trabalha com crianças ter a formação específica em pedagogia, além do Curso Normal. Dessa forma, todo o desempenho da entrevista foi efetivado com o objetivo de compreender o papel do educador infantil e sua importância para a aprendizagem e desenvolvimento da criança.

Sujeitos Idade Formação Tempo de

atuação na Educação Infantil

Prof.ª M 35 anos Pedagogia e

Esp. Em

Psicopedagogia.

12 anos

Prof.ª pré 1 28 anos Letras com

habilitação para língua Inglesa e curso Normal.

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3.4 ANÁLISES DE DADOS:

Para a análise de dados, construímos algumas categorias de análise que nos auxiliassem a ter um olhar mais acurado sobre as informações colhidas a partir da aplicação do roteiro de entrevista, conforme explicamos abaixo:

Características de um bom educador;

Neste tópico foram levadas em questão as características de um bom educador para atuação com os pequenos.

O planejamento na educação infantil;

O planejamento na educação é fundamental para as práticas de atividades. Por isso, neste tópico serão apresentadas questões sobre como é realizado o planejamento das aulas das professoras no campo de pesquisa, enfatizando que um profissional da educação infantil precisa ter a capacidade de planejar conteúdos paras aulas dinâmicas e interativas.

A formação continuada;

A formação continuada é de suma importância para o educador. Deste modo, é necessário que o professor esteja sempre procurando novas habilidades para o processo de ensino e promoção da aprendizagem. Neste ponto, as professoras entrevistadas relatam suas experiências nesta temática.

O papel do professor

O papel do professor na educação infantil é de mediador e facilitador do conhecimento. Diante essa perspectiva, foi discutido o papel do professor, sobretudo na educação infantil.

As contribuições do educador para o desenvolvimento e aprendizagem da criança x práticas pedagógicas.

Neste tópico foram analisadas as contribuições do educador para o desenvolvimento e aprendizagem da criança x práticas pedagógicas. Nesse momento, as professoras falaram um pouco de como elas contribuem para a aprendizagem dos pequenos e quais as práticas pedagógicas utilizadas no processo educativo.

(36)

4 RESULTADOS E ANÁLISE

Neste tópico apresento a análise dos dados coletados e atualizados, a partir das categorias de análise elencadas:

4.1 CARACTERÍSTICAS DE UM BOM EDUCADOR

O profissional que deseja atuar na educação deverá ter formação especifica, pois precisa ter domínio de conhecimentos e ser preparado para trabalhar com crianças. A experiência profissional também é de grande importância e ajuda muito nos desafios a serem enfrentados. Pois, as vivências de sala de aula com o passar do tempo, ajudam os educadores a resolver situações-problemas cada vez melhor, já que vão adquirindo anos de experiência.

O professor, sabendo fazer reflexões melhores acerca de suas práticas pedagógicas, observando os pontos positivos e negativos de sua jornada de atuação irão aperfeiçoando cada vez mais o processo de ensino-aprendizagem. O professor que atua na educação infantil, além de possuir formação específica em Pedagogia, deve ter um olhar peculiar sobre como lidar com as crianças no dia-a-dia e em situações especiais.

Por isso, indaguei a seguinte questão: Para você como deve ser o perfil do educador infantil?

A esta questão obtive as seguintes respostas:

Prof.ª M

“Para mim o educador deve ser atencioso, cuidadoso e dedicado em tudo que faz, para que a criança desenvolva suas capacidades de maneira ampla e significativa”.

Prof.ª pré 1

“Acredito que para se trabalhar com os pequenos é importante ter um perfil voltado para o cuidar e educar, buscar sempre valorizar o processo de desenvolvimento da criança”.

Dessa maneira, na fala das professoras acima, entende-se que o educador infantil deve ter um perfil de compromisso e responsabilidade para atuar com crianças pequenas proporcionando atividades recreativas que favoreçam o desenvolvimento e aprendizado de diversas maneiras. Para promover a interação garantindo realizações significativas, é

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necessário um apoio de um grande profissional de educação: o auxiliar de creche, o qual juntamente com o educador infantil ajuda no cuidado e também no processo de aprendizagem das crianças da primeira infância.

O professor de Educação Infantil deve ter um perfil profissional que abarque um número significativo de conhecimentos, em especial no que tange aos fundamentos da educação.

