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Desafios para um Comércio Exterior Sustentável

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Academic year: 2021

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1 ÁREA DE PESQUISA: INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS BRASILEIRAS

REDES DE FRANQUIAS BRASILEIRAS INTERNACIONALIZADAS E REDES ESTRAGEIRAS EM ATUAÇÃO NO BRASIL: UMA ANALISE COMPARATIVA

VICTOR RAGAZZI ISAAC (h4nd@hotmail.com) Universidade Paulista- UNIP

PEDRO LUCAS DE RESENDE MELO (resendemelo@usp.br) Universidade Paulista- UNIP

Resumo

O objetivo geral do trabalho foi identificar as diferenças existentes nos aspectos organizacionais (capacidade de monitoramento, marca, taxas de instalação, taxas de royalties e capacidade de crescimento) existentes entre as redes de franquia brasileiras internacionalizadas e as redes de franquia estrangeiras atuantes no Brasil. As teorias de base utilizadas nesta analise basearam na Teoria da Escassez de Recursos e a Teoria da Agência O questionamento de pesquisa baseou-se em identificar o seguinte questionamento: Quais são as diferenças organizacionais entre as redes de franquia brasileiras internacionalizadas e as redes de franquia estrangeiras em operação no Brasil? Para tanto realizou-se um levantamento utilizando dados secundários, junto aos anuários, Guia de Franquias (Serasa Experian) e o Guia Oficial de Franquias (Associação Brasileira de Franchising). A análise de dados se deu pela média, moda e mediana, nos permitindo observar que as taxas investimento, a variação no número total de unidades, o prestígio da rede e a capacidade de monitoramento influenciam na internacionalização da rede. Formulou-se, portanto, um framework envolvendo aspectos do ambiente organizacional responsáveis pela internacionalização das redes de franquia brasileiras.

Palavras Chaves: Redes de Franquias; Teoria da Agência; Teoria da Escassez de Recursos; Empreendedorismo; Internacionalização de Empresas Brasileiras.

Abstract

The overall general purpose was to identify how existing differences nos organizational aspects (capacity monitoring, brand, installation rates, royalty rates and growth capacity) existing between as brazilian franchise networks internationalized and as foreign relief networks operating in Brazil. Theories used as bases this analysis based on the Theory of Resource Scarcity and Agency Theory. The research questioning was based on identifying the next question: What are differences between as organizational as Brazilian franchise networks internationalized and as foreign franchise networks operation in Brazil? For both held hum survey using secondary data, along to annuals, Franchise Guide (Serasa Experian) and Franchise Official Guide (Brazilian Franchising Association). The data analysis occurred for the media, median and mode, allowing us to observe que as investment rates, not a variation total number of units, the prestige network and monitoring capacity influence the Network Internationalization. Made up, so a framework involving aspects make responsible organizational environment for the internationalization of brazilian franchise networks.

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2 Key Words: Franchise Chains; Agency Theory; Theory of Resource Scarcity; Entrepreneurship; Internationalization of Brazilian Enterprises.

INTRODUÇÃO

Pode-se entender o sistema de franchising como um híbrido acordo, firmado por um período de tempo pré-estabelecido ou não, entre duas partes legais (agentes) e independentes. Esse acordo permite a uma pessoa ou um grupo de pessoas (franqueado) o direito de vender o produto ou o serviço usando a marca ou o nome comercial de outra empresa (franqueador). Ademais, o mesmo possibilita às empresas a expansão dos seus negócios e marcas de uma forma mais organizada, com menos custos e com maior controle e monitoramento (IFA-Association Franchising International, 2015; SHANE, 2005; LAFONTAINE, 1992; CAVES e MURPHY, 1976).

Atualmente o sistema de franchising é um dos segmentos que mais cresceram nos países considerados emergentes. No Brasil não foi diferente, em 2013 o faturamento anual do setor foi de aproximadamente R$ 115 bilhões, enquanto que em 2012 este número restringia-se a aproximadamente R$ 103 bilhões; havendo, assim um crescimento anual em torno de 11% (Associação Brasileira de Franchising-ABF, 2014).

Demonstrativo semelhante é o referente à quantidade de redes de franquia, que no ano de 2013 o Brasil emergiu como um dos principais mercados internacionais em franchising, estando em terceiro lugar com um total de 2.703 redes de franquia e em sexto lugar quando se trata do total de unidades de rede de franquia, possuindo 114.409 unidades espalhadas no território nacional (ABF, 2014).

Deste total de redes de franquia atuantes no mercado brasileiro, segundo a ABF (2014), 8% (em torno de 216) são de redes de franquia estrangeiras, oriundas principalmente de países da Europa Ocidental, da América do Norte e da Austrália. Ainda que o processo de internacionalização da rede de franquia destes países venha ocorrendo há mais de duas décadas, buscando principalmente mercados de países de língua inglesa, percebeu se, a partir do início do século XXI, uma crescente procura para atuar em mercados emergentes, em especial no brasileiro, devendo-se esta intensificação principalmente aos seguintes fatores:(i) saturação no mercado doméstico de franchising nos países desenvolvidos;(ii) o mercado consumidor dos mesmos diminuiu o poder aquisitivo devido à crise de 2008; (iii) o Brasil possui um grande mercado consumidor e é economicamente favorável ao crescimento do segmento de franquias; (iv) o Brasil é considerado uma economia emergente, configurando-se entre o BRICS (ALON e WELSH, 2002; MELO, et al., 2015a; MELO, et al., 2015b).