De acordo com o RCNEI:

O trabalho direto com crianças pequenas exige que o professor tenha uma competência polivalente. Ser polivalente significa que ao professor cabe trabalhar com conteúdos de naturezas diversas que abrangem desde cuidados básicos essenciais até conhecimentos específicos provenientes das diversas áreas do conhecimento. Este caráter polivalente demanda, por sua vez, uma formação bastante ampla do profissional que deve tornar-se, ele também, um aprendiz, refletindo constantemente sobre sua prática, debatendo com seus pares, dialogando com as famílias e a comunidade e buscando informações necessárias para o trabalho que desenvolve. (Brasil, 1998)

Deste modo, o perfil que se almeja para o exercício da profissão de educador infantil está ligado a um conjunto de habilidades e competências profissionais que em grande parte são adquiridas no âmbito da formação de professores e nas experiências rotineiras. Assim entende-se que a ação do profissional da educação infantil deve articular-se aos conhecimentos teóricos e práticos, buscando organizar intencionalmente situações de aprendizagem que possibilitem ampliar o conhecimento e a vivência das crianças.

Dentro dessa temática da necessidade de um profissional de apoio em sala de aula, indaguei às professoras: Você conta com o apoio de um auxiliar para ajudar nas práticas educativas?

A esta questão obtive as seguintes respostas:

Prof.ª M

“Não tenho ajuda de um auxiliar, mas seria muito interessante ter, principalmente para ajudar nas necessidades dos pequenos, como por exemplo, ajudar na higienização”.

Prof.ª pré 1

“Seria bom, mas não tenho, faço de tudo na sala de aula. Organizo todas as atividades com cuidado para não me sentir sobrecarregada”.

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Os auxiliares de classe são profissionais essenciais e de grande relevância em uma creche. São eles que complementam o trabalho do professor sempre que necessário, colaborando com atividades dentro da sala de aula e fora dela.

Deste modo, percebe-se que na instituição desta pesquisa as professoras entrevistadas não possuem apoio de auxiliares, o que dificulta a sua rotina diária do processo de ensino-aprendizagem das crianças.

O RCNEI afirma que:

O estabelecimento de um clima de segurança, confiança, afetividade, incentivo, elogios e limites colocados de forma sincera, clara e afetiva dão o tom de qualidade da interação entre adultos e crianças. O professor, consciente de que o vínculo é, para a criança, fonte contínua de significações, reconhece e valoriza a relação interpessoal. (Brasil, 1998)

Cabe ressaltar que o papel do “auxiliar” deve ser o de apoiar o educador infantil com o cuidado dos materiais pedagógicos; observar a manutenção dos equipamentos; ser responsável pela limpeza de brinquedos e equipamentos; participar dos cuidados relacionados à alimentação, higiene, educação, cultura, motricidade; ajudar as crianças nas refeições e participar de todas as atividades propostas pela escola.

Assim, para ser monitor nas escolas de educação infantil no município de Monte Horebe, o candidato precisa ter como formação mínima em Ensino Médio, ou na Modalidade Normal como consta no Plano de Carreira do Quadro Geral do Município.

4.2 O PLANEJAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Sabe- se que o ato de planejar na Educação Infantil é um momento de suma importância que possibilita o educador buscar soluções para alcançar avanços no desenvolvimento e aprendizagem da criança, por isso, o planejamento deve ser uma atividade essencial realizado de forma contínua, uma vez que o professor deve levar em consideração as peculiaridades e especificidades de cada criança. Diante este fato, perguntei as seguintes questões: Como está sendo realizado o planejamento de suas aulas no contexto de pandemia, você elabora planos de aulas?

(39)

Prof.ª M

“O planejamento das aulas é quinzenal, e acontece via Google Meet, através da secretaria de educação do município e com professores formadores. Assim, elaboro meus planos de aula sempre pensando no desenvolvimento da criança, considerando todos os aspectos. Planejo atividades mais interativas e dinâmicas”.

Prof.ª pré 1

“O planejamento é quinzenal, sim, e acontece via Google Meet, juntamente com a equipe pedagógica da escola e a secretaria de educação. Elaboro planos de aula, focando no aprendizado do aluno, com práticas educativas adequadas de acordo com a capacidade de cada um”.

Deste modo, na educação infantil, o planejamento assume a função de prever as melhores condições para promover a aquisição de habilidades pela criança, favorecendo seu desenvolvimento em todas as capacidades. Segundo Hoffmann (2001), a organização e planejamento das atividades diárias proporcionam ao professor a reflexão de suas ações e metodologias, analisando os resultados de seu projeto. Em outras palavras, o planejar envolve uma série de ações que são de grande relevância para a orientação das práticas educativas, em que o educador identifica as necessidades de cada aluno.

Os autores Bassedas, Huguet e Solé (1999) citam que o planejar docente constitui uma parte importante do trabalho do professor, uma vez que a tomada de decisões compõe o seu plano de atuação. Assim, o planejamento possibilita a programação de atividades as quais o docente pretende aplicar, estabelecendo uma caracterização detalhada de suas ideias, que possivelmente irão se concretizar diariamente nas aulas.