Por outro lado, as redes de franquias oriundas dos países emergentes, como no caso do Brasil motivadas justamente pela estabilidade econômica conquistada, têm buscado cada vez mais, nos últimos anos, a internacionalização dos seus processos (MELO, et al., 2015b; VIANNA, et al., 2014, MARQUES, et al., 2009; AGUIAR, NASCIMENTO, 2014).

Através dos dados disponíveis observa-se como o processo de internacionalização tem afetado as redes de franquia brasileiras cada vez mais, uma vez que atualmente 5% do total de redes de franquias brasileiras estão atuando no exterior, representadas por um total de 105 redes de franquia; enquanto que no ano de 2000 apenas 15 redes de franquia brasileiras haviam internacionalizado seu negócio (ABF, 2015).

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3 À luz do exposto, apresentamos dois fenômenos antagônicos. Por um lado há o crescimento na quantidade de redes de franquia estrangeiras atuando no Brasil, e por outro lado há um aumento na procura, por parte das redes de franquia brasileiras, em se internacionalizar, ainda que o mercado consumidor brasileiro ofereça condições para essas desenvolvam-se no ambiente doméstico.

Em acréscimo ao exposto, observou sequer ainda que o assunto de internacionalização venha sendo retratado por diversos autores, nenhum buscou ainda explica-lo através dos fatores internos da empresa, realizando um comparativo entre as redes de franquia brasileiras internacionalizadas e as redes de franquia estrangeiras atuantes no Brasil (DANT; GRUNHAGEN, 2014; KHAUAJA et al., 2011a; MARQUES, et al., 2009, AGUIAR, et al., 2014; MELO, et al. 2015a; MELO, et al., 2015b).

Ademais, consultando a literatura, visualizam-se cinco correntes diferentes que versam sobre a internacionalização de franquias. A primeira é a Macro Perspective, tal que busca explicar a internacionalização da franquia através do grau de institucionalismo do país de destino (ALON & MCKEE, 1999; HOFFMAN & PREBLE, 2001). Já a segunda é a Entry Mode, que aponta se a escolha pelo modo de entrada de uma firma em um país se dará através da internacionalização da franquia ou através de unidades corporativas (FADMOE-LINDQUIST & JACQUE, 1996).

A terceira é a Relação entre Franqueador e Franqueado, a qual envolve os desafios, conflitos e gestão existentes entre franqueador e franqueado no processo de internacionalização da franquia (QUINN & DOHERTY, 2000; QUINN, 1999).

Por sua vez, a quarta correntes de pesquisa, intitulada como Differentiated Among Different Franchise Options When Entering a Foreign Market aponta os modos de expandir a rede de franquia, tais como Master Franquia, Joint Venture e outras (CHOO et al., 2007; HACKETT, 1976; HOFFMAN, et al., 2014).

Por fim, a quinta é Driving Forces for Franchisors to Expand Internationally, afirma, através da comparação entre redes de franquia, que fatores organizacionais pertencentes à rede de franquia, como tempo de existência, experiência da rede de franquia e tamanho da rede, serão fundamentais para a internacionalização da franquia (ELANGO, 2007, HACKETT, 1976, AYDIN & KACKER, 1990).

Com isso, para concretização do presente estudo, será adotado a quinta vertente, tal que realiza comparações entre os diferentes ambientes organizacionais de redes de franquia, balizando-a através da Teoria da Escassez de Recurso e da Teoria da Agência.

Conforme já apresentado, há escasso material na literatura que verse sobre internacionalização de franquias de países emergentes, como o Brasil, e nenhum trabalho mais específico que faça uma comparação entre os fatores organizacionais de redes de franquia estrangeiras atuantes no Brasil e redes de franquia brasileiras internacionalizadas. Portanto o problema de pesquisa deste trabalho é constituído da seguinte maneira: Quais são as diferenças organizacionais entre as redes de franquia brasileiras internacionalizadas e as redes de franquia estrangeiras em operação no Brasil?

Destaca-se que consideramos nesta análise organizacional os aspectos internos de gerenciamento das redes de franquias como os propulsores àquelas redes de franquia que buscam pela sua internacionalização. Sendo assim, elencamos os seguintes aspectos organizacionais da rede de franquia: capacidade de monitoramento, marca, taxas de instalação, taxas de royalties e capacidade de crescimento.

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4 A fim de responder a questão de pesquisa, tem se como objetivo geral do trabalho identificar as diferenças existentes, nos aspectos organizacionais, entre as redes de franquia brasileiras internacionalizadas e as redes de franquia internacionais atuantes no Brasil.

Ademais, para atingirmos o objetivo geral dispomos de cinco objetivos específicos, sendo eles:

1- Identificar a capacidade de monitoramento das redes de franquia. 2- Identificar a marca das redes de franquia.

3- Identificar as taxas de instalação existentes nas redes de franquia. 4- Identificar as taxas de royalties existentes nas redes de franquia. 5- Identificar a capacidade de crescimento das redes de franquia.

Espera-se contribuir com este trabalho em dois contextos. O primeiro está vinculado ao campo acadêmico trazendo novos conhecimentos à área de internacionalização de franquias, uma vez que a maior parte dos trabalhos realizados na área de internacionalização de franquia referem-se às franquias de países desenvolvidos internacionalizadas. E os estudos sobre internacionalização de redes de franquias brasileiras ainda se constituem um campo emergente para pesquisa e entendimento do comportamento destas empresas.

Por sua vez, em uma segunda situação, esperamos trazer contribuições para a área gerencial ao se situar os aspectos internos de gerenciamento considerados relevantes em operações internacionais. Estas contribuições baseiam-se em comparações com redes de franquias oriunda, em geral, de mercados com maior maturidade em negócios internacionais.

Adiante apresenta-se o framework desta pesquisa que se utilizou de variáveis sobre os aspectos organizacionais em operações internacionais de outros estudos envolvendo a internacionalização de redes de franquias (ELANGO, 2007; MELO, et al., 2015; ALON, 1999; PEDRO, 2009; SHANE, 1998a; SHANE, 1996b).

Figura 1- Framework Fonte: Autores

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5 Por fim, vale ressaltar que a estrutura deste artigo compreende em um primeiro momento a abordagem do referencial teórico que conterá trabalhos que abordam a Teoria da Agência e a Teoria da Escassez de Recurso para explicar o processo de internacionalização do franchising. Posteriormente discutiremos a metodologia a ser empregada no trabalho para realizar o tratamento dos dados. Noutro momento traremos os resultados atingidos e por fim possamos tecer as considerações finais do trabalho.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

A literatura existente sobre internacionalização de franchising nos traz as chamadas “Teoria da Agência” e “Teoria da Escassez de Recursos” como as abordagens teóricas mais utilizadas para esclarecer o fenômeno (VAROTTO, OLIVEIRA, 2013; MELO,

ANDREASSI, 2010; ALON, 1999).

Portanto, a partir dessa premissa, abordaremos as teorias supracitadas para explicar tanto o fenômeno do sistema de franchising, como o processo de internacionalização da rede de franquia.

Primeiramente abordaremos a Teoria da Escassez de Recursos, que está inserida na Visão Baseada em Recursos (VBR). A VBR afirma que os recursos tangíveis e intangíveis desenvolvidos, tais que compõem a empresa, são os principais responsáveis pela vantagem competitiva adquirida pela organização diante dos seus concorrentes. Todavia, para se obter uma vantagem competitiva sustentável, ou seja, duradoura, a empresa precisa possuir recursos que atendam ao modelo VRIO, ou seja, que sejam valiosos, raros, inimitáveis e organizados (BARNEY, 1991; HAMEL e PRAHALAD, 1995; PENROSE, 1959). Assim observa-se que a VBR está voltada ao ambiente endógeno da empresa.

Contudo, a VBR não vem a abordar diretamente o fenômeno de franchising. Mediante a isto Oxenfeld e Kelly (1969), desenvolvem a Teoria da Escassez de Recursos, afirmando que o sistema de franchising é uma maneira de expandir o negócio da firma, uma vez que para eles o franqueador e o franqueado precisam enfrentar a escassez de recursos internos à empresa - a exemplo do financeiro, do gerencial e o de informação - para financiar o crescimento da mesma. Por fim, estes estudos estabelecem que a partir do momento em que o franqueador capta os recursos necessários para financiar o crescimento da rede, ele acaba recomprando as unidades da franquia do franqueado.

Dant (1995) e Castrogiovanni, et al. (2006) se utilizam da Teoria da Escassez de recursos para, através de pesquisas realizadas com franqueadores, descobrir quais tipos de recurso, como escassez de capital e habilidades gerenciais, podem influenciar na adoção do franchising.

Ademais Combs e Ketchen (2003) se utilizaram da Teoria da Escassez de Recursos para explicar quais variáveis influenciam uma empresa a se tornar uma rede de franquia. Em seus estudos, fatores como o tempo de existência, tamanho e taxa de crescimento da empresa estão ligados à necessidade da firma buscar pelo sistema de franchising.

Por outro lado, esta teoria também tem sido utilizada para explicar o processo de internacionalização do sistema de franchising em decorrência de ela apontar pontos fundamentais no ambiente organizacional da rede de franquia que influenciam na internacionalização da rede de franquia.

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6 Elango (2007), através de seu estudo empírico envolvendo redes de franquia listadas na revista “Franchising 500”, qual a relação entre a reputação doméstica da rede de franquia e a busca pela internacionalização de suas operações. Constatou-se que redes de franquia que possuem maior prestígio na marca buscam realizar operações locais ao invés de se internacionalizarem.