De acordo com Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p. 196) cabe: “[...] ao professor planejar uma sequência de atividades que possibilite uma aprendizagem significativa para as crianças, nas quais elas possam reconhecer os limites de seus conhecimentos, ampliá-los e/ou reformulá-los;”

Assim, percebe-se que é fundamental que o educador em suas práticas de ensino cotidianas, busque projetar ações que facilitem a aprendizagem possibilitando a compreensão do desenvolvimento infantil, bem como a formação e educação no período

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da infância. Com a elaboração do planejamento é perceptível saber como atingir objetivos e metas, como também verificar se a criança apresenta alguma dificuldade.

LIBÂNEO afirma que:

A escola, os professores e os alunos são integrantes da dinâmica das relações sociais; tudo o que acontece no meio escolar está atravessado por econômicas, políticas e culturais [...] Isso significa que os elementos do planejamento escolar – objetivos, conteúdos, métodos – estão recheados de implicações sociais, têm um significado genuinamente político. Por essa razão, o planejamento é uma atividade de reflexão acerca das nossas opções; se não pensarmos detidamente sobre o rumo que devemos dar ao nosso trabalho, ficaremos entregues aos rumos estabelecidos pelos interesses dominantes da sociedade. (LIBÂNEO, 2004, p.222)

O planejamento permite que o educador prepare aulas mais atrativas tornando – o assim, mais consciente de suas práticas educativas. Dessa forma, percebe-se que na instituição das professoras entrevistadas o planejamento ocorre de maneira significativa, nas quais as atividades são direcionadas e pensadas semanalmente para as idades de cada criança.

4. 3 FORMAÇÃO CONTINUADA

A ideia de formação continuada entrou em evidência no Brasil principalmente a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, que na orientação de uma política para o magistério, busca a valorização do profissional da educação escolar (MENEZES, 2001). À vista disso, a formação continuada dá ao educador autonomia para desenvolver suas práticas pedagógicas. Por isto, indaguei a seguinte questão: Você participa de alguma formação continuada?

A esta questão obtive as seguintes respostas:

Prof.ª M

“Sim, na formação continuada aprendo muito a fortalecer minhas práticas educativas. Atualmente, as formações acontecem pelo Google Meet”.

Prof.ª pré 1

“Participo, acredito que a formação continuada é fundamental para a ampliação do conhecimento na docência e para uma boa atuação na sala de aula. As formações acontecem pelo Google Meet todos os professores partilham de um conhecimento sempre pesando no educando”.

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Acredita-se que em sua formação inicial, o professor não se apropria de todos os saberes necessários para que atenda as diversas necessidades de uma sala de aula, pois esta muda de acordo com cada realidade, e com isto, é necessário que o educador permaneça estudando, realizando uma formação continuada a fim de aprender, ou ressignificar suas práticas diárias, buscando aprimorar seus conhecimentos. Desta maneira, Delors (2003) esclarece que:

A qualidade de ensino é determinada tanto ou mais pela formação contínua dos professores, do que pela sua formação inicial… A formação contínua não deve desenrolar-se, necessariamente, apenas no quadro do sistema educativo: um período de trabalho ou de estudo no setor econômico pode também ser proveitoso para aproximação do saber e do saber-fazer (DELORS, 2003, p. 160)

Assim, ainda em acordo com Delors (2003, p. 159), ao tratar do professor e seu fazer o texto explicita que “para ser eficaz terá de recorrer a competências pedagógicas muito diversas e a qualidades humanas como autoridade, paciência e humildade [...]”. Partindo desse pressuposto, a formação continuada desenvolve metodologias de ensino que ajudam a enaltecer uma educação de qualidade, motivando os professores a trabalhar conteúdos que garantam uma aprendizagem ampla e significativa.

Em consonância a isso, Freire (1996, p. 43) afirma que “na formação permanente dos professores, o momento fundamental é a reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática”. Logo, pode – se observar que a formação continuada é um dos direitos dos professores em que é considerado um processo de valorização da profissão docente centralizada no âmbito escolar. Quando uma rede de ensino possui a formação continuada, a tendência é a melhoria e qualidade na Educação Infantil, possibilitando a troca de saberes e um planejamento compartilhado.

4. 4 O PAPEL DO PROFESSOR

O professor, embora não deixe de ser também um cuidador no sentido de zelar pelo bem-estar dos pequenos, tem atribuições muito mais amplas. São dele as responsabilidades de conduzir as crianças em um processo de aprendizado contínuo e eficaz, orientando-as em vários aspectos. Deste modo, trouxe para as professoras a seguinte questão: Para você qual é o papel do professor, sobretudo na educação infantil?

Referências

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