Em complemento aos estudos de Elango (2007), Melo , et al. (2015b) buscou , partir de uma amostra de 67 redes de franquia brasileiras internacionalizadas, observar se fatores como a idade da rede de franquia, o prestígio da marca, as taxas cobradas e a capacidade de crescimento da rede influenciaram no processo de internacionalização destas redes.

Por sua vez Mariz-Pérez e Garcia-Álvarez, (2009) destacam em seu estudo que o processo de internacionalização da rede de franquia se dará quando a rede possuir capacidades e habilidades para repassar os recursos e conhecimentos desenvolvidos e acumulados à conservação da rede no exterior.

Por fim, Choo, et al. (2007), mostra que à medida em que o franqueador desenvolve sua marca em um ambiente doméstico, ele acaba obtendo sua maior visibilidade, aumentando o prestígio da rede e reduzindo riscos e custos pertinentes à internacionalização da rede de franquia.

Noutra esteira, a “Teoria da Agência”, proposta por Jensen e Meckling (1976), é uma doutrina com uma compreensão mais abrangente sobre o sistema de franchising. Essa teoria tem um cunho econômico, o qual enxerga o homem como um ser racional e busca analisar as relações entre os acionistas e gestores, uma vez que considera a existência de conflitos nas necessidades do principal (acionistas) e o agente (gestor).

Tais divergências se dão porque cada um dos atores deseja maximizar os seus lucros, situação que resulta de uma dificuldade por parte do principal no acesso a todas informações do agente, e facilita com que o mesmo aja de acordo com seus interesses.

Como forma de resolução do conflito apontado, a “Teoria da Agência” assinala que ao principal cabe: a) aumentar os custos em monitoramento, visando limitar as ações do agente; b) estabelecer motivações apropriadas ao agente (JENSEN E MECKLING 1976).

Para Rubin (1978), o sistema de franchising traz benefícios não só para o franqueador, mas também para o franqueado, devido: 1°) a aquisição da marca e do produto já estabelecidos 2°) ao apoio que geralmente há por parte do franqueador no gerenciamento da rede ao gerenciado e 3°) a facilitação ao franqueado a obtenção de recursos.

Em se tratando do processo de internacionalização da rede de franchising, diversos estudos, apontados por Melo, Andreassi (2010), também têm se utilizado da “Teoria da Agência”, para explicar quais fatores levam a rede a se internacionalizar.

Para Kedia, et al.,1994 as redes de franquia procuram o mercado externo principalmente devido à necessidade de aumento nas vendas.

Por outro lado Doherty, Quinn (1999), apontam que, em razão da internacionalização das redes de franquia, observa-se um aumento de problemas relativos à assimetria dessas redes, além de verificar-se a existência de diversas diferenças entre o mercado doméstico e o mercado estrangeiro. Essas diferenças poderão ser relativas às leis trabalhistas, regulamentações, horário de funcionamento da unidade de franquia, diferentes culturas.

Enfim, cumpre ressaltar que como este artigo busca identificar os fatores internos que serão responsáveis pela internacionalização da rede de franquia, traremos um enfoque sobre o ambiente organizacional dessa.

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7 Nesse aspecto, Shane (1996b) alude que o franqueador consegue uma maior simetria de informação na internacionalização da rede a partir da diminuição do oportunismo por parte do franqueado. Diminuição essa que é feita através do contrato, tal que elencará o pagamento da taxa de royalties para o franqueado. Tendo isso em vista, percebemos que o contrato é uma forma do principal obter monitoramento perante o agente.

Entretanto para Mariz-Periz e García-Álvarez (2009), Melo, et al. (2015b), Shane (1998a, 1996b) dois fatores, na concepção da Teoria da Agência, são fundamentais para a internacionalização da rede, o primeiro refere-se ao tempo de contrato entre o franqueador e o franqueado, sendo a longevidade do contrato um fator positivo para a rede internacionalizar. Já o outro fator é relativo à quantidade de anos que a rede possui, sendo que quanto mais velha for, maior será a chance da internacionalização da rede de franquia ocorrer.

Noutro giro, a capacidade de monitoramento da rede de franquia também estará intrinsicamente ligada à dispersão da rede, uma vez que quanto mais uma rede de franquia se encontra dispersa geograficamente, maior será a necessidade de haver um conhecimento de como monitorá-la (MELO, et al. 2015b; MARIZ-PERIZ e GARCÍA-ÁLVAREZ, 2009; SHANE 1998a; 1996b).

Assim, a “Teoria da Agência” enxerga o sistema de franchising como um mecanismo no qual o franqueador (principal), através de uma relação contratual, consegue monitorar e estabelecer incentivos ao agente, diminuindo consequentemente o conflito existente entre ambas as partes (SHANE 1996b; PEDRO et al. 2009; BARBOSA, 2010).

Observa-se, portanto, que para se internacionalizar a empresa é necessário desenvolver-se competências no monitoramento doméstico da rede para então poder realizar o gerenciamento das unidades internacionalizadas.

3. METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO

O objetivo da pesquisa é identificar as diferenças existentes nos aspectos organizacionais das redes de franquia brasileiras internacionalizadas e das redes de franquia internacionais atuantes no Brasil. Para atingi-lo, nos utilizaremos da estatística-descritiva, calculando média, moda, porcentagem e mediana dos dados secundários obtidos. Através destes testes objetivamos identificar e analisar as diferenças existentes entre os aspectos que compõem o ambiente organizacional das redes de franquia brasileiras internacionalizadas e das redes de franquia estrangeiras atuantes no Brasil.

Tais dados são originários de anuários brasileiros sobre franquias, provenientes da revista “Pequenas Empresas & Grandes Negócios” (Ed. Globo) e da “Associação Brasileira de Franchising”. A escolha pela utilização de dados secundários deu-se devido a diversos outros estudos (MARIZ-PERIZ e GARCÍA-ÁLVAREZ, 2009; DANT, 2008; MELO, et al., 2015b, ELANGO, 2007; SHANE, 1996b; 1998a) que se utilizaram de dados secundários para realizar pesquisas relacionadas à internacionalização de franchising.

Como já mencionado, nos utilizaremos da pesquisa de natureza quantitativa-descritiva. Este tipo de pesquisa nos permite trabalhar com dados numéricos, sendo que estes dados numéricos formarão variáveis que serão descritas, relacionadas, categorizadas em grupos e por fim mensuradas e comparadas. A realização da mensuração e da comparação será realizada sobre os resultados da média, mediana, moda e porcentagem retirados dos dados secundários (RICHARDSON,2008; CRESSWELL 2007; TRIVIÑOS, 1987).

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8 Para Nogueira (2006), a média, a moda e a mediana são medidas de tendência central, que auxiliam a indicar um valor que tente a tipificar ou representar um conjunto de números. Para Medri (2003) as medidas de tendência central produzem um valor em torno do qual os dados observados se distribuem.

Ademais, devemos ressaltar que as variáveis representam conceitos expostos durante a revisão bibliográfica, apresentados como fatores responsáveis pela internacionalização de uma rede de franquia, dentro da perspectiva organizacional.

Portanto, visando demonstrar em recortes o objetivo proposto, a seguir traremos uma tabela com indicadores que servirão de base para podermos visualizar os principais autores e as suas perspectivas acerca das variáveis.

QUADRO 1- INDICADORES, TEORIA(S) e AUTORES, PERSPECTIVAS

Indicadores Teoria(s) e Autores Perspectivas

-Cotação (desempenho da rede)- ABF

-Prêmio ABF

-Ranking Guia de Franquias

-Teoria da Escassez de recursos. (MELO, et al. 2015b; ELANGO 2007; CHOO, et al. 2007).

Relativo ao prestígio que a rede possui. A intensidade do prestígio da marca da rede de franquia facilita no processo de internacionalização uma vez que a rede de franquia possui menos custos e riscos e maior visibilidade.

-Prazo do contrato -Tempo de operação por franquias

-Unidades

franqueadas/unidades próprias

-Teoria da agência

(MELO, et al. 2015b; MARIZ-PERIZ e GARCÍA-ÁLVAREZ, 2009;SHANE 1998a)

O monitoramento e controle que o franqueador possui sobre o franqueado pode ser mensurado através do prazo do contrato, pelo tempo de operação por franquias e pelo total de unidades franqueadas sobre o de unidades próprias. -Variação no número total de

unidades da rede

-Teoria da Escassez de Recurso (MELO, et al. 2015b; MARIZ-PERIZ e GARCÍA-ÁLVAREZ, 2009; ELANGO, 2007; SHANE 1996b)

O total de unidades que a rede possui reflete a saturação do mercado doméstico, fazendo com que haja uma maior procura pelo mercado internacional por parte da rede de franquia.

-Capital de giro -Capital inicial -Taxa de franquia

-Teoria da Agência

-Teoria da Escassez de Recurso (MELO, et al., 2015b; SHANE, 1996b; GIGLIOTTI,2012; SHANE, et al. 2006)

O baixo valor de investimento inicial que o franqueado deve pagar adquirir uma unidade da rede de franquia reflete em uma maior possibilidade de internacionalização da rede.

-Taxa de royalties -Teoria da Agência

-Teoria da Escassez de Recurso (MELO, et al., 2015b; ELANGO, 2007; SHANE 1996b)

É o recurso financeiro, concebido em contrato, que o franqueador dispõe ao franqueado como compensação e manutenção da rede.

Fonte: Autores

Ao verificarmos o quadro 1, observamos que há variáveis que refletem particularidades específicas diante à internacionalização da rede de franquias. A partir disso, aglomeramos as variáveis que possuem características parecidas e formulamos 5 hipóteses, a serem apresentadas no item adiante.

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9 4. HIPÓTESES DE PESQUISA

Diversos estudos (ELANGO, 2007; MARIZ-PEREZ e GARCIA-ALVAREZ, 2009; ALON, 1999) tem buscado realizar um comparativo, a fim de observar as diferenças existentes entre as redes de franquia internacionalizadas e as redes de franquia com atuação doméstica de países desenvolvidos ou em desenvolvimento (MELO, et al. 2015b). A partir destes estudos observou se que variáveis vinculadas ao ambiente organizacional da empresa são fatores chaves para as redes de franquia que se internacionalizaram. A partir disto desenvolveremos hipóteses que sejam compostas por variáveis que estejam ligadas ao processo de internacionalização das redes de franquia.

Na primeira hipótese, referente ao prestígio da marca, buscaremos, através da variáveis: i) cotação e ii) selo de excelência da ABF, demonstrar se a intensidade do prestígio da marca da rede de franquia facilita no processo de internacionalização, uma vez que a rede de franquia possui menos custos e riscos e maior visibilidade. Espera-se em um primeiro momento que as redes de franquia estrangeiras atuantes no Brasil possuam maior prestígio da marca da rede (MELO, et al. 2015b; ELANGO 2007; CHOO et al., 2007).

H1: Quanto maior for o prestígio da marca da rede de franquia no ambiente doméstico, maior será a sua atuação no mercado internacional.

Na segunda hipótese, intitulada capacidade de monitoramento e controle, nos utilizaremos das variáveis: i) duração contratos; ii) idade da rede de franquia e iii) unidades franqueadas/próprias. O monitoramento e controle que o franqueador possui sobre o franqueado pode ser mensurado através do prazo do contrato, pelo tempo de operação por franquias e pelo total de unidades franqueadas sobre o de unidades próprias. Espera-se em um primeiro momento que as redes de franquia estrangeiras atuantes no Brasil possuam maior capacidade de monitoramento e controle (MELO, et al. 2015b; MARIZ-PERIZ e GARCÍA-ÁLVAREZ, 2009;SHANE 1998a).

H2: Quanto maior for a capacidade do franqueador em monitorara e controlar o franqueado, maior será sua atuação no mercado internacional.

Quanto à terceira hipótese, intitulada de capacidade de crescimento, será composto pela variável: i) número de unidades da rede de franquia. O total de unidades que a rede possui reflete a saturação do mercado doméstico, fazendo com que haja uma maior procura pelo mercado internacional por parte da rede de franquia, além de refletir a capacidade de monitoramento da rede de franquia. Espera-se em um primeiro momento que as redes de franquia estrangeiras atuantes no Brasil apresentem uma maior capacidade de crescimento (MELO, et al. 2015b; MARIZ-PERIZ e GARCÍA-ÁLVAREZ, 2009; ELANGO, 2007; SHANE 1996b).

H3: Quanto mais unidades de redes de franquia no ambiente doméstico maior será sua atuação no mercado internacional.

O quarto denominar-se-á taxa de investimento e será composto pelas variáveis: i) capital de giro; ii) capital inicial e iii) taxa de franquia. O baixo valor de investimento inicial que o

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10 franqueado deve pagar adquirir uma unidade da rede de franquia reflete em uma maior possibilidade de internacionalização da rede. Espera-se em um primeiro momento que as redes de franquia estrangeiras atuantes no Brasil apresentem uma menor taxa de investimento (MELO, et al. 2015b; SHANE, 1996b; GIGLIOTTI,2012; SHANE, et al. 2006).

H4: Quanto menor for a taxa de investimento por parte do franqueado, para aderir uma unidade da rede de franquia, maior será sua atuação no mercado internacional.

Por fim, o quinto, e não menos importante, será composto por uma variável: i) a taxa de royalties, e chamar-se-á taxa de manutenção. É o recurso financeiro, concebido em contrato, que o franqueador dispõe ao franqueado como compensação e manutenção da rede. Espera-se em um primeiro momento que as redes de franquia estrangeiras atuantes no Brasil apresentem uma menor taxa de (MELO, et al. 2015b; ELANGO, 2007; SHANE 1996b).

H5: Quanto maior for a taxa de compensação disposta pelo franqueador ao franqueado, maior será sua atuação no mercado internacional.

Para realizarmos os testes, utilizaremos informações de cinco redes de franquia brasileiras que sofreram processo de internacionalização em comparativo a outras cinco redes de franquia estrangeiras que atuam no mercado brasileiro. Os segmentos das redes de franquia estudadas serão: a) entretenimento; b) cosméticos e perfumarias; c) alimentação; d) vestuário; e) serviços gerais; f) beleza, saúde e produtos naturais; g) escolas de idioma; h) acessórios pessoais e calçados; e i) educação e treinamento.

Sendo assim, em um primeiro momento nós faremos o levantamento dos dados secundários numéricos, provenientes da revista “Pequenas Empresas & Grandes Negócios”(Ed. Globo) e da “Associação Brasileira de Franchising”. Posteriormente, realizaremos testes estatísticos-descritivos, como média, mediana e moda com as variáveis levantados. E, por fim,

analisaremos e compararemos os resultados obtidos.

5. ANÁLISE E RESULTADOS 5.1. Prestígio da marca

Tanto a variável cotação quanto a selo de existência estão relacionadas à H1, ou seja ao prestígio da rede no mercado. A cotação é representada entre os números um, dois, três, quatro ou cinto (1,2,3,4,5). Ao analisarmos os dados relativos à cotação das redes de franquia estrangeiras atuantes no Brasil observamos que a mediana foi de cinco (5), tendo a rede de franquia 5 à Sec obtido uma média de 5, enquanto a rede de franquia ElephantHouse obteve uma média de 3, entre o ano de 2007-2013.

Já quanto às redes de franquia brasileiras internacionalizadas a mediana também foi de cinco (5), tendo a rede de franquia Puket obtido uma média de 4,8, enquanto que a rede de franquia Mundo Verde possuiu uma média de 4,3, entre o ano de 2007-2013.

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11 A ABF, através do selo de existência, realiza uma avaliação de como o franqueado avalia o franqueador. Das cinco redes de franquia estrangeiras atuantes no Brasil apenas 40% apresentou o selo de existência entre os anos de 2007-2013.

Referente às redes de franquia brasileiras internacionalizadas um total de 80% das 5 redes apresentou o selo de existência da ABF.

5.2. Capacidade de Monitoramento e Controle

As variáveis prazo de contrato, média de tempo de operação da rede de franquia e relação de unidades franqueadas sob unidade própria estão vinculadas à H2 que dispõe sobre capacidade do franqueador em monitorara e controlar o franqueado.

A moda do prazo de contrato das redes de franquia estrangeiras atuantes no Brasil foi de 60 messes, uma vez que se repetiu em três oportunidades, havendo a repetição de duas vezes do prazo de contrato de 24 messes.

Todas as 5 redes de franquia brasileiras internacionalizadas possuíram prazo de contrato de 60 meses.

A rede de franquia estrangeira que atua no Brasil 5 à Sec é a que mais possui tempo de operação por franquia, tendo iniciado em 1968 a operação de sua primeira franquia, já a rede de franquia estrangeira que possui menos tempo de operação por franquia é a Conepizza, a partir de 2004. A rede de franquia Contours - Academia para Mulheres tem um total de 16 anos de operação de franquia, pois iniciou em 1998 a operação de sua primeira franquia. A rede de franquia 5 à Sec possui desde 1977 a operação da sua primeira franquia. Por fim a ElephantHouse começou a operação de sua primeira franquia em 1991.

A média de tempo de operação das redes de franquia estrangeiras atuantes no Brasil foi de aproximadamente 22 anos.

Das redes de franquia brasileiras internacionalizadas a Jin Jin é a segunda que mais possui tempo de operação por franquia, tendo iniciado em 1992, enquanto que a rede PUC, que é a primeira, obteve o início de sua operação em 1980. Já a Santa Lolla é a que menos possui tempo de operação por franquia, tendo iniciado em 2004. A rede de franquia Mundo Verde teve o início de sua operação em 1987. Por fim a rede de franquia Puker iniciou em 1988 a operação de sua franquia.

Já a média de tempo de operação das redes de franquia estrangeiras atuantes no Brasil foi de aproximadamente 24 anos.

Na relação de unidades franqueadas sob unidade própria nas redes de franquia estrangeiras atuantes no Brasil o Kumon foi a que mais apresentou unidades próprias sob franqueadas, totalizando 1519 unidades próprias contra 69 unidades franqueadas. Quanto às outras quatro (4) redes de franquias estrangeiras atuantes no Brasil 50% possuiu 1 unidade própria 25% possui 4 e 25% possui 3. Relativo às unidades franqueadas, somente as Redes 5 à Sec e Contours Academia Para Mulheres possuem mais de 100 unidades franqueadas.

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12 Das redes de franquia brasileiras internacionalizadas somente Mundo Verde e Santa Lolla possuem mais de 100 unidades franqueadas. Já quanto às unidades próprias a rede PUC foi a que mais apresentou quantidade de redes, representando 38% (8 unidades) do total de número (21) de unidades próprias.

5.3. Capacidade de Crescimento

O número de unidades da rede de franquia está atrelado à capacidade de crescimento da rede, vinculando-se à H3.

As redes de franquia estrangeiras atuantes no Brasil apresentaram em média uma variação total no número de unidades de aproximadamente 104. A rede de franquia Kumon foi a que apresentou maior variação no total de unidades, com um produto de 285.

Já nas redes de franquia brasileiras internacionalizadas apresentaram em média uma variação total no número de unidades de aproximadamente 54. A rede de franquia Santa Lolla foi a que apresentou maior variação no total de unidades, com um produto de 113.

5.4. Taxa de Investimento

As variáveis capital de giro, capital inicial e taxa de franquia estão vinculadas à H4 e estão inseridas nas taxas de investimento inicial que o franqueado precisa pagar ao franqueador.

O capital de giro exigido pelas redes de franquia estrangeiras que atuam no Brasil é em média de R$14.500,00 sendo que a rede que exige maior capital de giro é a Contours Academia Para Mulheres, através do valor total de R$25.000,00 e a que exige menor capital de giro é a ElephantHouse que exige R$7.000,00.

Quanto às redes de franquia brasileiras internacionalizadas, a média de capital de giro exigido é de R$44.000,00, tendo a rede PUC exigindo o maior volume de capital de giro que é de R$90.000,00 e a rede Mundo Verde que exige e menor volume de capital de giro que é de R$30.000,00.

O capital inicial exigido em média pelas redes de franquia estrangeiras atuantes no mercado brasileiro é de R$137.440,00. Já o capital inicial exigido em média pelas redes de franquia brasileiras é de R$283.000,00.

A média da taxa de franquia das redes de franquia estrangeiras atuantes no mercado brasileiro é de R$32.560,00. Já para as redes de franquia brasileiras a média da taxa de franquia é de R$42.000,00.

5.5. Taxa de Royalties

A taxa de royalties é a variável que compõe a H5. Esta taxa é paga pelo franqueado ao franqueador que se utiliza mesma para realizar a manutenção da rede de franquia. A taxa de royalties das redes de franquia estrangeiras atuantes no mercado brasileiro se da através de

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13 porcentagem ou através de um valor estipulado em contrato. A média do valor estipulado foi de R$2.250,00, e a média do percentual foi de 5% sobre o faturamento da unidade. Já a taxa de royalties das redes de franquia brasileiras internacionalizadas são cobradas somente através de uma porcentagem estipulada em contrato. A média das porcentagens estipuladas em contrato ficou em 2,75% sobre o faturamento da unidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho se objetivou em identificar as diferenças existentes, nos aspectos organizacionais das redes de franquia brasileiras internacionalizadas e das redes de franquia estrangeiras atuantes no Brasil.

Utilizou se a estatística-descritiva para realização do tratamento dos dados secundários obtidos em anuários brasileiros sobre franquias e pudemos observar que a hipótese (1) referente ao prestígio da rede se confirmou em parte. Isto se deu devido às redes de franquia brasileiras, que sofreram o processo de internacionalização posterior às redes de franquia estrangeiras atuantes no Brasil: a) possuírem uma cotação média equivalente às redes de franquia estrangeiras atuantes no Brasil; b) possuírem em 80% dos casos o Selo de Excelência da ABF, contra apenas 40% das redes de franquia estrangeiras atuantes no mercado brasileiro.

Quanto à hipótese (2), referente à capacidade de monitoramento e controle, também houve confirmação em parte, uma vez que: a) todos os contratos realizados pelas redes de franquia brasileiras internacionalizados possuíram 60 meses de duração, enquanto que somente três redes de franquia estrangeiras atuantes no Brasil apresentaram um contrato de 60 meses de duração; b)a média de operação das redes de franquia estrangeiras atuantes no Brasil foi de aproximadamente 22 anos enquanto que a a média de operação das redes de franquia brasileiras atuantes no exterior foi de aproximadamente 24 anos; c) as redes de franquia estrangeira apresentaram um total maior de unidades próprias/ unidades franqueadas.

Em outra parte, a hipótese (3) foi confirmada uma vez que as redes de franquia estrangeiras apresentaram uma maior variação no número total de unidades da rede, totalizando 285 unidades contra 113 unidades das redes de franquia brasileiras internacionalizadas.

A hipótese (4) foi confirmada uma vez que as redes de franquia estrangeiras apresentaram menores taxas de investimento, sendo que: a) o capital de giro exigido pelas redes de franquia estrangeiras que atuam no Brasil é em média de R$14.500,00, enquanto que nas redes de franquia brasileiras internacionalizadas, a média de capital de giro exigido é de R$44.000,00; b) O capital inicial exigido em média pelas redes de franquia estrangeiras atuantes no mercado brasileiro é de R$137.440,00 enquanto que o capital inicial exigido em média pelas redes de franquia brasileiras é de R$283.000,00; c) a média da taxa de franquia das redes de franquia estrangeiras atuantes no mercado brasileiro é de R$32.560,00, e para as redes de franquia brasileiras a média da taxa de franquia é de R$42.000,00.

Por fim a hipótese (5), referente à taxa de royalties não foi confirmada, pois as redes de franquia estrangeiras atuantes no Brasil possuíram média maior no percentual (5%) sobre o faturamento das unidades franqueadas do que as redes de franquia brasileiras internacionalizadas (2,5%).

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14 Devemos ressaltar que a pesquisa possuiu limitações. Uma das limitações deste estudo foi relativo ao aprofundamento do estudo que se deu somente em aspectos endógenos da empresa. A segunda limitação foi de se trabalhar com dados secundários, ainda que seja frequente a utilização dos dados secundários em estudos vinculados á internacionalização de franquia. Sugere se ainda que nos futuros trabalhos sobre internacionalização de redes de franquia, a serem desenvolvidos, busque se utilizar de uma quantidade maior de dados secundários, uma vez que há um elevado grau de heterogeneidade das franquias brasileiras atuantes no exterior e das franquias estrangerias atuantes no mercado brasileiro.

Por fim, quanto às contribuições, observamos através deste teste preliminar que as variáveis apontadas estão vinculadas, em maioria, à internacionalização da rede de franquia. Entretanto após realizarmos o comparativo entre as redes de franquia estrangeiras atuantes no Brasil e as redes de franquia brasileiras internacionalizadas percebeu se que a taxa de royalties não apresentou vínculo à internacionalização e que a capacidade de monitoramento e controle e o prestigio da rede podem estar vinculados à internacionalização da rede de franquia.

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